Colégio Planeta
Prof.: Ruberpaulo
Lista de Literatura
Aluno(a):
Questão 01)
O Barroco constituiu uma escola literária que enfocou a dualidade
humana, empregando abundantemente a antítese. Assinale a
alternativa que contém a expressão da visão de mundo,
caracteristicamente, Barroca.
A) Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
B) Assim era aquele casal: ele como o jerivá velho, ela como
um cacho de flor.
C) Tudo é deserto... somente
À praça em meio se agita
Dúbia forma que palpita,
Se esforce em rouco estertor.
D) Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
E) Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Questão 02)
De acordo com as caracteristicas e obras da fase barroca,
assinale a alternativa cuja imagem ou texto não corresponde a
ela.
A) Palacio Nacional de Mafra.
B) A arte barroca retrata, na cultura ocidental, momentos de
graves crises espirituais, fazendo renascer valores religiosos
que haviam sido abandonados no mundo medieval.
C) O poema abaixo e de Gregorio de Matos.
Inconstância das coisas do mundo!
Nasce o Sol e nao dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em continuas tristezas e alegria.
D) A pintura abaixo e denominada “Os trapaceiros”, obra do
pintor Caravaggio.
ENEMais
Data: 24 / 04 / 2015
Turma:
Lista
06
Turno: Mat. Vesp. e Not
E) O poema abaixo e de Sa de Miranda.
Comigo me desavim.
Comigo me desavim
Vejo-me em grande perigo,
Nao posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Questão 03)
Se acaso for assim — o que vos nao permitais — e
esta determinado em vosso secreto juizo, que entrem os
hereges na Bahia, o que so vos represento humildemente, e
muito deveras, e que, antes da execucao da sentenca,
repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e
que o consulteis com vosso coracao enquanto e tempo,
porque melhor sera arrepender agora, que quando o mal
passado nao tenha remedio.[...]
Padre Antonio Vieira.
Padre Antonio Vieira e responsavel pelo desenvolvimento da
prosa no periodo do Barroco. O texto acima e um trecho do
Sermao pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de
Holanda-1640. Assinale a afirmativa que não diz respeito a
producao desse conhecido pregador.
A)
Escreveu cerca de duzentos sermoes em estilo
conceptista, isto e, que privilegia a retorica e o
encadeamento logico de ideias e conceitos.
B) Sua obra era impregnada de filosofia, o que o levava a se
considerar um filosofo.
C) Autor de cerca de 500 cartas, que tratam de assuntos
sobre a relacao de Portugal e Holanda, a Inquisicao e os
cristaos-novos.
D) Seus sermoes valorizavam o folclorico, o nacional, tudo
que se manifesta pela exaltacao da natureza patria, pelo
retorno ao passado historico e pela criacao do heroi
nacional.
E) Seus sermoes eram polemicos, criticava, entre outras
coisas, o despotismo dos colonos portugueses, a influencia
negativa que o Protestantismo exerceria na colonia.
Questão 04)
Escreva R para o que se refere ao movimento renascentista e B
para o que se refere ao movimento Barroco. Em seguida,
assinale a alternativa que apresenta a sequencia correta.
( ) Esse movimento significou um retorno as formas e as
proporcoes da antiguidade greco-romana.
( ) As esculturas, nessa fase, mostravam faces humanas
marcadas pelas emocoes, principalmente pelo sofrimento.
( ) Os artistas europeus dessa fase literaria valorizavam as
cores, as sombras e a luz e representavam os contrates.
( ) Indo de encontro ao saber baseado na autoridade,
tradicao e inspiracao religiosa, durante esse movimento, a
razao passa a ser a base do conhecimento.
A)
B)
C)
D)
E)
R/ R/ B/ R.
R/ B/ B/ R.
B/ B/ R/ B.
B/ B/ B/ R.
B/ R/ R/ B.
Questão 05)
A concentração do poeta barroco nos problemas religiosos o
afasta das questões sociais provocadas pelas relações de
produção. Assinale os versos de Gregório de Matos em que este
tipo de concentração se verifica:
Marque a única alternativa correta sobre o excerto acima,
retirado de um poema de Gregório de Matos Guerra.
A) Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
B) Com o seu ódio a canalha, que consegue?
Com sua inveja os néscios que motejam?
Se quando os néscios por meu mal mourejam,
Fazem os sábios, que a meu mal me
[entregue.
C) Senhor Antão de Sousa de Meneses,
Quem sobe a alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.
D) Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo que exalou, morro abrasado.
E) Em o horror desta muda soledade,
Onde voando os ares a porfia
Apenas solta a luz a aurora fria,
Quando a prende da noite a escuridade.
A)
Questão 06)
Leia o poema “Buscando a Cristo”, de Gregório de Matos:
A vós, correndo vou, Braços sagrados,
Nessa Cruz sacrossanta descobertos;
Que, para receber-me, estais abertos
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos Olhos, eclipsados,
De tanto sangue e lágrimas cobertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos
E, por não condenar-me, estais fechados.
A Vós, pregados Pés por não deixar-me;
A Vós, Sangue vertido para ungir-me;
A Vós, Cabeça baixa por chamar-me;
A Vós, Lado patente, quero unir-me;
A Vós, Cravos preciosos, quero atar-me;
Para ficar unido, atado e firme.
Assinale a alternativa incorreta:
A)
O último verso exemplifica o desejo de união espiritual com
Cristo, ou seja, da manifestação do desejo humano de ligarse a Deus.
B) O poema apresenta, de acordo com o estilo barroco,
situações ambivalentes, o que se observa em relação aos
braços e aos pés de Cristo.
C) O sangue vertido adquire sentido simbólico, pois é através
dele que o pecador será salvo.
D) O texto é feito basicamente de metonímias, oque permite ao
eu lírico não mencionar o nome de Cristo, deixando implícita,
no entanto, a sua presença.
E) O soneto é feito em versos decassílabos heroicos, com o
seguinte esquema de rimas: ABBA / ABBA / CDC / DCD.
A imagem do asno representa a esperteza dos que
enriquecem rapidamente.
B) A antítese entre salvação e condenação está representada
nos verbos “subir” e “descer”.
C) Segundo o excerto, o homem passa a asno e de herói a
burro quando carrega no caráter os bons costumes morais.
D) O fragmento mostra o enriquecimento fácil que em breve
se transforma em ruína.
E) A imagem da roda mostra que o enriquecimento, mesmo
sem mérito, significa estabilidade definitiva.
Questão 08)
Acerca da linguagem utilizada nos versos a seguir de Gregório
de Matos, um dos principais nomes do Barroco, é correto
afirmar que
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos (seleção, introdução e notas José Miguel
Wisnik). São Paulo: Cultrix, 1981. Fragmento.)
A)
mostra-se predominantemente denotativa, evitando o uso
de analogias.
B) caracteriza-se pelo emprego de figuras de linguagem,
classificando o trecho como cultista.
C) é uma linguagem coloquial, buscando uma maior
aproximação entre o eu lírico e o interlocutor.
D) por meio da antítese – Depois da Luz se segue a noite
escura – depreende-se que o eu lírico anula-se diante da
passagem do tempo.
Questão 09)
ACONTECÊNCIA
Acorda ligeira e vem olhar que lindo
sobre o morro sol se debruçar
leite novo espuma dessa madrugada
passarada vem te despertar
tantos pés descalços
posso ver meninos a correr na direção do dia
banho de açude alegre e lava o corpo
fruta fresca é pra te alimentar
acorda ligeira e vem ver que bonito
pelo pasto solta a vacaria
na barra da serra gavião campeiro
vem primeiro vento costurar
tantos pés descalços posso ver libertos
a correr na direção do dia
chuva desce pra regar a terra
engravidar sementes em frutas se tornar
NUCCI, Cláudio. Disponível em:
< http://www.claudionucci.com.br/musica>. Acesso em: 07 set. 2014.
Questão 07)
Leia o excerto abaixo.
A letra da canção “Acontecência” aproxima-se do ideário
estético do Arcadismo por
Senhor Antão de Sousa de Meneses,
Quem sobe a alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.
A)
B)
C)
D)
A fortunilha autora de entremezes
Transpõe em burro o Herói, que indigno cresce
Desanda a roda, e logo o homem desce,
Que é discreta a fortuna em seus reveses.
adotar a convenção pastoral.
representar a natureza de modo bucólico.
valorizar o campo em detrimento da cidade.
propor uma vida equilibrada e sem excessos.
Questão 10)
Leia os versos abaixo.
Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!
Os versos de Bocage, acima transcritos, sugerem a tese da
superioridade da natureza sobre a civilização. Assinale a opção
que apresenta uma das causas deste modo de entender a relação
entre estas.
A)
O desejo de se afastar dos problemas da vida urbana
provocados pela consolidação do modo de produção
capitalista.
B) O exacerbado crescimento do sistema feudal e a insatisfação
dos poetas árcades com este crescimento.
C) A influência do modo de produção capitalista e a ascensão
da burguesia influenciando esteticamente o modelo poético
árcade a ter uma visão negativa da natureza.
D) A satisfação com as consequências do capitalismo e o
repúdio aos ideais campesinos.
E) A influência da propriedade da terra como fonte geradora de
riqueza no modo de produção capitalista.
Questão 11)
Assinale a única alternativa cujos versos de Claudio Manuel da
Costa exprimem as ideias que comumente estão associadas, no
Arcadismo, às consequências negativas causadas pela expansão
urbana capitalista no procedimento ético humano.
A) “Adorar as traições, amar o engano,
Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, o mês e o ano;”
B) “Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.”
C) “Que inflexível se mostra, que constante
Se vê este penhasco! já ferido
Do proceloso vento, e já batido
Do mar, que nele quebra a cada instante!”
D) “Ah! queira Deus, que minta a sorte irada:
Mas de tão triste agouro cuidadoso
Só me lembro de Nise, e de mais nada.”
E) “Mas ah delírio meu, que me atropelas!
Os olhos, que eu cuidei, que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.”
Questão 12)
Sobre o contexto histórico e social das escolas literárias
brasileiras, correlacione as colunas seguir.
( 1 ) Proclamada a independência, em 1822, cresce no Brasil o
sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico,
exalta-se a natureza da pátria. De 1823 a 1831, o Brasil
viveu um período difícil com o autoritarismo de D. Pedro I: a
dissolução da Assembleia Constituinte; a Constituição
outorgada; a luta pelo trono português contra seu irmão D.
Miguel; e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período
regencial e a maioridade prematura de Pedro II.
( 2 ) O crescimento de algumas cidades de Minas Gerais, cuja
base econômica era a exploração do ouro, favorecia tanto a
divulgação de ideias políticas quanto o florescimento de uma
literatura cujos modelos os jovens brasileiros foram buscar
em Coimbra, já que a colônia não lhes oferecia cursos
superiores. E, ao retornarem de Portugal, traziam consigo as
ideias iluministas.
( 3 ) O período era sem dúvida de muita opressão. A igreja lutava
contra os reformadores por meio da Inquisição e instaurava
um clima de medo constante em seus fiéis, que se viam
divididos entre o material e o espiritual, o prazer e o dever.
Ao mesmo tempo eram mostradas cenas bíblicas que
remetem ao amor e à compaixão, como os momentos de dor
imensa do sacrifício de Jesus Cristo.
( 4 ) A industrialização brasileira, que vinha crescendo desde o
começo do século, foi impulsionada com a Primeira Guerra
Mundial e estimulou a urbanização das cidades,
principalmente de São Paulo. A capital paulista, com a
expansão da cafeicultura começou a experimentar um
enorme crescimento econômico. O período foi marcado
também pela chegada em massa de imigrantes,
principalmente italianos, muitos dos quais haviam vivido a
experiência da luta de classes em seus países e
divulgaram no país ideias anarquistas e socialistas.
( 5 ) Influenciados pelo pensamento evolucionista de Charles
Darwin no Brasil e pelo positivismo de Augusto Comte, o
movimento ficou bastante conhecido por explorar temas
como a homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio e a
loucura. Os escritores passaram a retratar em seus
personagens traços de natureza animal, desde impulsos
sexuais a comportamentos desregrados e instintivos. A
agressividade, a violência e o erotismo eram
considerados parte da personalidade humana, já que o
indivíduo era visto como fruto do meio em que vivia.
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
Arcadismo
Romantismo
Naturalismo
Modernismo
Barroco
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A)
B)
C)
D)
2 – 1 – 5 – 4 – 3.
4 – 5 – 1 – 3 – 2.
3 – 4 – 2 – 5 – 1.
5 – 2 – 3 – 1 – 4.
Questão 13)
Em relação ao Arcadismo, é correto afirmar que
A)
o movimento estético caracteriza-se, principalmente, pela
retomada da cultura greco-latina, pela subjetividade e pela
idealização do amor e da beleza.
B) a estética simples presente no Movimento permite até a
inserção da linguagem popular em textos épicos.
C) o exagero transparece principalmente em relação a
qualidades e defeitos dos personagens.
D) a presença marcante do bucolismo implica exaltação da
vida campesina em poemas do Período.
E) a tendência ao sentimentalismo, assumida pelo Arcadismo
em oposição ao Barroco, implica tematizar o sofrimento
amoroso.
Questão 14)
Leia o poema abaixo e assinale o que for correto sobre ele e
sobre seu autor, Tomás Antônio Gonzaga.
LIRA XVIII
Não vês aquele velho respeitável,
Que, à muleta encostado,
Apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
O tempo arrebatado,
Que o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se as faces e perderam
Seus olhos a viveza;
Volto
u-se o seu cabelo em branca neve;
Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
Não tem uma beleza
Das belezas que teve.
Assim também serei, minha Marília,
Daqui a poucos anos,
Que o ímpio tempo para todos corre:
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
Que evita só quem morre.
Mas sempre passarei uma velhice
Muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
Descansarei o já vergado corpo
Na tua mão piedosa,
Na tua mão nevada.
As frias tardes, em que negra nuvem
Os chuveiros não lance,
Irei contigo ao prado florescente:
Aqui me buscarás um sítio ameno,
Onde os membros descanse,
E ao branco sol me aquente.
Apenas me sentar, então movendo
Os olhos por aquela
Vistosa parte, que ficar fronteira,
Apontando direi: — Ali falamos,
Ali, ó minha bela,
Te vi a vez primeira.
Verterão os meus olhos duas fontes,
Nascidas de alegria;
Farão teus olhos ternos outro tanto;
Então darei, Marília, frios beijos
Na mão formosa e pia,
Que me limpar o pranto.
Assim irá, Marília, docemente
Meu corpo suportando
Do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
Quem, sentida, chorando,
Meus baços olhos cerra.
(GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu.
São Paulo: Martin Claret, 2009. p. 56-57.)
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
(Bocage. Sonetos, 1994.)
Questão 15)
Nesse poema, predomina
A)
o sentimentalismo exagerado, pois o eu lírico expressa seu
amor não correspondido. Trata-se de um poema romântico,
que traduz o descontrole emocional.
B) o subjetivismo, pois o eu lírico expressa seu pessimismo
existencial. Trata-se de um poema árcade, no qual há
prenúncios de características românticas.
C) a idealização de uma relação amorosa, pois o eu lírico
sugere poder reverter o amor não correspondido. Trata-se
de um poema barroco, que expressa os dilemas do amor.
D) a sugestão de descontrole emocional, pois o eu lírico
recorre à noite como forma de fugir da tristeza amorosa.
Trata-se de um poema romântico, que traduz a ideia de
morte.
E) a objetividade, pois o eu lírico analisa friamente a decepção
amorosa por que passa. Trata-se de um poema árcade,
que privilegia a expressão comedida do sentimento.
TEXTO: 2 - Comum à questão: 16
01.
02.
04.
08.
16.
A temática da passagem do tempo, que perpassa a lira
reproduzida, aproxima-se de um dos aspectos mais
representativos do Arcadismo: o carpe diem, ou seja, a
necessidade de se aproveitar o momento em função de
sua fugacidade.
O locus amoenus, lugar de tranquilidade no qual os
amantes podem celebrar seu amor, encontra-se
representado em passagens como “Irei contigo ao prado
florescente”. Além disso, a maneira como o elemento
natural surge no poema aponta para outro tema
representativo do Arcadismo: o fugere urbem, destacando
a preferência pela fuga do ambiente urbano em privilégio
da vida no campo.
A linguagem utilizada no poema é marcada pela
simplicidade, seja em termos de estrutura formal, seja em
termos de organização de ideias. Desse modo, a “Lira
XVIII”, em consonância com os preceitos do movimento
árcade, afasta-se dos jogos e das tensões de forma e
raciocínio presentes na escola literária precedente, o
Barroco.
Ao optar apenas por redondilhas maiores na composição
de seus versos na “Lira XVIII”, Gonzaga buscava métricas
e ritmos tipicamente brasileiros em sua obra, o que se
alinhava com as propostas de afirmação nacional da
Inconfidência Mineira, movimento do qual Gonzaga não
participou, mas que apoiava filosoficamente.
Gonzaga, apesar de representante da escola árcade, é
conhecido também como poeta pré-romântico, sobretudo
devido à ênfase ao elemento amoroso. Na “Lira XVIII”, a
presença da morte na última estrofe é um exemplo da
“morte de amor” que será tão produtiva na segunda
geração romântica brasileira.
A HUMANIZAÇÃO DA MEDICINA NO BRASIL: REFLEXÕES
(1)
(2)
(3)
(4)
TEXTO: 1 - Comum à questão: 15
Oh retrato da morte, oh noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha do meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:
(5)
O caráter multifatorial da saúde expressa o quanto ainda
pode ser feito na redução das doenças marcadas pelo
contexto social, além de promover-se o bem-estar físico e
mental da população brasileira. A sociedade, em especial
a comunidade científica, deve lutar arduamente pela
universalização deste novo conceito de saúde, buscando
sempre defender a necessidade de construção de uma
sociedade mais igualitária e aliar os ideais políticos com a
promoção da saúde.
A Saúde Pública brasileira evoluiu muito nos últimos anos,
quando muitas questões sociais e estruturais foram
adicionadas ao seu contexto. As Conferências Nacionais
de Saúde, os Conselhos Municipais, a descentralização
das ações e a universalização dos direitos representam
excelentes conquistas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Não obstante, o momento atual revela ainda a
precariedade de investimentos em políticas intersetoriais.
A estrutura do SUS ainda é centrada principalmente no
modelo assistencial, e o Ministério da Saúde é organizado
segundo a lógica hospitalar. É necessário redefinir
prioridades e um modelo que preconize um contrato global
– com metas de desempenho e qualidade definidas pela
população.
Outro desafio para o século XXI é a necessidade de
humanização da saúde. A adaptação do currículo médico
à visão moderna de saúde – através das novas diretrizes
curriculares dos cursos de medicina no Brasil – representa
uma importante conquista. Além da diversificação dos
cenários de aprendizagem, a consolidação definitiva desse
novo olhar para a saúde exige também o incentivo cada
vez maior de projetos na área de medicina preventiva.
Importa salientar ainda a necessidade de maiores
investimentos em políticas de gestão participativa em
saúde. A exigibilidade do direito à saúde requer que a
população se aproprie de informações sobre os princípios
e diretrizes do SUS. Os espaços compartilhados de
controle social deverão assumir o desafio de formação de
uma cultura de corresponsabilidade, pautada na
concepção da saúde como bem público, direito social, e
dever do Estado, incluindo governo e sociedade. (...)
(6)
As iniciativas voluntárias – pautadas em valores de
humanização e solidariedade – promovem espaços
compartilhados de atuação e englobam outros setores do
governo comprometidos com a produção de saúde (ex. as
universidades federais). Tais iniciativas constituem exemplos
de práticas de articulação intersetorial, fundamentais para a
efetiva inclusão social da população brasileira.
(Israel de L. M. Ferreira; Tiago P. Tabosa e Silva. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302007000300013. Acesso em 01/10/2013. Adaptado).
Questão 16)
Nas alternativas abaixo, constam caracterizações de diferentes
períodos da literatura brasileira. Identifique a alternativa em que
os comentários feitos podem ser considerados corretos.
Barroco – período em que a literatura expressa a tentativa
histórica de conciliar forças contrárias, como razão e fé, céu e
terra, sagrado e profano, matéria e espírito. Os Sermões, de
Padre Antônio Vieira, são uma das expressões desse
período.
B) Romantismo – as mudanças em curso no Brasil da época
acabaram por gerar uma nova concepção de mundo e, com
isso, um novo estilo literário. À arte foi atribuída uma função
social, como se pode ver no romance O Cortiço, de Aloísio
Azevedo.
C) Realismo/Naturalismo – esse período literário caracteriza
bem o momento histórico brasileiro: o interesse por valorizar
o passado nacional, a paisagem tropical, a idealização do
índio, o regionalismo. Gonçalves Dias representa bem esse
momento da nossa literatura.
D) Parnasianismo – uma época áurea da poesia nacional, que
explora o misticismo, a expressão vaga e espiritualista da
realidade e enfatiza o imaginário e a fantasia, como se pode
ver nos poemas de Cruz e Sousa.
E) Simbolismo – expressa em um vocabulário rico, incomum,
(uma espécie de preciosismo verbal) pretendia atingir leitores
da elite brasileira. Seus temas eram universais e seu
princípio mais expressivo era: “A arte pela arte”. Basta ver os
poemas de Olavo Bilac.
A)
TEXTO: 4 - Comum à questão: 18
Leia a letra da canção De volta pro aconchego.
Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero,
Um abraço para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade.
Que bom poder tá contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter.
É duro ficar sem você vez em quando,
Parece que falta um pedaço de mim.
Me alegro na hora de regressar,
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim.
(Dominguinhos e Nando Cordel. Um barzinho, um violão –
Novelas anos 80, Universal Music e Zecapagodiscos, 2013.)
Questão 18)
Podemos relacionar, corretamente, essa canção
A)
às cantigas trovadorescas de amor, pois há a
concretização física do relacionamento amoroso entre eu
lírico e mulher amada.
B) às cantigas trovadorescas de amigo, pois homem e mulher
passam por um período de separação, de distanciamento
físico.
C) às novelas de cavalaria, pois o protagonista defende a
integridade da mulher amada por meio de atos heroicos.
D) à maioria dos sonetos de Camões, pois nesses poemas a
figura feminina não é apresentada de forma idealizada.
E) aos poemas líricos de Gregório de Matos, pois a mulher é
vista, ambiguamente, como um ser angelical e perverso.
TEXTO: 5 - Comum à questão: 19
TEXTO: 3 - Comum à questão: 17
TEXTO 1
Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa.
SENHORINHA
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Moça de fazenda antiga, prenda minha
Gosta de passear de chapéu, sombrinha
Como quem fugiu de uma modinha
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Sinhazinha
No balanço da cadeira de palhinha
Gosta de trançar seu retrós de linha
Como quem parece que adivinha (amor)
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Será que ela quer casar?
Será que eu vou casar com ela?
Será que vai ser numa capela
De casa de andorinha?
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Obras, 1996.)
Questão 17)
No soneto, o eu lírico expressa-se de forma
A)
B)
eufórica, reconhecendo a necessidade de mudança.
contida, descortinando as impressões auspiciosas
cenário.
C) introspectiva, valendo-se da idealização da natureza.
D) racional, mostrando-se indiferente às mudanças.
E) reflexiva, explorando ambiguidades existenciais.
do
Princesinha
Moça dos contos de amor da carochinha
Gosta de brincar de fada-madrinha
Como quem quer ser minha rainh
Sinhá mocinha
Com seu brinco e seu colar de água-marinha
Gosta de me olhar da casa vizinha
Como quem me quer na camarinha (amor)
Será que eu vou subir no altar?
Será que irei nos braços dela?
Será que vai ser essa donzela
A musa desse trovador?
12
13
14
Ó prenda minha
Ó meu amor
Se torne a minha senhorinha
Mas ah! delírio meu que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
Cláudio Manoel da Costa
(GUINGA; PINHEIRO, Paulo César. “Senhorinha”.
In: Noturno Copacabana. Faixa 8; Velas, 2003.)
TEXTO 2
Questão 20)
A respeito do momento histórico-literário brasileiro, à época do
Arcadismo, pode-se afirmar que:
A)
“O trovador, obediente a estritas normas de cortesia – o
‘amor cortês’ –, rendia vassalagem à dama (o ‘serviço amoroso’),
prometendo servi-la e respeitá-la fielmente, ser discreto embora
ciumento, empalidecer na sua presença, perturbar-se
interiormente, ser temeroso de não ser correspondido, nada
recusar à dama eleita.”
(MOISÉS, Massaud. “Trovadorismo”. Dicionário de termos literários.
São Paulo: Cultrix, 2004, p. 455.)
Questão 19)
Escrita por compositores brasileiros contemporâneos, a letra da
canção faz referência direta às cantigas de amor mencionadas no
Texto 2. Dentre os fatores que contribuem para essa
intertextualidade com a literatura medieval, destaca-se:
A)
o sentimento de incerteza do eu lírico, expresso pelas
interrogações do texto.
B) a idealização da mulher amada, sintetizada na figura da
“senhora”.
C) o eu lírico feminino, recurso característico da literatura da
Idade Média.
D) o sofrimento amoroso decorrente da impossibilidade de união
com a dama.
TEXTO: 6 - Comum à questão: 20
ocorre a transferência do centro econômico do Nordeste
para a região Sudeste, com destaque para Minas Gerais,
onde os poetas mantêm uma relação com sua geografia,
sua política e sua história.
B) as invasões holandesas foram o maior conflito políticomilitar ocorrido no período, que estimularam o engajamento
político-literário e a confecção das Cartas Chilenas.
C) a utilização do ouro, do aço e do petróleo impulsionaram o
avanço científico da colônia, possibilitando a criação da
Arcádia acadêmica, fonte de cultura para toda uma geração
de poetas.
D) o nacionalismo ufanista e o irracionalismo alimentaram os
primeiros
momentos
da
Inconfidência
Mineira,
estabelecendo a permanência de uma literatura libertária
no aspecto formal.
E) o lucro obtido com a extração do ouro e com a economia
cafeeira estimularam as manifestações de independência,
representada literariamente pela utilização constante dos
versos livres.
GABARITO:
1) Gab: A
2) Gab: E
3) Gab: D
4) Gab: B
SONETO VI
5) Gab: A
1
2
3
4
Brandas ribeiras, quanto estou contente
De ver-vos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
Com que Fílis entoa a voz cadente!
5
6
7
8
Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
Tudo me está causando novidade:
Oh! como é certo que a cruel saudade
Faz tudo, do que foi, mui diferente!
9
10
11
Recebi (eu vos peço) um desgraçado,
Que andou até agora por incerto giro,
Correndo sempre atrás do seu cuidado:
11) Gab: A
12
13
14
Este pranto, estes ais com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Façam digno de vós o meu suspiro.
13) Gab: D
Cláudio Manoel da Costa
6) Gab: B
7) Gab: D
8) Gab: B
9) Gab: B
10) Gab: A
12) Gab: A
14) Gab: 07
15) Gab: B
SONETO
16) Gab: A
1
2
3
4
Estes os olhos são da minha amada,
Que belos, que gentis e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da estação dourada.
5
6
7
8
Por eles a alegria derramada
Tornam-se os campos de prazer gostosos.
Em zéfiros suaves e mimosos
Toda esta região se vê banhada.
9
10
11
Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem as prendas belas,
Dai alívio ao mal que estou gemendo.
17) Gab: E
18) Gab: B
19) Gab: B
20) Gab: A
Download

Lista 06 - Mat - Colégio Planeta