JC&Cia Seu Negócio Editor // Vinicius Medeiros B-8 • Jornal do Commercio • Segunda-feira, 3 de novembro de 2014 SEM CRISE Estética e comida passam ilesos Ancorados na cultura brasileira, setores ignoram o ano ruim, acumulam altas seguidas no faturamento desde 2009 e se mostram boas e viáveis alternativas para quem pretende empreender mesmo em um cenário econômico desfavorável » MAX MILLIANO MELO C om baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e altas na inflação e na cotação do dólar, 2014 está muito aquém dos períodos de bonança experimentados na última década pela economia brasileira. Apesar disso, alguns setores se comportam como oásis em meio à crise. Desde 2009 os segmentos de beleza, estética e bemestar, assim como o de alimentação saudável e congelada, vem se tornando protagonistas entre as pequenas e médias empresas. Em comum, estes setores tem o fato de estarem ancorados em características culturais muito fortes da nossa população. Mesmo nos períodos de maior crise, o brasileiro sempre busca uma forma de cuidar da própria beleza, por exemplo. Além disso, comer fora de casa (ou não ter tempo para preparar a própria comida) são elementos que alavancam o setor de congelados. Empresários devem estar atentos a estas e outras informações na hora de encontrar brechas que permitam o crescimento, mesmo em momentos de turbulência. É dessa forma que o segmento de estética e bem-estar vem se comportando de 2009 até o momento. Com consumidores cada vez mais vaidosos o segmento de- monstra evolução de 250% segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Além da tradicional cultura do culto a beleza das brasileiras, a preocupação cada vez maior dos homens com a estética vem ajudando na expansão. A evolução experimentada até agora deve continuar nos próximos anos. “Acredito que (a perspectiva para 2015) seja de crescimento. Espero um avanço de 15% na empresa,”, acredita Leila Guerra, franqueada há 15 anos do instituto de depilação Pello Menos de Ipanema. “Apesar de fazer parte de uma franquia mais antiga, a primeira do Rio de Janeiro, continua sendo uma franquia muito forte no mercado, principalmente por fazer parte de um setor de desenvolvimento e estabilidade”, completa. Comportamento A bonança é fruto da cultura do brasileiro, sempre preocupado com a estética. “Estou iniciando meu negócio como empreendedora na Nailz em razão do segmento de beleza, estética e bem-estar viver ascensão constante com o passar dos anos. Parece que ele é autossustentável”, analisa Juliana Paixão, que ingressou no ramo dos cuidados com mãos e pés, com serviços como manicure e pedicure. Ela afirma que tratar-se de um dos setores mais fortes da economia. “Não há crise, muito pelo contrário, a tendência é crescente”, opina a nova empresária que aponta o surgimento de novos nichos de mercado. “Um exemplo claro e evidente desse crescimento é a inserção masculina nesse meio. Hoje eles são tão vaidosos quanto as mulheres”, completa. Comida Já as alimentações consideradas saudáveis e os produtos congelados também estão com vendas aquecidas. Segundo a Euromonitor Consultoria, o nicho deve atingir um faturamento de US$ 35,2 bilhões no Brasil este ano, crescimento em relação ao ano passado de 14,7%. Com uma ajudinha da mudança cultural dos brasileiros na hora de se alimentar, empresários do ramo só tem o que comemorar. “As perspectivas são as melhores possíveis”, acredita João Paulo Lamberg, a frente de uma das unidades da Telu Congelados. “O segmento de alimentos congelados vêm crescendo muito, devido a falta de tempo das pessoas e da maior participação da mulher no mercado de trabalho”, explica. Mais preocupados com a alimentação – por razões de saúde ou estéticas – e com menos tempo para preparar o que come, o consumidor tem buscado alternativas à velha comida congelada, tradicionalmente vista como com sabor ruim ou nãosaudáveis. “Acredito que um dos principais obstáculos vêm sendo quebrar esse paradigma de que comida cong e l a d a n ã o t e n h a s a b o r. Nossos produtos são muito s a b o r o s o s, q u e m e x p e r i menta, aprova”, explica o empresário. As pequenas e médias empresas de lanches fast-food saudáveis também não ficam para trás. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o quadro evolutivo do nicho chega este ano a 120%. Pratos prontos e semi-prontos, vegetais congelados e produtos desidratados tiveram crescimento na ordem de 121% entre 2008 e 2013, cujo faturamento passou de R$ 5,1 bilhões para R$ 11,3 bilhões. A pesquisa aponta também o perfil dos consumidores de alimentos congelados: 25% compram congelados quatro ou cinco vezes por mês; 30% utilizam os produtos duas vezes e 40% consomem uma vez por mês. Cerca de 73% dos consumidores são mulheres e este tipo de alimento é mais consumido pelas classe B (42%) seguida pela classe C (29%). Enquanto a média de crescimento no segmento de alimentação é de aproximadamente 11,9%. DIVULGAÇÃO João Paulo Lamberg, dono de uma unidade da Telu: crescimento Negócios & Propaganda por Claudia Penteado » [email protected] MIX >> BATE BOLA Mobile - Nesta sexta-feira (7) será realizada mais uma rodada de debates do Digital Morning promovido pelo Comitê da Interactive Advertising Bureau (IAB) Brasil no Rio de Janeiro, em parceria com o Grupo de Mídia RJ (GMRJ) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), com o patrocínio da Criteo e apoio do Twitter. Informações: http://iabbrasil.net/eventos/digitalmorning Colunistas - Gustavo Bastos, sócio e diretor de Criação da agência 11:21, estará no júri do Prêmio Colunistas São Paulo, que termina no sábado. Campanha - A campanha do Rio Design Barra que incentivou as mulheres a realizarem o autoexame foi realizada através de um imenso display colocado no mall com a foto de um seio envolto em plástico bolha. A mensagem bem-humorada era: "E assim? Deu mais vontade de fazer o autoexame?". Criação da Binder. Marketing - Na próxima quinta-feira a ABA Rio realizará o V Fórum de Trade e Varejo Shopper Marketing na sede da ESPM, no centro do Rio de Janeiro. Mais em: www.aba.com.br. Retorno - Após cinco meses fora do ar, o comercial do bomnegócio.com estrelado pelo Compadre Washington, volta à TV. Criado pela NBS, espalhou o famoso bordão "Sabe de nada, inocente!". O filme saiu do ar por decisão do Conar mas permaneceu na internet, onde já teve mais de 8,5 milhões de visualizações. Nicoletta De Denaro, diretora da Dussi Marketing, fará no dia 14 de novembro a palestra "Rio 2016: como ganhar nestes jogos históricos", em evento promovido pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) capítulo Rio, no Centro Empresarial Rio (Botafogo). ❞ Mídia - A nova diretoria do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro acaba de tomar posse, liderada por Fátima Rendeiro, diretora nacional de mídia e conexões da NBS, que entra em seu segundo mandato à frente da entidade, e trouxe alguns novos profissionais. Marilena Geada (Neogama/BBH) continua na vice-presidência e também na diretoria comercial do Grupo. O Brasil tem tudo para brilhar Você trabalhou em planejamento e marketing boa parte da sua vida professional, em agências. Como isso acabou levando você a trabalhar com Jogos Olímpicos? Minha história com os Jogos começou na CocaCola, onde cuidava de comunicação justamente na época dos Jogos de Atlanta 1996. Em seguida aceitei o convite para participar da primeira tentativa de trazer os Jogos para o Rio em 2004. Atenas ganhou, mas aprendemos muito no processo de candidatura - tanto que o sonho acabou se realizando para 2016. O que as Olímpiadas têm de peculiar em termos de organização de marketing? O marketing olímpico é o mais sofisticado e desafiador possível - seja pelas dimensões que pelo significado e valores do movimento olímpico. Para co- meçar, nenhum patrocinador pode contar com as boas e velhas placas - os locais de competição são livres de anúncios comerciais. Uma limitação que estimula a pensar de forma inovadora. Além disso, os patrocinadores literalmente fazem os Jogos oferecem tecnologia, transporte, equipamentos, voluntários, conhecimentos, serviços - vivem toda a jornada de preparação junto com o Comitê Organizador. É muito mais interessante do que pagar para colocar o próprio logo num evento. Mas precisam achar uma voz própria para contar suas histórias, suas contribuições únicas de maneira interessante e envolvente. Você saiu do Brasil em 2005 e voltou apenas em 2010. Como foram esses cinco anos, em que áreas trabalhou? Trabalhei em Sydney na BBDO e em San Francisco na Goodby, Silverstein & Partners, sempre em planejamento. Foram duas experiências sensacionais. Eu sou fascinada por tecnologia e achei a proximidade de Silicon Valley especialmente inspiradora. Mas em 2 de outubro de 2009 quando em Copenhagen anunciaram a vitória do Rio, começaram a chover mensagens no meu celular: "E aí, você vai voltar agora?". Não havia como resistir! Considerando o mercado publicitário quando você saiu do Brasil e agora, que diferenças fundamentais enxerga, como vê o cenário da publicidade hoje aqui? Ainda era a época do Orkut e do MySpace quando saí do Brasil. Não se entendia muito bem quem usaria dados no telefone nem porque. Aplicativos, nem pensar. Já na minha volta encontrei o mundo da comunicação transformado pela tecnologia muitas pequenas agências digitais novas, e as grandes correndo atrás para integrar tanta inovação em suas estruturas. Esta nova realidade digital oferece mais oportunidades de experimentar, de correr riscos, de corrigir o rumo sem altos custos de produção. As fronteiras entre cultura popular e publicidade estão cada vez mais indefinidas e hoje nossa indústria pode contar com o talento brasileiro de muitas áreas afins à propaganda clássica: design, música, arte, teatro. O Brasil tem tudo para brilhar no atual cenário. O evento é aberto para todo o mercado, e gratuito para agências associadas à Abap-Rio. Para se inscrever, acesse: www.abap-rio.com.br. Esta coluna é uma realização da ABAP-Rio (Associação Brasileira de Agências de Publicidade - capítulo Rio - www.abap-rio.com.br) SUSTENTABILIDADE PREMIADA As cariocas Agência3 e Staff estão entre as empresas premiadas no Prêmio Abap de Sustentabilidade, entregue na semana passada pela Abap Minas Gerais. A premiação atraiu 77 inscritos e consagrou 23 ganhadores. Entre os cases escolhidos, três trabalhos assinados pela Staff: "Dia Mundial da Água" para Princesa Supermercado, "Floresta Sustentável" para Infraero (foto), "Jornal sem papel", para a ONG Solar Meninos de Luz. A Agência3 venceu com o projeto de comunicação "Rota da energia nuclear", para a Eletronuclear. Bom Negócio é destaque de Comunicação Cyd Alvarez, diretor da Associação Brasileira de Propaganda (ABP) e também presidente da NBS, entregou para João Gonçalves, diretor de marketing do Bom Negócio, o troféu de destaque no Prêmio Comunicação da entidade. A entrega ocorreu durante almoço no Golden Room do Copacabana Palace, no Rio, quando também Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da TV Globo, foi eleito Personalidade do Ano, a Havas Worldwide foi escolhida Agência do Ano, o Banco Itaú levou o troféu de Anunciante do Ano e o SporTV foi o Veículo do Ano.