Autor: LEILA NASCIMENTO DA SILVA Mestrado Acadêmico Título: A PARAGRAFAÇÃO EM CARTAS DE RECLAMAÇÃO ESCRITAS POR CRIANÇAS. Ano: 2007 Linha de Pesquisa: Didática de Conteúdos Específicos Palavras-Chave: Paragrafação, argumentação, cartas, ensino fundamental. Resumo Esta pesquisa buscou conhecer as estratégias de paragrafação usadas pelas crianças ao produzirem cartas de reclamação e, assim, contribuir para uma maior compreensão da temática pelos professores. Tivemos como objetivos específicos: analisar as produções dos alunos (cartas de reclamação), observando se esses dividem o texto em partes e que tipos de parágrafos utilizam; analisar se há relações entre a construção da cadeia argumentativa e as decisões sobre a divisão dos parágrafos no texto; e, por fim, comparar os textos de crianças em diferentes séries, no que diz respeito à marcação do parágrafo e às estratégias de organização do texto em partes. Para compreendermos melhor o nosso objeto e analisarmos os dados, nos apoiamos em uma concepção de língua como interação entre sujeitos que encara o texto como objeto de interlocução a serviço de práticas sóciocomunicativas. Participaram da pesquisa alunos de três séries (2a, 4a e 6a), sendo duas turmas de cada, todas da Rede Pública de Ensino. Foram selecionados 20 de cada série, totalizando 60 crianças. Essas produziram uma carta para a diretora da escola que estudam, fazendo reclamações referentes a problemas encontrados na instituição. Antes da coleta foi realizada uma intervenção visando diminuir os efeitos do possível "desconhecimento" do gênero em foco. Para ajudar nas análises realizamos um estudo prévio com cartas extra-escolares, no qual buscamos caracterizar a "carta de reclamação". Pudemos verificar que nossos alunos utilizam quase todas as estratégias que os adultos usam ao produzir uma carta de reclamação. Notamos também uma relação parcial entre os usos ou não usos dos componentes e o fato de estar em graus da escolaridade mais avançados. A turma 5 (6a série), por exemplo, pareceu estar mais preocupada com a argumentação que as demais. A outra turma de 6a série (turma 6), porém, não teve desempenho igual. Com relação à adoção de modelos mais argumentativos, a turma que se destacou foi uma turma de 4ª série e não uma de 6ª. No que se refere à paragrafação, notamos que a quantidade de cartas divididas aumentou com o passar dos anos de escolaridade. No entanto, ao isolarmos os dados das turmas, encontramos uma turma de 2ª série (turma 2) entre as que mais paragrafaram. Isso contraria a hipótese de que seria nas séries mais avançadas que apareceria o maior número de textos divididos em partes. A variedade de tipos de parágrafos foi grande, mas todos mostraram-se pertinentes à estrutura textual solicitada. As análises mostraram ainda que boa parte dos alunos evidenciaram uma lógica definida na hora de paragrafar (ex. separavam os componentes ou reclamações por parágrafo) e que esta lógica tinha a ver com a argumentação. Orientador: Telma Ferraz Leal