Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul A DESNUTRIÇÃO COMO PARÂMETRO PARA INDUÇÃO DE UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO MODERADO Édna Sorato Vitoreti Ballmann Prof orientador: Jucélia Jeremias Fortunato INTRODUÇÃO A desnutrição protéica vem sendo classificada como uma das mais preocupantes endemias não só no Brasil, mas no mundo. Sabe-se que a diminuição do aporte de proteínas das refeições pode provocar danos irreversíveis a vários sistemas orgânicos, especialmente ao sistema nervoso central. Introdução • Do ponto de vista funcional, a desnutrição influencia em aspectos como a emoção, a motivação e a ansiedade, além de alterar processos envolvidos na memória. Dentre as alterações estruturais, as principais referemse ao menor número e tamanho de células cerebrais, assim como alterações na ramificação dendrítica e na camada de mielina dos neurônios. Desenho Experimental • Foram utilizados 30 ratos Wistar machos, adultos (45 dias), pesando entre 200 a 250g. Os animais foram mantidos em temperatura controlada (22°C) DESENHO EXPERIMENTAL • Os animais foram distribuídos em dois • • grupos experimentais e submetidos ao estímulo estressor: Grupo A: receberam dieta hipoproteica Grupo estressado; Grupo B: receberam dieta normoproteíca – Grupo controle DESENHO EXPERIMENTAL • O estímulo estressor utilizado foi a privação • de uma dieta normocalórica, por sete dias, durante oito semanas consecutivas. O registro do peso corporal foi analisado semanalmente. Após a realização dos experimentos os ratos foram sacrificados de acordo com os procedimentos do biotério. TESTES COMPORTAMENTAL • Para avaliar a função cognitiva os animais • foram submetidos aos testes de Anedonia e Nado Forçado. O teste do Nado Forçado consiste em dois dias de procedimentos no qual cada rato foi posto em um cilindro com água a 23º C suficiente para o animal não conseguir apoiar as patas no fundo. TESTE COMPORTAMENTAL • Após o período de oito semanas, foi aferido • • o consumo de comida doce para os animais. Dez Froot Loops® (Kellogg’s® - cereal de trigo, milho e açúcar). Os animais foram submetidos a 5 ensaios de 3 minutos cada, um por dia, para familiarizarem-se com a comida. Depois de estarem habituados, os animais foram expostos a duas sessões de teste, 3 min. cada, quando o número de cereais ingeridos será medido. TESTE COMPORTAMENTAL • Estas avaliações foram feitas com os animais em jejum (22h), o qual é usado em muitos testes comportamentais como um estímulo motivador, podendo também ser um agente estressor (KATZ et al., 1981). RESULTADOS • MEDIDA DE PESO Dieta 60 dias 82 dias 97 dias 112 dias Normoproteica 284,33 360, 733 395,33 353,33 Hipoproteica 287,46 292,13 286,13 265,4 RESULTADOS Consumo de Froot-loops Anedonia 5 4 3 normoproteica 2 hipoproteica 1 0 Primeira Segunda Terceira Quarta Quinta Periodo Legenda: Avaliaçao do numero de froot-loops consumidos durante 8 semanas consecutivas. Os valores foram expressos em media + desvio padrao. *P<0,05 RESULTADOS Teste do Nado Forçado 350 300 Tempo (s) 250 200 normoproteica * * + * 150 100 50 hipoproteica 0 Imobilidade Nado Climbings Legenda: Avaliaçao dos tempos de imobilidade, nado e climbing no Teste do Nado Forçado. Os valores foram expressos em media + desvio padrao. * P< 0,05 CONCLUSÃO • A dieta hipoproteica foi capaz de diminuir significativamente o peso dos animais, quando comparados ao grupo normoproteico. • Os animais com dieta hipoproteica tiveram um maior consumo de sacarose, quando avaliados no Teste de Anedonia. • No nado forçado, os animais com alimentaçao hipoproteico tiveram um menor tempo de nado. BIBLIOGRAFIA • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION. Position stand on nutrition for physical fitness and athletic performance for adults. Journal of the American Dietetic Association, v. 87, p. 933-39,1987. BELDA, M.C.R., ZUCAS, S.M. Some effects of quality ofprotein, food restriction and physical exercise on liver development: hepatic total lipids. In:INTERNA TIONAL SYMPOSIUM ON THEBIOCHEMISTRY OF EXERCISE, 5., Boston, 1992. Proceedings. Champaign: Human Kinetics Publ., 1983.p,487-96. BIORVELL, H.R.S. 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