COMO ESCREVER ECO, U. Como se faz uma tese. 17a. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002. BRUNI, J. C.; ANDRADE, J. A. R. de. Introdução às técnicas do trabalho intelectual. Araraquara: FCL/UNESP, [2000?]. QUESTÃO PRELIMINAR BÁSICA O QUE É ESCREVER? REQUISITOS PARA ESCREVER Pleno domínio da língua vernácula – conhecimentos gramaticais básicos; Conhecimento do vocabulário; Conhecimento do assunto; Familiaridade com a linguagem científica. O “[...] TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO antes de se dar início à redação, deve-se procurar reunir todos os dados e informações de que se dispõe sobre o assunto, procurando-se mobilizá-los para as questões levantadas” (BRUNI e ALMEIDA, [2000?], p. 16). O tratamento do material teórico; Tratamento do material empírico; A construção do ROTEIRO DE REDAÇÃO PARA QUEM SE ESCREVE? Quando escrevemos, dirigimo-nos à humanidade como um todo, não ao orientador ou à banca examinadora. “[...] em geral os textos que não explicam com grande familiaridade os termos que empregam deixam a suspeita de que seus autores são [...] inseguros [...]” (ECO, 2002, p. 113). Por isso, de início, definem-se os termos usados, assim que vão aparecendo, mesmo que depois recebam definição mais prolongada. “Deve-se [...] pensar em um texto a ser lido por qualquer pessoa interessada. E para se fazer entender é necessário que a escrita seja simples, clara e direta (BRUNI e ANDRADE, [2000?], p. 18). Escrever, como ler, é uma questão de treino. COMO SE ESCREVE: ALGUNS CONSELHOS (ECO) Nada de períodos longos; “Abra parágrafos com frequencia. Quando for o necessário, para arejar o texto, mas quanto mais vezes melhor” (p. 117); Use o orientador e amigos como leitores críticos [mas antes você mesmo deve reler seu texto e lapidá-lo, antes de passar a outra pessoa – deixe o texto descansar]; Use as figuras de retórica sempre que tiver seguro de que será compreendido, sem necessariamente ter que explicar-se. COMO SE ESCREVE: ALGUNS CONSELHOS (ECO) “Defina sempre um termo ao introduzi-lo pela primeira vez. Não sabendo defini-lo, evite-o. Se for um dos termos principais de sua tese e não conseguir defini-lo, abandone tudo. Enganou-se de tese (ou de profissão)” (p. 119). Eu ou nós? [o importante é manter a coerência ao longo do texto]. Exemplos: TEXTO ORIGINAL: Como a extração do ouro era a principal atividade econômica da época, alguns estados não eram propícios para o desenvolvimento dessa atividade e obrigava-se a desenvolver alguma outra atividade que fosse lucrativa para atender suas necessidades. Esse era o caso do Paraná e com isso ocorre o desenvolvimento da pecuária, e o aparecimento de algumas rotas para a passagem de tropas de gados para serem levados ao comercio de Sorocaba (SP). Exemplos: TEXTO REFORMULADO: Como a extração do ouro era a principal atividade econômica da época, as províncias que não dispunham desse minério obrigavam-se a desenvolver alguma outra atividade que fosse lucrativa, para atender as necessidades dos colonizadores ali instalados. Esse foi o caso do Paraná que desenvolveu a pecuária nos seus campos naturais e que viu-se traçado por rotas de tropeiros que transportavam o gado do Rio Grande do Sul até a feira de Sorocaba, onde eram vendidos para as minas. TEXTO ORIGINAL: Definida a problemática de pesquisa, iniciamos a formulação das diretrizes que orientarão os nossos trabalhos. A premissa do trabalho é: Por que este grupo de descendência italiana, migrantes à área rural de Guarapuava, não permaneceu nesta e migrou para a área urbana? Esta questão norteou a exploração. A busca a esta resposta, direcionou-nos ao conhecimento das transformações sócioeconômicas e culturais ocorrida na Colônia Municipal Agrícola do Jordão, em Guarapuava – PR. TEXTO CORRIGIDO: Definida a problemática de pesquisa, iniciamos a formulação das diretrizes que orientarão os nossos trabalhos. A premissa do trabalho é: Por que este grupo de famílias, de descendência italiana, migraram do Rio Grande do Sul para Guarapuava e, por que, já neste município, precisaram realizam um novo processo migratório, desta vez para a cidade? Estas questões nortearam a exploração inicial. A busca a respostas direcionou-nos ao conhecimento das transformações sócio-econômicas e culturais ocorridas na primeira metade do século XX, no Rio Grande do Sul, bem como das que, mais recentemente, atingiram a Colônia Municipal Agrícola do Jordão, em Guarapuava – PR. As Citações “Em geral citam-se muitos textos alheios numa tese: o texto objeto do trabalho, ou a fonte primária, e a literatura crítica sobre o assunto, ou as fontes secundárias. [...] as citações são praticamente de dois tipos: (a) cita-se um texto a ser depois interpretado e (b) cita-se um texto de apoio a nossa interpretação. É difícil dizer se se deve citar com profusão ou com parcimônia. Depende do tipo de tese. Uma análise crítica de um escritor requer, obviamente, que se transcrevam e analisem longos trechos de sua obra. Outras vezes, a citação pode ser uma manifestação de preguiça: o candidato não quer ou não é capaz de resumir uma determinada série de dados e deixa a tarefa aos cuidados de outrem. Vejamos, pois, dez regras para citação. Regra 1 – os textos objeto de análise interpretativa são citados com razoável amplitude. Regra 2 – os textos da literatura crítica só são citados quando, com sua autoridade, corroboram ou confirmam afirmação nossa. [Qual o tamanho da citação?] Regra 3 – A citação presume que a idéia do autor citado seja compartilhada, a menos que o trecho seja precedido e seguido de expressões críticas. Regra 4 – de todas as citações devem ser claramente reconhecíveis o autor e a fonte impressa ou manuscrita. [pode ser por nota de rodapé, ou indicando no próprio texto entre parênteses o autor, a data e a página – Ex: (ANDRÉ, 2001, p. 58) -, logo após da citação, ou antes dela] [quando se lê um texto em língua estrangeira, deve-se apresentar no texto uma citação traduzida livremente e em nota de rodapé o texto original, ou vice-versa] Regra 7 – A remissão ao autor e à obra deve ser clara. ... [não deixando margem para dúvidas] [Ex. de remissão confusa:] Concordamos com Vásques (1976, p. 160) quando sustenta que “o problema em exame está longe de ser resolvido”, e, apesar da conhecida opinião de Braun (1968, p. 345), para quem “a luz se fez em definitivo sobre essa antiga questão”, consideramos com nosso autor que “resta ainda percorrer um longo caminho antes que se chegue a um estádio de conhecimento satisfatório”. Regra 8 – Quando uma citação não ultrapassa três linhas [digitadas], pode-se inserí-la no corpo do parágrafo entre aspas duplas... Regra 9 – As citações devem ser fiéis. Primeiro, deve-se transcrever palavras tal como estão (e, para tanto, convém sempre, após a redação, confrontar as citações com o original, pois ao copiá-las, à mão ou à máquina, costumamos incorrer em erros ou omissões). Segundo, nunca se devem eliminar partes do texto sem que isso seja assinalado: esta sinalização de elipses faz-se mediante a inserção de reticências, que correspondem às porções deixadas de lado. Terceiro, jamais fazer interpolações: qualquer comentário, esclarecimento, ou especificação nossos devem vir entre colchetes. Mesmo os grifos (sublinhados) que não são do autor, mas nossos, devem ser assinalados. Regra 10 – Citar é como testemunhar um processo. Precisamos estar sempre em condições de retomar o depoimento e demonstrar que é fidedigno. Por isso, a referência deve ser exata e precisa ... como também averiguável por todos. Que fazer quando uma informação ou um juízo importante forem fornecidos por uma comunicação pessoal, carta ou manuscrito? Basta citar a frase apondo em nota uma das seguintes expressões: 1 – Comunicação pessoal do autor (6 de junho de 1975) 2 – Carta pessoal do autor (6 de junho de 1975) 3 – Declaração registrada em 6 de junho de 1975. 4 – C. Smithe, Le Fonti dell’Edda di Snorri, manuscrito. 5 – C. Smithe, Comunicação ao XII Congresso de Fisioterapia em 6 de junho de 1975.” MANUAL DA UNESP ITEM 5 – CITAÇÕES Compreenderam?