ID: 47232375 18-04-2013 | Projectos Especiais Tiragem: 18056 Pág: II País: Portugal Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 27,19 x 32,99 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 Visita do presidente da República, Governo e empresários à Colômbia e ao Perú mostra o potencial destes mercados. Mário Proença / Bloomberg Uma aposta forte nos países emergentes IRINA MARCELINO [email protected] A importância dos mercados emergentes não passa despercebida aos governantes nem às empresas. Também a Vista Alegre anunciou entretanto que vai construir uma fábrica na Colômbia, depois de um ano de negociações. Mas a aposta das empresas portuguesas vai mais além dos mercados sul-americanos. Um estudo recente da Accenture lembra o chamado triângulo em que Portugal deve apostar e que tem os seus vértices na Europa, na América Latina e em África. É neste contexto que a Associação Industrial Portuguesa (AIP) está a criar um conjunto de redes de negócios e a estabelecer contactos para detectar novas oportunidades de negócio nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sobretudo em Angola e Moçambique. Trata-se de uma base de dados que incluirá a identificação dos reais e efectivos interlocutores naqueles mercados, o conhecimento dos mecanismos de financiamento, bem como informação sobre os planos de desenvolvimento nacionais e áreas prioritárias de investimento nos PALOP. ■ Martifer A empresa de Oliveira de Frades tem negócios em vários países. No Reino Unido, por exemplo, os seus negócios da área da energia fotovoltaica estão a correr sobre rodas, tendo terminado recentemente cinco parques. Na área das construções metálicas, a Martifer está já a trabalhar para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Os componentes metálicos de três estádios foram feitos em Oliveira de Frades e numa fábrica do Brasil. Além dos muitos outros negócios que tem em outros países (exporta já 90% do que produz), a empresa liderada por Carlos Martins tem agora os olhos postos no Mundial de Futebol do Qatar, em 2022. Jerónimo Martins Não são muitos os países onde a empresa da família Soares dos Santos está. Além de Portugal, Polónia e Colômbia são os outros locais onde já abriu lojas, depois de uma ‘aventura’ que não correu pelo melhor no Brasil. A escolha de mercados estáveis é um dos factores que mais tem pesado na sua estratégia. Foi assim que a dona do Pingo Doce teve sucesso com a marca Biedronka na Polónia, onde já é um dos principais ‘players’ na área da grande distribuição. Na Colômbia já abriu cinco lojas, estando previsto a inauguração de um espaço ARA por semana até ao final do ano, num investimento de 100 milhões de euros. No total, a empresa quer investir na Colômbia 400 milhões. Ana Brigida rismo, novas tecnologias ou banca. Mas os casos de sucesso de empresas portuguesas que conseguiram entrar nestes países são levados na bagagem como casos inspiradores para quem quer entrar. A Jerónimo Martins é, desde logo, o exemplo mais mediático. Já abriu cinco supermercados Ara, e tem como objectivo ambicioso a abertura de um espaço novo por semana durante este ano. Esta não foi a única experiência de sucesso na Colômbia, depois de anos de sucesso na Polónia, onde tem os supermercados Biedronka. Através da Ara, várias empresas portuguesas estão prontas a entrar no mercado colombiano. É o caso da Casa Ermelinda Freitas (vinhos) e das bolachas Vieira de Castro. Ainda na Colômbia, a Prébuild, empresa portuguesa da área da construção, tem, através de uma estratégia que passa pela compra de indústrias ligadas à construção. Esta empresa quer ainda abrir, através da marca Izibuild, várias lojas naquele país, e está a estudar a possibilidade de entrar no mercado mexicano. Bruno Barbosa O mercado interno está recessivo e as empresas estão com dificuldade em sobreviver e manter as suas estratégias com a queda de consumo que se tem sentido. E se para muitas a internacionalização dos seus negocios sempre fez parte da sua estratégia de crescimento, para outras este é um escape a um mercado de reduzida dimensão e enfraquecido pela crise. Nas exportações, os números têm sido positivos, apesar da descida sentida em Fevereiro. Não se sabe, porém, como vão evoluir no futuro, tendo em conta que os países para onde Portugal mais exporta são europeus e a Europa está em crise. A aposta de muitas empresas por mercados emergentes tem sido uma opção. Angola tem vindo a afirmar-se como um dos países que mais recebem produtos portugueses, assim como a China. Na verdade, as exportações portuguesas para estes dois países têm aumentado de forma significativa nos últimos anos. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao ano passado, Angola será o quarto país para onde Portugal exporta, e a China estará em 10º posto, uma posição nunca antes alcançada. No que respeita aos valores do investimento directo de Portugal no exterior, os números do Banco de Portugal revelam que em 2012, depois dos Países Baixos, Espanha, Brasil e Angola são os paíoses que mais capitais lusos recebem apesar de, para Angola, terem caído 65,6% entre 2011 e 2012. A importância dos mercados emergentes não passa despercebida aos governantes nem às empresas. As visitas que estão a decorrer à Colômbia e Perú são dois exemplos do esforço que tem sido feito (ver secção Empresas do Diário Económico). A comitiva de empresas - entre as quais a EDP, REN, BES, Caixa Investimento, Visabeira, Porto de Sines, Mota-Engil e Bluepharma -, representantes da AICEP, ministro da Economia e secretário de Estado da Cultura que acompanharam o presidente da República, Cavaco Silva, na sua visita a estes países mostra que tem sido feito um esforço para dinamizar a internacionalização da economia portuguesa em novos mercados. As áreas preferenciais nesta visita em concrecto são a construção, transportes, energia, logística, tu- 6 casos de sucesso a nível internacional 18-04-2013 | Projectos Especiais A estratégia de internacionalização da Galp foi “fundamental para que a empresa se tornasse no operador integrado de energia que hoje é e que lhe permite resistir e continuar a investir em Portugal, apesar da conjuntura económica difícil que o país atravessa”, diz fonte oficial. A estratégia passou pela aposta na internacionalização em todas as áreas de negócio mas sobretudo focada na exploração e produção. “Somos hoje um operador integrado de energia, presente em todas as fases da cadeia de valor, desde a exploração de petróleo e gás natural, da refinação de crude à comercialização de produtos petrolíferos e de gás natural. Operamos em quatro continentes, em 15 países (Portugal, Espanha, Brasil, Angola, Venezuela, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Suazilândia, Gâmbia, Timor Leste, Uruguai, Guiné-Equatorial, Namíbia e Marrocos),mas as nossas atividades chegam a mais de 60 destinos para onde exportamos essencialmente produtos petrolíferos”. Na maioria, os resultados deste multinacional portuguesa provêm já, na sua maioria, de fora da Península Ibérica. Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 27,11 x 32,99 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 Mário Proença / Bloomberg HEALTH CLUSTER PORTUGAL Mota Engil O sector da construção civil e obras públicas está em crise e as construtoras não têm outra hipótese senão a de se internacionalizarem. A aposta da Mota Engil, porém, desde sempre passou pela expansão internacional. A estratégia actual é o investimento ma Espaço SADC (comunidade para o desenvolvimento da África Austral), América Latina e Europa Central. A empresa quer crescer de forma orgânica, em detrimento de aquisições, e replicar o modelo de negócio do Grupo em Portugal para cada mercado internacional. Aquando da sua criação, em 2008, o Health Custer Portugal (HCP) definiu objectivos a três-cinco anos, e até 2020. Fazendo contas aos primeiros, Joaquim Cunha, director executivo, destaca o contributo para “a valorização do conhecimento e da inovação na Saúde e Ciências da Vida, a promoção da investigação clínica e de translação, o melhor e mais eficaz relacionamento entre as empresas do sector e as instituições de ciência e hospitais”. Além disso, diz, ter um papel fundamental “na construção da reputação do sector, quer no plano internacional, quer ao nível nacional”. A estratégia seguida visa “potenciar a competitividade da cadeia de valor nacional da saúde” e admite que o esforço para incentivar a internacionalização, baseia-se na articulação entre os 134 associados com a AICEP, IAPMEI, a Enterprise Europe Network, o Infarmed e o INPI. Um trabalho conjunto que pretende “atrair investimento directo estrangeiro e a participação em missões empresariais”, o que “tem vindo, paulatinamente, a dar frutos”, com as exportações do sector a aumentarem significativamente nos últimos anos”. R.C. PARCERIA PORTUGUESA ÁGUA Bruno Barbosa Criada há pouco mais de ano e meio, a Parceria Portuguesa para a Água (PPA) junta 103 entidades, entre empresas, associações, organismos públicos, universidades e centros de investigação, tem excedido os objectivos iniciais, que visavam “aproveitar as reconhecidas capacidade técnicas de Portugal em toda a cadeia de valor associada aos recursos hídricos e intervenções na orla costeira”, diz Francisco Nunes Correia, presidente, que frisa os frutos já colhidos das missões empresariais à Sérvia e à Tunísia, dos canais abertos com as instituições financeiras internacionais, da divulgação quinzenal de múltiplas oportunidades de negócios à escala global e das relações de trabalho e cooperação com as mais relevantes instituições internacionais. O responsável ressalva o trabalho já feito a curto prazo, com vista ”à criação de oportunidades para as empresas e outras instituições portuguesas”, e a médio prazo, com o objectivo de “afirmar o prestígio e as capacidades dessas entidades na cena internacional”. Para este ano está prevista para este ano uma missão empresarial a Moçambique, e o desenvolvimento do projecto ÁguaGlobal, financiado pelo QREN, realizado em parceria com a AEP, que visa “uma melhor caracterização do sector português da água e o conhecimento aprofundado de oito mercados estratégicos: Brasil, Angola, Moçambique, Marrocos, Argélia, Sérvia, Croácia e Polónia”. R.C. Efacec TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO Michaela Rehle / Reuters 2013 será um ano de “redefinição das prioridades estratégicas para cada negócio em cada região, tendo por base a experiência adquirida desde a criação e operacionalização do actual modelo de cobertura da presença internacional”, disse fonte oficial da Efacec ao Diário Económico. O mercado externo representa hoje mais de 70% do volume de negócios da empresa. Europa Central, África Austral e América Latina foram as geografias onde a Efacec teve um crescimento de vendas mais acentuado. Na área da energia e automação foram fechados contratos importantes nos EUA, no Magrebe e na África Austral. A Índia, apesar de ser ainda pequeno para a companhia, foi o que teve maior crescimento relativo das vendas, com especial relevância para as actividades de logística, engenharia e renováveis. Fora das geografias com presença de empresas locais Efacec, destacam-se importantes negócios na Venezuela, Colômbia, Reino Unido, de automação na Turquia e na Tanzânia, dos transportes, e em particular no âmbito da mobilidade eléctrica, na Noruega e no Abu Dhabi e, no domínio dos armazéns automáticos, no mercado asiático, principalmentena Indonésia e em Singapura. País: Portugal TRÊS PROJECTOS COM OS OLHOS NO MUNDO GalpEnergia l Pág: III Sonae SR No final de 2012, as marcas da Sonae SR contavam com 146 lojas fora de Portugal, das quais 20 em regime de franchising e ‘store-in-store’ em países como Espanha, Turquia, Arábia Saudita, Malta, Egipto, Cazaquistão, Azerbaijão, República Dominicana e Venezuela. A Zippy, vestuário de bebé e criança e puericultura, entrou este trimestre em Marrocos e no Líbano, alargando a sua presença a um total de 12 países, estando também a exportar os seus produtos para a China. A marca BERG, que em Portugal é comercializada em exclusivo na Sport Zone, está a ser vendida para Equador, Estónia, Irlanda, Polónia, Reino Unido e Egipto. E a Modalfa abriu de quatro lojas nas Canárias, em Espanha. A Gatewit e a Vortal são apenas dois de muitos exemplos de empresas tecnológicas que apostam forte nos mercados externos. Neste caso, são as líderes na área das plataformas de contratação pública. A Vortal iniciou o seu processo de internacionalização em 2008, e tem na ferramenta econstroi, plataforma de contratação pública na área da construção, uma “importante alavanca neste processo, nomeadamente em África e no Sul da América”, diz Rui Dias Ferreira, CEO (na foto). A empresa gere dois mil compradores públicos e privados e uma rede de fornecedores com mais de 50 mil empresas, em 39 países, através das operações em Portugal, Espanha, República Checa e Reino Unido, sendo de salientar que 30% das oportunidades de negócio nos mercados privados estão em Angola, Cabo Verde, Moçambique, e Malawi. Os mercados externos representam já 6% da facturação da Vortal, que foi de dez milhões de euros, em 2012. A Gatewit, por seu turno, está presente em Espanha, Brasil, EUA, México, China e Reino Unido, tendo começado a aventura internacional em 2011. O peso dos mercados externos é actualmente de 20%. A ideia é “criar presença local com escritórios e empresa criada em cada um dos países”, explica Pedro Vaz Paulo, CEO. R.C. Paula Nunes ID: 47232375 Tiragem: 18056 ID: 47232375 18-04-2013 | Projectos Especiais Tiragem: 18056 Pág: I País: Portugal Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 27,04 x 21,87 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3 Peru, é um dos mercados alvo Enrique Castro-Mendivil / Reuters para os empresários portugueses. Mercados emergentes na mira das empresas portuguesas ◗ Casos de sucesso de empresas que se internacionalizaram