XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. PRODUTIVIDADE EM SERVIÇOS PROFISSIONAIS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ORGANIZAÇÃO PRESTADORA DE SERVIÇOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL Samara Lopes Barbosa (UFMG) [email protected] Noel Torres Junior (UFMG) [email protected] O setor de serviços vem se expandindo rapidamente em volume e diversidade, principalmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A crescente participação das atividades de serviços na economia é evidenciada pelo aumento da sua partiicipação no PIB e também pela geração de empregos. O interesse em investigar e compreender os serviços profissionais vem aumentando por serem estes distintos dos demais tipos de serviços, o ambiente diferenciado que os envolve demanda novas teorias gerenciais que tratem da melhoria dos seus processos e da sua produtividade. No entanto, observa-se que a produtividade em serviços é um tema ainda pouco explorado. Portanto, pela relevância deste tema, foi realizado um estudo de caso em uma empresa prestadora de serviços de propriedade intelectual com o objetivo de investigar e compreender como a produtividade em serviços profissionais pode ser melhorada. Palavras-chaves: serviços profissionais; produtividade em serviços; gestão por processos XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 1. Introdução As empresas prestadoras de serviço têm como característica marcante a intangibilidade, sendo assim, os seus processos nem sempre são visíveis e passíveis de mensuração, ocorrem à medida da necessidade dos clientes que estão ao mesmo tempo colaborando para a sua realização (ZEITHAML e BITNER 2003). A importância das atividades de serviço na economia mundial é evidente desde a Grécia clássica, onde a preocupação com a educação dos jovens era conhecida, mesmo numa sociedade escravocrata e agrícola. Na Idade Média, destacava-se como atividade economicamente mais importante de países inteiros da Europa, os serviços de transporte de especiarias e de tecidos (CORRÊA e CAON, 2002). No mundo contemporâneo, o setor de serviços vem se expandindo rapidamente em volume e diversidade, principalmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento (CHASE e APTE, 2007). A crescente participação das atividades de serviços na economia é evidenciada pelo aumento da sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) e também pela geração de empregos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os serviços passaram a responder por 68,5% da economia brasileira em 2009, o peso era de 66,7% no ano anterior. Pode-se então observar que além de representar mais da metade da geração de riqueza do nosso país, o setor de serviço encontra-se também em crescimento. Nordenflycht (2010) aponta que o interesse pelos serviços profissionais vem aumentando por serem estes distintos dos demais tipos de serviços. O ambiente diferenciado que envolve os serviços profissionais demanda novas teorias gerenciais que tratem da melhoria dos seus processos e da sua produtividade. A produtividade de um processo está relacionada em como os recursos da entrada são transformados eficazmente em valor para seus clientes. Para bens tangíveis, há instrumentos, conceitos e medidas de produtividade já conhecidos e amplamente utilizados no setor industrial. Entretanto, no contexto da prestação de serviços, as suposições subjacentes destes conceitos e modelos existentes não se adéquam plenamente à sua realidade. Características como intangibilidade, perecibilidade, heterogeneidade e variabilidade tornam a medição da produtividade em serviços mais complexa (KOTLER, 1998; GRÖNROOS e OJASALO, 2004). Produtividade em serviços é um tema ainda pouco explorado, gerando confusão na definição até mesmo de seu conceito (JOHNSTON e JONES, 2004). Dessa forma, pela relevância deste tema, foi realizado um estudo de caso em uma empresa prestadora de serviços de propriedade intelectual com o objetivo de investigar e compreender como a produtividade em serviços profissionais pode ser melhorada. 2. Referencial Teórico 2.1 A Busca por Produtividade De uma maneira genérica, a produtividade de um sistema produtivo qualquer pode ser definida como a relação entre o que é gerado por um sistema produtivo qualquer (seus produtos ou outputs) e o que entra nesse sistema (seus insumos ou inputs), num certo período de tempo. Dependendo do número de insumos considerados, pode-se obter as seguintes categorias de produtividade: - Produtividade parcial – quando se considera apenas um dos insumos usados (mão-de- obra, capital, energia, matérias-primas, etc). 2 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. - Produtividade total dos fatores – quando são considerados simultaneamente os insumos capital e mão-de-obra, que são somados de acordo com certas regras para dar uma medida única dos insumos. - Produtividade total – quando se considera todos os insumos. Entretanto, na prática, há vários motivos pelos quais se torna muito difícil utilizar todos os insumos. Há de se considerar que alguns deles podem não estar disponíveis para o cálculo e outros são virtualmente impossíveis de ser medidos, por mais inegável que seja a sua contribuição (MOREIRA, 1991) Segundo Moreira (1991) a produtividade é um critério de desempenho bastante utilizado pelas organizações, pois apresenta vários usos potenciais aos seus gestores: - Como ferramenta gerencial, juntamente com outros indicadores gerencias, auxiliando no controle e monitoramento das ações gerenciais implementadas pela empresa. - Como instrumento de motivação, pois a existência de indicadores de produtividade pode servir de estímulo para a adoção de melhorias. - Auxiliando na previsão de necessidades futuras de recursos produtivos. - Como indicador do crescimento relativo de áreas ou categorias funcionais dentro da empresa. - Para comparação do desempenho de unidades de uma mesma empresa, com outras unidades. - Para comparação do desempenho de uma organização com o setor a que pertence. - Como instrumento de análise das fontes de crescimento econômico — a nível de nação ou setores. Verificando seu papel como indicador da evolução do agregado econômico, de sua ligação com riqueza e bem-estar. Por tudo que já foi exposto, a busca por produtividade nas organizações tem sido um objetivo importante. Desde a segunda guerra mundial, as economias dos diferentes países aumentaram drasticamente a participação do setor de serviços. Entretanto, a produtividade neste setor não tem apresentado um crescimento tão significativo como a existente nos setores industrial e primário (HAYWOOD-FARMER e NOLLET, 1984). Estudar e compreender como a produtividade pode ser melhorada neste setor é notadamente um tema relevante. Entretanto, o conceito de produtividade está profundamente enraizado no contexto da produção industrial, principalmente em processos que lidam com alto volume de produtos. Um reflexo disto é a grande quantidade de estudos e indicadores que se fazem presentes na mensuração da produtividade industrial. A mensuração e a melhoria da produtividade na gestão de serviços se encontram ainda pouco explorada pelos pesquisadores e praticantes deste setor. Ao se focalizar nos serviços classificados como profissionais, a situação torna-se mais crítica. Nestes serviços, existem poucos trabalhos acerca deste tema. Não se tem uma noção tão precisa e consolidada do que se pode fazer para melhorar ou mesmo mensurar a produtividade. A pequena quantidade de trabalhos e a escassa divulgação de conhecimento acerca deste tema também contribuí significativamente em impedir o desenvolvimento deste tema (ARMISTED et al., 1988; GRONROOS e OJASALO, 2004; JOHNSTON e JONES, 2004). 2.2 Os Serviços Profissionais e a Produtividade Silvestro; Fitzgerald e Johnston (1992), como forma de unificar as diferentes dimensões de classificação sem, entretanto, causar distorções às variáveis até então utilizadas, propuseram 3 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. uma tipologia de classificação que é bastante referenciada na literatura é utilizada neste trabalho. Essa tipologia foi concebida considerando seis variáveis: - Foco nos equipamentos ou nas pessoas: O foco nos equipamentos se dá quando estes são os elementos centrais para a entrega de serviço. Já o foco nas pessoas ocorre quando a provisão de pessoal de contato é o elemento central para a entrega de serviço. - Tempo de contato com o cliente por transação: O contato do cliente é considerado alto se ele gasta horas, dias ou semanas no sistema de serviço, por transação. Pode também ser considerado baixo se realizado em alguns minutos apenas. - Grau de customização: O grau de customização é alto quando o processo de serviço se adapta às necessidades individuais dos clientes. O grau de customização é baixo quando existe um processo padronizado não–variado e a disponibilidade de opções é predeterminada. - Grau de discrição: O grau de discrição é alto quando o pessoal da linha de frente pode exercer julgamento para alterar o pacote de serviço ou processo sem consultar seus superiores. O grau de discrição é baixo quando as mudanças para o fornecimento do serviço podem ser feitas apenas com autorização de superiores. - Orientação para o back-office (retaguarda) ou front-office (linha de frente): Um processo de serviço com orientação ao back-office caracteriza-se por uma proporção maior de funcionários nesta posição. Observa-se a mesma lógica de alocação de recursos em processos orientados para o front-office. - Foco em produtos ou processos: Um serviço com foco em produtos é caracterizado pela ênfase ao objeto de compra do cliente. Já um serviço com foco em processos destaca o modo como o serviço é entregue ao cliente. À luz dessas características e baseando-se no volume de processamento de pessoas da operação, estes autores definiram três tipos básicos de operações de serviço: Serviços profissionais, Lojas de serviços e Serviços de massa. Estes diferem em volume e variedade, e suas características devem ser avaliadas para elaboração de estratégias adequadas de atendimento Os serviços que são analisados neste trabalho são os serviços profissionais. Este tipo de é caracterizado por um volume de transações relativamente baixo, alto grau de personalização, orientação para o processo, tempo de contato relativamente alto, mais valor agregado nas atividades de linha de frente e funcionários da linha de frente com alto grau de discrição (SILVESTRO; FITZGERALD E JOHNSTON, 1992) Existem importantes diferenças entre bens e estes serviços que têm muitas implicações para os gerentes de operações de serviços e pelo menos quatro dessas características têm um impacto significativo sobre a produtividade (intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade). Em primeiro lugar, os serviços envolvem o cliente diretamente no processo de produção. Esta participação traz uma incerteza maior para o processo e pode introduzir um certo descontrole que tem o potencial de reduzir significativamente a produtividade. Em certos serviços, o cliente precisa ser deslocar e se dirigir até o prestador de serviço. Neste tipo de serviço, cada unidade acaba tendo um certo grau de abrangência, fazendo com que as organizações de serviços tenham várias unidades, caso tencionem atender um mercado maior. Isto gera uma certa descentralização para a operação e dificulta a obtenção de ganhos advindos da economia de escala. Um outro aspecto relevante é que a procura pelo serviço é muito dependente do tempo. Neste contexto, normalmente a demanda apresenta picos que tornam difícil conseguir uma gestão eficiente dos recursos produtivos. Muitas das vezes, a 4 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. organização é obrigada a trabalhar com excesso de capacidade ou o oposto (capacidade insuficiente).(HAYWOOD-FARMER e NOLLET, 1984). Os serviços profissionais têm uma série de outras características que tornam ainda mais difícil a busca por melhoria na produtividade. Os funcionários dos serviços profissionais não são facilmente controladas devido ao alto grau de discrição que normalmente possuem. Muitos profissionais estão frequentemente em contato direto com seus clientes, o que por sua vez coloca uma pressão adicional sobre o profissional e reduz ainda mais o caso do controle do processo de produção. Finalmente, os gestores de serviços profissionais, devem conciliar a necessidade de desenvolvimento profissional de seus funcionários com a busca por custos mais baixos na operação (HAYWOOD-FARMER e NOLLET, 1984). Haywood-Farmer e Nollet (1984) identificaram diversas maneiras de melhorar a produtividade nestes serviços. São elas: a) Automatizar quando viável – A substituição do homem pela máquina tem sido uma prática utilizada com o advento de novas tecnologias na tentativa de melhorar a produtividade. Essa é uma técnica aplicável em vários tipos de serviços, onde computadores são utilizados em larga escala, principalmente em serviços profissionais. Muitas vezes estes servem como apoio ao profissional, armazenando dados, acelerando processos antes realizados manualmente, onde a economia de tempo proporcionada pelas máquinas é de grande importância. Além do tempo, atividades complexas, como as de diagnóstico médico por imagem, ou simulação de processos por engenheiros, podem ser mais facilmente executadas com economia de recursos e maior confiabilidade dos resultados. b) Economia de escala – Esta normalmente associada à especialização de uma determinada atividade. A segunda maneira mais comum de melhorar a produtividade em serviços profissionais. Embora este tipo de prestação de serviço não precise de instalações ou equipamentos caros, a especialização de um profissional é um bem valioso na empresa, seu tempo e conhecimentos são o principal custo do serviço. A especialização cria uma imagem respeitável em um mercado específico, que serve como um importante ponto de venda. Dessa forma, com um volume significativo em uma área definida, o profissional pode reduzir o tempo dedicado a cada trabalho, uma vez que, devido a experiências repetidas em casos similares, consegue mais facilmente entregar o que o cliente precisa em menos tempo, mantendo um bom nível de qualidade. Entretanto, apesar dessas vantagens competitivas, a especialização tem um outro lado: a restrição do profissional e do mercado de atuação. Isso implica em uma questão ética bastante delicada e corriqueira na atuação de auditores e consultores, onde muitas vezes estarão prestando serviços entre concorrentes. Os autores afirmam que o ideal seria um equilíbrio entre variedade e especialização dos serviços prestados, ou seja, não restringir a uma única área, mas ser também reconhecido como especialista em alguns tipos de serviços. Sem dúvida um grande desafio para as empresas. c) Desenvolver um negócio grande o suficiente para ser econômico – Como aumentar o tamanho de um negócio? A resposta óbvia seria: aumentando as vendas. No entanto, o autor aponta uma dificuldade em trabalhar o marketing para serviços profissionais, pois muitas profissões sofrem restrições em praticar atividades de marketing devido à códigos de ética profissional ou mesmo pela legislação vigente. Outra dificuldade seria como anunciar um serviço profissional, dada a sua heterogeneidade. Além disso, muitos veem os anúncios nesta área como algo pouco profissional. Dessa forma, a empresa deve trabalhar com a sua imagem e reputação para atrair novos clientes. 5 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. d) Deixar que os assistentes façam parte do trabalho – Em cada profissão, existe um número necessário de atividades rotineiras a serem executadas as quais os profissionais já estão treinados. Pelo grau de experiência adquirido de cada profissional, o seu tempo passa ser muito valioso para ser tomado por essas atividades, sendo bastante produtivo deixar que um assistente as assuma para ele possa desenvolver atividades mais complexas. O uso de assistentes em serviços é uma estratégia comum em serviços profissionais e tem dois grandes benefícios: treinar novos profissionais e gerar economia para a empresa. Os autores, contudo, advertem que os assistentes não são apropriados para toda situação. O assistente muitas vezes não possui ainda o direito legal e a credibilidade de um profissional, portanto devem ser utilizados com cuidado, principalmente quando há um contato direto com o cliente. e) Comprar o serviço ao invés de fazê-lo – A produtividade em serviços profissionais pode ser melhorada comprando serviços ao invés de manter na empresa uma estrutura para provê-los. Essa estratégia permite ao profissional um maior foco no desenvolvimento do seu negócio, economia em escala, pois assim consegue atender mais clientes, bem como a redução de gastos com quadro de funcionários e treinamentos. Outra vantagem desta estratégia é poder contar com a opinião de outro profissional, geralmente um especialista na prestação daquele serviço. Há também alguns aspectos negativos nesta prática. Ao comprar um serviço, não necessariamente o profissional adquire a habilidade ou informações suficientes para total entendimento da situação. Outro ponto delicado é a transmissão de informações da empresa e do cliente ao fornecedor deste serviço, após a sua entrega não existe maneira de controlar o destino e uso dessas informações. f) Deixar que o consumidor desenvolva parte do serviço – O grande número de serviços do tipo self-service confirma a popularidade desta estratégia entre os prestadores de serviços não profissionais. Entretanto, esta prática vem tornando-se comum também em serviços profissionais. Segundo os autores, essa estratégia proporciona vantagens ao profissional e aos clientes. O primeiro economiza tempo e aumenta sua produtividade, enquanto os clientes se sentem mais envolvidos no processo e encontram maior flexibilidade na compra do serviço. Desvantagens também estão presentes neste modelo. Os profissionais gastam mais tempo ―treinando‖ clientes na execução de algumas atividades, e isso pode criar expectativas na redução do preço cobrado, uma vez que foi o próprio cliente que ―executou‖ parte do trabalho. Essa estratégia pode também encorajar o cliente a ir além e aprender a realizar ele mesmo o serviço, causando uma descrença na imagem do profissional. g) Projetar um serviço focalizado – Profissionais podem aumentar a sua produtividade projetando seu serviço com um foco bem definido. O projeto do serviço profissional deve ter um foco que fornece benefícios para o segmento que pretende atingir. O esforço de tentar servir a todos acaba sendo em vão por não ser capaz de atender as necessidades específicas dos clientes. O foco proporciona ao profissional economia de escala e uma boa imagem no mercado. Por outro lado, o foco pode restringir a atuação em outros mercados, por isso deve haver um equilíbrio da necessidade de focalizar o serviço prestado e a necessidade de desenvolvimento pessoal e lucratividade da empresa. h) Projetar um processo de entrega compatível com o serviço – É de grande auxílio aos profissionais projetar um sistema de entrega do serviço que seja eficiente e compatível com o serviço. Esse sistema usualmente incorpora o processo de produção do serviço e há inúmeros elementos inter-relacionados, incluindo layout, mobiliário, processamento de informações, entre outros. O processo deve ser desenhado com o objetivo de criar uma boa imagem tanto para o funcionário como para o cliente, permitindo também alguma flexibilidade e evitando gargalos de produção. 6 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. i) Gerenciar o serviço como um negócio – Os autores afirmam que muitos profissionais operam seus negócios de forma independente, mas não os gerenciam muito bem. Essa é a causa de muitos dos problemas enfrentados por eles e provavelmente uma causa da baixa produtividade destes serviços. Muitas vezes a formação técnica do profissional não oferece subsídio à prática gerencial, ou mesmo, não é interessante que o profissional perca o foco técnico para se dedicar ao gerenciamento. Assim, pode ser importante a contratação de um profissional em gestão para a execução das atividades de administração do negócio. 2.3 Importância da Gestão por Processos para Melhoria da Produtividade Processos podem ser vistos sob diferentes enfoques: ―Processo é qualquer atividade ou conjunto de atividade que transforma um input, agregando valor a este, e gera um output a um cliente específico‖ (GONÇALVES, 2000). Para Kotler (1998), ―processo é um método particular de operação ou uma série de ações, normalmente envolvendo múltiplos passos que, muitas vezes, precisam acontecer em uma seqüência definida‖. Para Hammer e Champy (1998) é ―um grupo de atividades executadas numa seqüência lógica para obtenção de um produto ou serviço que atenda às necessidades de um grupo de clientes‖. Observa-se na descrição dos autores que o processo é uma atividade ou conjunto de atividades que transformam uma série de insumos em um conjunto de resultados para o cliente, seja ele interno ou externo. Isso é particularmente importante na prestação de serviços pelo seu caráter intangível. Dessa forma é possível visualizar melhor o fluxo de atividades, gerenciando-o para uma melhor produtividade, uma vez que possui entradas e saídas bem definidas (HARRINGTON, 1991). O desenho do processo de produção e entrega para o cliente foi ressaltado por Haywood-Farmer e Nollet (1984) como uma estratégia para melhoria da produtividade em serviços profissionais, uma vez que por meio deste é possível visualizar as atividades, evitando gargalos e trabalhando para uma maior eficiência e eficácia das atividades a serem executadas. O mapeamento e gerenciamento dos processos em uma organização qualquer trazem benefícios como: foco no trabalho, simplicidade e agilidade às atividades, proporciona flexibilidade organizacional, facilita a gestão (indicadores, definição dos elementos de entrada e saída), permite uma visão integrada da organização, bem como gestão das competências e do conhecimento (ERNEST & YOUNG, 1997). Segundo Davenport (1994) o sucesso das empresas japonesas em relação às concorrentes americanas nas décadas de 80 e 90 é devido ao fato das mesmas terem descoberto o gerenciamento de processos. Até o século XX, a forma dominante de organização das empresas era feita por funções. A gestão por processos surge para quebrar paradigmas e redesenhar as estruturas de produção de bens e serviços, seja por exigência do próprio mercado – concorrência acirrada ou requisitos para certificações de qualidade, como as normas serie ISO 9000, ou por mudança de mentalidade, as empresas reconhecem e identificam os benefícios desse modelo de gestão (GONÇALVES, 2000; BARBARÁ, 2005). Empresas como IBM e a HP estão se organizando por processos no esforço para mudar de patamar em termos de desempenho empresarial, de atendimento aos seus clientes e de resultados para seus acionistas. As empresas estão procurando se organizar por processos para terem maior eficiência na obtenção do seu produto ou serviço, melhor adaptação às mudanças, melhor integração de seus esforços e maior capacidade de aprendizado (GONÇALVES, 2000). A ideia de processo não é uma inovação na administração das empresas, é, inclusive, uma ideia tradicional da engenharia. Ela traz um novo entendimento que diz que o negócio precisa 7 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. focar aquilo que pode ser feito para atender as necessidades das partes interessadas com a mínima utilização de recursos e o máximo índice de acerto, apresentando, assim, o melhor desempenho possível do sistema integrado (HARRINGTON, 1991; GONÇALVES, 2000; BARBARÁ, 2005). Mapeamento de processos é um mecanismo para retratar a situação atual e descrever a visão futura dos processos de negócios (ERNEST & YOUNG, 1997). Paim et al. (2009) reafirmam os benefícios da gestão por processos: - Melhoria do fluxo de informações e dos processos, tendo como objetivo eliminar processos e regras obsoletas e ineficientes e gerenciamento desnecessário; - Possibilita a padronização das atividades, aumentando assim a produtividade, reduzindo custos e tempo dos processos; - Padronização dos processos em função da definição de um referencial de conformidade; - Uniformização de entendimento sobre a forma de trabalho; - Disseminação do conhecimento para todos os membros da equipe, gerando uma visão homogênea do negócio. Pelo que foi exposto, observa-se que a gestão por meio de processos oferece ferramentas para melhorar a produtividade das atividades. Por meio da padronização, por exemplo, é possível manter uma maior homogeneidade do serviço prestado, oferecendo aos clientes um serviço com uma qualidade mais homogênea. A padronização leva também a especialização, que segundo Haywood-Farmer e Nollet (1984) é um fator que leva a uma maior produtividade dos serviços profissionais, uma vez que o executor já está familiarizado com a sequência de atividades e sabe exatamente como proceder. Isso gera uma grande economia de tempo que poderá levar a uma economia de escala também, pois a empresa estará apta a atender mais clientes em menos tempo. O desenho dos processos de entrega de serviço para o cliente favorece também o seu gerenciamento. A identificação de etapas críticas e dos possíveis gargalos auxiliam no direcionamento de esforços para a melhoria da produtividade. Segundo Paim et al (2009), a gestão por processos leva à melhoria da gestão organizacional por permitir um melhor conhecimento dos processos associados a outros eixos importantes de coordenação do trabalho, como, por exemplo, indicadores de desempenho, projeto organizacional, sistemas de informação, competências, entre outros. Ocorre ainda um aumento da compreensão teórica e prática sobre os processos, ampliando as possibilidades de reflexão, diálogo e ação voltada ao desenvolvimento e aprimoramentos dos processos (ERNEST e YOUNG, 1997). 3. Método de Pesquisa Por se tratar de um problema de pesquisa sobre o qual o conhecimento ainda está difuso, tendo como propósito central, proporcionar maior familiaridade com o mesmo e torná-lo mais explícito, o presente trabalho pode ser caracterizado, conforme GIL (1991), como exploratório. Por se tratar de uma investigação de uma situação real, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso que, segundo Yin (2001), é a metodologia mais adequada para investigação de fenômenos contemporâneos dentro do seu contexto real. Harley (1994) enfatiza que os estudos de caso são capazes de explorar processos sociais à medida que eles se desenrolam nas organizações. Seu emprego permite uma análise processual, contextual e longitudinal das várias ações e significados que se manifestam e são construídos na própria organização. A coleta de dados do Estado de Caso reportado neste trabalho se deu após uma intervenção que visava o mapeamento e padronização de seus principais processos. As informações foram 8 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. coletadas por meio de entrevistas realizadas com os gestores e demais colaboradores responsáveis pela gestão e operacionalização dos serviços analisados. Outras fontes forma utilizadas para complementar as informações coletadas, como pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e observação direta, procurando relacionar diferentes evidências. ―Ninguém investiga o que não conhece. E a forma mais fecunda para se obter conhecimento é através da revisão da literatura‖ (KÖCHE, 1997). A pesquisa bibliográfica tem com finalidade colocar o autor em contato com o que foi escrito sobre o tema de estudo para capacitá-lo a tratar o seu objeto de investigação de forma mais segura (MARCONI; LAKATOS, 1999). Durante o levantamento bibliográfico, foi realizada uma leitura crítica para selecionar as fontes de maior relevância para o desenvolvimento do tema desta pesquisa. O objeto para análise deste estudo foi uma empresa prestadora de serviços de propriedade intelectual. A empresa tem aproximadamente 15 anos de mercado atuando em toda Minas Gerais e conta com uma equipe de quatro pessoas: diretor, assistente comercial, assistente operacional e assistente financeiro. Os produtos oferecidos pela empresa são: Registro de Marca, Registro de Patente, Registro de Software e Registro de Desenho Industrial. A coleta de dados foi realizada entre os meses de Agosto e Outubro de 2010, e Janeiro de 2011. A proposta de trabalho foi apresentada à equipe no início de agosto, por meio de um workshop, em seguida várias reuniões e entrevistas individuais foram realizadas para refinar e acurar as informações obtidas. 4. Resultados e Discussão O produto da empresa em análise possui alto grau de intangibilidade, onde a entrada são informações diversas do cliente e a saída um certificado de registro. Por ser um serviço que depende das normas e leis instituídas pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), pode ser considerado altamente profissional, tomando como base as diversas matrizes de classificação de serviços pesquisadas (LOVELOCK, 1983; SCHMENNER, 1986 e 2004). Apesar desta característica, o grau de customização é baixo, uma vez que o processo de registros junto ao INPI acontece com etapas pré-definidas pela legislação vigente. Como o serviço estudado consiste na formalização de um conhecimento contendo informações confidencias e estratégicas para a empresa, em alguns casos, os clientes demonstram insegurança em compartilhar as informações solicitadas. Além disso, muitos clientes desconhecem ou conhecem muito pouco sobre a legislação de propriedade intelectual, dificultando ainda mais o fluxo de informações necessárias para o início do serviço. Nestes casos, a interação com o cliente é fator determinante para o bom andamento das atividades da empresa, caso contrário o cliente poderá dificultar ou até omitir informações pelo receio de que estas sejam indevidamente utilizadas. É importante ressaltar que esta prestação de serviço trabalha com o capital intelectual das pessoas, invenções, criações, ou seja, um bem valioso que poderá ser plagiado por terceiros. Daí a necessidade de muita delicadeza e tato na coleta de informações para que o cliente se sinta seguro e confie no profissional que o está assistindo. A produção ou sistema de entrega de serviços pode ser dividido em atividades de ―frontoffice‖ e ―back-office‖, de acordo com o grau de contato e participação dos clientes nas mesmas (LOVELOCK e YIP, 1986). Durante o estudo realizado, observou-se que a maior parte das atividades da empresa investigada ocorre no back-office, conforme demonstrado na Figura 1, os clientes são acionados quando há a necessidade de captar e enviar informações. Essa é também uma característica da natureza deste serviço do tipo ―baseado em informações‖. Dessa forma, as atividades acontecem independentemente da presença física do 9 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. cliente, que pode até mesmo solicitar o serviço por telefone ou e-mail. Aqui também é necessário ressaltar que alguns clientes demandam mais atividades front-office pela falta de conhecimento neste tipo de serviço. Entretanto, mesmo com a maior parte das atividades da empresa acontecendo no back-office, observou-se que as poucas atividades de front-office são determinantes para o bom andamento do restante do serviço. Os processos de captação e obtenção de informações dos clientes variam conforme o seu conhecimento prévio sobre propriedade intelectual. Quanto melhor o seu conhecimento sobre o tema, mais facilmente ocorre o fluxo de informações necessárias para o serviço. Em entrevista, os colaboradores da empresa enfatizaram que esse processo é bastante facilitado com clientes maduros, ou seja, aqueles clientes que, por já terem solicitado o serviço anteriormente, já foram ―treinados‖ e assim contribuem para uma prestação de um serviço mais eficiente. No entanto, no caso de um novo cliente, o tempo gasto para informá-lo sobre o serviço e seus trâmites retarda o início do serviço e gera, muitas vezes, gargalos no fluxo de trabalho, pois o cliente é mais resistente à transferência de informações. Ainda na Figura 1, à direita e à esquerda do fluxo de processos, é possível observar as principais entradas que alimentam a execução das atividades e as saídas esperadas ao final de cada etapa. Os processos 1, 2 e 3 compõem as atividades de front-office e os processos 4, 5 e 6 compõem as atividades de back-office. Apesar de numericamente a quantidade de processos ser a mesma em cada categoria explicitada, as atividades executadas pelos processos de backoffice são em maior quantidade e complexidade, essas também requerem conhecimento técnicos dos profissionais. Já as atividade de front-office podem variar em sua complexidade e tempo desprendido de acordo com o nível de conhecimento que os clientes apresentam ao solicitar o serviço. Os clientes maduros gastam menos tempo nestes processos, enquanto clientes novos demandam maior atenção do prestador do serviço. Outra diferença importante entre essas categorias de processos está nas habilidades dos profissionais. As atividade de front-office demandam profissionais com um perfil mais comunicativo e com poder de negociação, já as de back-office exigem profissionais mais técnicos e disciplinados. Em entrevista com o Diretor (proprietário) da empresa, foi observado que, devido à característica confidencial das informações solicitadas aos clientes, em alguns casos, estes não se sentem à vontade para transmiti-las aos funcionários assistentes. O uso de assistentes em serviços profissionais é fortemente recomendado por Haywood-Farmer e Nollet (1984) para que o profissional com maior know-how sobre o assunto possa se dedicar a atividades mais complexas, pois seu tempo possui um alto valor agregado. Por esse motivo a empresa está trabalhando melhor a marca da empresa em detrimento do nome do profissional, bem como o relacionamento com clientes. Conforme Zeithaml et al. (2003) apontaram em seus estudos, a segmentação e seleção de segmentos-alvo é a base para construir um bom relacionamento com os clientes. Identificar aqueles clientes que precisam de atendimento diferenciado, clientes maduros, clientes novos, que geralmente demandam mais tempo para serem atraídos para a empresa. Sonmez e Moorhouse (2010) ressaltam a importância de se trabalhar a reputação da empresa prestadora de serviços profissionais, uma vez que esse tipo de serviço é extremamente dependente da confiança creditada pelos clientes. No caso da empresa investigada, a reputação é essencial para sua sobrevivência. Conforme anteriormente discutido, observou-se no relato dos colaboradores da empresa, a insegurança de alguns clientes em compartilhar suas informações pelo seu caráter confidencial. Uma boa reputação no mercado acentua a sua 10 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. credibilidade diante dos clientes, principalmente daqueles que utilizam o serviço pela primeira vez. SERVIÇOS DA EMPRESA: Marcas, patentes, softwares e desenhos industriais Front-office Entradas Processos Contato com o Cliente Cadastro e emissão de documentos 1 Avaliação de documentação técnica Cadastro APOL Documentos assinados Boleto e NF 3 2 Cliente Saídas Relatório Desenho Resumo Informações Marca Protocolo de pedido de registro Patente Software Pedido de registro 4 Colaboradores Desenho Industrial Marca Back-office Acompanhamento do pedido de registro 5 Patente Autorização do cliente para expedição do certificado Software Desenho Industrial Serviço oferecido Documento Marca Patente Expedição do certificado 6 Software Processo: conjunto de atividades a serem executadas Certificado de Registro Taxas anuais de patente Desenho Industrial FIM Terminador Figura 1 – Principais processos de front-office e back-office identificados na empresa pesquisada. Fonte: elaborada pelos autores. 11 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 5. Considerações Finais Foi possível observar algumas maneiras de melhorar a produtividade na empresa investigada por meio da coleta de dados primários e secundários, e análise destes sob a luz da bibliografia pesquisada. Resumidamente, três ações são chave para alcançar esse objetivo: gestão por processos; intervenções diferenciadas nos processos de front-office e de back-office; e segmentação de mercado. A gestão por processo é importante por permitir uma visão sistêmica da empresa, padronização das atividades, homogeneização do conhecimento, entre outros benefícios citados por Paim et al. (2009) que colaboram para uma melhor gestão da empresa. Assim, os gestores terão melhores condições de elaborar indicadores e estudar melhorias no desenho dos processos de entrega do serviço. De acordo com a concepção de Chase (1978), é mais difícil controlar e racionalizar a execução do serviço quanto maior o grau de contato do cliente durante o processo. Observouse na empresa pesquisada que o contato com o cliente ocorre apenas nas atividades frontoffice. Ter profissionais adequados neste atendimento é imprescindível para o bom andamento do serviço, pois o cliente deve ser sentir seguro para compartilhar suas informações com empresa e para tal é necessário que ele receba um ―treinamento‖ sobre como o serviço de propriedade intelectual atua. Por isso é importante segmentar, pois quando o cliente já conhece o serviço, a sua solicitação pode ser feita até mesmo sem que haja contato físico com os colaboradores, por meio de um telefone ou e-mail ele descreve a sua necessidade e as etapas ―Contato com o cliente‖ e ―Cadastro e emissão de documentos‖ podem ser minimizadas, o que irá facilitar a execução das atividades na empresa. Para as atividades de back-office, outras medidas podem ser tomadas para a melhoria da produtividade, como o uso de computadores e o uso de assistentes treinados sugerido por Haywood-Farmer e Nollet (1984). Essas atividades tem baixa interação com o clinte, sendo assim, as intervenções são mais no sentido de melhorar a eficiência do processo. Um fluxo de trabalho pré-definido e uma padronização dessas atividades levariam a este resultado. Apesar dos pontos aqui levantados para melhoria da produtividade em serviços profissionais, é necessário também apontar as limitações deste estudo. As conclusões foram baseadas em apenas um estudo de caso, sendo assim, não há garantia de replicabilidade dos resultados quando aplicados em um contexto diferente. Referências ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistema de Gestão da Qualidade: Diretrizes para melhorias de desempenho. Rio de Janeiro, set. 2000. ARMISTEAD, C.; JOHNSTON, R.; SLACK, N. The Strategic determinants of Service Productivity. International Journal of Operations & Production Management, v. 8, n. 5, p. 95108, 1988. BARBARÁ, S. Gestão Por Processos: Fundamentos, Técnicas e Modelos de Implantação. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. CHASE, R. B. Where does the customer fit in a service operation? Harvard Business Review, Set/Out., p.63-75, 1976. CHASE, R. B; APTE, U. M. A history of research in service operations: What’s the big idea? 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