setor 1520 836345612 15200612-SP Platão/Bucci/Carvalho/Eduardo/Henrique Aula 21 Figuras de linguagem II: oposição, tensividade e apagamento FIGURAS BASEADAS NA OPOSIÇÃO 2. Hipérbole Trata-se da expressão exagerada de uma ideia. Exemplo: Repetiu um milhão de vezes a mesma ideia. 1. Antítese/ Paradoxo Tanto a antítese como o paradoxo são figuras que consistem em confrontar palavras ou expressões de sentidos opostos. Para quem distingue as duas figuras (nem todos o fazem), a diferença está em que: ➣ na antítese, confrontam-se opostos não simultâneos; ➣ no paradoxo, confrontam-se opostos simultâneos. Exemplo: Antítese 3. Apóstrofe Figura de linguagem que consiste na interpelação emotiva e exagerada de pessoas (ou de coisas personificadas), por isso chamada vocativo intempestivo. Exemplo: Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Paradoxo O discurso do amor ora diz O discurso do amor diz infiniinfinitas verdades, ora se estas verdades mentirosas e inconde sob a capa de sorrateifinitas mentiras verdadeiras. ras mentiras. (Castro Alves) 4. Gradação O paradoxo vai além da antítese. Se a antítese coloca lado a lado ideias opostas, o paradoxo engloba, numa só unidade, conceitos contrários. Do ponto de vista lógico, ele parece um contrassenso, mas do ponto de vista expressivo é uma forma vigorosa e sintética de exprimir interpretações diferentes de uma mesma realidade. Trata-se da figura pela qual se dispõem os elementos em progressão, seja ela ascendente (rumo ao termo mais enfático, provocando um clímax) ou descendente (rumo ao menos enfático, caracterizando um anticlímax). Exemplo: O que no início era apenas apreensão foi tornando-se susto, medo, pânico, pavor. 2. Ironia ou antífrase FIGURAS BASEADAS NO APAGAMENTO É a figura que consiste em usar no enunciado uma palavra (ou expressão) com um significado oposto à intenção do enunciador. Exemplo: Era admirável o controle preciso que ele tinha sobre a bebida: entornava a garrafa na boca sem derramar uma só gota. 1. Elipse Omissão de termos que podem ser facilmente depreendidos. Em No meio da rua, o sol ∅ escaldante, por exemplo, a elipse corresponde a um verbo (algo como “o sol está/arde escaldante”). 2. Assíndeto Figura que consiste em suprimir as conjunções que ligariam os termos coordenados de uma frase ou as orações coordenadas de um período. Exemplo: Então aquele maravilhoso poder de abrir garrafas sem [saca-rolha, ∅ de desatar nós, ∅ atravessar rios a cavalo, [∅ assistir, sem chorar, a morte de filho, ∅ expulsar assombrações apenas com teu passo duro, (…) o domínio total sobre irmãos, ∅ tios, ∅ primos, ∅ camaradas, (...) então não era segredo? Embora a ironia (ou antífrase) costuma ser usada para criar efeito sarcástico, essa figura de linguagem também pode ser explorada na construção de um enunciado elogioso. Veja o exemplo: Todas as brasileiras queriam ter a feiura da Gisele Bundchen. FIGURAS BASEADAS NA TENSIVIDADE 1. Eufemismo Recursos linguísticos concorrem para atenuar um enunciado que poderia chocar o leitor, por exemplo, por soar maleducado ou agressivo. Exemplo: Você faltou com a verdade ( em vez de mentiu). SISTEMA ANGLO DE ENSINO (“Como um presente”, de Drummond) 1 ANGLO VESTIBULARES sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: — Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia. 3. Silepse Os exemplos a seguir foram recolhidos pelo professor Rocha Lima, na sua Gramática Normativa da Língua Portuguesa: 1 — Está uma pessoa ouvindo missa, meia hora o cansa. (Manuel Bernardes) 2 — O casal não tivera filhos; mas criaram dois ou três meninos. (Augusto Frederico Schmidt) 3 — Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos. (Machado de Assis) (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) Aparentemente, essas três frases apresentam problemas de concordância. Parece que há um descompasso entre os dois termos em negrito. Na primeira, o pronome anafórico “o” não está de acordo com seu antecedente “uma pessoa”; na segunda, a forma verbal “criaram” parece não concordar com seu provável sujeito; na terceira, o sujeito “os cariocas”, que exigiria o verbo na terceira pessoa do plural, vem determinado pela forma verbal “somos”. No entanto, não há nenhum problema de concordância em nenhum dos exemplos. O termo “uma pessoa” pode se referir tanto a um homem quanto a uma mulher, portanto, ao usar o pronome oblíquo “o” para retomar “uma pessoa”, o enunciador quer deixar claro que se trata de um homem. O termo “casal”, do ponto de vista morfológico, é singular; no entanto, do ponto de vista semântico, ele encerra a ideia de plural, pois um casal é sempre formado por mais de uma pessoa. Portanto, a forma verbal “criaram” concorda com a ideia de plural implícita em “casal”. O sujeito “os cariocas”, em tese, pede o verbo na terceira pessoa do plural: os cariocas são. No entanto, se o enunciador quiser marcar que pertence a esse grupo, ele pode usar a primeira do plural: os cariocas somos. Nos três casos, a concordância se deu não com o termo que estava no texto, mas com um termo apagado: no primeiro caso, a concordância com a ideia implícita de masculino; no segundo, a concordância com a ideia implícita de plural; no terceiro, a concordância com a ideia implícita de nós. Essa figura de linguagem, que consiste em promover a concordância com uma ideia implícita, chama-se silepse, também conhecida como concordância ideológica. Há três tipos de silepse: • Silepse de gênero: consiste em trocar o masculino pelo feminino ou vice-versa. (frase 1) • Silepse de número: consiste em trocar o singular pelo plural ou vice-versa. (frase 2) • Silepse de pessoa: consiste em trocar uma pessoa pela outra. O caso mais comum é usar a primeira do plural no lugar da terceira do plural. (frase 3) Consideradas no contexto em que ocorrem, constituem um caso de antítese as expressões a)“disse-lhe alguma graça” — “pisou-lhe o pé”. b)“acertaram-se” — “amaram-se”. c) “os dedos no tacho” — “os olhos na costura”. d)“logo desesperada” — “amanhã resignada”. e)“na lama” — “no hospital”. 2. (UNICAMP) HAGAR — Dick Browne BOAS MANEIRAS À MESA SÃO IMPORTANTES? ESSA É A SUA FORMA DE DIZER QUE NÃO SÃO IMPORTANTES? TALVEZ, MAS NÃO DIGA À SUA MÃE QUE EU FALEI ISSO. a)O que produz a ironia nessa tira de Hagar? A ironia é produzida pelo contraste entre a resposta afirmativa de Hagar (“Claro!”) e a justificativa por ele apresentada (“Um dia a gente pode ser convidado para jantar com o rei da Inglaterra”). Como a importância das boas maneiras é vinculada a um convite impossível, o enunciado deve ser lido como irônico. b)Como você interpreta a resposta de Hagar, no segundo quadrinho da tira? Justifique. Ao optar por uma resposta evasiva (“Talvez”), Hagar evita comprometer-se com a afirmação de que boas maneiras não são importantes. O motivo dessa preocupação é relevado em seguida, por meio da menção à mãe do garoto: sabendo que certamente sua posição seria rechaçada pela esposa, o viking evita explicitar sua opinião sobre as regras de etiqueta. Exercícios 1. (FUVEST) Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando a missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de D. Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou D. Plácida. É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: — Aqui estou. Para que me chamastes? E o SISTEMA ANGLO DE ENSINO CLARO! AFINAL, UM DIA A GENTE PODE SER CONVIDADO PRA JANTAR COM O REI DA INGLATERRA! 3. (FUVEST) (...) e tudo ficou sob a guarda de Dona Plácida, suposta, e, a certos respeitos, verdadeira dona da casa. Custou-lhe muito a aceitar a casa; farejara a intenção, e doía-lhe o ofício; mas afinal cedeu. Creio que chorava, a princípio: tinha nojo de si mesma. Ao menos, é certo que 2 ANGLO VESTIBULARES 2. não levantou os olhos para mim durante os primeiros dois meses; falava-me com eles baixos, séria, carrancuda, às vezes triste. Eu queria angariá-la, e não me dava por ofendido, tratava-a com carinho e respeito; forcejava por obter-lhe a benevolência, depois a confiança. Quando obtive a confiança, imaginei uma história patética dos meus amores com Virgília, um caso anterior ao casamento, a resistência do pai, a dureza do marido, e não sei que outros toques de novela. Cidade Grande Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) por enquanto, e mais promete. (Carlos Drummond de Andrade) O recurso da gradação, presente em “obter-lhe a benevolência, depois a confiança”, também ocorre em: a)“A ostentação da riqueza e da elegância se torna mais do que vulgar: obscena”. b)“Sentindo a deslocação do ar e a crepitação dos gravetos, Baleia despertou”. c) “(...) o passado de Rezende era só imitação do passado, uma espécie de carbono (...)”. d)“Um caso desses pode acontecer em qualquer ambiente de trabalho, num banco, numa repartição, numa igreja, num time de futebol”. e)“Não admiro os envolvidos, nem os desdenho”. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida. Texto para as questões 3 e 4 Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. 4. Segundo um importante princípio da comunicação humana, quanto maior a possibilidade de uma informação ser deduzida com base no contexto, maior a probabilidade de que ela fique implícita. A quantidade de informação disposta numa frase, portanto, deve levar em conta outros dados enunciados no texto e também o repertório compartilhado pelos interlocutores. Esse princípio tem relação direta com o mecanismo da elipse, que apenas não está presente no seguinte slogan: a)“Legítimas, só Havaianas” (Havaianas). b)“Se beber, não dirija” (campanha governamental). c) “É impossível comer um só” (Elma Chips). d)“Quando uma menina vira mulher, os homens viram me ninos” (Valisère). e)“A crítica adorou, mas pode assistir que é bom” (Semp Toshiba). (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas ) 3. Tarefa Mínima • Leia o resumo teórico • Resolva os exercícios a seguir: 4. Bonachão e piadista juramentado, o velho professor colecionava os disparates ouvidos dos alunos ao longo da longa carreira. A coleção, ele a chamava pelo sugestivo título de “Pérolas discentes”. (FUVEST) A enumeração de substantivos expressa gradação ascendente em: a) “menino mais gracioso, inventivo e travesso”. b) “trazia-o amimado, asseado, enfeitado”. c) “gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas”. d) “papel de rei, ministro, general”. e) “tinha garbo (...), e gravidade, certa magnificência”. Nesse contexto, o título “Pérolas discentes” poderia ser caracterizado como: a) hiperbólico b) metafórico c) antitético d) irônico e) paradoxal SISTEMA ANGLO DE ENSINO (FUVEST) Na frase “(...) data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal”, ocorre o mesmo recurso expressivo de natureza semântica que em: a) “Meu coração/ Não sei por que/ Bate feliz, quando te vê”. b) “Há tanta vida lá fora,/ Aqui dentro, sempre,/ Como uma onda no mar”. c) “Brasil, meu Brasil brasileiro,/ Meu mulato inzoneiro,/ Vou cantar-te nos meus versos”. d) “Se lembra da fogueira,/ Se lembra dos balões,/ Se lembra dos luares, dos sertões?”. e) “Meu bem querer/ É segredo, é sagrado,/ Está sacramentado/ Em meu coração”. ORIENTAÇÃO DE ESTUDO 1. (ENEM) 3 ANGLO VESTIBULARES 3. Tarefa Complementar 1. (FUVEST) 1 Mar, belo mar selvagem! O olhar que te olha, só te vê rolando A esmeralda das ondas (...) 4 Eu adivinho mais: eu sinto... ou sonho Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, “restrugindo” Pelos fundos abismos do teu peito. (Augusto de Campos, O Balanço da Bossa) Na frase “A TV.” ocorre a) pleonasmo b) perífrase c) elipse d) anacoluto e) hipérbato (Vicente de Carvalho) Em que verso da estrofe acima se encontra um exemplo da conhecida figura retórica da “gradação”, também chamada “clímax”? 4. a) 1 b) 5 c) 6 d) 7 e) 8 2. Em Os Lusíadas, no episódio do Velho do Restelo (canto IV do poema), há uma estrofe que aborda o sofrimento dos parentes dos navegadores portugueses. Não acreditando que os marinheiros voltariam da expedição às Índias, já se despediam deles como se todos fossem realmente morrer. Eis os versos de Camões: Nestas e outras palavras que diziam De amor e de piedosa humanidade, Os velhos e os meninos os seguiam Em quem menos esforço põe a idade; Os montes de mais perto respondiam, Quase movidos de alta piedade; A branca areia, as lágrimas banhavam, Que em multidão com elas se igualavam. (VUNESP) O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. (...) Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. I. Nos versos “Os montes de mais perto respondiam,/ Quase movidos de alta piedade”, ocorre prosopopeia. II. Nesse contexto, a expressão “em quem menos esforço põe a idade” se refere aos navegantes de quem os velhos e meninos se despediam. III. Nos dois versos finais há um caso de hipérbole. (Vieira, “Sermão da Sexagésima”.) A metáfora do xadrez é explicada, no texto, com a seguinte figura de linguagem: É (são) correta(s) a(s) afirmação(ções): a) hipérbole. b) antítese. c) repetição. d) rima. e) metonímia. SISTEMA ANGLO DE ENSINO (FUVEST) (...) Em suma: o servilismo ao “código” apriorístico — assegurando a comunicação imediata com o público — é o critério básico de sua confecção. “A mesma praça. O mesmo banco. As mesmas flores, o mesmo jardim”. O mesmismo. Todo mundo fica satisfeito. O público. A TV. Os anunciantes. As casas de disco. A crítica. E, obviamente, o autor. (...) a) apenas I. b) apenas I e II. c) apenas II e III. d) apenas I e III. e) I, II e III. 4 ANGLO VESTIBULARES Aula 22 Figuras de linguagem III: reiteração, descontinuidade e sonoridade FIGURAS BASEADAS NA REITERAÇÃO 2. Anacoluto 1. Pleonasmo Palavra ou expressão que inicia um enunciado, vem interrompida por uma pausa e não tem relação sintática com o segmento que vem a seguir. Exemplo: Você, eu não acredito numa palavra sua. Repetição de uma palavra ou de uma noção já implicada no texto. Exemplo: Eu canto um canto matinal. (Guilherme de Almeida) A ameaça, o perigo, eu os apalpava quase. Em geral isso ocorre porque o enunciador começa por uma certa estrutura, muda repentinamente de direção e continua o enunciado, usando um modo de dizer alternativo. Exemplo: I.Eu fui sempre muito bem recebido por todos vocês. II.Todos vocês sempre me receberam bem. (Guimarães Rosa) 2. PolissÍndeto Repetição da mesma conjunção entre orações ou palavras dispostas em sequência. Exemplo: E ri, e canta, e chora. Eu, todos vocês sempre me receberam bem. Eu, no caso, era o início do enunciado I, que foi bruscamente interrompido por uma pausa e seguido pelo enunciado II. 3. AnÁfora FIGURAS BASEADAS NA SONORIDADE Repetição da mesma palavra ou grupo de palavras a espaços regulares durante o texto. Exemplo: Noite — montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à procura, mesmo sem alvo. 1. Aliteração Repetição de consoantes da mesma natureza, ou de natureza semelhante. Exemplo: Acho que a chuva ajuda a gente a se ver. (Carlos Drummond de Andrade) (Caetano Veloso) 4. Quiasmo A compreensão dessa figura fica facilitada com a informação de que esse nome (quiasmo) remete à letra khi do alfabeto grego, que se escreve de modo semelhante ao x do nosso alfabeto. É uma figura formada por um tipo de cruzamento entre palavras de uma sequência de modo que a palavra ou expressão anterior troca de lugar com a posterior. Exemplo: 2. AssonÂncia Repetição de vogais da mesma natureza. Exemplo: Os miseráveis, os rotos São as flores dos esgotos. (Cruz e Sousa) 3. OnomatopEia Aquilo que era o começo do fim para um foi o fim do começo para outro Quando os fonemas são usados para representar os sons do mundo natural — ou seja, quando os fonemas imitam os sons que uma certa palavra sugere —, temos um caso de onomatopeia. As onomatopeias são muito comuns na imitação dos barulhos produzidos, por exemplo, pelos animais. Outros sons, como o barulho da água, também podem originar onomatopeias. É o que acontece nesse exemplo: (...) foguetes, bombas, chuvinhas, chios, chuveiros, chiando, chiando, chovendo chuvas de fogo chá – Bum? FIGURAS BASEADAS NA DESCONTINUIDADE 1. Hipérbato Inversão da ordem usual dos termos de uma oração ou das orações de um período. Exemplo: Ao longe, dos peregrinos esperançosos já se ouve o canto. (A ordem direta seria: O canto dos peregrinos esperançosos já se ouve ao longe). SISTEMA ANGLO DE ENSINO (Jorge de Lima) 5 ANGLO VESTIBULARES Exercícios III.( a ) “Quem o mal deseja ao seu vizinho, vem o seu pelo caminho”. 1. Em cada um dos fragmentos que seguem, todos extraídos de exames da Fuvest, ocorre uma palavra ou expressão destacada. Transcreva, no espaço entre parênteses, a letra correspondente ao nome da figura destacada em cada questão: a)anacoluto b)anáfora c) hipérbato (Provérbio) INSTRUÇÃO: A questão seguinte toma por base um fragmento de uma crônica do escritor realista brasileiro Machado de Assis (1839-1908). Crônica (15.03.1877) I.( b ) Tinha piedade, tinha amor, tinha fraternidade, e era só. Era uma sarça ardente mas era sentimento só. Um sentimento profundíssimo, queimando, maravilhoso, mas desamparado, mas desamparado. Mais dia menos dia, demito-me deste lugar. Um historiador de quinzena, que passa os dias no fundo de um gabinete escuro e solitário, que não vai às touradas, às câmaras, à rua do Ouvidor, um historiador assim é um puro contador de histórias. E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário de historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias. Por que essa diferença? Simples, leitor, nada mais simples. O historiador foi inventado por ti, homem culto, letrado, humanista; o contador de histórias foi inventado pelo povo, que nunca leu Tito Lívio, e entende que contar o que se passou é só fantasiar. O certo é que se eu quiser dar uma descrição verídica da tourada de domingo passado, não poderei, porque não a vi. [...] (Mário de Andrade) II.( c ) Auriverde pendão1 de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte 2 que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu, que da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... 1 2 (Castro Alves) pendão = bandeira (neste contexto) estandarte = insígnia de uma nação, pavilhão, símbolo de uma nação (Joaquim Maria Machado de Assis, “História de Quinze Dias”. In: Crônicas). 2. (UNESP) O quiasmo é um procedimento estilístico que consiste na construção de frases ou de expressões segundo um princípio de retomada que pode ser representado como abba, ou seja, os elementos retomados se repetem em ordem inversa, como neste exemplar de Olavo Bilac: “Vinhas fatigada e triste, e triste e fatigado eu vinha”. a)Demonstre que o segundo período do segundo parágrafo do texto de Machado de Assis foi escrito de acordo com o princípio do quiasmo; No segundo período do segundo parágrafo há duas orações, em que os mesmos termos se repetem, mas em ordens diversas. Essa repetição com inversão forma um quiasmo: “Um contador de histórias é justamente o contrário do historiador, (a) (b) não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias.” (b) (a) b)Explique o que quer significar o cronista com esse período aparentemente contraditório. O cronista, com esse quiasmo, sugere que tanto o contador de histórias quanto o historiador narram determinados acontecimentos. Por isso, ele afirma que o historiador não é, “afinal de contas, mais do que um contador de histórias”. Mas também há diferenças entre eles: o historiador está no universo da cultura erudita: o contador de histórias pertence ao universo popular e, além disso, aceita que “contar o que se passou é só fantasiar” (o que nos permite pressupor que o historiador opera com fatos reais). Daí dizer-se que o “contador de histórias é justamente o contrário do historiador”. Esse jogo de palavras, exemplo de que “a língua portuguesa é engenhosa”, brinca com a ideia de que um historiador que não sai de casa para observar o mundo apenas fantasia a realidade, merecendo ser considerado “um puro contador de histórias”. SISTEMA ANGLO DE ENSINO 6 ANGLO VESTIBULARES 3. (FUVEST) (…) Num tempo Página infeliz da nossa história Passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia A nossa pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações (…). Considerei, por fim, que assim é o amor, oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim, existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico. (Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas) 1. a) assíndeto b) polissíndeto c) anacoluto d) eufemismo e) elipse “Vai passar”, Chico Buarque e Francis Hime. Identifique, nos três últimos versos, um recurso expressivo sonoro e indique o efeito de sentido que ele produz. (Não considere a rima “distraída”/“subtraída”.) A aliteração da consoante momentânea e explosiva /t/ — quase sempre acompanhada da vibrante simples /r/ — em “A nossa pátria mãe tão distraída / Sem perceber que era subtraída / Em tenebrosas transações” produz um efeito de sentido de intensificação, pois reforça, sonoramente, o sentido dos versos, que remetem aos regimes autoritários. Há ainda nesse recurso uma onomatopeia, que sugere um ritmo marcial, como o da marcha de uma tropa, por exemplo. Trata-se de um expediente típico da função poética da linguagem, em que o plano da expressão intensifica, por uma repetição fonética, o plano do conteúdo. Texto para a questão 2 Fixemo-nos no concreto. O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente imudado, do qual lhe dão imagem fiel. (Guimarães Rosa, O Espelho ) 2. O termo espelho não se relaciona sintaticamente com os demais termos na frase em que está, constituindo uma figura de linguagem conhecida pelo nome de: a) sinestesia b) ironia ou antífrase c) gradação d) anacoluto e) aliteração 3. (FUVEST) O anacoluto (quebra da estruturação lógica da frase), presente no provérbio “Quem ama o feio, bonito lhe parece”, também se verifica em: a) Eu, não tem um dia que meu time não dá “show” de bola. b) Quem anda sem dinheiro, não arranja companheiro. c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido. d) Quem anda depressa é quem mais tropeça. e) Quem com o demo anda, com o demo acaba. 4. (FUVEST) Só, incessante, um som de flauta chora Viúva, grácil, na escuridão tranquila, — Perdida voz que de entre as mais se exila, — Festões de som dissimulando a hora.” ORIENTAÇÃO DE ESTUDO Tarefa Mínima Os versos anteriores são marcados pela presença Assinale a alternativa completa o espaço. • Leia o resumo teórico • Resolva os exercícios a seguir. a) da comparação b) da aliteração c) do paralelismo d) da antítese e) do polissindeto Texto para a questão 1 Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. SISTEMA ANGLO DE ENSINO “… de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim, existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar.” A repetição da conjunção e nesse trecho é um exemplo da figura designada pelo nome de: Tarefa Complementar • Resolva o exercício 3, série 16. • Resolva os exercícios 8, 3 e 4, série 15. 7 ANGLO VESTIBULARES Aula 23 Leitura de textos não verbais: ordem no caos aparente INTRODUÇÃO É inegável que a comunicação contemporânea baseia-se cada vez mais nos meios visuais e audiovisuais, de modo que as mensagens puramente verbais e, em especial, as escritas têm ficado restritas a situações mais formais. Não deve causar estranheza, portanto, que as bancas dos mais diversos vestibulares do país venham propondo questões de interpretação de textos não verbais. As linguagens não verbais, ao contrário, são marcadas pela instantaneidade. Quando observamos uma pintura, podemos tomar contato, num só olhar, com muitos dos seus elementos. Todos eles estão simultaneamente presentes e acessíveis aos olhos do observador, dispostos em alguma região dentro da superfície ocupada pela obra. As linguagens visuais permitem uma comunicação imediata que não favorece a leitura analítica (que distingue as partes constitutivas da mensagem) e a reflexão racional. Ao contrário, a linguagem pictórica normalmente procura tirar proveito de seu impacto emocional. A DIFICULDADE DE INTERPRETAR TEXTOS NÃO VERBAIS Nos dias de hoje praticamente não existe estudante que, desde a infância, não tenha sido exposto a uma enorme quantidade de mensagens visuais, por meio da TV, do cinema, da publicidade ou, mais recentemente, da internet. Mesmo assim, a maior parte dos alunos não se sente à vontade para interpretar textos não verbais. Esse desconforto pode ser explicado por dois fatores: a tradição escolar e a natureza da linguagem pictórica. Essas diferenças podem ser sintetizadas em um quadro: Texto verbal O TEXTO NÃO VERBAL E A ESCOLA Como dissemos, o primeiro fator é a tradição escolar. A escola procura desenvolver um treinamento para a leitura dos textos verbais, sem dar igual atenção aos textos visuais: pinturas, fotografias, charges, ilustrações. De fato, percebe-se que não existe ainda uma teoria didática consagrada sobre os procedimentos de leitura aplicáveis a esse tipo de mensagem. Quando uma mensagem desse tipo é eventualmente discutida, isso é feito aplicando-se apenas a intuição. Mais convencionalizado Menos convencionalizado Linear Espacial Sequencial Não sequencial Não instantâneo Instantâneo Favorece a análise racional Favorece o impacto emocional COMO LER O TEXTO NÃO VERBAL Já sabemos que no texto não verbal os signos estão dispostos no espaço bidimensional e que, por isso, todos eles estão presentes simultaneamente, cada um num ponto da superfície ocupada pela obra. Por isso, a leitura desse tipo de texto exige um esforço analítico a que não estamos acostumados. É preciso então fazer, basicamente, duas operações. A primeira é observar toda a obra, procurando reconhecer e descrever os elementos principais que a compõem; a segunda etapa é buscar explicitar as relações de sentido existentes entre esses elementos. Convém ainda lembrar que, como o texto não verbal é um texto figurativo, a interpretação só estará completa quando se conseguir captar o tema subjacente às figuras presentes na obra, o que, geralmente, decorre de suas características e do modo como elas estão relacionadas. A NATUREZA DA LINGUAGEM VERBAL E DA NÃO VERBAL O segundo fator decorre da própria natureza da linguagem pictórica. Ao contrário da linguagem verbal, em que a interpretação sempre toma como ponto de partida os sentidos convencionalizados e compendiados nos dicionários, nas imagens a interpretação dos signos é sempre mais aberta, quase integralmente estabelecida pela inter-relação que se pode estabelecer entre os elementos constantes na obra. Não há um “dicionário” que se possa consultar para tentar encontrar pistas sobre o sentido das imagens que podemos reconhecer. Isso torna o texto não verbal potencialmente mais ambíguo do que o texto verbal, em que, na maioria das vezes, predomina a univocidade. Além dessa diferença fundamental, linguagem verbal e pictórica se distinguem em diversos outros aspectos, dos quais pelo menos dois merecem destaque: na linguagem verbal os signos estão dispostos linear e sequencialmente, um depois do outro. Assim, o sentido só é captado depois de um percurso de leitura, que pode durar pouco ou muito tempo, mas que jamais será instantâneo. Ao ler um texto verbal, obrigatoriamente, nós o captamos palavra a palavra, ou seja, um pouco por vez, o que favorece a análise e a reflexão racional. SISTEMA ANGLO DE ENSINO Texto não verbal A OBSERVAÇÃO E A DESCRIÇÃO DA OBRA A observação tem a função de identificar e situar os elementos constitutivos fundamentais da obra. Normalmente eles estão dispostos em uma relação de contraste que pode realizar-se entre as seguintes variáveis: • o centro e os lados • um lado e o outro lado • a porção superior e a inferior • o 1o plano e o 2o plano • elementos iluminados e não iluminados (claro-escuro), jogos cromáticos (cores quentes e frias ou claras e escuras, por exemplo) 8 ANGLO VESTIBULARES Jesus está absolutamente calmo e relaxado, sua fisionomia é tranquila, e sua postura ereta é estável e distensa, sugerindo pleno controle da situação. Os apóstolos, ao contrário, aparentam intranquilidade e tensão, sua postura curvada sugere instabilidade; seus movimentos, descontrole, atabalhoamento. A testa crispada, o olhar arregalado e a fisionomia sisuda reforçam a impressão de nervosismo. Paradoxalmente, Jesus, que é a personagem que carrega um ferimento físico, que é quem exibe uma chaga depois do martírio da crucificação, não aparenta qualquer sofrimento. Já os apóstolos, que gozam da mais perfeita saúde, parecem estar muitíssimo incomodados com sua situação. Após a identificação dos elementos fundamentais da obra, é importante procurar descrever entre quais elementos se estabelecem as relações de sentido da mensagem. Essas relações podem envolver, por exemplo, um par formado por: • personagem(s) e outra(s) personagem(s) • personagem(s) e cenário (ambiente) • personagem(s) e situação (momento da história pessoal ou coletiva) A EXPLORAÇÃO DAS RELAÇÕES DE SENTIDO A relação perceptível entre um par de elementos pode ser de tensão ou de harmonia. Para avançar na interpretação será necessário, então, captar e descrever entre quais traços existe essa tensão ou harmonia e, depois, considerando-se as figuras da realidade representadas, partir para a explicitação do tema subjacente. Exercícios INSTRUÇÃO: A obra do pintor italiano Michelangelo Amerighi (1573-1610), conhecido como Caravaggio, é famosa por explorar efeitos de luz, conferindo dramatismo às cenas. Caravaggio é considerado o mestre de uma técnica que, por meio de sutis variações entre zonas claras e escuras, destaca alguns detalhes da composição, em detrimento de outros. A pintura a seguir retrata um conhecido episódio bíblico: a aparição de Jesus diante de São Tomé para que este, tocando-lhe a chaga, pudesse crer na ressurreição. Analise-a atentamente para responder às questões de 1 a 4. 3. Observe a incidência e a ausência de luz sobre os corpos das personagens, bem como os tons de suas vestes. Existe alguma relação entre esse jogo de claro-escuro e a reação de cada um diante da ressurreição? Explique. Jesus tem a região peitoral destacada pela luz e veste-se com tons claros, quase brancos. Os apóstolos, ao contrário, trazem a fronte iluminada e vestem-se em tons escurecidos. O contraste entre luz, sombra e diferentes tons reforça a oposição entre calma e nervosismo que caracteriza os dois grupos, a diferença no uso da luz pode ser interpretada como uma forma de indicar uma razão para a diferença das atitudes: os que se guiam pela razão (metonimicamente representada pela fronte em destaque) são atacados pela dúvida, a descrença, e sofrem de maneira atroz, enquanto aquele que se guia pelos sentimentos e pela emoção (representados pelo peito exposto e iluminado) desfrutam do conforto e da confiança propiciados por sua fé religiosa. 1. Considerando o jogo de luz e sombra nesse quadro, é possível perceber uma oposição entre os personagens que o compõe. Explique como se dá essa oposição. 4. A pintura em análise nos mostra uma cena específica, compostas por elementos concretos (Cristo, os apóstolos, o cenário e sua luminosidade), porém essas figuras estão a serviço da figurativização de um tema. Explicite, em um único período, de que tema se trata. O jogo de luz e sombra opõe Jesus, em quem a luz é acentuada, aos apóstolos, que ocupam a porção mais sombria do cenário. O tema subjacente é a valorização da fé em detrimento da racionalidade e do ceticismo. 2. Considerando a já mencionada oposição, discorra sobre como o contraste se manifesta também na postura e na fisionomia dos personagens. Comente a relação entre esses aspectos físicos e o estado emocional dos participantes da cena. SISTEMA ANGLO DE ENSINO 9 ANGLO VESTIBULARES ORIENTAÇÃO DE ESTUDO Tarefa Mínima • Leia o resumo teórico • Resolva os exercícios a seguir. INSTRUÇÃO: O anúncio a seguir figurou entre os melhores de 1996, na categoria mídia impressa, segundo a comissão julgadora do prêmio de publicidade europeia. Leia-o para responder às questões de 1 e 2. 1. Os elementos constituintes da imagem podem ser divididos em dois grupos. Agrupe-os dessa forma. 2. Observe as diferenças visuais entre os elementos que compõem os dois grupos. Explorando os personagens, sua postura e a forma como estão instalados no fragmento de cenário em que estão situados, pode-se dizer que há harmonia ou tensão entre os elementos? Justifique sua resposta. 3. Qual o tema subjacente a essa representação? Justifique. Respostas das Tarefas Mínimas Aula 21 1. D 2. C 3. B 4. E Aula 22 1. B 2. D 1. Diferenças visuais entre os elementos constituintes da imagem permitem identificarmos nela dois grupos distintos. Tendo isso em mente, 1. Ao se representar cada um dos grupos por meio do cérebro que lhe é correspondente, o anúncio delimita o tema por ele veiculado. Levando isso em conta, 4. B a) O primeiro grupo é formado pela imagem dos cérebros identificados como africano, europeu e asiático; o segundo pela do cérebro identificado como de um racista. b) A única diferença entre as imagens dos dois grupos é o tamanho. 2. a) O tema subjacente é, por um lado, a defesa da igualdade essencial entre os indivíduos que são identificados como africanos, europeus ou asiáticos e, por outro, a denúncia de que o racismo reflete apenas uma estreiteza de pensamento, ou seja, um preconceito típico daqueles que se recusam ao uso pleno de sua capacidade racional, desperdiçando seu potencial de compreensão do mundo. b) O anúncio rejeita a ideia de que haja algum déficit racional ou diferença de potencial cognitivo entre os seres humanos oriundos das mais diversas regiões do planeta. Isso contraria todas as teses que buscam encontrar algum fundamento fisiológico ou genético para justificar qualquer hierarquização baseada na inteligência. Com isso, fica abalado o próprio conceito de raça em que se baseia a discriminação. a) mencione sucintamente o posicionamento defendido nessa representação? b) explique a que discurso o anúncio se opõe. Tarefa Complementar • Resolva os exercícios a seguir. INSTRUÇÃO: A fotografia a seguir é de autoria de Henri Cartier Bresson, um dos maiores fotógrafos do século XX. Ela foi feita no sul dos Estados Unidos, no estado de Mississipi, no ano de 1961. Leia-a para responder às questões 1 a 3. SISTEMA ANGLO DE ENSINO A Aula 23 a) diga quais são esses grupos; b) cite a diferença visual que permite esse agrupamento. 2. 3. 10 ANGLO VESTIBULARES 2. Os dois negros dividem um pequeno banco, sem encosto, que aparenta fragilidade. O branco ocupa folgadamente o espaço de um banco que, além de muito mais amplo, é mais sólido e confortável, pois tem encosto. Os negros estão contidos, com os braços e as pernas cruzados e fechados, sua face parece resignada. Já o branco aparenta relaxamento: braços abertos, pernas displicentemente cruzadas, rosto ligeiramente sorridente. Por isso apesar do imobilismo sugerido pela imagem, a relação entre os elementos que a compõem é de tensão. Respostas das Tarefas Complementares Aula 21 1. C 2. B 3. C 4. E 3. Aula 23 1. Do lado esquerdo, os dois negros formam um conjunto que se opõe ao homem branco sentado, mais à direita. SISTEMA ANGLO DE ENSINO 11 A discriminação racial. A foto mostra que mesmo em uma situação de descanso, aparentemente estável e pacífica, persiste a desigualdade de tratamento e a opressão sobre os negros, o que, evidentemente, enseja uma tensão, mesmo que ela permaneça não declarada. ANGLO VESTIBULARES