Conferência Internacional OTOC/IDEFF E depois da troika? A solução está nas nossas mãos 4 de Julho de 2011 Ricardo Cabral Universidade da Madeira e-mail: [email protected] Copyright © Ricardo Cabral, 2011. All Rights Reserved. This presentation may be reproduced with appropriate attribution. Objectivos da apresentação Mostrar que, em larga medida, as receitas comuns para a crise são inexequíveis e contraproducentes baseando-se em “mitos” que são questionáveis Argumentar que a União Europeia enfrenta uma crise existencial Apresentar possíveis soluções para a crise Mitos: receitas comuns para a crise As famílias têm de poupar mais (Mito 1) O governo tem de controlar o défice orçamental sobretudo através da redução de despesa (Mito 2) Falta de “competitividade internacional” (Mito 3) Implicando baixar custos salariais para a aumentar Identidade contabilística (Balança de Pagamentos) NLFPub+NLFPriv=DBC+DBR+DBTC+DBK (1) Ignorando os défices da balança de transferências correntes e da balança de capitais (dado que no caso português são, na realidade, pequenos superavits) então: o défice do sector público mais as necessidades líquidas de financiamento do sector privado dependem fundamentalmente: do défice da balança comercial e do défice da balança de rendimentos A crise de dívida soberana é uma crise de balança de pagamentos e de dívida externa Country Public plus private General Government net borrowing net borrowing requirements (- net requirements lending) Trade balance Income balance Current transfers Capital Account (% of GDP) (% of GDP) (% of GDP) (% of GDP) (% of GDP) (% of GDP) Greece 10.5 9.6 -6.5 -4.0 0.1 0.9 Ireland 32.4 1.2 18.6 -18.6 -0.8 -0.5 Portugal 9.1 8.8 -6.5 -4.6 1.3 1.1 Spain 9.2 3.9 -1.8 -2.0 -0.7 0.6 France 7.0 2.1 -2.3 1.5 -1.4 0.0 Italy 4.6 3.3 -1.8 -0.5 -1.0 0.0 Germany 3.3 -5.6 5.4 1.8 -1.5 0.0 UK 10.4 2.3 -3.7 2.5 -1.4 0.2 Euro area 6.0 Source: Eurostat. 2010 data. 0.3 0.7 0.0 -1.1 0.1 Os défices públicos são elevados porque os défices da balança comercial e da balança de rendimentos são muito elevados Nota: Grécia 2009-2010: Défice público melhorou € 12000 milhões, necessidades líquidas de financiamento da economia melhoraram €1400 milhões, défice comercial melhorou €3100 milhões. Este dados sugerem que o ajustamento se fez à custa do sector privado. Política orçamental restritiva altera fundamentalmente composição do défice externo Capacidade/Necessidades de financiamento, particulares e Adm. Pública (fonte: INE, contas nacionais) 10,0% em % do PIB 5,0% 0,0% -5,0% -10,0% -15,0% Capacidade/necessidade líquida de financiamento dos particulares Capacidade/necessidade líquida de financiamento adm. pública Média móvel, particulares Média móvel, adm. pública Gráfico amavelmente cedido por João Cerejeira, Universidade do Minho. 2010T3 2010T1 2009T3 2009T1 2008T3 2008T1 2007T3 2007T1 2006T3 2006T1 2005T3 2005T1 2004T3 2004T1 2003T3 2003T1 2002T3 2002T1 2001T3 2001T1 2000T3 2000T1 1999T3 1999T1 -20,0% Austeridade só resultaria se afectasse as balanças comercial e de rendimentos Não se pode fazer o programa de ajustamento orçamental sem olhar para o outro lado da identidade (1) O ajustamento orçamental deve visar explicitamente a redução do défice da balança comercial São também necessárias medidas para reduzir o défice da balança de rendimentos Se o estado reduzir o défice público abruptamente através de aumentos de impostos e redução de despesas irão aumentar as necessidades líquidas de financiamento do sector privado, Ou seja, não é possível aos portugueses poupar mais (Mito 1) Também não é possível reduzir o défice do sector público de forma sustentável recorrendo à chamada disciplina orçamental (Mito 2) Excepções: maior crescimento económico, redução dos défices da balança comercial ou da balança de rendimentos Austeridade, no contexto actual, resulta em destruição de actividade económica do sector privado Afecta os 107% do PIB de procura interna de forma indiscriminada, ao invés de explicitamente procurar alterar a procura interna na margem de forma a reduzir o défice comercial de cerca de 7% do PIB Argumento: a fraca competitividade internacional do país (Mito 3) Exportações por produto e país (% do total) 1986 2000 2008 Produtos agricolas e alimentares 9.2 6.8 9.6 Energia e químicos 10 6.6 10.4 Madeira, cortiça e pasta de papel 13.6 10.3 7.8 Texteis e peles 11.5 7.5 4.4 Vestuário e calçado 27.9 17.6 9.8 Metal and minerals 5.9 9.5 14.3 10.9 19.9 19.1 Material de transporte 4.9 14.7 12.3 Outros 6.1 7.0 12.4 100.0 100.0 100.0 53.0 35.4 22.0 Máquinas, aparelhos % do total das exportações Sectores tradicionais Fonte: INE Sectores tradicionais de mão de obra intensiva representavam 53% das exportações em 1986, 35.4% em 2000, mas só 22% em 2008. Argumento: a fraca competitividade internacional do país (Mito 3) A ideia da fraca competitividade externa do país baseia-se na fraca performance das exportações de bens e serviços de 3.4% ao ano, em média, entre 2000 e 2010. Contudo, se excluirmos os sectores tradicionais, os restantes sectores registaram taxas de crescimento médias, no mesmo período, que não apontam para falta de competitividade (bens: +5.3% ao ano; serviços: +6% ao ano). Quedas nominais de exportações em sectores tradicionais Na minha opinião, a fraca performance das exportações entre 2000 e 2010 explica-se não pelo Euro mas por outros factores Uma possível explicação é um choque assimétrico: Entrada da China no WTO em 2001 e expansão da UE à Europa de Leste? Além disso, há muitos dossiers em que Portugal não tem sabido acautelar os interesses nacionais e que é necessário renegociar: Tributação de rendimentos em espécie (automóveis), tributação de rendimentos e de IVA na UE, indústrias tradicionais, política de transportes, política energética Desequilíbrios externos na UE Country Austria Belgium** Bulgaria Cyprus Czech Republic Denmark Estonia Finland France** Germany Greece Hungary Ireland Italy Net External Debt Position (- for net creditor) (% of GDP) 16.2 -29.5 1.8 -24.1 -7.6 27.9 24.8 25.3 21.5 -22.7 102.4 51.6 116.6 34.9 (% of GDP) 0.6 44.5 -97.6 -10.1 Latvia Lithuania Luxembourg** Malta** Net External Debt Position (- for net creditor) (% of GDP) 42.1 28.3 -2909.7 -102.0 -50.5 9.6 -73.3 6.9 -10.9 42.0 -98.2 -108.0 -99.4 -17.1 Netherlands Poland Portugal Romania Slovakia* Slovenia Spain Sweden Switzerland** United Kingdom 37.1 24.7 85.3 21.2 9.0 26.9 82.9 41.7 -114.5 30.0 Net International Investment Position Country Net International Investment Position (% of GDP) -81.3 -56.0 82.9 13.2 19.9 -63.2 -107.9 -63.9 -63.8 -37.0 -87.1 -23.5 138.9 -13.2 Source: National Central Banks/National Statistical Offices IMF SDDS program. Data for 4Q2010, except * 3Q2010 and ** 4Q2009. Net external data excludes FDI debt claims. Ireland: non-IFSC data only. Luxembourg: includes financial center data. See Cabral (2010) for methodology. Table taken from Cabral (2011) A União Europeia enfrenta uma crise existencial (1/2) A dívida externa líquida dos países “periféricos” representa 96,8% do respectivo PIB Média não ponderada, que não inclui IDE e inclui ajustes ao valor de mercado No final de 2009, a dívida externa líquida, não consolidada, dos países periféricos era de €1,3 biliões – “trillions” no anglo-saxónico (Cabral, 2010b). Bruta: €4,2 biliões. Valores historicamente sem precedentes* em economias de média dimensão Só possíveis porque a União Económica e Monetária (UEM) e o Eurosistema permitiram o acumular, durante quase duas décadas, de desequilíbrios externos elevados, sem rupturas de financiamento. Em comparação, Superior, em 43,6 pontos percentuais do PIB, à dívida externa bruta em 15 episódios de default e reestruturação de dívida externa identificados por Reinhart et al. (2003) A Argentina quando declarou bancarrota tinha uma dívida externa bruta de 53% do PIB. *O único precedente é a dívida externa da Alemanha em 1920/21 (200% do NSP), resultante das reparações de Guerra impostas pelos aliados (Webb, 1988). Em todos esses precedentes essa dívida externa nunca foi paga na totalidade A Argentina reestruturou a sua dívida externa internacional com um haircut de 72,9% (Sturzenegger and Zettelmeyer, 2008) A União Europeia enfrenta uma crise existencial (2/2) A acção do Ecofin, Eurogrupo, Comissão Europeia e BCE parece ter sido reactiva, algo improvisada e insuficientemente fundamentada. Letónia, Hungria, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e vários outros países da Europa de Leste padecem do mesmo problema: endividamento externo excessivo (Quadro UE) A crise tem o potencial para poder resultar na desintegração da União Europeia Note-se que, nas famílias, muitas são as que entram em conflitos insanáveis devido às questões de partilhas das heranças Nesta crise, porque os montantes em dívida são tão elevados, a UE enfrenta uma dinâmica similar As instituições de governo da UE estão a agir numa lógica de negociação credor-devedor, condicionadas por conflitos de interesse. O BCE, como maior credor dos países periféricos, com perdas potenciais de várias centenas milhares de milhões de euros, está a extravasar as suas competências (“mission creep”), apresentando propostas pouco ortodoxas e tendo uma intervenção e protagonismo autónomos no domínio da política e das instituições democráticas (Portes, 2011) Parece indispensável ter a noção dos conflitos de interesse que se enfrentam, para que se possa superar as suspeitas mútuas e chegar a uma solução que melhor defenda o interesse da UE no seu todo Possíveis soluções Plano(s) da troika: tentar pagar a dívida através de “austeridade” ou, pelo menos, adiar o problema (a reestruturação de dívida ou saída do Euro) para daqui a uns anos “Muddle through”– a dívida dos países periféricos será eventualmente assumida pelo colectivo da UE (Münchau, FT, 2011) Muddle through: .(Free Dictionary) To think, act, or proceed in a confused or aimless manner To push on to a favorable outcome in a disorganized way Considerada separadamente porque sugere um passo em frente na UE Manter o Euro, reestruturar a dívida pública e privada e rebalancear a estrutura fiscal (Rogoff, Eichengreen, Roubini, Cabral) Sair do Euro, redenominar a dívida no novo escudo (João Ferreira do Amaral, Pimco, Soros, Roubini, Cabral) Porque defendo que é necessário reestruturar a dívida? A razão é simples: é economicamente impossível ao país pagá-la na totalidade Uma parte significativa da dívida privada e pública é externa Posição Internacional de Investimento: -107,9% do PIB no final de 2010 Dívida externa é diferente de dívida doméstica (Adam Smith, “Riqueza das Nações”, 1776) O país não fica mais pobre ao pagar juros se a dívida for doméstica, dado que a despesa com juros de uns (e.g. Estado) constitui rendimento de residentes, que é poupado ou gasto em larga medida no próprio país. Contudo, se essa dívida for externa, o pagamento de juros empobrece o país. Uma frase erroneamente atribuída a Einstein diz que o juro composto é a força mais poderosa do universo. É talvez um exagero, mas tem algum fundamento: juro composto resulta em crescimento exponencial da dívida externa Einstein afirmou que juro composto é a maior invenção matemática de todos os tempos Algumas contas simples (1/2) Nominal GDP (5% Net IIP liabilities Net IIP liabilities Trade deficit growth rate) (projection) (€ billion) Interest rate on net liabilities Net borrowing requirements (% of GDP) 2010 172.7 186.3 107.9% 6.5% 5.0% -8.8% 2011 181.3 206.9 114.1% 5.5% 5.0% -8.2% 2012 190.4 227.2 119.3% 3.0% 5.0% -6.0% 2013 199.9 244.3 122.2% 1.0% 5.0% -4.1% 2014 209.9 258.5 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% 2015 220.4 271.4 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% 2016 231.4 285.0 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% 2017 243.0 299.2 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% 2018 255.2 314.2 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% 2019 267.9 329.9 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% 2020 281.3 346.4 123.1% 0.0% 5.0% -3.2% Assumindo uma taxa de juro média de 5%, o país precisaria de crescer cerca 5% ao ano em termos nominais e reduzir o défice comercial de 6,5% para 0% do PIB para conseguir simplesmente estabilizar o rácio do passivo externo liquido em percentagem do PIB Cenário substancialmente mais optimista que aquele do FMI (Maio 2011) Algumas contas simples (2/2) Entre 1995 e 2010 o crescimento nominal médio do PIB foi de 4,6% ao ano Atingir taxas de crescimento nominal médias de 5% no longo prazo será muito difícil: Por exemplo, os EUA, entre 1869 e 2004, registaram taxas de crescimento económico per capita reais de 2,05% ao ano (Robert Barro) Sem crescimento populacional, assumindo o mesmo crescimento económico per capita que os EUA e assumindo 2% de taxa de inflação (medidas pelo deflator do PIB), chegamos a taxas de crescimento nominal de cerca de 4% ao ano A taxa de crescimento nominal da economia no longo prazo será provavelmente menor Austeridade tenderá a reduzir crescimento económico nominal Menor taxa de crescimento da população devido a baixa natalidade e à emigração (devido ao aumento do desemprego) Ou seja, na prática a dívida externa tenderá a crescer a taxas muito mais elevadas que a economia nacional Taxa de juro tende a crescer Taxa de juro média do stock de dívida pública no final de 2010: 3,5% Taxa de juro média esperada no empréstimo da FEEF: 5,5% - 6% Continuar no Euro (1/3) Reestruturação da dívida Solução difícil, complexa e com custos, mas é a menos má das alternativas Reestruturação de dívida: Objectivo é reduzir o défice da balança de rendimentos Deve ser feita quanto antes através de alterações da Lei Quadro de Dívida Pública (Gulati and Buchheit, 2010), obviamente precedida de negociação com os parceiros da UE, com os credores e com implementação de legislação necessária, porquanto Ao substituir dívida soberana que vence, por empréstimos da FEEF/FMI, a lei e jurisdição aplicável passa a ser internacional Torna o futuro processo de reestruturação muito mais complexo, dispendioso e moroso. Implementar lei de resolução bancária especial (Special Resolution Regime with Structured Early Intervention and Prompt Corrective Action) É um erro utilizar dinheiros públicos e garantias do estado para capitalizar o sistema bancário antes de se proceder à resolução bancária. Alterar política de concessão de crédito dos bancos Dilatar prazos e diminuir cupão da dívida pública/privada por forma que o défice da balança de rendimentos passe a ser 1-2% do PIB, eventualmente indexado à taxa de crescimento do PIB, para oferecer upside aos credores Oferecer menu de opções a credores (consultando previamente especialistas internacionais) Fazer uma reestruturação de dívida substancial. Se for demasiado pequena, a dinâmica de dívida não se altera e teremos de proceder a nova reestruturação de dívida daqui a uns anos Continuar no Euro (2/3) Reestruturação fiscal Utilizar a política fiscal para replicar os efeitos de desvalorização cambial com o objectivo de reduzir o défice comercial Deve-se reduzir o IVA, não aumentá-lo. O IVA não é um imposto só sobre o consumo. É um imposto pago por fornecedores e consumidores e representa um custo significativo para as empresas com maior vitalidade Aumentar o IVA (7% do PIB) e reduzir as contribuições do empregador para a segurança social (5% do PIB) são alterações cosméticas que provavelmente serão contraproducentes A estrutura fiscal deve ser alterada Peso das receitas fiscais em 2009: 33,7% do PIB Os objectivos são: Em média, os impostos deverão representar o custo mais significativo de toda e qualquer actividade económica - o problema é que a média esconde as variações Baixar os custos fiscais dos sectores de bens e serviços transaccionáveis (BTI) (exportações e concorrência a importações) , similar ao efeito que se conseguiria com uma desvalorização cambial de forma a reduzir o défice comercial O sector dos BTI enfrenta mercados de concorrência perfeita e tem margens de lucro baixas Utilizar mudanças de impostos para alterar preços relativos de bens importados e domésticos de forma a reduzir o défice comercial Aumentar impostos sobre sectores protegidos da concorrência internacional, de forma a reduzir os rendimentos (após impostos) destes sectores. Continuar no Euro (3/3) Reestruturação fiscal: Back-of-the-envelope simulation Portugal 2010 (a) (estimates) (€ billion) Personal income tax 9.1 Corporate income tax 4.3 VAT receipts 12.1 Car sales excise tax Tax changes Increase in personal income tax rates and reduction in deductions to raise personal income tax receipts by 10% Increase corporate income tax rates and reduction in deductions to raise effective corporate income tax rate to 26% Tax rebalancing (b) Net change (2010 basis) (€ billion) (€ billion) (% of GDP) 10.5 1.4 0.8 6.6 2.3 1.3 Reduction regular VAT tax rate by 22% (from 20%/21% to 16%) 9.4 -2.7 -1.5 0.8 Increase in vehicles sales taxes to raise tax receipts by 30% 1.0 0.2 0.1 Oil products excise tax 2.4 Increase/new oil, gas, and coal product excise taxes to raise tax receipts by 30% 3.1 0.7 0.4 Other tax receipts 3.2 Increase in taxes and duties equivalent to 0.35% of GDP 3.8 0.6 0.3 Employers' actual social contributions (c) (2009) 8.4 Reduction in employers' actual social contributions by 30% 5.9 -2.5 -1.5 Total effect 0.0 0.0 (a) (b) (c) Source: Portuguese Government 2011 Budget Proposal, except Empl. ssc.; For simplification, linear effects are assumed throughout; Eurostat 2009 data. Conclusões Vivemos os tempos mais importantes de uma geração Das alternativas que se apresentam defendo que a menos má é a reestruturação de dívida: Se reestruturarmos a dívida quanto antes, Portugal passa a ter as condições para se desenvolver economicamente. Se não reestruturamos a dívida rapidamente, o país empobrecerá, ocorrerá uma destruição de actividade do sector privado sem precedentes, com milhares de encerramentos de empresas, o país perderá habitantes através da emigração maciça dos mais novos, tornar-se-á menos competitivo internacionalmente e irá regredir. Agradeço a vossa atenção. Estou disponível para todas as questões. Ricardo Cabral Universidade da Madeira [email protected] Tel: 291 705 049 http://www.uma.pt/rcabral