UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Anderson Barbosa dos Santos João Alves da Silva Neto Luiz Fernando Meira Rodrigues GESTÃO DA QUALIDADE DA EMBALAGEM METÁLICA EASY OPEN: um estudo de caso na JBS Divisão Latas de Lins - SP LINS - SP 2014 ANDERSON BARBOSA DOS SANTOS JOÃO ALVES DA SILVA NETO LUIZ FERNANDO MEIRA RODRIGUES GESTÃO DA QUALIDADE DA EMBALAGEM METÁLICA EASY OPEN: um estudo de caso na JBS Divisão latas de Lins-SP Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Banca Examinadora Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação do Profº Me. Francisco César Vendrame orientação técnica da Profª Ma. Heloisa Helena Rovery da silva. LINS – SP 2014 Santos, Anderson Barbosa dos; Silva Neto, João Alves ; Rodrigues, Luiz Fernando Meira S233g Gestão da qualidade da embalagem metálica easy open: um estudo de caso na Jbs divisão latas de Lins-SP / Anderson Barbosa dos Santos; João Alves da Silva Neto; Luiz Fernando Meira Rodrigues. – – Lins, 2014. 76p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2014. Orientadores: Francisco César Vendrame; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Qualidade. 2. Controle de processo produtivo. 3. JBS S/A. I Título. CDU 658 ANDERSON BARBOSA DOS SANTOS JOÃO ALVES DA SILVA NETO LUIZ FERNANDO MEIRA RODRIGUES GESTÃO DA QUALIDADE DA EMBALAGEM METÁLICA EASY OPEN: Um estudo de caso na JBS Divisão Latas Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: ___/____/___ Banca Examinadora: Profº. Me. Francisco César Vendrame Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP – SP. Assinatura: ____________________________________ 1º Prof (a): Máris de Cássia Ribeiro Vendrame Titulação Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP – SP. Assinatura: ____________________________________ 2º Prof (a): Irso Tófoli Titulação: Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – Varginha – MG Assinatura: ____________________________________ AGRADECIMENTOS Primeiramente expressar o meu sincero agradecimento aos meus pais Sr. Mário Bispo e Sra. Janete Barbosa e minha esposa Daiyane Akemi que contribuíram significativamente para a realização dessa longa caminhada universitária, aos amigos de salas e a todos os professores e funcionários do salesiano. A todos os colaboradores da JBS Divisão Fábrica de Latas que puderam contribuir para o desenvolvimento desta pesquisa tratando sempre com seriedade, e aos gestores possibilitou está pesquisa. A nosso orientador, Francisco César Vendrame por sempre estar disposto a nos auxiliar no desenvolvimento de toda a pesquisa e pela sua grande disposição. Ao professor Ricardo Gonçalves, que representou muito mais que um professor, um verdadeiro amigo que sempre estava ao nosso lado nos dando forças para levantar e seguir em frente. Anderson Barbosa dos Santos Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pela vida e dom adquirido, tive a oportunidade de conhecer pessoas magníficas, durante o curso busquei a concretização dos meus sonhos e desejos todos os dias, obrigado Deus por me dar forças para chegar até aqui... A minha mãe e ao meu pai pela dedicação, pelo amor, educação, paciência e por acreditarem em mim, e por sempre me dizer busque a concretização de seus sonhos, experimente faça novo e não tenha medo do futuro porque você é único responsável pelo seu destino, acredito Deus em porque ele é ser mais generoso que está acima de tudo e de todos nós. Aos meus irmãos, por me apoiarem e acreditarem em meu potencial. Não tenho palavras para descrever o quanto a presença de todos são importante para mim. Agradeço por tudo. Aos meus colegas de classe, em especial João Alves, Anderson Barbosa, com quem aprendi a trabalhar em equipe. Obrigado por todos os momentos, e pela cumplicidade de sempre buscar o melhor que podemos, diante de inúmeras dificuldades nos juntos acreditamos em nosso potencial algo que nos permitiu ver pouco mais longe! Essa caminhada só está começando para cada um de nós! Desejo todo sucesso a vocês. E que Deus caminhe sempre conosco. E para não perder o costume vocês são uns verdadeiros Fanfarrões! Luiz Fernando Meira Rodrigues A Deus Por me dar saúde, paciência e sabedoria, sendo a base e estrutura de toda minha vida estando sempre ao meu lado olhando por mim e minha família, guindome pelas escolhas e caminhos corretos, mesmo aqueles que foram difíceis. A Família Em especial a minha mãe Elisabete Ap. Sousa, que tenho como um grande exemplo de pessoa, onde vejo uma mulher guerreira, dedicada, amorosa e de caráter inquestionável. Sou grato pelos ensinamentos, repreensões e esforço por me proporcionar muitas alegrias e estar aqui hoje vencendo mais um desafio. A minha esposa Carolina Ap. Gibellini por me apoiar durante esses anos de luta mesmo estando ausente quase todos os dias e nos conceder nossas maiores bênçãos Arthur e Matheus. Ao meu sogro Antonio Carlos Gibellini, que sempre pude contar nos momentos bons e ruins, pelos conselhos dados e sempre a disposto a tudo onde tenho como um exemplo de pai. Aos orientadores Prof.º Francisco e prof.ª Heloisa, sempre dispostos a nos orientar de forma competente e dedicada nos proporcionando mais conhecimentos. A coordenadora A Máris, pessoa sempre pró ativa e dedicada a sua função que sempre procurou nos ajudar e nos orientar. Obrigado por compreender muitas vezes nossos anseios e dificuldades profissionais. A Empresa A JBS que tornou possível a realização de nossa pesquisa, incluindo todos seus colaboradores que contribuíram para o resultado satisfatório desse trabalho. RESUMO Em decorrência do mercado competitivo e constantes mudanças, as empresas vem buscando diversas ferramentas que as auxiliem no processo produtivo com o intuito de atingir a excelência em seus produtos e serviços na busca de atingir novos mercados. A gestão de qualidade em um processo produtivo se utilizadas ferramentas adequadas de acordo com a necessidade é possível uma produção com eficiência e qualidade, podendo então oferecer um produto competitivo no mercado e que atenda as necessidades de seus clientes. Diante disso a JBS – Divisão Fábrica de Latas desenvolve mecanismos de controles em seus processos que possam garantir a qualidade de alto nível em seus produtos. A pesquisa permitiu observar que os controles do processo produtivo que a empresa utiliza apresentam bons resultados, confirmando a atenção que a empresa tem com a qualidade, garantindo assim um processo eficaz e satisfação total de seus clientes, consequentemente atingindo as metas da empresa obtendo lucratividade. Para que possa alcançar os objetivos da empresa, a gestão de qualidade deve estar bem estruturada a fim de zerar as possibilidades de desvio de processo, para isso é necessário que todos os colaboradores envolvidos sejam capacitados através de treinamentos, pois eles são os grandes responsáveis pela qualidade final do produto. É importante estar atento às exigências do mercado que esta em constante mudança, por essa razão as empresas buscam novas ferramentas de controle e novas tecnologias que os auxiliem na conquista da qualidade para se manterem vivos no mercado e se destacar em meio aos concorrentes de grande potencial. Por essa razão que a qualidade de um produto ou serviço é uma preocupação global no qual todas as empresas têm atuado com seriedade. A qualidade de produtos e serviços deixa então de ser um diferencial e passa a ser uma prioridade para a sobrevivência de uma empresa. Palavras-chave: Qualidade. Controle do processo produtivo. Satisfação do cliente. ABSTRACT Due to the constant competitive and market changes, companies has been seeking several tools that assist in the production process in order to achieve excellence in their products and services in the quest to reach new markets. Quality management in a production process is used right tools according to need with a production efficiency and quality is possible and you can then offer a competitive product on the market and meets the needs of its customers. Therefore JBS - Cans Factory Division develops control mechanisms in their processes that can guarantee the quality of high level in their products. The research allowed to observe that controls the production process the company uses have good results, confirming the attention that the company has to quality, thus ensuring an effective process and total satisfaction of its customers, thus reaching the company's goals achieving profitability. In order to achieve the company's objectives, the quality of management must be well structured in order to reset the abuse of process possibilities, this requires that all employees involved are qualified through training, as they are largely responsible for Final product quality. It is important to be sensitive to the demands of the market that is constantly changing, therefore companies seek new control tools and technologies that assist in the achievement of quality to stay alive in the market and stand out among the great potential competitors. For this reason that the quality of a product or service is a global concern in which all companies have acted seriously. The quality of products and services will then stop being a differential and becomes a priority for the survival of a company. . Keywords: Quality. Control of the production process. Customer satisfaction. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Complexo Industrial JBS S/A - Lins ..................................................... 16 Figura 2: Processo de recravação....................................................................... 18 Figura 3: Fabrica de Latas – JBS Lins ................................................................ 47 Figura 4: Fluxograma processo produtivo ........................................................... 48 Figura 5: Corte de bobinas .................................................................................. 49 Figura 6: Envernizamento ................................................................................... 51 Figura 7: Inspeção Litográfica ............................................................................. 52 Figura 8: Análise dimensional fundo Shell .......................................................... 54 Figura 9: Estágios da conversão ......................................................................... 55 Figura 10: Teste pull e pop .................................................................................... 56 Figura 11: Análise do residual do semi corte ........................................................ 56 Figura 12: Análise verniz corima ........................................................................... 57 Figura 13: Fluxograma linha de montagem ........................................................... 58 Figura 14: Análise digital de recravação ............................................................... 60 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Classificação de perigos ...................................................................... 31 Quadro 2: Exemplo margem de contribuição ........................................................ 42 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Codificação de amostragem ................................................................. 39 Tabela 2: Plano de amostragem simples ............................................................. 39 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEAÇO – Associação Brasileira de Embalagem de Aço ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CDP - Carbon Disclosure Project CEP - Controle Estatístico Processo CRER - Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo CSN – Companhia Siderúrgica Nacional EOE – Easy Open GEE - Gases de Efeito Estufa GQT - Gestão da qualidade Total ISO - International Organization for Standardization LBS – Libras NBR – Norma Brasileira NQA - Nível de Qualidade Aceitável OZ – Once Unidade de Medida PC - Ponto Crítico PCC - Ponto Crítico de Controle PDCA - Plan, Do, Check, Action POP - Procedimento Operacional Padrão UV – Ultravioleta SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 CAPÍTULO I - JBS DIVISÃO LATAS ....................................................................... 16 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ................................................................... 16 1.1 História ................................................................................................ 16 1.1.1 Produtos .............................................................................................. 17 1.1.2 Divisão Latas ....................................................................................... 17 1.2 Visão ................................................................................................... 19 1.3 Missão ................................................................................................. 19 1.4 Ramo de atuação ................................................................................ 19 1.5 Linha de produtos................................................................................ 19 1.6 Clientes ............................................................................................... 20 1.7 Concorrência ....................................................................................... 21 1.8 Responsabilidade social e ambiental .................................................. 21 1.8.1 Escola Germinare................................................................................ 22 1.8.2 CRER–Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo..23 1.9 Responsabilidade ambiental ............................................................... 23 CAPÍTULO II - GESTÃO DA QUALIDADE DE EMBALAGENS METÁLICAS ........ 25 1 GESTÃO DA QUALIDADE .................................................................. 25 2.1 Cenário................................................................................................. 25 2.2 Definindo qualidade e gestão da qualidade ......................................... 26 2.2.1 Definição de qualidade ......................................................................... 26 2.2.2 Gestão da qualidade ............................................................................ 27 2.3 Ferramentas da qualidade ................................................................... 29 2.3.1 PCC - Ponto crítico de controle ............................................................ 30 2.3.1.1 Definições de probabilidades, severidades e riscos ............................. 30 2.3.1.1.1 Probabilidade ....................................................................................... 31 2.3.1.1.2 Severidade ........................................................................................... 31 2.3.1.1.3 Risco .................................................................................................... 31 2.3.2 POP - Procedimento operacional padrão ............................................. 32 2.3.2.2 Objetivo ................................................................................................ 32 2.3.2.2 Como e quem deve elaborar um POP? ............................................... 33 2.3.3 CEP - controle estatístico do processo ................................................ 34 2.3.4 Ciclo PDCA .......................................................................................... 36 2.3.5 Brainstorming ....................................................................................... 36 2.3.6 NQA – Nível de qualidade aceitável ..................................................... 37 2.3.6.1 Norma NBR 5426 ................................................................................. 37 2.3.6.2 Classificação de defeitos...................................................................... 37 2.3.6.3 Especificação dos NQA........................................................................ 38 2.4 Importância da embalagem metálica.................................................... 39 2.5 Custo da não Qualidade....................................................................... 41 2.5.1 Margem de contribuição ....................................................................... 42 CAPÍTULO III - A PESQUISA ................................................................................... 44 3 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 44 3.1 A gestão da qualidade no processo da embalagem metálica easy open na JBS – Divisão Fábrica de latas........................................................ 45 3.2 Processo produtivo de embalagens metálicas ..................................... 46 3.2.1 O processo produtivo e controle da embalagem metálica easy open .. 49 3.2.1.1 Corte .................................................................................................... 49 3.2.1.2 Envernizamento ................................................................................... 50 3.2.1.3 Impressão Litográfica ........................................................................... 52 3.2.1.4 Estampagem ........................................................................................ 53 3.2.1.4.1 Primeira etapa – Fundo Shell ............................................................... 53 3.2.1.4.2 Segunda etapa – Fundo convertido ..................................................... 54 3.2.1.4.3 Terceira etapa – Fundo Corima ........................................................... 56 3.2.1.5 Linhas de Montagem ............................................................................ 57 3.2.1.6 Laudo Técnico ...................................................................................... 60 3.3 Ações sobre o desvio de qualidade ..................................................... 60 3.3.1 Devolução por qualidade...................................................................... 61 3.3.1.1 Custos sobre a devolução .................................................................... 61 3.4 Parecer final do caso............................................................................ 62 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................................. 63 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65 APÊNDICES ............................................................................................................ 67 14 INTRODUÇÃO Atualmente o mercado de embalagens cresce com uma grande diversidade de materiais de baixo custo como: plástico, vidro e papel, reduzindo o share do seguimento em questão (embalagens metálicas). Além das embalagens alternativas dentro existem várias empresas atuando no mercado, o que dificulta cada dia mais a sobrevivência das empresas nesse setor. No status atual desse mercado é imprescindível que se desenvolva processos com o menor custo possível, maior qualidade e produtos inovadores com valor agregado. A JBS – Divisão Fábrica de Latas busca alternativas constantes de melhorias através de investimentos em equipamentos, treinamentos, mão de obra especializada com objetivo de fornecer uma gama maior de produtos com qualidade de nível internacional. Para que essa prática seja possível, são aplicadas diversas ferramentas de gestão e qualidade em todos os seus processos de forma a monitorar e controlar todos os setores e itens produzidos. A gestão de qualidade quando aplicada da forma correta e feita a sua inspeção atendendo as normas existentes garante a qualidade do produto ou serviço oferecido, desta forma uma melhor confiabilidade de seus clientes e um bom relacionamento, diminuindo assim seus custos no processo produtivo. Com o objetivo de verificar a importância a da gestão da qualidade no processo produtivo da embalagem metálica easy open foi realizado um estudo de caso na JBS S/A – Divisão Latas, setor voltado exclusivamente para produção de embalagens metálicas para consumo interno e venda para terceiros, localizada na via de acesso Lins / Getulina s/ nº. Em virtude da sanção a exportação de carnes enlatadas com fundos easy open, houve a necessidade de uma análise no sistema de gestão da qualidade no processo produtivo. A pergunta - problema que norteou a pesquisa foi: Até que ponto a falta de gestão da qualidade no processo produtivo da embalagem metálica easy open pode desencadear problemas de devolução, retrabalho, oferta e redução da margem de contribuição deste produto? Em resposta a tal questionamento surgiu a seguinte hipótese: 15 A ausência de controle efetivo de todos os processos, incluindo pós venda, compromete diretamente a qualidade e custo do produto, devido a esses fatores é necessário readequar os processos que afetam a qualidade (CEP, PCC) e produção (POP) para que seja possível a identificação do problema ainda no processo e não no consumidor final. Para a realização de tal pesquisa foram utilizados os métodos e técnicas de pesquisa descrita no capítulo III. O trabalho está assim estruturado: Capítulo I – discorre sobre a evolução histórica da JBS S/A, estruturas por unidades de novos negócios e da Fábrica de Latas. Capítulo II – aborda sobre a fundamentação teórica da gestão da qualidade. Capítulo III – demonstra a pesquisa utilizada na empresa em estudo. Por fim são apresentadas a proposta de intervenção e a conclusão. 16 CAPÍTULO I JBS DIVISÃO LATAS 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Figura 1: Complexo Industrial JBS S/A - Lins Fonte: Fonte: JBS – Divisão Latas Lins 1.1 História A JBS nasceu em 1953 na cidade de Anápolis, no interior de Goiás. A companhia iniciou a expansão de seus negócios a partir da construção de Brasília, quando seus fundadores, e José Batista Sobrinho, conhecido por Zé Mineiro, passou a comercializar carne para as grandes construtoras e empreiteiras que se instalaram na região com objetivo de construir a nova capital federal. A partir de então a JBS passou a construir uma plataforma de produção de carne para dar início a seu processo de internacionalização. Em 2005, a JBS chegou ao exterior ao adquirir as operações da Swift, na Argentina. Esse processo foi acentuado em 2007, quando a JBS tornou-se a primeira empresa de carnes do Brasil a abrir o capital e ter suas ações negociadas 17 em bolsa, além de criar sua área de Relações com Investidores. Naquele mesmo ano a JBS tornou-se a maior empresa de processamento de carne bovina do mundo e a maior indústria brasileira de alimentos ao comprar a Swift, nos Estados Unidos, negócio que voltou a unificar mundialmente a marca, que passou a operar também na Austrália. Em 2009, a JBS voltou ao mercado, dessa vez para incorporar as operações da Bertin, no Brasil, e assumir o controle da Pilgrim's Pride, nos Estados Unidos, estreando assim no segmento de frangos. Em maio de 2011 adquiriu a divisão de cosméticos e limpeza do Grupo Bertin por R$ 350 milhões, com a compra a JBS aumentou a sua atuação no ramo de bens de consumo como sabonetes, produtos de limpeza e outros, a divisão de cosméticos e limpeza da JBS se chama Flora onde já atua no ramo desde 1980. Em 2012 a JBS passa a atuar no segmento de aves no Brasil, ao assumir as unidades da Frangosul, Tramonto e Agrovêneto, e também expandir sua atuação na América do Norte ao adquirir a XL Foods, no Canadá. Neste ano, a JBS anunciou a compra das operações da Seara Brasil, ampliando sua atuação no mercado de carne de frango. A operação com a Seara, contudo, a aquisição foi aprovada em setembro de 2013 sem nenhuma restrição. Em dezembro de 2013 adquiriu por R$ 260 milhões a empresa paulista de alimentos Massa Leve. Em julho de 2014 a JBS comprou da Céu Azul Alimentos vários ativos de processamento de aves, incluindo duas fábricas de ração e três incubatórios, a operação custou 246 milhões de reais. A JBS atua nos segmentos de alimentos e derivados, couros, higiene e limpeza, biodiesel, embalagens metálicas e colágeno. 1.1.1 Produtos Bordon, Frangos Macedo, Friboi, Seara, Doriana, Rezende, Massa Leve, Frangosul, LeBon, Tramonto, Agrovêneto, Anglo, Bertin, Pilgrims, Swift, Swift angus, Swift Maturatta, Swift Black, Cabana, Farms, Pierce1855, Canelones, Foods, Embalagens metálicas, Colágeno, Nova Prom, Transportes, TRP, Gestão de resíduos Ambiental, Envoltórios, Cosméticos e limpeza e Flora. 1.1.2 Divisão Latas 18 Figura 2: Processo de recravação Fonte: JBS – Divisão Latas Lins A JBS DIVISÃO LATAS é uma das maiores empresas de processamento de latas do Brasil com duas unidades de produção, localizado na cidade de Lins (SP) e Barretos (SP) com milhares de colaboradores. Possuem capacidade de produção de 70.000.000 milhões de latas por mês, das quais 40% são utilizadas pela própria JBS. São latas 100% recicláveis e fabricadas por meio de um sistema que elimina a emissão de solventes na atmosfera, proporcionando um ambiente de trabalho seguro aos funcionários. Dentre as responsabilidades do grupo destacam-se: a) responsabilidade em gerar e manter milhares de empregos nos cinco continentes; b) responsabilidade em produzir com excelência em qualidade, com procedência de matéria-prima, passando pela liderança dos setores, sociais, e ambientais; c) responsabilidade em expandir suas plataformas de distribuição para estar cada vez mais perto dos consumidores finais; d) responsabilidade em alimentar o mundo com a consciência de transformar vida em alimento; 19 e) responsabilidade em promover o crescimento sustentável das cadeias que faz parte bem como riquezas para os acionistas, colaboradores e consumidores. 1.2 Visão Acreditar que um dos principais diferenciais competitivos é a qualidade das pessoas, por mais simples que sejam suas funções, pessoas preparadas e motivadas fazem a diferença. 1.3 Missão Ser o melhor naquilo que nos propusermos a fazer, com foco absoluto em nossas atividades, garantindo os melhores produtos e serviços aos clientes, solidez aos fornecedores, rentabilidade satisfatória aos acionistas e a certeza de um futuro melhor a todos os colaboradores. 1.4 Ramo de atuação A companhia atua nas áreas de: alimentos, latas, couros e produtos para animais domésticos, higiene, limpeza, colágeno, latas, biodiesel, entre outras. No segmento de carnes, a empresa é líder na produção e comercialização de produtos bovinos e destaca-se na produção e comercialização de suínos, ovinos e aves. Em couros, é considerada uma das líderes mundiais. No segmento de lácteos, produz e comercializa iogurtes, leites, queijos, margarinas e sobremesas. 1.5 Linha de produtos Qualidade, praticidade e sustentabilidade são os pilares para o desenvolvimento e criação das latas da JBS Embalagens Metálicas. Produz latas de aço sanitárias cilíndricas, retangulares, quadradas e tronco piramidais com vários tipos de tampa e acabamentos adequados às necessidades do cliente. A lata de aço destaca-se por ser biodegradável, 100% reciclável e por dispensar conservantes, garantindo que o produto mantenha suas propriedades naturais inalteradas. É leve, resistente e protege os alimentos por mais de dois anos, mesmo em condições adversas de clima, transporte e manuseio. Um dos motivos que a levam a estar entre as maiores empresas do segmento são os diferenciais que oferecer aos 20 clientes: aquisição da melhor matéria-prima, corte de bobinas, envernizamento, impressão, estamparia, montagem da lata, entrega suporte ao envasamento e serviços técnicos. Utilizar o que há de mais atual em tecnologia para fabricação de latas, com um dos mais modernos parques industriais do país, capaz de fabricar uma grande variedade de modelos que podem ser personalizados de acordo com a demanda de cada cliente. Trabalha com sistemas de inspeção visual Care Controls, controle estatístico do processo, software supervisório, melhoria contínua Kaisen, impressoras Crabtree, tampas easy-open, electrocoating Corima, soldadoras Soudronic e máquinas Sabatier, Krupp, LTG e Littel. A JBS divisão de latas oferece uma gama de produtos para atender a demanda de seus clientes internos e externos. Sendo que, a capacidade de conformação da JBS divisão latas é de 45.000.000 latas por mês, distribuídas nos diversos formatos. Lata 7oz convencional e easy open, latas 12oz convencional e esay open, latas cilíndricas nos diâmetros de 73, 99, e 155 milímetros, nas alturas de 52, 62, 66, 73, 84, 93, 110, 118 e 150 milímetros e latas retangulares de 6, 11 e 14lbs. Na unidade são produzidos os seguintes tipos de latas: a) latas cilíndricas diâmetro 73x52 mm - easy open; b) latas cilíndricas diâmetro 73x84 mm – convencional; c) latas cilíndricas diâmetro 73x84 mm – easy open; d) latas cilíndricas diâmetro 73x93 mm – convencional; e) latas cilíndricas diâmetro 73x93 mm – esay open; f) latas cilíndricas diâmetro 73x110 mm – convencional; g) latas cilíndricas diâmetro 73x110 mm - esay open; h) latas cilíndricas diâmetro 73x118 mm – convencional; i) latas cilíndricas diâmetro 73x118 mm – esay open; j) latas cilíndricas diâmetro 99x96x118 mm – convencional; k) latas cilíndricas diâmetro 99x52 mm – convencional; l) latas cilíndricas diâmetro 99x118 mm – convencional; m)latas cilíndricas diâmetro 155x150 mm – convencional; 1.6 Clientes 21 A JBS divisão latas atua fortemente na produção de latas atendendo tanto clientes externos e internos e as demais unidades, Andradina, Barretos, Três Rios e Uberlândia. Porém, dentre os seus maiores clientes destacam-se as marcas: Hainz (Quero), Goiás Verde, Hypermaracas, Oderich, Dez alimentos, Swift, entre outros. No cenário mundial de carnes enlatadas os principais mercados consumidores são: Inglaterra e os EUA. Dentre os principais produtos da fábrica de latas destacam-se: a produção de latas trapezoidais nos modelos com chaveta e easy open que representa o total de 80% da exportação da JBS divisão latas do Brasil. 1.7 Concorrência Quanto à concorrência, atualmente existem empresas atuando como principais concorrentes da “JBS Divisão Latas”: Rojek, Mococa, Prada, Paulista, Iguaçu e a Rimet. As principais características destas empresas é a concentração da produção destinada à fabricação de latas para condicionamento de produtos alimentícios em toda sua diversidade, tais como: derivados de carnes, óleos comestíveis, leite em pó, leite condensado, creme de leite, vegetais (frutas, azeitonas e legumes), extrato e purê de tomate , molho de tomate, pescados e outros. 1.8 Responsabilidade social e ambiental A JBS promove diversas atividades com o objetivo de criar nas comunidades onde a atua uma rede de ações com fins sociais e culturais. Sua presença nas comunidades do entorno das fábricas ocorre por meio de ações sociais, programas de voluntariado, doações e a manutenção de espaços públicos. Com o mesmo objetivo de promover a cultura, a JBS apoia ainda eventos culturais, entidades beneficentes e segue ministrando palestras sobre conscientização ambiental e produção sustentável. Instituto Germinare: Em 2009, a JBS criou o Instituto Germinare com o objetivo de unificar as diversas iniciativas sociais que sempre estiveram presentes nos trabalhos desenvolvidos pela companhia. 22 As ações do Instituto podem ser divididas em quatro grandes áreas: educação, ambiente, comunidade e direitos humanos. Tais iniciativas partem, em geral, de propostas internas da JBS ou respondem às demandas locais, nas diferentes plantas e lugares onde a companhia atua. Entre as ações realizadas, a Escola Germinare representa, hoje, uma das principais iniciativas do Instituto Germinare, com o objetivo de formar cidadãos muito bem preparados do ponto de vista acadêmico e humano, com repertório cultural amplo, valores éticos consolidados e atitudes positivas diante da vida e da sociedade. Isso ocorre porque a JBS vê na Educação o principal instrumento de transformação de qualquer sociedade. Com essas ações, o Instituto Germinare atua dentro de princípios consolidados, como a busca permanente de inovar e empreender para construir uma sociedade mais justa, sempre dentro de parâmetros rigorosos de ética e de qualidade. A JBS contribui ainda para o desenvolvimento das regiões onde atua empregando milhares de pessoas pelo mundo. Atualmente, são mais de 55 mil, somando os colaboradores do Brasil, Argentina, EUA, Austrália e Itália. 1.8.1 Escola Germinare A JBS tem orgulho de apoiar o Conservatório Brasileiro de Dança, pois acredita que esta seja uma forma de divulgar a cultura brasileira no mundo. O Conservatório Brasileiro de Dança foi idealizado para que os bailarinos tivessem um espaço exclusivo para aprender e se aperfeiçoar. Em seu quarto ano de existência tornou-se uma das maiores referências nacionais no ensino de dança clássica, e a cada ano a busca por um trabalho de excelência é intensificada. O conservatório mantém a ONG – Ciranda Carioca e a Cia. Brasileira de Ballet que conta com o trabalho de profissionais altamente especializados para ensinar, treinar e profissionalizar bailarinos de várias classes sociais e de diversas partes do Brasil e da América Latina. Eleita a melhor escola no Festival de Dança de Joinvile – SC, a maior competição de dança do Brasil, em 2008 e 2009, ganhou reconhecimento internacional participando hoje do Mônaco Dance Fórum, do International Ballet 23 Festival of Miami, festivais na China, entre outros convites para brilhar e encantar públicos de vários países. Para a JBS o incentivo às artes e projetos sociais é de extrema importância, pois acredita que o Brasil se desenvolve com o compromisso de todos, investindo em talentos e crescendo com o país. 1.8.2 CRER - Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo O crescimento da Companhia está associado às iniciativas sociais em todas as regiões onde atua. Em Goiás, a JBS tem orgulho de apoiar o CRER - Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, que tem como desafio oferecer tratamento multiprofissional de reabilitação aos portadores de deficiências físicas e auditivas. Diferentes clínicas prestam o apoio necessário ao tratamento terapêutico disponibilizado a cada paciente, visando sua reabilitação global. Além da doação de equipamentos médicos importantes para o atendimento dos pacientes e apoio mensal na alimentação do Centro, a JBS firmou uma parceria para encaminhamento e seleção de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho para as unidades da Empresa em Goiás. 1.9 Responsabilidade ambiental A preocupação com o aquecimento global é parte das Diretrizes de Sustentabilidade da JBS. O efeito estufa é um complexo e delicado mecanismo que controla e mantém a temperatura do planeta. Quando a concentração de gases de efeito estufa aumenta significativamente, a temperatura da Terra se eleva. O Brasil usufrui do benefício de possuir uma economia de baixo carbono e o nosso desafio no futuro próximo é transformar essas circunstâncias favoráveis em vantagens competitivas. Um dos maiores produtores e fornecedores de alimentos do mundo, o Brasil ocupa posição de destaque, fruto de elevados investimentos em tecnologia e pesquisa dos ganhos de produtividade, em função dos processos A JBS, no papel de principal empresa brasileira no setor de proteína animal e contribuinte para esta posição importante que o Brasil ocupa no mercado 24 internacional de alimentos, estão preparadas e engajadas em adotar as melhores práticas sustentáveis em processos produtivos. Convicta que seu desenvolvimento e crescimento empresarial devem estar associados à sustentabilidade de suas ações, a JBS tornou-se a primeira empresa do mundo a registrar um projeto de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) na área de produção de carne bovina. Esta conquista reafirma o pioneirismo da JBS, pois com este projeto contribui para a preservação do meio ambiente. Em 2006, a companhia implantou seu primeiro Projeto de MDL com o objetivo de acelerar as suas ações de sustentabilidade com um projeto inédito de Crédito de Carbono para o tratamento de efluentes em frigoríficos do grupo. Onde anteriormente havia lagoa anaeróbia emitindo metano para a atmosfera, após as medidas, foram substituídas por biodigestores com captura e transformação do metano em CO² gás 21 vezes menos prejudicial ao efeito estufa, ou ainda por um tratamento de flotação físico-química com ar dissolvido, que evita assim a geração de metano. Este projeto faz parte do Programa Estratégico de Sustentabilidade da JBS, com o objetivo de mitigar os riscos com os impactos ambientais em seus processos e os efeitos nas mudanças do clima do planeta. Este mecanismo consiste em adoção de programas de Produção Mais Limpa “ Fábrica Seca” e na recuperação de subprodutos gerados a partir das atividades industriais, que transforma o que seria resíduo em matéria-prima. Em sua plataforma brasileira, a JBS realiza anualmente Inventários das emissões de GEEs - Gases de Efeito Estufa - em todas as operações e compõem as principais carteiras relacionadas ao tema como: CDP (Carbon Disclosure Project) e ICO2 BMF&BOVESPA, assumindo um papel de protagonismo nos setores em que atua. 25 CAPÍTULO II GESTÃO DA QUALIDADE DE EMBALAGENS METÁLICAS 1 GESTÃO DA QUALIDADE 2.1 Cenário A gestão da qualidade numa empresa ou qualquer outro organismo econômico, público e privado, é prioridade nestes tempos, principalmente diante da livre concorrência, da globalização do consumo, da exigência dos consumidores e do próprio mercado, cada dia mais competitivo, no sentido de melhorar o atendimento, os serviços em geral, os produtos, a ideologia mercadológica e os próprios objetivos da empresa. (BRAVO, 2010) A competição entre as milhares de empresas, dezenas de um mesmo ramo de atividade e um mesmo segmento de mercado, exigem como princípio fundamental, a qualidade, que pode ser traduzida em agilidade, inovação, melhoria contínua, serviços prestados e política de marketing adequada, a fim de permanecer no páreo das concorrentes e disputar cliente e mercado com igualdade de condições. Para que a qualidade aconteça, o primeiro ponto a ser conquistado na empresa, é a conscientização e o engajamento de todos os elementos, envolvê-los de forma comprometida, definitiva e ativa, porque a qualidade total não é feita na empresa, e sim nos indivíduos que fazem a empresa, que compõem a empresa. O fator humano é quem decide sobre ter ou não ter qualidade em determinado produto ou serviço prestado, contudo, esta consciência e comprometimento devem partir de cada um para que haja o processo de qualidade total. Neste processo, é preciso enxergar as vantagens e entender os motivos pelos quais a empresa passa por um processo destes, e isto se inicia logo de súbito, começando, no melhoramento das relações com os colegas de trabalho, onde são ao mesmo tempo cliente e fornecedor do outro, em qualquer hora, em qualquer atividade e em qualquer setor. (BRAVO, 2010) 26 Por isso, o empenho, dedicação e o comprometimento de cada elemento são imprescindíveis neste processo, no sentido de divulgar, ensinar, praticar e conduzir suas ações profissionais e pessoais nos princípios da qualidade, pois é só assim que se chega à qualidade total. 2.2 Definindo qualidade e gestão da qualidade 2.2.1 Definição de qualidade De acordo com Paladini (2008), o conceito sobre qualidade se desdobra em dois planos: um espacial e outro temporal. É fundamental entender que os conceitos sobre qualidade devem refletir a realidade em que vivemos, ou seja, os referenciais considerados naquele momento no processo gerencial das organizações, pois tudo que é moderno poder virar velho e obsoleto, daí a questão de se considerar a qualidade sob o aspecto temporal.Por ser uma palavra de domínio público, é comum que ocorram definições equivocadas a cerca do conceito da palavra qualidade, e segundo Paladini (2008) definir qualidade de forma errônea leva a Gestão da Qualidade a adotar ações que podem comprometer seriamente a organização.Há alguns aspectos que são relacionados à qualidade, mas que se vistos individualmente proporcionam um conceito equivocado, porém, se analisados em conjunto nos ajudam a ter uma idéia sobre o conceito mais adequado à palavra qualidade. Estes aspectos de acordo com o autor acima citado são: a) considerar a qualidade como algo abstrato, pois, nem sempre os clientes; b) conseguem definir quais são as suas preferências e necessidades; c) considerar a qualidade como sinônimo de perfeição; d) considerar que qualidade nunca se altera; e) considerar que a qualidade é subjetiva, variando de pessoa para pessoa; f) considerar qualidade como capacidade de fabricação, onde um produto ou serviço deve se concretizar de acordo com seu projeto; g) considerar a qualidade como um requisito mínimo de funcionamento; h) considerar a qualidade como a diversidade de opções que um produto ou serviço; i) considerar a qualidade como a área onde todo o processo de produção da qualidade se desenvolve. 27 Esses elementos compõem o conceito básico da qualidade, entretanto, focar atenção exagerada em algum deles ou deixar de considerar outros pode fragilizar estrategicamente a empresa. Portanto, de acordo com Paladini (2008), o conceito correto da qualidade deve envolver dois elementos: a) o componente espacial onde a qualidade envolve muitos aspectos simultaneamente, ou seja, uma multiplicidade de itens; b) o componente temporal onde a qualidade sofre alterações conceituais ao longo do tempo. 2.2.2 Gestão da qualidade De acordo com Barbosa (1995), a Gestão da Qualidade Total (GQT) estabelece condições para que todas as pessoas se capacitem para planejar e gerenciar o seu próprio trabalho recebendo treinamento específico. A GQT é voltada para o atendimento das necessidades das pessoas de dentro e de fora da organização, mas o cliente é o alvo principal. De acordo com Barbosa (1995), para uma implantação eficiente é necessário uma mudança de atitude, hábitos e modos de pensar das pessoas principalmente das que ocupam cargos altos da hierarquia, que devem ser convencidas dessas necessidades de implantação e jamais serem obrigadas a aceitar (por imposição).Sendo assim, será disseminado na organização que “cada um é responsável pelo resultado do seu próprio trabalho” (BARBOSA et al. 1995), pois o resultado final da organização só será satisfatório se houver qualidade no trabalho individual e em equipe. Diante de um problema deve se buscar as causas e soluções ao invés de culpados. Por isso a GQT pode ser entendida como: A gerência exercida por todas as pessoas, de todos os níveis hierárquicos e de todos os setores da mesma, visando o atendimento das necessidades de todas as pessoas envolvidas, de dentro e de fora dela, especialmente daquelas a quem se destinam os resultados do seu trabalho, ou seja, os seus clientes finais. (BARBOSA et al. 1995, p. 6). De acordo com Araújo (2007), a Qualidade também pode ser definida como a busca pela perfeição visando agradar os clientes que são cada vez mais exigentes e 28 conscientes da quantidade de organizações e o que elas têm para oferecer. Essa filosofia busca a eliminação do retrabalho (fazer novamente devido à falha) e visa o defeito zero, assim as organizações permanecem no mercado e obtém mais lucros. Segundo Araújo (2007), existem dois pontos de vista da Qualidade: de quem produz e de quem consome. Quem produz possui visão objetiva e segue normas e procedimentos de fabricação, onde a qualidade deve “estar em conformidade” com especificações para a produção (garantia técnica). Quem consome tem visão subjetiva, ou seja, aquilo que ele espera do produto, onde a qualidade precisa se adequar as expectativas dos clientes. (BARROS, 1996 apud ARAÚJO, 2007). Qualidade Total, de acordo com Paladini (2000) é uma decorrência natural da qualidade definida enquanto adequação ao uso. Quando se analisam as dimensões da Gestão da Qualidade e suas ações diante desse conceito, entende-se que a qualidade passa a ser característica que atende totalmente ao consumidor. Conforme autor acima citado, para que haja Gestão da Qualidade Total, todas as atividades precisam envolver todos os requisitos que os produtos e serviços devem ter para atender totalmente o que o cliente deseja em termos de necessidades, preferências ou conveniências. O primeiro indicativo, da GQT é o grau de fidelidade do consumidor, ou seja, cativar o cliente satisfazendo ou até mesmo superando suas necessidades atendendo suas expectativas, conquistando assim um mercado garantido o que proporciona maiores chances de sobrevivência da organização. Segundo Chiavenato (2003), qualidade total é uma decorrência da aplicação da melhoria contínua, ela significa o atendimento das exigências do cliente, ou seja, é ter como objetivo as necessidades do usuário. Qualidade total também pode ser entendida como o total das características de um produto ou serviço que atenderá as expectativas do cliente. Chiavenato (2003) aponta que por trás dos conceitos de qualidade existe a figura do cliente que pode ser interno ou externo, pois na organização existe uma infinidade de cadeias de fornecedores e clientes, onde cada empregado é um cliente do anterior (do qual recebe as entradas) e um fornecedor do posterior (para onde entrega as saídas), constituindo assim o núcleo da qualidade total. Para Chiavenato (2003) a melhoria contínua da qualidade é aplicável no nível operacional e a qualidade total abrange todos os níveis da organização e ambas são 29 abordagens importantes para obter a excelência em qualidade dos produtos e processos e seguem as seguintes etapas: a) escolha de uma área de melhoria: para redução da percentagem de defeitos, do tempo de ciclo de produção, no tempo de parada de máquinas e do absenteísmo do pessoal; b) definição da equipe de trabalho que tratará da melhoria: ênfase no trabalho em equipe para mobilizar as pessoas na derrubada de barreiras à qualidade; c) identificação dos Benchmarks: ele deve ser identificado, conhecido, copiado e ultrapassado. O benchmark pode ser interno (de outro departamento) ou externo (uma empresa concorrente ou excelente), servindo como guia de referência; d) análise do método atual: a equipe de melhoria analisa o método atual de trabalho para comparar e verificar como ele pode ser melhorado para alcançar ou ultrapassar o benchmark focalizado; e) estudo piloto da melhoria: desenvolvimento de um esquema piloto para solucionar um problema e melhorar a qualidade testando sua relação custo benefício. Implementação de melhorias: a equipe propõe a melhoria e a direção assegura a sua implementação. A melhoria fortalece a competitividade da organização e aumenta a motivação das pessoas envolvidas no processo incremental. “O gerenciamento da qualidade total (GQT) é um conceito de controle que atribui às pessoas, e não somente aos gerentes a responsabilidade pelo alcance de padrões de qualidade”. (CHIAVENATO, 2003, p. 582). De acordo com Chiavenato (2003), a qualidade total está baseada no empowerment das pessoas, ou seja, habilidade e autoridade para tomar decisões que tradicionalmente eram dadas aos gerentes, resolvendo problemas do cliente sem consumir tempo para aprovação do gerente. “A qualidade total se aplica a todas as áreas e níveis da organização e deve começar no topo da empresa”. (CHIAVENATO, 2003, p.582). 2.3 Ferramentas da qualidade 30 Existem várias ferramentas que auxiliam no controle de um determinado processo, que se utilizadas da forma correta e adequada, ajudam a resolver problemas ou aumentar a eficácia do processo. Bem como detectar problemas, suas causas e chegar a uma solução, permitindo possíveis mudanças e melhorias. A variabilidade em um processo produtivo está sempre presente seja qual for o processo, independente de quão bem seja operado ou projetado. Todo e qualquer produto a ser produzido mesmo sendo idêntico, existe uma tolerância dentre as suas características normais, tal tolerância é diferente de produtos defeituosos, no qual devem ser retidos e muitas vezes até descartados. Essas variabilidades podem aparecer por vários motivos: variações na matéria prima, nas operações realizadas, insumos, e até influência do ambiente ou falhas nas mudanças de processo como set up. Então, pode se definir as ferramentas da qualidade como técnicas com a finalidade de definir, analisar, mensurar e propor soluções para os problemas que interferem no desempenho dos processos. (PALADINI, 2008). As principais ferramentas da qualidade são: a) PCC: ponto crítico de controle; b) POP: procedimento operacional padrão; c) CEP: controle estatístico estratégico do processo; d) Ciclo PDCA; e) Brainstorming: tempestade de ideias; f) NQA: nível de qualidade aceitável; g) Diagrama de causa e efeito (Pareto); h) Diagrama Ishikawa; i) Histograma. 2.3.1 PCC - Ponto crítico de controle O PCC tem como objetivo demonstrar a sistemática do estudo nas etapas de identificação, avaliação, monitoramento e controle dos perigos encontrados no processo produtivo, visando a segurança dos produtos produzidos (GARVIN, 2002). 2.3.1.1 Definições de probabilidades, severidades e riscos 31 Quadro 1: Classificação de perigos Classificação de Perigos Q - Químico F - Físico B - Biológico Probabilidade B - Baixa M - Média A - Alta Severidade B - Baixa M - Média A - Alta Risco B - Baixa M - Média A - Alta Fonte: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 5426 Conforme a ABNT NBR 5426, as probabilidades, seriedades e riscos podem ser: 2.3.1.1.1 Probabilidade a) baixa: associada a um perigo que tem probabilidade mínima de ocorrência na etapa ou que exista uma medida de controle efetiva que torne baixa a possibilidade do perigo; b) média: associada a um perigo que tem probabilidade média de ocorrência na etapa ou que exista uma medida de controle que minimize a possibilidade do perigo; c) alta: associada a um perigo que tem probabilidade alta de ocorrência na etapa; 2.3.1.1.2 Severidade a) baixa: Associada a um perigo que não causa nenhum dano ao consumidor; b) média: Associada a um perigo que possa causar algum desconforto, ou algum dano moderado a saúde do consumidor; c) alta: Associada a um perigo que se presente no alimento possa causar um dano grave a saúde do consumidor. 2.3.1.1.3 Risco a) alto: etapa em que a probabilidade e severidade são altas; 32 b) médio: etapa em que: a probabilidade é alta e a severidade é média, ou a probabilidade é média e a severidade é alta, ou a severidade e a probabilidade são médias; c) Baixo: etapa em que: severidade e/ou a probabilidade é baixa A definição do Risco serve como guia para implantação e criticidade dos monitoramentos e suas freqüências conforme normas da ABNT NBR 5426. As etapas que forem inicialmente consideradas como um PCC pode ser reavaliado periodicamente para análise do histórico de monitoramento, processos e reclamações. Caso se conclua que esse histórico tem uma baixa incidência de anomalias e que o processo está seguramente implantado, pode-se passar o PCC para PC, já que houve uma diminuição da probabilidade. Essa etapa deve permanecer como PC por um tempo suficiente para que se assegure que não é mais necessário um controle efetivo nessa etapa conformes normas ABNT NBR 5426. 2.3.2 POP - Procedimento operacional padrão É o documento que expressa o planejamento do trabalho repetitivo que deve ser executado para o alcance da meta padrão relatam Ritzman e Krajewski (2004). Deve conter as instruções sequenciais das operações e a frequência de execução, especificando o responsável pela execução, listagem dos equipamentos; peças e materiais utilizados na tarefa, descrição dos procedimentos da tarefa por atividades críticas; de operação e pontos proibidos de cada tarefa; roteiro de inspeção periódico dos equipamentos de produção. Devem ser aprovados, assinados, datados e revisados anualmente ou conforme necessário. 2.3.2.2 Objetivo Segundo Ritzman e Krajewski (2004), POP tem o objetivo de se padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais, para o funcionamento correto do processo, ou seja, um POP coerente garante ao usuário que a qualquer momento que ele se dirija ao estabelecimento, as ações tomadas para garantir a qualidade sejam as mesmas, de um turno para outro ou, de um dia para outro. 33 Aumenta-se a previsibilidade de seus resultados, minimizando as variações causadas por imperícia e adaptações aleatórias, independente de falta, ausência parcial ou férias de um funcionário. 2.3.2.2 Como e quem deve elaborar um POP? De acordo com o Ritzman e Krajewski (2004) transcrever as tarefas rotineiras que se faz mecanicamente para uma folha de papel nem sempre é uma tarefa fácil, talvez seja um pouco cansativa, mas deve-se tomar alguns cuidados tais como: a) nunca copiar procedimentos de livros ou de outras organizações, existem particularidades que só o estabelecimento tem e isso é de fácil percepção por parte do responsável do estabelecimento ou ainda por ação de auditores; b) a pessoa que executa a tarefa é quem deve colaborar com o desenvolvimento do procedimento, ele é o dono do processo; c) o funcionário tem que ser treinado, habilitado e qualificado para a execução de sua tarefa, sendo assim deve, escrever o que faz e fazer o que está escrito; d) fazer constantes análises críticas (pelo menos duas vezes por ano) sobre a aplicabilidade os procedimentos e se os mesmos ainda estão sendo seguidos; e) a linguagem utilizada no POP deverá estar em consonância com o grau de instrução das pessoas envolvidas nas tarefas, deve se dar preferência para uma linguagem simples e objetiva; f) o conteúdo do POP, assim como sua aplicação, deverá ter o completo entendimento e familiarização por parte dos funcionários que tenham participação direta e/ou indireta na qualidade final daquele procedimento. Normalmente, a ingerência de supervisores, coordenadores e diretores neste ponto é uma das causa de ineficiência na implantação de um Sistema da Qualidade, cabendo aos mesmos as responsabilidades pela revisão e aprovação do POP. Conforme Ritzman e Krajewski (2004), os principais passos para se elaborar um POP, são: a) nome do POP; 34 b) objetivo do POP (a quê ele se destina e qual a razão da sua existência e importância); c) documentos de referência (quais documentos poderão ser usados ou consultados quando alguém for usar ou seguir o POP; d) local de aplicação (aonde se aplica aquele POP); e) siglas (caso siglas sejam usadas no POP, dar a explicação de todas); f) descrição das etapas da tarefa com os executantes e responsáveis; g) se existir algum fluxograma relativo a essa tarefa, como um todo, ele pode ser agregado nessa etapa; h) informar o local de guarda do documento, e o responsável pela guarda e atualização; i) informar frequencia de atualização (por exemplos de 12 em 12 meses); j) informar em quais meios ele será guardado (eletrônico ou físico); k) gestor do POP (quem o elaborou); l) responsável por ele; 2.3.3 CEP - controle estatístico do processo Para auxiliar os gestores de uma empresa, o Controle Estatístico do Processo (CEP) é desenvolvido como ferramenta de controle nos anos de 1920 que contribui na aplicação de técnicas para viabilizar e padronizar a qualidade, e detectar defeitos nos produtos finais do processo industrial. Ferramenta que ganhou força após perceberem que era muito mais barato e viável identificar de onde vem os erros ao invés de apenas eliminar o produto defeituoso no final do processo conforme (MARTINS; LAUGINE, 2006). O controle estatístico do processo é um sistema de inspeção por amostragem, utilizada em um processo no qual tem o objetivo de verificar algum tipo de desvio, ou seja, causas que não são naturais do processo e que podem prejudicar a qualidade do produto. Essas causas sendo identificadas podem atuar sobre elas, e assim, pode melhorar os processos de produção e, consequentimente a qualidade do produto final. (MARTINS; LAUGINE, 2006) O CEP fornece uma visão do processo identificando sua variabilidade e possibilitando o controle por um período de tempo, através da coleta de dados continuada, analisando os dados e bloqueando as possíveis causas especiais que 35 estejam tornando o sistema falho. Em um ambiente produtivo e competitivo, o controle estatístico abre portas para melhorias contínuas, garantindo um processo estável, previsível, com uma identidade e capacidade definida e sua evolução pode ser facilmente acompanhada. O objetivo do CEP é possibilitar que o controle de qualidade seja mais eficaz e possibilita ser realizado pelos operadores. Através desse sistema é possível o aumento do envolvimento e comprometimento do operador com a qualidade do que está sendo produzido relata (MARTINS; LAUGINE, 2006). O CEP também possibilita monitorar todas as características definidas de acordo com o interesse para assegurar que tais características irão se manter dentro dos limites preestabelecidos e quando identificar um desvio devem ser tomadas ações de correção e melhoria. É importante lembrar que quanto antes se detectar os defeitos melhor será, evitando os possíveis retrabalhos, o aumento de matériaprima, o aumento de mão de obra, os custos adicionais e produtos defeituosos. O CEP tem como objetivo aumentar a capacidade dos processos reduzindo ao máximo os retrabalhos e custos desnecessários. Assim, o CEP proporciona às empresas uma base para a melhoria contínua da qualidade de produtos e serviços e reduz substancialmente o custo da má qualidade. O controle da qualidade depende de alguns elementos fundamentais que constituem um controle do processo. O processo é uma combinação de métodos, equipamentos, procedimentos, insumos e pessoas, que tem como objetivo a fabricação de um bem ou o fornecimento de um serviço. (MARTINS; LAUGINE, 2006) As cartas de controle são dispositivos práticos que nos informa sobre o comportamento do processo produtivo, bem como é uma espécie de gráfico que acompanha a variabilidade de um processo e a identificação das causas comuns e aleatórias. As cartas de controle possuem dois objetivos principais: verificar se seu processo está sob controle e se permanece sob controle. Essa carta funciona como um diagnóstico do processo produtivo caracterizando assim um instrumento simples, porém eficaz, para separar as causas especiais das comuns relata (MARTINS; LAUGINE, 2006). As cartas de controle dividem se em três etapas indispensáveis, coleta de dados, controle e capacidade. O CEP prioriza ações sobre as causas especiais e não sobre uma inspeção de 100%, ou seja, prioriza a origem do problema. Ele não 36 utiliza inspeção massiva, pois isso mobiliza os recursos que são importantes para a solução das causas especiais. O CEP opera sobre uma escala de tempo mais longa e as causas especiais são identificadas e eliminadas aos poucos relata (RODRIGUES, 2006). No final, o CEP atinge seu objetivo, um processo livre de unidades defeituosas que atende amplamente às especificações cujo desempenho independe das atividades de inspeção. O CEP bem implantado permite um monitoramento executado pelos próprios operadores, também permite um melhor entendimento e distinção entre causas comuns e causas especiais, melhora o entendimento do desempenho de seu processo possibilitando um investimento melhor e mais eficaz, melhorando significativamente a qualidade dos produtos e serviços, possibilitando baixo custo unitário conforme (MARTINS; LAUGINE, 2006). 2.3.4 Ciclo PDCA Este conceito é atualmente aplicado na melhoria contínua de processos de gestão, foi criado na década de 20 por Walter A. Shewhart e mais tarde foi disseminado por William Edward Deming. O PDCA é um ciclo que envolve 4 etapas, planejamento, execução, verificação e aplicação da melhoria. Este ciclo sendo repetido diversas vezes traz muitas vantagens ao negócio, fazendo com que a excelência e qualidade sejam pontos estratégicos na organização salienta (IMAI, 2005). O PDCA é um método gerencial de tomada de decisões a fim de alcançar as metas necessárias para o bom desempenho da empresa. 2.3.5 Brainstorming É uma técnica utilizada para auxiliar uma equipe a gerar e criar diversas idéias no menor espaço de tempo possível. O brainstorming tem o propósito de estimular o grupo de pessoas ligadas diretamente ao conhecimento do processo, que proponham o máximo de idéias dizendo o que vier na mente, não importando o quanto elas possam ser incompatíveis. Rodrigues (2006), afirma que o brainstorming pode ser: estruturado, quando os participantes falam de uma vez obedecendo a sequencia; ou não estruturado: cada um fala a obter uma ideia. 37 Para garantir a eficácia do brainstorming deve seguir algumas etapas que segundo Rodrigues (2006) são: a) estabelecer o objetivo a ser tratado com clareza b) convocar a equipe; c) indicar um coordenador; d) indicar um membro da equipe que irá registrar a idéia e administrar o tempo; e) definir regras de funcionamento, metodologia, onde as idéias devem ser registradas para que possam ser vista por todos, nenhuma ideia pode ser criticada ou rejeitada, outras idéias podem e devem ser criadas a partir de outras. O objetivo do brainstorming é identificar ou descobrir as possíveis causas que provocam os desvios de um processo. (RODRIGUES, 2006) 2.3.6 NQA – Nível de qualidade aceitável 2.3.6.1 Norma NBR 5426 Esta Norma estabelece planos de amostragem e procedimentos para inspeção por atributos. Quando especificada pelo responsável, esta Norma deve ser citada nos contratos, instruções ou outros documentos e as determinações estabelecidas devem ser obedecidas. Os planos de amostragem previstos na presente Norma podem ser utilizados, além de outros, para inspeção de: a) produtos terminados; b) componentes e matéria-prima; c) operações; d) materiais em processamento; e) materiais estocados; f) operações de manutenção; g) procedimentos administrativos; h) relatórios e dados. 2.3.6.2 Classificação de defeitos 38 Conforme (ABNT NBR 5426, 1989), a relação dos possíveis defeitos da unidade de produto são classificados segundo sua gravidade. Um defeito da unidade de produto é a falta de conformidade a qualquer dos requisitos especificados. Os defeitos serão normalmente agrupados em uma ou mais das classes mencionadas a seguir, as quais podem ser desdobradas em subclasses: a) defeito crítico: é que pode produzir condições perigosas ou inseguras para quem usa ou mantém o produto. É também o defeito que pode impedir o funcionamento ou o desempenho de uma função importante de um produto mais complexo. b) defeito grave: é considerado não crítico, que pode resultar em falha ou reduzir substancialmente a utilidade da unidade de produto para o fim a que se destina. c) defeito tolerável: é que não reduz, substancialmente, a utilidade da unidade de produto para o fim a que se destina ou não influi substancialmente no seu uso efetivo ou operação. 2.3.6.3 Especificação dos NQA O NQA a ser usado é determinado no contrato de fornecimento ou pelo responsável. Podem ser designados diferentes NQA para grupos de defeitos considerados em conjunto, ou para defeitos considerados individualmente. Pode ser determinado um NQA para um grupo de defeitos, além dos NQA para defeitos considerados individualmente ou para subgrupos dentro do grupo. (ABNT NBR 5426, 1989) O produto deve ser agrupado em lotes ou sublotes identificáveis, ou de qualquer outra maneira preestabelecida. Cada lote deve ser constituído de unidade de produto de um único tipo, grau, classe, forma e composição, fabricadas, essencialmente, sob as mesmas condições e no mesmo período. A amostra consiste em uma ou mais unidades de produto, retiradas do lote a ser inspecionado, de forma aleatória e independentemente de sua qualidade. O número de unidades de produto da amostra constitui o tamanho da amostra: 39 Tabela 1: Codificação de amostragem . Fonte: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 5426/1989 Tabela 2: Plano de amostragem simples Fonte: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 5426/1989 2.4 Importância da embalagem metálica Em 1809, o governo francês de Napoleão Bonaparte fez um apelo para que fossem desenvolvidos métodos para a conservação de alimentos. O inventor Nicolas Appert atendeu ao chamado e criou o método de conservação de alimentos por 40 meio de aquecimento em recipientes herméticos. O inglês Peter Durand, que teve acesso às pesquisas publicadas por Appert, não perdeu tempo e registrou a invenção em 1810 descreve (ABEAÇO, 2010). O pedido de patente é a primeira citação registrada de que recipientes revestidos de estanho poderiam ser usados na conservação de alimentos. Era o início da história das embalagens de lata, que revolucionou a alimentação no mundo. Em 1811, Durand vendeu sua patente à empresa de alimentos em conserva Donkin, Hall and Gamble, de Londres, que foi a primeira a utilizar embalagens produzidas com chapas de ferro estanhadas descreve (ABEAÇO, 2010). As primeiras latas só chegaram aos consumidores civis em 1830, mas demoraram a cair no gosto popular, já que a abertura era difícil, exigindo o uso de martelo e talhadeira (o abridor de latas só foi inventado em 1858). A evolução da estrutura da lata continuou em 1824, quando o inglês Joseph Rhodes desenvolveu um método prático de colocação da tampa e do fundo conhecido como recravação, mas o sistema só passou a ser utilizado em larga escala muitos anos depois. (ABEAÇO, 2010). Paralelamente, nos Estados Unidos, a William Underwood Company, de Boston, iniciou a produção comercial de conservas em latas, em 1821. Na época, os enlatados eram vistos com desconfiança, e só começaram a fazer sucesso durante a Guerra Civil americana (1861-1865). Até então, as latas eram produzidas a partir de chapas de ferro estanhadas. Ele ficou conhecido como o “pai da indústria da lata”. (ABEAÇO, 2010). O aumento da demanda levou ao aperfeiçoamento dos processos de fabricação de latas e de envasamento. O primeiro grande passo foi dado em 1846, com a invenção da máquina para impressão gráfica para o corpo das latas, a litografia, seguida pela invenção das máquinas de lavar as embalagens. Por volta de 1900, já haviam máquinas que produziam 20 000 unidades por dia. Entre 1870 e 1900, o número de indústrias que acondicionavam seus produtos em latas saltou de menos de dez para mais de 1800. Em 1930, as latas começaram a tornar-se populares, e eram utilizadas para diversos tipos de produtos, desde alimentos até graxas para sapatos e cremes para cabelos. (ABEAÇO, 2010) Bebidas só estrearam nas latas de aço em 1935, com o lançamento da cerveja Krueger’s. No Brasil, a primeira bebida acondicionada em embalagens metálicas foi a cerveja Skol, em 1971. Não surpreendentemente, a segurança 41 alimentar ainda é um dos mais importantes benefícios das embalagens de alimentos enlatados. Entretanto, o armazenamento de alimentos é apenas uma das muitas aplicações das embalagens de aço. Embalagem de aço é durável, inviolável e conveniente do ponto de vista comercial. É também “shelf- stable’, o que significa que ela pode proteger o conteúdo da deterioração por um longo tempo”. (ABEAÇO, 2010) Além desses atributos, o aço usado na embalagem tem também uma função estética. Afinal, a embalagem é concebida não apenas para conservar o produto, mas também para anunciá-lo ao consumidor. O aço detém uma posição única como um material de embalagem sustentável porque é 100% reciclável. Latas são as mais comuns em qualquer depósito de reciclagem. Uma proporção significativa de todo o aço em uma lata vem de fontes recicladas. Dados apresentados pelo setor, em termos mundiais, mostram que em 2007, 68% das latas de aço produzidas no mundo todo foram recicladas. (ABEAÇO, 2010) No Brasil, assim como no resto do mundo, o mercado de sucata de aço é bastante sólido, pois as indústrias siderúrgicas precisam da sucata para fazer um novo aço, ou seja, cada usina siderúrgica é uma planta de reciclagem. O principal mercado associado à reciclagem de aço é formado pelas aciarias, que derretem a sucata nos altos fornos e transformam-na em novas chapas de aço. O interessante é que o aço para reciclagem não precisa ser totalmente livre de contaminantes, já que o próprio processo é capaz de eliminá-los. Cerca de 46,5% do total das latas de aço consumidas no Brasil em 2008 foram recicladas. Este índice vem aumentando graças à ampliação de programas de coleta seletiva e educação ambiental. (ABEAÇO, 2010). 2.5 Custo da não Qualidade O custo da não qualidade está relacionado a todos os custos que envolvem a não conformidade dos processos e produtos e do não atendimento adequado às necessidades e expectativas dos clientes. (RODRIGUES, 2006) Esses custos são gerados com perdas no processo, retrabalho, insumos não adequados, acidentes de trabalho; acidentes ambientais; problemas sociais; insatisfação do cliente; reclamação do cliente; serviços pós vendas; perda da imagem dentre outros.Todos esses fatores elevam o custo unitário do produto, tendo 42 assim uma redução da margem de contribuição pois qualquer gastos que se tem com a produção impacta diretamente no custo. 2.5.1 Margem de contribuição A margem de contribuição pode ser considerada uma ferramenta de gestão, pois auxilia as decisões empresariais, para uma gestão de resultados, seja para a rentabilidade dos produtos, para unidades de negócios, divisões ou como resultado dos negócios da empresa. A melhor forma de aplicar é separando os custos fixos dos variáveis, pois facilita na decisão de qual produto deve ser inserida a produção, sobre qual produto deve ser descontinuado, sobre a variação de mix de venda e produção e produzir (vender) ou não novos tipos de produtos especiais. (TÓFOLI, 2008) Abaixo quadro com um exemplo prático onde o preço de venda é de R$10,00, custos fixos de R$7,00 para uma venda de 10 mil peças: Quadro 2: Exemplo margem de contribuição Quantidade Vendida Receita Custos variáveis Margem de contribuição total Despesas fixas Lucro operacional 10.000,00 7.000,00 3.000,00 1.800,00 1.200,00 1000 peças 1.000,00 x 1.000,00 x 10,00 7,00 100% 70% 30% Soma das despesas fixas 18% Lucro 12% Fonte: TÓFOLI (2008, p. 117) Como demonstrado no quadro acima, é percebido que a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda dos seus produtos e seus respectivos custos variáveis. É a ferramenta financeira formada pelas concepções de: Margem, sendo gerado pelas receitas e decrescida de seus respectivos custos e despesas variáveis, e de contribuição, indicando quanto do seu valor contribuir para pagar todas as despesas fixas e gerar lucros.Resumindo é a diferença entre a receita e as despesas variáveis, que é representada da seguinte forma: MC = R – CV onde: -MC corresponde a margem de contribuição total -R corresponde a receita 43 -CV corresponde ao custo variável total e também pela fórmula; mc = p – cv onde: -mc corresponde a margem de contribuição unitária -p corresponde ao preço unitário -cv custo variável unitário A margem de contribuição total deve ser maior que os custos fixos para que a empresa possa auferir lucros e, obviamente, a margem de contribuição total inferior ao valor de custos fixos indicará operação em prejuízo.Só é utilizada uma margem negativa quando estiver relacionada com alguma estratégia de venda ou promoção onde o produto chamariz provoque a vendas de outros produtos com a margem elevada que compense a margem negativa. (TÓFOLI, 2008) 44 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Falconi (1999) descreve que, um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente. Portanto, em outros termos pode-se dizer: projeto perfeito, sem defeitos, baixo custo, segurança do cliente, entrega no prazo certo, no local certo e na quantidade certa. Araujo (2006) refere-se à qualidade total com sendo uma forma de gestão que começa com o comprometimento da alta direção da organização, atinge e requer a participação de todos os componentes da mesma, utiliza o conhecimento e o aprimoramento contínuo dos processos de trabalho, incentiva e aplica o trabalho em equipe, de forma a atender cada vez melhor e até exceder, aos anseios, exigências e expectativas dos clientes, observando sempre as ações da concorrência e do mercado, priorizando o defeito zero e a melhoria contínua. No que pode se chamar de produção com o olho no mercado. Com o objetivo de verificar a importância da gestão da qualidade no processo produtivo da embalagem metálica easy open, foi realizado uma pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa na empresa JBS Lins – Divisão Fábrica de Latas no período de fevereiro a outubro de 2014. A JBS S/A – Divisão Latas atua no setor voltado exclusivamente na produção de embalagens metálicas para consumo interno e venda para terceiros e está localizada na via de acesso Lins / Getulina s/nº. Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos e técnicas: a) Método de Estudo de Caso: foi realizado um estudo de caso, na empresa JBS Divisão Fabrica de Latas de Lins, analisando a importância da gestão da qualidade no processo produtivo da embalagem metálica easy open. b) Métodos de Observação Sistemática: foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados à gestão da qualidade no 45 processo produtivo da embalagem metálica easy open como suporte para o desenvolvimento do estudo de caso. c) Método Histórico: foi observada a evolução histórica da empresa JBS Divisão Fábrica de Latas da cidade de Lins – SP. -Técnicas: -Roteiro de Estudo de Caso (Apendice A) -Roteiro de Observação Sistemática (Apendice B) -Roteiro do Histórico da empresa JBS (Apendice C) -Roteiro de entrevista para o coordenador industrial (Apendice D) -Roteiro de entrevista para o coordenador de qualidade (Apendice E). -Roteiro de entrevista para o assistente técnico de qualidade (Apendice F). Segue o relato e a discussão da pesquisa. 3.1 A gestão da qualidade no processo da embalagem metálica easy open na JBS – Divisão Fábrica de latas A política de qualidade da fábrica de latas assegura que todas as necessidades de um cliente sejam atendidas por meio do envolvimento de funcionários. Todos os colaboradores são responsáveis pela qualidade tendo autoridade para parar um processo se houver algum problema. Todos os controles de qualidade e ações corretivas são documentados. Em todo o processo produtivo da lata easy open existem procedimentos operacionais padrão, o qual é um compromisso documentado e aprovado pelo responsável da garantia da qualidade, utilizado em comum e repetidas vezes, para ser útil e benéfico para todas as pessoas envolvidas, e com isso, garantindo que todas as pessoas envolvidas no processo executem da mesma forma. O sistema de padronização é um conjunto de atividades sistemáticas para estabelecer, utilizar e avaliar padrões, quanto ao seu cumprimento, à sua adequação e aos seus efeitos sobre resultados. (PALADINI, 2008) O treinamento realizado pela liderança aos colaboradores é no próprio local de trabalho e de maneira planejada. Nele o líder deve passar o objetivo final da tarefa e os passos necessários para alcançar o resultado esperado. 46 O procedimento está sempre disponível e em local de fácil acesso para consulta dos funcionários, em pastas ou suportes e 100% dos funcionários que são treinados devem ser mantidos registros conforme certificado pela ISO 9001. Através desses procedimentos é possível apresentar uma sequência de tarefas, e ao mesmo tempo, correlacionando às características intermediárias às tarefas e correlacionando os parâmetros de controle às características intermediárias, formalizando as tarefas críticas e os padrões de medição. A JBS – Divisão Fábrica de Latas também conta com tecnologia para controlar e monitorar o processo de fabricação, máquinas e equipamentos que auxiliam a inspeção. Os requisitos do sistema da qualidade ISO 9001 focam exatamente esse pontos: projeto e manutenção do sistema de qualidade; responsabilidade da direção para liderar o processo de gestão da qualidade; gestão de recursos humanos e materiais; gestão da qualidade na realização do produto; e medição, análise, e melhoria de produtos e processos. Esses cinco requisitos são os pontos fundamentais do modelo do sistema da qualidade ISO 9001, significa que ela foi avaliada por um organismo certificador (que não é a International Organization for Standardization – ISO) que constatou que as práticas de gestão da qualidade da empresa atendem aos requisitos de gestão de qualidade estabelecidos pela norma ISO 9001. (CARPINETTI et al., 2008, p. 2) 3.2 Processo produtivo de embalagens metálicas O início do processo produtivo é caracterizado pela captação de minério, preparação dos mesmos e comercialização do aço na forma de folha de flandres ou folhas cromadas para a fabricação de embalagens metálicas (latas). A Fábrica de Latas JBS recebe o aço na forma de bobinas fornecidas pela CSN – Companhia Siderúrgica Nacional Após o corte das bobinas e preparação das mesmas em folhas, estas são encaminhadas para o envernizamento e litografia. O envernizamento consiste na aplicação de acabamento que pode ser dourado, transparente ou esmaltado, sobre os quais serão impressos os rótulos. Após os serviços de envernizamento e litografia, as folhas são armazenadas em fardo e transportadas para o local onde serão montadas as latas. Este processo é dividido em dois setores, estampagem e linhas de montagem. Na estamparia são confeccionados os fundos e tampas a serem utilizadas no processo seguinte e 47 enviadas aos clientes. Nas linhas de montagem é feito a junção do corpo da lata com o fundo, sendo finalizado o processo com a paletização e embalagem dos produtos. O layout da fábrica foi projetado para facilitar a movimentação e o fluxo de matérias, matéria prima, insumos e estoque dos produtos acabado conforme demonstrado na imagem abaixo: Figura 3: Fábrica de Latas – JBS Lins Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 48 Figura 4: Fluxograma processo produtivo Fonte: Elaborado pelos autores, 2014 49 3.2.1 O processo produtivo e controle da embalagem metálica easy open A lata tronco piramidal easy open foi desenvolvida e patenteada pela JBS S/A, onde após identificar uma crescente concorrência no setor procurou criar um produto exclusivo que poderia ter um valor agregado com maior margem, visando atender especificamente o mercado exterior e aumentar seu share nas exportações de carne enlatas, e foi o que realmente ocorreu a partir de 2006. Por ser um produto específico, seu processo final de produção e montagem é diferenciado como será demonstrado nos tópicos abaixo juntamente com o sistema e gestão de qualidade aplicada. 3.2.1.1 Corte A fabricação da lata 12oz easy open inicia se na identificação das bobinas para corpo e fundo conforme especificação técnica, tais como: a) dimensional (largura x comprimento); b) espessura; c) camada de estanhagem; d) dureza do aço Após identificação da matéria prima a mesma é direcionada para a máquina de corte seguindo os padrões de produção do produto. Figura 5 – Corte de bobinas Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 50 Durante o processo de corte é realizada várias inspeções pelo equipamento dentre eles: furo e rachadura no corpo, deformações e ondulações, impurezas e resíduos; caso haja um desvio, a folha é rejeitada pelo equipamento. No período de corte são realizadas inspeções de controle, feitas pela operação e qualidade conforme descrito nos POP. Operação: a) dimensional (esquadro e avanço); b) posição da bandeira (scrool); c) rebarba; d) ondulação; e) abaulamento; Esse processo segue norma registrada na ISO 9001, sendo analisadas 2 folhas no início e no meio de cada fardo. Qualidade: a) inspeção Visual (riscos e manchas, oxidação e amassamentos); b) qualidade do corte (esquadro da folha, comprimento e largura); c) dureza do aço; d) audita produção Esse processo segue norma registrada na ISO 9001 sendo realizado a cada duas horas e após setup. 3.2.1.2 Envernizamento Processo pós corte onde é feito o envernizamento para proteção dos produtos contra oxidação e contaminação, que no caso da lata easy open tronco piramidal é usada especificamente para o envaze de carne, sendo utilizado o verniz epóxi alumínio no lado interno do corpo e fundo,no lado externo do corpo utiliza esmalte branco mais tinta UV seguido do verniz expoxi fenólico incolor para o acabamento e no fundo / tampa verniz epoxi fenólico dourado. Neste processo são produzidas em média 6 mil folhas por hora com acompanhamento dos operadores e controle de qualidade visando evitar desvios durante a produção, para que isso ocorra eles seguem os padrões de inspeção como os demais processos de acordo com os procedimentos estabelecidos nos POP 51 Figura 6: Envernizamento Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 Abaixo os itens de controle realizados: Operação: a) consulta de roteiro (visa garantir que os insumos e matéria prima utilizados estão de acordo com os pedidos e necessidade dos clientes); b) medida da reserva (verifica se o verniz não está ultrapassando a área onde será realizado o corte nas tesouras e espaço da soldagem); c) inspeção visual (visa identificar manchas, sujidades, riscos, amassados) Qualidade: a) consulta de roteiro (visa garantir que os insumos e matéria prima utilizados estão de acordo com os pedidos e necessidade dos clientes); b) análise camada seca (verifica se a quantidade de verniz aplicado por uma polegada está dentro dos padrões); c) cura do verniz (checa se a cura do verniz está de acordo com especificado); d) aderência verniz (garante que o verniz aplicado não destacará nos processos de estampagem e montagem); e) coeficiente de atrito (verificar se o coeficiente de atrito atende ao processamento térmico (verifica se o verniz resiste a pressão do vapor sem que absorva água); Todos os testes citados são realizados a cada duas horas e após todos os setups. 52 3.2.1.3 Impressão litográfica Processo onde são impressos os rótulos definidos por cada cliente, sendo realizado através de impressoras totalmente automatizadas dual color, possibilitando aplicar duas combinações de cores em cada impressão em seguida seca por iluminação u.v., sua capacidade média é de 3,5 mil folhas por hora, tendo duas dela instaladas na unidade de Lins. Na impressão do corpo para latas easy open podem ser litografadas ou não, depende do cliente. Em relação aos fundos são impressos apenas as instruções de uso na cor preta sobre o envernizamento dourado. Nesta etapa, os controles são efetivos, feitos pela operação e qualidade conforme os testes abaixo: a) inspeção visual (identificar defeitos como: riscos, verniz na reserva, variação da reserva, folha mala, impressão fora de registro, padrão de cores e tonalidade); b) dimensional (centralização e sobreposição das reservas para evitar danos no processo de soldagem); c) inspeção rebarba (corte incorreto da folha que ocasiona riscos e possibilidade de falha no processo de soldagem). Figura 7: Inspeção Litográfica Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 53 A frequência de testes e análises determinada no POP é a cada inicio, meio do fardo e troca de produções. 3.2.1.4 Estampagem Nesse setor são produzidos tampas e fundos, cilíndricos e retangulares de formas a atender todos os dimensionais de latas produzidas no complexo de Lins e Barretos. Neste processo são cortadas as folhas em tiras nas tesouras krupp, algumas prensas consomem as folhas inteiras, passando pela estampagem, onde um formador define o dimensional seguindo então para curligadeira que receberá o vedante (material com textura de borracha responsável pela hermeticidade das latas). A estampagem do fundo easy open passa por três etapas, iniciando pelo fundo “Shell” onde é feito a primeira formação e definição do dimensional para que possa receber o semi corte e assim se transformar no fundo easy open, seguindo para a conversão que passa por quatro estágios, etapa onde o fundo obtêm sua forma final e por último passa pela corima (equipamento que aplica verniz onde o metal ficou exposto após processo de conversão através de eletro condução). 3.2.1.4.1 Primeira etapa – fundo shell Nessa primeira etapa o controle de qualidade é feito pela produção que realiza os testes de dimensionais e pelo setor qualidade que realiza o controle de peso de vedante, oxidação e audita todo o processo realizado pela produção. Além dos controles operacionais e de qualidade o processo dispõe de câmeras de inspeção. Abaixo descrição das análises realizadas nesse processo: a) controle de dimensional (visam atender as especificações para o próximo processo e os demais itens de controle para garantir uma boa recravação tais como: profundidade de estampagem, largura, comprimento, abertura de aba e altura do curling); b) peso do vendante (determina a quantidade, distribuição e aplicação se estão dentro dos padrões para que a lata fique hermética); 54 c) câmera de inspeção (monitoram 100% dos fundos produzidos eliminando os defeitos visuais como: riscos, amassados, falha no envernizamento e aplicação do vedante); d) folga ou jogo (verifica se os fundos não estão travados para que possam desempilhar corretamente no abastecimento nos próximos processos e não estejam riscando uns aos outros); e) análise visual (visa retirar qualquer não conformidade que possa não ser detectado pela inspeção das câmeras. Figura 8: Análise dimensional fundo Shell Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 Todos os testes citados são realizados a cada duas horas e após liberações de setup e manutenção dos equipamentos seguindo as normas e procedimentos descritos no POP e registrados na ISO 9001, visa evitar desvios durante o processo e realizar correções quando necessário. 3.2.1.4.2 Segunda etapa – fundo convertido Nessa etapa tem-se a formação do semi corte, processo onde permitirá a abertura do fundo sem a necessidade de nenhum instrumento, denominado como conversão. Este, transforma o fundo Shell em EOE, passando por quatro estágios: bolha, botão, semi corte e anel conforme figura abaixo: 55 Figura 9: estágios da conversão Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 Esse processo exige uma atenção muito maior, pois a tolerância de variação é de apenas de 0,020mm ou seja, imperceptível a olho “nu”, onde qualquer desvio acarretara numa não abertura manual, um rompimento durante o processo de montagem da lata ou no transporte e manuseio do produto acabado. Para entender melhor o grau de sensibilidade, os ajustes finos são feito apenas com a alteração da temperatura da ferramenta que dilata ou retrai o aço permitindo assim uma precisão maior no corte. Nesta etapa também são inseridos o anel de apoio para abertura e a dobra de segurança, que evita o corte da mão durante a abertura dos fundos. Para garantir que os fundos estejam saindo conforme especificações são realizadas as seguintes análises nesse processo: a) residual do semi corte (inspeção que verifica quanto do aço foi cortado pela ferramenta e se a espessura restante do material garante uma boa abertura sem que corra o risco de se romper); b) teste de vazamento (os fundos são expostos a pressão de ar de 20 lbs submersos para verificar possíveis vazamentos e testar a resistência dos mesmos); c) teste pull e pop (verificar quanto de força precisar ser empregada para que o fundo seja aberto, o padrão de medida utilizado é libras); d) abertura manual (inspetores treinados analisam se a abertura está paralela e uniforme em todos os pontos); e) inspeção visual (verifica possíveis não conformidades durante o processo tais como: riscos, amassados, falha no envernizamento e aplicação do vedante, empenamento); 56 Figura 11: Teste pull e pop Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 Figura 11: Análise do residual do semi corte Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 Essa etapa conta com dois PC, que são o residual do semi corte e o teste de Pull e Pop, onde a frequência de testes realizados são constante sendo registradas a cada quinze minutos no relatório de Pull e Pop e uma hora na análise de residual do semi corte. 3.2.1.4.3 Terceira etapa – fundo corima 57 Na última etapa, o fundo recebe um banho de verniz que através de eletro condução adere nos pontos onde ocorre exposição metálica devido ao semi corte, evitando assim que ocorra oxidação antes do período de validade do produto envasado, que em média é de cinco anos para a carne processada. Para o monitoramento deste processo são realizados os seguintes testes: a) inspeção visual (empenamento, amassados, rompimento do semicorte, absorção de água, verniz queimado, destacamento de vedante e sujidades); b) exposição metálica (através de solução química que antecipa o processo de oxidação verifica se há pontos de metal expostos); c) absorção de água (teste onde os fundos são submetidos a processos térmicos visando identificar possível absorção de água no verniz aplicado); Figura 12: Análise verniz corima Fonte: JBS – Divisão Latas Lins, 2014 3.2.1.5 Linhas de Montagem Processo final da produção, onde é realizado o corte da folha passando para corpos de acordo com a especificação e as ordens de produção, entrando para o processo de soldagem, envernizamento das reservas, marcação dos frisos, pestanhas e recravação. Esse procedimento ocorre em toda produção de latas de 58 três peças, no entanto, a fabricação da lata easy open retangular possui a particularidade que seu corpo sofre dois processos de expansão para que possa chegar ao formato retangular e piramidal. Todo processo dispõe de diversos itens de controle e gestão, tendo em vista identificar qualquer não conformidade e desvios no processo. São realizadas análises de acordo com a freqüência determinada em POP, sendo elas destinadas ao setor de qualidade e produção em cada ponto chave do processo, soldagem, expansão e recravação que conta com duas câmeras de inspeção por se tratar de um PCC, além de testes de pressão e controle do dimensional. Além de realizar os testes, o controle de qualidade audita todo processo visando garantir que seja cumprido todos os procedimentos de cada processo, dando total suporte a produção. Figura 13: Fluxograma linha de montagem Fonte: Elaborado pelos autores, 2014 59 Abaixo tem-se o desmembramento das análises realizadas na montagem da lata easy open de acordo com dados e documentos praticados nesse processo, sendo separados por operacional e qualidade. Operacional: a) análise no verniz interno e externo aplicado na reserva da solda (identifica se há falhas na aplicação deixando metal exposto); b) fissura no corpo (verifica se não está ocorrendo alguma ruptura no corpo ou na solda após processo de expansão); c) desgarre do cordão da solda (verifica a resistência da solda do corpo e não conformidades como sujidade, solda fria e furo); d) teste de bola (analisa resistência após teste mecânico); e) teste de imersão (verifica a hermeticidade de toda a lata); f) análise visual da recravação interna e externa (visa identificar os seguintes defeitos: bico, exposição de vedante, recravação falsa, recravação com fundo duplo, recravação com barriga, ruga, gota, bico, espora, prega, trinca na junção); Qualidade: a) análise exposição metálica (aplicado solução de sulfato de cobre visando identificar pontos onde o verniz não tenha sido aplicado corretamente); b) teste de absorção (a lata é submetida ao processo térmico de modo a identificar se os vernizes da reserva estão totalmente curados); c) análise de dimensional (visa garantir que todas as medidas estão dentro do padrão); d) análise visual da recravação interna e externa (visa identificar os seguintes defeitos: bico, exposição de vedante, recravação falsa, recravação com fundo duplo, recravação com barriga, ruga, gota, bico, espora, prega, trinca na junção); e) teste do monitor de solda (verifica a eficiência do equipamento quanto a rejeição de desvios no processo de soldagem); f) análise de recravação (verifica se as medidas de transpasse, ganchos e espessura estão dentro do padrão por meio de imagem digital); 60 Figura 14: Análise digital de recravação Fonte: JBS – Divisão , 2014 3.2.1.6 Laudo técnico Para que os produtos sejam enviados aos clientes é necessário a emissão de um laudo que comprove que o material solicitado está dentro dos padrões de especificação e atendem às necessidades do cliente. Além de informar as condições gerais das embalagens (film strech, identificação, sujidade, amassamento, falta de produto, palete quebrado) ou seja, nada que comprometa de qualquer forma a qualidade do produto incluindo o estado do veículo que irá realizar o transporte, onde o mesmo não pode apresentar nenhum tipo de sujidade, umidade ou qualquer tipo de resíduo. Os dados preenchidos são baseados em todas as análises realizadas durante o processo de produção. 3.3 Ações sobre o desvio de qualidade A tarefa chave no processo de produção é identificar os pontos de controle crítico nos quais os produtos ou processos precisam ser checados para garantir que os processos estejam conformes às especificações. Há três momentos principais 61 nos quais as checagens devem ser realizadas: inicio, meio e final do processo. (ABNT NBR 5426, 1989) Ao detectar a não conformidade do produto, o processo é interrompido o material segregado para análise e o equipamento fica em ajustes até que esteja dentro dos padrões novamente. Referente ao material retido, o controle de qualidade é acionado e define o método de revisão conforme tabela de nível crítico do problema, tendo três opções a serem aplicadas: a) NQA: Utilizada pela JBS divisão latas, é a amostragem simples normal, a quantidade de unidades de produto inspecionada deve ser igual ao tamanho da amostra dada pelo plano. Se o número de unidades defeituosas encontrado na amostra for igual ou menor do que o número de aceitação (AC), o lote deverá ser considerado aceito. Sendo o número de unidades defeituosa igual ou maior do que o número de rejeição (Re), o lote deve ser rejeitado. b) Revisão 100%: Todo o material é revisado por inspeção visual, gabaritos de dimensional dependendo ou bomba de testes no caso de vazamento. c) Rejeita 100%: O lote inteiro é rejeitado e o material destinado para sucata. 3.3.1 Devolução por qualidade Quando ocorre uma reclamação, a assistência técnica é acionada para avaliação do problema, se não for possível dar um parecer pelos dados fornecidos pelo cliente um técnico é deslocado até o local, se a reclamação for procedente é iniciado o processo de devolução. O lote é separado por carga e data de produção conforme sua rastreabilidade, pois cada palete conta com sua própria identidade (código de barra), que contém todas as informações necessárias tais como: matéria prima, insumos, data de produção e embarque e se o material já passou por algum bloqueio. O material retorna para a fábrica e se matem bloqueado à disposição da qualidade para avaliação e definição de retrabalho conforme critério de não conformidade. 3.3.1.1 Custos sobre a devolução 62 Os custos decorrentes da devolução impactam diretamente na receita operacional bruta, incluindo as despesas com frete e armazenagem, onde após ser retrabalhado e rejeitado o material não conforme tem sua margem reduzida pois sofre uma baixa de sucata que incide diretamente no CPV (custo do produto vendido) reduzindo assim a margem de contribuição total. 3.4 Parecer final do caso Após a pesquisa, observou que a empresa aplica a gestão e controle de qualidade do inicio ao fim de todo processo a fim de garantir um grau elevado de qualidade visando satisfação total de seus clientes internos e externos. Para que consiga manter todos os produtos dentro das especificações utiliza de várias ferramentas da qualidade, onde as que mais se destacam são o POP e NQA. Além das ferramentas de controle os colaboradores são treinados no tocante a qualidade, boas práticas de fabricação e procedimento operacional padrão. Já os equipamentos contam com tecnologia de inspeção por análise de imagem e testes mecânicos. Portanto, com base na pesquisa de campo realizada na JBS – Divisão Latas demonstra que ao aplicar as ferramentas de controle de gestão da qualidade é possível minimizar a margem de defeitos decorrentes ao processo produtivo de modo que os problemas sejam identificados e tratados antes de chegar aos clientes. 63 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Considerando a pesquisa de campo realizada na JBS – Divisão Latas no período de fevereiro a outubro de 2014, as propostas de intervenções levantadas têm o intuito de melhorar o processo de gestão e controle de qualidade. Através da utilização e implementação destas ferramentas é possível assegurar que seus produtos atenderam todas as expectativas dos seus clientes. Diante do acompanhamento realizado no processo produtivo foi verificado que após a ocorrência e tratativa de uma não conformidade, não é realizado um plano de ação para que o problema não volte a ocorrer. Outro ponto, são os registros de análise e ocorrências que por não serem totalmente informatizados não podem ser tabulados automaticamente e analisados de forma estatística. Com base no estudo realizado foram constatadas as dificuldades no gerenciamento da qualidade pela não utilização de algumas ferramentas da qualidade fundamentais para auxiliar os gestores na obtenção dos resultados. Diante dos dados levantados acima, propõem se que: a) visando ampliar a identificação de problemas no processo easy open, sejam identificados novos PCCs a fim de minimizar a margem de problemas neste processo, incluindo os processo intermediários; b) seja implementado o CEP para que seja identificada a variabilidade do processo em um determinado período, tendo assim, ações mais eficazes e precisas, reduzindo ao máximo os retrabalhos e custos desnecessários; c) aplicação do ciclo PDCA, onde identifica um problema crônico, suas causas raízes propondo uma tratativa e acompanhamento da intervenção realizada; d) antes de expedir o material e emitir o laudo técnico coletar amostras para uma checagem final que possa não ter sido detectada durante o processo. 64 CONCLUSÃO A pesquisa realizada dentro da JBS – Divisão Latas foi a de analisar os aspectos relacionados à utilização de conceitos ferramentas e metodologia da gestão da produção com ênfase na gestão e controle de qualidade da lata easy open. Foram levantados e analisados os processos aplicados pela empresa buscando novas ferramentas e melhorias no controle e gestão da qualidade. Guiados na busca em aumentar a confiabilidade de seus produtos e minimizar perdas, retrabalhos e reclamações se seus clientes, tema dessa pesquisa, à identificação de fatores críticos nos processos de produção foram fundamentais para compreender que a gestão da qualidade é viável, produz benefícios, gera mudanças positivas, cria novas prioridades e gera condições de competitividade. A exigência dos clientes por embalagens com zero defeito e qualidade total, tem feito com que a gestão da qualidade um dos processos chave para a competitividade no mercado; decorrente do aumento da concorrência e produtos alternativos com menor custo. Verificou-se que, durante as análises da pesquisa de campo em comparação com a teoria estuda, a empresa utiliza-se de várias ferramentas de gestão visando padronização da qualidade em seus produtos. Observamos que a gestão da qualidade envolve todas as etapas, e desenvolve se ao longo do tempo de forma contínua e progressiva. Portanto, a realização deste trabalho obteve o resultado esperado, atingindo um alto nível de satisfação de seus autores. As ferramentas de qualidades levantas durante a pesquisa teórica pode propor novas implantações de ferramentas consistentes, de modo que, ao serem implantadas ajudaram na identificação dos desvios de processo, históricos de variações em cada ponto de análise; reduzindo significativamente as perdas, retrabalhos e devoluções.De fato é possível dizer que a perspectiva mais provável da gestão da qualidade é a alteração de sua abrangência. 65 REFERÊNCIAS ABNT. NBR ISO 9000:2000. Sistema de gestão da qualidade: requisitos. Rio de dezembro, 2000. ABNT. NBR 5426. Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributo. Rio de dezembro, 1989. ARAUJO, C. G.. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional: arquitetura organizacional, benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMBALAGEM DE AÇO. ABEAÇO. Nosso Aço – Uma história para ser contada. São Paulo: Editora B&B, 2010. BARBOSA, F. et al. Implantação da qualidade total na educação. Belo Horizonte: UFMG, Escola de Engenharia, Fundação Christiano Ottoni, 1995. BRAVO, I. Gestão da Qualidade em Tempos de Mudança. 3. Ed. São Paulo: Editora Alínea, 2010. CARPINETTI, L C.R. et al., Gestão da qualidade ISO 9001:2000: princípios e requisitos. São Paulo: Atlas, 2008. CARVALHO, E. S.; ROCHA, R. S.; MICHELETTO, W. L. L. Uma Visão Abreviada do Processo Produtivo Através do Melhoramento Contínuo. Rio de Janeiro: Elsevir, 2008. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração das organizações. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. COSTA, A. F. 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São Paulo: Atlas, 2009. RODRIGUES, M. V. Noções para qualidade GEIQ: Gestão integrada para Qualidade: Padrão Seis Sigma / Classe Mundial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. RITZMAN, L; KRAJEWSKI, L. J.. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. RUSSOMANO, V. H. Planejamento e Controle da Produção. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2003. SILVA, A. T. Administração Básica. 2. Ed São Paulo: Atlas, 2003. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. Tradução Maria Teresa Corrêa de Oliveira, Fábio Alber. 2 ed. São Paulo: Atlas. 2002. TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial: uma tratativa prática.Campinas: Arte Brasil Editora / UNISALESIANO – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 2008. 67 APÊNDICES 68 APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO 1 INTRODUÇÃO Será realizado um levantamento de dados sobre a gestão de qualidade no processo produtivo de embalagens metálicas easy open na empresa JBS S/A – Divisão Latas para verificar o impacto e sua importância no processo produtivo buscando minimizar e eliminar retrabalhos, devoluções, perda de clientes e redução da margem de contribuição. 1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado As informações serão coletadas através de entrevista com o Coordenador de produção industrial, coordenador da qualidade e assistente técnico em visita ao local da empresa. 1.2 Discussão Através da pesquisa será realizado confronto entre teoria e prática, através de referencial teórico estudado. 1.3 Parecer Final Parecer final sobre o caso e sugestões sobre melhorias no tocante a Gestão da Qualidade. 69 APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade: II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 O processo produtivo da lata easy open 2 A prática da garantia da qualidade. 3 Os custos da não qualidade no processo produtivo do produto analisado. 4 O impacto da gestão da qualidade no consumidor final. 70 APÊNDICE C – ROTEIRO DO HISTÓRICO DA EMPRESA I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade: II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA JBS S/A – DIVISÃO LATAS 1 Surgimento 2 Missão, Visão, Valores, Crenças 3 Evolução 4 Processos produtivos 5 Produtos 6 Concorrentes 7 Clientes 8 Fornecedores 9 Organograma 10 Responsabilidade Social e Ambiental 71 APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA COORDENADOR DE PRODUÇÃO. I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome: Cargo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras Experiências: Residência / Local: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 A empresa trabalha com manutenção preventiva? De que forma? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2 De que maneira o planejamento de manutenção pode impactar na qualidade do produto? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3 Quem são os responsáveis pelo atendimento ao cliente? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Qual a capacidade produtiva da linha de produção das latas easy open? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 72 5 Qual mix de produto da empresa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6 O que é feito com a sucata de aço e os resíduos químicos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7 Como é realizado o desenvolvimento de novos produtos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8 A empresa possui alguma certificação de qualidade? Qual? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 Quais as vantagens das embalagens metálicas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 11 Qual o fator que mais impacta no custo do produto ligado a qualidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 73 APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA COORDENADORA DE QUALIDADE I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome: Cargo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras Experiências: Residência / Local: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Por que se exige que os resultados da inspeção sejam mostrados de uma forma bem clara? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2 Por que a existência de padrões de inspeção? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3 Qual a ação tomada em caso de uma anomalia? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Como a qualidade pode afetar nos custos do produto? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 74 5 Qual é o procedimento quando há necessidade de alteração de padrões? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6 Qual a maior dificuldade que o setor da qualidade encontra em sua rotina de trabalho? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7 Quais são os treinamentos mais comuns realizado pelo setor da qualidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8 Qual é a frequência de inspeção realizada pelo controle de qualidade nas latas easy open? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9 Qual o destino dos materiais bloqueados e seus tratamentos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 Por que a gestão de qualidade é importante? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 75 APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTA ASSISTENTE TÉCNICO DA QUALIDADE I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome: Cargo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras Experiências: Residência / Local: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual a importância do setor de assistência técnica? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2 Explique a melhoria continua dentro da gestão de qualidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3 Qual os benefícios que a gestão de qualidade traz para a empresa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 A qualidade é um fator competitivo no mercado? Justifique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5 Existe uma documentação de tratativa para os clientes? Qual? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 76 6 Em sua opinião os padrões existentes para as latas easy open atendem as necessidades de seus clientes? Cite um padrão? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7 O que são POP e para que servem? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8 Qual a importância de um PCC? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9 Descreva alguns equipamentos utilizados pelos inspetores para o auxilio da inspeção dos produtos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 A qualidade depende diretamente de uma boa inspeção? Justifique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________