UNIÂO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL – UNIPLAC FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS DO PLANALTO CENTRAL – CIGEPLAC Plano de Cargos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: um estudo de caso JONAS MARTINS MOLINA BRASÍLIA 2008 ii JONAS MARTINS MOLINA Plano de Cargos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: um estudo de caso Monografia apresentada no curso de Graduação em Administração de Empresas da Faculdade de Ciências Gerenciais do Planalto Central, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Profa. REGINA GUIMARÃES DE DAVID BRASÍLIA 2008 iii Molina, Jonas Martins. Plano de Cargos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: um estudo de caso. Jonas Martins Molina. Gama (DF), União Educacional do Planalto Central (UNIPLAC), 2008. 51f. Orientador: Regina Guimarães de David Monografia – União Educacional do Planalto Central, Faculdade de Ciências Gerenciais do Planalto Central Graduação em Administração de Empresas. JONAS MOLINA iv JONAS MARTINS MOLINA Plano de Cargos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: um estudo de caso Monografia, aprovada como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas da União Educacional do Planalto Central. Data de Aprovação: _____/_____/_____ Banca Examinadora: ______________________________________ Prof. Everson Andrade dos Reis ______________________________________ Profª. Regina Guimarães de David ______________________________________ Prof. Sérgio Ricardo de Castro Gonçalves v Agradecimentos Primeiramente agradeço a Deus pelo zelo que tem comigo. À minha esposa e às nossas duas filhas, pelas palavras de apoio, compreensão e carinho ; aos meus colegas de Curso e de trabalho por fazerem parte desta etapa da minha vida ; ao Ministério do Planejamento por disponibilizar as informações necessárias para a realização desta Monografia. À professora Regina de David pelo apoio e dedicação na orientação deste trabalho. vi Lista de Figuras FIGURA 1 – Organograma do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão l...................................................................... FIGURA 2 – Fatores de Especificação de Cargos (Chiavenato, 2004)................................................................................................ 18 24 Lista de Tabelas TABELA 1 – Relação de ex-Ministros do Ministério do Planejamento.................................................................................... TABELA 2 – Evolução do número de servidores do Poder Executivo (Arruda, 2004)................... .............................................. TABELA 3 – Exemplo de Descrição e Análise de Cargo (Chiavenato, 2004)............................................ .............................. TABELA 4 – Vantagens e Desvantagens de um Plano de Cargos (Baseado em Albuquerque e Oliveira, 2001)................................... TABELA 5 – Progressão Salarial das carreiras de APO e EPPGG............................................................................................. TABELA 6 – Efetivo e Tabela Salarial do Cargo “Analista de Planejamento e Orçamento.............................................................. TABELA 7 – Profissiografia do Cargo “Analista de Planejamento e Orçamento....................................................................................... TABELA 8 – Efetivo e Tabela Salarial do Cargo “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental”............................................................................... TABELA 9 – Profissiografia do Cargo “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental.................................................. 15 20 25 33 36 38 39 46 46 vii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1 Tema: Plano de Cargos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: um estudo de caso 1.2 Justificativa 1.3 Problema de Pesquisa 1.4 Objetivo 2. PERFIL DA EMPRESA 2.1 Histórico 2.2 Perfil Estratégico 2.3 Estrutura Organizacional 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 – Gestão de Recursos Humanos no Serviço Público 3.2 – Conceito de Cargo 3.3 – Modelagem de Cargos 3.4 – Cargo e Remuneração 3.5 – Política Salarial 4. METODOLOGIA 4.1 Tipo de Pesquisa 4.2 Amostra 4.3 Método de Coleta e Análise de Dados 5. ANÁLISE DE RESULTADOS 6. CONCLUSÃÕ E RECOMENDAÇÕES 7. REFERÊNCIAS 8. ANEXOS 8 8 10 11 11 12 12 16 17 19 19 21 23 26 28 34 34 34 34 35 47 50 51 8 1. INTRODUÇÃO 1.1 – Tema: Plano de Cargos dos servidores do Ministério do Planejamento De acordo com a literatura especializada no tema, um Plano de Cargos e Salários (PCS) constitui-se de um conjunto de princípios e normas relativas ao desenvolvimento dos titulares de cargos que integram determinada carreira em uma organização. Este conjunto deve estabelecer uma política salarial que não comprometa as condições orçamentárias da organização e permita a progressão dos funcionários na carreira. O PCS surge como uma oportunidade para as empresas se organizarem, melhorando a sua estrutura e, com isso, o crescimento por meio da profissionalização, tanto da empresa, como do funcionário. Além disso, de acordo com Chiavenato (2004), o PCS permite que a empresa tenha uma lista de todos os seus funcionários e seus respectivos cargos, bem como pagamento de salários adequados a cada nível de cargo, proporcionando uma visão maior dos custos com o pessoal, evitando injustiças e remunerando de acordo com a sua realidade e a do mercado. Para estabelecer e manter estruturas salariais eqüitativas e justas, torna-se necessário estabelecer duas formas de equilíbrio, a saber: 1. Equilíbrio interno: ou seja, coerência interna entre os salários em relação aos cargos da própria organização. O equilíbrio interno exige uma estrutura salarial justa e bem dosada. 2. Equilíbrio externo: ou seja, coerência externa dos salários em relação aos mesmos cargos de outras organizações que atuam no mercado de trabalho. O equilíbrio externo exige uma estrutura salarial compatível com o mercado. 9 O equilíbrio interno é alcançado por meio de informações obtidas através da avaliação e classificação de cargos, que geralmente são baseadas em um programa prévio de descrição e análise de cargos. O equilíbrio externo é alcançado por meio de informações externas obtidas através de pesquisas de salários. Com essas informações internas e externas a organização pode traçar sua política salarial – como parte de sua política de RH – para normalizar os procedimentos a respeito da remuneração do pessoal. A política salarial constitui um aspecto particular e específico das políticas de RH da organização (CHIAVENATO, 1999). Na implantação do PCS, para que não haja desconfiança e insegurança por parte dos funcionários, é necessário ficar bem claro para eles que para progredir na Carreira, precisam estar bem preparados e atentos, sabendo que a empresa não pode garantir a carreira de ninguém, é necessário que saibam como funcionam as regras para promoções, reajustes salariais, transferência de área, enfim, tudo o que tem a ver com a sua carreira. Algumas definições importantes quanto a Plano de Cargos e Salários: Cargo – conjunto de atribuições e responsabilidades Classe – conjunto de classes da mesma natureza funcional Carreira – conjunto das classes da mesma natureza funcional divididas hierarquicamente conforme o grau de responsabilidade e complexidade. Promoção Vertical – é quando o funcionário passa a ocupar um cargo numa Classe superior à Classe do cargo atual. Promoção Horizontal – é quando o funcionário é promovido por mérito dentro da mesma Classe correspondente a seu cargo. O uso de uma política de Plano de Cargos e Salários tem por objetivo valorizar e reconhecer a capacitação e o desempenho dos funcionários. 10 1.2 – Justificativa Assim como acontece entre os três poderes da União e, até mesmo, dentro do Poder Executivo, no Ministério do Planejamento existem servidores lotados em cargos similares que fazem as mesmas atividades, mas que recebem remunerações diferenciadas. O Ministério do Planejamento é um órgão público do Poder Executivo Federal e, juntamente com o Ministério da Fazenda, é um dos mais importantes do Governo Federal, principalmente por cuidar do orçamento da União e do PPA – Plano Plurianual (art. 165, § 1o, da Constituição). Atualmente, dentro do Ministério do Planejamento, existem pelo menos quatro tipos diferentes de tabelas salariais, sendo uma delas de carreira já organizada, duas com gratificações temporárias (distintas) e uma outra tabela na qual os servidores não tem gratificação temporária e nem fixa. A criação de um Plano Único de Cargos e Salários para os servidores do referido órgão poderia ser uma alternativa de equilíbrio para as carreiras do Ministério do Planejamento, não apenas pelo fato de eliminar as injustiças salariais, mas também pela perspectiva da valorização igualitária de todos os servidores do órgão. Na tentativa de compreender o cenário de desmotivação e comodismo tão presentes atualmente nas instituições públicas brasileiras, se faz necessário avaliar possibilidades mais modernas de gestão de carreira, além de revisar as políticas de Recursos Humanos adotadas em algumas organizações públicas. O desenvolvimento de carreira única para servidores técnico-administrativos pode ser uma opção viável para uma gestão mais estratégica de pessoas. 11 1.3 – Problema de Pesquisa Em que se baseia o Plano de Carreira dos servidores Ministério do Planejamento? Quais são as principais carreiras do órgão e as premissas para a diferenciação salarial entre elas? 1.4 – Objetivo O presente trabalho objetivou descrever a estrutura do Plano de Carreira dos servidores do Ministério do Planejamento, especificamente no que concerne às carreiras de “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental” (EPPGG) e “Analista de Planejamento e Orçamento” (APO). 12 2. PERFIL DA EMPRESA 2.1 – Histórico O cargo de Ministro Extraordinário responsável pelo Planejamento do país foi criado pela Lei Delegada nº 1 de 25 de janeiro de 1962 e ocupado por Celso Furtado, então o primeiro Ministro do Planejamento. Até então, só existia na estrutura governamental o Conselho de Desenvolvimento, criado em 1956, que detinha atribuições de coordenação e planejamento da política econômica, que passou a ser subordinado ao Ministério recém-criado. Em 1964, as atribuições do ministro foram ampliadas com a inclusão da Coordenação Econômica. Em 1965, foi criado o Conselho Consultivo do Planejamento como órgão de consulta do Ministério. Em 1967, o Decreto-Lei 200 alterou o nome do Ministério para Ministério do Planejamento e Coordenação Geral. Em 1º de maio de 1974, através da Lei 6.036, o Planejamento deixa de ser Ministério e passa a ser uma Secretaria, a SEPLAN. Com status de Ministério e ligada à Presidência da República, a SEPLAN se tornaria, pelo comando de seus ministros no período, o centro das decisões econômicas do país. A partir dos anos 80, em tempos de inflação elevada, houve um reordenamento das ações desenvolvidas, relegando ao segundo plano as atividades de planejamento, em favor do desenvolvimento de medidas de curto prazo. Como conseqüência, desencadearam-se várias mudanças organizacionais que colocaram a SEPLAN simplesmente como um órgão coordenador das ações econômicas imediatas do governo. Em 1985, embora a SEPLAN continuasse a participar efetivamente da formulação da política econômica de curto prazo, os órgãos que formulavam, executavam e fiscalizavam a política de preços e abastecimento foram transferidos da secretaria: a SEAP - Secretaria de Abastecimento e Preços, o CIP - Conselho Interministerial de Preços, a SUNAB - Superintendência Nacional de Abastecimento e a SECIN, Secretaria Central de Controle Interno.Posteriormente, 13 em 1986, a Secretaria de Modernização Administrativa - SEMOR, órgão que juntamente com as áreas de planejamento e orçamento, compunham o tripé do Sistema de Planejamento Federal, foi transferida da SEPLAN. A partir de 1987, com nova mudança em sua administração, outro papel foi reservado à secretaria. Embora ganhasse, formalmente, a coordenação das ações do governo federal, perdeu a SEST - Secretaria de Controle das Empresas Estatais, além de terem sido extintas suas delegacias no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Com essas mudanças, a SEPLAN perdia não só o controle da execução de ações na área econômica como funções absolutamente ligadas ao seu próprio campo de atuação. A concessão de recursos para o atendimento de pequenas obras ou atividades no campo social tornou-se um de seus principais campos de ação. Por isso, foram transferidas para a SEPLAN a Secretaria de Ação Comunitária - SEAC e a Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE. O retorno da SEPLAN ao desenvolvimento das ações básicas de planejamento só se deu em 1988, com a nova administração, quando foi novamente reformulada para atender às novas funções definidas pela Constituição Federal promulgada naquele ano. A secretaria voltou a ser o centro das decisões de política econômica. Esta posição foi substituída em 1990, no Governo Fernando Collor, pelo Ministério da Economia. A SEPLAN foi extinta e reduzida à condição de Secretaria Nacional, subordinada ao Ministério recémcriado, ocupado por Zélia Cardoso de Mello. Pela Lei 8.490, de 19 de novembro de 1992, depois do impeachment do Presidente Collor e assunção de Itamar Franco à Presidência da República, a SEPLAN é recriada com o status de Ministério e com o nome de Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República. A SEPLAN é, ainda hoje, a sigla que identifica o órgão de planejamento federal, seja pelos servidores ou pela população em geral, devido ao período em que centralizava todas as importantes decisões da economia brasileira. Em 1995, com a reforma administrativa realizada pelo governo Fernando Henrique Cardoso, a SEPLAN foi transformada no Ministério do Planejamento e Orçamento - MPO. 14 Em 1º de janeiro de 1999, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a modificação feita pela Medida Provisória nº 1.795, o MPO passa a se chamar Ministério do Orçamento e Gestão - MOG. A partir de 30 de julho de 1999, com a Medida Provisória nº 1.911-8, o MOG recebeu o nome atual de Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. Desde a sua criação em 1962 até hoje, o Ministério do Planejamento teve a seguinte relação e Ministros: Período Ministro 28.09.1962 a 31.03.1964 Celso Monteiro Furtado Ministro de Estado Extraordinário do Planejamento Presidente do Brasil: João Belchior Marques Goulart 15.03.1964 a 30.10.1967 Roberto de Oliveira Campos Ministro de Estado Extraordinário do Planejamento e Coordenação Econômica Presidente do Brasil: General Humberto Castelo Branco 15.03.1967 a 30.10.1969 Hélio Marcus Penna Beltrão Ministro de Estado do Planejamento e Coordenação Geral Presidente do Brasil: General Arthur da Costa e Silva 30.10.1969 a 14.03.1979 João Paulo dos Reis Velloso Ministro de Estado do Planejamento e Coordenação Geral Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento da Presidência da República Presidente do Brasil: General Emílio Garrastazu Médici 15.03.1979 a 10.08.1979 Mário Henrique Simonsen Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento da Presidência da República Presidente do Brasil: General Ernesto Geisel 15.08.1979 a 14.03.1985 Antônio Delfim Netto Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento da Presidência da República Presidente do Brasil: General João Baptista de Oliveira Figueiredo 15.03.1985 a 23.03.1987 João Sayad Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento da Presidência da República Presidente do Brasil: José Sarney 24.03.1987 a 21.01.1988 Aníbal Teixeira de Souza Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento da Presidência da República Presidente do Brasil: José Sarney 22.01.1988 a 14.03.1990 João Batista de Abreu Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento da Presidência da República 15 Presidente do Brasil: José Sarney 19.10.1992 a 26.01.1993 Paulo Roberto Haddad Ministro de Estado da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República Presidente do Brasil: Itamar Franco 26.01.1993 a 10.05.1993 Yeda Rorato Crusius Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República Presidente do Brasil: Itamar Franco 10.05.1993 a 03.03.1994 Alexis Stepanenko Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República Presidente do Brasil: Itamar Franco 03.03.1994 a 31.12.1995 Benedito Clayton Veras Alcântara Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República Presidente do Brasil: Itamar Franco 01.01.1995 a 31.04.1996 José Serra Ministro do Planejamento e Orçamento Presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso 04.06.1996 a 30.03.1998 Antônio Kandir Ministro do Planejamento e Orçamento Presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso 30.03.1998 a 30.03.1999 Paulo Paiva Ministro do Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso 06.05.99 a 18.07.1999 Pedro Pullen Parente Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso 19/07/1999 a 03/04/2002 Martus Tavares Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso 03/04/2002 a 01/01/2003 Guilherme Dias Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso 01/01/2003 a 18/11/2004 Guido Mantega Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva 19/11/2004 a 22/03/2005 Nelson Machado (Interino) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva 23/03/2005 até o momento Paulo Bernardo Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Presidente do Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva Tabela 1 – Relação de ex-Ministros do Ministério do Planejamento 16 2.2 – Perfil Estratégico Missão Promover o planejamento participativo e a melhoria da gestão pública para o desenvolvimento sustentável e socialmente includente do País. São competências do Ministério do Planejamento: I - participação na formulação do planejamento estratégico nacional; II - avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo Federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas; III - realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais; IV - elaboração, acompanhamento e avaliação do plano plurianual de investimentos e dos orçamentos anuais; V - viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo; VI - coordenação da gestão de parcerias público-privadas; VII - formulação de diretrizes, coordenação das negociações, acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de projetos públicos com organismos multilaterais e agências governamentais; VIII - coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal, de pessoal civil, de administração de recursos da informação e informática e de serviços gerais, bem como das ações de organização e modernização administrativa do Governo Federal; IX - formulação de diretrizes e controle da gestão das empresas estatais; X - acompanhamento do desempenho fiscal do setor público; XI - administração patrimonial; e XII - política e diretrizes para modernização do Estado. 17 Valores Integridade Eficiência Transparência Comprometimento 2.3 – Estrutura Organizacional A estrutura do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi definida pelo Decreto nº 6.081, de 12 de abril de 2007 e publicado no Diário Oficial da União de 12 de abril de 2007. Abrange o total de quinze mil servidores, entre ativos, inativos e pensionistas, entre os quais estão os anistiados políticos que recebem uma indenização decorrente da perseguição política do regime militar. Integram o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro do Estado. São eles: Gabinete Secretaria Executiva: Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais Departamento de Coordenação de Processos de Extinção e Liquidação Consultoria Jurídica: órgão setorial da Advocacia-Geral da União. Assessoria Econômica Órgãos específicos singulares - Secretarias: Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI Secretaria de Orçamento Federal - SOF Secretaria de Assuntos Internacionais - SEAIN Secretaria de Gestão - SEGES Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação- SLTI Secretaria de Recursos Humanos - SRH Secretaria do Patrimônio da União - SPU 18 Órgãos Colegiados: Secretaria de Gestão - SEGES Comissão de Financiamentos Externos - COFIEX Comissão Nacional de Cartografia - CONCAR Comissão Nacional de Classificação - CONCLA Comissão Nacional de População e Desenvolvimento - CNPD Entidades Vinculadas: Fundação Escola Nacional de Administração Pública - ENAP Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Por fim, segue o organograma do MPOG: Figura 1 – Organograma do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 19 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 – Gestão de Recursos Humanos no Serviço Público De acordo com Arruda (2004), as discussões sobre a Gestão de Pessoas em instituições públicas implicam a correlação de diversas variáveis que podem interferir no ambiente interno da organização. A autora aponta que, por um longo tempo, negligenciou-se a questão dos recursos humanos nas organizações públicas. Mesmo ao tratar-se dos processos de reforma administrativa no serviço público, discutiram-se mais exclusivamente os processos burocráticos para seleção, contratação e mobilidade e os formatos hierárquicos para disposição das pessoas nas estruturas, deixando de lado o papel, necessidades e relações com o trabalho do corpo técnico-administrativo. Ainda assim, conforme a autora, quando são tratadas, as questões relacionam-se prioritariamente com o peso do pessoal na folha de pagamento e no seu custo para o Estado, tentando-se provar o ônus de sua existência pouco justificada e propondo a contratação terceirizada de suas atividades. Nogueira e Santana (2000, em Arruda, 2004) argumentam que o Estado, visto, de modo geral, com um olhar de ineficiência para a sociedade, tornou-se o alvo principal dos reformistas em todo o mundo ocidental nas décadas de 1980 e 1990. Prioritariamente, as reformas propostas eram de caráter econômico, visando o enxugamento dos quadros efetivos. Qualificar recursos humanos, motivá-los e criar possibilidades de crescimento, fazendo com que, democraticamente e de forma responsável, a maioria possa participar da discussão sobre a ampliação da eficácia e da eficiência operacional, não tem sido visto na Administração Pública. Ao contrário, de acordo com Arruda (2004) percebem-se exemplos de um gerenciamento desumanizado, com planos de demissão voluntária e aceleração das 20 aposentadorias, diminuindo o “estoque de servidores públicos”, ao invés de propostas de soluções para médio e longo prazo. O texto do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995, em Arruda, 2004) apresenta, na tabela a seguir, números que evidenciam o enxugamento e a redução do quadro de servidores no decorrer dos anos: Ano Civis e Estatutários* TOTAL** 1988 705.548 1.442.657 1989 712.740 1.488.608 1990 628.305 1.338.155 1991 598.375 1.266.495 1992 620.870 1.284.474 1993 592.898 1.258.181 1994 587.202 1.197.460 1995 580.035 - Tabela 2 - Evolução do número de servidores do Poder Executivo (SRH/MPO, em Arruda, 2004) (*) Civis da Administração Direta, Autarquias e Fundações; não inclui, portanto os militares. (**) Inclui, além dos civis estatutários, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Observa-se, no período de 1988 a março de 1995, uma redução de 28% (125.513 servidores) no número de servidores estatutários e de 27% (245.197 servidores) no total de servidores no período de 1988 a 1994. Nogueira e Santana (2000, em Arruda, 2004) apresentam dados de redução de quadro de servidores federais da ordem de 16,2% do total (335.500) nos Estados Unidos (1993 a 1998), de 32% (56.480) na Austrália (1987 a 1998) e de 34% (34.000) na Grã Bretanha (desde 1979), sendo que na Suécia, 200.000 funções foram desativadas no governo central. Nesse sentido, é importante estabelecer políticas articuladas, com melhoria dos salários e motivação para a qualidade e a excelência profissional. Justificavase que os quadros estavam inchados de servidores que faziam pouco e custavam 21 caro, além de apresentar características imutáveis de resistência à visão gerencial moderna. Nogueira e Santana (2000, em Arruda, 2004) afirmam que a concessão de vantagens salariais e perspectivas profissionais para os profissionais que permanecem no quadro efetivo deveriam fazer parte das políticas de Recursos Humanos em instituições públicas, para evitar a perda de profissionais talentosos e comprometidos. 3.2 – Conceito de Cargo Chiavenato (2004) define “cargo” como uma composição de todas as atividades desempenhadas por seu ocupante, ou seja, toda função desempenhada pelos trabalhadores dentro de uma organização está inserida em um determinado cargo. As pessoas trabalham nas organizações desempenhando um determinado cargo. Em geral, quando se pretende saber o que uma pessoa faz na organização, pergunta-se qual é o cargo que desempenha. Com isto, pode-se inferir o que ela faz na organização e ter-se uma idéia de sua importância e do nível hierárquico que ocupa. Para as organizações, o cargo constitui a base da aplicação das pessoas nas tarefas organizacionais. Para a pessoa, o cargo constitui uma das maiores fontes de expectativas e de motivação na organização. Quando as pessoas ingressam na organização, assim como através de toda a sua trajetória profissional, elas sempre são ocupantes de algum cargo. (CHIAVENATO, 1999) A nomenclatura do cargo geralmente está relacionada com alguma função desempenhada pelo seu ocupante, a qual foi definida quando do desenho do cargo. Conforme Chiavenato (2004), o desenho de um cargo está relacionado diretamente com as atribuições que o ocupante deverá desempenhar, de que 22 forma deverão serem desempenhadas e também quanto ao grau de responsabilidade exigido. Desenho de cargos, para o referido autor, é o processo de organizar o trabalho através das tarefas necessárias para desempenhar um específico cargo. Entretanto, é importante diferenciar alguns conceitos gerais que envolvem a implantação de um plano de cargos e salários: Tarefa: é a unidade do trabalho que requer certa habilidade mental ou física para determinado fim. Função: é um conjunto de tarefas e responsabilidades atribuídas a um cargo. Cargo: é uma composição de funções ou atividades equivalentes em relação às tarefas a serem desempenhadas, o qual é definido estrategicamente na busca da eficiência da organização. A diferença entre cargo e função é que o cargo é a posição que uma pessoa ocupa dentro da estrutura organizacional e função é o conjunto de tarefas e responsabilidades que correspondem a este cargo. Cada cargo tem um nível de responsabilidade, exigências e complexidade, para serem preenchidos. Quanto mais alto o grau de responsabilidade e exigências, maior deverá ser a remuneração do ocupante do mesmo. Ainda existem os cargos que só podem ser ocupados por homens ou por mulheres, por alguma exigência das próprias empresas. De qualquer modo, os cargos são geralmente categorizados em diferentes níveis de complexidade, conforme abaixo: a) Operacional: envolve conhecimentos técnicos e específicos na execução de tarefas sob supervisão, com grau relativo de autonomia. b) Especializado: abrange conhecimentos especializados na execução de tarefas com autonomia. 23 3.3 – Modelagem de Cargos A modelagem de cargos é o levantamento do que, quando, como, onde e porque o ocupante de um cargo faz determinadas atividades. É de extrema importância para todos os macroprocessos de Gestão de Pessoas, pois apóia os profissionais a descrever o catálogo profissiográfico de todos os cargos da organização e gerenciar seus ocupantes. Esta atividade envolve o conteúdo do cargo, as qualificações do ocupante e as recompensas para cada cargo. Envolve dois subprocessos: Descrição de Cargos Chiavenato (2004) define o processo de descrição de um cargo como o levantamento de todas as atribuições e responsabilidades do ocupante do cargo, isto é, a relação de todas as atividades a serem desenvolvidas pelo ocupante. Especificação de Cargos A especificação ou análise dos cargos abrange todas as qualificações exigíveis do ocupante de um determinado cargo. Envolve o levantamento detalhado de todas as competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) necessárias para um adequado padrão de performance. Para Chiavenato (2004), a especificação indica os requisitos físicos e mentais do ocupante, as responsabilidades do cargo e as condições em que o trabalho deve ser feito, enquanto a descrição evidencia o conteúdo do cargo. Alguns fatores de especificação são utilizados pelas empresas como fundamento para que a análise de cargos tenha uma boa base comparativa, conforme pode-se observar na figura abaixo: 24 • Instrução necessária • Experiência anterior • Iniciativa • Aptidões Requisitos Mentais • Esforço físico • Destrezas ou habilidades gerais • Aptidões específicas • Compleição física Requisitos Físicos Fatores de Especificação Responsabilidades • Supervisão de pessoas • Material, equipamento ou ferramental • Dinheiro, títulos ou documentos • Contatos internos ou externos Condições de Trabalho • Ambiente físico de trabalho • Riscos • Exposição a agentes insalubres Figura 2 – Fatores de Especificação de Cargos (Chiavenato, 2004) Segundo Chiavenato(2004), a modelagem de cargos(descrição e especificação) serve de: Subsídios ao Recrutamento - definição do mercado de RH onde se deverão definir dados para a elaboração de anúncios ou técnicas de recrutamento. Subsídios à Seleção - perfil e características do ocupante do cargo, requisitos exigidos, definição dos testes de seleção etc. Material para Planejamento de Treinamento - conteúdo dos programas de treinamento, conhecimentos e habilidades exigidos ao ocupante e atitudes perante o cliente. Base para Avaliação e Classificação de Cargos - fatores de especificações para serem utilizados como fatores de avaliação de cargos, definição de faixas salariais, escolha de cargos referenciais para pesquisa de salários etc. Avaliação do Desempenho - definição de critérios e padrões de desempenho para avaliar os ocupantes, metas e resultados a serem alcançados etc. 25 Base para Programas de Higiene e Segurança - informações sobre condições de insalubridade e periculosidade comuns a determinados cargos. Guia para o Gerente - informações sobre o conteúdo dos cargos e desempenho dos ocupantes. A seguir, está apresentado um exemplo de modelagem de cargo: TÍTULO DO CARGO Enfermeira SUMÁRIO DO CARGO Responsável pelo esquema completo de cuidados com o paciente, desde a admissão até a transferência ou saída do processo de enfermagem, bem como de avaliação, planejamento, implementação e avaliação. A enfermeira tem autoridade e total responsabilidade sobre o processo de enfermagem e para projetar as futuras necessidades do paciente e/ou da família. Dirige e guia os cuidados ao paciente e as atividades do pessoal de apoio, enquanto mantém o alto padrão de enfermagem profissional. RELAÇÕES Reporta-se à enfermeira-chefe Responsável pelos cuidados atribuídos, prescrições e transcrições. Trabalha com os departamentos de apoio e cuidados ao paciente. Relações externas com médicos, pacientes e famílias de pacientes. QUALIFICAÇÕES Educação: graduação em escola superior de enfermagem. Experiência profissional: cuidados críticos exigem um ano de experiência médico/cirurgia. Requisitos de licença ou registro: - Capacidade de alcançar ou assistir à transferência de 50 m. - Capacidade de transferir e/ou andar 80m. - Acuidade visual e auditiva para desempenhar funções relacionadas. RESPONSABILIDADES 1. Avaliar dimensões físicas, emocionais e psicossociais dos pacientes. Avaliar o paciente por escrito após sua admissão e comunicá-la aos que cuidam dele, conforme as políticas internas do hospital. 2. Formular um plano de cuidados com o paciente desde sua admissão até a saída. Desenvolver objetivos de curto e longo prazos após a admissão. Rever e atualizar o plano. 3. Implementar o plano de cuidados. Demonstrar habilidade em desempenhar procedimentos comuns de enfermagem. Completar as atividades de cuidado com o paciente de maneira organizada e cronometrada, estabelecendo prioridades apropriadas. Tabela 3 – Exemplo de Descrição e Análise de Cargo (Chiavenato, 2004) 26 3.4 – Cargo e Remuneração As políticas salariais são realizadas através de plano de cargos e salários, o qual normatiza internamente a promoção e a progressão das carreiras na empresa. A gestão de cargos e salários ocupa uma posição-chave no recrutamento e manutenção dos recursos humanos das empresas, pois estas precisam propiciar um ambiente de motivação e produtividade, eliminando as incoerências e distorções que possam causar desequilíbrios salariais ou a insatisfação das pessoas. Dentro de uma determinada organização, pode-se encontrar alguém com diploma universitário e alguém com diploma de 2º grau recebendo a mesma remuneração. Isso acontece porque ambos estão em um mesmo cargo, ou seja, o salário, neste caso, é pelo cargo e não pelo nível de escolaridade. ”A ênfase é no trabalho, e não no indivíduo que o realiza”, afirma Chiavenato (2004). Para compreender essa diferença, pode-se hipotetizar alguém com diploma universitário dirigindo um táxi. Não importa o quanto ele seja bom motorista, nem a conversação brilhante capaz de manter com o passageiro, seu pagamento como taxista será o mesmo, sendo ele um doutor ou semi-alfabetizado. A tarifa baseia-se no trabalho de fornecer transporte e, não, na pessoa que o executa. A remuneração dos cargos está relacionada a vários fatores, tais como: nível de escolaridade; importância do trabalho; grau de responsabilidade e hierarquia. Porém, a remuneração pode ser do cargo ou da pessoa: a compensação pode focalizar como um cargo contribui para os valores da organização ou como os conhecimentos e habilidades da pessoa contribuem para o cargo ou para a organização. O sistema tradicional privilegia o salário pela contribuição do cargo e não pelo desempenho do funcionário. Nele, o cargo representa a unidade da estrutura salarial. É o cargo e não o seu ocupante que interessa. 27 A política salarial baseada nos cargos funciona bem quando os cargos não mudam, a tecnologia é estável a rotatividade é baixa, os funcionários recebem treinamento intensivo para aprender as tarefas, os cargos são padronizados no mercado e as pessoas desejam crescer através de promoções na carreira. Já o sistema de remuneração baseada nos talentos que as pessoas possuem, a remuneração aumenta na medida em que a pessoa se torne capaz de desempenhar mais deveres com sucesso. É a remuneração baseada no indivíduo e indicada quando a força de trabalho possui capacidade e vontade de aprender novas tarefas. Entretanto, Chiavenato (2004) aponta que isso ocorre quando a tecnologia e a estrutura organizacional mudam constantemente, as oportunidades para mobilidade vertical são limitadas, a participação e o espírito de equipe são encorajados na organização e os custos de rotatividade e absenteísmo em termos de perdas de produção são elevados. Quando a exigência é o nível de escolaridade, as empresas tendem a valorizar (remunerar) muito bem as pessoas que possuem nível superior, e, principalmente se tiverem prestado uma pós-graduação, mestrado. Cabe àqueles funcionários que tiverem nível de 2º grau ou abaixo a iniciativa de estudarem mais para serem promovidos e melhor remunerados. O cargo também pode ter remuneração baseada na importância do trabalho e grau de responsabilidade, como, por exemplo, o cargo de Médico. comparado com o de Enfermeiro. Observa-se que o médico é mais valorizado tem um grau de responsabilidade maior que o Enfermeiro, tendo, por isso, uma remuneração maior. Quanto à hierarquia, um cargo pode ter várias remunerações, como por exemplo o salário de um Técnico de Informática pode ser dividido em três níveis (I, II, III) com pouca ou muita diferença entre as remunerações. 28 3.5 – Política Salarial Política Salarial é um meio pelo qual as organizações podem dar segurança, motivação e satisfação quanto à remuneração de seus funcionários. Segundo Chiavenato (2004), “política salarial é o conjunto de decisões organizacionais tomadas a respeito de assuntos relacionados com a remuneração e benefícios concedidos aos funcionários”. O autor cita sete características de uma Política Salarial, para que ela possa produzir os efeitos desejados. Ela deve ser: Adequada – a compensação deve distanciar-se dos padrões mínimos estabelecidos pelo governo ou pelo acordo sindical. Eqüitativa – cada pessoa deve ser paga proporcionalmente de acordo com seu esforço, habilidades e capacitação profissional. Balanceada – salário, benefícios e outras recompensas devem proporcionar um pacote total de recompensas que seja razoável. Viável – os salários não podem ser excessivos, em função do que a organização pode pagar. Segura – os salários devem ser suficientes para ajudar os empregados a sentirem-se seguros e ajudá-los a satisfazer as suas necessidades básicas. Incentivadora – os salários devem motivar eficazmente o trabalho produtivo. Aceitável para os Empregados – as pessoas devem compreender o sistema de salários e sentir que ele representa um sistema razoável para eles e também para a organização. Até o século XVIII, quando aconteceu a Revolução Industrial, tudo o que o homem necessitasse era produzido manualmente, e o conhecimento era passado aos aprendizes. Um sapateiro, por exemplo, detinha os instrumentos de que necessitava para produzir os sapatos (matéria-prima) e, sobretudo, o conhecimento de como confeccionar um sapato. Como o trabalho era manual, o 29 custo do trabalho certamente era mais elevado, porque para a produção de um único sapato eram necessários vários dias. A Revolução Industrial trouxe uma grande transformação nos meios de produção com o surgimento de máquinas e equipamentos que trouxeram facilidades para ajudar o homem no desempenho de suas atividades. O sapato que o sapateiro demorava dias para fazer, agora, levava algumas horas. Mas, como nem todos podiam comprar as máquinas em decorrência do preço alto, a classe chamada burguesia começou a comprar as máquinas e a contratar pessoas para operá-las, era o início da “produção em série”, das “fábricas”. Com este acontecimento, aquele artesão (sapateiro) teve que optar por vender a sua força de trabalho, surgindo assim o “salário”. De acordo Macedo (2007), o salário existe porque, de um lado, temos o detentor dos meios de produção, que não tem o conhecimento necessário para a produção do bem, ou que, mesmo tendo referido conhecimento não pode, sozinho, operar todos os instrumentos e meios de produção e, de outro, o empregado que, não detém os meios de produção, mas que precisa vender sua força de trabalho ao capitalista. Assim, surgiu este quadro de simbiose capitalista (na realidade muito mais de parasitismo capitalista), no qual, de um lado, uma das partes necessita de mão-de-obra para a produção de bens, e de outro, uma parte que precisa trabalhar para poder sobreviver e adquirir outros bens de que necessita à sua subsistência). No princípio, os trabalhadores eram muito explorados tanto na quantidade como na duração das jornadas de trabalho, e com isto eles começaram a se especializar em várias funções dentro da indústria e também a se organizarem na luta por uma política salarial. Cientes destas situações, os trabalhadores começaram a se organizar e a reivindicar melhores condições de trabalho, como jornadas mais curtas, repouso semanal, salários mais justos condizentes com as exigências de cada profissão. 30 Atualmente, uma das conquistas dos trabalhadores é a figura da equiparação salarial, que significa que, para funções idênticas, deverá incidir a mesma remuneração. Conforme a Constituição Federal, a desigualdade salarial para quem faz o mesmo trabalho que outrem, na mesma organização, é expressamente proibida. A esse respeito, o art. 7º, XXX, aponta “a proibição de diferença de salários, de exercício de função e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”. A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seu art. 461, também dispõe sobre os fatores condicionais da equiparação salarial, indicando que “sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.” No passado, a Política Salarial era muito limitada, pois baseava-se em qualificações e na hierarquia. Alguns autores argumentam que as políticas salariais tradicionais costumavam serem padronizadas, rígidas, reducionistas e pouco participativas, reforçando a estrutura burocrática das organizações, dificultando os processos de mudança e exigindo esforço com poucas vantagens aos trabalhadores. Atualmente, uma Política salarial é de fundamental importância na gestão de recursos humanos, estando integrada à estratégia da organização e baseada no reconhecimento das competências individuais. Seus componentes são: Salário Base: remuneração mensal atribuída que mantém uma eqüidade interna e externa em função da complexidade das tarefas e tem como objetivo reter as pessoas. Salário Indireto: expresso através de benefícios ligados a serviços de saúde, segurança/proteção, transporte individual, educação/formação, compensação por resultados, habitação e demais serviços pessoais, com o objetivo de reter as pessoas a médio ou longo prazo. 31 Salário Variável: expresso pelo valor dos incentivos por uma remuneração suplementar periódica, que pode ser estabelecida individualmente, para grupos ou equipes ou ainda para metas organizacionais, associados à motivação e ao esforço investido no trabalho. Pretende indexar o desempenho a determinados critérios de resultados. A remuneração não deverá representar apenas um custo, mas um investimento que se autofinancia por uma maior produtividade, procurando motivar e reter a força de trabalho produtiva, motivar para o esforço/desempenho e cooperação, facilitar a disponibilidade para a aquisição de novas competências e de adaptação à mudança, proporcionar mais do que um salário base, premiando as competências técnicas e de gestão. A política salarial traz vantagens competitivas à empresa permitindo produzir uma relação direta da remuneração com as prioridades do negócio, indexar os aumentos salariais às variáveis relativas ao desempenho, ser flexível às mudanças organizacionais e do negócio, favorecer uma cultura de emergência de competências, separar a remuneração da função para remunerar a pessoa e o seu desempenho e ter a duração dos planos estratégicos da empresa. 3.6 – Plano de Cargos De acordo com Chiavenato (1999), para assegurar o equilíbrio interno dos salários, a administração salarial utiliza a avaliação e classificação dos cargos. Ambas representam esquemas tradicionais para comparar os cargos e traçar seu perfil na estrutura de salários da organização. A avaliação de cargos é o processo através do qual se aplicam critérios de comparação dos cargos para se conseguir uma valoração interna dos salários dos diversos cargos. A classificação de cargos é o processo de comparar o valor relativo dos cargos, a fim de colocá-los em uma hierarquia de classes que podem ser utilizadas como base para estrutura de salários. 32 Chiavenato (1999) aponta que a avaliação e a classificação de cargos constituem as técnicas tradicionais para definir uma estrutura de salários com base em uma comparação sistemática e consistente. Enquanto a avaliação de cargos busca fixar o valor relativo de cada cargo dentro da organização, a classificação ajusta os salários dos cargos em uma estrutura integrada e coesa, com as respectivas faixas salariais em ordem gradativa de valores, a fim de proporcionar uma distribuição eqüitativa dos salários dentro da organização para eliminar qualquer tipo de arbitrariedade. Pode-se dizer que o Plano de Cargos surgiu no início da Era Industrial sob influência dos modelos de gestão de Taylor e Ford, que era baseado na produção por linha, os funcionários recebiam o pagamento por peça produzida. Enquanto os custos com a mão-de-obra diminuíam, a produção crescia, a industrialização avançava e o plano de cargos entrava em ação, colocando-se muitas funções da fábrica de acordo com a semelhança de suas características. Com o decorrer do tempo, o Plano de Cargos sofreu muitas alterações estruturais. Na década de 60, na Europa, surge a abordagem sóciotécnica, menos mecanicista, o que influenciou a elaboração de um plano de cargos nas organizações. Da mesma maneira, na década de 80, o aparecimento do modelo japonês, o qual representava a adoção de um trabalho cooperativo e de equipe, também influenciou a formulação de métricas salariais. Os países ocidentais foram influenciados pelo modelo japonês no desenvolvimento dos funcionários e houve a criação de várias práticas como o downsizing e a reengenharia. É consenso na literatura especializada em Cargos e Salários que os objetivos de um Plano de Cargos são: a) prever, qualitativa e quantitativamente, os recursos humanos; b) delimitar atribuições, deveres e responsabilidades inerentes a cada cargo; c) definir especificações de cargos; d) estabelecer uma estrutura salarial; d) oferecer oportunidades de remuneração capazes de motivar empregados, elevando seus padrões de produtividade. 33 Sobre um Plano de Cargos, independente do segmento e porte da organização, as seguintes vantagens e desvantagens: Vantagens Desvantagens Falta de flexibilidade. Ainda é o mais utilizado pelas empresas. Oferece coerência interna. Manutenção de salários na média do mercado. Funcionários recebem os seus salários conforme a média, o máximo e o mínimo do mercado, eles não são recompensados pelo seu potencial. Não valoriza o desenvolvimento das habilidades e competências. Um mesmo cargo pode ter diferentes funções conforme cada empresa. As pessoas ficam limitadas à sua área de atuação, com isso a sua responsabilidade é limitada somente a função que ela executa. Os objetivos comuns da empresa se tornam menos importantes porque as pessoas priorizam as promoções na carreira. Tabela 4 – Vantagens e Desvantagens de um Plano de Cargos (Baseado em Albuquerque e Oliveira, 2001) Um Plano de Cargos pode estar vulnerável ao modelo de gestão adotado pelas organizações. Por isso, para conseguir resistir às novas tendências, algumas mudanças e adaptações estão ocorrendo, conforme citam Wood e Piccarelli (1999, em Albuquerque & Oliveira, 2001): a) Modificação das descrições de forma a focar processos e incluir informações sobre clientes internos e externos, serviços ou produtos fornecidos e expectativas desses clientes, ao invés de serem específicas e restritas às atividades de rotina dos funcionários. As descrições passam a incluir também uma maior reflexão sobre a identidade e missão da função. b) Redução no número de cargos descritos, adotando-se maior generalidade nas descrições, o que evita que se engesse as pessoas nas limitações da função. Os cargos devem mostrar somente as “diretrizes gerais de trabalho”, tornando as funções mais abrangentes, de modo que dêem espaço para a iniciativa das pessoas. 34 4. METODOLOGIA 4.1 – Tipo de Pesquisa O presente trabalho caracteriza-se, quanto à forma de abordagem do problema, como uma pesquisa qualitativa, isto é, que não requer técnicas estatísticas quantitativas para a análise de dados. Por meio da interpretação e atribuição de significado é que a pesquisa qualitativa se processa. Quanto à finalidade, este estudo tem caráter descritivo, uma vez que, de acordo com Silva e Menezes (2000), visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, a fim de correlacionar as variáveis envolvidas. Quanto aos meios, esta pesquisa é bibliográfica, baseada na teoria específica sobre Gestão de Cargos e Salários, bem como documental, pois considerou documentação oficial da organização estudada para coleta de dados. 4.2 – Amostra Foi sujeito desta pesquisa o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, órgão do poder executivo de esfera federal. 4.3 – Método de Coleta e Análise de Dados Esta pesquisa utilizou como fonte de coleta de dados o Sistema de Administração de Pessoal (SIAPE), que gera a folha de pagamento do Ministério do Planejamento e dos demais Órgãos do Poder Executivo da União. A análise de dados foi de caráter documental, pois baseou-se na documentação oficial do órgão, disponibilizada pela área de Recursos Humanos, além daquela constante no site corporativo do Ministério do Planejamento. 35 5. ANÁLISE DE RESULTADOS Com base na estrutura de cargos do Ministério do Planejamento, existem quatro situações diferentes quanto ao seu quadro de pessoal: Servidores da “Carreira do Ciclo de Gestão Federal”; Servidores da “Carreira da Secretaria de Patrimônio da União”; Servidores da “Carreira da Secretaria de Recursos Humanos”; Servidores da “Carreira Geral do Serviço Público” (Poder Executivo). O Plano de Cargos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, especificamente para as carreiras de “Analista de Planejamento e Orçamento (APO)” e “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG)”, está contemplado na Carreira do Ciclo de Gestão Federal, e abrange características de isonomia que sugerem a possibilidade de criação da chamada carreira única. Ambas são carreiras típicas de Estado, encarregadas das atividades de gestão da administração pública federal brasileira, e têm as seguintes características: As carreiras e os cargos são agrupados em classes ou categorias e padrões. O ingresso far-se-á no padrão inicial da classe ou categoria inicial do respectivo cargo, mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, exigindo-se curso superior, concluído, conforme o nível do cargo, observados os requisitos fixados na legislação pertinente. O concurso poderá ser realizado por áreas de especialização, organizado em uma ou mais fases, incluindo, se for o caso, curso de formação, conforme dispuser o edital de abertura do certame, observada a legislação pertinente. 36 O desenvolvimento do servidor nas carreiras e nos cargos ocorrerá mediante progressão funcional e promoção. Progressão é a passagem do servidor para o padrão de vencimento imediatamente superior dentro de uma mesma classe ou categoria. Promoção é a passagem do servidor do último padrão de uma classe ou categoria para o primeiro padrão da classe ou categoria imediatamente superior. A progressão funcional e a promoção observarão os requisitos fixados em regulamento. O servidor em estágio probatório será objeto de avaliação específica, ao final da qual, se confirmado no cargo, obterá a progressão para o padrão imediatamente superior da classe ou categoria inicial, vedando-lhe, durante esse período, a progressão funcional. Jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais dos integrantes dessas carreiras, ressalvados os casos amparados por legislação específica. De acordo com a documentação oficial do Ministério do Planejamento, as duas carreiras estão regidas pela tabela salarial apresentada abaixo, indicando o vencimento básico e as gratificações envolvidas, determinadas pelo desempenho individual: CLASSE ESPECIAL C B A PADRÃO IV III II I III II I III II I III II I VANTAGEM VENCIMENTO GCG (**) PECUNIÁRIA BÁSICO ATÉ 100%) INDIVIDUAL 5.857,91 5.679,63 5.514,20 5.353,60 4.911,56 4.768,48 4.629,60 4.247,34 4.123,63 4.003,52 3.886,94 3.773,71 3.663,80 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 59,87 5.857,91 5.768,77 5.686,06 5.605,76 5.384,74 5.313,20 5.243,76 5.052,63 4.990,77 4.930,72 4.872,43 4.815,81 4.760,86 TOTAL APOSENTADO TOTAL (em R$) CCG - 50% DO % MÁX. + A + B 11.775,69 11.508,27 11.260,13 11.019,23 10.356,17 10.141,55 9.933,23 9.359,84 9.174,27 8.994,11 8.819,24 8.649,39 8.484,53 8.846,74 8.623,89 8.417,10 8.216,35 7.663,80 7.484,95 7.311,35 6.833,52 6.678,89 6.528,75 6.383,02 6.241,49 6.104,10 Tabela 5 – Progressão Salarial das carreiras de APO e EPPGG. 37 A seguir, estão detalhadas as duas carreiras: Analista de Planejamento e Orçamento – APO a) Histórico A carreira de Analista de Planejamento e Orçamento (APO) é da administração pública federal do Brasil, criada pelo Decreto-Lei nº 2.347, de 23/07/1987, alterado pelo Decreto nº 491, de 09 de abril de 1992 (quando a ocorreu a transformação do cargo de “Analista de Orçamento” para “Analista de Planejamento e Orçamento”), e reestruturada pela Medida Provisória 2.048, de 29/06/2000. A referida medida extinguiu a Gratificação de Desempenho e Produtividade (GDP), e a Gratificação de Planejamento, Orçamento e de Finanças e Controle, criando a Gratificação de Desempenho de Atividade do Ciclo de Gestão (GCG), com o percentual de até cinqüenta por cento, incidente sobre o vencimento básico do servidor, conforme sua redação, a seguir: § 1º - A GCG será atribuída em função do efetivo desempenho do servidor, bem assim de metas de desempenho institucional fixadas, na forma estabelecida em ato do Poder Executivo. § 2º - Até vinte pontos percentuais da GCG serão atribuídos em função do alcance das metas institucionais. O APO exerce atividades de nível superior, compreendendo a direção superior da administração orçamentária, assessoramento especializado, inclusive na área internacional, orientação e supervisão de auxiliares, abrangendo estudo, pesquisa, análise e interpretação da legislação econômico-fiscal, orçamentária, de pessoal e encargos sociais, com vistas à adequação da política orçamentária ao desenvolvimento econômico; supervisão, coordenação e execução dos trabalhos referentes à elaboração, acompanhamento e revisão do orçamento; desenvolvimento dos trabalhos de articulação entre o planejamento e os orçamentos governamentais, orçamentário da União. modernização e informatização do sistema 38 b) Disposições Gerais A carreira é considerada, junto com a carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), parte integrante do núcleo estratégico do Estado, com valorização e ótima progressão funcional. O salário inicial de um APO é de cerca de R$ 8,4 mil. Além disso, há benefícios indiretos, como assistência à saúde, auxílioalimentação e cursos de aperfeiçoamento. O ingresso na Carreira é por meio de Concurso Público constituído por duas etapas: - 1ª Etapa: Prova Objetiva de conhecimentos básicos, gerais e específicos, de caráter seletivo, eliminatório e classificatório; Prova discursiva de caráter seletivo, eliminatório e classificatório, e Títulos e Experiência Profissional, de caráter apenas classificatório. - 2ª Etapa: Curso de Formação para os candidatos habilitados e classificados na Primeira Etapa a ser realizado em Brasília-DF, pela Fundação Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, de caráter eliminatório e classificatório, terá duração mínima de 240 horas e ser regido por Edital e Regulamento próprios, que estabelecerão a freqüência e o rendimento mínimos a serem exigidos e demais condições de aprovação no referido curso, podendo ser ministrado, inclusive, aos sábados, domingos e feriados e, ainda, em horário noturno. O Edital de convocação para a Segunda Etapa, a ser publicado no Diário Oficial da União e disponibilizado na internet, estabelecerá o prazo para a matrícula e obedecerá ao interesse e à conveniência da Administração, que fixará prioridades para o desenvolvimento dessa etapa. c) Efetivo e Tabela Salarial ATIVOS 388 QUANTITATIVO APOSENTADOS 207 TOTAL = 682 CEDIDOS 87 SALÁRIO/ATIVOS INICIAL FINAL 8.484,53 11.775,69 Tabela 6 – Efetivo e Tabela Salarial do Cargo “Analista de Planejamento e Orçamento” 39 d) Perfil Profissiográfico ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – APO DESCRIÇÃO Atividade de nível superior, de complexidade e responsabilidade elevadas, abrangendo estudo, pesquisa, análise e interpretação da legislação econômico-fiscal, orçamentária ao desenvolvimento econômico, supervisão, coordenação execução dos trabalhos referentes à elaboração, acompanhamento e revisão do orçamento, desenvolvimento dos trabalhos de articulação entre o Planejamento e os Orçamentos Governamentais, modernização e informatização do sistema orçamentário da União. Conhecimentos Língua Portuguesa Língua Inglesa Gestão Pública Planejamento e Orçamento Governamental Contabilidade Geral e Pública Economia e Finanças Públicas Direito Financeiro Direito Tributário Direito Constitucional Direito Administrativo Informática ESPECIFICAÇÃO (Competências) Habilidades Raciocínio Lógico-Quantitativo Planejamento Organização Atitudes Iniciativa Relacionamento interpessoal Comunicação Efetiva Comprometimento com a Organização Autodesenvolvimento Tabela 7 – Profissiografia do Cargo “Analista de Planejamento e Orçamento” 40 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – EPPGG a) Histórico A carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) foi criada pela Lei nº 7.834, de 1989, alterada pela Lei nº 9.625, de 1998 e regulamentada pelo decreto 5.176, de 10 de agosto de 2004. A história é distinta da maior parte das iniciativas levadas a cabo no Brasil nos últimos 30 anos, por não ser o resultado de um projeto corporativo, formulado ou implementado pelos próprios beneficiários, ou a conseqüência de um processo inconcluso de profissionalização setorial da administração pública. A idéia de constituir um quadro de profissionais com perfil generalista e alta qualificação para a Administração Federal surgiu a partir de um estudo realizado pelo Embaixador Sérgio Paulo Rouanet, em 1982, a pedido do Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP). Neste estudo, concluía-se pela necessidade de dotar o Brasil de uma Escola de Governo, à semelhança das existentes na Europa, especialmente a França, e, indo além, adaptar-se o modelo aplicado nesses países à realidade brasileira. Para tanto, recomendava-se a criação de uma instituição encarregada da formação de quadros dirigentes no Brasil, e a constituição de uma carreira para os seus egressos, a fim de que se viabilizasse a sua absorção pela máquina administrativa, à semelhança dos grands corps franceses, mas sem sua heterogeneidade. Essa carreira teria atribuições generalistas (à semelhança dos administradores civis da França), a garantia legal do exercício de atribuições de direção e assessoramento e inserção em todos os ministérios. Em 1986, na vigência do regime democrático, o então Ministério da Administração encampou a proposta, como parte do processo de Reforma Administrativa que estava a ser implementado. Criou-se a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), e propôs-se ao Congresso a criação da carreira composta pelos cargos de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Enviou-se também ao Congresso Nacional um projeto de lei 41 dispondo sobre as diretrizes do sistema de carreiras, posteriormente substituído pelo Decreto-Lei nº 2.403, de 21 de dezembro de 1987, o qual previa a classificação dos cargos em comissão e sua vinculação às classes das carreiras estruturadas, reduzindo hipóteses de livre provimento e introduzindo um novo componente de profissionalização na gestão governamental, até então exclusivamente vinculada ao livre provimento desses cargos (GRAEF, 1998). A proposta de criação dos 'cargos de natureza especial de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental' atendia a necessidade de um corpo profissional de alto nível de suporte ao comando político do Estado, responsável pela ligação entre o governo e as carreiras técnicas integrantes do Sistema de Carreiras, com as atribuições de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, bem como de direção e assessoramento nos escalões superiores da administração. Ou seja, constituiriam um corpo de suporte ao comando político do Estado e de sustentação superior ao sistema a ser implementado (GRAEF, 1998). A criação da ENAP, por meio do Decreto nº 93.277, de 19 de setembro de 1986, foi uma tentativa de trazer para o Brasil experiências como a da prestigiosa École Nationale d' Administration, responsável pela reorganização do estado francês no pós-guerra. Caberia à ENAP o papel de formar o Estado-Maior do oficialato administrativo: o administrador superior para as mais altas decisões político-administrativas. Do ponto de vista administrativo, a criação da carreira deu-se a partir da intenção do Governo Federal de prover a Administração Pública de quadros altamente qualificados com missão de implementar uma reforma de Estado que garantisse maior transparência e melhoria da qualidade dos serviços públicos oferecidos à sociedade. Essa intenção fundava-se no diagnóstico, à época já consolidado, de que a administração pública federal, notadamente a administração direta, carecia de quadros qualificados tanto para a formulação de políticas públicas quanto para sua implementação e avaliação. 42 Segundo Souza (1999), os Gestores Governamentais foram concebidos como: elementos estratégicos de um amplo processo de reforma administrativa que visava a corrigir inúmeras disfunções do aparelho estatal, como: a rigidez do aparato público que não se adaptou aos tempos de crise e incertezas; as deficiências relacionadas à capacidade de gestão e capacidade técnica para a elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas; o baixo nível de articulação governamental; a distância entre o aparato burocrático e a sociedade, principalmente por falta de mecanismos de participação do cidadão, exigência básica dos processo democráticos; a falta de uma política de pessoal que proporcionasse a valorização, o incentivo e a qualificação do servidor públicos. A concepção, portanto, achava-se bastante próxima do que seria necessário para rapidamente, constituir-se um “núcleo duro” na administração direta e autárquica, totalmente novo, capaz de oferecer respostas imediatas às carências e permitindo ao Estado dotar-se de um corpo profissional qualificado ao exercício das funções de governo. Houve a extinção prematura da carreira, quando o Congresso Nacional aprovou, em outubro de 1989, a Lei nº 7.834 que cria a carreira de “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental”, cujas atribuições legais envolvem o exercício de atividades de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas e de direção e assessoramento nos escalões superiores da Administração Federal direta, autárquica e fundacional. A Lei criava a carreira de EPPGG juntamente com 960 cargos, cujo preenchimento por meio de sucessivos concursos possibilitaria uma rápida consolidação da carreira e impactos imediatos nos padrões de gestão do Estado brasileiro. Em 1990 foram nomeados os primeiros gestores governamentais no Brasil, formados pela ENAP. Apesar da importância da iniciativa, o projeto de profissionalização da administração pública foi relegado a segundo plano, tendo a carreira sido extinta 43 (e os cargos transpostos para a carreira de Analista de Orçamento) e recriada em 1992. Em 1993, a ENAP promoveu workshop para avaliar a experiência de recrutamento, formação e aproveitamento dos Gestores Governamentais. O trabalho realizado concluiu pela conveniência e relevância da retomada do processo de seleção e formação de Gestores Governamentais, tendência que adquiriu mais força a partir de 1994, já durante o processo de elaboração dos programas de governo dos principais candidatos à Presidência da República. Os dois então candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, enfatizavam a necessidade de recuperação da capacidade de governo da Administração Direta, e a importância de valorizar-se a formação de quadros dirigentes, por meio da ENAP. Segundo o diagnóstico expresso no documento Mãos à Obra Brasil, essa necessidade decorria de “um processo de crescente esvaziamento da administração direta e descontrole da administração indireta”, agravado pelo achatamento salarial e pelos desestímulos à carreira e ao mérito, os quais “produziram um êxodo dos melhores quadros da administração direta em direção à administração indireta”. b) Disposições Gerais Os Gestores Governamentais, como são conhecidos os membros da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, têm similares no Canadá, França, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Argentina e Reino Unido. Os Gestores Governamentais são os servidores públicos federais que atuam em atividades de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas e de direção e assessoramento nos escalões superiores da Administração Federal. Como analista simbólico, é essencialmente um profissional que administra informações e conflitos. Estes conflitos refletem os choques de interesses de grupos sociais diferenciados, que podem apresentar-se pela ação direta dos grupos de pressão ou por meio da ação mediada pelas organizações político- 44 partidárias. Muitas vezes, tais interesses se expressam de forma subterrânea por meio dos meandros da estrutura burocrática do Estado. A característica fundamental do ambiente em que atua o Gestor Governamental exige deste profissional um perfil muito próprio e característico: 1. Ser um especialista em políticas públicas, e não um administrador de meios. Como tal, deve ser possuidor de formação generalista, diversificada, com ênfase no conhecimento das ciências sociais, econômicas, políticas e dominar as metodologias próprias destas ciências; 2. Ter um amplo conhecimento dos movimentos políticos e sociais, de sua gênese e história recente, bem como sobre o Estado, tanto teórico quanto prático, e suas instituições, sua história e cultura, dominando amplamente as normas de funcionamento das organizações públicas, as corporações que atuam neste espaço e seus anseios; 3. Ser negociador e articulador, tanto em nível do Executivo quanto do Legislativo, pois tudo está em permanente negociação, desde a formulação das diretrizes até o último detalhe da execução. Esta articulação passa não só pelos diversos órgãos do Executivo, como pelo Congresso Nacional, o Judiciário, os partidos políticos e os grupos sociais afetados; 4. Ter ampla formação e compromisso com a ética, tornando-se imune às pressões dos grupos de interesse, para que sua ação seja determinada pelo interesse público expresso no programa do governo eleito democraticamente como expressão da vontade nacional; 5. Ser servidor estável, sem estar vulnerável aos interesses específicos dos grupos de pressão, lobbies privados de todas as naturezas e até mesmo à corrupção; 6. Ter formação teórica e prática em Estado e Governo, cujas características somente podem ser ministradas em Escola de Governo. Esta formação deve realçar o caráter generalista do seu perfil: longe de ser um especialista em 45 generalidades, ou um teórico que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, deve conciliar, à formação em sua área de interesse profissional original, a agregação de um conjunto de conhecimentos que lhe permita visualizar o conjunto sem deixar de ter presente a soma das partes, num ambiente altamente diferenciado como é o Estado. Para formar este profissional em ciências de governo, em problemas próprios do setor público, a experiência profissional por meio de um curso de formação teórico e prático específico ministrado intramáquina é requisito fundamental, mediado pelo compromisso do Estado no aproveitamento deste profissional especialmente preparado; 7. Ser um especialista em comando, apto a buscar o conhecimento técnico especializado necessário ao detalhamento e execução das políticas públicas, durante o processo de formulação, implementação e avaliação. Aliado à capacidade e domínio das técnicas de negociação, deve ter a capacidade de motivar e agregar equipes de trabalho, planejando e coordenando sua ação. A alocação dos gestores é realizada conforme as prioridades identificadas originalmente pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. São priorizados os ministérios da área social (Trabalho, Saúde, Educação e Previdência social), da área econômica (Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e o próprio Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atual órgão supervisor da carreira, em vista da sua importância para o aperfeiçoamento da gestão governamental e o alcance de níveis de eficiência da administração das políticas públicas setoriais. A partir de 2001, iniciou-se a alocação de cargos nos ministérios da área de infra-estrutura (Comunicações, Minas e Energia e Transportes), Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente. Ao final do curso de formação, os novos gestores optam, conforme sua classificação, pela alocação inicial nos ministérios e autarquias definidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Essa alocação, no entanto, não implica numa fixação definitiva do gestor - que pode, inclusive, revelar-se contraproducente, à medida que reduz a característica generalista desses profissionais - e pode ser alterada posteriormente, observado o interesse da Administração, por ato do órgão supervisor da carreira. 46 c) Efetivo e Tabela Salarial ATIVOS 669 QUANTITATIVO APOSENTADOS 7 TOTAL = 800 CEDIDOS 124 SALÁRIO/ATIVOS INICIAL FINAL 8.484,53 11.775,69 Tabela 8 – Efetivo e Tabela Salarial do Cargo “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental” c) Perfil Profissiográfico ESPECIALISTA EM POLÍTICA PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL – EPPGG DESCRIÇÃO Atividade de nível superior, com elevada complexidade e responsabilidade, relacionada com a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, compreendendo direção, assessoramento, planejamento, coordenação e execução, a ser desenvolvida, preferencialmente, em áreas sistêmicas de recursos humanos, serviços gerais, tecnologia da informação e modernização administrativa. Conhecimentos Língua Portuguesa Língua Inglesa Direito Constitucional Direito Administrativo Ciência Política e Administração Pública Economia Políticas Públicas Gestão Governamental ESPECIFICAÇÃO (Competências) Habilidades Raciocínio Lógico-Quantitativo Planejamento Organização Atitudes Iniciativa Relacionamento interpessoal Comunicação Efetiva Comprometimento com a Organização Autodesenvolvimento Tabela 9 – Profissiografia do Cargo “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental” 47 6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES De acordo com Chiavenato (2004) o Plano de Cargos diferencia-se pela natureza dos cargos, bem como pagamento de salários adequados a cada nível de cargo buscando obter uma coerência salarial interna e externa à organização. Com base nos resultados apresentados, pode-se afirmar que os cargos avaliados – “Analista de Planejamento e Orçamento” e “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental” – possuem o mesmo Plano de Cargos, com características semelhantes, quanto à natureza da atividade, e tabela salarial, relativa à possibilidade de progressão funcional, é idêntica. A carreira de “Analista de Planejamento e Orçamento” é voltada para administração orçamentária do Governo Federal, sendo a maioria dos analistas lotada na Secretaria de Orçamento Federal (SOF), desenvolvendo trabalhos referentes à elaboração, acompanhamento e revisão do orçamento da União. Já a “Carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental” é voltada para a área político-administrativa do Governo Federal. Os Gestores são responsáveis pela formulação, implementação e avaliação das políticas públicas e também pelo assessoramento nos escalões superiores da administração. A criação da Carreira de EPPGG também visa garantir maior transparência e melhoria da qualidade dos servidores públicos oferecidos à sociedade. Os Gestores precisam ter amplo conhecimento dos movimentos políticos e sociais, profundo conhecimento do Estado, serem negociadores e articuladores, éticos e estarem sempre buscando o conhecimento técnico especializado necessário à execução das políticas públicas. A prioridade de sua lotação é nos órgãos da área social (Trabalho, Saúde, Educação, Previdência Social), da área econômica (Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), e no Ministério do Planejamento. 48 As semelhanças entre as carreiras de APO e EPPGG fundamentam-se no salário-base, que é o mesmo, o nível de escolaridade exigido (nível superior), a obrigatoriedade de conclusão do curso de formação como etapa integrante do processo de seleção, bem como a GCG (Gratificação de Desempenho e Atividade do Ciclo de Gestão). Considerando-se que ambas as carreiras fazem parte do Grupo de Gestão do núcleo estratégico do Estado, vale ressaltar que a progressão salarial no Ministério do Planejamento não está vinculada à conhecida curva de maturidade, que remunera o ocupante pelo tempo de serviço no cargo, mas, sim, ao seu desempenho e perfil de competências, de tal modo que considera o quanto as competências individuais são mobilizadas para o atingimento dos resultados esperados pela organização. Dessa forma, nota-se que o processo de Avaliação de Competências e Resultados, uma tendência da moderna gestão de pessoas, é o mecanismo chave para determinar a progressão salarial das carreiras de “Analista de Planejamento e Orçamento” e “Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental”, já que o Ministério do Planejamento pratica a valorização das diferenças individuais de seus empregados. Porém, esta sistemática, embora meritocrática, pode gerar a percepção de injustiça na distribuição de gratificações em razão de todo processo de avaliação ter um grau de subjetividade que poderia enviesar o resultado. Segundo Arruda (2004), o desenvolvimento das pessoas passa a ser a ação fundamental nas empresas da atualidade. Mais do que avaliar e remunerar, desenvolver pessoas significa prepará-las para que possam prever novas atitudes, conceitos, soluções, idéias num espaço onde possam influenciar a forma de agir da organização. Essa orientação organizacional está mais focada no crescimento pessoal e na carreira futura do empregado e não apenas no cargo atual, já que a melhoria contínua deve ter como base a elevação das pessoas a patamares superiores de desempenho através de sua constante capacitação. 49 Os planos de desenvolvimento de carreiras, antes voltados aos interesses organizacionais, agora passaram a abranger, também, as necessidades dos indivíduos que compõem a organização. As empresas, nesse contexto, estão dando maiores oportunidades aos funcionários de traçarem seu próprio plano profissional, dando suporte ao seu desenvolvimento. Mas isso depende da orientação que é dada ao funcionário para que ele possa traçar esse plano, levando em consideração que a horizontalização das estruturas diminuiu consideravelmente as possibilidades de grandes crescimentos. Por fim, ressalta-se que este estudo, enquanto uma pesquisa de caráter qualitativo, teve como vantagem aprofundar o tema “Plano de Cargos” na referida organização, embora suas conclusões não possam ser generalizadas para outras organizações. 50 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão & OLIVEIRA, Patrícia Morilha (2001). Competências ou Cargos: uma análise das tendências das bases para um instrumental de Recursos Humanos. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, v. 08, nº 4. Outubro/ Dezembro. ARRUDA, Carmen Lúcia Rodrigues (2004). Plano de Carreira como instrumento de gestão: documentação e análise de uma experiência. Tese de Mestrado Profissional - UNICAMP. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Campus, 2004. MACEDO, Heloisa Beth Alvez. (2007). Política Salarial e Equiparação Salarial. Ano 11. Número 1336. MILKOVICH, George T. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas,1998. PLANEJAMENTO, Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento. Introdução à Gestão de Recursos Humanos, Texto de Referência em Gestão de Pessoas. Brasília, 2006. GRAEF, Aldino.V Congresso Internacional do Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento – CLAD. Santo Domingo, 1998. FEDERAIS, Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos. Disponível em:http://www.servidor.gov.br/publicacao/tabela_remuneracao/bol_remunerac ao.htm. Acesso em 15 abr. 2008. GESTÃO, Legislação da GCG-Gratificação de Desempenho e Atividade do Ciclo de. Disponível em: http://gcg.planejamento.gov.br/. Acesso em 23 abr. 2008. 51 ANEXO