~~[J©S EST~l ijST~C©S TEXTOS DE APOU Dados estat~sticos oficiais dé 1970, apresentam-nos, numa populaç~o total de cerca de 9 000 000 de habitantes, uma percentagem de an1fabetismo de cerca de 20% da populaç~o total e de cerca de 30% referentes à população com idade superior a 14 anoso Teríamos as?im, 1 800 000 analfabetos de idade superior a 14 anos no nos so paíso Estes dados, longe de estarem correctos, apresentam-nos nlfmer08 muito inferiores aos existentes na realid.ade o Se tivermos em conta o est~do precário do ensino prim~rio no nosso. paí s, a enorme quantidade de analfabetos possuindo o diploma da 4§ classe ~o nosso pa~s, a política selectiva e elitista do ensino em Portugal durante o f a scismo, verem03 que são nlais elevados os n~eros referentes ao anlfabetismo no nosso país o Podamos na realidade referirmos a cerca de 3 000 000 anl f abet uG exi s"te ntes em Pof:.... tugal. Por outro lado, mostram-nos os bados estat~sticos a exi s tência de um grande desi- quilprio entre as percentagens de anlfabetismo nas zonas ur·ba xlas e na s ~ltimas ZO!laS rurais~ as atingindo quase o dobro das primeiras o são factores determinantes de. existência desta gr::mde di. ferença, o grande atraso te0no19gico da produção rural, a grande influência de uma forto tradição oral conservadora dos h~itos do passado, a pol~tica selectiva do ensi.no, a falta de escolas, o caci- quismo clerical, a emigra ção e a migração, •• oo peso de toda urna estrutura de exploração dominante ao longo de 48 anos de fascismoo Se nos debruçarmos atentamente sobre a di?tribuição de te.xa s de analfabetismo, dis"':. · · trito a distrito, vemos ainda que ~ no Alentejo, nome adamente nos distritos de Beja e lnvora que se encontram as maiores percentagens de analfabetos; como explica;··.. esta aparente contradiç~o? Em Portugal, merc~ das condições ·específicas que permitiram a existência de um pro- letariado rural com forte consciência de classe, verifica-se ser a zona do l atif~dio a que que concentra ao mesmo tempo maiores taxas de analfabetismo e maior consciência políticao Este facto demonstra-nos que se o anlfabetismo e stá de um modo geral directame nte ligado ao obscurantismo e subdsenvolvimento político das populações, este não é sempre factor determina ntement e caracter~stico da problcma- analfabe tis~oo Por isso ~ poss~vel ser, no nosso pa~s, a zona de maior por cent agem de anaIfabetismo, a zona em que foi pos- sível os tr~balhadores rurais levarem avante a Reforma Agráriao Assim, se nas zonas rurais do norte se torna urgente lançar uma grande campanha de alfabetização, na perspectiva de uma consciencialização das populações, tamb~m na zona da Reforma Agrlria se torna necess~rio este trabalho como contribuição para a consolidação da Reforma Agrária, na pe rspectiva de auxiliar os trabalhadores alentej anos a munirem-se de mais uma arma a utilizar na luta por melhores cond ições de vida. IDADE ANALFABETISMO NAS POPULAÇÕES RURAIS ANALFABETISMO NAS POPULAÇÕES URBANAS 15 a 16 anos 60 anos ou mais 37,6% 76,6% 16,1% 54,5% TarAL 42,8% 19,7% CO l ANALFABEl'ISMO DA POPUIAÇ1'70 DE 14 ANOS E YlAIS I EFEX::TIVOS EM MIlHARES E ruXAS RELATIVAS 1~ POPUIliçÃO GLOBAL PARA CADA UH DOS DISDI'RTOS EM 1960 E 1910 ... Distrito TorA L Aveirtl Beja Bragança Braga C.Branco Coimbra Evora Earo Guarda Leiria Lisboa Portalegre Porto Santarém SetÚbai V.C~ste10 V.Roa1 Viseu Efectivos 2 348 119 1~ 68 151 101 123 14 103 86 121 254 66 241 148 108 79 94 136 Angra Do lierofsmo 20 liorta 8 Ponta Delgada 46 Funchal 75 Cidade de Lisboa 108 Cidade do Porto ~2 1960 -Taxa 26 23 38 26 29 34 28 34 33 30 la 16 é$ ai a~ ~~ 29 28 is 26 8 ~- ,13 "14 % 1910 Efectivos -Taxa 1 189 21 16 88 34 10 19 117 21 48 32 82 :?-4 95 30 53 39 79 28 59 ::'5 93 14 217 33 48 1~ 193 26 110 21 91 23 5'( 2~ % tndice( média l1acional)lOO 196 0=-'; ~)) ~o 16 2 )0 ~.:.""·i " ~ :i I..:J. -'" -, ~ U i-.) ~. , '\ ~ .J. 00 133 ' "1. ,0/ .1. 6'{ 151 1).1 . .. ' \ ,1 ~. r . " i. lU0 1J.0 114 18~ 24 ,1 ,14 16 32 62 81 28 18 15 21 25 11 8 86 '(I 100 119 52 ,1) Fontes X Resenseamento da populaç~o (1960) XIResenseamento da populaçao (1910) o8t imativo. 1a;G L.t\·: vtivos WJ1 m:i.1116res de pessQ. as