Maria Helena Santana 4º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais Campos do Jordão, 29 de agosto de 2009 MERCADO JÁ EM RECUPERAÇÃO • R$ 43 bilhões em ofertas de valores mobiliários registradas na CVM em 2009 – • R$ 21 bi em ações; R$ 13 bi em títulos de dívida; R$ 3 bi em recebíveis; R$ 6 bi em FIP e FII E há 7 ofertas de ações em análise, com volume estimado superior a R$ 15 bilhões MERCADO JÁ EM RECUPERAÇÃO • Condições muito positivas antes da crise permitem essa retomada – – – – – Este ciclo de crescimento do mercado não contou com incentivos artificiais Fundamentos econômicos eram os melhores que já tivemos Sistema financeiro estava saudável Regulamentação e supervisão do mercado de capitais consideradas de boa qualidade Práticas de governança corporativa melhorando consistentemente A AGENDA INTERNACIONAL DE REFORMAS E O BRASIL A agenda do G-20, por exemplo, ajuda a mostrar pontos fortes e fracos do Brasil: • Aperfeiçoar a regulação prudencial e a supervisão de todas as instituições financeiras • Aumentar a transparência sobre os riscos existentes (instituições individualmente e no agregado), para monitoramento do risco sistêmico A AGENDA INTERNACIONAL DE REFORMAS E O BRASIL • Promover a integridade dos mercados – – – – • Evitar o abuso na venda a descoberto Reverter a corrida na direção da desregulamentação (pela adequação da regulação dos diversos países aos padrões e códigos reconhecidos internacionalmente) e evitar a concorrência predatória Promover práticas saudáveis de venda de produtos financeiros a investidores, verificando a adequação ao seu perfil Simplificar e elevar a transparência de produtos estruturados de securitização Reforçar a cooperação internacional em regulação e na supervisão A AGENDA INTERNACIONAL DE REFORMAS E O BRASIL • Expandir o alcance da regulação (submeter todos os participantes, mercados e produtos relevantes a regulação e supervisão apropriadas) – – – Fundos de investimento (PE/VC, hedge funds) e gestores de fundos Agências de classificação de risco Derivativos de balcão PROPOSTAS DO GOVERNO AMERICANO PARA DERIVATIVOS DE BALCÃO • Extensão da competência dos reguladores aos produtos de balcão (revertendo a lei de 2000), mostrando grande preocupação com: – – • fechar brechas e uniformizar as regras e interpretações adotadas por SEC e CFTC definição abrangente do derivativo de balcão, procurando blindar a lei contra arbitragem regulatória A reforma da lei do mercado de capitais, de 2001 (Lei Fraga-Osório), ao caracterizar como valores mobiliários os derivativos, colocou-os todos sob a competência da CVM – Mercados em que são registrados ou negociados e aprovação dos próprios contratos PROPOSTAS DO GOVERNO AMERICANO PARA DERIVATIVOS DE BALCÃO • Valorização da padronização dos derivativos de balcão – – • Restrições à oferta de produtos não-padronizados a investidores comuns Mas o incentivo realmente importante deverá vir, segundo se discute, com a elevação dos requisitos de capital sobre produtos não-padronizados Valorização de mecanismos centralizados de registro de operações – – Os contratos não passíveis de negociação em mercado deverão ser registrados em sistemas reconhecidos Se não forem aceitos pelas centrais de registro, deverão ser informados à pp CFTC ou à SEC PROPOSTAS DO GOVERNO AMERICANO PARA DERIVATIVOS DE BALCÃO • Valorização do uso de clearings – – • Todos os contratos aceitos para liquidação por uma clearing são considerados padronizados Derivativos de balcão padronizados cujas contrapartes sejam instituições financeiras deverão ser liquidados por meio de clearing As clearings de derivativos serão reguladas por esta lei, inclusive com regras de caráter prudencial, e passam a ser registradas AGENDA DA CVM LIÇÕES DA CRISE E QUEDA DA SELIC • Práticas de venda nada saudáveis: pouca transparência quanto aos riscos dos contratos; produtos claramente não adequados à grande maioria dos clientes (companhias) para que foram vendidos Necessidade de aperfeiçoar o registro dos contratos nas centrais • – – – – Contemplar necessariamente todas as características das operações Marcação a mercado dos contratos Viabilizar a prestação de outros serviços, como cálculo e gestão de colaterais Uniformizar as características das bases de dados das duas centrais de registro existentes, para permitir a consolidação das exposições das partes AGENDA DA CVM LIÇÕES DA CRISE E QUEDA DA SELIC • Quanto às companhias, assim como lá fora, muitos conselhos não tinham idéia dos riscos da gestão financeira – • • • • Mais transparência Notas explicativas de instrumentos financeiros mais completas Reconhecimento dos instrumentos nos balanços de acordo com as normas do IASB Quadro de análise de sensibilidade Divulgação da política de gestão de riscos da companhia, com a opinião dos administradores sobre sua eficácia (a partir de 2010) AGENDA DA CVM LIÇÕES DA CRISE E QUEDA DA SELIC • Administradores de carteiras/recursos – Certificação de pessoas-chave – Para o credenciamento, ênfase na estrutura e processos de gestão de riscos, controles internos e compliance – Também mecanismos de tratamento de conflitos de interesses AGENDA DA CVM LIÇÕES DA CRISE E QUEDA DA SELIC • Fundos de investimento – – – Gestão da liquidez dos ativos versus obrigações • Depois da crise, pressão ainda maior por prazos menores de resgate ou mesmo liquidez diária • Com maior presença de títulos privados nas carteiras, cresce a importância do desenho adequado Mais transparência para o investidor • Quanto às despesas do fundo e seu impacto na rentabilidade • Prospecto simplificado Com mais risco nas carteiras, suitability será fundamental para proteger o investidor e a própria indústria Obrigada www.cvm.gov.br www.portaldoinvestidor.gov.br [email protected]