SMEE - DECivil Dinâmica Estrutural e Engenharia Sísmica – MEC – 2007/2008 Métodos de integração numérica Estes métodos pretendem a integração numérica das equações diferenciais de movimento. Para tal, assumem que a excitação (e, indirectamente, a resposta) se encontram discretizadas no domínio do tempo, procurando satisfazer as equações de movimento nos instantes de integração, ou seja (i=1, 2, .., N) Mqi + Cq i + Kq i = Qi Os métodos de integração numérica distinguem-se relativamente às hipóteses que assumem relativamente ao andamento da excitação e/ou resposta no passo de integração. Nestas circunstâncias vão ser apresentados os seguintes dois métodos: • Método de integração linear por troços (piecewise linear, no original); • Método de integração da aceleração média constante. O primeiro método pressupõe que a excitação, discretizada no tempo, varia linearmente entre os instantes de discretização, ou seja: Q (t ) = Qi + Qi +1 − Qi Δ t com t i < t < t i +1 a resposta em cada instante é então determinada através da solução exacta do método correspondente à excitação linear por troços. A qualidade do método depende - única e exclusivamente - da validade da hipótese de assumir que a excitação varia linearmente no passo de integração. Jorge Miguel Proença SMEE - DECivil Dinâmica Estrutural e Engenharia Sísmica – MEC – 2007/2008 O método da aceleração média constante assume que a aceleração (resposta) se mantem constante no passo de integração, ou seja: q = qi + qi +1 2 Neste caso, a velocidade e deslocamento no fim do passo de integração são determinados através das equações do movimento uniformemente acelerado, ou seja: q i +1 = q i + Δ (qi + qi +1 ) 2 iΔ + qi +1 = qi + q Δ2 ( qi +1 + q i ) 4 Explicitando a equação anterior relativamente a qi +1 e i +1 consegue-se exprimir a substituindo na equação de q velocidade e aceleração no fim do passo de integração em função do deslocamento no mesmo instante. Substituindo na equação de movimento referente ao fim do passo de integração, chega-se a uma equação do tipo ~ ~ Kq i +1 = Qi +1 Que é utilizada para determinar o deslocamento no fim do passo eQ de integração. Os termos K i +1 são designados por rigidez e força efectiva, sendo determinados através de: 2C 4 M ~ + 2 K =K + Δ Δ 4 ~ ⎛2 ⎞ ⎛ 4 ⎞ Qi +1 = Qi +1 + C ⎜ q i + q i ⎟ + M ⎜ 2 q i + q i + qi ⎟ Δ ⎝Δ ⎠ ⎝Δ ⎠ Assim, o deslocamento no instante i+1 é determinado através da equação efectiva anterior. A velocidade é determinada através Jorge Miguel Proença SMEE - DECivil Dinâmica Estrutural e Engenharia Sísmica – MEC – 2007/2008 das equações do movimento uniformemente acelerado enquanto a aceleração é calculada de forma a satisfazer a equação de equilíbrio dinâmico no passo i+1, ou seja: q i +1 = −q i + qi +1 = 2 Δ q i +1 − 2 Δ qi 1 (Qi +1 − Cq i +1 − Kqi +1 ) M A análise da adequabilidade dos métodos de integração numérica é habitualmente (Bathe&Wilson) conduzida em termos da estabilidade e fiabilidade. A estabilidade traduz a possibilidade de a solução numérica divergir com o tempo, devido à acumulação tendenciosa de erros numéricos. Mesmo nos casos em que o algoritmo é estável, questiona-se a possibilidade da solução numérica se afastar da solução analítica, o que traduz a fiabilidade. No que se refere à estabilidade o método da aceleração média constante é incondicionalmente estável, ou seja é estável independentemente de Δ. Quanto à fiabilidade, os erros numéricos manifestam-se no alongamento do período e no decaímento da amplitude, relativamente à solução analítica (caso exista). Estes erros são tanto mais pronunciados quanto maior a relação T/Δ, em que T designa o menor período (associado à maior frequência) de interesse. Observe-se, para o efeito, a figura seguinte: Jorge Miguel Proença SMEE - DECivil Dinâmica Estrutural e Engenharia Sísmica – MEC – 2007/2008 Os estudos realizados apontam para erros crescentes com o aumento de Δ/T. Recomendam-se valores de Δ/T inferiores a 1/100-1/50. Bathe&Wilson – Numerical Methods in Finite Element Analysis, McGraw-Hill, 1976 Jorge Miguel Proença