Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios Negócios imobiliários levam a quarta acusação no caso BPN Maria João Gago | [email protected] Burla qualificada, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada são os crimes de que estão acusados nove arguidos na quarta acusação deduzida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) na sequência das investigações às irregularidades cometidas no Banco Português de Negócios (BPN). Burla qualificada, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada são os crimes de que estão acusados nove arguidos na quarta acusação deduzida pelo Departamento Central de Investigação e Acão Penal (DCIAP) na sequência das investigações às irregularidades cometidas no Banco Português de Negócios (BPN). Neste processo estarão em causa negócios imobiliários entre o grupo liderado por José de Oliveira Costa e o ex-ministro social-democrata Arlindo de Carvalho, entre outras operações, de acordo com informação avançada pelo jornal "Sol". De acordo com o semanário, Oliveira Costa, Arlindo de Carvalho, o seu sócio José Conceição Neto, e o empresário do ramo imobiliário Ricardo Oliveira são quatro dos nove arguidos agora acusados pelo DCIAP. O Negócios tentou obter a identidade de todos os visados junto da Procuradoria-Geral da República, mas não obteve resposta, uma vez que os arguidos ainda não tinham sido notificados. Fonte da Polícia Judiciária que tem colaborado na investigação a este caso, adiantou há semana e meia ao "Sol" que há indícios fortes de que Arlindo de Carvalho terá "compactuado com Oliveira Costa para tapar os buracos financeiros que este provocou no grupo, comprando imobiliário que voltaria a vender ao mesmo, com o intuito de falsificar a contabilidade do grupo SLN/BPN". Um dos negócios que terão estado na base da acusação é o da Herdade da Miséria, em Lagos, cuja propriedade terá sido assumida por Arlindo de Carvalho, mas que na realidade pertenceria à SLN, relatava o semanário a 22 de Fevereiro. De acordo com a forma de atuação descrita nas comissões de inquérito à nacionalização e privatização do banco, diversos negócios imobiliários eram muitas vezes feitos com empréstimos do BPN. Os imóveis eram sobreavaliados, havendo recurso a testas de ferro ou sociedades "offshore" criadas pelo grupo de Oliveira Costa e não assumidas como tal para ocultar os prejuízos provocados no banco e na SLN. Apesar de já haver quatro acusações, apenas o processo principal já está na fase de julgamento. Neste caso, Oliveira Costa, Ricardo Oliveira e mais 14 arguidos, designadamente outros antigos administradores do universo BPN/SLN, estão acusados de diversos crimes, como branqueamento de capitais, abuso de confiança, burla qualificada ou fraude fiscal qualificada. O segundo processo a avançar para a barra dos tribunais será o do caso Homeland, em que Duarte Lima, antigo ministro de Cavaco Silva, está acusado de burla qualificada ao BPN e branqueamento de capitais. Segundo noticiou a Lusa, este julgamento terá início a 28 de Maio próximo. As outras duas acusações do megaprocesso BPN, do qual foram extraídas mais de 10 certidões para investigações autónomas, têm como visados Manuel Dias Loureiro, antigo conselheiro de Estado, por um lado, e Oliveira Costa, por outro. O também antigo ministro social-democrata foi constituído arguido por alegadas irregularidades cometidas no âmbito da compra de empresa porto-riquenha Biometrics, quando era administrador da SLN. Já o ex-líder do grupo está acusado noutro processo por falsificação. MJG 2013-03-06