Artigo com o ciclo de maré, apresentando uma correlação média com a distribuição do MPS. Estudos realizados por Crossley (1988) encontraram valores de COP, semelhantes com obtidos neste estudo, de variando de 1 a 4,5mg.L-1 em Ogren et al., (1984) valores de 0,4 a 7.3mg.L-1 no ambiente estuarino em Seattle nos EUA. As médias das concentrações de COP indicaram valores decrescentes do estuário superior para o inferior, mostrando uma distribuição horizontal com a salinidade. No estuário superior têm-se menos diluição e na parte inferior o contrário, ou seja, maior diluição. As fontes de COP no sistema estuarino são os manguezais e o aporte continental. No aporte continental pode ser incluído o esgoto doméstico, lixo urbano e a própria drenagem urbana. Carboidratos A concentração de MCHO e PCHO, nos pontos 1, 2 e 3 do sistema estuarino variou, respectivamente, de 4,6 a 13,09µM e 6,61 a 17,73µM; 3,27 a 10,65µM e 5,95 a 12,85µM; 3,12 a 6,89 e 7,85 a 13,56µM. Neste sentido, a distribuição MCHO e PCHO mostrou um forte gradiente horizontal, com uma diminuição de sua concentração do ponto 1 ao ponto 3. Também pode-se observar que a distribuição dos carboidratos (MCHO e PCHO) é o inverso da salinidade com valores mais elevados nas baixa-mares e menores nas preamares. Isto mostra que existem diferenças de concentração entre as águas fluviais da bacia de drenagem e as costeiras da baia de São José que penetram no sistema estuarino (Figura 3). Figura 3. Variação nictimeral dos carboidratos (mono e polissacarídeos) e da salinidade nos pontos 1, 2 e 3 no estuário do rio Paciência, São Luís, MA 60 Além da variação com o ciclo de maré, as concentrações dos PCHO foram superiores àquelas do MCHO nos três pontos de amostragem no sistema estuarino. Observa-se ainda que a amplitude de variação entre MCHO e PCHO foi maior nos pontos 3 e 1. Pode-se observar uma ligeira tendência de concentração maior durante o dia em relação ao período noturno tanto para o MCHO, quanto para o PCHO. Isto se deve provavelmente à contribuição da produvidade primária do fitoplâncton no sistema estuarino. Estudos realizados por vários autores: Morris (1981); D’souza e Bhosle (2001); Myklestad et al., (1997) e Pettine et al., (1999); Yang et al., (2010) mostram que existem variações entre dia e noite nas concentrações dos carboidratos e que a concentração dos mesmos atuam diretamente no crescimento, no comportamento e na composição das espécies fitoplanctônicas. O gráfico de dispersão (Figura 4), entre as concentrações de monossacarídeos e de polissacarídeos, mostra uma expressiva correlação positiva, indicando que tanto MCHO quanto o PCHO apresentam o mesmo perfil de distribuição. Além desta correlação se observam as diferenças nas faixas de concentração nos pontos amostrados. Constata-se uma boa correlação entre o MCHO e o PCHO para todos os pontos, com coeficiente de correlação médio de 0,9333, destacando que a concentração de MCHO e PCHO apresenta o mesmo comportamento. Com relação à salinidade, as concentrações de carboidratos também apresentaram uma correlação inversa, ou seja, apresentaram valores baixos de salinidade e altos de carboidratos para o mesmo horário. Onde o parâmetro salinidade é uns dos fatores que determina na distribuição de carboidratos no ambiente estuarino. Figura 4. Gráfico de dispersão do MCHO (µM) e PCHO (µM) nos pontos 1, 2 e 3 no estuário do rio Paciência, ilha São Luís, MA R evista A nalytica • Outubro/Novembro 2014 • nº 73