Jornal “CIDADE DE CACONDE”, edição especial, 22/29-12-1957, n. 77.
Nossas ruas, praças e edifícios públicos e homens ilustres que lhes emprestam os nomes
Hermógenes dos Santos
Caconde atinge hoje o seu 133º aniversário de fundação.
Chegamos a quase um século e meio de existência, toda ela entremeada de lutas e de
amargas vicissitudes em busca da senda do progresso e de um lugar de destaque no cenário da
nascionalidade, durante a qual grandes nomes se projetaram pelo seu trabalho denodado,
pela sua capacidade e desprendimento em prol da causa comum.
Tencionamos com este despretensioso trabalho, retratar com pálidas cores os grandes
feitos desses homens, dando assim, oportunidade àqueles que os desconhecem (notadamente
os jovens) de poderem compreender os nomes de nossas ruas, praças e edifícios públicos, a
atuação dos seus patronos, os quais já ficaram para a posteridade mas que mercê do seu
passado probo e da sua integridade, permanecerão eternamente entre nós, visto, como seus
nomes estão imortalizados nos bronzes e nas placas indicativas de nossas artérias.
Este é um trabalho que caberia a alguém mais capacitado para realiza-lo; a alguém,
que, de fato, fosse o apologista destes grandes personagens aqui retratados. Mas como até
hoje ninguém se sentiu com vontade de fazê-lo, nós nos aventuramos a tanto, e assim, nestas
condições, pedimos excusas por algum deslize ou omissão e por algum arroubo emocional, os
quais devem ser levados à conta da nossa incapacidade jornalística e da nossa personalidade
não afeita às pesquizas históricas.
Nosso trabalho tem início com a reprodução da lei que pela vez primeira deu nomes às
ruas desta cidade. Observarão os nossos leitores, a preocupação do texto legal em evitar o
comum das homenagens pessoais e que a mesma homenageava a passagem do 4º Centenário
da descoberta do Brasil. Eis porque primitivamente nossas ruas tinham os nomes das tribus
indígenas mais conhecidas. Abrimos aqui um parênteses, para fazermos um apelo aos nossos
atuais dirigentes para que conservem os três nomes indígenas que três de nossas ruas ainda
ostentam, a fim de que fiquem como lembrança de uma passado longínquo e considerando
que aqueles nomes simbolizam um tributo prestado pelos antigos administradores a uma
grande data nacional.
Lei Nº. 17 – 11 de maio de 1900
Gustavo Ribeiro de Ávila Júnior Intendente Municipal da cidade de Caconde, etc.
Faço saber a todos que a Câmara Municipal decretou e eu promulgo a seguinte Lei n.
17.
Art. 1º. Sendo evidente a inconveniência de se darem nomes próprios de pessoas, por
mais ilustres e beneméritos que sejam, sempre irá pois de algum modo ofender
susceptibilidades, além de que tais nomes nunca são bem recebidos pelo povo; Considerando
ainda que Brasil acaba de comemorar, com festa sumptuosas a data de 3 de Maio, 4º
centenário da descoberta deste grandioso paiz, tendo sido relembradas as alegres tradições
dos primitivos tempos em que as diversas tribus indígenas tanto chamaram a atenção dos
primeiros fundadores desta nacionalidade, a comissão inspirando-se nesta data tão célebre e
como comemoração ao grande facto do descobrimento da terra de Santa Cruz, indica que a
Câmara tome os nomes das tribus que se tornaram mais conhecidas e adopte-as para a
designação das ruas e praças desta cidade.
Art. 2º. Ficam designadas da forma seguinte:
O largo da cadeia nova, ao fundo da egreja matriz, praça Aymorés.
Largo da Matriz, praça Guarany.
Largo do Rosário, praça Goitacazes.
Rua do Alto, da casa de Vicente de Faria até a sahida da cidade, rua dos Tamoyos.
Rua da casa de Vicente de Faria até a cadeia nova, rua dos Guayanazes.
Rua antiga 28 de Setembro, rua dos Cahetés.
Rua desde a casa de Francisco Fanuelle até o largo do Rosário, rua dos Guaicurus.
Rua desde a casa dos herdeiros de Antonio Carlos de Souza, a sahir no largo do
Rosário, rua dos Tabayres.
Rua desde a casa de Francisco de Paula Dias até o córrego da olaria de Vicente Orrico,
rua dos Tupys.
Rua da casa de Prudência Carlos de Souza, até a porta do Cemitério, rua dos Carijós.
Rua da casa de D. Flora de Noonha até o córrego, rua dos Tapuyas.
Rua da Casa de Cândido de Vasconcellos até o córrego, rua dos Timbyras.
Rua da casa de Lúcio de Noronha de sua a norte, até o córrego, rua dos Tupyniquins.
Rua da casa de Joaquim Floriano de sul a norte, até o córrego, rua dos Pytagoares.
Rua da Chácara de dona Maria Osória, de sua a norte, até o córrego, rua dos
Carahybas.
Rua de Vicente Orrico à sahida de S. José do Rio Pardo, rua dos Cayapós.
Rua do córrego, passando pela chácara de Joaquim pereira de Souza, segue até a saída
da cidade, rua dos Tupynambas.
Rua que se está abrindo onde Justino Bueno edificiou sua casa, Rua dos Cataguazes.
Rua abeirando o córrego desde a casa de Joaquim Pereira, de este a oeste, rua dos
Tapajós.
Rua onde esta a casa de Antonio Euzébio, rua Camacâns.
Mando portanto a todos estc. Publicada na respectiva secretaria aos 11 de maio de
1900, o Secretário: Misael Baptista de Carvalho”.
Paço Municipal “Miguel da Silva Teixeira”
Nosso retorno ao passado focaliza primeiramente a figura legendária do fundador da
cidade, Miguel da Silva Teixeira, cujo nome o edifício do Paço Municipal ostenta em sua
fachada. Por muito tempo o seu nome foi olvidado e poucos, portanto, são aqueles que o
ligam ao nascimento de Caconde.
O Com. José Umbelino Fernandes, na Polyanteia, comemorativa do primeiro
centenário da fundação de Caconde, assim se refere ao seu fundador: “Miguel da Silva
Teixeira” tornou-se possuidor aqui das terras do Cascalho, Engano e Bocaina, além do Rio
Pardo, tomando também posse dos terrenos às margens direita do Rio Bom Jesus, desde a
barra até contravertentes do Córrego dos Cristais, ao todo mais de 1.000 alqueires, dos quais,
por espírito religioso e para a fundação da nova Freguezia de, fez a Nossa Senhora da
Conceição, para constituir o Patrimônio da Nova Igreja, a doação de cem alqueires”. Isto mais
ou menos em 1819. Adriano Campanhole nos revela, em seu livro “Caconde”, que a doação do
patrimônio, - conforme escritura transportada para suas páginas, que a doação foi feita
exatamente no dia 28 de dezembro de 1822 na (fazenda) “Bom Jesus” e que, dois anos depois
da doação, a 24 de dezembro de 1824, celebrava-se a primeira missa nos novos domínios da
Senhora da Conceição, marcando esse ato a data da fundação da nossa Caconde.
Campanhole, após um trabalho magnífico de pesquizas históricas afirma à página 112
do seu livro: “Foi pois, Miguel da Silva Teixeira, o fundador da Cidade de Caconde”. Eis
portanto, um nome que deve ser melhor difundido, melhor respeitado e admirado por
quantos nasceram e vivem sobre este solo bendito e amado.
Grupo Escolar “Dr. Candido Lobo”
Nosso Grupo Escolar teve esta denominação pela lei n. 14.989 de 3 de setembro de
1945. Dr. Francisco Candido da Silva Lobo nasce na decantada Bahia do Senhor do Bonfim, aos
10 de outubro de 1872, na cidade de Salvador. Era Filho de José Candido da Silva Lobo e de
dona Maria Piedade da Silva Lobo, tendo se formado pela Faculdade de Medicina do seu
Estado em 1894.
Muito jovem ainda, Dr. Lobo fixou residência em Caconde, isto aos 23 anos de idade.
Por várias legislaturas brilhou na Câmara local, revelando-se um Vereador enérgico e dedicado
à causa pública. Presidiu a Câmara no período de 1904 a 1909. Exerceu o cargo de Prefeito,
nos anos de 1907, 1916, 1920, 1921, 1922, 1923, 1930, 1931 e 1936. Sua vida política foi das
mais ativas e entre os numerosos serviços prestados ao progresso do município, destacamos a
reforma completa do manancial de água da Serra dos Ciganos e a construção do quadrado da
(Praça) Rui Barbosa.
Espírito puro sempre voltado para as cousas extraterrenas, provou com seus atos e
sublime caridade que na terra exercia uma missão, um sacerdócio legítimo e sincero. Dr. Lobo
deixou o mundo dos vivos a 29 de maio de 1941. Quem não se lembra daquele dia: Todo o
povo chorou e parecia que a própria natureza havia se revoltado. Os pobres a quem Dr. Lobo
tanto amou e tantas prodigalidades fez, caiam de joelhos à passagem do seu féretro, chorando
a morte daquele homem pois sabiam muito bem o que Deus lhes havia tirado. Muitos diziam,
“somente de cem em cem anos nasce um homem assim tão nobre quanto virtuoso”. E nós,
crianças ainda naquela época, sabíamos medir perfeitamente o sentido dessa afirmação,
porque só de século em século nasce um Santo!
Rua Dr. Carmo Mazzilli
Antiga Rua Caypós. Passou à denominação de Rua Dr. Carmo Mazzilli em 9 – XII – 1953,
pela Lei n. 174. Natural de Caconde, Dr. Carmo Mazzilli nasceu a 2 de Janeiro de 1900. Era filho
de Antonio Mazzilli e D. Primia Liuzzi Mazzilli. Desde cedo revelou sua inclinação para a
Medicina, tendo sido incentivado pelo Com. José Umbelino a quem sempre este unido por
uma grande amizade. Fez o curso ginasial em S. Paulo, tendo ingressado na Faculdade de
Medicina da Praia Vermelha, onde se formou em 1924; foi interno da Clínica do Dr. Fernando
de Magalhães (que emprestou seu nome ao Ginásio local) durante o seu curso. Durante nove
anos clinicou em Caconde, aqui deixando grandes laços de amizade.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, aqui teve atuação ativa e destacada,
instalando a Cruz Vermelha. Transferiu-se para S. Paulo em 1933. Faleceu a 3 de novembro de
1952. Deve-se em grande parte ao seu entusiasmo a fundação da (Irmandade) de Misericórdia
de Caconde, eis que sua ligação junto à Diretoria do Serviço Hospitalar do Estado, influiu
decisivamente no sentido da criação do da Santa Casa local. Foi um dos grandes incentivadores
na criação do Posto de Puericultura. Por iniciativa da Câmara Municipal, deu-se o seu nome à
uma das ruas da cidade, como manifestação de gratidão pelo que se fez pela sua terra.
Rua Francisco Maia
Primitivamente denominou-se rua Tapuyas. Pelo anto n. 139 de 24/01/1989 (39), seu
nome foi alterado para “General Daltro Filho”, em homenagem ao Interventor Federal em São
Paulo, o qual muito pouco tempo esteve à frente da administração de nosso Estado. O General
Daltro Filho era gaúcho e faleceu vítima de um acidente de aviação.
Em 20 de março de 1951, pela lei n. 102, a Prefeitura deu o nome de Rua Francisco
Maia àquela artéria. Francisco de Paula Maia era natural de Cabo Verde, MG, onde nasceu a 2
de abril de 1875. Seus pais foram José Francisco Maia e Eliza Baldy Maia. Sua vida foi toda ela
dedicada a Caconde, que muito lucrou com suas seguidas administrações, visto como o “Chico
Maia” tinha um grande tino administrativo e uma larga visão política.
Exerceu o cargo de Vereador em quase toda sua vida; seu nome esteve sempre ligado
à política quer como Legislador, quer como administrador. Foi Prefeito nos anos de 1917,
1918, 1919, 1924 e 1933, a ele devemos os prédio do matadouro e instalação do atua relógio
da Igreja, a construção do jardim da Praça Rui Barbosa, no qual existia um belo chafariz, além
da estrada velha que ligava Caconde a Itaiquara. Os mais velhos nos contam que a atual
estrada oficial, que seguiu quase totalmente o traço idealizado pelo velho “Chico Maia” o que
nos dá uma ideia da sua grande capacidade de dirigente.
Francisco de Paula Maia era um batalhador. Já agora, em 1949, quando pela última vez
assumiu a cadeira de Vereador, já alquebrado pelos anos que lhe pesavam muito nos ombros e
pelas lutas sucessivas travada na existência, ainda se revelou um grande edil não perdendo
aquela sua maneira característica de encarar as questões, nunca deixando que interesses
puramente pessoas sobrepujassem aos de ordem geral e pública. Francisco de Paula Maia
morreu lutando. Aquela vetusta árvore tombou na refrega, porque o velho “Chico Maia”, após
uma Sessão árdua de que havia participado foi vítima à noite de um derrame cerebral e cerrou
os olhos para sempre, dias após isto, a 24 de setembro de 1950. Seu corpo foi exposto no salão
nobre da Câmara onde por tantos anos ele emprestou o seu valioso concurso. Perdeu Caconde
um dos seus últimos homens públicos do século anterior.
Rua Padre Angelis
Esta rua tem início na 24 de Dezembro e termina no prolongamento da Marechal
Deodoro. Antigamente, segundo consta em alguns registros denominava-se rua Padre Carlos
de Melo, nome do Sacerdote que rezou a primeira missa em Caconde. No entretanto, nada de
positivo existe com relação à oficialidade desse nome. Pelo ato n. 206 de 20/06/1939, a
Prefeitura deu-lhe o nome de Rua “Padre Angelis”, atendendo a um abaixo assinado contendo
centenas de assinaturas de cacondenses, que desejavam ver perpetuado numa placa o nome
daquele virtuoso sacerdote. Padre João Miguel de Angelis era natural da Itália. Era filho de
Miguel de Angelis e de Vitoria Pallazzo de Angelis, tendo vindo para Caconde em 17 de
Novembro de 1911.
Vigário da Paróquia por muitos lustros, prestou grandes e inestimáveis serviços à causa
pública revelando-se um sacerdote honrado na sua missão espiritual. Sempre dedicado à
instrução pública, fundou o Colégio Maria Imaculada.
Elemento ativo e progressista, participou ativam ente dos negócios públicos e
políticos; reformou a Igreja, fundou uma ótima banda de musical e já naquela época foi o
fundador de uma Escola Profissional de onde saíram ótimos oficiais. Depois, devido a certos
desacertos políticos, dos quais não cogitaremos neste trabalho – mesmo porque nossa
intenção é a mais pura possível – o Colégio foi fechado bem como a Escola Profissional.
Padre João Miguel faleceu a 20 de outubro de 1933, em São Simão para onde havia se
transferido. Seu nome, no entretanto, permanecerá vivo entre nós, como exemplo de uma
vida de luta e de trabalho toda ela marcada pelo estigma da incompreensão.
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Outras ruas ostentam em suas placas indicativas, nomes notáveis da história do Brasil,
entre eles os seguintes: Marechal Floriano Peixoto, Quintino Bocaiuva, Marechal Deodoro, Dr.
Pedro de Toledo, Tiradentes, Benjamin Constant, Duque de Caxias, Washington Luiz e Praça
Rui Barbosa.
Não faremos a biografia desses gigantes da nacionalidade, uma vez que são nomes por
todos demais conhecidos, visto como nós só aprendemos a venerar no banco das escolas.
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Praça Cel. Gustavo Ribeiro
Sua antiga denominação era Praça dos Goytacazes. Posteriormente, em 1921, a
Câmara Municipal prestando justa homenagem àquela figura, deu o seu nome à Praça que
hoje é conhecida por “Praça Cel, Gustavo Ribeiro”.
O Cel. Gustavo Ribeiro de Ávila Júnior nasceu em Caconde a 11 de julho de 1863 e seus
pais foram Gustavo Ribeiro de Ávila e Paula Nogueira Ribeiro de Ávila. Foi um dos homens
mais notáveis da sua época, não só pelas suas grandes capacidades e tino administrativo como
as suas qualidades de grande e hábil político. Sua vida foi toda ela dedicada aos problemas da
sua cidade. Entre as suas muitas realizações podemos destacar: o sargeteamento das ruas, o
serviço de abastecimento de água, o nivelamento da atual praça Rui Barbosa, que naquela
época era disforme cheia de altos e baixos e a instalação de uma Uzina Elétrica no Matadouro,
realização essa feita com a cooperação do Com. José Umbelino.
Foi Intendente Municipal de 1889 a 1903 e por vários anos foi vereador tendo
presidido a Câmara em diversas legislaturas. Como político foi extraordinário, presidiu o
Diretório do Partido Republicano por vários anos, o que lhe valeu grandes conquistas para
Caconde. Muito poderíamos falar a respeito dessa respeitável figura não fosse a falta de
espaço, mas outros feitos de sua vida vão narrados em outro trabalho publicado nesta edição
extraordinária.
O Cel. Gustavo Ribeiro faleceu em 23 de abril de 1916, num domingo da Ressurreição,
e o seu enterro, conforme pode-se verificar pelas crônicas foi um dos mais concorridos, sendo
mesmo impossível a Igreja conter o povo, o que atesta o quanto era aquele homem estimado.
Rua Comendador Umbelino
Pelo Decreto n. 58 de 18 de agosto de 1943, foi dado o nome de Rua Comendador
Umbelino a antiga rua Timbiras desta cidade.
O Comendador José Umbelino Fernandes, nasceu no dia 01 de janeiro de 1856, Foi um
dos homens mais cultos daquela época, o que contribuiu para a sua proeminência na nossa
vida política e administrativa.
O Comendador Umbelino foi Intendente Municipal sucedendo o Cel. Gustavo Ribeiro,
tendo exercido, posteriormente, por várias legislaturas, o cargo de vereador e presidente da
Edilidade. Foi o Comendador Umbelino grande escritor, historiador, músico, poeta e sob o
psdenimo de “Nobéllius” escreveu belos artigos e crônicas que foram publicados pelos jornais
da capital e desta cidade. Foi com o Cel. Gustavo Ribeiro, o fundador da “Cia. Estrada de Ferro
Caconde”, a qual não foi à frente não por culpa de seus fundadores.
É de autoria do Comendador Umbelino, o primeiro livro sobre a história de Caconde.
Faleceu em 21 de outubro de 1929.
Avenida Sampaio Vidal
Esta avenida é aquela compreendida entre a Igreja de Nossa Senhora Aparecida e a rua
Floriano Peixoto, de esquina com a Washington Luiz. O vulgo deu o nome da rua “Aparecida”
àquela artéria, homenageando à Virgem Santíssima. O nome de Sampaio Vidal era dado à
praça fronteiriça ao Forum desde o dia 24 de Dezembro de 1924, tendo sido substituído em 21
de dezembro de 1955, passando a dar o seu nome à rua já mencionada.
Caconde deve a Sampaio Vida, o Telegrafo, melhoramento esse difícil de ser conhecido
naquela época, visto como grandes cidades não dispunham desse grande meio de
comunicação.
Praça Cel. Joaquim José
Esta era a antiga praça Aymorés. Posteriormente, em 23 de dezembro de 1924,
denomina-se Praça Sampaio Vidal, assim permanecendo até 21 de dezembro de 1955, quando
foi substituída por Praça Cel. Joaquim José, pela lei 266 daquela data.
O Cel. Joaquim José de Oliveira Martins, era natural de Caconde, tendo nascido a 31 de
Janeiro de 1869. Era filho de Antonio Martins de Oliveira e de Cândida Carolina de São José.
Por muitos anos militou na política local, tendo sido várias vezes vereador e Presidente da
Câmara. Homem austero, tinha como lema o trabalho e honradez, qualidades essas aliadas às
suas virtudes cristãs e espírito caritativo. São incontáveis as doações por ele feitas às
instituições de caridade de Caconde; foi o primeiro Provedor da nossa Santa Casa e à sua
pessoa, em boa parte, devemos a construção do nosso nosocômio.
Faleceu a 1955, em São Paulo e a sua família cumpriu religiosamente a sua última
vontade, qual fosse inumado na sua querida Caconde. Seu corpo foi exposto no Salão Nobre
da Câmara Municipal e toda Caconde desfilou diante do seu corpo inerte. Prestando a sua
última homenagem ao seu filho.
Rua Dr. Nicolau Fanuelle
Seu antigo nome era Guaycurus e posteriormente em 15 de abril de 1934, pelo ato de
26, passou à denominação de Rua Dr. Nicolau Fanuele.
O Dr. Nicolau Fanuele era natural de Caconde, onde nasceu a 23 de agosto de 1888,
filho de Francisco Fanuele e de Leonor Fanuele. Formou-se em direito no ano de 1910, com a
idade de 22 anos, sendo mesmo o primeiro filho de Caconde a alcançar aquele laurel. Exerceu
por algum tempo a profissão nesta cidade e mais tarde se transferiu para a capital do Estado,
onde o campo era maior, dizia, para trabalhar por sua terra. No ano da sua morte candidatouse à deputação estadual e então já traçava planos no sentido de instalar um bonde elétrico
que nos ligasse a Itaiquara. Aos 16 de outubro de 1914, o Dr. Nicolau Fanuele, em Genova,
Itália, na terra de seus pais, onde fora à procura de alivio para um mal que o afligia, morreu
longe, portanto da sua pátria. A 31 de outubro daquele ano, seu corpo embalsamado chegava
à Estação da Luz em S. Paulo onde grande massa popular e o mundo político de S. Paulo o
aguardava para as derradeiras homenagens.
Colégio Estadual “Prof. Fernando Magalhães”
(Fernando Magalhães) Nasceu a 18/02/1878 no Rio de Janeiro, filho de Joaquim
Ribeiro de Magalhães e de D. Deolinda dos Santos Ribeiro de Magalhães. Foi deputado federal,
Reitor da Universidade do Brasil, Presidente da Academia Brasileiro de Letras. Fundou a PróMater, que dá assistência à mulher grávida. Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro.
Doutor “Honoris Causa” das Universidades de Lisboa e Coimbra. Diretor da Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro. Professor de Obstetrícia. Faleceu em 10 de Janeiro de 1944.
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