REFLEXÃO SOBRE OS MOVIMENTOS SOCIAIS E O PROCESSO DE RECONHECIMENTO DA CIDADANIA: POSSIBILIDADES E LIMITES DA POLITICA PÚBLICA NUMA PERSPECTIVA DE GÊNERO. Paulo César Lourenço da Silva GT10 Relações de Gênero, Raça e Classe Palavras chave : movimentos sociais, cidadania, gênero, politica pública O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão sobre o papel dos movimentos sociais no processo de reconhecimento da cidadania brasileira, numa perspectiva de gênero. Para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica que apresenta um panorama histórico, no qual evidencia-se eventos no cenário brasileiro que se constituíram em fatores determinantes no processo de construção da cidadania. Desse modo, buscou-se compreender as formas como os indivíduos ao longo da história se organizaram e lutaram em prol do reconhecimento das suas demandas, e qual foi a relevância das ações desenvolvidas pelos movimentos sociais na elaboração de políticas públicas que favoreceram a diminuição das desigualdades de gênero. Foi realizado um recorte a partir da década de 1930, apresentando o processo de desenvolvimento econômico no Brasil, bem como as desigualdades instauradas nesse período. Analisou-se, se as ações desenvolvidas pelo governo foram capazes de subsidiar a diminuição das desigualdades regionais, de classe e de gênero. Nesse sentido, essa pesquisa avaliou qual o grau de relevância das lutas desenvolvidas pelos atores e atrizes engajados nos movimentos sociais, no processo reconhecimento de cidadania numa perspectiva de gênero. A reflexão sobre a discussão de gênero e o direito a cidadania, percorreu a problematização já realizada por Reis (1999), que relata ressalta a temática de gênero sendo algo á priori evidenciada no movimento feminino, mas que atualmente assumi uma nova dimensão, ou seja, deixou-se de ser uma questão endógena ao movimento, para discute-se gênero numa noção muito mais genérica, como um elemento essencial a noção de cidadania. A importância do reconhecimento da cidadania foi explorada numa perspectiva evidenciada por Telles (1994), de que apresenta a sociedade como algo que vem se modificando rapidamente, tornando-se que cada vez mais complexa, heterogênea, transformadora e excludente. A pesquisa proporcionou analisar o modo como Estado se posicionou frente as demandas postas pelos movimentos sociais, quais as ações ele tem desenvolvido atualmente, bem como a sua relação com a sociedade civil que favoreça o estabelecimento de politicas públicas que buscam diminuir as desigualdades de gênero. BIBLIOGRAFIA ABRAMO,Lais. Desigualdades e discriminações de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro e suas implicações para a formulação de uma política de emprego.OIT.Brasília,9 e 10 de dezembro de 2004. ALVES, J.E.D. e CORRÊA,S. (Orgs.), Dez anos do Cairo: tendências da fecundidade e direitos reprodutivos no Brasil. Campinas: Abep e UNFPA, 2004,p. 21-47. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos Avançados, São Paulo, v.17, n.49, dez. 2003. CARVALHO, José Murilo de,- Cidadania no Brasil: o longo caminho-12ª ed.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2009. CRESS. Conexão Gerais. Gestão Expansão Gerais. 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