Quinta-feira 10 Abril 2014 Diário Económico 35
EMPRESAS / FINANÇAS
Colômbia tem 70 mil milhões para
compras a empresas portuguesas
‘Procurement’ Directora-geral da Colômbia Eficiente vê oportunidades em áreas como construção, retalho e tecnologias.
Filipe Alves
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A República da Colômbia tem as
portas abertas para empresas
portuguesas que lhe queiram
vender bens e serviços, disse ao
Económico a directora-geral da
agência de compras públicas
daquele país sul-americano.
María Margarita ‘Paca’ Zuleta
adiantou que o programa gere
compras públicas no valor de
100 mil milhões de dólares (70
mil milhões de euros).
“A Colômbia é um país que
demonstrou a sua estabilidade
económica e política e vemos
com muito interesse a participação de empresas portuguesas
em negócios públicos e privados no nosso país”, disse Paca
Zuleta durante uma passagem
por Lisboa, no âmbito da refor-
ma em curso do aparelho estatal
colombiano. A sua agência estatal, denominada Colômbia
Eficiente, adjudicou a gestão da
sua plataforma electrónica à
portuguesa Vortal.
Com a criação desta agência
de compras públicas, o governo
de Bogotá, liderado pelo presidente Juan Manuel Santos, pretende reduzir os gastos do Estado em 20% nos próximos quatro anos. Isto representa, em
termos absolutos, 12 mil milhões de dólares. Por trás desta
decisão está a necessidade de
racionalizar os gastos do Estado, realçou Paca Zuleta.
Defendeu que para tal o Estado colombiano conta com a
participação de empresas estrangeiras nos concursos para
fornecimento de bens e serviços. Recordou, a este respeito,
MARGARITA ‘PACA’ ZULETA
A directora-geral da Agência de Compras Públicas “Colômbia Eficiente”
adjudicou a gestão da sua plataforma
electrónica à portuguesa Vortal.
que o direito colombiano “trata
como nacionais as empresas de
países da União Europeia”.
Questionada sobre os sectores em que existem, em seu entender, mais oportunidades
para as empresas portuguesas,
Paca Zuleta elencou áreas como
a logística, distribuição, tecnologias, medicamentos, construção e concessões, lembrando
que vários grupos portugueses,
como a Jerónimo Martins e a
Mota-Engil, já estão naquele
mercado em rápido crescimento. E realçou a área das obras
públicas e concessões.
“A Colômbia lançou uma
consulta para a construção de
grandes auto-estradas e sabemos que há empresas portuguesas interessadas”, disse.
A directora-geral da Colômbia Eficiente referiu ainda que a
Vortal foi escolhida para gerir a
plataforma electrónica num
concurso público em que participaram vários grupos internacionais. “Tivemos várias ofertas
de companhias que operam a
nível mundial e a Vortal teve a
melhor proposta”, disse.
Adiantou: “Examinámos o
factor económico - isto é, o
preço - e o factor técnico. No
factor económico, a Vortal foi a
melhor e no factor técnico foi a
segunda melhor”.
Este contrato de 2,4 milhões
foi assinado entre as autoridades colombianas e a Vortal em
Novembro do ano passado, visando a disponibilização de soluções para a compra de bens e
serviços por parte da administração pública central e local,
envolvendo 6.500 entidades e
milhares de empresas. ■
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