www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. O fato do documento estar disponível eletronicamente sem restrições, não significa que pode ser usado de qualquer forma e/ou em qualquer lugar. Reiteramos que as penalidades sobre violação de propriedade intelectual podem ser bastante graves. Sobre a Arvoredoleite.org A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org. lJ RNAl i MONT� ly E "CÂNdido Ry INSTiTlJTE digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mai/Jun, n° 3 1 4, 54: (5): l-50, 2000 Pág. I REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS "CÂNDIDO TOSTES" DAIRYJOURNAL BIMONTHLY PUBLISHED B Y THE "CÂNDIDO TOSTES" -DAIRYINSTITUTE ÍNDICE .. CONTENT A l g u m as c o n s iderações s o b re mastite ( u m a revisão ) . Gilson Pinto Matioli; S andra M aria Pinto; Luiz Ronaldo de Abreu; Paulo Roberto Clemente . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . .., .................................. 3 2 A n á l i s e s e n s o ri a l de pão de q u e ij o fab r i c a d o c o m g o r d u r a de l e i te fra c i o n a d a a d i ferentes temperaturas . Antônio Romaniello Neto; Luiz Ronaldo de Abreu; Sandra Maria Pinto; Paulo Roberto Clemente; Fernando Antônio Resp l ande Magalhães ................................................................................. 9 3 R e s t r i ç õ e s ao d e s e n v o l v i me n t o da c a d e i a p r o d u t i v a do l e i te no B ras i l . R e s t r i c t i o n s to the d e ve l o p me n t o f m i lk p r o d u c t i v e c hain i n B razi l . Antônio Carl os Roriz M o raes; M aria Cristina Drumond e Castro ....................................................................................................................................... 16 4 Coleta de leite em latões e a granel: estudo de cas o . Leonardo Salgado Xavier; Sandra Maria Pinto; Luiz Ronal do de Abreu; Celso José de Moura; Paulo Roberto Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 5 Infl uência da mastite na qualidade do leite. Gilson Pinto Matioli; Sandra Maria Pinto; Luiz Ronaldo de Abreu; José Renaldi Feitosa de Brito; Luiz Antônio Miccoli Teixeira . . . ..... . . . . . ... . .. . . ... . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 27 6 C aracteri z ação do l e i te p r o d u z i d o na região s e rrana do e s t a d o de S a n t a C a tari n a , B ras i l . Characteri zation of M i lk Prod uced on Highlands of S anta Catarina State, B rasi l. Cristiane Pellizzaro B atalha; Honório Domingos B enedet . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. 3 3 7 O bten ção de fraç õ e s da g o r d u ra do l e i te p ara u t i l i zação em p r o d u t o s a l i m e n t íc i o s . Antôn i o Romaniello Neto; L u i z R onaldo de Abreu; S andra Maria Pi nto; Daise Aparecida Rossi; Fernando A ntôn i o R e s p l ande M agalhães . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 4 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" - Juiz d e Fora - VoI. 54 (314); 1-50 - Mai/Jun d e 2000 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GE C e n t r o Te c n o l ó g i c o I n s t i t u t o d e L a t i c ín i o s " C â n d i d o To s t e s " R e v i s t a B i mes tral E n d ereço: R e v i s t a d o I n s t i t u t o d e L a t i c í n i o s " C ân Te!.: 2 2 4- 3 1 1 6 - D D D: 3 2 / Fax: 2 2 4- 3 1 1 3 3 6 . 04 5 - 5 6 0 - J u i z de Fora - M i nas G e rai s - B digitalizado por arvoredoleite.org Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 2-2, 2000 Pág. 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 3- 8 , 2000 Pág. 3 Governo do Estado de Minas Gerais ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE MASTITE Itamar Franco (uma revisão) Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Raul Décio de Belém Miguel Gilson Pinto Matiolil Sandra Maria Pintol Luiz Ronaldo de Abreu2 Paulo Roberto Clemente I Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Márcio Amaral- Presidente Marcos Reis Araújo- Diretor de Operações T écnicas Marcelo Franco- Diretor de Administração de Finanças Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes Comitê Gerencial Geraldo Alvim Dusi- Chefe do CT/ILCT Paulo Henrique Fonseca da Silva- Seco Executivo Prog. ProC. Agroindustrial Regina Célia Mancini- Coord. do Programa Ensino Leite e Derivados José Lourenço Pereira Russi- Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças Nelson Tenchini Macedo- Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio Área de Difusão de Tecnologia Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes Luiza Carvalhaes Albuquerque Eduardo Hargreaves Surerus Corpo Revisor Luiza Carvalhaes de Albuquerque Paulo Henrique Fonseca da Silva Maria Cristina Drumond e Castro Jornalista Responsável Vania Lucia Alves Lacerda Reg. Prof. 4.729/MG Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores. Juiz de Fora, de 2000 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes, n. I - 1 946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios " Cândido Tostes", 1 946. v. ilust. 23 cm n. 1 - 1 9 ( 1 946-48), 27 cm, com nome de Felctiano, n. 20-73 ( 1 948-57), 23 cm, com o nome de Felctiano. A partir de setembro de 1 958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". A mastite bovina, também conhecida como m a m i te, v e m sendo c o n s i derada a e n fe r m i d ade m a i s i m p o rt a n te da p e c u á r i a l e i t e i r a , s e n d o d i s c u t i d a d e s d e o s é c u l o p a s s ad o d e v i d o a o s p rej u ízos q u e acarreta (Jord ão, 1 96 7 ) . M a s t i te é d e fi n i d a c o m o a r e a ç ã o i n fla matória d a glândula mamária (IOF, 1 9 87), a qual é caracterizada por alterações físicas e químicas do l e i te, r e p re s e n t a d a s p e l o a u m e n to d as c é l u l as s o m á t i c as no l e i t e (To l l e, 1 9 7 1 , 1 9 7 5 ) e p o r alterações patológicas na própria glândula mamária. S e g u n d o L an g e n e g g e r e t a I . ( 1 9 8 1 ) ; O t e n h aj m e r et a I . 1 9 8 9 ), e M e l c h ía d e s et aI . ( 1 9 9 3 ), a m a s t i te b o v i n a é u m p r o ces s o i n fl a m a t ó r i o d a g l ân d u l a m a m á r i a q u e a s s u m e rele vânci a econômica n ão só devido ao a u mento dos c u s t o s d e rep o s i ç ã o e à p e rd a d o p o t e n c i al genético dos ani m ais, mas também pelos e levados p rej u ízos deco rrentes da redução da quantid ade e da quali dade do leite, havendo, inclusive, riscos à s aúde pública pelo fato de o leite mastístico p oder v e i c u l ar a g e n t e s p at o gê n i c o s e r e s í d u o s de an t i b i ó t i c o s ao h o m e m, p r o v e n i e n te do t r a t a mento dos an i mas . A mastite u s u al mente é c a u s a d a p o r bactérias p at o g ê n i c as c o l o n i zad o ras da g l ân d u l a m a m ár i a. E s t a s b a c té ri a s e n t r a m n a g l â n d u l a m a m á r i a v i a c a n a l e s e m u l t i p l i c am d e n tr o d o ú b e re o u n o i n í c i o do d u c to. P o ré m, o I n terna tional D airy Federati on (I DF) reconheceu a exis t ê n c i a d e m as t i te a s s é p t i c a ou n ão e s p e c í fi c a (mudanças inflamatórias d a glândula mamária não c a u s adas por m i c ro rgan i s m o s ) . S e g u n d o A b r e u ( 1 9 9 9 ), a mastite p o d e s e r c a u s a d a também p e l o s seguintes fatores: E stágio de lactação avançada: E l e v ad a C C S p o d e s e r observada em vacas em final de l ac t aç ão, p ri nc i p al me n t e em vacas e m estágio d e l actação avançad a. Essa elevação p are c e s er p arte d o s i s t e m a d e r e s p o s t a I . Zootecnia - B rasil - Periódicos. 2 . Laticínios - B rasil - Periódicos I . Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. ISSN 0 1 00-3674 CDU 636/637(8 1 )(50) i m une do a n i mal para au mentar os meca n i s m o s d e d e fe s a d a g l â n d u l a m a m á r i a i me d i a t a m e n t e a p ó s o p ar t o . E n t reta n t o , q u art o s s e m i n fe c ç ão geral mente t ê m u m a brusca diminuição n a C C S dentro d e poucos d i as após o p arto. Idade do animal: Vacas com id ade avan çada tendem a p ro d u zir leite com CCS mais elevada. Stress: V ários tipos de stress p odem causar a elevação da C C S do leite. As con tagens mais b a i x as s ão geral mente observadas em v ac as que s ão mantidas em locais l i mpos e c o n fo r tá v e i s . Estação do ano: A s condições do tempo e o manej o s ão fato res i m p o rtan tes no con trole d a mastite. O aumento d a i n cidência de m as t i t e c l í n i c a n o verão é geral mente devido às altas temperaturas e umidade, que a u m e n t a m o n ú m e r o d e m i c ro r g an i s m o s . patogêni c o s . I njú rias na g lândula mamária: A s i nj úrias d o tecido m amário, m e s m o s e m a presença de infecção, p odem elevar tempo rari a m e n te a C C S , que n o r m a l mente tem curta d u ra ç ã o , v o l t a n d o ao n o r m a l l o g o a p ó s a c i c a t r i z a ç ã o . E n t re t a n t o, t e c i d o s inj u riados s ão m u i t o suceptíveis à infecção. Causas indiretas: Ordenha c o n d uzida de forma i n adequada, principal mente a mecâ ni ca, quando não se reg u l a corretamente o v á c u o ou não se r e t i ram as tetei ras após esgota completa da vaca, dentre várias outras. I N T RO D UÇà O 1. T IPOS DE MASTITE S e g u n d o N i kers o n ( 1 9 8 6 ), a doença pode s e man i festar de d u as formas d i s t i n tas: c l ínica e s u b c 1 í n i c a . A p r i m e i r a c ar a c t e r i z a - s e p o r s e r fac i l m e n t e re c o n h e c i d a d e v i d o à al t e r aç õ e s v i s íveis tanto n o l e i te c o m o no úbere d o animal, tais como grumos e pus formados pelos leu cócitos que pass aram p ara o leite, pela p resença de leite Aluno do Curs o de Pós-graduação do Departamento de C i ê n c i a dos A l i mentos/UFLA. 2 Pro fe s s o r do Dep artamento de C i ê n c i a dos A l i mentos/UFLA. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Toste s " , M aio/Jun, na 3 1 4. 54: 3-8, 2000 4 aqu o s o ou p elos s i n ais de i n flamação v i s ível d o úbere, q u e se apresenta avermelhad o , endurecido, quente e dolori do ao tato. Já na forma subclínica. muitas vezes não é percebida. já que tanto o leite c o m o o a n i m al a p r e s e n t a m - s e a p aren t e m e n te normais. Mastite clínica: É o t i p o q u e p o d e s e r vis u alizada através das condições anormais do ú b e r e . S e c aracteri za p elas alterações p r e s e n te s n o leite, como c o á g u l o s, leite a g u ad o , ú b e r e i n ch ad o , d o l o ri d o , a v e r melhado e quente. Representa em torno de 5% dos casos de mastite (C orre i a , 1 9 8 9 ) . Mastite subclínica: É u m a forma d e mas tite n a qual não ocorre inchaço do úbere ou a n o rm a l i d a d e s v i s ív e i s n o l e i te, e m b o ra sej a m c as os que possam ser detectados p o r testes especi ai s . Este tipo de mastite é o d e m a i o r ocorrência, em t o r n o de 9 5 % , e causa o s maiores p rej u ízos econômicos pelo fato de ser de d i fícil detecção pelos produtores m e n o s av i s a d o s ( C o rre i a , 1 9 8 9 ) . Segundo Auldist e H ubble ( 1 9 9 8 ). a mastite, tanto na fo rma clín ica como na s u bclínica, afeta a p r o d u ç ã o e a c o m p o s i ç ã o do l e i t e e de s e u s d e r i v a d o s , a l é m de c a u s a r p roblemas de s a ú d e p ú bl i c a através do c o n s u m o de l e i t e e deri vados c o n t a m i n ad o s . A m a s t i te s u b clín i c a s e torna a fo r m a m a i s i mp ortante, p o i s o c o rre c o m m a i o r fre q u ê n c i a. N o rmal m e n t e a n t e c e d e a fo rma clí nica, sendo necessário u m a aten ç ão maior nesta fase da doença; geralmente de longa d uração; reduz c o n s i d e ravelmente a p r o d u ç ão e afeta negati v a mente a qualid ade do leite. 1 . 1 . Agentes cau sadores N o c ard e Mollereau, em 1 9 8 4 , isolaram o p r i m e i r o a g e n t e e t i ol ó g i c o da m a s t i te b o v i n a. i d e n t i fi c a d a m a i s t a rde c o m o p e r t e n c e n t e a o gênero S treptococcus . N o B rasil este foi também o pri m e i ro gê nero i s olado de a m o s t ras de le i te mastítico, em 1 9 3 1 , por Rei s e Swenson (Costa et ai., 1 9 9 4 ) . De a c o rd o com e s t u d o s d e s e n v olv i d o p o r B ri t o e t a i ( 1 9 9 7 ) , e x i s te m 1 3 5 e s p é c i e s , s ub e s p é c i e s e s oroti p o s de m i c rorgan i s mos, q ue incluem b actéri as, leveduras, fungos, vírus , mico plasma e algas, que p odem ser isoladps do leite de v a c as c o m m as t i t e , s e n d o q u e a m a i o r i a d a s i n fecções t e m origem b acteriana e c erca de 90% de t o d o s os c a s o s s ã o d e v i d o s a u m red u z i d o n ú mero de espécies. Em gerai, a s b actérias estão e m maior n ú mero, destacando-se o Streptococcus spp e Staphylococcus s p p como os mais frequentes (B rabes , 1 9 9 9 ) . O s agentes i nfecciosos mais freqüentemente is olados por Ou Prerez ( 1 9 8 5) dos canais dos tetos de vacas foram StaplzilocoCCllS coagulase negativa (45 % ) , Staph ilococcus a ureus ( 1 8 % ) e C. bovis ( 1 6 % ). H armon et al. ( 1 9 8 6 ) i d e n t i fi c aram 46% de q u a rt o s i n fe c t a d o s p o r C. b o v i s. T i m m s & S chultz ( 1 9 8 7 ) relataram q u e a alta i n c i d ê n c i a , l o n g a d uraç ão, m u danç as n a c o m p o s iç ão do leite e queda n a produção, causadas pela i n fecção por StapJzylococcus c o agulase negat i v a , j u s t i fi c a m a atenção a estes m ic rorgan i s mo s como causadores d a m astite b o v i n a. 1 . 2 . M étodos de diagnó stico P ar a s e d i a g n o s t i c ar a m a s t i t e , p o d e m o s ci tar o Tam i s o u teste da caneca de fundo p reto, CMT e Co ntagem de c élulas s omáticas. O teste d a c aneca telad a, caneca de fu ndo p reto o u Tamis é u tilizado ao pé do ani m al antes de s e i n i c i ar a o rdenha, fac ilitando a observação de grum o s , pus, filamentos e s oro quando despre zados os pri meiros j atos de leite . Tem como obje t i v o detectar a mastite clí n i c a (Rad o s t i s , 1 9 9 4 ) . No CMT, Cali fórni a Mastitis Tests, o DNA do núcleo de células so máticas é o p rincípio ativo p re s e n te no leite que é ro m p i d o p elo reagente, formando u m gel. A p ós a mi stura do lei te com o reagente, o res ultado é inte rpretado como reações negativas, traços, 1 , 2, 3 , dependendo da quantidade de formação de gel na amostra. O CMT é bastante usado no laboratório e no campo, tendo a vantagem de p oder ser u s ado no leite total de uma vaca, de galões individuais e de um tanque reservatório de um rebanho, bem como de quartos individuais (Schalm, 197 1 ; Blood & Radostisis 1 98 9 ) . A c o ntagem de c élulas s o máticas (C C S ) é o utro método p ara detecção da mastite subclínica e corresponde ao aumento do nú mero de leucócitos presentes n o leite, sendo a maioria correspondente a neu trófilos polimorfo n u cleares, provocados pela in vasão da glândula mamária por mi crorganismos. Essas células fazem parte do mecanismo natural de defesa do ani mal, migrando da corrente circulatória p ara glând ula mamária, e conseque nt e mente p ara o le i t e . A CCS no lei te, q u an d o c o m p arada c o m o u tr as p ro v as, identi fi c a c o m m a i o r a c u r á c i a o s q u art o s p o rtadore s de i n fe c ç ão i ntram amári a . A s u a deter m i n ação é um método c on v e n c i o n al e amplamente utilizado para o diagnóstico da mastite subclínica, principalmente naquelas regiões em que e x i s t e uma ati v i d ade leite i ra mais desen volv ida, sendo uma fe r r a m e n t a v al i o s a p a r a aj u d a r os p ro d u t ores de le ite na aval i aç ão d a p re s e n ç a de m a s t i t e em seus rebanhos (T i m m s & S chultz, 1 9 8 7 ; H e e s chen & Reichmuth , 1 9 9 5 ) . A C C S é u m a t e n d ê n c i a e m p aíses e c o n o m i c a m e n t e d e s e n v ol v i d o s , q u e e x i g e m Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n a 3 1 4, 54: 3 - 8 , 2000 p agamento do lei te por q ualidade, p o r se mostrar mais pre c i s a que o C M T. Este método pode ser feito de duas maneiras, em grande escala, por um a p arelho c h a m a d o d e C o n t ad o r Ele t rôn i c o de C él u l a s S o m á t i c as (Fo s s o m at i c 9 0 ) , ou em labo ratório, através de v i s u alização em placas de petri marcadas (Araújo & Andreoli 1 996, Cruz el ai 1 9 9 7 ) . 1 .3 . C u sto do problema M a s t i te é a i n d a a terceira p ri n c i p al c a u s a p ara o descarte de vacas, atrás da b a i x a p rodução de leite e dos problema repro d u t i v o s , que conti nuam a ser as duas principais causas p ara descarte . Mastite é res p o nsável p o r p raticamente 1 0% d o s a n i m a i s d e s c ar t a d o s ( M o n ar d e s , 1 9 9 0 ) . D e s t a forma, o c u s t o de uma reposição p recoce d e v e ser c o n s i d erad o . Em 1 97 5 , foi estimado q u e a mastite causou perdas de 38 m ilhõ e s de to neladas de leite p o r a n o e m todo o mundo devido a casos observáveis de mas ti te. Perdas podem representar mais de 200 milhões de dólares no Canadá. N o que diz respeito ao rebanho , o custo anual da mastite deve vari ar entre $ 1 40 a $ 3 0 0 d ólares p o r vac a. No B ras il. p re s u m e - s e q u e 4 7 % do rebanho le i t e i ro a p re s e n t e m m a s t i te s u bclín i c a , e n q u a nto 3% a p re s e n t a m a c l í n i c a. E 5 0% d as v a c as l e i t e i ras possuem quartos i nfectados ( We i t z, 1 9 7 5 ). O m o n i t o ramento da C C S permite a ava l i aç ã o d o n ível e d u r a ç ão d a m as t i t e e d a e fe ti vid ade d o s procedimentos de c o ntrole. 2. RENDIMENTO DO LEITE MASTÍTICO NA FABRICAÇÃO D E QUEIJO O processamento i n d u s trial é afetado pela c ontagem de células s o máticas. A produção de queij o é b aseada na c o agu lação d o lei te e i n c o rp o ração de caseína ao retí c ulo do coalho. Como o leite com alta CCS apre s enta menores teores de caseína, e menor quanti d ade de c a s e í n a m i c elar, a c o agulação d o leite Tabela 1 - Pág. 5 e n v ol v e a fo r m a ç ã o de g r a n d e s a g re g a d o s micelares de oc orrê n c i a n at u ral d o s mi céli os d e caseína (Sharma & Rand olph 1 9 74). P ortanto, é compreens ível que leite com alta CCS possua um m e n o r rend i me n t o q uej e i ro . E s t a hi p ótese fo i veri fi cada p o r B as u aldo et a i . ( 1 99 3 ) , que n u m estudo de CCS e aptidão de c o a g u l a ç ã o do lei te, c o n c l u í r a m q u e e x i s t e c o rrelação en tre C C S e velo c i d ade de aqu i s i ç ão de fi r m e z a , o q u e p ro v o c ar i a me n o re s r e n d i m e n t o s q u ej e i ro s . G r a n d i s o n & F o r d ( 1 9 8 6 ) também afirmam q u e u m au mento n a proporção de leite com alta C C S n a fab r i c a ç ã o de queijo r e d u z p r o g re s s i v a m e n t e a fi r m e z a . S e g u n d o H ampton & Rand olph ( 1 9 6 9 ) , a firmeza d o c o á g u l o , e m l e i t e m a s t í t i c o , s e ri a 7 0 % m e n o r q ue no l e i t e n o rmal. Não só o ren d i mento industrial é reduzido p el a alta C C S , c o m o t a m b é m a q u ali d ade do produto é re d u z i d a p o r alte rar as p r o p ri e d a d e s organolé p t i c as e o t e m p o de pratelei ra dos pro d u tos. Por exemplo , o au mento de ácidos graxos de cadeia c u rta leva à p resença de sabor e odor des agradável nos produtos. O p r i n c i p al p r o b le m a q u e a fe t a o l e i t e UH T (e s t e r i l i z a ç ã o a a l t a t e m p e r a t u r a ) é a gelatação, i s t o é, a fo r m a ç ã o de gel d e v i d o à a g re g a ç ã o de c as e ín a m i c elar. E s t e p ro b le m a re d u z o t e m p o de p ratele i ra d o p r o d u t o e , se g u n d o A u ld i s t e t aI. ( 1 9 9 6 ) , a alta a t i v i d a d e p roteolít i c a do lei te c o m a l t a CCS pode acelerar o p r o c e s s o de gelat a ç ã o. S eg u n d o Informat i v o H a-la B i o t e c , na 2 0, de março de 1 9 94, a m u d ança na c o m posição do leite d e v i d o a m a s t i t e c a u s a grande p e rd a do rend i mento na fab ricação de queij o. Desta forma, há uma exigên cia de maior tempo de coagulação e u m a d i mi n u i ç ão na estabilidade do aqueci mento d u r a n t e a p r o d u ç ã o d e l e i t e e m p ó e de le i t e es terili zado. P o r e s s a d i m i n u i ç ão da es tabilidade, há u m a re d u ç ã o s u b s t a n c i al n o te m p o de v i d a destes p rodutos lácteos. N a fabricação de queij o s , podemos avaliar a b a i x a no rendimento da segui nte m anei ra: Relação entre CMT, CCS e perdas na produção de leite. Reação do CMT Correspondência em C CS Perdas na produção de leite 5% O 1 40 . 0 0 0 a 1 9 5 . 000 Traç o s 2 2 5. 000 a 3 8 0 . 000 8% 1 4 2 0. 000 a 1 . 2 0 0 . 00 0 9% a 1 8% 2 1 . 2 8 0.000 a 2 . 2 8 0 . 000 1 9% a 25% Fonte: A d aptado de Philpot & N i c kerson ( 1 9 9 1 ) digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Maio/Jun, nO 3 1 4, 54: 3-8, 2000 6 Tabela 2 - Re l aç ã o e ntre C C S e rendi mento de 2 . 2 . Efeitos na composição do leite de albumina e i mu noglobulinas na glândula, o que A m as t i te c a u s a a l t er a ç ão na c o m p o s i ç ã o contri b u i p ara o aumento de proteína do lei te. A red ução do teor de c aseína é devida a dois queij o . Cél u l as s o m át ic as/ml < 1 0 0 . 00 0 Kg queij o/lOO K g leite fatores p ri n c i p ai s : a m a i o r a,ti v i d ade e n z i m át i c a s a n g u í n e o s e a h ab i l i d ad e d e s ín t e s e d o te c i d o s ecretor (Pere i ra et a I . 1 9 9 7 ) . do l e i te c o m a l t a C C S , q u e l e v a a a t i v a ç ã o d a p l a s m i n a (pri n c i p a l e n z i m a caseol íti c a do leite). e a alteração do balanço caseína micelar e sol úvel, S o máticas, Parámetros Fisico-quimicos y A ptitud a l a C o a g u l a c i o n de Leches pois à medida que a caseína se solubiliza. maior é C r udas. L a l i lllellta c i ó n L a t in o a m erica n a. a p o s s i b i l i dade de prote ólise (Zac hia et a1 . 1 9 9 2; K i t c he n 1 9 8 1 ). B u e n o s A i re s, v. 2 7 , n . 1 9 8 , p . 4 0 - 4 2 , o ut. 1 993. 240. 000 9,748 4 9 6 . 000 9,6 8 6 640.000 9,430 q u e fab r i q u e 1 0 0 . 000 K g/ l e i te/d i a e m q u e ij o d o t i p o G o u d a, c o m u m a contagem média d e 6 4 0 . 0 0 0 c é l u l as s o m á t i c as / m l , t e r í a m o s u m a p r o d u ç ã o d e 9 . 4 3 0 Kg/q u e ij o /d i a , c o n t r a u m v a l o r i d e a l d e 1 0. 000 Kg. U m a perda, p o rtant o , d e 5 7 0 Kg / q u e i j o / d i a. A o p r e ç o m é d i o d e U S $ 3,00/Kg, teríamos u m a falta d e US$ 1 .7 I O/dia em q u e ij o s, o q u e é i g u a l à U S $ 5 1 . 3 0 0/mês, I p e l a s i m p l e s razão de estar s e n d o ad q u i ri d o l e i te c o m p r o b l e m a s d e m a s t i t e (s u b c l í n i c a o u clínica). N o q u e d i z re s p e i t o ao l e i te esteri l i zad o , a u t i l i zação d e m a téria- p r i m a c o m alto conteúdo d e c é l u l as s o m á t i c a s p o de rá p r o v o c ar a p re c i p i t a ç ã o d a c a s e í n a a o l o n g o d o t e m p o de v i d a d o p ro d u t o . A p ro d u ç ã o d e l e i t e e s t e re l i z a d o c o m l e i te i s en t o de m a s t i te p od e r i a aumentar o "s h e l f l i fe " do m e s mo p ar a a l é m d o s 90 d i a s a t u a l m e n t e i n d i c ad o s p e l a m a i o ri a d a s u s i n as b ras i l e i r a s . 2.2.1 Gordura N o rmalmente, o teor de gordura é reduzido com o au mento da contagem de célu l as s omáticas, mas se a d i minuição da produção de leite for mais acentuada que a dimi nuição da produção de gordura, o c o rre con centraç ão, au mentando seu teo r. A c o m p o s i ção da gordura do leite também é a l t e r ad a . R a n d o l p h & E rw i n ( 1 9 7 4) e n c o n S e g u n d o Informativo Ha-la B i otec (n° 20, m a r ç o d e 1 9 9 4 ) , d i fe re n ç a n a c o m p o s i ç ã o do l e i t e s e g u n d o c o n t a g e m de c é l u l as s o m át i c as n o r m a i s ou al tas. disponibilidade de glicose na glândula como tração de ácidos graxos l i v res ( A G L) de c ad e i a ( 1 9 8 1 ) cita que j á s e c hegou a propor o monito r a m e n t o da m a s t i t e n o re b a n h o v i a m o n i t o c u r t a , re l a c i o n a d a c o m o l e i t e c l a s s i fi c a d o p o s i t i v am e n t e p ar a m a s t i te. O a u m e n t o d e s s e s l ipídios seri a d e v i d o ao aumento da passagem d e l i p í d i o s p l a s m át i c o s p ara o i nteri o r da glândula, c a u s a d a p e l o a u m e n t o de p e rm e ab i l i d ad e d o s c ap i l ares s an g u í n e o s , e d e v i d o ao fat o d e l e i te c o m alta c o ntagem de c é l u l as s omáticas p o s s u i r m e n o r q u antidad e de membrana d o s g l ó b u l o s d e g o rd u r a ( q u e t e m u m a fu n ç ão d e p ro t e ç ã o ) , permitindo u ma maior ação das l i p ases, formando m a i s A G L . E rw i n & R a n d o l p h ( 1 9 7 5 ) e n c o n t r a r a m , e m l e i t e m a s t ít i c o , a p r o x i m a d a m e n te 1 0% menos membrana de g l ó b u l o de gord u a que e m l e i te n o rm a l . do leite alteram s u a q u alidade. Por exemplo, S o uza ( 1 9 8 8 ) afi rma que os á c i d o s graxos l i vres e de b a i x o p e s o m o l e c u l a r d ã o a o l e i te u m s a b o r des agrad ável p arti c u l ar. P o r é m , s e g u n d o K i t c h e n ( 1 9 8 1 ) , as alte rações no teor e c o m p o s i ç ão da gordura do leite s e r i a m p e q u e n as e só i r i a m o c o rrer de maneira > 2 . 000. 000). 2.2.2 Proteína A proteína do leite tem seu teor e compo s ição alterados por aumento de contagem de cél ulas s o mát i c a s . Normal (%) Contagem de (%) Células Altas % do Normal S ólidos totais Lactose 13.1 4.7 1 2.0 4.0 92 85 ticas apresenta u m m a i o r teor de proteína total, Gordura 4.2 3.7 88 de proteína d o s o ro, e apresenta menores teo res Cloretos de c aseína. sheep, pigs, goats and horses. 7 ed. London : B ai l l iere T i n d al l . 1 5 0 2 p . , 1 9 8 9 . B RABES, K. C . S . Iden tificação e e Classificação de estajUococos toxigênicos em leite de vacas m a s tít i c a s . L a v ra s : U FL A , D i s s e r t a ç ã o ramento d o teor de l actose n o l e i t e . Entretanto, d e l ac t a ç ã o , n ú me r o d e l ac t a ç õ e s e v a r i a ç õ e s causadas p e l o manej o . mes trado, 1 9 9 9 . B RITO, J . R . F. re c u r s o d iagnóstico d a s mastite s ubclínica e m relação à con tagem d e cél u l as s o máticas. Pes q u is a Trabal hos citados afirmam que leite com teor de Veterinária Bra s i leira, B ra s í l i a , v. 1 7 , n . 2 , lactose menor que 3 , 8% usual mente tem CCS maior que 1 . 000.000, e leite com mais de 5% de lactose p . 4 9 - 5 3 , abr/j u n . 1 9 9 7 . te m CCS menor que 1 00.000 (Pereira et a!. 1 997). 2.2.4 Sólidos totais A s b y et al.( 1 9 7 7 ) i n d i c a m u m a t e n d ê n c i a de q u e d a do t e o r de s ó l i d o s totais com o aumento da CCS, o que é confirmado por Philpot & Nickerson ( 1 9 9 1 ) ao afirmarem que os sólidos totais s o frem queda de 3 a 1 2% com o aumento da CCS . C O RRE I A , W. M ; C O R RE I A , C . N. M . Enfermi dades enfecciosas dos mamíferos domésticos. S ão P au l o : J. M. 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" c o m o A méd i a n o l e i te normal s e r i a 4,8%, e abaix o de 4,6% o leite seria considerado anormal. 0.091 1 57 B LOOD . D . C.; RADOT I T S , O. M . Veterinary Medici ne: a textbook o f the diseases of c attle, Leite c o m alta c o ntagem de c é l u l as s omá O a u m e n t o d e p ro t e í n a total e d o soro e n t re e l R e c u e n t o M i c r o s c ó p i c o D i r e t o ( R M D) d e C é l u l a s é necessário corrigir o nível de lactose para estágio Proteína total S ód i o BASUALDO, S . Relación níveis de l actose p o d e m s er c a u s ados p o r menor resu ltado d e redução do fl uxo s anguíneo . Kitchen significativa quando a infecção se tornasse severa Relação da c o m p o s i ção do leite c o m CCS normal e alta. A alta co ntagem de cél u l as s o mát i c as leva à red uç ão do teor de lactose do l ei te; red u z i d o s grax o s de cadeia l onga e u m au mento da concen (CCS Tabela 3 2.2.3 Lactose traram u m a q u e d a n a c o n c e ntração de á c i d o s Tais m udan ças na c o n s ti t u i ção da gordura 2 . 1 . Composição d o leite em relação a contagem de c élulas somáticas Medida A lls tra l i a n J O llrn a l of D a iry Tec h n o l ogy, H i ghett, v. 5 3 , n . l , p . 2 8 - 3 6 , A p r . 1 9 9 8 . 1 0 ,000 S e t i v e r m o s c o m o e x e m p l o u ma q ueij ari a I, Pág. 7 do l ei te p o r alte rar a permeab i l i d a de d o s v as o s Segundo I n fo rmati vo H a - l a B i otec (n° 20, m arço de 1 994). I, II' Rev. Jnst. Latic. " C ândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 3 - 8 , 2000 S to rage Life of Ul tra Hight Temperature Mi lk. JOllrna l of Da iry Research, London , v. 6 3 . n 3, p. 3 7 7 - 3 8 6 , a u g. 1 9 96. G R ANDI S O N, A . S . ; F O R D , G . D . 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Fernando Antônio Resplande Magalhães3 RESUMO o presente trabalho foi desenvolvido nos Laboratórios de Laticínios e de Análise Sensorial, do Departamento ' de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras. Foram analisados pães de queijo preparados com três temperaturas de fracionamento da gordura anidra do leite (Butteroil), 28°C, 25"C e 22"C, tendo como controle a gordura integral. As gorduras foram submetidas ao método de fracionamento a seco, com o objetivo de concentrar os ácidos graxos de cadeia curta para conferir sabor e aroma, ''jlavor'' e "11louthfeel" ao pão de queijo com ela elaborado. O pão de queijo elaborado com as diferentes frações de gordura foi submetido ao teste triangular de análise sensorial, observando se que nenhuma das frações de gordura pôde ser considerada semelhante ao controle. Somente as frações 25°C e 28°C foram iguais entre si , tendo diferenciado de todas as outras a fração a 22"C, a qual foi a fração que obteve preferência entre os provadores, tendo sido eleita para se estudar os atributos sensoriais. A utilização de gordura do leite fracionada mostrou-se uma técnica viável na obtenção de produtos de qualidade. l . INTRODUÇÃ Ü Dentre os atributos de uma análise sensorial, o flavor de um alimento é u ma resposta integrada, envolvendo c ontri b u intes p rincipais das sensaç ões de aroma e sabor, sendo que a cor e a textura podem também modificar a avaliação s u bj etiva global de u m flavor p artic ular ( Chaves , 1 9 9 3 ) . De maneira geral, cons idera-se que o odor o u aroma s ej a o mais i mp o rtante fator i s olado a contri b u i r p ara o flavor c aracterí s t i c o na m a i o r i a d o s ali ment o s . O s á c i d o s g r a x o s d e c a de i a c urta s ã o o s compostos q u e mais contribuem p ara o flavor nos produtos lácteos e nos p rodutos em q ue a gordura d o leite é u t ilizada como i ngre d i e n te ( Gresti e t . aI . , 1 9 9 3 ) . E m muitos p aíses da Europa e nos Estados Unidos, a utili zação de gordura do leite contendo m a i o r c o n c e n t ra ç ão d e s s e s á c i d o s grax o s e s t á o c o r re n d o d e fo r m a c re s c e n te e m p ro d u to s de p ad ari a e e m p ro d u t o s e x t ru d a d o s , aumentando c o n s i d eravelme n te a acei t a ç ão d e s te s p r o d u t o s p e l o s c o n s u m i d o r e s . N o B ra s i l , e s s a p r át i c a é adotada em es cala muito red uzida e somente por algumas i n d ú strias multinacionais que i m p o rtam esse tipo de gord ura de suas matri zes . 2 ZAC H I A, F.A. Manual da produção leiteira. 2 ed. Porto Alegre: C C G L , 1 9 9 2 . 7 0 1 p . Pág. 9 3 D e n t re o s p r o d u t o s b r a s i le i r o s , aq ueles ela b o r a d o s com o p ol v i l h o a z e d o p ar e c e m ser o s m a i s p ro p íc i o s p ara a u ti l i z a ç ã o desse ti p o d e g o r d u r a . O p ol v i l h o a z e d o é u m p r o d u t o o b t i d o d a fe r m e n t a ç ão d a fé c ul a de m a n d i o c a , extraíd a p o r p ro c e s s o s q u e variam d e artesanais , b as t ante r ú s t i c o s , àqu eles de m é d i as a grandes i n d ú s t r i a s . As i n d ú s t r i a s d e p o l v i lh o s e e n c o ntram n o s e s t a d o s d e M i nas G e r ai s , S an t a C a tari n a , P a r a n á e S ã o P a u l o , c o m m a i o r v o l u m e de p ro d u ç ão n o e s t a d o de M i n a s G e rai s , p r i n c i p al m e n t e n a s r e g i õ e s d e D i v i n ó p ol i s e P o u s o Aleg r e , o n d e 1 07 e 69 fábr i c a s , res pe c t i v am e n t e , c o m c a p a c i d a d e d i ária d e p ro ce s s ar 1 a 1 2 0 t o neladas de r aí z e s p o r d i a , j á foram c ad a s t rad as p el a E M ATE R - M G . O p r o c e s s o d e p r o d u ç ã o d o p ol v i lh o , q u alquer q u e sej a o nível técnico da indústria, s e b a s e i a n a s s e g u i n tes e t ap as: lavagem e descas camento, ralação, extração quando se separa o leite de fé cula da m a s s a , p u r i fi c a ç ã o da féc ul a , fermentação e secagem. D urante a fermentação da fécula o c o rre red ução de pH do meio, o qual se estabiliza em torno de 3 ,0 . Assim, o polvilho pode ser c o n s i d e r a d o c o m o um m e i o p ro pí c i o à m a n u t e n ç ã o d o s ác i d o s g r a x o s s o b a f o r m a Aluno do Curso de Pós -graduação em de Ciência dos Ali mentos/UFLA. Profe s s o r Adj u nto do Departamento de C i ê n c i a dos Ali mento s/UFL A . Professor e Pesqu i s ador do CT/lLCT-EPA M IG , J u i z de Fora - M G , Aluno do Curso de Pós graduação em de Ciên c i a dos Alimentos/UFL A . digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 0 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 9- 1 5, 200 0 p rotonad a, c ontribuindo para o flavor peculiar d o produto c o m ele elaborado, Cereda e Giaj-Levra (1987). D e n tre o s p r o d u t o s de p olvilho a z e d o , o pão de queijo e o biscoito s ão os mais cons u midos na região s ul de Minas Gerais. A n álise s e n s o rial, segundo uma d e finição, p reparada pela Divisão de Avaliação Sensorial do I n s titute o f Food Tec h n ology sts - 1FT ( 1 9 8 1 ), é u m a "di s c ip li n a c i e n tífica u s a da p a ra evoc a r, m e di r, a n a l isa r e i n t e rpre ta r re a ç ôes àq u e la s c a ra c te rís ticas dos a li m e n tos e m a t e ria is como elas são percebidas pelos sentidos da visão, o{(ato, g o s t o , tato e a u dição". Te s t e s s e n s o riais s ã o e s s e n cial m e n t e p ro c edime n t o s u tilizad o s pelas indú strias p ara aferir a qualidade de u m p roduto. E s s e s t e s te s p o d e m ser s u bj etivos e c o n s o m e m algum tempo, sendo a interpretação d o s resultados de grande utilidade ( Rosaric, Duong e Surcek 1 973 ) . D e a c o r d o c o m S awy e r ( 1 9 7 I ), u m a das principais aplicações d a avaliação sensorial é no c o ntrole d e q u alid ade, p ois alg u n s atrib u t o s de q u alidade podem ser medidos objetivamente c o m o u s o d e i n s t ru me n t o s apro p riados, mas m uito s o u tros n ã o p o d e m , p o r c au s a d a c o m plexidade inerente a esse processo. Nesses casos, o emprego de equipamentos é valioso e de grande importância, mas apenas em limitadas aplicações. O auxílio da v i s ã o , i n e g av e l m e n te, as s u me p o s i ç ã o fu n d a m e n t ai e m c o n t role de q u alid a d e e d e s e n v ol vimento de p ro d u t o s ( S tewart, 1 97 I ). Segundo o 1FT ( 1 9 8 1 ), as aplicações mais comuns das técnicas de avaliação sensorial s ão as seguintes: no desenvolvimento de novos produtos, no m e l h o r a m e n t o de p ro d u t o s , n a alteração de processos, na red ução de custos ou substituição de uma matéria-prima, no controle de q u alidade, na estabilidade, no armazenamento, na classificação d e p r o d u t o s , n a a c e i t a ç ã o ou em o p i n i õ e s de c o n s u mid o re s a c e r c a de al g u m p r o d u t o , na p r e fe rência dos c o n s u mid o res, na sele ç ã o e no trein am en t o de j ulgad o res e na c o rrelação entre avaliações sensoriais e medidas físicas ou químicas. Sidel, S tone e Blo mmquist ( 1 9 8 I ) clas sifi c aram os testes sensoriais, de acordo com o critério de seleção de j ulgadores e as tarefas específicas, em q u a tro tipo s básic o s : testes afetiv o s, discri minatórios, descritivo s e de q u alid ade. O s testes afetivos, segundo o 1FT ( 1 9 8 1 ), s ã o u tilizad o s p ar a av aliar a p r e fe rê n cia o u a a ceit a ç ã o de p ro d u t o s . Os p rin c i p ai s m é t o d o s emp regados p ara tes tes afetivos s ão: comparação pareada, ordenação, comparação múltipla e escala hedônic a - verbal e facial (1FT, 1 9 8 I ) . Testes dis c riminatórios p o dem ser de d ois tipos: de diferença e de sensibilid ade. O primeiro tip o avalia se amostras podem ser diferenciadas, levando-se em consideração algum nível de proba bilid a d e ( p o r e x e m pl o , p<0, 0 5 ) , e n q u a n t o o s e g u n d o m e d e a h abilid a d e de j ul g a d o r e s e m d e t e c t ar c aracterísticas s e n s o ri ai s . O s m é t o d o s p ara testes de diferença s ão: c o mp aração p areada direcional, duo-trio, triangular, ordenação e compa r a ç ã o m úl t i p l a . O s m é t o d o s p ar a t e s t e s de sensibilidade são o s estudos de limiar (limiar de diferença, limiar de reconhecimento, etc . ) e testes de diluição. O b jeti vo geral O o bj e tivo d e s te trabalho é o de a v aliar s e n s o rialmente o s p ro d u t o s elabo rad o s com pol vilho azedo e frações de gord ura do leite com alta con centração de ácidos graxos de c adeia curta. características s emelh antes às marcas comerciais m ais bem aceitas no mercado regional . A s p o rc e ntage n s d a fo r m u l a ç ã o a d o t a d a a p ó s e x au s t i v o s t e s t e s de p anific a ç ã o fo ram a s seguintes: 34% polvilho azedo, 3 , 5 % de polvilho d o ce, 3 0,5% de leite longa vida desnatado, 2,5% d e fari n h a de m il h o , 1 3 , 5 % d e á g u a , 1 0% de gordura fracio n ad a, 5 % de o v o s e 1 % de s al . O p ão de queijo controle foi fabricado u tilizando-se a mesma formulação, porém, com a gordura anidra do leite em sua forma integral, ou seja, sem sofrer fracio n a m e n t o . O bjeti vos específi cos 2. MATERIAL E MÉTODOS O tra b alho foi realizado nos de Laticínios, de G rã o s e Cereais S e n s o ri al, do D e p a rt a m e n t o de Alimentos d a Universidade Federal ® c;> Sova do Polvilho �c;> � E scaldamento Laboratórios e de A n álise Ciência d o s de Lavras . c;> I I <!=J -I} 3 . 1 . S eleção de provadores Para que os res ultados da avaliação sensorial s ej a m m ais p recisos e e x atos há neces sidade d e uma seleção prévia d o s j ulgadores, p ois a s pessoas quando submetidas a um destes testes, apresentam desempenhos hetero gêneos e m função do c aráter s u bjetivo d as resp ostas aos estímulos envolvido s e m u m e x p e riment o s e n s o rial. Para esta seleção, foram c o n vidados vinte de sexo, idade, etc. Foi e m p re g a d o o M é t o d o de A mplit u d e Escala q u e , segundo C haves e Sproesser ( 1 99 3 ), é u ma técnica q u e c o n si s te em p r e p arar lo tes de s oluções para um dos gostos primários (nesse caso, gosto d o c e ) , v aria n d o a con centraç ã o . Foram pre p aradas, em erlen me yers, q u atro s oluções aq u o s as de s a c arose e m c o n centraç õ e s de 0,20; 0,30; 0,45 e 0,70% (p/v ) . N u ma primeira M i stu ra M ol dagem 2 . 1 . Fracionamento da gordura anidra (butteroil) - Fluxograma do processo de fabricação do p ão de queij o . Figura 1 O fra ci o n a m e n to da g o r d u r a do leite foi realizado pelo processo de fracionamento a seco, utilizando-se u m becker de cinco litros colocado e m b an h o - m aria n a t e m p e ra t u r a d e s ej a d a p ara cada fracionamento e um agitador girando lenta mente d u rante cinco h oras. Após este período, a gord u ra na forma líquida foi filtrada em p apel de filt ro c o m a u x ílio de b o m b a de v ác u o, c o m o objetivo de se aproveitar s o mente o filtrado p ara a fabricação dos "pães de queijo". F o r a m re alizad o s t r ê s fra c i o n a m e n t o s a partir da gordura anidra do leite (butteroil), sendo o primeiro a 2 8 °C, o segundo a 25°C e o terceiro a 2 2°C. O objetivo foi concentrar os ácidos graxos de c a d e i a c u rt a e a n al i s a r q u i m i c a m e n te a distribuição deste s ácidos graxos e sensorialmente qual destas frações confere melhor flavo,. aos pães de q u e ij o . C o m o e s t a f a s e é m ui t o l e n t a e a temperatura tem q u e s e r c o n st a n te d u rante t o d o o p r o c e s s o d e fil t r a ç ã o , t o d a e s t a e t a p a f o i realizada dentro de u m a c â m a r a climática B . O . D . S e n s o rial do D e p art amento de Ciên cia d o s Ali mentos da Universidade Federal de L avras. c andidatos entre p ro fess ores, funcionários e estu dantes do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras, independente Pol v i l ho e) Avaliar a aceitabilidade do pão de queijo man u fat urado com gorduras fracionadas pelo c o n s u midor. Pág . 1 I Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Maio/Jun, n ° 3 1 4, 54: 9- 1 5, 2000 Foram u tilizados q u atro tip o s de g o rd u ra anidra de leite nas fabricações dos pães de queijo, is to é, gord ura integral e gordura fracionada a 2 8 °C, 2 5 °C ou 22°C . Cada tratamento foi repetido quatro vezes, num total de dezes seis repetiçõ e s . 3 . AVALIAÇÃO SENSORIAL Tod as as degustações foram realizadas em c abines individu ais d o L a b o ra t ó rio d e A n álise fase, fo ram atri b u í d a s n o tas arbit rárias a c a d a c o ncentração dentr o d o lot e . A s a m o s tras foram servidas aos candidatos a provadores numa sessão p reli m i n a r, em fo r m a d e m e s a r e d o n d a para fa m ili ariz a ç ã o . A s ol u ç ã o m ai s c o n ce ntrada recebeu n o ta 1 ( u m ) e, assim s u ce ssivamente até a menos concentrada que recebeu nota 4 (quatro). N u m a s e g u n d a fas e , as a m o stra s foram codificadas com três dígitos aleatórios e servidas aos candidatos em cabines individuais, em copinhos descartáveis contendo aproximadamente 25 mI de cada s olução para avaliação. Foi, então, solicitado a cada candidato que atribuísse notas às amostras servidas aleatoriamente, registrando':as nas fichas r e s p o s ta, de a c o r d o c o m o padrão previamente de apresentad o . A FIGURA 2 mostra o ficha-resposta e mpregada n este MÉT ODO AMPLITUDE ESCA LA N o me: _____ D ata: �� _____ Prove as amostras e atribu a notas à intensidade de gosto doce, c o m as amos tras de referência. 2.2. Fabricação do pão de queijo O pão de q u eij o foi produzido seguindo o processo descrito no fluxograma apresentado na FIGURA 1 , com base em testes de panificação em l a b o ra t ó ri o p ar a s e obter u m produ t o c o m digitalizado por arvoredoleite.org Rev. I nst . Latic. "Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 9- 1 5 , 2000 Pág. 1 2 F o r a m re a l i z a d as t rês r e p et i ç ões c o m o o bj et i v o de o bs e rvar a variação d as not as n u m mes mo n ível ( l ot e ) de c o n centração. A pós a coleta, tabulação dos dados e execução dos cálc u l os es pecíf i c os d o Mét o d o A m p l it u de Es c a l a para s e l eção de provadores, f o ram s e le ci onados d o ze dos vint e candidat os q u e t ambém apresentaram um desempenh o ho mogêneo e com grande destaq ue em rel ação aos demais . Os c a n d i d at os s e l e c i o nados apresent aram idades v ariando de 22 a 40, sendo cinco do sexo masculino e sete do sexo feminino e. todos eram c o ns u mi d o res d o p ro d ut o-teste, n o cas o , de p ão de q ueij o . Est a f as e, d es d e o p l a n ej a m e nt o at é a obt enção dos res u lt ados f i nais teve a d uração de dez dias . 3 . 2 . T r e i na mento seleciona dos dos p r o v a dor e s Est a f as e t e v e, c o m o p ri n c i p al o bj et i v o, f am i l i ari zar o p r o v a d o r c o m os p rocedi ment os d os test es, aperf e i çoar s u a' h a b i l i dade em reco nh e c e r e i d ent if i c ar at ri b ut os s e ns o r i ais de ali mentos, melhorar sua capacidade sensit iva e de memória, a f i m de q u e ele poss a i dent if i car, de f o r m a p re c is a, c a ract e r íst i c as s e ns o r i a is q u e p oss am s e r re p ro d u z i d as ( Te i x e i ra , M e i n e rt e B arbetta, 1 9 8 7 ) . N o início d a fase experi mental, as sessões se re ali zaram nos períodos em q u e era poss ível concil iar os h orários de todos os provadores, para q u e f oss e em c o nj u nt o . Na o c as i ão, f o i apre sent ado aos provad ores o Mét odo Tri angul ar, q ue f o i i n d i c ad o p a ra s e a v a l i ar as a m ost ras e f am i l i arizar os p rovadores com o l aboratório. As demais sess õ es não s e g u i ram est a met o d o l o g i a n e c ess ariament e . N est a f as e, f o i poss ível t i rar d ú v i d as d os p r o v a d o res c o m relação à t é c n i c a ut i l izada. N o t re i n a m e nt o, p r o p ri a m e nt e d it o, os p r o v a d o res d e g us t a r a m a m ost ras s i m u l a n d o a met o d o logia do M ét o d o Tri a n g u l ar, em c ab i nes i n d i v i d u ais, e m p re g a n d o-s e a m ost ras-t est e d o produt o em est udo. E m cada sessão f o i feit a uma aval i ação de desempenh o dos provadores, obser vand o-s e o n ú mero de res post as cert as de cada um. Q u a n d o f o i c o nst at ad o que e l es se e n c o n t ravam n u m n ível de acerto razoável, deu-se p o r encerrada esta f as e de t re i n amento, p ass ando-se p ara os testes def i n it iv os . Foram cons um i d os n o t ot al q u in ze dias de sessões de treinamento, tendo, inclus i ve, ocorrido em dois períodos , manhã e t arde, por sete dias . p r e e n ch i m e nt o . C a d a p r o v ad o r re c e b i a três amost ras codif i cadas com t rês d ígitos aleat órios (Figuras 8 e 9 ) . O tempo gasto para a degustação era l i vre, t o man do-se o c u i dado de não apressá los . S empre q ue s o l i c it ado, foi servida uma nova p o rção da amost ra. C a d a amost ra foi serv i d a n a t e m p erat u ra em q ue o p ão de q ueijo é cons u mido normalmente, ou seja, logo após ser ret irado do forno, em p rat os d es c a rt áv e is, c o m t r ês r e p et i ç õ es p ar a c a d a tratament o, c o nf o rme F I G U RA 4 e 5 . 3.4. O teste de preferência É us ado es pecif icamente q u an do s e deseja c o l o c ar um p ro d ut o em c o m p et i ção d i ret a e m rel aç ão a out ro, c o mo e m s it u ações de melh oria de produto o u de compet ição de ig ualdade (Ferreira et a!, 1 9 9 9 ) . A f i ch a res post a ut i l izada p ara este teste enc ont ra-se na F I G U RA 7 . TESTE D E PREFERÊNC IA N o me : D at a: Por f avor, prove as amost ras. Ordene-as de acordo com a sua preferência. A amostra com maior preferência deve ser colocada em primeiro l ugar e assi m s u cess iv amente. Lave as papilas após as avaliações e espere de 30 a 40 segundos. CÓ D I G O 879 342 583 1 67 3 . 3 . Avaliação sensori al pelo método triangular Est e t este é ap l i c a d o p ara det e rm i n ar s e exist e d if eren ça p ercept ível ent re d o is produt os, co mparando-s e t rês amost ras, das q uais d u as são igu ais e uma diferente Foram est i p u l ad os h o r á r i os p ara as desgust ações, de acordo com as peculi aridades dos p ro v ad ores , b us c a n d o -s e um m a i o r n ú me ro de p rovadores para um mes mo h o rário. Os p r o v a d o res re c e b i a m as amost ras em c a b i n es i n d i v i d u ais j u nt am e nt e c o m uma f i ch a res p ost a ( F I G U RA 3 ) e u m l á p is p a ra o s e u Figura 4 Prep aração das amost ras d e p ão d e q ueij o com sorteio aleatório em cada l ot e d e t rês amostras para exec ução d o teste triangul ar. - C o me nt ár i os : D at a 4.1.1 Teste triangular ___ __ __ Amostra disposta em cabine individ ual com f i ch a de res p ost a p ara e x e c u ç ã o do Teste Tri angul ar. F igura 5 - I . Duas das três amostras de cada p rova são iguais e uma é diferente. 2. Transf i ra o código ( 3 dígitos ) de cada amostra na s eq uência recebida ) apropriado. para o es paço ( 3. M arq ue com um X o u circule a amostra que achar diferente. 4. Transf ira t ambém o código da amostra p referida para o es paço ( p referência) . 1" prova 2" prova - Fich a de resposta p ara teste t riangu l ar. - 4.1 . Resultados d e análise sensorial dos pães de queijo elaborados com gor du ra fracionada ORIENTAÇÃO: Figura 3 ____________ 4 . RESULTADO E DISCUSSà O P R O D U T O : Pà O DE Q U E I J O _______ ORDEM Modelo da f icha ut i l izad a p ara o teste de p referên c i a . Figura 7 PROVA T RIANGULAR Provador: Pág. 1 3 Rev. I nst . Latic. "Cândido Tostes", Mai o/J un, n° 3 1 4, 54: 9- 1 5. 2000 Provadora selecionada e treinada para a anál is e sensorial. Figura 6 - Foram est udados os seguint es trat ament os: ( i ) controle (pão de q ueij o elaborado com gordura ani dra não f r a c i o n ad a ), ( i i ) pão de q u e ij o c o m gordura f racionad a a 22°C, (iii) p ã o de q ueijo com gordura f racionada a 2 5° C e ( i v ) pão de q ueij o c o m gordura f racio nada a 2 8° C . P e l a TA B ELA 1, o bs e rva-se q u e nenh u m d os trat ament os q u e ut i l i zaram gord ura f racio n a d a p o d e s e r c o ns i d e r a d o s e m e lh a nt e a o c o nt role. Os t rat amentos em q ue f oram ut i l i zadas d if e rentes f raç ões de gordura não demonstraram alterações detectáveis pelos provadores q uando as frações foram o bt id as em t e m perat uras p róxi mas ( 2 2 "C x 2 5 "C e 2 5 ° C x 2 8 "C ) . Por o ut ro lado, h ou ve d iferen ça s i gnif icat i v a entre os tratamentos com teores de gordura fracionada a t em peraturas mais distantes ( 22°C x 2 8°C ) . digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes ", M aio/J un, n° 3 1 4, 54: 9- 1 5, 2000 Pág. 1 4 Res umo dos res u lt ados obtidos nos testes Tri angular (teste ' de diferença) e de preferência a um nível de signif i cân ci a ( P<0,05 ) . Tabela 1 - 22% T r at a m e nt os n.s. n.s . 25 % * 28 % * * 1° n.s. 2° n .s. n ã o s i gn if icat ivo s i gnif i c at i v o 4.1.2 Atributos sensoriais do pão de queijo P ara a a v a l i aç ã o de a l g u ns at ri b ut os s e ns o ri ais dos p ães de q u e ij o e l ab orados nesse trabalho, f oram escolhidos aqueles f abricados com a g o r d u ra f r ac i o n a d a a 2 2 ° C , p o r s e r ess e o p ro cesso de f racion ament o mais rigoroso. Dessa f orma, se o uso desse ingrediente não p rej u d i car essas característ i c as, f i ca tecnicamente evi dent e q ue a ut i l i zação de gordura do leite f racionada é uma técnica adeq u ada. Neste trabal ho o uso de gord ura f racionada teve c o m o p r i n c i p a l o bj et i v o verif i c ar s e esse i n grediente t rari a algum problema principalmente para as características físicas do pão de q ueij o, pois a uti lização de lipases para intensif icar o aroma, é uma et apa a s er aval i ad a em trabalhos f ut uros. Os d a d os a p res ent a d os n a TA B ELA 2 i nd i c am q ue t o d os os at ributos est udados p ara o p ão de q u e ij o e l ab o r a d o c o m g o r d u ra do leite f r ac i o n a d a a 2 2 ° C e n c o nt r a m- s e d e nt ro d os valores normais, com exceção do "sabor a queijo" . Ass i m, é tecnicamente v i ável a ut i l i zação deste i ngrediente, uma vez q ue o s abor pode ser i ntens if icado com a ut i l i zação de l i p ases comer ciais . Essas lipases agem p rincipalmente na ligação Sn-3 do trigl iceride, onde estão mais concentrados os ácidos graxos de cadeia curta, responsáveis pelo aroma da gordura do leite. 4.1.3 Teste de preferência Os res ult ados dos testes lançados na t abela de Newell e M acFerlane mostraram q ue a maior pref e rê n c i a f i cou com o produto f abricado c o m gordura f rac ionada a 22" C, seguido dos produtos f abricados com gordura f racionada a 2 5 ° C e 2 8° C os q uais n ão apresentam diferença de preferência entre s i, e, p o r ú lt i mo, o p rodut o controle. 5. C O N C L U S Õ E S C o m b as e n as c o n d i ç ões e x peri ment ais e nos dados obt idos, pode-se concluir q u e : • • i rrad i at i o n of b e ef f at . l o u rn a l of Fo o d Science, Chicago, v. 3 8, n . 5, p. 3 69-373, 1 97 3 . C HAVES, J . B . P. ; S PR OES SER, R . L . Práticas de SAWY ER, F. M . T h e j udging of f o od q u ality - a c o ns i d e rat i o n of u n if o r m s c o r i n g . F o o d Te clz n o iogy, C h i cago, v . 2 5, n . 247, p . 5 I - 5 2, 1 97 1 . FE R R E I RA, V. L. P.; A L ME I DA . T . C .A .: PETTINELLI, M. L. C. v .; S ILVA, M. A . A . P.; BA R B OSA, E . M . M . A nálise senso ria l. testes discriminati vos e afe tiv os. l . e d ., São Paulo 1 99 9 . 250 p . (Manual Série Qualidade). 20 n .s. A p ós a an ális e d o s res u lt ados, f ica c l aro q u e a ut i l i z a ç ã o da g o r d u r a do l e it e f racionada é v i ável, permit indo a elab o r a ç ã o d e p ão d e q ue ij o c o m as mes mas c aract eríst i c as f ís i c o-q u í m i c as d os pro d ut os f ab ri c a d os d e f o rm a t r a d i c i o n al, sendo poss ível a ument ar o s abor e odor, p e l a ut i l i z a ç ã o de l i p as es . N ut ri c i o n a l m e nt e iss o s e r i a m u it o v a nt aj os o, principalmente p e l a s ubst it ui ç ão t ot al o u p arcial do q ue ij o, o que seria i nt eressante p a r a p ess o as 'q u e p oss u e m p ro b l e m as r e n a is e n ão p o d e m c o ns u mi r q u e ij os, devido a esses conterem grande q u antidade de cálcio. Pág. 1 5 C HAVE S, J . B. P. A nálise sensorial: g l oss ári o . Viços a, MG ; UFV, 1 99 3 . 27 p . laboratório de análise sensorial de a limentos e bebidas. Viçosa, MG: UFV, 1 9 93 . 8 1 p. * Controle 22 % Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes", M aio/Jun, n° 3 1 4, 54: 9- 1 5, 2000 S H ETFY, R . M . ; L I N EBA C K, D . R .; S E I B, P.A . D et e r m i n i n g t h e d e g ree of st a r c h g e l at i ni zat i on. Cerea l Chem istry., v . 48, p . 365- 3 7 5, 1 9 7 4. G RES T I, J . ; B U GA U T, M . ; MA N I O N G U I, L . ; B ELA R D, 1. C o m p o s it i o n of m o l e c ul a r species of triacylglycerols i n bovine m i l k f alo lo umal of Dairy Science, C hampaingn, v. 7 6, n . 7, p . 1 8 5 0 - 1 8 69, J u l y, 1 9 9 3 . S I DEL, J . L . ; S T O N E, H . ; B L O M M Q U I S T, J . Use a n d m is use of s e ns o r y e v al u at i o n i n res e a r c h a n d q u a l it y c o nt r o l . Jo u rn a l of D a i ry Sc i e n c e , C h a m p a i g n, v . 6 4, n . ll, p . 2 2 9 6- 2 3 0 2, 1 9 8 1 . I N S T I T U TE OF F O O D TEC H N O L O GY S T S 1FT. Sensory eval u at i on guide f or testing food a n d b e verage p ro d u cts . Fo o d Te c h n o logy, C h i cago, v. 3 5, n . 1 I, p . 5 0- 5 9, 1 9 8 1 . STEWA RT, R. A . Sensory eval uat ion and q uality ass, n . 4 0 1 , p . l 0 3- 1 06, 1 9 7 1 . ROSA R IC, N. ; DUONG, T. B . ; S V RCEK, W. Y. A st at ist i c al ap p ro ac h t o t h e s u bj et i ve a n d objet ive measurements of odors i nduced b y d- TEIX E I RA , E. ; MEINERT, E . M . ; BA R B ETTA, P. A . A ná l i s e s e ns o r i a l de a l i m e n to s . F l o r i an ó p o l is : U n i v e rs i d a d e Fef er a l d e S ant a C at ar i n a, 1 9 8 7 . 1 8 0 p. i Os p ro vadores de p ão de q ueij o elegeram c o mo p ref er i d a, p o r m e i o d e t estes de anál is e s ens ori al, a f ormu l ação contendo a gordura f racionada a 2 2° C . 6 . REFERÊNCIAS B I B LIOGRÁFICAS A MERINE, M. A .; PANGBORN, R. M.; ROESSLER, E. B. Principies (�f sensory evaluation offoods. Orlan d o : A c ademic Press, 1 9 6 5 . 602 p . CEREDA, M . P. ; G IAJ- LEV RA, L . A . Constatação de b act é r i as n ão s i m b i ót i c as f i x ad o r as de n it rogênio em f erment ação n at u ral da fécula de mandioca. Revista Brasileira de Mandioca, Cruz da A l m as, v.6, n . l , p.29- 3 3, 1 9 87. Tabela 2 - Valores (O a 1 5 pontos) médios do perf i l sensori al de cada atrib ut o avali ado no produt o com gordura f racionad a a 2 2°C . Cor 6,3 I I CASCA I I Espessura Res i s tência 6,3 6,74 Cor 7, 1 2 I I M IOLO Interior 9,77 I I S A B OR ODOR Elasticidade Queij o 7, 1 2 4,06 I M anteiga I 7, 03 Queij o 3,72 I M anteiga I I 6,8 3 I Residual 3,26 digitalizado por arvoredoleite.org I 1 4, 54: 1 6-2 1 , 2000 Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes " , Maio/Ju n, n° 3 RESTRIÇÕES AO DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE NO BRASIL 1 Restrictions to th e development of milk productive chain in B razil Antônio Carlos Roriz Moraes 2 Maria Cristina Drumond e Castro 3 RESUMO ações em sua estrutura principalmente a partir de o sistema agroindustrial do leite no Brasil sofre transform do produto; pela abertura o governo deixa de fixar o preço 1 991 , destacando-se a desregulamentação do setor, quando o de s de restruturação, inovação e efeito da internacionalizaçã comercial e a implantação do Plano Real - sinônimo e concisas no recaindo sobre o novo cenário repercussões visíveis mercado sobre a economia brasileira. Não obstante, nacional. e a oferta abrupta dos lácteos importados no mercado tocante a cadeia produtiva, observa-se, concomitantement no elo tações, entraves e desafios - a vencer; principalmente Com efeito a cadeia produtiva apresenta pontos de fragmen assimétrica perceptíveis em toda a sua extensão: dada a presença elmente indubitav são quais os ; primária produção da es individua l por produtor e um grande número de produtor entre os produtores rurais, ocasionando o pouco volume interno, observados elementos pertinentes que mercado ao e qualidad baixa de produto ofertam que não especializados os do; a fixação crescente do mercado informal com prenúnci envolvem a questão da qualidade do produto a ser consumi tendência da exclusão dos produtores não uma ; impostos de o sonegaçã de e desleal ncia significativos de uma concorrê das - a questão social. O estreitamento e fortalecimento especializados incidindo num problema crônico brasileiro ados, minimizando os impactos arroj o estratégic ento planejam e política com relações entre setor privado e público aquecimento competitividade dos nossos produtos. A prática do advindos da concorrência externa permitiriam maior ca, utilizando assimétri ão distribuiç da oriundos es, produtor dos são e da efetivação dessa política visa priorizar a reconver bra. em tecnologia, pesquisa e qualificação de mão-de-o se planos de ações que permitiriam processos de parceria ação do condição sine qua /l(m, tendo a premissa na reorganiz Consegu inte, a sustentabilidade do agronegócio é negócio existem perspectivas favoráveis ao crescimento do agro sistema. Ainda que persistam fragmentações e entraves, das exportações. pauta da produto um -se tornando Brasil, no leite do 1. INT RODUÇ Ã O o presente t rabalh o const it ui-se em poder avali ar o cenári o at ual do s istema agroindust rial d o l e it e n o B ras i l a p art i r d as t ransf o rmações o c o rr i d as no s et o r a abert u r a c o merc i a l e ' a i m p l ant ação do P l an o Real , p r i n c i p a l ment e pela c res cent e oferta de p ro d ut os l ácteos imp ortados . C ab e n d o i d ent if icar as razões do p r o c ess o d a m o d e r n ização e d o at raso rel at i v o d a produção l e it e i r a e d o p r ó p r i o s ist e m a a g ro i n d ust r i al. C onhecendo e rel at ando os f at ores que ret ardam o cresciment o , determinando as respect ivas ações q u e p o d e r ã o s e r t o m a d as p a ra i mp u ls i o n ar a p r o d u ç ão , e d os d e m a is s e g m e nt os da c a d e i a produt i v a d o l e it e . A re l e v â n c i a p r i m o rd i al é c aract e r i z a d a p e l o f at o d e q u e a p ro d u ç ã o p r i m á r i a est á d irec i o n ad a ao s et o r i n d ust ri al , este p o r s u a vez n e c ess it a garant i r e ass e g u rar a q u a l i d ade d os p r o d ut os p a ra os c o ns u mid ores , que h oje t ê m a o p ção de c o mp r a de p ro d ut os i m p o rt ad os . Para 2 3 q u e o m e r c a d o n a c i o n a l s ej a c o m p et it i v o é primordial que o setor de prod ução f orneça matéria prima de excelente q u a l i dade, p o is não se pode " m e lh o ra r " a q u a l idade des ta na indtístria, já que esta p o s s u i c a ra cterís ticas in trín secas que perm itiram o u mio s u a ap tidão p a ra o p roces samen to agro indus tria l . ( S ILVA et a I . , 1 99 9 ) Esse caminh o necessariamente deve passar p e l a ofe rt a de i nst rument os p ara o est í m u l o , e consequentemente pela modernização da produção; dest a c a n d o p o rt ant o a assist ê n c i a t é c n i c a ao p r o d ut o r , a d if us ão d e n o v as t e c n o l o g i as , a rec i c l agem e at u al i zação da mão-de- obra, i nt er n am e nt e . H ist o r i c a m e nt e, a p ro d uç ã o l e it e i ra registra a t ut e l a governament al determinando as diretrizes no que t angia a f ixação do preço do leite ao produtor, cons umidor e; sobretudo nas margens de rent ab i lidade p ercebi d as na cadeia produtiva. N ã o o bst ant e , t a is c i r c u nst â n c i as f i ze r a m o s u rgimento de um p ro cesso de i n d u ção , onde os p ro d ut o r es ru r a is p ass a r a m a a d ot ar m e d i d as v isando empregar os recursos d isponíveis (terra e o de P ós- g r a d u aç ão em E c o n o m i a p e l a M o n o g r af i a a p r o v a d a p ara c o n c l us ão do C u rs . ES a, Velh Vila e d idade Uni vers A l uno do Curs o de Grad uação em Econom ia, UVv. - CT/ILC T. Co- orient adora .. Econo mist a, Es pecialist a em A d m . Rura l . EPA MI G Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 1 6-2 1 , 2000 Pode-se verif i car que em 1 9 9 7 , o n úmero de p rodut o res localizados no est rat o de p rodução menor que 50 l itros é de 9 . 862 que corresponde a u m a produção eq u i val e nt e a 8 7 . 9 4 1 l it ros , ao passo que no estrato de 200 a 500 lit ros o número é de 1 . 724 produt o res e, com uma p ro d ução de 1 9 2 . 3 8 9 l it ros, o que caracteriza a ass i metria na rel ação . A ass i met ria d e m onst rada n o elo pro d u ção p rimária prej u dica a performan ce ao longo do sistema agroindustriaL com repercussões nít idas nos fatores de s aúde s an it ária e h igiênica (Tab . 3 ) , v o l u m e n a p ro d u ç ã o , q u a l i d a d e i nt rí ns e c a d o p ro d ut o , n ível de compet it i v i d ade e d a p ró pria s aúde do cons u midor. Caracterizando-se também p e l a re l aç ã o d e m ú lt i p l os i nt e resses e nt re o � p rodut ores : i nf ormais c o m obj et i vos d i v ergentes dos produt ores formais ( Tab . 2 ) , causando conse quentemente dist úrb i os n a p rodução, est endendo s e paralel amente ao s istema agro i n d ust rial . mão- d e- o b r a d e b a i x a q u a l if i c a ç ão ) . C o n c o m i t ant ement e , o us o dos i ns u mos modernos f o ram reduzidos , priorizando-se apenas os indis pens áveis nas pastagens e no t ratamento dos rebanhos . Isto p ost o que, há re n ú n c i a na e m p regab i l i d a d e do capital e da mão-de-obra es pecializada. Med i ant e a ext i nç ão d o t abel ament o ocor rida em 1 9 9 1 , p reval ecem ent ão os p reços em níveis baixos, i mpera a instabil idade e a f l utuação dos p reços aos p rod utores rurais , com perceptivas fragmentações e entraves ao longo do sistema. Com efeito a pecuária leiteira presencia uma questão de at ras o tecnológico i nduzido. Procurou-se enf ocar e nt ão o s ist e m a agroi n d ust r i a l c o m o um f at o r relev ante n a economia bras i leira, mens u rando �s ações que melh orem a capacidade compet it iva, o p r o c ess o h ar mô n i c o e, d ent re o ut ros i n ú me ros f at o res . R e a l i zou-s e u m a abord agem da cadeia p ro d ut i v a , p es q u is an d o e d et e ct a n d o o f o c o p rincipal : as barreiras e as inef i c iências no e l o da produ ç ão pri mária, concent rando part e desta na i d e nt if i c a ç ã o d os p ro b l e m as que d if i c u lt a m a coorden � ção, os conf l it os decorrentes da mudança n o ambI ente c o mpet it i v o . A m a n u tenção da h a rmonia interna é d(ficultada pela divergência de objetivos dos diferentes grupos de produtores . . . . . Essa rea lidade difi c u lta a adminis tra ç ão de qualquer indtístria . . . 2 . RES ULTADOS E DIS CUSS à O (GOMES , 1 996, p . 9 1 ) . C o m os d a d os da Ta b e l a 2, o bs erv amos n ít i d a a ssi metri a ; ret rat a n d o u m a d i v is ão de o p i n i ões ent re os p ro d ut ores : 2 . l . As fragmentações, barreiras e entraves no elo da produção pri mária 2.1.1 Do processo assimétrico A e x ist ê n c i a da assi metri a , c o nf o rme Tabela 1 , caract eriza a existência de heterogenei dade d a p r o d u ção ; o u s ej a , p o u cos p r o d ut o res produzindo muit o e, muit os produtores pro duzindo p o u c o . E a c a d a m o me nt o há u m a u m e n t o da ass imet r i a : os pequenos produt ores est ão menos p a rt � c i p at i v os e os g r a n d es p r o d ut o res , m ais . p a rt l c l p at i v os . Tabela 1 - ? enqu ant o que 4 9 % dos gran des p rod u t o res c o n c o rdam c o m o pagament o d e cot a e excess o , s o m ente 1 9 % dos p e quenos produtores tem ess a o p i n i ão ; ? 3 1 % d os p e q u e n os p r o d ut o res c o n cordam com o pagamento por quantidade de le it e, ao passo que apen as 64% dos grandes produt ores concordam. Est rat if i c ação da produção - 1 99 7 1 • Est ratos d e produ ção 1 997 Nú mero de Pro d ut o res < Pág. 1 7 50 I (%) Prod ução A n ual ( mi l l it ros ) (%) 9.862 5 1 ,8 50 a 200 I 87.94 1 6 .725 1 1 ,6 35,3 200 a 500 I 247.972 1 . 724 32,7 9, I 5 0 0 a 1 000 I 1 92.389 570 25,4 3 ,0 1 42 . 777 1 62 1 8 ,8 0,8 87 . 006 1 9 .043 1 1 ,5 1 00 758 .085 1 00 > 1 000 I Tot al Fonte: JA N K et a!. Nota: 1 - Est udo de caso da prod ução A n ual de Leite na It ambé. 2 - Foram s up rimidos elementos do quadro original . digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 8 Rev. I nst . Latic. " Cândido Tostes", Maio/J un, n° 3 1 4, 54: ! 6-2 I, 2000 P o rt ant o , t e m os : Tabela 2 - Tabela 4 Mercado bras i leiro de leite. Variação 1 990 Estratos de produção - l itros por dia Até 50 5 1 a 250 M ai s de 250 Tota! 59 35 6 1 00 20 50 30 1 00 19 Concordam c o m o pagam ento por q u an tid a de d e Ieite( % ) 30 49 24 31 C oncordam com o pagamento por qualidade d o Ieite( % ) 42 64 36 67 79 87 73 Número de produtores ( % ) Prod ução de leite ( % ) Concordam com o pagam ento de cota e exc esso( % ) Font e : Pesq uisa direta SEBRAE-MG/FAEMG in: GOMES , S. T. N ot a : Foram s u p rimidos element os do q u adro original A Tabela 3, ret rata a classif i cação do tipo de leite, grau de q u alidade e parâmetro de higiene: Ex i gên c i as mínimas para produ ção de leite na p ropriedade rural . Des crição Tipo A Tipo B Tipo C I nst al ação e Eq u i p amentos Ex i gent e E x i gent e Sem Exigência R esf riament o imediat o Exi gent e P o u c o e x igente Sem Exigência H i giene na produção Ex i gent e E x i gent e Sem Exigência E x i g ent e Sem Exigência S aúde do rebanho ( I ) Exi gente Cont role da p rodução Exi gent e E x i g ent e S e m Exigência C o nt r o l e anal ít i c o ( l ab o rat o rial ) Exi gent e E x i gent e S e m Exigência Proj et o d e const rução Sim Sim Não Regist ro d o est abe leci ment o Sim Sim Não Trans p o rt e até i n d úst ria Não Resf ri ado Temperatura Ambiente Fonte: Padrões do Ministério da A gricult ura (RI I S POA ) Nota: Foram s u p ri mi dos el ement os do q u adro ori ginal. De um l a d o p r o d ut o res q u e i n v est e m e m a l t a p r o d ut i v i d a d e e t e c n o l o g i a, c o m d is p ê n d i o n a p r o d u ç ã o a c ust os e l e v a d os, d if i c u l d a d e na a d apt a ç ã o de re b a n h os ( e m s ínt es e , e u ro p e us ) , c o nt ri b u i nt es d e i m p os t os de p ro d ut os de o r i g e m a n i m a l, of e rt an d o p r o d ut os c o m q u al i d a d e ( d e n o m i nados p rod ut o res es p e c i a l i z ados ) . D e o ut r o , p ro d ut o res q u e n ã o i n v es t e m n a p r o d u ç ã o , c o m b a i x a q u a l i dade e p r o d u ç ã o , c ust os b a i x os , v i v e n d o a m a r g e m d a c l a n d est i n i d a d e ( d e n o m i n a d os p r o d ut o res n ã o - es p e c i ai i z a d os ) . Devido a existência de uma legislação t ímida para os p a d r õ es at u a l m e nt e c o ns ag r a d os n o mercado internac ional (exigência d e q ualidade por meio de normas) e paralel amente pela inef i ciência de uma rigoros a f iscal ização , t orn am-se fat o res 1 99 1 1 994 1 9 93 1 992 1 995 1 996 1 997 (0/0) 95-97/ 1 9 .972 26% 34% Produ ção Tot al 1 4.484 1 5 .079 1 5 .784 1 5.59 1 1 6 .090 1 8 .005 1 9 .02 1 C o ns u mo Tot al 1 5 .393 1 6.432 16. 1 82 1 6 . 3 2 0 1 7 .46 1 2 1 . 1 36 2 1 .360 2 1 .922 Produção Formal 9 .609 9 . 440 9 .690 9 . 1 46 9 .4 1 0 1 0.596 1 1 . 394 1 1 . 800 I mport ações Totais 909 1 .353 398 729 1 .37 1 3. 1 3 1 2.339 Mercado Formal ( Pro d . + I m p . ) 1 0.5 I 8 1 0.793 1 0.088 9 . 874 1 0.78 1 1 3 .727 1 3 .733 1 3 .750 Mercado I nf o rmal 4.875 5 .639 6 . 09 4 6 . 445 6.680 7 . 409 7 . 627 1 .950 8 . 1 72 90 - 9 2 1 8% 1 79% 31% 40% Fonte: DECEX /MAA RA/A B PLB in: CA STRO & MA RTI NS, 1 99 9 N ot a : 1 - Produção (milhões de l it ros ) 2 - Foram s uprimidos elementos do q uadro original 2.1.2 da qualidade do produto e da saúde pública - - Dist ribui ção percent ual d a concordân cia de p agament o do l eite . Especificação Tabela 3 Pág. 1 9 Rev. I nst . Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 1 6-2 1 , 2000 i n : JA N K et a! . q ue c o nt ri b ue m e x p ress i v ament e p a ra o cres c i ment o d o mercado i nf o rmal . Na real i d ade ao serem re c e p c i o n ad os n a p l at af o rma, os vários t i p os de l e it e s e mes c l am no p rocess ament o f i n al, d i rec i o n ad os à d ist ri b uição , com posterior cons u mo f inal, muitos sem o devido controle, já este será feito a pos te rio ri ( r e s u ltados de a n á l i s e s ) e o p ro d ut o j á f o i cons u mi do, em q u e pese o des c o nt o a o p rodut o r o u a d v e rt ê n c i a , o c o ns u m i d o r j á a dq u i r i u e cons u mi u produt o n ão es p e c if i cad o . 2.1.3 Do mercado informal A p res e n ç a c o nt í n u a e o cres c i ment o d o mer c a do i nformal p o d e s e r v e r if i c a d a p e l a Tabe l a 4, principal mente c o m mai or destaq ue a part i r de 1 9 9 1 . Pe l a v ariação oc orri d a entre 9 5 -97/90-92 houve u m c res c i mento de apro x imadament e 40% d o mercado i nf ormal , o c o rren d o u m a exp ans ã o general i zada d esse mercado, o bservamos - p o r amostragem - que nos anos d e 1 994, 1 99 5 , 1 996 e 1 997 a produção foi em média de 6.680, 7 .409, 7.627 e 8 . 1 7 2 ( p/mi l hões de l it ros ), respect i v ament e . N a opin ião de Jank, A a mp litude do me rcado informal. que r ep r e s e n ta m a i s de 40% da p ro d u ç ã o brasileira ( . . . ) inclusive, " informa lidade " está em p lena expansclo !lO SA G do leite brasile iro . . . " (JA N K et a I ., 1 99 9 , p . 5 4 ) . 2.1.4 Da exclusão d o pequeno produtor A questão social por produt ores e criadores de gado (exclusivo de c o rt e ) , ani mais s e rv i n d o t ant o p ara a p ro d u ç ão do leite ou para o corte, t endo uma dupla apt idão na at i v i d ade : ut i l i za-s e o s ist ema " b al anç o " da atividade; ou seja, se o mercado do "cort e" esti ver aq uecido efet u a o direcionamento a est a atividade c o rt e , c as o c o nt rári o t ra nsf ere para à at i v i d ade l eit e i r a . O produtor "exc l u íd o " não tem condi ções para a aq uis i ção da mão-de-obra contratada e de i n vest i r na produ ção . A mão-de-obra f amiliar é sobret udo o ú n i c o rec u rs o d is ponível para a s u a s o brevivência, o l e ite é apenas u m ent re as d i versas at ividades na p rop riedade rural . Gomes acredita q ue, " . . . 0 respo/lsável p e la produção de leite no pais é o p e q u e n o p rodutor. Eles são m u itos. p o rem p ro d u z e m p o u co " . - Q u ando f al amos em produt ores e x c l u ídos men c i onamos o p rodutor não es peciali zad o, não o p eq u eno produt or, já este emb ora c o m p o u c a oferta de leit e e sem condições de f o rnecer aos grandes l at icínios (volume ) , poderá encont rar seu n i c ho específ i c o p ara comerc i a l i z ar o p r o d ut o . E x e m p l os v ár i os p o d e m s e r cit a d os c o m o a organização por meio de associações de produtores, v e n d a d i ret a a o c o ns u m i d o r o u programas de incent ivo à prod ução e comerciali zação de l ácteos como o da Prefeit ura de Juiz de Fora, MG - Proleite. Os p r o d ut o res d e n o m i n ad os " ex clu ídos" t êm a at i v i d ad e t i p i c amente v olt ada para a s u a própria subsistência (domést ica ou familiar) , esta des e n v o l v i d a c o m o f at o r-s o m a o u um c o mp l e mento à renda domést ica. E, é neste grupo que se c o n c e nt ra m os res p o ns áv e is e f o r m a d o res d o excedent e de l e i t e no perío d o chuvos o, f azendo ocorrer uma indu ção na ofert a do leit e durante o an o . N ão in vest em em tecnologia nem al mej am produ ção em es cala. Compost os em s u a maioria (GOMES, 1 99 9 , p . 97 ) . Os p r o d ut o res e x c l u íd os t en d e rão à f o r mação do ê x o d o rural , i ncidindo aí u m agravante crônico bras ileiro a questão social, ainda sem p rojeção e d i mens ão est ratégica. - 3 . C O N C L US à O A p art ir d a desregulamentação d a economia em 1 99 1, os agentes do s ist ema passaram a buscar mecanismos na ef iciência, intensif i cand o transf or mações ao l o n g o d a cadeia p ro d ut i v a . Contudo, no e l o p ro d u ç ã o p r i m á ri a há i m p u ls o p a ra o aumento da prod ução com ênfase na organi zação, na es c a l a de produção e na re d u ção de c ust os . A condut a no cenário dos lácteos t ornam-se rele vant e , i n c l u i n d o des d e a q uebra de p aradi gmas t radicionais à v isão co mpet it i v a. Os i ntegrantes est i m u l am a reest rut u ração na ót i c a produt i v a , digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 20 Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 1 6-2 1 , 2000 u m a vez q ue o c o ns u m idor pass a a o c upar u ma p os i ção de " dest aq ue " . N a q u est ão d o processo a ssi métri co, v i ab i l i zar a c o n d ut a p o l ít i c a c o l ocando em ação i nst r u m e nt os p o l ít i c os d e m é d i o / l o n g o p razos , mini m i zando o grau (com mut ação heterogêneos h o m o g ê n e os) e nt re p r o d ut ores , f o rt a l e c e r a p arceria, as f us ões e renovar as normas estat u t á r i as d as c o o p erat i v as , a s q u ais ass u m e m a importância de agregar renda e valor ao produtor, s ão caminh os que deverão ser repensados. Da qualida de do produto e da sa ú de pú blica ao est abelecer ef i c i ê n c i a nas normas e p a d r õ es de e x i g ê n c i as m í n i m as p ara a c o mer ciali zação do produto, impondo rigidez no sistema d e f is c a l i z a ç ã o e d e i ns p e ç ã o s a n it á r i a , c o m parâmetros das normas e dos pad rões d e q ualidade internacionais e permit indo que as m u danças na l e g is l a ção bras i l e i ra p ara p r o d ut os de o r i g e m a n i m a l s ej a m e x i q u íveis e p oss íveis d e s e re m implementadas permit irão que p rodutor, indúst ria e c o ns u m i d o res s a i a m g a nh a n d o no j o g o de merc ado, cada vez mais co mpet it i v o e d is p ut ado por grandes grupos . D o mer c a do informal efet u a r c o m b at e m i n i m i z a n d o o a c e nt u a d o c res c i m e nt o , ut i l i z a n d o-s e p l a n o d e a ç ã o e nt re as e nt i d a d es g o vernament ais e não g o v ernament ais ( at ravés de m e lh o r re l a ç ão s et o r p ú b l i c o e p ri v a d o) , c o i b i n d o a c l an dest i n i d ade, a s o negação f is c al, garantindo e asseguran do a q ualidade dos produt os p ro d u z i d os e c o m e rc i a l i z a d os . A m á x i m a d a est r at é g i c a d a i m p l a nt a ç ã o d o p l an o d e ação t e n d e r i a o a u m e nt o d a arre c ad a ção aos c of res p ú b l i c os , e q u e p a rt e d es t a ret o r n ar i a p a r a o i n cent i v o na at i v i dade leite ira. N a abordagem da questão social prevalece o entrave p a ra o peq u e n o p r o d ut o r - o ê x o d o ru ra l . Para m i n i m i z a r a s a íd a d o c a m p o é necess ári o est abel ecer uma política para o setor; t a is c o m o : reconvers ão na p rod ução, c o m pro g r a m as e d u c at i v os , t re i n am e nt os , reci c l ag e ns , co n cedendo u m a maior c apacit ação técnica. O peq u e n o p ro d ut o r não t e m c o n d i ç õ es para a aq uis i ção da mão-de-obra contratada e de i nvest i r na prod ução . A mão-de-obra f ami l iar é o único recurso disponível para a sua s obrevi vência. O l eite é apenas um entre as d i vers as at ividades n a p r o p ri e d ade rural . C as o não se est abel eçam p o l ít i c as adeq uadas , o produt o r terá a at i v i dade como fonte de s u bs istência e dedicando-se a uma o utra at i v i d ade n a propriedade o u a e xc l us ã o def i n it i va do set o r. Essas a b o rd agens f o ram d is c ut i d as e p u b l i c a d as no l i v ro " O rg ani zação da p r o d u ç ão P r i m á r i a - U m d es af i o p a ra a I n d úst r i a d e L at i c í n i os" , onde s e p ret endeu d is c ut i r o s p ro blemas t íp i c os da cadeia produt i v a d o leite e as p e rs p e ct i v as p a r a a p r o d u ç ã o p ri m ár i a e s e us impactos nos demais elos da cadeia produtiva; nesse s e nt i d o dest a c a m os q u e , a c o m p et it i v i d ad e de n oss os p r o d ut os p ass a n e cess ari a m e nt e p e l a especialização da produção de leite com ênfase na ef i c i ê n c i a na q u a l i d ad e , g anh os na es c a l a d e produção, prevalecendo a sanidade e h igiene animal e p a d r o n i z a ç ão na c o n d ut a das n o r m as p ara a at ividade, organização de t odo o sistema (produção, indúst ria, comercialização e d istribu ição) . O B ras i l t e m p o r essencialidade potencial na produção, ocupando espaço no ranking mundial . Em re cent e re l atório da FA O ( CA S T R O , 1 9 9 9 , p . I 3 ) a b o r d o u-s e o p eq u e n o c res c i m e nt o d a p rodução d e le it e n o m u n d o , excet uando alguns p a ís es c o m o o B r as i l , c o m t a x as an u a is d e crescimento s u peri ores a de vários países . O Brasil tem c a m i nh ad o p a ra a aut o-s uf i c i ê n c i a n a p ro dução d e leite, apesar d e ser h istoricamente carac teri zado como grande i m p ort ador de lácteos . C o n v i v e m neste cenário e m p res as bras i lei ras q u e at uam no s et o r d e l áct eos q ue expor taram U S $ 1 0 milhões em 1 997, referente à venda de leite U H T, leite em pó, creme de leite, manteiga e q u eijos ; res u lt ad o d o i n vest i mento em capaci t a ç ão t e c n o l ó g i c a , geração d e n o v os p ro d ut os , p rocessos c o m aprimo ramento d as característ icas at u ais q u e p oss i b i l it a m a c o m p et it i v i d ad e . ( CA S T R O , 1 9 9 9 , p . 1 3) V i l e l a , G o mes e C a l e g ar, c it a d os e m CA STRO, 1 9 9 9 , p . 1 3 , most ram q ue o B rasi l tem u m g r a n d e m e r c a d o p ot e n c i a l p ara p r o d ut os lácteos e condições f avoráveis para produzir leite s uf i c iente p ara s u prir a demanda i nterna e gerar excedentes exportáveis . Nessa l i nh a de raci ocínio, cit ado em CA S T R O , 1 9 9 9 , p. 1 4 , af i r ma q u e é poss ível e x p o rt ar. O mai o r p ro b lema est á re l a c i o n a d o à s a n i d a d e d o re b a nh o , ao c ust o d e pro cess ament o , i n c l u i ndo-se transportes e portos. O ut ras b arrei ras têm d if i c u lt ad o o acesso de e m p resas à e x p o rt aç ã o , t a is c o m o medi d as sanit árias , med i d as não-t arif árias , s u bs íd i os , as quais têm sido aval iadas e discutidas, dest acando s e a p a rt i c i p a ç ã o da C NA , O C B e A BA G . ( CA S T R O , 1 9 9 9 , p . 1 4) Es peci a l ist as do set o r acredit am q u e , se o governo federal est abelecer uma política de médio e longo prazos, não precisará import ar, pois , hoje, o B ras i l é obrigado a i m p ortar 1 0% da p rodução nacional para atender a demanda, mas o vol ume adqu irido tem sido o dobro d isso e o result ado traz prejuízos para os produtores e redução no preço do leite recebi d o . (CA S T R O , 1 9 9 9 , p . 1 4,) É n e c ess ári o i nt r o d u z i r m e c a n is m os q u e articulem os i nt egrantes d a cadeia p rodut i va e o govern o , permit i n d o q u e além da reest rut uração interna ao s ist ema e externa ao re lacionar-se em n í v e l m a c ro e c o n ô m i c o c o m v á r i os a g e nt es , Rev. Inst . Latic. "Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 1 6-2 1 , 2000 Pág. 2 1 perceba-se não a p e n as a re l e v â n c i a d o s ist ema agro i n d ust ri al , p o r meio d a geração de re n d a e e m prego e p e l a s u a i m p o rt ant e p a rt i c i p aç ão n a economia do país, po dendo inclus ive, t o madas as medidas necessárias ao desenvolvimento do setor, vir a t ornar-se um elemento essencial na paut a de e x p o rt aç õ es . JA N K , M. S . , FA RINA , E. M. Q ., GALA N , Y. B . O Agribusiness do Leite n o Brasil. S ão Pau l o : e d . M i lkbi zz, 1 9 9 9 , 1 06 p . REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS R E V I S TA D O I N S T I T U TO D E LAT I C Í N I O S "CÂNDIDO TOSTES " . J uiz d e Fora: EPAMIG Centro Tecnológico - I LCT, v. 54(3 09) : 1-279, J u l , 1 9 9 9 . I S S N 0 1 00-3674. CA S TR O , M . C . D . e & MA RT I N S , P. d o C . CONGRESSO NACIONAL D E LATICÍNIOS, 1 5. Organização da produção primária: um desafiO de laticínios - WorksllOp. 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" Cândido Tostes " , Maio/Jun, na 3 1 4, 54: 22-26, 2000 Observando-se a rot i n a de t rabalho em um l at i cínio, nota-se que exist em problemas prove n i e nt es d o s ist e m a d e c o l et a, t ra ns p o rt e e res fri ament o do l eit e . O p res ent e t rabalho t eve como objetivo avali ar as diferenças entre a coleta d o l eite cru "t i p o B" à granel e em l at ões, em t ermos de cont agem de psi c rot róficos e det ermi nação de áci d os graxos livres. 2. MATERIAL E MÉTODOS 1 . I N T RO D UÇÃO 1I i " o l eite por ser c o ns i derado um a l i ment o c o m p l et o em n ut ri e ntes, t or n a-s e um excel e nt e al i m e nt o p ar a o h o m e m e u m m e i o d e c u lt ura para a maioria dos micro rgan is m os encont rados na n at ureza. A q ual i dade do l e ite cru está i nt i mamente relacionada c o m o grau d e cont aminação i n i c i al e com o b i n ô m i o t e m p o/t e m perat u ra em q u e o l e it e p e r m a n e c e d es d e a o r d e n h a at é o process ament o . Em geral q u anto maior o n úmero d e c o nt a m i n antes e q u ant o m a is alt a for a temperat ura na qual o leite permanece menor será o seu t empo de vida út i l ( S i l veira, 1 9 9 7 ) . O res friamento do l eit e a n ível de fazenda é uma prát i c a adot ada pelos produt ores de leit e, v is an d o o aproveit ament o do l e it e da s e g u n d a o r d e n h a e m a n ut e n ção d a q u a l i d ad e m i c r o b i o l ó gi ca d o l e ite recém orden had o ( M o ura, 1 9 97 ) . Para a re fr i g e r a ç ã o d o l e it e s ão e m p re g a d os d i versos métodos (imersão, t anq ue de expansão e p l acas ) . O process o de i mers ão c o ns iste em s e c o l o c ar o s l at õ es c o nt e n d o o l e it e em t anq u es com água gelada, ficando esta até o nível s uperior do l at ão, a í p e r m a n e c e n d o at é o m o m e nt o d a coleta. N o sistema d e resfriamento em t anq ues de exp ans ão o l e it e é c o l o cado d i ret amente em um tanque de aço i nox com paredes duplas e serpent inas onde ocorre a expansão do l íq u ido refrigerante e para facilitar a t roca de calor o leite é mantido sob agit ação mecânica. Já no sistema de resfriamento a p l a c as o l e ite é b o mbeado p ass a n d o p o r u m c o nj u nt o de fi n as p l ac as de a ç o inox em c o ntra co rrente com água gelada. A carga m i c ro b i o l ó g i c a d o l eite cru é de e xt re m a i m p o rt â n c i a n a q u a l i d a d e fi n a l d e p r o d ut os l áct e os . U m l e it e de b a i x a q u a l i d ade m i c r o b i o l ó g i c a não se c o ns e rv a p o r l o n g os períodos, mes mo s o b refrigeraç ão, devido a s u a c o nt a m i n aç ã o p r i n c i p a l m ente p e l as b a ct é r i as ps icrot rófi cas formadoras ou não de es poros, q ue a p es a r de s e u c r es c i m e nt o l e nt o, p ro d u ze m 2 3 grandes q u ant idades de enzi mas ( l ipases, proteases ) que irão causar alterações no p rodut o rapidamente ( B is h o p e W h it e, 1 9 8 8 ; C ras e n e M a c a u l e y ; S il veira, 1 9 9 7 ) . Embora o res friament o do leit e seja funda ment a l na m a n ut e n ç ão da q u al i d ade m i c ro b i o l ó g i c a, t e m-s e q u e l e v a r e m c o ns i d e r a ç ão a e x ist ê n c i a de b act ér i as ps i c rot r ó fi c as q ue s ão cap azes de se des e n v o l verem a b ai x as t em pera t uras, p roduzindo lipases e proteases q ue afet arão a q uali dade final do leite e produtos dele deri vados (Moura, 1 9 9 7 ) . As l i p ases mi crobianas l i beradas no leite t ambém podem causar hidrólise de gordura mes mo após o process amento, uma vez q ue estas s ão t er m o res ist ent es, ( M o u ra, 1 9 9 7 ) c a us a n d o ass im defeitos nos produt os . A hidrólise da gordura também pode ser p rovocada pelo grau de agitação ao q u al o leite fo i e x p osto t ant o em c o n d i ções a d eq u ad as c o m o i n a d eq u a d as de m a n us e i o e t rans p o rt e . S o b c o n d i ç õ es p rát i c as, i nt e ress a c o n h e c e r o s o m at ó r i o d e t o d as as m u d a n ç as lipolít icas do leit e, as quais podem ser q uant i ficadas através da determ i n ação dos ác idos graxos l i v res ( Wo l fs c h o o n- Pombo et a I ., 1 9 8 6 ) . O s ist ema d e c o l et a d o l eit e na fazenda é i m p ort ant e exigindo t rans p o rt e ráp i d o e res fria m e nt o . Pode ser re a l i zado e m c a m i n hões c ar r o c e r i a ( l at õ es ) ou c a m i n h õ es t a nq u e is ot é r m i c o ( g ra n e l ) . E m d i v e rs os p aís es a c o l et a a g r a n e l v e m s e n d o r e a l i z a d a há m u it o t e m p o . C o m a i nt rodução dos res fri ado res de exp ansão d iret a nas fazendas, o l eite é c o let ad o em d i as alt ernados, c o m t en d ê n c i a p ara q u e s ej a re a l i z a d o de t rês em t rês d i as v is ando e c o n o m i a d e t rans p o rt e ( P i n h e i r o e t a I ., 1 9 9 1 ) . A d iss e m i n ação d o res fr i a m e nt o d o l e it e a n ív e l d e fa z e n d a, na A rg e nt i n a, se d e u na d é c a d a de 8 0 ( R enhei mer et aI., 1 9 9 0 ) . N o B ras i l é necess ário u m i n cent i vo d o governo aos p ro d ut o res de leite p ara q u e essas p r át i c as s ej a m a d ot ad as, v ist o q u e há necess i d ade destes m e l h orarem a q u a l i d a d e d o l e i t e p ro d u z i d o . A l uno d e Grad uação do Curs o d e Zootecnia da Univers i dade Federal de Lavras . A l uno (a) do curs o de Doutorado em Ciência dos A limentos da Univers i dade Federal de Lavras. Professor Adjunto do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras. Foram selecionados 1 0 p rodutores cuj o leite era coletado a granel e 1 0 em latões . O sistema de res friament o empregado para o leite c o l et ad o à granel era e fet u ad o d i ret amente no t anq u e de estocagem com expansão direta e a coleta em dias alternados, quando este leite era bombeado para o t a nq u e is ot é r m i c o do c a m i n hão . Para o l e it e co let ado em l at ões , o res fri ament o era feito em res friadores a p laca e logo após estes eram imersos em água gelada permanecendo até o dia seguinte q uando eram colet ados por um caminhão comum. 2 . 1 . Per íodo do experi mento D u rant e 5 meses cons e c ut i v os ( n o vembro de 97 a março de 9 8 ), foram efet uadas as análises abaixo des crit as , nos laboratórios de l at i cínios e m i c ro b i o l o g i a do D e p art ament o de C i ê n c i a d os A l i ment os da UFLA . 2 .2 . Coleta de a mostra s . L e i t e c o l et a d o à g r a n e l: O l e it e fo i amost rado na faz e n d a antes da t rans fe rê n c i a p ara o c a m i n hão t anq u e, em fras cos estéreis e s e g u i n d o-s e normas p a r a c o l et a e t r ans p o rt e de amost ras ( B ras i l, 1 9 8 I ) . - Leit e c o l et ado em l atões : As amostras fo ram ret i r a d as l o g o após a c h e g ad a d o c a m i n hão n a p l at a fo rma d a us i n a, s e g u i n d o-s e as n o r m as p a r a c o l et a e t rans p o rt e de am ost ras ( B ras i l, 1 9 8 1 ) . 2.3. Análise de Ácidos Graxos Livres (AGL) P ara med i r o grau de l i p ó l ise do l e it e foi determinado o t eor de ácidos graxos livres (AGL) segu i n d o mét o d o des crit o por Wo l fs ho n- Po mbo, Carvalho e Fis her ( 1 9 8 6 ) . 2 . 4 . Cont a g e m de ps i crotró ficos mi c r or g a ni s mos A c o nt ag e m de m i c r o rg a n is m os ps i c r o t r ó fi c os fo i feit a c o n forme m et o d o l o g i a p re c o n i zada p o r B ras i l ( 1 9 8 1 ) . Pág. 23 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os d ados referentes ao n ú mero de mi cror g a n is m os ps i c rot r ó fi c os do l e it e c o l et ad o em l at õ es e à g r a n e l se e n c o nt ra m na F i g u r a 1 . N o leite colet ado em l atões observa-se contagens s u periores desses mi c rorganis mos . Ist o pode ser explicado pelo fat o de que o leite coletado à granel é transferido do tanque de expansão para o t anque r o d o v i ário, s e n d o s u a t e m p e rat u ra m a nt i d a em t orno de 8°C durante todo o p ercurso, enquanto o l e it e t r a ns p o rt ad o em l at õ es s o fre o e feito d a t e mp e rat u ra amb ient e e d urant e o t e m p o gasto n o traj et o até a us i n a, s e n d o que ao c hegar na p l at aforma este se encontra com uma temperat ura média de 2 0° C . As b act é r i as ps i c rot ró fi cas p o r terem s e u ót imo d e crescimento em t orno d e 30°C ( R o binson, 1 9 8 7 ) podem no percurs o da faze nda até a indústria mult iplicarem-se, uma vez q ue no t rans p o rt e o c o rre u m a u ment o de t e m p e rat u ra e m v i rt u de d os l at õ es s e r e m t ra ns p o rt a d os à t e m p erat u ra a m b i e nt e . A l é m d iss o, o m at e r i al usado na fabricação dos t anques de expansão (aço i n o x ) o ferece menor ris c o de c o nt am i n ação em c o mparação c o m os l at õ es, q ue poss uem ext re mid ades d i fíceis de serem s anifi cadas ( Moraes et a I ., 1 9 9 8 ) . A i nda no figura 1 observa-se a variação do n ú mero de microrganismos psicrotrófi cos durante os meses de no vembro de 97 a março de 9 8 . Estes res u lt ados est ão de acordo c o m os e n c o nt rados por S i l v e i ra ( 1 9 9 7 ) e C u nha, Carvalho e A breu ( 1 9 9 6 ) . S endo que n o mês de j an e i ro houve um au mento express ivo deste n ú mero . Possi vel mente p o d e m os at r i b u i r t a is v a l ores às c o n d i ç õ es c l imáticas do mês de j aneiro. no qual foi verificado u m a t e m p erat u ra m éd i a e l ev ad a 2 3, 5 ° C c o nt r a 2 1 °C n os d e m a is meses, s eg u n d o i n fo rmaç ões fo rnecidas pela est ação c l i mat ológica de Lavras . Est a temperat u ra est á mais próxima d a ót ima de c res c i ment o d os mi crorg a n is mos ps i c rot róficos ( 2 3, 5° C ) ( R o b i ns o n, 1 9 8 7 ) . Na n a fig ura 2 s ão apresentados os valores de ácidos graxos li vresm nos leites coletados pelos dois sistemas, s endo q ue esses valores t i veram uma variação d u rante os meses de anál ises, seguindo previsivel me nt e a mesma tendência da cont agem de microrganis mos ps i c rotróficos ( fi g ura I ), em fu n ç ão d as c ar act e ríst i c as l i p o l ít i c as d ess es mic �organis mos . Res u lt ad os semelhantes est ão de acordo c o m os e n c o nt ra d os p o r M o u ra ( 1 9 9 7 ), S i l veira ( 1 9 9 7 ) ao est u darem o e feito do res fria ment o do leite s obre a fl ora microbiana e ácidos graxos l i v res e Wo l fs h o n- P ombo et a I ., ( 1 9 8 6 ) a o anal izar os ác i d os graxos l i v res e m leite de p l at a fo r m a . No geral, o t e o r de A G L n o leite c o l et a d o à granel fo i s u p e r i o r ao t e o r d o l e it e coletado em l atões (figura 2 ) . Este leite n a maioria digitalizado por arvoredoleite.org I ! Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, nO 3 1 4, 54: 22-26, 2000 Pág. 24 5 4,5 _ � ::::J 5,5 4,81 5,0 - C') O -I E Õ :; � granel 4,0 CJ) o ..-I . Iatao 3,5 dez jan 1 ,2 Figura 3 - p ro d utores . ;� II Fev • - Produtor 4 - Produtor 5 Mar 5 � ::J Cl o ....l !i!ll granel 111 latão 3,5 3 jan fev � Á c i d o s graxos livres em leite "tipo B" coletado e m l atões e à granel . Fev Jan Dez Figura 4 - p ro d utores . apresenta uma e n orme diferença em re l ação ao n ú mero d e p s i crotróf i c os nos d if erentes meses ana l i s ad o s . N o mês de nov embro f o ram i s o l ados 1 0 3 uf c/ml e n o mês d e j aneiro j á s e o b s ervou 1 0 5 uf c/ml n a s a m o s tras a n a l i s adas . Isto p o d e ser d e v i d o as d if erentes c o n d i ç õe s e m q u e o s p r o d u t o re s a rm a z e n a m o s e u l e i te , p o i s e m alguns casos foi observado a u t i l i zação do p r ó p ri o l atão p ara armaze n amento n a f azenda. Esta c o n d i ç ã o é i dêntica a d e f ornecimento em l a tõ e s , d if e r i n d o a p e n as n o q u e se ref e re ao tran s p o rte q u e n e s t e c a s o é f e i t a em t a nq u e i s o t é rm i c o . E m re l a ç ã o a v a r i a ç ã o d a c ar g a b a c teri ana detectada tanto n a c o leta a granel c o m o na c o leta em l atões s e o b serva q u e e x i ste u m a total f a l t a d o p ad r ã o d e q u a l i d a d e o n d e não s e o b s erva u m n ú mero médio e carac terís t i c o d e l e i te " i n n a t u r a " . P r o v a v e l m e n te t o d a e s t a variação d e v a- s e a má h i g i e n i zação d e u t e n s í l i o s e eq u i p a m e n t o s u t i l i z a d o s na ordenha. ''' ' , Produtor 3 Produtor 4 - - - - Produtor 5 Mar N ú mero de microrgani s mos aeróbios psicrotróf i cos em leite coletado em l atões de diferentes A n i m a l . Métodos a n a l ít i c o s ofi c i a is p a ra 4 . C ON CL U S Õ E S dos casos, foi resfriado em tanque de expansão sob agitação constante, levando a supor que a influência mecânica da agitação possa ser a responsável pelo a u m e n t o d o s á c i d o s grax o s l i vres . S e g u n d o Wolfshon- Pombo e t aI . , ( 1 986) o grau de agitação a q ue o leite f i ca exposto possi b i l ita u ma maior lipólise pela maior " homogeneização" dos glóbulos de gordura,o q ue f aci lita o ataq ue das l ip ases. No s istema de coleta em latões, embora apresentando u m m a i o r n ú mero d e m i c rorgan i s m o s , o l e i te p e r m a n e c i a p arado no i n terior d e s t e s , até o momento do transporte, sugerindo-se que a lipólise o c o rr i d a s ej a p r o v e n i e nte da ação d as l i p a s e s l i b e radas p e l o s m i c ro rgan i s m os p s i crotróf i c o s presentes q ue foram superiores a o leite co letado à granel (figura I ) . O s re s u l t a d o s d o n ú m ero d e m i c r o r g a n i s mo s/ml em l e i te a granel e em l atões por prod utores e diferentes meses de amostragem s ão mostrados nas f iguras 3 e 4. A n a l i s an d o a f i g u ra 3 p o d e- s e o b s e rvar que u m mesmo p ro d u to r ( e xemp l o produtor 3) 2 Meses mar Meses de coleta 1 - Produtor --- No v dez Produtor - - 4 2,5 nov - Jan Dez E 4,5 0,0 Figura 2 - 5,5 0,2 1 1 3 N úmero de microrgan ismos aeróbios p s icrotróf icos em leite coletado a granel de diferentes 0,99 0,99 CII E 0,6 '6> cc( 0,4 1I Produtor 3 --- Meses '§. 0,8 �: ; .' Nov Média do número de microrganismos psicrotróficos em leite "tipo B" coletados em latões e à granel. 1 ,0 4 3,5 mar fev Meses 11 ! i ! Produtor 1 - Produtor 2 2 nov - - 4,5 2,5 3,0 Figura 1 Pág. 2 5 Rev. I nst. Latic. " Cândido Tostes" , Maio/Jun, n ° 3 1 4, 54: 22-26, 2000 N o presente trabalho pode-se concluir q ue : - O l ei te c o l etado a granel apresenta u m a contagem de m icrorgan i s mos p s i crotró f i cos menor e maiores teores de AGL q ue o leite c oletado em l atões . 5 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A L M E I DA , A .A . P.; FU RTA D O FI L H O , J. M i c r o r g a n i s m o s p s i c rotróf i c o s e m l e i t e . R e vista do Ins ti t u to de L a t i c ín ios Cândido To s te s , J u i z de Fora, v . 4 8 , n . 2 8 7 , p . 3 6-40, j u l ./set. 1 9 9 3 . B RA S IL . Secretaria Nacional d e Defesa Agropecuária. L aboratóri o Nacional de Referência A n i mal . Métodos ana líticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes. Il. Métodos f ísicos e químicos. Brasília, 1 9 8 1 a. B RA S IL . S ecretari a N a c i o n a l de Def e s a A gro pecuária. Laboratório Nacio nal de Ref erência controle de produtos de origem animal e seus ingredi e n t e s . I. M é t o d o s m i c ro b i o l ó g i c o s . B rasíli a, 1 9 8 1 b . C U N HA , L . T. ; CARVA L H O , E . P. ; A B REU, L . R . Determ i n ação d a s c o n d i ções f í s i c o-q u ímicas e microbiológicas de leite B cru ref rigerado . I n : CONGRES S O B RA S I LEI RO D E C IÊNCIA E TEC N O L O G IA DE A L I M E N T O S, 1 5, Poços de Caldas, 1 9 9 6 . Resu m o s . . . L avras ; UFLA , 1 9 9 6 . Cap . 2 , p . 7 3 . D O W N EY, W. K . R e v i e w o f t h e p r o g r e s s of d a i ry s c i e n c e : f l av o r i m p a i rment f ro n pre and post manufacture l i p o l y s i s i n milk and dai ry prod ucts . Jo u rn a l of D a i r)' R e s e a rch. C a m b r i d g e , v . 4 7 , n . 2 , p . 2 3 7- 2 5 2 , J u n e 1 980. FR O E D E R , E . Comp o s i ç c7 o do l e i te da b a c i a leiteira d e Viçosa-MG. Viçosa: UFV, 1 9 8 4 . 5 4 p . ( T e s e- M e s t r a d o e m Te c n o l o g i a d e A l i me n t o s) . digitalizado por arvoredoleite.org I ' Pág. 26 Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 22-26, 2000 HANSEN, R. Sistema lactope roxidase : ava liaçc70 de m ét o dos p a ra a ti v a çc70 e de efe i tos na preserva çc70 do leite em n ív e l de fazenda e p o s tos de resfriamento. V i ç os a : U FV 1 9 9 6 . 67p . (Tese-Mest rado em Ciência e Tecnologia de A l i ment os) . M O RAES , J . M . ; S TE H L I N G , R . 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Quando há uma infecção, irritação ou algum outro dano à glândula mamária, o organismo envi a grande quantidades destas células para o local injuriado com a finalidade de lutar contra a infecção e reparar os danos teciduais causados. A sua determinação é o melhor método para identificação de mastite subclínica. O obj etivo deste trabalho foi verificar a i nfluência da mastite na qualidade do leite. Em uma fazenda da região foi selecionado leites com diferentes contagens de células somáticas. Foram feitas análises fisico-químicas do leite e observado a influência que a mastite causou na composi ção e qualidade do lei te. 1. INTRODUÇÃO O leite e produtos lácteos s ão considerados "al i mentos naturais" de elevado valor nutriti vo. Sua compos ição q u ímica, p rincipal mente em proteínas (possuindo todos os aminoácidos essenci ais ao ser h u m a n o) , g o r d u r as , l act os e , s a is m i n e r a is e a l g u m as v it a m i n as é a res p o ns á v e l p e l a s u a reput a ç ão d e a l i ment o " c o m p l et o" . Para q u e o leite e s e us p ro d ut os c o nt i n u e m mant e n d o essa rep ut ação e compet i ndo s at isf atoriament e c o m o s o ut ros p r o d u t os a l i me nt íc i os , e l es t ê m q u e poss u i r o s mais altos p adrões de q uali d ade, q uer sejam concernent es à s ua compos ição q u ímica ou a seus p adrões higiênicos . O declínio na produção d e leite causado por essa enf ermi dade d o ú bere é bastante evident e e causa sérios prej u ízos econômicos para a pecuária leiteira, sendo consequentemente o principal f ator que leva o p rodut o r de leite a s e preocupar com t a l e nfermidade, p o rém, a c o m p os i ção d o l e ite f i c a em geral re l egada a segundo p l a n o , p o is o pagamento do leite pela qu al idade. Somente agora est á c o m e ç a n d o a s e r i m p l a nt a d o p o r a l g u ns est abe leci mentos industriais no B ras i l . A c o m p os i ç ã o f ís i c o q u í m i c a d o l e it e p roven iente de vacas mastít i c as s ofre alt erações c o mo : 1 2 3 A con cent ração d e s ó l i d os t ot ais d i m i n u i , d i m inuindo conseq uent e ment e o v a l o r e o ren d i ment o desse l eite em produt os . A mast ite caus a u ma maior permeabili dade n os á c i n os g l an d u l ares , p e rm it i n d o q u e cert os c o m p o n entes , c o m o o s ó d i o e c l o ret os , p ass em mais l ivremente do s angue para o leite. Isso causa, j u nt amente c o m a d i m i n u i ç ão da c as e í n a , u m a d i m i n u i ç ão d a aci dez d o l e it e , q ue é acent u ada p e l a d i m i n u i ç ão d o f ós f o r o i n o rg ân i c o . Ess a elevação, p ri n c i p al ment e dos c l o retos , diminui a concent ração de lactose p ara c o mpens ar a maior pressão osmótica do leit e , em rel ação ao sangue, conf erida por esses sais . O pH do leite é elevado no l e it e mast ít i co . H á u m a u m e nt o c o ns i derável n o t eo r d e s ó d i o n o l e it e m ast ít i c o , a c o m p a n h a d o de u m declínio no de pot áss i o . Embora exista u m a q uantidade considerável de i nf o rmações a res pe it o da compos i ção geral do leite, é necess ário verif i car a inf l uência que a mamite exerce n as f rações desses c o m p o nentes, p r i n c i p a l m e nt e no q u e se ref e re às f r ações protéicas e l i pídicas . Objeti vo geral Av al i ar a q u alidade físico-q uímica do leite provenient e de vacas mast ít i cas . Aluno do Curso de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos/UFL A . Professo r do Depart ament o de Ciência dos A l i ment os/UFL A . Pesq u is ador do C N PGL - EMB R A PA - Juiz de Fora, M G . digitalizado por arvoredoleite.org I ' Pág. 2 8 Rev. lnst . Latic. " Cândido Tostes" , Maio/Jun, n ° 3 1 4, 54: 27-32, 2000 O bjeti vos específicos I . Fazer uma aval i ação do leit e a ser est u dado, diagnosti cando a presença e inten s i d ade de mastite at ravés d a c o nt agem de células s o mát i cas. 2 . Est udar a i nf l uência que a cont agem de células somáticas exerce sobre a q ual idade f ís i co-q uímica geral do l eite . 2. MATERIAL E MÉTODOS o experimento foi real izado no laboratório d e l at i c ín i os do D e p art am e nt o de C i ê n c i a d os A l i me nt os da U n i vers i dade Fed eral de L a vras ( UFLA) , Lavras- M G . O leite ut i l i zado no experi mento foi obtido de u ma f azenda (Granja J omalo) na r e g i ã o d e L a v r as , es c o lh i d a d e v i d o a s e r alt am e nt e t ec n if i c a d a , c o m l ot es p ar a ordenh a divididos e m produção, est ágio d e lactação e idade dos ani mais . " 2 . 1 . Coleta de a mostra II 2.1.1 Contagem de células somáticas A seleção dos ani mais foi feit as do lote de maior produ ção, de acordo c o m a c o nt agem de cél ulas so máti cas do leite analis ados mensalmente por cont ador eletrôn ico de células somát i cas, na EM B RA PA Gado de Leite - J uiz de Fora. O lote foi s u b-dividido em três s u b-lot es , com contagem de cél u l as somáticas de: s u b-lote 1 - até 200. 000; s u b- l ot e 2- de 200.000 a 600. 000 e s u b- l ote 3a c i m a d e 6 0 0 . 000. O mét o d o de p ast e u ri zação ut i l i z a d o f o i 6 5 ° C por 30 m i n ut os , ou s ej a , p ast e u ri zação l e nt a . Para cada fabricação f oram ut i l i zados sete l itros de leite. 2.1.2 Leite O l e it e d os a n i mais de cada s u b- l ot e f o i m ist u r a d os e c o l et o u-s e a m ostra e m f ras c os próprios p ara cont agem de cél u l as s o mát i cas . 2 . 2 . A náli ses físi co- q u í mi c a s l eit e Foram real i zadas as seguintes análises no 2.2.3 Densidade Foi uti l i zada a leit ura direta em termo lact o densímetro, segundo Quevene, p revi amente cali b rad o , corrigindo-se o ef eit o da temperat ura se gundo t écnica d o LA NA RA ( 1 9 8 1 ) . 2.2.4 Extrato seco total Para det er m i n ação d os s ó l i d os t ot ais , f o i adotado o método de secagem em est ufa a 1 05 ° C, modelo 3 1 5-SE, FA NEM, conf orme metodologia des crit a n a A . O .A . C . ( 1 9 9 5) . 2.2. 5 Determ inação dos teores de nitro gênio total (NT) e Proteína Total (PT) O M étodo ut i li zado foi o Kj eidah l , segundo met o d o l o g i a d es c rit a por G ri p o n et ai. ( 1 9 7 5) . A s amost ras f oram d i geri das em bloco aquecedor da marca SA R GE, modelo 40- 2 5 , e dest i l adas em eq u i p a m e nt o T E C NA L, m o d e l o T E 0 3 6 / 1 . O f at o r ut i l i zado p ar a c o n vers ão dos t eores de n it r o g ê n i o p a r a p r ot e í n a b r ut a f o i de 6 , 3 8 ( K os i k o ws k i , 1 9 7 7) . 2.2. 6 Determ inação de Nitrogênio Não Protéico - T CA 12% (NNP) As amost ras f o ram preci p itadas com ácido t ri c l oroacét i c o ( T CA) a 2 4 % , o bt e n d o-s e c o n c e nt r a ç ã o f i n a l d e 1 2 % , f i lt r a d a e m p a p e l W HA T MA N 4 2 . O n it r o g ê n i o c o nt i d o n est a s o l ução f o i denominad o n itrogênio não p rot éico ( N N P) , q ue f o i ent ão det erminado pelo mét o d o Kj eidah l , c o m o descrito por G ripon e t a l . ( 1 97 5) . Esse n it ro gêni o t ambém é denominado d e n itro gênio s o l úvel em TCA 1 2 %. 3.1.1 Sólidos totais e desengordurados A influência que a CCS tem nas porcentagens de ST e SD do leite é variável. Alguns autores (Asby et al I 1 9 97 ; Ph i p ot & N i c k e rs o n 1 9 9 1 ) t êm encont rado d i m i n u i ç ões na o rd e m de 3 a 1 2 % , enq u ant o M ach a d o , P ere ira e S arriés ( 1 9 9 9) encontraram, em alguns casos, valores não diferentes e mes mo um p eq u e n o au ment o . Esses aut o res at ribuem esse peq ueno aumento ou a não variação ao fato de uma maior CCS levar a uma diminuição da produção. Sabidamente, o decréscimo na produção acarreta uma concentração dos sól idos do leite. Os dados ref erent es aos S T e S D o bt i d os nesse est udo se encont ram na Figura 1 . Observa se uma diferença entre todos os tratamentos, sendo q u e m a i o res C C S l e v ar a m a uma d i m i n u i ç ã o constante dos sóli dos do leite. Como a q ual idade química do leite está relacionada com sua riqueza em sólidos, fica evi dente pelos res ult ad os obtidos que um aumento na CCS acarreta uma dimin uição importante dessa q uantidade. Dessa f orma, um leite com alt a CCS terá seu valor nut rit i vo dimin uído , c o m o t a m b é m s e u re n d i m e n t o em p r o d ut os , p ri n c i p a l mente aq ueles que têm seu ren d i ment o dependente dos s ó lidos do leite, como por exemplo o q ueij o , doce de l eite, dentre outros. 1 00 IIII CCS 1 O CCS 2 Ill CCS 3 E m b o r a a p o rc e nt agem d e s ó l i d os t enh a apresentado um decrés c i mo constante em f u nção d o aumento de cél u l as somát ica, esse decrés cimo não f o i t ão i nt e ns o , e m f u n ç ã o d e v ar i a ç õ es opostas em alguns componentes . Um decrés cimo no teor de caseína foi compens ado, por exemplo, com um aument o nos teores de proteín as solúveis (Figura 2) e de sais minerais . A i n d a n a F i g u ra I , os res u lt a d os m os t r a m q u e a v ar i ação n os t e o res d e s ó l i d os t ot ais e d es e n g o r d u r a d os é s e me lh a nt e . Iss o a c o n t e c e u e m f u n ç ã o d a b a i x a v a r i a ç ão o c o rri d a n o t e o r d e gordura em f u n ç ão d as c o nt agens de c é l u l as s o mát i c as . A lg u ns aut ores ( R a n d o l ph & E r w i n 1 9 7 4) e n c o nt r a r a m o m e s m o c o m p o rt ament o d o t e o r d e g o r d u r a d o l e it e , s e n d o q u e K it ch e n ( 1 9 8 1 ) af i r m a q u e o t e o r de gor d u ra é alt erado de f o rma s i g n if i cat i v a s o mente em c o nt a g e n s s u p e r i o res a d o is m i lh õ es de c é l u l as por m l de l e it e . Dessa f orma. e m f un ção dos dados obtidos nesse t rabalh o e em trab alhos de o utros pesq u i s adores, f i c a c l aro q ue o t eor d e s ó l i dos do leite, embora s ej a u m parâmetro i mp o rt ant e , n ão pode ser ut i l izado iso l ad ament e p ara est abelecer uma aval i ação d a q u a l id ade do l e it e , pois nem sempre os ST e S D s e g u e m u m a v ar i ação c o nst ant e. Ass i m , as p o r c e nt ag e ns de s ó l i d os d o l e i t e d e v e m s e r a n a l is a d as c o nj u nt a m e nt e c o m o os o utros c o m p o n e nt es , para q u e o j ul g ament o d a q u a l i d ad e q u í m i c a do l e it e s ej a f e it o de f o rma mais adeq u ada. 3.1.2 Proteínas totais, caseínas, proteínas solúveis e NNP 2.2. 7 Determinação de nitrogênio solúvel (NS) D et erminado p e l o m ét o d o M i cro- Keidah l , segundo técnica des crit a p e l a A . O .A . C. ( 1 9 9 5) . 2.2.8 Cloreto d e sódio A p o r c e nt ag e m de c l o ret o de s ó d i o f o i d et e rm i n ad a p o r t it u l aç ão c o m t i o c i an at o d e p ot áss i o a 0 , 1 N , c o m o des c rit o p e l a A . O .A . C . ( 1 9 9 5) . Pág. 29 Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes" , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 27-32, 2000 SD SI Contagem de Células Somáticas Figura 1 - Sólidos t otais e Sólidos desengordurados de l eites c o m d if e rentes C C S ( 1 : 1 . 2 5 0. 0 0 0 ; 2 : 2 7 0. 00 0; 3 : 9 0 . 000). Q u a n d o a g l ân d u l a m a m á r i a é i n v a d i d a p o r m i c ro r g a n is m os c a p a zes d e p r o v o c ar u m a i nf l amação , a v a c a l i bera n o leite m a i o r q uant i d ad e de cé l u l as s o m át i c as e p rot e í n as caract e ríst i c as d a res p ost a i m u n e , p ri n c i p a l m e nt e as i m u n o g l o b u l i n as . H á c o ns eq u e nt e m e nt e u m a u me nt o n a d e m a n d a d e a m i n o á c i d os p ara a p ro d u ç ã o d ess as p r ot e í n as , c o m p ro m et e n d o a p r o d u ç ã o da c as e í n a . q u e e m b o r a n ão s ej a o p ri n c i p a l f at o r no d e c rés c i m o da p ro d u ç ão d e c as e í n a . 3 . RESULTADOS E DIS CUSSà O 2.2.1 Acidez titulável Foi ut i l i zado o mét o d o de t it u l ação c o m h i d róxido de s ó d i o N/,9 (s ol ução Dornic) , c o m a ut i l i zação do ind i c ador fen olft aleína, segundo o L a b o r at ó r i o N a c i o n al de Ref e rê n c i a A n i m al LA NARA ( 1 9 8 1 ) . 2.2.2 Gordura As porcent agens de gordura dos leites foram det erminadas pelo mét odo butirométrico de Gerber, segundo técnica do LA NA RA ( 1 9 8 1 ). 3 . 1 . Resu lta dos da s análi ses As méd i as - obt i d as de 4 repet i ções - dos res ultados das an álises f ís i c o-q u ími cas dos leites" ut i l i zados nesses t rabalh o est ão ap resent adas na Tabe l a 1 . A acidez das amostra de leit e não variou e m f u n ç ão d a c o nt ag e m d e c él u l as s o m át i c as , cont rariando uma e xpect at i v a d e diminuição com o aument o d a c o nt agem. Tabela 1 CCS * 2 - Res ult ados das análises f ís i co q u ímicas do leite. AC. D ENS. G. Cl' sr SD PT PS 16 1 , 029 3,70 0, 1 9 1 1 , 95 8,25 3,78 0,566 NNP Caseína % Caseína 16 1 ,03 1 3,80 0, 1 2 1 2,57 8,77 3 ,6 5 0,466 0 , 1 45 3, 1 8 87,23 16 1 , 032 3,80 0, 1 0 1 2. 80 9,00 4,04 0,503 0 , 1 49 3,53 87,53 * CCS I : 1 . 250 .000; CCS 2 : 270.000; CCS 3: 90.000 A C . : acidez ; DENS . : densi dade ; G. : gordura; CI': cloretos ; ST: sólidos tot ais; S D : sóli dos desengordurados ; PT: p rot eína t ot al; PS : p roteína s o l ú ve l ; N N P : n itrogênio não prot é i c o. digitalizado por arvoredoleite.org I ' Pág. 3 0 Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n ° 3 1 4, 54: 27-32, 2000 IICCS 1 4 o PT I l l1 Ii" ; :i I fll CCS 3 m I m 90 .9 0, 1 5 o 3.1.3 Caseínas O s d a d o s a p r e s e n t a d o s n a Fi g u r a 3 , d e m o n stram c l aramente uma dimin u i ção d o teor d e c a s e í n a à m e d i d a q ue co nt agem d e c é l u l as somáticas aumenta. A redução do teor de caseína é devido a dois fatores p rincipais, a maior ativi dade enzimática do leite com alta CCS que leva a ativação da piasmina (principal enzima caseol ítica do leite), e a alteração do balanço caseína micelar I sol úvel, :=> Uma elevação n a co ntage m de células somáticas levou à dimin uição na porcen t a g e m de s ó l i d o s t o t a i s e d e s e n g o r d u ra d o s d o l e i t e , c o m u m a l i ge i ra d i m i n u ição do teor de p roteínas totai s , diminuição acentuada do teor d e caseína e u m aumento signif icativo das proteínas s o l úvei s . :=> O t e o r d e c l o r e t o s f o i m a i s e l e v a d o q u a n t o m a i o r a c o n t agem d e c é l u l as so máticas do leite. A S BY. C . B. The relationsh i p between Herd B ul k M i l k C o m p o s i t i o n and C e l l C o u nt i n Com merc i a l D a i ry H er d s . Jo u rn a l of D a i ry Researclz, London, v.44, n 3, p . 5 8 5 - 5 8 7 ,oct. 1 97 7 . ., 'O li'< 0, 1 81 Contagem d e Células Somáticas Figura 3 Porcentagem de caseína em leites com d if e r e n t e s C C S ( 1 : 1 . 2 5 0. 0 0 0 ; 2 : 2 7 0 . 0 0 0; 3 : 9 0 . 0 00). - C o m o a caseína é a p ri n cipal p roteín a do leite, principalmente no q ue se refere à prod ução q ueijeira, fica evidente q ue a mastite causa prej u ízos econômicos s i g n if i cat i v o s , além de p rej u dicar a qualid ade do produto f i nal, uma vez q ue, com a p re s e n ç a de m a i o res q u a n t i d ades de proteínas sol úveis em detrimento à caseína, poderá ocorrer p roteólise i ndesej ável, q ue além de prej udicar os atri b u t o s s e n s o ri a i s , c a u s a t a m b é m u m a d i m i nui ção da vida d e prate leira. 3.1.4 Cloretos Dentre os sais minerais p resen tes nó leite, os c l oretos são aq ueles mais af etados q u ando há uma i nf l amação n o ú b e re d a vaca l e i te i ra . Em leites de vacas sadias, esses íons se encontram no l e i te e m concentrações próxi mas a 0, 1 0%. Entre tanto, com a ocorrência de mastite, a concentração de c loretos é aumentada, sendo o aumento propor cionai à i ntensidade da i nfecção. B rito & Ch arles, ( 1 9 9 5) encontraram concentrações de c l oretos do leite variando de 0,09 1 em leites sadios a 0, 1 47 em leites com contagem de células somáticas. Conforme o rigor da i nf ec ç ão , os teo res se elev am de tal maneira que se pode perceber por exames sensoriais do leite, pois o mesmo adq u i re um sabor salgado. A l tos teores de c l oretos ac arretam também p ro bl emas tecnológicos, uma vez q ue há um aumento no tempo de coagul ação do leite, no p rocesso de f abricação de q ueij os , embora outras modificações na composição d o leite mastítico contribuam para a elevação do tempo de coagulação. Os dados apresentados na Figura 4 apontam para uma correl ação al tamente signifi cativa entre a contagem de células somáticas e o conteúdo de 0,05 2 Contagem de Células Somáticas P o rc e n t agem d e c l oretos em l e i tes c o m d if erentes C C S ( 1 : 1 . 2 5 0. 0 0 0 ; 2: 2 7 0 . 0 00; 3 : 9 0 . 0 00). Figura 4 Pág. 3 1 5 . REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS f:l Ü - esse f ato deve ser levado em consideração. Como principais f atores res ponsáveis pelo abaixamento do teor de caseína do leite mastítico, alguns autores (Sharma & Randolph , 1 974) destacam q ue a maior ati v i d ad e e n z i m á t i c a e a alteração do b a l a n ç o caseína mi cel arls o l úvel s ã o os dois m a i s imp or tantes . A alta ativi dade enzimática p romovendo uma maior ati vação d o p l as minogênio em p l as m i n a e u m a m a i o r s o l u b i l i d ade d a caseína s ão fatores si nergístico na pro teó l i se dessa p roteína, uma vez q u e é a p l as m i n a a p ri n c i p a l e n z i m a e n d ó g e n a re s p o n s á vel p e l a q u ebra d a caseína, sendo essa q u ebra muito mai s acentuada q u ando a c a s e í n a a b a n d o n a a m i ce l a , p a s s a n d o para a p a rte s o l ú v e l ; e s s e f a to o c o rre p ri n c i p a l m e n te c o m a p - c a s e í n a . D e s s a f o rma, o teor de p ro teínas t o t a i s d o l e i te p o d e d i m i n u i r o u perma necer i n a l terad o , pois u m aumento n o teor d e p roteínas s o l ú ve i s p o d e c o m p e n s ar u m a d i m i n u i ç ão na c o n cen tração d e caseín a . Observa-s e na Figura 2, leite c o m alta CCS apresenta um maior teor de proteína total e do s oro, d e v i d o a al teração d a pe rmeab i l i d ade dos c a p i l ares s a n g u íneos que permite o i nf l u x o de proteínas s éri cas na glândula mamária ( Haentei n et a I . 1 9 73) . c l o re t o s d o l e i te. O b s e r v a- s e q u e c o m u m a co ntagem d e 1 . 2 5 0. 000 células p o r m l , o teor de c loretos foi de 0, 1 9 % , apresentando um aumento de 90% em relação à contagem de 90.000 células. Como o s métodos l aboratori ais ráp i d o s (q u al ita tivos) c o n seguem d etectar 0,2 NNP Caseína Contagem d e Células Somáticas Proteína t o t a l , p ro t e í n a s s o l ú v e i s , nitrogênio n ão proté i c o e caseín as d e leites com d if e rentes CCS ( 1 : 1 . 2 5 0 . 00 0; 2: 2 7 0 . 0 0 0 ; 3 : 9 0. 0 0 0) . Figura 2 1 1 : PS O CCS 2 pois a medida q ue a caseína se solubiliza maior é a p o s s i b i l i d ad e de p roteó l i s e (Zach i a et a! . 1 9 9 2 , K i t ch e n 1 9 8 1) . Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes" , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 27-32, 2000 - a p re s e n ç a de c l oretos em c o n c e n traç ões s u pe r i o re s a 0 , 1 2 % , a i n v e s t i g aç ã o q u a l i t at i v a d e c l oretos, q ue é s i mples, de b a i x o custo e ráp i da, pode ser utilizada em l aticínios para uma avali ação, embora s u perf icial, da q ual idade do leite recebido, n o tocante à presença de mastite. A razão pela q ual o leite mastítico p o s s u i e l e v a d a s c o n c e n trações d e c l o re t o s , e s t á rela cionada com a maior permeabili dade dos alvéolos . Com a inj ú ri a das células secretoras dos al véolos, essas são substi tuídas por células cicatriciais, q ue n ã o v e d a m ef i c i e n temente os e s p a ç o s i n terce l u l ar e s , f a z e n d o com que o s c l o re t o s , m u i t o solúveis em água, passem com mais f acil idade do sangue para o lúmen. Mais cloretos no leite dentro do l úmen provocam uma hipertonicidade desse em relação ao sangue; para compensar essa diferença osmótica, as c é l u l as l actígenas produzem me nos lactose, uma vez q ue os cloretos e a lactose são os c o m p o n e n t e s re s p o n s á v e i s por esse b al an ç o osmótico. Sabidamente, o leite dentro do l úmen e o s a n g u e c i rc u n d an te ao a l v é o l o têm de serem isotôni cos. Esse mecan i smo é i n c l u s ive uti l i zado pela vaca leiteira para diminuir a produção de leite no f i n a l do p eríodo de l actação, necess ári o p ara q ue a mesma en tre no perío d o seco e tenh a u m descanso para se preparar para a próxima parição. B R ITO, M . A V. P.; CHA RLES , T. P. O s males dos leites com resíduos In: B R ITO, J. R . F; D IAS, J . C . S a n idade do g a d o l e i t e i ro . Coronel Pacheco : Embrapa-CN PGL, p . 63-70, 1 9 9 5 . G R IPON, J . C . Etude d u r ô l e d e s mi cro-organismes et des enzimes are co urs de la maturation des fromages. Le Lait, Pari s , v. 5 5 , n . 5 4 8 , p . 5025 1 2 , S e p t ./Oct.l 9 7 5 . K I TC HEN , B . 1. . R e v i e w of the Pro gress of Dairy Science: Bovine Mastitis : M i l k Compo sitional Changes and Related Diagnostic Tests. Jo u l'1l a l of D a i ry R e s e a rch. L o n d o n , v 4 8 , n 1 , p. 1 6 7 - 1 8 8 , Fev . 1 9 8 1 . K O S I KO W S K I , F Ch e e s e a n d fe r m e n ted m i lk foods. 2. ed. Ann A rb or, MI: Edward Brothers, 1 977.7 1 1 p . LA B ORATÓRIO NA CIONA L DE REFERÊNCIA A N I MA L - LA NA RA , M é t o d o s a n al ít i c o s of ic iais para controle de produtos de origem ani mal e seus i ngred ientes. 11. Métodos f ísico e quími cos. B rasília: Min istério da A gricultura. Secretaria N acional de Defessa A gropecuária. 1 98 1 . 20 1 p. MA C HA D O , P. F ; PER E I RA , A . R . ; SA R R I É S , G .A. Efeitos da contagem d e células somáticas na q u al i d a d e do l e i t e e a atual s i t u ação de reb anh o s bras i l ei ro s . R e v ista do Ins titu to de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v.54, n . 3 0 9 , p . l 0 - 1 6 , J u l/A g o . 1 9 9 9 . 4. C O N CL U S Õ E S C o m b a s e n as c o n d i ç õ e s experimentais e de f un ção dos dados obtidos, é l íc ito concluir q ue: PEREIRA , M . L . Control of nonspecof i c reactions on reserved passi ve l atex aggutination assay ( RPLA) for detecting nanogram q uantities of digitalizado por arvoredoleite.org I ' Pág. 3 2 Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes" , Maio/J u n, n ° 3 1 4, 54: 27-32, 2000 st aph y l o coccal enterot oxins . A rqu ivo Brasi l e i ro de Medicina Ve terinária e Zo o te c n i a , B e l o H orizonte, v. 49, n .4, p . 493-497, 1 9 9 7 . 1 1" I , pl 1 1' 1 " c o m p os it i o n . J o u rn a l of D a i ry S c i e n c e , Ch ampaign, v. 5 7, n . 8, p . 8 6 5 - 8 6 8, A u g . 1 974. P H ILPOT, W . N . ; N I CKER S O N , S . C . Mastitis: c o u nt e r att a c k . N a p e rv i l l e : B abs o n B ros ., 1 99 1 . 1 50p. S HA R MA, K. K.; RAN DOLPH, H . J. Enzy mes in b o v i n e m i l k : a re v i e w . Jo u rn a l of D a i ry S c i e n c e , Ch a m p a i gn, v. 5 6, n . 5, p . 5 3 1 - 5 4 3, May 1 974. RA N D OL P H, H . E . ; ERW I N , R . E . I nf l uence Of Mastitis On Propertien Of Milk. X . Fatt y acid ZA C H IA , F.A . Man u a l d a p rodu ç ão leiteira . 2 ed. Port o A legre : C CGL, 1 9 9 2 . 7 0 1 p . Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes" , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 33-4 1, 2000 Pág. 33 CARACTERIZAÇÃO DO LEITE PRODUZIDO NA REGIÃO SERRANA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASILl C h aracterization of M ilk P roduced on Highlands of S a nta C ata ri n a State, B r a sil Cristiane Pel/izzaro Batalha2 Honório Domingos Benedet3 RESUMO Foram analisadas 1 20 amos tras de leite co letadas aleatoriamente em 15 municípios que c o mpõem a Região Serrana Catarinense, o btidas de produtores diferentes, divididos em pequenos, médios e grandes, c onforme a qu anti dade de leite produzida. Dos pequ enos, c orrespondendo a aproxi madamente 70% do leite receb i d o pela Laticínio d o Planalto S . A . (LACTOPLA S A ) , coletou-se 84 a m o s tras . Dos m é d i o s , c orrespondendo a 20% do leite recebido coletou-se 24 amos tras e dos grandes, c o rres pondendo a apro x imadamente 1 0 % d o leite recebido coletou-se 1 2 amos tras . D e acordo c o m as análises obteve-se os segu i n tes valores méd i o s : gordura 3 , 6 % ; proteína 3 , 2 % ; lactose 4,9%; matéria seca 1 2, 1 % ; cin z as 0 , 3 4 % ; acidez 17 °0 e pH 6.5. Quanto a pesqu i s a de c o l i formes totais v erificou-se que 1 7 % das amostras estavam li vre s ; 6 3 % contaminad as na fai x a de 1 , 5 x 1 02 a 4 , 3 x 1 04 U FC/mL ; 1 9 % c o n t i n h am de I , I x 1 05 a 9 , 3 x 1 05 UFC/mL e 3 , 3 % apresentaram contaminação na fai x a de 1 , 1 x 1 06 UFC/mL. No c aso de coliformes de origem fecal 72,5% das amostras estavam livres ou com contagens muito baixas e 27,5% apresentaram de 1 ,5 x 1 02 a 9 , 3 x 1 04 U FC/mL. Verifi cou-se através de c o mp aração de médi as, teste de Duncan, u m a d i ferença s i gnifi cativa a nível de 3 % nos val ores de acidez quanto ao l o c al de procedê ncia das amostras. Quanto a proteína bru t a houve uma diferença a nível de 2 % quando fez-se uma i nteração das variáveis localização e tamanho da propriedade. As ou tras vari áveis, admitindo-se um grau de signifi cância a nível de 5% apresentaram-se de maneira u m tanto homogêneas , m os trando que as es tações d o ano não disti ngu iram de modo s i gnificativo as a m o s tras . INTROD UÇÃO O Est ado de S anta Cat arina ocupa pos i ção de dest aq ue q uanto a produção de leite, det endo o sétimo l ugar a n ível de B rasil com uma produção d e 7 3 6 m i lhões de l it ros n o ano de 1 9 9 3 ( M ar condes, 1995) . O rebanho t ot al está est imado em 2, 7 m i lh õ es d e b o v i n os d os q u a is 3 7, 8 % s ã o ut i l izados para produção de leite, respondendo por 4, 7 % da p ro d u ç ão n a c i o n a l n u m a área c o rres p o n d ente a I, 1 3 % do t errit ório b ras i leiro ( I nst i t ut o C E PA - S C, 1 9 90) . O n ú mero d e vacas é de 945 mil c abeças, cerca de apenas 3 % acima do de 1 9 8 5 ( 9 1 9, 6 m i l) ( I nst it ut o C E PA - S C, 1 9 9 5) . A média de produt ividade por vaca/ ano e m 1 99 3 no B rasi l, foi de apenas 790 l it ros, u ma das mais baixas do mundo . A mais alta f oi de 9 . 3 00 litros, e m Is r ae l . A l g u m as v a r i á v e is, t ais c o m o a es p e c i a l i z a ç ã o d a p ro d u ç ão e o t a m anh o d o rebanho, s ão det erminant es d est a d if e re n c i ação . 2 3 Cons i deran d o s o ment e os países do Mercos u l , a diferença de p rodut i vi dade ainda é grande : A rgen t i n a, 2 . 3 0 0 ; P arag u a i , 1 . 9 0 0 e U r u g u ai, 1 . 8 0 0 l it ros/vaca/ano ( C o n c e i ç ão, I 9 9 4) . A exp ansão d a p ro d u ç ão n ão está mais se dando pela instalação de novas unidades industriais ou pela incorporação de novos produtores. O nú mero de produtores q ue entregam leite às indústrias i nspecionadas j á f o i s u perior a 40 m i l, e at ual m e nt e é de 3 5 m i l . A ss i m , o v o l u m e m é d i o ent regue p o r produt or/d i a, q u e a o f inal dos anos 80 era em torno de 1 6 l it ros, est á h oj e em cerca de 25 litros. Embora est a média ainda seja bastante b ai x a, o c res c i ment o é s i g n if i c at i v o e t ende a a u m e nt ar ( M ar c o n d es, 1 9 9 5) . Em t er m os d e produt i v i d ade, embora o ren d i ment o d o rebanho de S ant a C at a ri n a s ej a s u p e r i o r ao da m é d i a nacion al, s it u ando-s e e nt re 1 . 1 00 e 1 . 200 l it ros/ vaca/ano, a i n d a é m u it o b a i x o, não regist rando au ment o nos ú lt i mos 1 0 anos (Conceição, 1 9 94). Parte do t rabalh o de dissert ação p ara obtenção do t ít u l o de mest re, apresentado no Curso de Pós - G rad u ação em C i ê n c i a d os A l i ment os do Dep art ament o de C i ê n c i a e Tec n o logia de A l i ment os/CCA /UFS C . D o c e nt e d o D e p art a ment o d e M e d i c i n a P r e v e nt i v a e Te c n o l o g i a, C e nt ro d e C i ê n c i as A groveteri nárias da Univers i d ade do Est ado de S anta Cat arina( U DE S C) ProL Tit ul ar, Dout o r do Depart amento de Ciência e Tecnologia de A l i ment os, U n i v ersid ade Federal de Santa Catarina ( UFS C) . B o lsist a d o CNPq . digitalizado por arvoredoleite.org l i· Pág. 34 I' Rev. lnst. Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 33-4 1 , 2000 o m U n I C l p l O de Lages é o t erce i ro maior p ro d ut or de leite do Est ado, com uma produ ç ão em t o r n o de 1 5 m ilh õ es de lit ros de leit e/an o , s e n d o s u p erado s o me nt e pela reg i ão o este d o est ado, o u s ej a, pelos municíp i os de S ão Miguel do Oeste, It apiranga e Conc órdia (FA O ( 2 8- 3 0), I B GE ( 6 3- 7 0), I n: ( I nst it ut o CEPA- S C, 1 9 9 5) . N o a n o d e 1 9 9 5, a I n d úst ri a LA C T O P LA SA re cebeu um t ot al de 1 2 . 3 5 8 . 3 0 8 l itros de leite, com média mens al de 1 . 029 . 8 5 0 lit ros . mensais . Um grande p roblema no B rasil s ão os métodos de análise do leite, que muitas vezes não s ão feit os, ou s ão utilizados incorretamente, ou ainda valores c o ns i d e r a d os c o r ret os e m o ut ros p a ís es s ã o i m p o rt a d os s e m a d e v i d a a d apt a ç ã o regi o n al, como a crioscopia, por exemplo. País es europeus com t radição lat i cinist a, baseiam s u as normas de q u alidade em experi ências co mprovadas analit i c a m e nt e , o u s ej a , i n d úst r i a e l a b o rat ó r i os d e pesq u is a t rabalh am h armonios amente (Rocha et ai, 1 9 8 9). Quando não se dá imp o rt ância à parte analíti ca e à pesq u is a com ela relacion ada, t ant o o re n d i mento da i n d úst ria lat i c inist a q u ant o seu padrão de qualidade f i cam prej udicados . Por isso é f u n d amental c o nh e ce r a c o m p os i ç ão do n oss o leite e a faixa de variação dos seus c o mponent es p ara poder est abelecer-se valores próprios . Estes pontos s ão de interesse e devem ser pesquisados a nível regional, p o is sabe-se que d i versos f at ores i nfluem na ocorrência de variação da composição d o leite, e v it a ndo-se ass i m usar dados de out ras regi õ es s e m q u est i o n amentos , como se cost uma f azer ( Vess o n i Pena et aI, 1 9 8 6) . Ass i m sendo, este t rabalho tem o p ropósito de det ermi n ar as característ icas f ísico- q u ímicas e microbiológi cas do leite produzido na Região Serrana Cat arinense, uma das regiões de maior p rodução no Estado de S ant a Cat arina. O s d a d os o bt i d os f o ram anal is ados est a t ist i c am e nt e ut il i zando o p acot e c o mp ut ac i o n al SAS ( S c ientif ic A n alysis of Statist i cs), na versão 6 . 4 . Empregou-se o modelo geral linear f azendo se comparações de médias, com aplicação do teste de Duncan. METODOLOGIA RESULTADOS E DISCUSSÃO A mo st r a g em Foram analis ad as 1 2 0 amost ras colet adas aleato ri amente em 1 5 municípios q ue fazem parte da reg ião Serrana do Est ado de S ant a Cat arina. Estas f o ram o bt i d as d e p ro d ut o res d if e rent es divididos conforme a q uantidade de leite entregue m e ns al m e n t e em p eq u e n os ( os q u e f o r n e c e m m e n os d e 9 0 0 l it ros / m ês), m é d i os ( os q u e f o rnecem de 900 a 3 . 000 lit ros/mês) e gran des p rodut ores (os que f ornecem uma quant idade mai or q u e 3 . 0 0 0 lit ros d e leite/mês) . D os p eq u e n os p ro d ut o res f oram colet adas 84 amost ras res p o n s áveis por aproxi madamente 7 0 % do leite entregue à Indústria, dos médios produtores foram colet adas 24 amostras correspo ndendo a aprox i m ad amente 2 0 % d o leite entregue à Indúst ria, e 12 amost ras f o ram colet adas dos grandes produtores, respon- sáveis por aproximadamente 1 0% do leite entregue à Indúst ria. As amost ras f oram colet adas de j ulho de 1 9 95 a março de 1 996, sendo q ue do t ot al do leite rec e b i d o de c ad a p r o d ut o r e r a ret i r a d a u m a amostra e acond i c ionad a e m rec i p ient e de vidro â m b a r d e 2 5 0 m L d e v i d a m e nt e est e r il i z a d o . Os f ras c os c o ntendo as amostras f oram acondi c i o nados e m is o p ô r c o m gelo moído e i me d i a t amente t rans p o rt ad os p a r a laborat ó ri o . A s aná l is es f o r a m f e it as com r e p et i ç ã o p a ra m a i o r s egurança dos res ult ad os .A n álise f ís i co-q uímica A c i d e z, p H, M at é r i a seca e c i n z a ( LA NA RA, 1 9 8 1 b) . Gordura, d et erminada pelo M e d i d o r de G o r d u ra MK 3 . 2 s e m i- aut o m át i c o c o m l e it ura d i g it al . P r ot e í n a, d et e r m i n a d a p el o M ét o d o Kjeldahl (A . O .A . C., 1 994) e lactose p o r diferença, s o m a n d o-s e os v alo res de c i n z as, g o r d u ra e proteína, s u btraindo-se deste result ado o valor da matéria seca enc ont rada. Anál i se mi c r o b i o ló g ica Contagem d e Coliformes Tot ais e de origem f e c al : Procedeu-se de acordo com o mét o d o do n ú m e r o m a is p r o v á v el ( N M P), d es c r it o p el o LA NARA (l 9 8 1 a) . O n ú mero mais provável de colif ormes f o i c al c ulad o com o us o d a t ab ela segundo FDA ( Vanderzant e Splittst oesser, 1 992c) . Test e d e Redut as e : Seguiu-se a técnica descrita n o LANARA ( 1 9 8 1 a) A náli se estatísti c a A Tabela I apresenta o res ult ado da análise d as 1 2 0 amost ras de leit e c olet adas na Região Serrana Catarinense no período de j ulh o de 1 99 5 a m a i o de 1 99 6 . Q u ant o a gord u ra, verif i cou-se q u e a a m ost ra p r o c e d e nt e d u m a p ro p ri e d ad e pequena produt ora d e leite no município d e Lages, colet ada na p r i mavera apres e nt o u o menor per cent u al 1 , 7 % . P rovavelmente esse leite deve ter sido oriundo de a n imais com l i nh agem genét i c a menos ap u rada, t rat ament o e ali mentação menos ap ro p r i ad os . O p e r c e nt u al m ais alt o 9, I %, f o i e n c o nt ra d o n u m a amost ra colet ada n o v erão e p rocedent e de uma p ropried ade média pro d ut ora, localizada no m u n i c íp i o de S ão J os é do Cerrit o, d e v e n d o-s e p oss i v elm e nt e a m elh o r o r i g em genét i c a dos an i mais, t rat ament o e aliment ação apropriados . O percent u al médio de gord u ra do Rev. lnst . Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 33-41. 2000 leite da região est udada f icou em 3,6%, valor este que está de acordo com os apresent ados por Alais, ( 1 9 7 1) e B eh mer, ( 1 9 8 4) . N as p ro p r i e d a d es d e g r a n d e, m é d i a e p eq u e n a p ro d u ç ão l e it e i r a c o nst at o u-s e q u e 8 3, 3 %, 8 7, 5 % e 8 1 % d as a m ost ras res p e c tivame nte, apresentaram acidez entre 1 6 e 20° Domic, f ai x a c o ns i derada n ormal p o r B eh mer, ( 1 9 8 4) . O m e n o r v al o r 1 3 ° D, f o i o bt i d o d e a m ost r a colet ada no i n verno n u ma p ropriedade de média produ ção leiteira no municíp i o de Lages ; É p ro vável que esse valor tenha como causas a presença de i n i b i d o res de c res c i me nt o b act eriano o u de cloro res i d u al no t rat amento de h igienização de ut e ns íl i os e p r i n c i p al m e n t e d e v as ilh a m e de armaze m e nt o. C o m rel a ç ã o à p r ot e i n a b r ut a do leite ( Tabela I ), os valores vari aram d e 2, 3 a 4,2%, sendo q ue o valor médio f i cou em 3, 2%, um pouco a b a i x o d aq u eles c it a d os p o r Ala is, ( 1 9 7 1 ) e B eh me r, ( 1 9 8 4) . O c o nt e ú d o de p rot e í n a b rut a vari ou de 2,6 a 3,7 % nas amost ras colet adas nas p r o p r i e d ades de grande p ro d u ç ão leit e i ra . To mando-se como parâmetro os v alo res cit ad os na l it erat u ra 3, 4 % (Alais, 1 9 7 1 ) e 3, 6 % ( B eh mer, 1 9 8 4), n ot a-se que 4 1 , 6 % d as amost ras f i c aram abai x o d o valor mínimo e 8, 3 % acima d o valor máximo. O maior valor encontrado 3,7 %, res ulto u de amost ra c olet ada n a primavera n o m u n i c í p i o de Lages . N as amostras colet ad as nas propriedades de média p rodução leiteira constat o u-se q ue 62,5% est a v a m com v al o res a b a i x o d e 3, 4 % e 4, 1 % acima de 3,6%. N as amostras dessas propriedades, os v alores v ari aram de 2,3 a 3, 8 %, sendo q ue o v al o r m e n o r res u lt o u de a m ost ra c olet a d a n o i nverno, no município de Lages e o de maior valor de amost ra c olet ada na primavera no município d e B o m Ret i ro. N as a m ost ras c olet a d as n as propried ades de peq uena prod ução leiteira, 70,2% d as amost ras est avam abai x o d o valor ( 3 , 4 %) e 9, 5 % est a v a m a c i m a de 3, 6 %. Do t ot al d as a m ost ras c olet a d as n est as p r o p ri e d a d es , 3 0 a p res e nt a ram v alor d e p rot e í n a b rut a i g u al o u menor q u e 3,0%, co rres pondendo a 3 5, 7 % . Esse grande percent u al de amostras com baixo teor de p rot e í n a b r ut a se deve p r o v a velmente a p o u c a p u re z a g e n ét i c a d os a n i m ais . S e g u n d o N et o ( 1 99 1), as v ariações cli mát i cas observadas d urante o ano afetam diret a e indiretamente a perf ormance de b o v i n os l e it e i ros . A i nfl u ê n c i a d i ret a d as est ações do ano s ob re a p rod ução de leite ocorre devido a fatores climáticos, já a influência indireta está relacionada à dis ponibilidade e q ualidade das plant as f o rragei ras, ligadas a f at ores climát i cos . C o m relação à matéria seca (MS), o valor médio determinado foi 1 2, 1 %, s endo que em leite normal admite-se um mínimo de 1 1, 4 1 %. O valor m ín i m o e n c o nt ra d o f o i 9, 7 % n u m a a m ostra P ág . 3 5 c olet ad a n o i n verno, de p ro p riedade de peq uena produção leit e i ra n o m u n icípio de Lages e a de maior 1 5, 9 3 %, de amostra colet ada n o verão em p r o p ri e d ad e d e m é d i a p ro d u ç ã o leit e i r a . U m a p o r c e nt ag e m d e 2 5 % d o t ot al d as a m ost ras a p r es e nt ar a m u m v al o r u m p o u c o a b a i x o d o mínimo permit i d o, o q ue o correu principalmente naquelas com v alores mais baixos de gordura. O v al o r m é d i o da c i n z a d as a m ost ras anal is ad as ( 0, 3 4 %) most rou-se bem i nferior ao normalmente encont rado n a literat ura como valor médio, q ue é de 0,7 % . Talvez esta d iferença se deva p r i n c i p alment e e m f u nção d a ali ment ação dos ani mais . A m é d i a de l a ct os e a p res e nt o u-s e c o m 4, 9 % , teor mais elevado q u e a média n ormal e m leit e d e vaca, que é d e 4, 6 % . Cerca d e 50% das a m ost ras d e r a m m a is d o q u e 5 % de lact os e, i n d epe n d ente do t a manh o da p ro p ri ed ade e d o muni cípio de origem. A contaminação de um alimento por E. coli mostra o risco de que t ambém tenha podido chegar ao ali ment o microrganis mos patógenos ent éricos, f az e n d o s e u c o ns u m o p e r i g os o . Est a c o nt am i nação se produz d e maneira geral p o r def iciências na li mpeza e desinfecção das indústrias e por falta de h i g i e n e d os o p e r á r i os ( Th at ch e r e Cl acrk, 1 9 7 3) . Nest e t ra b alho, a p esq u is a d e c olif ormes totais e coliformes de origem fecal revelou grande v ariação nos res ult ados (ver Tabela 1 ) . D as 1 2 0 amostras analis adas, 2 0 ( 1 6, 6 %) est avam liv res de colif ormes, 73 (60, 8 %) estavam cont aminadas c o m c olif o r m es na f a i x a de 1 , 5 x 1 02 a 4, 3x 1 04 UFC/mL, 23 ( 1 9, 9 %) c o nt i nh a m de 1 ,l xl 0 5 a 9, 3 x 1 05 UFC/mL e 4 amost ras apres e nt aram-se c o nt am i n a d as c o m 1 , 1 x 1 06 UFC/mL . Q u ant o a p res e n ç a de c ol if o r m es de o r i g e m f e c al, 8 7 a m ostras ( 7 2 , 5 %) est a v a m l i v res o u c o m u m n ú mero muit o baixo d e colif ormes e 3 3 amost ras (27, 5%) apresentaram de 1,5xl02 a 9,3xl 04 UFC/rnL. Não enc ont ro u-se nenh u ma amostra com número s uperior a este. As 1 2 0 amost ras de leit e a n alis adas s e c o mp o rt aram d a seguint e maneira f rent e ao teste de redut as e ( v e r Tabela 1 ) : 49, ou s ej a, 40, 8 % levaram mais de 5 h oras p ara des corarem, o q ue s i gn if i c o u q ue est as amost ras cont i nh am menos de 5 00.000 germes/cm3, class ificadas como Leite B o m . 5 6, c o rres p o n d e n d o a 46, 6 % d es c o raram n u m p e r í o d o e nt re 2 a 5 h o ras, c o nt i nh am de 5 0 0 . 0 0 0 a 4 m ilh õ es d e g e r m es/c m 3 s e n d o class if i c ad as c o m o Le it e R e g ul ar . 1 5 amost ras ( 1 2, 5 %) levaram de 2 h o ras a 20 m i n ut os p ara perderem a cor, e f oram class ifi cadas como leite ruim e continham de 4 a 20 milhões de germes/cm3. Apenas duas descoraram em menos de 20 minutos, sendo estas c o ns i deradas como leit e de péssima digitalizado por arvoredoleite.org Tabela 1 - '"O 1», Resultado da análise das amostras de leite coletadas no período de j u lho/95 a maio/96 na Região serrana de S anta C atarina, B rasi l . Amostras G 3.8 2 3.9 3A 15 4 4,0 19 � 1 3.6 0.53 5 3.2 17 6.6 1 1 .79 OA2 6 3.1 21 � 1 1 .85 OA8 7 5,0 17 65 1 3 .04 0.33 pH % MS 18 �7 16 �7 6� Acidez ° D % MM % PB 1 2. 8 1 0.6 3.5 1 2A 0.32 1 1 .8 0.5 % Lactose � Colif. total colif. fecal Localiz. Propried. Estação Redutase 4.91 2400 2400 Lages Grande Inverno >5.00 3.1 5,00 360 o Lages Grande Inverno >5.00 3.3 4.6 36 O Lages Grande Inverno >5.00 3.5 5.61 >2 1 0000 O Lages Grande Inverno 3.30 3.3 4.87 2 1 000 O Lages Grande Inverno >5.00 3.3 4.97 2 1 0000 O Lages Grande Inverno 1 .00 3.5 4. 2 1 1 5000 O Anita Grande Primav. 0.30 8 3.3 17 . 6� 1 1 .55 0.27 3� 4.28 3.6 O Lages Grande Primav. 2.30 9 3.6 17 6.6 1 1 . 89 0.07 3A 4.82 O O Lages Grande Primav, 2.30 10 4.8 14 6.8 1 3 .38 0.2 1 3.5 4.87 9.1 O Urubici Grande Primav. >5.00 11 4,0 17 6� 1 1 .5 8 0. 1 2 2.6 4.86 1 1 00000 36 Urubici Grande Primav. 2.30 12 2.6 19 6. 1 1 1 . 85 0.32 3.6 5.33 29000 11 Lages Grande Verão 2.00 0.5 13 3.1 17 �7 1 2. 1 14 3.8 16 6.7 1 2,00 15 4,0 13 6.8 1 1 .7 0.53 16 5.3 15 �7 1 2.6 0.23 3� 3A7 17 3.2 17 6.6 1 1 . 95 0.3 3.2 5.25 18 3.3 20 65 1 2.7 0.35 3.5 5.55 1 500 3A 5. 1 O O Cerrito Média Inverno 4.30 3A 4.8 1 1 0000 2000 C. Pinto Média Inverno 2.25 2.3 4.9 9300 O Lages Média Inverno >5,00 230 O C. Pinto Média Inverno >5,00 4200 360 Lages Média Inverno 1 .00 O C. Belo Média Inverno >5,00 W 0\ '?:l (lj :< � l' !=! fi' ri 1»> ::s õ: oo � � 19 3.5 19 65 1 2.73 OAl 3.1 5.72 2 1 0000 O B.Retiro Média Inverno >5,00 20 3.5 13 �8 1 1 . 22 OA3 3.1 4. 1 9 43000 14 Urubici Média Primav. >5,00 21 2.8 17 6.8 1 1 .3 6 0.26 4. 1 4.2 3 600 36 Lages Média Primav. >5.00 22 3.1 16 �7 1 2.34 0.37 3� 5.27 460000 O Lages Média Primav. 2, 1 5 23 4.5 15 6.5 1 2.32 OA 28 4,62 1 50 O Urubici Média Primav. 2,30 24 3.1 17 �6 1 1 .7 0.27 3.8 4,53 43000 3,6 B . Retiro Média Primav. 2.30 :1>- I� 25 3.2 18 �6 1 1 .76 0.39 3� 4A7 1 5000 O Urup. Média Primav. >5,00 26 3.1 17 6.6 l IA OAl 3.3 4.59 240000 23000 Urup. Média Primav. >5,00 27 3. 1 16 6.6 1 2,00 0.32 3.3 5.28 1 5000 360 Urup. Média Primav. >5,00 28 2.3 16 5.8 I I.I 1 0.32 3.2 5.29 2 1 0000 36 Urup. Média Primav. 1 .00 Amostras G Acidez O D pH % MS % MM % � Colif. total colif. fecal Localiz. Propried. Estação 29 25 17 6,0 1 1 .3 1 0.16 3.3 5.35 240000 9 Urup. Média Primav. 1 .00 30 25 16 5A 1 1 .2 0. 1 3 3.3 5.27 3 600 O Urup. Média Primav. 1 .00 31 23 16 6.5 1 1 .24 0.24 3.3 5A 240000 3 60 Urup. Média Primav. 1 .00 Média Verão 1 .30 32 2.8 17 6.3 1 1 .64 OA3 �O % Lactose 5A2 29000 36 Lages 33 3� 17 6.7 1 1 . 96 OA4 2.7 5.1 1 5000 91 Lages Média Verão >5,00 9. 1 15 6.5 1 5 .93 0.27 2.6 4,00 20000 O Cerrito Média Verão 3,00 35 �O 19 6.5 1 2A5 0.23 28 5Al 4300 9,1 Rufino Média Verão 2.30 36 3A 16 6.3 1 1 .61 0.32 28 5.08 2 1 000 O Rufino Média Verão 1 .30 37 3.8 15 6.6 1 3.3 �O 5.5 93 15 Anita Pequ. Inverno >5.00 3� 4.3 1 24000 1 50 Cerrito Pequ. Inverno 3,15 3� 4A O O P.Alta Pequ. Inverno 4.30 3.2 4.69 O O C.Pinto Pequ. Inverno >5.00 >5.00 38 3.8 18 6.7 1 2.38 39 5.3 16 6.7 1 3. 3 40 4� 17 6.7 1 2.84 0.15 41 5,8 17 6,7 1 3 ,29 0,40 3,1 4 2300 9 B .Retiro Pequ. Inverno 42 3.7 15 6.6 1 1 .5 3 OA 25 4.93 1 1 0000 2000 C.Be1o Pequ. Inverno 0.38 43 3� 19 6.6 1 2.35 OA 3A 4.85 1 200 O Negro Pequ. Inverno 4.3 1 44 2� 16 6.7 45 4� 16 6.7 46 2.9 18 6.5 47 2� 16 6.7 48 3A 18 6.7 49 �O 20 50 4.2 16 5A 1 5000 O Negro Pequ. Inverno >5.00 3.1 5A4 1 1 0000 2000 Cerrito Pequ. Inverno 4.3 1 3.3 4. 1 4 1 500 O Negro Pequ. Inverno 4.00 0.55 32 3.35 360 O Lages Pequ. Inverno 4.00 1 0.36 OAl 3� 3 .55 4300 O Lages Pequ. Inverno 4. 1 5 6.6 1 1 .48 0.59 � 2.89 2 1 00 3 60 Lages Pequ. Inverno >5.00 6.6 1 1 .3 9 OA6 3.2 3.53 930 O Lages Pequ. Inverno >5.00 >5.00 0. 1 2 3A 1 3.7 OA6 1 0.82 OA8 9.7 1 1 .8 51 4� 18 6.6 1 2. 9 OA9 3.2 4.5 1 4300 O C.Pinto Pequ. Inverno 52 �1 18 6.6 1 3.52 0.71 3.1 5.6 1 1 1 0000 93000 Urubici Pequ. Inverno 3.00 53 3.3 15 6.8 1 2.62 0.72 3� 5.6 2300 15 L.Leal Pequ. Inverno >5.00 54 3.8 18 6.7 1 3 .33 0.7 1 3.2 5.62 2 1 000 1 400 L. Leal Pequ. Inverno 3.00 55 3.6 17 6.7 1 1 . 95 0.75 3.2 4A 3.6 O Cerrito Pequ. Inverno >5.00 56 2.9 17 6.7 1 2.06 0.61 3� 5 .55 1 1 0000 2000 Cerrito Pequ. Inverno >5.00 4.9 1 1 5000 7 20 Cerrito Pequ. Inverno >5.00 57 28 17 6.7 1 1 .35 0.64 �O 58 �1 22 6.2 1 3 A8 OA8 3� 5. 1 6 930000 O Lages Pequ. Inverno 1 .30 59 42 19 6.3 1 2.66 0.61 3.1 4.72 29000 O B .Retiro Pequ. Inverno >5.00 60 3� 19 6.5 1 2.52 OA 17 4.72 1 1 00000 O Lages Pequ. Primav. 2.00 digitalizado por ç: ? ::so w w w .J,.. N o o o :;ó (lj :< Redutase 34 0.57 � I» õ' ;:::; � l' !=! r;' ri 1»> ::s o- õ: o � � � 1:: . o ;:::; � ? ::so w .f:>. • I� w w ;!: N o o o (') o g :; ' c I» "C'l 1»' o 0I» � c:r (1) j;" '"O 1», � W ...J arvoredoleite.org Amostras G Acidez ° D pH % MS % MM % PB % Lactose Colif. total 61 23 16 6.7 1 1 .3 0.29 3.2 5.51 62 22 17 �7 1 0.82 0.27 3A 4.95 . 43000 7500 colif. fecal Localiz. Propried. Estação "'t:I Pl, Redutase O B.Retiro Pequ. Primav. >5.00 910 B.Retiro Pequ. Primav. >5.00 >5.00 63 1 .8 18 �8 1 0.3 0.29 3A 4.81 1 2000 O Urubici Pequ. Primav. 64 24 18 6� l OA 0.06 4.2 3.74 9.1 O Urubici Pequ. Primav. 330 65 4.3 17 �7 13.12 0.22 3.9 4.7 O O Urubici Pequ. Primav. >5.00 3.00 66 l� 17 6.6 1 0.54 0. 1 3 3A 5.1 1 3.6 3, 6 L. Leal Pequ. Primav. 67 �2 17 6.6 1 2.59 0.29 3.3 4.8 9300 1 50 Lages Pequ. Primav. 2. 1 5 68 3� 19 6� 1 2.63 0.24 3.6 5 .09 1 1 00000 3 60 Lages Pequ. Primav. 2. 1 5 69 3.2 20 �5 1 2.77 0.37 3.6 5.6 1 50000 360 Lages Pequ. Primav. 2. 1 5 70 I� 19 �4 1 0.58 OA3 3.6 4.85 1 1 0000 O Lages Pequ. Primav. 0. 1 5 71 2� 21 6.5 1 2. 1 3 OA3 3.6 5A O O Lages Pequ. Primav. 2. 1 5 72 3� 17 6.7 1 2.23 0.002 3A 5 .03 75 3,6 Urubici Pequ. Primav. 2. 1 5 73 3.6 16 �6 1 2.04 0.54 3,0 4.9 3 60 O L. Leal Pequ. Primav. >5.00 74 29 16 �4 1 1 .32 0.22 3,0 5.2 9 1 00 O Rufino Pequ. Primav. 2.00 75 2.6 17 6.3 1 1 .72 0.3 1 3.5 5.3 1 930000 O B .Retiro Pequ. Primav. >5.00 � W 00 ::o (n :< � t"" !?:;. �. ri Pl> 76 5A 17 6.2 1 5A7 0.33 3.3 6A4 1 5000 O Rufino Pequ. Primav. 2.00 77 �7 14 6.5 1 4. 8 0.44 3.6 6.06 1 50000 O Lages Pequ. Primav. 2.00 78 3� 17 6� 1 2.63 0.08 33 5.35 2 1 0000 O Rufino Pequ. Primav. >5.00 ::I o- 79 4� 14 6� 1 3 A2 0.35 4.2 3.97 9300 4 Urup. Pequ. Primav. >5.00 o 80 �4 14 �3 1 4. 82 0. 1 1 2.7 4.61 2 1 000 O Urup. Pequ. Primav. 1 .00 81 5.2 18 6.6 1 3 A3 0.2 3A 4.63 23000 9, 1 Urup. Pequ. Primav. >5.00 � � 82 1 .9 16 �7 1 0.53 OA7 3.3 4.86 1 1 00000 2 1 000 Cerrito Pequ. Primav. >5.00 83 26 26 �4 1 l .I5 0.3 3� 4.75 3 600 36 Urup. Pequ. Primav. 0.00 84 5.9 15 �6 1 2.75 0. 1 6 2A 4.3 28000 1 5000 Cerrito Pequ. Verão 3.00 85 24 18 �7 1 0.72 0.13 2.3 5. 84 7 300 36 Cerrito Pequ. Verão >5.00 16 6.7 1 1 .0 1 . 0. 1 3 2.7 5.6 1 9 1 00 360 Cerrito Pequ. Verão 3,00 86 26 87 2.6 17 6.6 1 1 .27 OAI 2.2 6.09 28000 28000 Cerrito Pequ. Verão 3.00 88 3A 16 6.6 1 1 .21 0.06 23 5A5 240000 9 1 00 Cerrito Pequ. Verão 4.00 89 2.7 16 6.6 1 0.82 0.03 2.6 5A7 29000 4300 Cerrito Pequ. Verão 3.00 90 26 17 6� 1 13 0.38 2.8 5.56 7500 1 500 Cerrito Pequ. Verão 3.00 91 3.1 17 �6 1 1 .52 OA2 2.9 5.1 360 7.2 Cerrito Pequ. Verão >5.00 92 3� 14 6.6 1 0.64 0.3'Z 2.7 4.6 2 1 000 O Cerrito Pequ. Verão >5.00 Amostras G Acidez o D pH % MS % MM % PB Colif. total colif. fecal Localiz. Propried. Estação Redutase Cerrito Pequ. Verão >5.00 % Lactose 93 3A 16 6.5 1 1 .7 9 0.28 2.7 5A4 7500 930 94 3.8 17 5.8 1 1 . 92 0.38 2.8 4.93 950 3 60 Cerrito Pequ. Verão 3.00 95 2.7 16 6.1 1 0� 8 0.44 2.8 4.68 2 1 0000 O Cerrito Pequ. Verão >5.00 96 7,0 15 6.6 1 3 A5 0.2 2.8 3 A9 240000 3 60 Cerrito Pequ. Verão 3.00 97 3.9 18 6.6 1 2.79 0.51 33 5 .08 7000 3,6 Lages Pequ. Verão 2.30 98 3.6 18 6.7 1 2A8 OA6 3.2 5.21 28000 O Lages Pequ. Verão I AO 99 2.7 17 6.6 10.81 0.21 2.6 5 .28 9 1 00 O Rufino Pequ. Verão 3.30 1 00 43 17 6.3 1 2.05 0.3 2.6 4.87 9 1 00 3 600 Urubici Pequ. Verão 2.30 3A 4.86 28000 9 1 00 Urubici Pequ. Verão 230 4,0 15 6.6 1 2A 0. 1 4 1 02 2A 28 5.7 1 1 .08 0.32 2.9 5A6 29000 O Urubici Pequ. Verão 2.00 1 03 3,0 17 6A 1 0.93 0.28 2.7 4.95 O O Urubici Pequ. Verão 2.00 1 04 5.7 17 6A 1 3 .73 0.14 3.1 4.79 O O Urubici Pequ. Verão 2.00 1 05 3.6 15 6.7 1 1 .5 1 0.19 2.6 5.12 O O Cerrito Pequ. Verão 4.00 5.1 1 O O Cerrito Pequ. Verão 4.00 O O Cerrito Pequ. Verão 2.00 101 1 06 2.6 17 6.6 1 1 . 34 0.53 3. 1 0.33 3,0 4.94 1 07 3.8 17 6.6 1 2.07 1 08 3,0 17 6.7 1 1 .57 0.33 3,0 5 .24 15 O Cerrito Pequ. Verão 2.00 1 09 4.4 16 6.6 1 2.73 0.37 3A 4.52 3 600 9,1 C . Pinto Pequ. Verão 3.00 Verão 3.00 1 10 111 4.3 3,0 15 16 6.6 6.6 1 3 .06 1 1 .5 0.34 3.1 5 34 1 500 O C.Pinto Pequ. Cerrito Pequ. Verão 4.00 Pequ. Verão 3.00 0.27 3.3 4.97 28000 1 5000 5 ,00 29000 1 5000 Cerrito 1 12 3.5 16 6.6 1 1 .74 0. 1 6 3.1 1 13 3.7 17 6.6 1 2. 1 7 0.28 3.1 5.16 360 O Cerrito Pequ. Verão 330 1 14 3.3 16 6.6 1 1 .38 0.15 3.1 4.8 1 2 1 000 1 5000 Cerrito Pequ. Verão >5.00 1 15 3.3 17 6.5 1 1 36 0.37 3,0 4.69 9 1 00 O Urubici Pequ. Outono >5.00 Pequ. Outono >5.00 1 16 1 17 4.2 3.6 17 17 6.5 6� 1 2A 1 2. 1 3 0. 1 3 3,0 5 .07 29000 4300 Urubici O Urubici Pequ. Outono >5.00 O Cerrito Pequ. Outono >5.00 0.31 3.2 5 .02 3 600 2.9 5.1 3 60 1 18 3.5 17 6.6 1 1 .73 0.23 1 19 43 16 6.6 1 2.29 0.23 3.1 4.66 910 O Cerrito Pequ. Outono >5.00 1 20 3.9 16 6.5 1 2.63 0. 1 1 2.8 5.82 29000 7500 Cerrito Pequ. O u tono >5.00 � � Pl SI ..... c .? () o ;:; 5' c: ' l'l ....., l'll o o. l'l ;;;1 cr (1l j;) ;1::- I� w w � N o g � (n :< � t"" !?:;.. � ri Pl> ::I o- � o �@' "'= � e:. � c .? ::lo W .p.. • I� w w � N o o o () o ;:; 5' c: l'l ....., PlI o o. Pl ;;;1 CT (1l j;) digitalizado por ::lo W "'t:I !là � W \O arvoredoleite.org Pág. 40 Rev. Inst. Lat ic . " Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 33-4 1 , 2000 q u alidade podendo conter mai s de 20 milh ões de germes/c m 3 . Est a c l assif i c ação q u ant o ao tempo de des c o loração at ravés do teste de redut ase do l e it e est á baseada em De meter e E l b e rt zh agen ( 1 97 1 ) . Neste trabalho, para aval iar estat ist icamente os resultados obt idos , em primeiro lugar fez-se uma anál i s e e x p l o rat ória ut i l i zando o M o d e l o Geral L i near v i s a n d o verif i car o c o m p o rt ament o dos dados como um todo, de uma maneira geral . Os dados da Tabela 1 f oram d i vi d i dos em t rês c l asses co rre s p o ndendo às est ações d o ano nas q u ais as amost ras foram co letadas ( i nverno, verão, o utono e inverno), ao tamanho da proprie dade o nde as amostras f oram coletadas, do vol ume de leite entregue mensalmente à Indústria (grande, méd i a e p eq u e n a ) , e o s m u n i c í p i o s de onde as amost ras se originaram . A s t rês c l as s es men cio nadas , t ambém denominadas variáveis i n depen d e nt e s , f o r a m re l a c i o n a d a s com as v a r i á v e i s dependentes, o u seja, com os valores de gordura, acidez, p H , m at éria seca, c i n za , proteína b rut a , lactose, coliforme total e coliforme d e origem fecal. Observando-se os res u lt ados dessa anál ise est at í st i c a pela ap l i cação d o t est e d e D u n c a n , pode-se verifi car q ue houve diferença significat i va a n ível de 3% nos val ores de acidez ( O D o rn i c ) q uanto a origem das amost ras ; os valores médios de proteína bruta dos muni cípios de A nita Gari baldi e Rio Ruf ino diferiram entre si e entre os demais municípios, S ão J osé do Cerrito diferiu apenas de A n it a Gari b a l d i , e de Urupema most ro u- se d ife rente apenas de Rio Rufino. As demais localidades mostraram u m valor méd io de proteína bruta sem d if e re nças si gnif i c at i v a s . O ut ro dado obs ervad o foi o de haver d iferença a nível de 2% nos valores d e p rot e ína brut a q u ando fez-se uma i nt eração d as v a r i á v e i s L o c a l i zação e t amanh o d a P r o p r i e d a d e . Q u a nt o as o ut r as v a r i á v e i s , n e st a p r i m e i ra a n á l i s e n ã o f o i v e r if i c a d o o ut r as d if erenças admit ido o grau de signif i c ância usual d e at é 5 % , m o st r a n d o- s e as m e s m a s de u m a m a n e i ra u m t ant o h o m o gê n e a , v e r if i c an d o- s e t am b é m q u e a est ação do a n o n ã o d i st i n g u e d e m o d o s i g n if i c at i v o as a m o st ras p e l a é p o c a d o ano. N o ent ant o , se f o r t o mado um nível maior d e s i g n if i c â n c i a d e at é 1 0 % , mais v a r i á v e i s d if e r i r a m s i gn if i c at i v a ment e , c o m o o p H q u e apresent o u diferença a n ível d e 6 % c o m re lação a localização das propriedades à ind ústria, houve d if e re n ç a d a m at é ria s e c a a n ível de 6% c o m re l ação às est ações d o ano, d a p rot eína a nível de 7% q u anto a localização das p ropriedades , da gordura a nível de 9 % q uanto às estações do ano, dos valores de lactose a nível de 9 % com relação ao tamanho das propried ades, e da acidez a nível d e 7 % q u a nt o às e s t a ç õ e s d o ano e m q u e as análises f o ram efet u adas. C O N C L US Õ ES A caract erização do leite cru p roduzido na b a c i a l e it e i r a d a R e g i ã o S e r r a n a C at a r i n e n s e apresent o u a seguint e composi ção: gord ura 3 ,6 % ; proteína 3 , 2 % ; l actose 4,9 % ; matéria seca 1 2, 1 % ; cinzas 0 , 3 4 % ; acidez 1 7 °D e p H 6 , 5 . Os t estes mi crobi ológicos e d e verif i cação da conservação demo nstraram q ue há neces sid ade de se melh orar a q u al i d ade do leite, f azendo um t rab alh o j u nt o ao p r o d ut o r no sent i d o de . u ma m e lh o r h i g i e n e e s a n it i z a ç ã o d o s ut e n s í l i o s , vas ilhame, ani mal e local d e ordenha, resfriamento do leite a nível de produt or e t ransporte apropriado até a usina. A a n á l i s e e st at íst i c a (teste de D u n c an ) demonst ro u q ue h ou ve d iferença signif i c ativa a n í v e l de 3 % n o s v a l o r e s de a c i d e z q u ant o a p rocedência da amostra (dist ância do munic ípio a i n d ú st ri a ) . Q u ant o a p rot e í n a b r ut a , o m u n i c íp i o d e A n it a G a r i b a l d i e R i o R uf i n o , a p r e s entaram diferenças entre si e entre os demais. O restante apres e nt ar a m v a l o re s m é d i o s s e m d if e ren ç as s i gn if i c at i v as . Houve diferença s i gnificat i va a nível de 2% n o s v a l o res d e p rot eína b r ut a q u ando f e z - s e a i nteração das variáveis l o c al i zação do muni cípio e t a m anh o da p r o p r i e d a d e . Q u a nt o as o ut ras v a r i á v e i s n ã o f o r a m v e r if i c ad as d if e re n ç as , adimit indo-se o grau de significância us ual de 5 % . SUMMARY Has been a n a l y s e d 1 2 0 m i l k s a m p l e s o c c as i o n al i n 1 5 c it i es that c o m p o s e t h e S ant a Cat arina h i gh l ands reg i o n , t aken f rom d ifferent p roducts, div ided i n s mall, medium and large, in accordance with the q u ant it y of milke p-roduced. The s mall ones , c o rresponding t o approx imately 70% of th e m i l k r e c e i v e d b y " L at i c í n i o do Planalto S.A . (LA CTOPLA SA ) , were collected 8 4 samples . The medium o n e s , corresponding t o 20% of th e m i l k rec e i ved were c o l I ected 2 4 s am p les and the large ones corresponding t o approximately 1 0 % of th e m i l k re c e i ved w e re c o l l e ct e d 1 2 s a m p l e s . I n a c c o rdance w ith th e anal y s i s were g ott en th e f o l l o w i n g val u e s : f at 3 , 6 % ; p rot e i n 3, 2 % ; l a ct o se 4 , 9 % ; dry s u b stance 1 2 , 1 % ; ash 0 , 3 4 % ; ac i d 1 7 ° D a n d p H 6 . 5 . A b o ut the c o l if o rms t ot a l research w e re f o u n ded o ut that 1 7 % of the samples were f ree; 6 3 % cont aminate about I ,5x 1 02 to 4,3x I 04 UFC/mL; 1 9 % contained 1 , I x I 05 to 9 , 3 x 1 05 U FC/mL and 3, 3 % sh owed cont a m i n at i o n a b o ut I , I x I 06 UFC/m L . I n c ase of fecal origin c o l if o rms 7 2, 5 % of the samples were f ree or w ith very low a c c o u nt and 27 , 5 % sh o w e d 1 , 5 x 1 0 2 t o 9 , 3 x 1 04 U FC/m L . We re Pág. 4 1 Rev. Inst . Latic. " Cândido Tostes " , Maio/Jun, nO 3 1 4, 54: 33-4 1 , 2000 f o u n d e d o ut b y th e c o mparat i o n of med i u m s , Du ncan test , a si gnif i cant leveI difference of 3 % in th e acid val ues about th e l o cal origin o f th e sampl e s . A b o ut the origin protein were detected a l e v e I d iff er e n ce of 2 % , wh e n w e re m a d e a c o mb i n at i o n of the many l o c a l i z at i o n and the s i ze of th e propriety. Th e oth ers vari a b l e s , by admit i n g one sign if icant degree of a leveI of 5 % sh owed a kind of h o mogeneous , proving th at the s e a s o n s d i d n ' t d i st i n g u i sh s i g n if i c at i v e l y the samp les . Of iciais para controle de Produtos de Origem A n i m al e s e u s I n g r e d i e nt e s . I . M ét o d o s M icrobi o l ógicos . B rasília, 1 9 8 1 a . LA NA RA . LA B O RATÓ R I O NA C I O NA L D E REFERÊNC IA A N I MA L. Métodos A n al ít icos Of i ciais p ara controle de Produtos de Origem A n i m a l e s e u s I n g r e d i e nt e s . 1 1 . M ét o d o s Físi cos e Q uímicos. B rasília, 1 9 8 1 b. MA R C O N D E S , TA BAJA RA . L e i t e - 1 9 94 P r o d u ç ã o R e c o rd e . INFORME C O NJ UN TURAL. Florianópolis, Y. 1 3 , n. 5 3 8 , p. 6, 1 0/ REFERÊNCIAS B IB LIOGRÁFICAS 1 6 mar, 1 9 9 5. A . O .A . C . , A S S O C IAT I O N O F O FF I C IA L Ofi c i a l A G R I C U LT U RA L CHEMI S TS. Methods of Analysis. 1 4 th , Wash ington D . e . , 1 9 9 4. A LA IS , C. Ciên c i a de la l e c h e . T rad u ç ão p o r A nt ô n i o G o d i n a . M é x i c o , D . F. : E d it o r i a l C o nt i nent a l , 1 9 7 1 . B EH MER, M . L . A R R U DA . Tecno logia do Leite. S ão Paul o : Nobel, 1 9 84. 320 p . C O N CE I Çà O , O S MA R A . L e i t e : R e n d i m e n to N E T O , A n d ré Th a l e r. Ca u s a s de v a ria ção do desempenho p rodutivo em rebanhos da ra ça h o l a n de s a no Es t a d o de S a l/ ta Ca ta r i n a . Lavras,MG. Escola S uperior de A gricult ura de Lavras, 1 9 9 1 . 1 04p . ( Tese M . S . ) T HAT C H E R, F. S . & C LA R K , D . S . A n á l i s i s Mi crob iológico d e l o s A l iment o s . E d A cribia, Zaragoza. (Espãna) , 1 97 3 . VA N D ER ZA NT, CA RL & S PL I TT S TOES SER , D O N . F. Co mp e n d i u m of Me th o ds fo r the Microbiological Médio Es t a c i o n ado. INF O R ME CONJ UN TURAL. Fl orianóp o l i s , Y. 1 2 n. 5 0 8 , p. 7 , 8/ 1 4 j u l . 1 994. D E M ET E R , K.J. & EL B E RT Z HA GE N , H. Elementos de Microbiologia Lactolôgica. Ed . A crib ia. Zarago s a (Espan a). 1 97 1 . LA NA RA . LA B O RATÓ R I O NA C I O NA L D E REFERÊNCIA A N IMAL. M étodos Analít icos Exa m i n a ti o n of Fo o ds . A merican P u b l i c H ealth A s s o c i at i o n . Th ird Edit i on . 1 9 9 2 . 1 2 1 9 p . V E S S O N I PE N NA , T . e . e t a l i i . Est u d o das c o n d i ções h i g i ê n i c o- s an it árias e d as carac terísticas f ísico-qu ími cas do leite pasteurizado t eor de gordura 3,2% m/v, vendido n a cidade de São Pau l o . R e vis ta Ciência e Te cno logia A limentar. Y. 6 , n. l , p. 5 7-74, 1 9 8 6. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. " Cândido Toste s " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 42-47, 2000 Pág . 42 OBTENÇÃO DE FRAÇÕES DA GORDURA DO LEITE PARA UTILIZAÇÃO EM PRODUTOS ALIMENTÍCIOS A ntônio Ronzaniello Neto! Luiz Rona ldo de Abreu2 Sandra Maria Pinto ! Daise Aparecida Rossi! Fernando A ntônio Resplande Magalhães3 RESUMO Com o objetivo de eleger a melhor fração de gordura do leite para utilização em alimentos fabricados com polvilho, este trabalho foi desenvolvido nos Laboratórios de Laticínios do Departamento de Ciência dos A limentos da Universidade Federal de Lavras, no qual analisou-se três temperaturas de fracionamento da gordura anidra do lei te (Butteroil), 28°C, 25"C e 22"C, tendo como controle a gordura integral . As gorduras foram submetidas ao método de fracionamento a seco, com o objetivo de concentrar os ácidos graxos de cadeia curta para conferir s abor e aroma, ''jlavor'' e "lIloulhfeel " a produtos l ácteos como o pão de queijo com ela elaborado. Para se conhecer o perfil dos ácidos graxos presentes em cada gordura fracionada, foi realizada a análise de cromatografia em fase gasosa, sendo que, quanto menor a temperatura de fracionamento utilizada, maior foi a concentração dos ácidos graxos de cadeia curta e cadeia longa insaturada, com conseqüente diminuição na concentração dos ácidos graxos saturados de cadeia longa. Somente as frações 25°C e 28"C foram iguais entre si, tendo diferenciado de todas as outras a fração a 22°C. 1 . INTRODUÇà O A gordura do leite de rumi nantes é carac terizada pela presença de quantidades s u bstanciais de ác i d o s g r a x o s d e c a d e i a c u rt a ( C 4 a C s ) ' d i ferenciando-a dos outros tipos d e gord uras . Os ácidos grax o s de c ade i a c u rta são o s compostos que mais contribuem para o fl avor nos produtos l ácteos e nos produtos em que a gordura do leite é u t i l i z a d a c o m o i ngrediente ( P I N T O , 1 9 9 7 ) . ' S o m e n t e a s fo r m a s p r o t o n a d a s ( h i d r o genad a s ) d o s á c i d o s grax o s s ã o v o l át e i s . as s i m , o p H do a l i m e n t o ou m e i o a feta a c o n centração das m o l é c u l a s de ác i d o s g r a x o s c a p a z e s d e c o n t ri b u ir p ara o aro m a d o s p ro d u t o s . À m e d i d a q ue o p H a b a i x a , a c o n cen tração m í n i m a p ara p e r c e p ç ã o do á c i d o g r a x o d i m i n u i , até u m p o n t o e m q u e t o d as as m o l é c u l a s s ão c o n v e r t i d as e m .s u a s fo rmas p r o t o n a d a s . P ortan t o , o s ác i d o s g r a x o s de c ade i a c u rta s e t o r n a m m u i to i mp o rt a n t e s p ar a o aro m a n a m a i o r i a d o s al i m e n t o s q u e p o s s u e m u m p H r e l a t i v a m e n t e baixo ( C AUL, 1 95 7 ) . E m m u i to s p aíses d a Europa e nos Estados Unidos, a utilização de gordura do leite contendo I 2 3 Pág. 43 Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 42-47, 2000 3. MATERIAL E MÉTODOS Após este período, a água foi retirada por decan tação util izando-se fu n i l de decantação. O trabalho fo i realizado nos Lab o ratóri o s de Lati c í n i o s , d o D e p artamento de C i ê n c i a d o s A l i mentos da Uni vers i d ade Federal de Lavras . 3 . 1 . T r ansformação da mantei g a em Butteroil A m an t e i g a foi e l a b o rada no Laboratório de L a t i c í n i o s d o D e p art a m e n t o d e C i ê n c i a dos A l i mentos da UFL A , a partir de creme de leite de gado Jersey, adquirido em laticínio da c i d ade de L a v r as - M G . A manteiga e l aborada sem s a l foi totalmente fun d i d a a 45 °C e deixada em repo u s o d urante 4 h o ra s p ar a d e c a n t a ç ão da á g u a e o b t e n ç ã o d a gord ura anidra do leite (Butteroil). 3 . 2 . Obtenção da gordu r a anidra do leite (Butteroil) A g o rd u ra a n i d r a do l e i te ( B u fteroil) fo i obtida pela fusão total , em "banho- maria" a 45"C da manteiga sem s al com p o s teri o r sep aração de fas e s água e ó l e o p o r rep o u s o d u rante 4 h o ras . 3 . 3 . Fracionamento da gor du ra anidra (butteroil) O fra c i o n a m e n t o da g o r d u r a do l ei te fo i reali zado pelo p rocesso de frac i onamento a seco, u t i l i zando-se u m becker de cinco l i tros c ol o cad o em b an h o - m ari a na t e m p e ra t u r a d e s ej a da p ar a cada fraci onamento e u m agitador girando lenta mente d u rante c inco horas . A p ós este período, a gord u ra na forma l íq u i d a foi filtrada em papel de fi l t r o c o m a u x í l i o de b o m b a de v á c u o , c o m o m o s trado n a F I G U R A 1 . F o r a m re a l i z a d o s t r ê s fra c i o n a me n t o s a p a rt i r da g o r d u r a a n i d r a do l e i te ( b u tte ro i l ) , s e n d o o primeiro a 2 8 °C, o s e g u n d o a 2 5°C e o t e rc e i ro a 2 2°C , c o n fo r m e F I G U R A 3 . O obj e t i v o fo i c o n ce n trar o s á c i d o s graxo s d e c a de i a c u rt a e a n a l i s ar q u i m i c am e n t e a d i s tr i b u i ç ã o d e s te s ác i d o s g ra x o s . C o m o e s t a fas e é m u i t o l e n t a e a t e m p e r a t u ra te m q u e s e r c o n s t a n t e d u rante t o d o o p r o c e s s o d e fi l t r a ç ã o , t o d a e s t a e t a p a foi real i z a d a d e n t r o d e u m a c â m ara c l i m áti c a B . 0 . 0 . m a i o r c o n c e n t r a ç ã o d e s s e s ác i d o s g r a x o s e s t á o c o r re n d o de fo r m a c r e s c e n t e e m p ro d u t o s de pad ari a e e m produtos e x t r u d ad o s , a u me n t a n d o consideravelmente a s u a aceitação destes produtos pelos c o n s u m i d ores ( B O U D R EA U et. aI . , 1 9 9 3 ) . N o B rasil , e s s a prática é adotada em escala muito reduzida e somen te por algumas indústrias multina cionais que i mportam esse tipo de gordura de s uas m a t ri z e s . 2. OBJETIVO GERAL O obj et i v o deste trabal ho é obter frações de gordura do leite com alta concentração de ácidos graxo s de c a d e i a c u rta p ara p osteri o r u t i l ização n a fab r i c a ç ã o d e p r o d u t o s e l a b o r ad o s c o m p o l v i l h o a ze d o . Figura 1 . P r o ce s s o d e s e p aração d a g o r d u r a d o l e i t e p o r d i ferenças d e p o n t o s d e fus ã o . 2 . 1 . O b jeti vos específicos a) Identifi c ar dentre os métodos de fracio namento de gordura, aquele mais v i ável às nossas condições. b ) Eleger a melhor fração da gordura p ara s erem u ti l izadas com o p o l v i l h o azedo. A l u n o de Pós-graduação em Ciência dos A l i mentos/UFL A . P r o fe s s o r Adj unto do Departamento de C i ê n c i a dos A l i mentos/UFL A . Professor e Pesquisador do CT/ILCT-EPA M I G , J uiz de Fora - M G , A l u n o de Pós -grad uação e m C i ên c i a dos A l i mentos/UFLA Figura 2 • F i l t ra ç ã o d a g o rd u ra l íq u i d a n a fração desej ada (2 8 °C, 25°C digitalizado por ou 22°C) com a u xíli o de arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 42-47, 2000 Pág. 44 Tabela 1 e 2 2 °C . GORDURA ANIDRA Pág. 45 Rev. I nst. Latic. " Cândido Tostes", Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 42-47, 2000 . Perfil dos ácidos graxos d a gordura do leite anidra integral (Butteroil) e fraci onada a 28, 25 Fracionamento Frac ionamento 28°C Figura 3 - Te mp eraturas de frac ionamento d a gordura ani dra do leite. 3 . 4 . Análise do perfil dos ácidos graxos das frações de gordu ra o perfil de ácidos graxos da gordura do leite foi determinado pelo método cromatográfico descrito p o r L u d d y , B ar ford e R i emennschnei der, 1 9 60, modificado por Abreu ( 1 993) como descrito a seguir. 3 . 4 ..1 Obtenção dos ésteres metílicos dos ácidos graxos Colocou-se em um tubo de ensaio de tampa rosq ueada 0,2 g da gordura fraci onada extraída do leite, j untamente com 2 ml de um solução aq uosa de hidróxido de sódio ( 1 N ) e 1 ,0 ml de uma solução de ác i d o no nanóico ( 3 . 000 ppm) em éter, como padrão interno . A mistura foi tri turada utilizando se um homogeneizador tipo Polytron por I min uto e posteriormente aquecida em banho-maria fervente p o r aproximadame nte I hora ( até desaparecerem todas as· gotículas de gorduras ) . Após resfriamento em água corrente, foi adicionado ao sabão formado ,0,5 ml de ácido s u l fúrico 5 , 5 N . O hidrolizado foi ' então aquecido novamente em banho-maria fervente por 1 0 minutos, sendo depois resfriado e adicionado de 10 ml de uma solução hexano:éter ( 1 : 1 ). seguido de completa homogeneização . O sobrenadante foi tran s fe r i d o p ara um t u b o me n o r e o s o l v e n te evap orado em um fl uxo de nitrogêni o . Aos ácidos graxos foi então adici onado I m l de BF3 (trifl uo reto d e b or o ) em metan o l ( 1 4 % ) , aquecendo-se e m b a n h o - m ar i a fe rvente p o r 1 5 m i n u t o s p ara comp leta met i l aç ão . Após resfriamento , 5 m l de pentano foram adici onados aos ésteres metílicos, seguidos de homogeneização e três l avagens com 10 ml de uma s o l ução metanol : água ( 1 3 % ) . Cada l avagem era segu ida de uma centrifugação (centrí fuga de Gerber) tendo a parte inferior descartada. O s ésteres metíl icos , após ass im obti dos , foram utilizados na anál ise c ro matográfica. 3 . 4. 2 Análise por cromatografia em fase gasosa Para a sep<,lração e quantificação dos ésteres metíl i c o s , u t i l i z o u - s e um c ro m a t ó g ra fo a g á s , model o · Varian 3 . 400, eq uipado com detector FI D a c o p l a d o a u m i n t egrad o r I n t r a l ab 4 2 9 0 , trab a l h a n d o n a s s e g l} i ntes c o n d i ç õ e s : a tempe ratura d o i nj e t o r e d o detector fo i m a n t i d a a 2 2 0° C ; a te mperatura da c o l u n a foi p rogramada em um gradiente de 1 5 0" a 200°C. com elevação constante de b=2 °C!mi n . ; o gás de arraste util izado fo i o n i trogê n i o , c o m um fl u x o de 3 0 mllmi n . , atenuação 32x I 0- 1 1 ; o fl uxo d o hidrogênio foi de 3 0 m ll m i n e do ar s i n t é t i c o 3 5 0 m l lm i n . O s c o m p o n e n t e s d o s é s teres metíl i c o s d o s á c i d o s grax o s fo r a m s ep arad o s e m u m a c o l u n a e m p ac o t a d a d e 2 m e t ro s , D E G S a 1 8 % e m Chromosorb 8 0/ 1 0 0 mesh . Para determi nação dos ácidos grax o s , foi i nj etado I m l d a s o l ução dos é steres metíl i c os . De p o s s e d o c ro matograma, o cálculo da porcentagem d os ácidos graxos, foi feito por integração das áreas dos picos. 4 . RESULTAD O E DIS CUSSÃO 4 . 1 . R en d i mento d a mantei g a em butteroil O re n d i m e n t o do p r o c e s s o de transfor mação da manteiga em bu tteroil está desc rito no fl uxograma c o n s t ante n a F I G U R A 4 , mas pode ser b astante variável dependendo d o p rocesso de retirada de água da manteiga ( malaxagem) . 5 5 6 , 8 8 g de manteiga . 1 00% 4 57, 1 9g de b u tte roi! 82% Figura 4 N ão fracionada (%) 28° C (%) 25° C (%) C4:0 3,89 4,45 4,89 5,78 C6:0 2,56 3,51 3 , 87 4,68 2,98 Fraci on amento 22°C Fracionamento 25°C • 99 ,69g d e águ a 1 8% Rendimento da manteiga em butteroil. 4 . 2 . Concentração dos áci dos g r axos presentes na gordu r a fra c iona da do l eite O perfi l d o s á c i d o s graxos to tais obtidos pela c ro m a t o g r a fi a gasosa a p ó s p u r i fi c a ç ão e m e t i l aç ã o d e s t e s se e n c o n t r a n a TA B E L A 1 . Embora a gordura do leite contenha outros ácidos graxos, como os de cadeia com nú mero ímpar de c a r b o n o e d e c a d e i a ra m i fi c a d a , e s s a t a b e l a apresenta s o mente aqueles que s e enc ontram em . . maiores c o n c e n traç õ e s , '. 22°C (%) Ácido graxo C8:0 1 ,2 5 1 ,69 2 , 02 C I O:O 2,94 3,57 3,77 4,01 C12:0 3,41 3,81 3,98 4,76 C 1 4: 0 1 1 ,52 1 1,15 I i ,23 1 0, 8 6 C 1 4: 1 2,70 3,16 3,89 4,76 C 16:0 28,36 24,79 2 1 ,02 1 4,03 C 1 6: I 3,41 3,80 4,40 5,98 C18:0 9,79 7,43 5,98 2,39 C18: 1 27, 3 8 2 8 ,7 9 30,08 3 3 ,7 6 C18:2 2,79 3,85 4,87 6,01 E m geral , as médias das concentrações dos ácidos graxos analisados na gordura não fraci on ada e n c o n t r a m - s e d e n t ro d as fa i x as d e v ar i a ç ã o n o r m ai s . Para m e l h o r c o m p reensão, a apres e n tação d e s s e s á c i d o s graxos fo i s u b d i v i d i d a e m grupos que poss uem especial i nteres se. 4 . 3 . Á c i dos g r axos de c a dei a cu rta X ácidos graxos de cadeia longa Os á c i d o s g r a x o s d e c a d e i a c u rta a p re sentam a característica d e serem volátei s , contri buindo, conseqüentemente, com o aroma do leite, produtos l ácteos e o utros produtos onde a gordura do leite entra c o mo i ngred iente na elaboração. Comparando a gordura não fracionada com aquelas fraci o n ad a a 2 8 °, 25° e 2 2 °C , pode ser o b servado que q u a n t o menor a temperatura d e fra c i o n a m e n t o , m a i o r foi a c o n c e n tr a ç ã o d o s á c i d o s grax o s d e c a d e i a c u rt a n a fra çã o , c o m c o n seqüente d i m i n u i ção n a d o s ácidos grax o s saturados d e cadeia longa (FIGURA 5 e FIGURA 6 ) . S ab i d amente, os ác i d o s g r a x o s de c a d e i a c u rta p o s s u e m menor p onto de fu são e , como c o n s e q ü ê n c i a , t ê m s e u s t e o re s a u me n t a d o s q u a n t o menor for a temperatura utilizada n o p rocesso de frac i on a m e n t o . D o i s p o n t o s i m p o rt a n t e s c a r a c t e r i z a m esses ácidos graxos de cadeia c urta. O p rimeiro é a s ua i m p o rtante contribui ção p ara o aroma dos p ro d u t o s que o s c ontêm e o s e g u n d o é a d i mi n ui ç ão do ponto de fusão dessa gord ura. Em face d i s s o , a manip u l aç ão da gordura do leite p ara ser u ti l i zada c o m o i n gredi ente torna-se p arti c u l ar mente i mp ortante . Para o leite d e c o n s u m o , a c o n t r i b u i ção des tes AGCC não repre s e n t a fato r i m p ortante, m a s essa i m p ortân c i a s e reflete marcadamente nos produtos l ácteos , p r i n c i p a l mente queij o s , e naqueles que utilizam a gordura como ingrediente. Neste caso esses ácidos c ontribuem decisi vamente com seus aromas d istintos característicos de cada tipo de produto. Uma vez que somente esses ácidos graxos que se encontram esterificados contribuem p ara O arom a a p ó s serem l i berados do g l icerol ( hidró l i s e ) , pela ação de l ip ases naturais do leite ou adicionad as fica fáci l au mentar a contribuição d as gorduras frac ionadas ao aroma dos p rodutos, o que aconteceria pela s i mp les adição de l ipases antes de serem i ncorporadas à massa. As l ipases utili zadas comerc i a l mente, em s u a mai oria, têm preferência pela posição S n -3 do glicerol, na qual a maioria dos ácidos graxos de cadeia c urta estão esterificad o s . 4 . 4 . Á c i dos graxos d e c a dei a longa insaturada X saturada A F I G U R A 6 a p r e s e n t a os d a d o s das con centrações dos ácidos graxos de c adeia longa e insaturada e a FIGU R A 7 os de cadeia saturada. O b serva-se um a u m e n t o nas c o n c e n trações de t o d o s os ác i d o s i n s at u r a d o s à m e d i d a q u e a temperatura de fracionamento foi dimin uída. Ao c o n trári o , o s ácidos s at u rados experi mentaram, com exceção d o C 1 4 , uma d i m i n u i ção significa t i v a em s u as c o n centraç õ e s . Prov avel mente, a não variação na con centraç ão do ác i d o m i rístico aconteceu em fun ç ão d o seu ponto de fusão ser i ntermediário entre os de cadeia c u rta e longa. digitalizado por arvoredoleite.org 1 4, 54: 42-47, 2000 Rev. Inst. Latic. "Cândid o Tostes " , Maio/Ju n, n° 3 Rev. Inst. Latic. " Cândido Tostes " , Maio/Jun, nO 3 1 4, 54: 42-47, 2000 Pág. 47 6 C O N C E N T R A ç à O 5 4 111 INTEGRAL 3 C O N C E N T R 0 < 28 ElSl < 25 2 [J < 22 1 % 0 < 28 A C4 C6 � < 25 ç à C8 [] < 22 O ÁCIDOS GRAXOS % na gordur a ani dra do l e i te ( B uttero i l ) e Porcentagem d o s a' c l' d os graxos de cadeia c u rta fracionad as a 2 8 , 2 5 e 2 2 ° C . Figura 5 • INTEGRAL - Advertências médicas e a reação crescente dos c o n s u mi do res de evitar produtos c o m altos teores de ácidos graxos s aturados tem aumentado a p ro c ura por a l i mentos que o s apresentem em menores. A indústria de ingredientes tem acelerado o desenvolvimento de estratégias de produção para ate n d e r a e s t e m e r c a d o . D i v e r s a s e s tr a t ég i as ' t e c n o l ó g i c as t ê m s i d o d e s e n v o l v i d a s , c o m o i n tuito de aumentar as c o n c entrações de ácidos graxos i n s aturados n a gordura, sendo o fraciona m e n t o u m a t é c n i c a que tem s e d e m o n s t r a d o eficiente p ara a gordura d o leite. O s re s u lt a d o s o b t i d o s n e s s e t r ab a l h o indicam u m a maior concentração d o s ácidos graxos i n s at u r a d o s n a g o r d u r a frac i o n a d a a m e n o r t e m p e r a t u r a , s e n d o e s s a g o r d u ra, c o n s e q ü e n temente, mais desejável c o m relação aos aspectos n ut ri c i o n ai s . C:14 C:16 C:18 ÁCIDOS GRAXOS Figura 7 - Porcentagem dos ácidos graxos de cadeia longa s aturad a na gordura d o leite. 5. C O N CL U S ÕES C o m b ase nas condições experimentais e nos d ados obtidos, pode-se concluir que: O perfil dos ácidos graxos d a gordura do leite fo i m o d i fi c ad o pelos pro c e s s o s de frac i o n amento. Quanto m a i s b a i x a a temperatura d e fr ac i o n am e n t o , m a i o r foi a c o n ce n t r a ç ã o d e ácidos graxos de c adeia curta e de c a d e i a l onga i n s aturada. • 111 INTEGRAL 0 < 28 � < 25 EJ < 22 overview. Joumal of D a ire Science, Cham paingn, v . 7 6 , p . 1 77 2 - 1 7 8 1 , June 1 9 9 3 . CAUL, J . 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Cholesterol reduction Figura 6 _ Porcentagem dos ácidos graxos de cadeia longa insaturada na gordura do Ieite. . digitalizado por do leite de vacas h o l a n de s a s n o i n íc i o da lacta ção a li m e n tadas c o m dife re n te s fon tes de lipídeos. Lavras : Universidade Federal de Lavras , 1 99 7 . d e mestrad o arvoredoleite.org 48 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes " , Maio/Jun, n° 3 1 4, 54: 48 -48, 2000 Revista que há 56 anos vem se especializando na REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS CÂNDIDO TOSTES pesquisa e difusão do setor de leite e derivados. A revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (REVILCT) publicada em Juiz de Fora, apresenta-se no tamanho de 230mm por 1 60mm e, como um órgão do Centro de Pesquisa e Ensino do Instituto de Laticí nios Cândido Tostes. da Empresa de Pesquisa Agrope cuária de Minas Gerais, destina-se à publicação de trabalhos originais de pesquisa e à veiculação de infor mações relevantes para o setor de leite e lácteos deri vados. A critério de um Corpo Editorial, constituído por membros especi alistas internos e externos à EPAMIG, a revista poderá veicular artigos de revisào bibliográfica exaustiva, pertinente a um tema específico, ou mesmo notícias de interesse geral, (ii) Aos autores poderá ser solici tada a provisão institu cional de recursos financeiros para publicação de trabalhos originais e/ou impressão de separatas, de acordo com a disponibilidade financeira no período em questão. Neste caso, a Revista poderá orientar os professores e pesquisadores na busca institucional de apoio financeiro, como por exemplo, para paga mento de fotolitos a cores. (iH) Os artigos devem ser redigidos em português, inglês ou espanhol. Os autores devem apresentar redações sempre inclui ndo títulos e resumo em português e inglês. A bibliografia e as normas complementares de citação devem estar de acordo com a última publicação revista da Associação Brasileira de Normas Técnicas _ ABNT (NB - 66 revisada ou posterior). Dar-se-á preferência à forma sem destaque, onde o nome dos autores são escritos com apenas as primeiras letras maiúsculas, isto é, dentro da norma culta do português. (iv) Os manuscritos em cópias originais devem ser enviados dati lografados em papel branco, tamanho A4, 21 Omm x 297mm de 75 g m2, reservando-se as seguintes margens: I - margem esquerda de 40mm, 2 - margem direita de 25mm, 3 - margem superior de 25mm, 4 - margem inferior de 25mm. Os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo em páginas de aproximadamente 30 linhas (no máximo 34 linhas e 80 espaços ou caracteres por linha). O Corpo Editorial poderá fazer alterações de pequeno porte nos originais. As alterações de grande porte serão sugeridas aos autores juntamente com a devolução do texto a ser reajustado. As correções e os acréscimos encaminhados pelos autores, após protocolo de entrada dos originais poderão ser recusados a critério do Corpo Editorial. (v) Todos os pretendentes 'ao espaço da Revista, dentro do subtítulo "Ciência e Técnica ou Engenharia", de verão apresentar um resumo em português no início do trabalho e um "Summary" em inglês antes da listagem da bibliografia. (vi) A bibliografia deve ser listada, em ordem alfabética, pelo último nome do primeiro autor. As referências bibliográficas devem ser citadas no texto em uma das seguintes formas opcionais: Silva ( 1 980); Silva 1 980; (Silva 1 980); (loc. cit., Silva. 1 980); ou (Silva, 1 980: 35). As abreviaturas de nomes de periódicos devem seguir as normas da "World List of Scientific Perio dicals". Textos que resultam de ensaios devem conter: título, credenciais dos autores, resumo, introdução, material e método, resultados e discussão, conclusão, agradecimentos, summary e bibliografia. (i) (vii) As ilustrações devem ser feitas em nanquim preto e b r a n c o e em t i nt as de d e s e n h o ( R o t r i n g s o u equivalentes) de cores variadas para reproduções e m cores. As ilustrações deverão ser planejadas em função das seguintes reduções opcionais: 1 ) 1 .5X; 2) 2,OX ; 3) 2.5X; 4) 3,OX ou 5) nX sempre calculadas com base na diagonal de um retângulo. Dar-se-á preferência aos tamanhos impressos de I ) 1 20mm por 90mm; 2) 60mm por 45 mm; 3 ) 1 70mm por 1 27 ,5mm. As bases das ilustrações deverão ser consideradas como I ) 1 20mm; 2) 60mm; 3) 1 70mm. Os gráficos e as tabelas devem ser reduzidos ao mínimo indispensável, apenas de acordo com as exigências de um tratamento estatístico formal. As ilustrações e as tabelas devem vir separadamente em relação ao texto e devem estar de acordo com as normas usuais de tratamento e processamento de dados. As fotografias não deverão ser recortadas, as formas fotográficas originais devem ser mantidas em tamanhos retangu l ares para espaços i mpres sos preferenciais i ndicados acima (lado menor dividido p e l o l a d o mai or i g u a l a aproxi madamente 0 , 7 ) . O cálculo para previsão da redução d a s ilustrações deve ser fei t o d e acordo com a orientação de Papavero & M artins ( 1 983 : 1 09). As ilustrações e as tabelas deverão ser montadas separadamente do texto, deverão conter i ndicações da sua localização defi ni t i v a em relação à pagi nação do trabalho, devendo constar uma chamada no texto. Na montagem deverá ser obedecido um rigoroso critério de eco nomia de espaço através da divisão da página em lauda esquerda e lauda direita. Para possibilitar este aproveitamento de espaço, a magnitude da redução poderá ser aj u stada. O Corpo Editorial outorga-se o direito de proceder às alterações na montagem dos cl ichês e das pranchas ou de solicitá-Ias ao autores. As legendas e os títulos das ilustrações deverão ser datilografados à parte do texto e das pranchas. As ilustrações enviadas pelo correio deverão ser prote gidas em forma de pranchas de cartolina com uma proteção externa em cartão duro ou em madeira, de forma a deixá-Ias sempre p l anas . nunca do bradas. A CE não pode responsabilizar-se pelas perdas e danos com serviços de postagem. ( v i i i ) Em nenhum caso (subtítulo, nomes de autores, etc) deverão ser usadas palavras escritas só com maiús culas. No corpo do texto serão grifados apenas nomes genéricos e específicos e palavras estrangeiras even tualmente u s adas nas referências bibliográficas; grifar apenas os nomes de l ivros e periódicos e seus respecti vos vol umes. ( i x ) Estas normas se aplicam à produção de testos por meio dos múl tiplos instrumentos da informática e os artigos podem ser apresentados empregando-se qualquer recurso de gravação reprodutível e vi sualizável. A s credencicais dos autores e as notas de rodapés podem ser organizadas dentro dos cri térios "Wi nword 6.0" (ou versão posterior). (x) Todos os artigos publicados poderão ser impressos em tiragem de 1 O separatas. As separatas acima desse número serão cobradas dos autores a preço de custo. Os autores não receberão provas para exame e correção, os originais serão considerados definitivos. Para assinar a Revista do ILCT: basta preencher o cupom abaixo e enviar o cheque no valor de R$ 50; 00 em nome da EPAMIG Rua Tenente Freitas; 1 1 6 JuiZ de Fora • CEP 3 6045-560 • MG Desdo assznar a Revista do ILCT Nome: Endereço: Complemento: Cidade: Bairro: UF: digitalizado por CEP: Tel: arvoredoleite.org