1 FACULDADE LOURENÇO FILHO MARIA DO SOCORRO DE CARVALHO MAPEANDO A ISO 9001 PARA O CMMI FORTALEZA 2007 2 MARIA DO SOCORRO DE CARVALHO MAPEANDO A ISO 9001 PARA O CMMI Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciência da Computação à comissão julgadora da Faculdade Lourenço Filho sob orientação da Profa. M.Sc. Fabiana Marinho FORTALEZA 2007 3 MONOGRAFIA APRESENTADA À COORDENAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DA FACULDADE LOURENÇO FILHO, INTITULADA, MAPEANDO A ISO 9001 PARA O CMMI, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO. POR: MARIA DO SOCORRO DE CARVALHO APROVADA EM _____/____/_____. BANCA EXAMINADORA CONSTITUÍDA DOS SEGUINTES PROFESSORES: Profa. M.Sc. Valneide Cabral Prof. M.Sc. George Gomes Profa. M.Sc. Fabiana Marinho ORIENTADOR 4 Agradecimentos A Deus por ter me conduzido até aqui. Aos professores da FLF pela valiosa colaboração no meu crescimento, especialmente aos professores George Gomes e Valneide Cabral pela disposição em analisar meu projeto e a professora Fabiana pela orientação, esforço e paciência em fazer desta monografia um trabalho de qualidade. 5 Ao meu querido Marcius pelo apoio e interesse em meu desenvolvimento científico e tecnológico. À minha querida família pelo amor, paciência e principalmente compreensão. 6 Resumo Este trabalho tem como objetivos prover um entendimento geral sobre a evolução histórica da qualidade nas empresas de software, introduzir os modelos de qualidade mais amplamente utilizados no mercado atualmente (ISO 9001 e CMMI) e fazer um mapeamento entre os modelos apresentados, destacando as principais diferenças e similaridades existentes. 7 Abstract This work provides a general understanding about quality evolution concepts in software development companies, introduces the quality models more used in the software market (ISO 9001 and CMMI), and maps these models, showing the main differences and similarities among them. 8 Sumário Introdução, 10 1 QUALIDADE, 12 1.1 Conceitos, 12 1.2 História da Qualidade, 13 1.3 Mestres da Qualidade, 17 1.4 Sistemas da Qualidade, 20 2 ISO, 22 2.1 Conceitos, 22 2.2 Histórico das normas ISO, 23 2.3 Família de Normas ISO, 24 2.4 Princípios de Gestão da Qualidade, 25 2.5 A Norma ISO 9001 versão 2000, 27 2.5.1 Abordagem do Processo, 28 2.5.2 Estrutura da NBR ISO 9001:2000, 28 2.6 Certificação ISO, 30 3 CMMI, 34 3.1 Conceitos, 34 3.2 Origem do CMMI, 36 3.3 Família de modelos CMMI, 37 3.4 A Estrutura do CMMI, 39 3.5 As Abordagens do CMMI, 43 9 3.6 Abordagem por Estágios, 44 3.7 Avaliações CMMI, 46 4 MAPEANDO A ISO 9001 PARA O CMMI , 49 4.1 Sistema de Gestão da Qualidade, 49 4.2 Controle de Documentos, 50 4.3 Controle de Registros, 50 4.4 Responsabilidade da Direção, 51 4.5 Foco no Cliente, 51 4.6 Planejamento, 52 4.7 Responsabilidade Autoridade e Comunicação, 52 4.8 Gestão de Recursos, 53 4.9 Realização do Produto, 54 4.10 Planejamento da Realização do Produto, 54 4.11 Processos Relacionados com o Cliente, 55 4.12 Projeto e Desenvolvimento, 56 4.13 Aquisição, 56 4.14 Produção e Fornecimento e Serviço, 57 4.15 Controle de Dispositivos de Medição e Monitoramento, 57 4.16 Medição, Análise e Melhoria, 58 4.17 Auditoria Interna, 59 4.18 Controle de Produto não Conforme, 59 4.19 Ações Corretivas e Ações Preventivas, 60 Considerações Finais, 62 Bibliografia, 65 10 Introdução Nos dias atuais, a qualidade é um conceito de extrema importância para as organizações de uma forma geral. A melhoria contínua da qualidade é um dos maiores desafios a serem enfrentados pelas empresas, especialmente as que desejam conquistar novos mercados. Pode-se conseguir essa melhoria por meio de processos de aperfeiçoamento da qualidade e com a ajuda de instrumentos e políticas organizacionais que visem à melhoria contínua da qualidade. Para que ações de melhoria possam ser desencadeadas, é necessário que as organizações sistematizem seus processos, afim de que essas ações sejam mais constantes. Entre os modelos de processo de qualidade existentes, destacamos a norma ISO 9001:2000 e o modelo de maturidade CMMI. A ISO é um conjunto de padrões que pode ser usado em qualquer tipo ou tamanho de organização, e o CMMI é um modelo de referência utilizado em empresas que desenvolvem e mantém software ou sistemas. Mas o que estes modelos têm em comum? O que os aproxima e os diferencia? É possível compará-los? As clausulas da ISO podem sem mapeadas para o CMMI? Embora exista no mercado muito preconceito com relação à certificação ISO, pois muitas vezes o selo de qualidade é utilizado apenas como estratégia de marketing, a ISO é bastante completa e abrangente e quando aplicada com seriedade, pode ser equivalente ao uso de padrões reconhecidos como o CMMI. O presente trabalho tem como objetivo fazer um mapeamento das cláusulas da ISO 9001:2000 para as áreas de processo do CMMI, identificando sobreposições da abrangência e cobertura dos modelos, assim como, as semelhanças e diferenças existentes. 11 O mapeamento é feito do mais geral para o mais especifico, ou seja, da ISO para o CMMI, e não o contrario, para facilitar o entendimento. Não é o objetivo deste trabalho indicar qual dos modelos é o melhor, pois para isto seria necessário um estudo mais aprofundado sobre o tema. Este trabalho está organizado em 5 capítulos. No capítulo 1, são definidos conceitos básicos da qualidade, também são mencionados os conceitos de qualidade de produto e qualidade de processo, e é descrita a evolução da qualidade através do tempo e seus principais divulgadores. No capítulo 2 é feita uma breve introdução da Norma ISO 9001:2000 e um breve resumo das cláusulas que a compõem. O capítulo 3 apresenta o modelo CMMI (Capability Maturity Model Integration). Neste trabalho, o enfoque será dado na Representação por Estágios deste modelo, suas áreas de processo e seus níveis de maturidade. No capítulo 4, é feito o mapeamento entre as cláusulas da norma ISO 9001:2000 e as áreas de processo do CMMI, e finalmente, no Capítulo 5, são dadas as conclusões sobre o desenvolvimento deste trabalho. 12 1 Qualidade A busca por certificações como ISO ou CMMI, a fim de comprovar a qualidade no processo de desenvolvimento de software, tem crescido muito nos últimos anos [1]. A qualidade tornou-se não apenas um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exigente é também um pré-requisito para a empresa conquistar o mercado externo [2]. 1.1 CONCEITOS O termo qualidade vem do latim, Qualitas, e é utilizado em diversas situações, nem sempre tendo uma definição clara e objetiva, mas em geral é utilizado para significar a excelência de um produto ou serviço [3]. Embora presente em nosso dia a dia, a qualidade não é simples de ser definida. De acordo com Koscianski e Soares [4], a idéia de qualidade é aparentemente intuitiva; contudo, quando examinado mais longamente, o conceito se revela complexo. Definir um conceito de qualidade para estabelecer objetivos é, assim, uma tarefa menos trivial do que aparenta a princípio. Além disso, sua interpretação depende do ponto de vista de quem a analisa. Muitas vezes um produto ou serviço que tem qualidade para uma pessoa, pode não ter para outra, visto que, há uma enorme variedade de marcas de um mesmo produto no mercado e existem clientes satisfeitos ou insatisfeitos com as mesmas. A qualidade de um produto ou serviço pode ser vista por duas óticas: pela ótica de quem produz (produtor) e pela ótica de quem adquire (consumidor/cliente). Do ponto de vista 13 do produtor, a qualidade esta associada à concepção e produção de um produto que vá de encontro às necessidades (requisitos) do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e a utilidade reconhecida ao produto, e em alguns casos está ligada ao preço [3]. O Dicionário Aurélio traz as seguintes definições para o termo [5]: 1. Propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas que as distingue das outras e lhes determina a natureza; 2. Superioridade, excelência de algo. Outras definições menos formais para qualidade são [6]: - Estar em conformidade com especificações. Os produtos possuem as características que estão descritas no projeto; - Quando o produto funciona conforme esperado, ou adequação para o uso; - Quando o produto se destaca dos demais por preço, aparência, conteúdo, marca ou qualquer outra razão, ou presença de mercado. A NBR ISO 84021, norma criada pela International Organization for Standardization que define os termos fundamentais relativos aos conceitos de qualidade, define qualidade “como a capacidade de satisfazer às necessidades explícitas e implícitas”. Podemos dizer que as necessidades explícitas são condições e objetivos propostos pelo produtor do bem ou serviço, e as necessidades implícitas incluem as diferenças entre os usuários e outras questões subjetivas [2]. 1.2 HISTÓRIA DA QUALIDADE Qualidade é certamente um dos temas mais em moda nos últimos tempos. No entanto, historicamente, o assunto é muito antigo. Há mais de quatro mil anos os egípcios estabeleceram uma medida padrão de comprimento, o cúbito, que correspondia ao comprimento do braço do Faraó reinante. Quando trocava o faraó, a medida devia ser atualizada. Todas as construções deviam ser realizadas utilizando essa unidade de medida. O responsável por uma construção comparava o padrão que estava sendo utilizado com o padrão real. Se isso não fosse feito ou houvesse erro de medição, o mesmo poderia ser punido com a morte [7]. 1 Esta norma foi cancelada em 01/12/2000 e substituída pela iso 9000 fonte: ABNT 14 Das diversas abordagens da qualidade no decorrer da história, podem ser identificadas grandes etapas de evolução. Uma delas é sugerida na Figura 1.1. Figura 1.1 - Evolução da gestão da qualidade Fonte: adaptado de PICCHI [8] A Figura apresenta o esboço dos principais movimentos pela qualidade no decorrer de sua história, na qual a preocupação com a qualidade pode ser estabelecida como já existente na antiguidade, passando pela idade média. No entanto, a sua importância ganha relevância a partir da década de 1920 [9]. Qualidade centrada no artesão – O artesão é responsável por todas as etapas do processo produtivo. Sendo ele mesmo responsável pelo controle de qualidade e o mercado consumidor. Esse contato direto do artesão com o consumidor proporcionava-lhe uma visão 15 das necessidades e desejos destes, isto possibilitava que os produtos fossem feitos sob medida para o cliente [9]. Qualidade centrada no supervisor - O mestre controla a qualidade do trabalho dos operários. Os trabalhadores perdem sua autonomia e são reunidos num mesmo local para produzirem sob o comando de uma pessoa (supervisor) que organiza a produção e define o padrão de qualidade a ser comercializado. No entanto, o produto ainda é associado a quem o produziu, sendo ainda do trabalhador a responsabilidade direta pela qualidade [9]. Qualidade centrada no inspetor - O controle de qualidade passa a ser função do “inspetor da qualidade”. São criados os departamentos de controle da qualidade, estes têm função essencialmente corretiva: separar produtos bons de produtos defeituosos. Embora a inspeção evitasse que produtos defeituosos chegassem ao consumidor final, não conseguiu evitar que eles fossem produzidos e sucateados no decorrer do processo. Além disso, o custo da inspeção era extremamente oneroso [9]. O controle Estatístico – A segunda guerra trouxe a necessidade de produção de grande quantidade de produtos militares. Nesta época foram introduzidos os Controles Estatísticos da Qualidade, denotando uma pré ocupação em detectar as causa dos defeitos e prevenção [9]. A qualidade além dos limites da Fabrica – a partir da década de 50 o enfoque da Qualidade ganha grande sofisticação. É fundada a American Society for Quality Control (ASQC) contribuindo para a especialização de profissionais na área de Qualidade. A maior complexidade dos sistemas fez com que a qualidade passasse a ser enfocada de forma mais ampla, desde o projeto até utilização do produto. O enfoque passa a ter conotação preventiva e tem como marco o livro de Feigenbaum (Total Quality Control - TQC) [9]. Garantia da Qualidade (Enfoque ocidental) – O enfoque ocidental tem uma visão sistêmica da qualidade, abrange a empresa como um todo e trata de aspectos técnicos, administrativos e organizacionais, e depende além da engenharia e estatística de ciências como psicologia, educação, informática e outras [9]. Controle da Qualidade por toda a empresa (CWQC – Company Wide Quality Control – O enfoque japonês) – a indústria japonesa surpreende o ocidente ganhando a liderança em diversos setores, ligados à qualidade, que se torna estratégia nacional de sobrevivência e competitividade. Segundo Picchi, o conceito de garantia da qualidade dos japoneses é diferente do conceito ocidental, pois está centrado no cliente e não na demonstração [8]. 16 Gestão da Qualidade - Enquanto no enfoque ocidental a ênfase é voltada para sistemas, aspectos técnicos, especialista da qualidade e demonstração da qualidade, a ênfase do enfoque Japonês é voltada para o melhoramento contínuo, aspectos gerenciais e motivacionais, participação de todos os funcionários e satisfação do cliente [9]. Preocupadas com o avanço da industria japonesa, várias empresas ocidentais buscam adaptar conceitos, métodos e técnicas de gerenciamento de qualidade. A revolução industrial é considerada um grande marco na história da qualidade. Durante essa época surgiram milhares de novas empresas, levando à concorrência entre elas e para garantir a sobrevivência. O aumento da eficiência e qualidade dos produtos tornou-se condição imprescindível, desencadeando o que conhecemos como o processo de melhoria contínua [4]. Nas décadas de 40 e 50, surgiram alguns organismos ligados à qualidade, tais como International Standardization Organization (ISO), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e American Society for Quality Control (ASQC). Desde então, estes organismos vêm se dedicando ao desenvolvimento e disseminação de modelos e técnicas de Qualidade Total. Nas décadas de 60 e 70, ocorreram mudanças tecnológicas importantes que afetaram a construção dos computadores e, em conseqüência, a do software. O período é conhecido como “crise do software” e as conseqüências são sentidas até hoje [10]. Segundo Maffeo, a expressão “crise do software” tem historicamente aludido a um conjunto de problemas recorrentes enfrentados no processo de desenvolvimento (construção, implantação e manutenção) de software [11]. Estudos mostram que: − 25% dos projetos de desenvolvimento são cancelados antes de serem concluídos; − Em média o tempo de desenvolvimento é bem maior que o esperado; − 75% dos sistemas não funcionam como planejado; − A manutenção e reutilização são difíceis e custosas As causas da crise são muitas, de acordo com Rezende há uma enorme variedade de problemas que caracterizam a crise de software entre elas destacamos [12]: − A inexistência de métricas; − Imprecisão de estimativas de cronogramas e custo de desenvolvimento; − A comunicação entre cliente e a equipe de desenvolvedores é precária; − O processo de implantação do software desenvolvido é muitas vezes traumatizante. 17 Dijkstra [apud em Koscianski e Soares] revelou ainda um outro motivo que agravava a situação: os programadores não possuíam ferramentas, nem técnicas consagradas como dispomos hoje, nem escolas, nem mesmo a profissão de programador: Em 1957, casei-me e os ritos holandeses requeriam declarar a profissão; declarei ser programador, mas as autoridades municipais de Amsterdã não aceitaram, com base em que não havia tal profissão [4]. Em 1980, começava de forma oficial, nas organizações americanas os grandes programas de qualidade. Os princípios de Garantia da Qualidade chegam a quase todos os setores da indústria na forma de exigências contratuais. As empresas começam a perceber que a adoção pode trazer contribuição para a melhoria da qualidade [13]. − O Japão contribuiu com diversas ferramentas para qualidade. Destaque para a metodologia 5 S que tem como objetivo transformar o ambiente das organizações e a atitude das pessoas, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, diminuindo desperdícios, reduzindo custos e aumentando a produtividade das organizações, através de processos educativos, visando a mudança cultural das pessoas. Os cinco sensos são [14]: • SEIRI – Senso de Utilização e Descarte – Separar o necessário do desnecessário; • SEITON – Senso de Arrumação – Colocar cada coisa em seu devido lugar; • SEISSO – Senso de Limpeza – Limpar e cuidar do ambiente de trabalho; • SEIKETSU – Senso de Asseio, Saúde - Tornar saudável o ambiente de trabalho; • SHITSUKE – Senso de Disciplina – Rotinizar e padronizar a aplicação dos “S” anteriores. 1.3 MESTRES DA QUALIDADE Frederick Winslow Taylor, é considerado o “Pai da Administração Científica” por propor a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas. Taylor tinha como foco a eficiência e eficácia operacional na administração industrial. Seu controle inflexível e mecanicista elevou enormemente o desempenho das indústrias em que atuou. Todavia, igualmente gerou demissões, insatisfação e estresse para seus subordinados e sindicalistas [15]. 18 O Controle Estatístico de produção surgiu na década de vinte a fim de garantir a qualidade individual de cada peça nas fábricas que produziam em grandes quantidades. O Dr Walter A. Shewhart é considerado o “Pai do controle estatístico da qualidade”. Ele introduziu um método voltado para gestão das organizações, conhecido como: Controle Estatístico da Qualidade (CEQ) ou Controle Estatístico do Processo (CEP) baseado na aplicação de gráficos de controle e inspeção por amostragem como o Diagrama de Shewhart (Figura 1.2) [16]. No Diagrama de Shewhart são apresentadas três linhas horizontais onde são definidos: o valor médio, o limite superior e limite inferior máximo tolerado. Cada ponto no diagrama representa o valor de uma amostra. O gráfico permite verificar se os processos estão sendo bem controlados e se há tendências de melhora ou piora da qualidade [4]. Figura 1.2 – Diagrama de Shewhart. Fonte: KOSCIANSKI e SOARES [4] Walter A. Shewhart, também foi o criador do ciclo PDCA, uma poderosa ferramenta de gestão da qualidade com objetivo de melhoramento contínuo, constituída de 04 (quatro) passos: Planejar, Fazer, Checar e Agir. Esses quatro passos do ciclo PDCA estão descritos na tabela 1.1. Metodologia PDCA. Figura 1.3 - Ciclo PDCA Fonte: SILVA NETO [17] 19 Tabela 1.1 Metodologia PDCA - Planejar o que será feito; Plan (Planejar) - Estabelecer Metas - Definir os Métodos Do (Fazer) - Implementar, treinar, educar e executar o planejado conforme métodos e metas definidas Check (Checar) - Monitorar e medir os processos para ver se os trabalhos estão sendo executados conforme planejado Act (Agir) - Fazer correções - Tomar ações corretivas ou de melhoria Fonte: Adaptado de CHINELATO [18] e NBR ISO 9001:2000 [19] O ciclo PDCA só foi amplamente divulgado por Deming, que efetivamente o aplicou no Japão, sendo atribuído a este sua autoria [20]. A Deming é atribuído o mérito de ser o grande divulgador das idéias da qualidade junto aos japoneses [21]. W. Edwards Deming é o responsável pela “Revolução da Qualidade”. Na década de 50, Deming levou a indústria japonesa a adotar novos princípios de administração. Como reconhecimento por sua contribuição à economia japonesa, a União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE) instituiu o Prêmio Deming. Deming defendia que “a simples inspeção de entrada e saída não é eficaz” e que “a participação do trabalhador no processo decisório é fundamental”. Segundo Deming, o caminho para o desenvolvimento das empresas é a liderança em qualidade [22]. Kaoru Ishikawa, criador do diagrama de Causa e Efeito, que também leva seu nome (Diagrama de Ishikawa), é o mais conhecido especialista japonês na área de qualidade. O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como espinha de peixe, permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como, seu efeito sobre a qualidade [23]. O diagrama consiste de um eixo central onde o problema é representado e linhas diagonais que contém os elementos que fazem parte do cenário, os galhos à esquerda, também chamados de categorias e ramificações, constituem as causas ou fatores que contribuem para aumentar ou reduzir o problema [4]. 20 Figura 1.4 - Diagrama de Ishikawa. Fonte: KOSCIANSKI e SOARES [4] Além dos citados acima, outros grandes idealizadores dos processos de qualidade foram Joseph Moses Juran e Philip B. Crosby. Para Juran, que também participou do desenvolvimento japonês na área da qualidade, o gerenciamento para a qualidade envolve três processos básicos gerenciais: planejamento da qualidade, controle da qualidade e melhoria da qualidade, também chamada de “trilogia de Juran”. Crosby, considerado um dos principais especialistas em qualidade do século 20, propôs que o programa para melhoria da qualidade implica em 6 etapas de mudanças na empresa: compreensão, comprometimento, competência, comunicação, correção e continuidade. Crosby, é um dos fundadores da gestão da qualidade, juntamente com Deming e Juran [16]. 1.4 SISTEMAS DA QUALIDADE A melhoria contínua da qualidade e do desempenho é um dos maiores desafios a serem enfrentados pelas empresas, principalmente no caso das grandes organizações. A certificação de produtos, processos ou serviços é indicação evidente do grau de desenvolvimento de uma economia [24]. O termo "sistema da qualidade" é utilizado para descrever um processo que garante e demonstra a qualidade dos produtos e serviços ofertados pela empresa. Certificar um sistema da qualidade significa demonstrar a capacidade de fornecer produtos conformes, em outras palavras, de acordo com requisitos estabelecidos [25]. Algumas normas e padrões foram propostos de forma a garantir não só a confiabilidade do produto adquirido como proteger mercados, assim como o consumidor final de danos ou fraudes de naturezas diversas [26]. 21 Nos anos 80, as empresas norte americanas apressaram-se em aprimorar seus processos de negócios adotando diversos modelos de qualidade, como a ISO 9000 para corporação e o CMMI para engenharia de software. Embora haja alguma sobreposição entre esses modelos de qualidade, na maior parte dos casos eles não entram em conflito [27]. A ISO 9000 é um conjunto de padrões que pode ser usado em diversos tipos de organizações, desde a manufatura até serviços. A ISO 9000 é um modelo genérico de processo de qualidade que define e descreve o que é requerido ou satisfatório em um sistema de qualidade contendo componentes de desenho e desenvolvimento. A ISO não define esses documentos em detalhes, pois não é específica para uma indústria, a organização é quem deve definir e especificar os processos e documentá-los em um Manual de Qualidade [28]. Além das padronizações ISO muitas outras organizações nacionais e internacionais promovem padrões que descrevem sistemas de qualidade para serem aplicados em sistema de desenvolvimento e suporte em certas circunstâncias, a exemplificar o CMMI (Capability Maturity Model Integration) [25]. O CMMI é um modelo de referência que permite organizar processos de gerenciamento e engenharia utilizados para desenvolver e manter software ou sistemas. A adoção do CMMI permite às organizações controlar melhor os riscos inerentes aos projetos. O CMMI foi desenvolvido pelo Software Engineering Institute (SEI), da Carnegie Mellon University como modelo que consolida as melhores experiências da indústria [26]. 22 2 ISO Só fazemos melhor, aquilo que repetidamente insistimos em melhorar. A busca da Excelência não deve ser um objetivo. E sim um hábito. [Aristóteles – 384 -322 A.C.] 2.1 CONCEITOS A ISO (International Organization for Standardization) – Organismo Internacional de Normalização - é uma federação mundial fundada em 1947 e sediada na Suíça. Tem como objetivo principal promover o desenvolvimento da normalização das atividades relacionadas com intuito de facilitar o comércio internacional de produtos e serviços, eliminando as barreiras técnicas. Os resultados deste processo são publicados como normas internacionais ISO [29]. Segundo Cerqueira e Martins, o nome ISO, foi escolhido pela similaridade com o prefixo ISO, que significa igual, tendo em vista os objetivos da entidade normalizadora [30]. As empresas buscaram a certificação ISO como um recurso para dar confiabilidade aos seus processos e serviços demonstrando ter um gerenciamento dos diversos sistemas. Os requisitos são genéricos e aplicáveis a todas as organizações não levando em consideração tipo, tamanho ou produto fornecido [29]. Seu caráter é complementar, visto que trata de sistemas de gestão e garantia da qualidade e não de produtos [31]. 23 Não é objetivo da série impor a uniformidade de sistemas de qualidade, pois cada organização tem negócios e necessidades distintos. Dessa forma cada organização deve definir o seu sistema de qualidade levando em consideração seus produtos e processos [31]. A ISO conta hoje com 157 membros2, um de cada país, sendo o Brasil representado pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2.2 HISTÓRICO DAS NORMAS ISO As normas ISO foram publicadas pela primeira vez em 1987, com objetivo de padronizar requisitos para o desenvolvimento de sistemas de qualidade para empresas [32]. A primeira versão tinha uma estrutura de 3 (três) normas sujeitas à certificação, a ISO 9001, 9002 e 9003, além da ISO 9000, que era um guia para escolher a norma mais adequada ao tipo de organização. Em 1994, a série foi revisada, mas sem grandes modificações, manteve a mesma estrutura, ou seja, três normas sujeitas à certificação. Em Dezembro de 2000, a série foi totalmente revisada; além das alterações em sua estrutura, as 20 cláusulas foram reduzidas para 5 (cinco), ficando agora, apenas uma norma sujeita à certificação, a ISO 9001:2000 [33]. Nas versões anteriores à versão de 2000, as normas ISO não exigiam que as empresas tivessem objetivos ou adotassem ações para a melhoria da qualidade, nem que demonstrassem quaisquer resultados nesse sentido. Philip Crosby [apud em Mott] chamou atenção para tendência das empresas focarem apenas na obtenção da certificação, em vez de focar na melhora dos processos, produtos e serviços da organização: “...meu maior problema com ISO-9000 é o modo como é utilizada e o que ela promete. ISO-9000 não é Gestão da Qualidade; na realidade é Garantia da Qualidade e precisa ser utilizada como tal. Gestão da Qualidade trata do modo como se dirige o automóvel; a Garantia da Qualidade trata do manual do proprietário e outras instruções para operá-lo. Entender ou possuir o manual não é garantia de dirigir bem. Todos aqueles “barbeiros” tem uma Carteira de Habilitação idêntica a dos que dirigem bem. A ‘certificação’ não é o suficiente...” [32] A evolução da norma ISO pode ser vista na Figura 2.1 2 fonte: site www.ISO.org 24 Figura 2.1 - Histórico da ISO 9000 Fonte: SALDANHA [34] 2.3 FAMÍLIA DE NORMAS ISO A série ISO 9000 é uma família de normas que formam um modelo de gestão da qualidade. Foram desenvolvidas para apoiar as organizações no estabelecimento, implantação e manutenção de Sistemas de Gestão da Qualidade, independente do ramo de atividade ou porte [18]. Com a revisão da série 9000, em 1994, passou-se a adotar o termo “família ISO 9000”, para indicar o conjunto formado pelas normas da série 9000. Nesse mesmo período, a ABNT alinhou-se ao resto do mundo e passou a adotar a seguinte nomenclatura para versão nacional: “NBR ISO 9000”. E o conjunto de normas da série: “família NBR ISO 9000” pelo sistema Brasileiro de Normalização e publicadas pela ABNT. Após a revisão de 2000, válida a partir 29/01/2001, a família de normas ISO 9000 recebeu nova formatação, passando a ser publicada no Brasil de acordo com a Tabela 2.1. Tabela 2.1 Família Normas ISO 9000:2000 NORMA CONTEÚDO 9000 Descreve os fundamentos de Sistema de Gestão da Qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas (Fundamentos e Vocabulário) 9001 Especifica requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade. Está focada na eficácia do Sistema de Gestão da qualidade em atender os requisitos dos clientes. 25 9004 Fornece orientação para um Sistema de Gestão da Qualidade, especificamente no que tange à melhoria contínua do desempenho global de uma organização e sua eficiência, assim como a eficácia. ISO 9000 - Versão final da revisão das normas ISO 8402:1994 e ISO 9000-1:1994. Descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e define os termos a ela relacionados. É aplicável a organizações que buscam vantagens através da implementação de um sistema de gestão da qualidade; organizações que buscam a confiança nos seus fornecedores de que os requisitos de seus produtos serão atendidos; usuários dos produtos; e aqueles que têm interesse no entendimento mútuo da terminologia utilizada na gestão da qualidade etc. [25]. ISO 9001 - Versão final da revisão das normas ISO 9001:1994, ISO 9002:1994 e ISO 9003:1994. Especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma coerente produtos que atendam aos requisitos do cliente, e pretendem aumentar a satisfação do cliente por meio da efetiva aplicação do sistema, incluindo processos para melhoria contínua e a garantia da conformidade com requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis. Dela poderão ser excluídos, com a devida justificativa, os itens que não se aplicam ao tipo de atividade realizada pela empresa [35]. ISO 9004 - Versão final da revisão das normas: ISO 9004-1:1994, ISO 9004-2:1991 e ISO 9004-3:1993, ISO 9004-4:1993 e ISO 9004-4/Cor.1:1994. Fornece diretrizes, além dos requisitos estabelecidos na NBR ISO 9001 para considerar tanto a eficácia como a eficiência de um sistema de gestão da qualidade e, por conseqüência, o potencial para melhoria do desempenho de uma organização. O foco desta Norma é obter a melhoria contínua, medida por meio da satisfação dos clientes e de outras partes interessadas [25]. As atuais edições da ISO 9001 e 9004 foram projetadas para se complementarem mutuamente, mas podem ser usadas independentemente. Têm objetivos diferentes, mas estruturas similares. As duas normas foram desenvolvidas como um par coerente de norma de sistema de gestão da qualidade para auxiliar na aplicação deste.[35] 2.4 PRINCÍPIOS DE GESTÃO DA QUALIDADE Segundo a ISO 9000:2000 "para conduzir e operar com sucesso uma organização, é necessário dirigi-la e controlá-la de maneira transparente e sistêmica" [35], para isso identificou 8 (oito) princípios de gestão da qualidade que podem ser usados pela alta direção 26 para conduzir a organização à melhoria de desempenho. Estes princípios estão detalhados na ISO 9004. 1. FOCO NO CLIENTE A organização deve ter processos específicos para identificar os requisitos dos clientes, assim como, medir a satisfação dos mesmos para verificar seu cumprimento. Recomenda-se que a organização atenda às necessidades atuais e futuras dos clientes, procurando exceder suas expectativas [32]. 2. LIDERANÇA O líder é responsável por criar e manter um ambiente interno, onde as pessoas possam estar envolvidas. A Administração deve assumir uma função ativa na avaliação do desempenho, orientando os esforços de melhoria e fornecendo os recursos necessários para implementar, manter e melhorar continuamente os processos [32]. 3. ENVOLVIMENTO DAS PESSOAS As pessoas, de todos os níveis da organização, devem ser envolvidas de modo que suas competências, suas habilidades e seus conhecimentos sejam usados em beneficio da organização [19]. A administração deve assegurar que todos os colaboradores tenham “consciência” de como seu trabalho contribui para o alcance dos objetivos de qualidade da organização. Deve fornecer treinamento e assegurar que os colaboradores tenham a competência necessária para desempenhar suas atividades. A competência não é responsabilidade do indivíduo, mas da administração [32]. 4. ABORDAGEM DE PROCESSO O resultado desejado é alcançado mais eficientemente quando recursos e atividades relacionados são gerenciados como um processo [35]. Um sistema de gestão da qualidade baseada em processos promove a análise da organização através das linhas funcionais e departamentais, procurando identificar a interação entre os processos. O conceito, com base nos processos, afasta a ISO de suas raízes e do controle de qualidade, além de alinhá-lo com o pensamento moderno de melhoria contínua. 5. ABORDAGEM SISTÊMICA PARA A GESTÃO A administração deverá identificar, entender e gerenciar os processos interrelacionados. Como um sistema contribui para a organização atingir seus objetivos com eficiência e eficácia. 27 6. MELHORIA CONTÍNUA As informações provenientes do sistema de qualidade devem ser utilizadas para implementar melhorias. A melhoria contínua deve ser um objetivo permanente da organização. 7. ABORDAGEM FACTUAL PARA TOMADA DE DECISÕES As decisões para serem eficazes devem ser tomadas com base em fatos, ao invés de opiniões. É necessário levantar e analisar dados sobre os processos de trabalho. Esses dados são obtidos de: medições da satisfação dos clientes, reclamações dos clientes, e outras medições dos processos [32]. 8. BENEFÍCIOS MÚTUOS NAS RELAÇÕES COM FORNECEDORES Uma organização e seus fornecedores são interdependentes e uma relação de benefícios mútuos aumenta a capacidade de ambos em agregar valor. A organização deve compartilhar informações detalhadas sobre a qualidade com seus fornecedores e deve insistir na participação dos fornecedores nas ações de melhoria [35]. Esses oito princípios de gestão da qualidade formam a base para as normas de Sistema de Gestão da qualidade da família NRB ISO 9000. De modo a desenvolver o estudo proposto neste trabalho, detalharemos a estrutura e princípios da norma ISO 9001:2000. 2.5 A Norma ISO 9001 VERSÃO 2000 A NBR ISO 9001:2000 é um modelo para garantia da qualidade em projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados [31]. A NBR ISO 9001 deverá se usada quando for necessário assegurar a adequação e a conformidade do produto com as expectativas do cliente, isto é, projetá-lo ou desenvolvê-lo, e depois produzi-lo atendendo a requisitos específicos, considerado antes do processo produtivo do fornecedor [31]. Convém que a adoção de um sistema de gestão da qualidade seja uma decisão estratégica de uma organização. O projeto e a implementação de um sistema de gestão da qualidade de uma organização são influenciados por varias necessidades, objetivos específicos, produtos fornecidos, processos empregados e tamanho e estrutura da organização [35]. 28 2.5.1 Abordagem do Processo Para que uma organização funcione de forma eficaz, ela tem que identificar e gerenciar os processos e atividades relacionadas. A versão 2000 define um processo como: “uma atividade que usa recursos e os gerencia de maneira a permitir a transformação de entradas, em saídas” [19]. A abordagem de processo reconhece que uma empresa engloba uma série de processos individuais com os resultados de um, freqüentemente fornecendo entradas para o próximo processo. A Figura 2.2 ilustra um modelo de um sistema de gestão da qualidade, baseado em processo. Melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade Responsabilidade da Direção Gestão de Recursos Requisitos dos Cliente Entrada Medição, Análise e Melhoria Realização do Produto Satisfação do Cliente Saída Produto Valor agregado Informação Figura 2.2 - Modelo de sistema de gestão da qualidade Baseado em Processo Fonte: adaptado Norma ISO 9001:2000 [35] Uma vantagem da abordagem de processo é o controle contínuo que ela permite sobre a ligação entre os processos individuais dentro do sistema de processos, bem como sua combinação e interação [35]. A metodologia PDCA pode ser aplicada em todas as partes do processo. 2.5.2 Estrutura da NBR ISO 9001:2000 A ISO 90001:2000 está estruturada em 09 (nove) seções que podem ser divididas em 02 (duas) partes: Generalidades e Requisitos. A primeira parte, Generalidades, descreve o conteúdo global da norma, sua aplicação, definições etc. São elas: 0. Introdução; 1. Objetivo e Campo de Aplicação; 2. Referencia Normativa; 3. Termos e Definições; 29 A segunda parte, Requisitos, define os requisitos necessários para implantação e manutenção de um Sistema de Gestão da Qualidade. São elas: 4. Sistema de Gestão da Qualidade; 5. .Responsabilidade da Direção; 6. Gestão de Recursos; 7. Realização do Produto; 8. Medição, Análise e Melhoria; Não é obrigatória a aplicação de todos os requisitos, mas a organização precisar justificar a exclusão de qualquer dos requisitos. As cinco seções ou clausulas básicas da ISO 9001 estão resumidas da seguinte forma: Sistema de gestão da qualidade A organização deve possuir uma política da qualidade e objetivos documentados da qualidade. A organização deve documentar seus processos de qualidade, medir o desempenho e adotar ações de melhoria contínua [32]. Os documentos do Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ – estão estruturados de acordo com a Tabela 2.2. Tabela 2.2 Estrutura dos Documentos da Qualidade DOCUMENTO Manual da Qualidade Procedimentos Instruções de Trabalho Formulários e Registros CARACTERÍSTICAS Diretrizes, responsabilidades e princípios do Sistema de Qualidade. Define o escopo, mencionando exclusões. Documenta os procedimentos e descreve a interação entre os processos. Descreve quem executa as tarefas, sua responsabilidade e autoridade, o que é feito, onde e em que momento (fluxo de execução) Detalhes de nível operacional e rotinas de execução de tarefas Representam evidência objetiva que o sistema está sendo executado de acordo com as regras e procedimento. A NBR ISO 9001:2000 relaciona seis áreas que requerem, de forma mandatória, a existência de procedimentos documentados: − Controle de documentos − Controle de Registros − Auditoria Interna 30 − Controle de Produto não Conforme − Ação Corretiva − Ação Preventiva Responsabilidade da Direção A Alta Administração deve demonstrar seu compromisso com a melhoria da qualidade determinando a política da qualidade, desenvolvendo os objetivos e fornecendo os recursos necessários. Gestão de Recursos A organização deve fornecer pessoal, treinamento, infra-estrutura, instalações e o ambiente de trabalho, necessários para implantar o sistema da qualidade e para alcançar os objetivos da qualidade. Realização do Produto A organização deve desenvolver os processos necessários para identificar os requisitos dos clientes, projetar e desenvolver produtos que atendem esses requisitos, gerenciar seus fornecedores e produzir e entregar produtos que cumpram com esses requisitos. Medição, Análise e Melhoria A organização deve planejar e monitorar o cumprimento dos requisitos e a satisfação do cliente, adotando ações para eliminar as causas dos não-cumprimentos e prevenir sua recorrência. Também estabelece que a organização realize auditorias internas periodicamente, a fim de determinar a conformidade dos processos documentados. A organização deve utilizar os dados da qualidade para identificar oportunidades, analisar processos e adotar ações para melhorar continuamente seu desempenho. 2.6 CERTIFIÇÃO ISO Poucas pessoas têm a real noção do que é a certificação ISO 9000, sua aplicação prática e as vantagens competitivas geradas. Muitos pensam que devido à facilidade em obter a certificação, que a mesma não traz nenhum benefício para a empresa, desconhecendo as vantagens competitivas geradas com a certificação, no que diz respeito a padrões de atendimento diferenciados, concorrências, índices menores de perdas, custos inferiores de produção, maior produtividade etc. Philip Crosby [apud em Mott] escreve: 31 Todas as pessoas a quem pergunto: ”Porque estão implantando a ISO 9000?” respondem: "é por que os clientes exigem". Não ouço muito dizer que estão fazendo aquilo para melhorar a integridade da organização [32]. Essa afirmação de Crosby pode ser confirmada numa pesquisa realizada pela ABNT em 2005, Figura 2.3. Principais motivos que levaram a obtenção da Exigência dos clientes 31% 19% Aumento da qualidade Melhoria do controle de processo 14% 13% Aumento da padronização interna 12% Melhoria da competitividade 11% Universo: 2927 empresas Base:100 Valores em percentual Figura 2.3 – Motivos que levaram a obtenção da certificação do SGQ Fonte: Instituto de Pesos e Medidas [37] Certificar um sistema da qualidade significa demonstrar a capacidade de fornecer produtos e/ou serviços conformes, ou seja, de acordo com requisitos estabelecidos, assegurando que o processo de desenvolvimento possui um nível de controle, disciplina e repetibilidade. A certificação ISO 9001 é reconhecida em todo o mundo em vários setores produtivos, e tem custo acessível. Para obter a certificação ISO 9001:2000 é necessário documentar o sistema da qualidade e, em seguida, executar os processos de trabalho, de acordo com os procedimentos documentados. Auditorias periódicas (internas e externas) são exigidas, para comprovar que a empresa continua operando conforme os procedimentos documentados [32]. A ISO (organização) não concede o certificado ISO. Ela mesma não avalia sistemas de qualidade para confirmar se estão em conformidade com a norma. O certificado é emitido pela organização certificadora, que é responsável pela auditoria externa. No Brasil o INMETRO é o órgão do governo responsável pelo credenciamento destas instituições. Dentre os motivos em se buscar a certificação dos sistemas de qualidade, destacam-se a padronização das práticas para a qualidade e o comprometimento formal em adotar uma cultura de melhoria contínua. Todavia, a certificação do sistema para a qualidade não é garantia de que o cliente receberá produtos que atendam os requisitos especificados. A conformidade com um processo ruim não terá efeitos diferentes à conformidade com um processo bom [32]. 32 Figura 2.4 – Vantagens da certificação Fonte: Instituto de Pesos e Medidas [37] Segundo Joseph D Mott, vice-presidente da Philip Crosby Associates, ao estabelecer um objetivo gerencial específico para certificar o sistema de qualidade e a determinação de comprometer-se a longo prazo a preservar a certificação, contribuirá para manter a administração focada em fazer as “coisas certas” [32]. Desde 1993, a evolução da qualidade nas empresas de software brasileiras vem sendo acompanhada a partir de pesquisas diretas conduzidas a cada dois anos pela Secretaria de Política de Informática e Automação do Ministério da Ciência e Tecnologia. A evolução dos certificados emitidos no Brasil pode ser visto na Tabela 2.3. Tabela 2. 3 – Evolução de Certificados ISO 9001 emitidos no Brasil por unidade da Federação Estados da Federação 2000 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL ACRE 0 0 0 0 0 0 2 ALAGOAS 0 0 0 0 8 13 36 AMAZONAS 1 0 0 2 25 63 161 AMAPÁ 0 0 0 0 0 1 1 BAHIA 0 0 1 0 51 98 298 CEARÁ 0 0 0 0 19 17 90 DISTRITO FEDERAL 0 0 2 0 22 54 143 ESPÍRITO SANTO 0 0 0 0 27 54 191 GOIÁS 0 0 0 1 26 54 160 MARANHÃO 0 0 0 0 4 12 29 MINAS GERAIS 0 0 2 2 121 222 700 33 MATO GROSSO DO SUL 0 0 0 0 9 7 28 MATO GROSSO 0 0 0 0 3 6 39 PARÁ 0 0 0 0 5 13 44 PARAÍBA 0 0 0 2 4 9 25 PERNAMBUCO 0 0 0 4 33 44 141 PIAUÍ 0 0 0 0 2 2 5 PARANÁ 0 0 1 2 75 139 510 RIO DE JANEIRO 0 1 0 4 107 162 542 RIO GRANDE DO NORTE 0 0 1 0 12 19 47 RONDÔNIA 0 0 0 0 0 2 4 RORAIMA 0 0 0 0 0 0 1 RIO GRANDE DO SUL 0 0 0 4 123 217 732 SANTA CATARINA 0 0 0 5 63 116 451 SERGIPE 0 0 0 0 2 10 21 SÃO PAULO 1 1 11 43 703 1045 3706 TOCANTINS 0 0 0 0 0 2 20 2 2 18 69 1444 2381 8127 TOTAL Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia [38] 34 3 CMMI Os estudos mais recentes sobre qualidade são voltados para o melhoramento do processo de software. Segundo Maciel [apud em Carosia], a qualidade do produto de software está diretamente relacionada à qualidade do processo que o produz. Por esta razão os certificados mais valiosos são aqueles que certificam o processo de produção de um produto e não os que certificam simplesmente o produto, pois ao garantir a qualidade do processo, já se está dando um grande passo para garantir também a qualidade do produto [39]. 3.1 CONCEITOS O CMMI (Capability Maturity Model Integration) é um modelo de referência desenvolvido pelo SEI (Software Engineering Institute) que visa orientar as organizações de software na implementação de melhorias contínuas em seu processo de desenvolvimento [40]. Um modelo é uma representação simplificada do mundo, que tem como objetivo estabelecer baseado em estudos, históricos e conhecimento operacional - um conjunto de "melhores práticas" que devem ser utilizadas com fim específico [41] . O CMMI estabelece conceitos relacionados aos níveis de maturidade das empresas de desenvolvimento de software no que diz respeito ao grau de evolução em que estas se encontram nos seus processos de desenvolvimento [42] . O modelo estabelece também as providências que podem ser tomadas pelas empresas para que aumentem gradativamente o 35 seu grau de maturidade, melhorando por conseqüência sua produtividade e a qualidade do produto de software. Para entender melhor o modelo, é necessário compreender conceitos como: processo, capabilidade e maturidade. Um processo de desenvolvimento de software corresponde ao conjunto de atividades, métodos, práticas e transformações que uma equipe utiliza para desenvolver e manter software e seus produtos associados [42] . De acordo com Humphrey [apud em Jaciara], um processo de software envolve métodos, ferramentas e pessoas [39] . B A D C Processo Figura 3.1 - Processo de Software Fonte: VASCONCELOS [43] Para um processo funcionar de forma satisfatória ele deve possuir [44] : - Procedimentos e métodos que descrevam a relação entre as tarefas executadas; - Ferramentas e equipamentos que dêem suporte a realização das tarefas, simplificando e automatizando o trabalho; - Pessoas com habilidades e perfil adequado, treinadas nos métodos e ferramentas para terem condições de realizar as atividades de forma adequada; Este conjunto deve estar integrado harmoniosamente para funcionar de maneira eficaz [45] . A capabilidade de um processo de software está relacionada aos resultados que podem ser obtidos pela sua utilização em um ou em vários projetos. Ela está relacionada aos resultados "esperados", permitindo estabelecer uma estimativa de resultados em futuros projetos [42] . 36 A maturidade de um processo de software estabelece os meios pelos quais ele é definido, gerenciado, medido, controlado e efetivo, implicando num potencial de evolução da capabilidade. À medida que uma organização cresce em termos de maturidade, seu processo de desenvolvimento de software é institucionalizado através de políticas, normas e estruturas organizacionais, as quais geram uma infra-estrutura e uma cultura de suporte aos métodos e procedimentos de desenvolvimento [42] . 3.2 ORIGEM DO CMMI O CMMI - Capability Maturity Model Integration foi construído sobre a estrutura do modelo do CMM - Capability Maturity Model, modelo de melhoria de processo mais difundido e utilizado na comunidade de software.[43] Em Novembro de 1986, o SEI começou a desenvolver uma estrutura de maturidade do processo. Essa iniciativa se deu em resposta a uma solicitação do Departamento de Defesa dos Estados Unidos - DoD que precisava de um modelo formal que lhe permitisse selecionar os seus fornecedores de software de forma adequada, através de um método que avaliasse a capacidade ou capabilidade de software dos mesmos [28]. Em Setembro de 1987, foi lançado pelo SEI uma breve descrição de um ambiente de maturidade de processo de software e um questionário da maturidade, que serviriam para avaliar o estado corrente das práticas de software e identificaria as áreas que necessitavam de melhoria [46] . Segundo Tingey [apud em Jaciara], Crosby mostrou que a implementação de sistemas de qualidade em empresas segue um amadurecimento gradativo em patamares denominados: “incerteza, despertar, esclarecimento, sabedoria e certeza” [39] . Em 1991, após quatro anos de experiência com a estrutura de maturidade de processo e versão preliminar do questionário da maturidade, foi lançado o CMM - versão 1.0, como uma evolução do ambiente proposto por Humphrey. A versão 1.1 foi lançada em 1993 e a partir daí o tema “melhoria do processo” foi ganhando força como conseqüência dos resultados práticos obtidos pelas empresas que realizaram programas de melhoria com o CMM como modelo de referência [39] . O CMM é baseado no conhecimento adquirido a partir de verificações do processo de software e da realimentação extensiva da indústria e do governo. Através da elaboração da estrutura de maturidade, o modelo tem mostrado que fornece às organizações um guia mais efetivo para o estabelecimento de programas de melhoria do processo. 37 O modelo de qualidade de software, também conhecido como SW-CMM, tem seu foco no processo de software da mesma forma que no produto, pois entende que a qualidade de um sistema de software é fortemente influenciada pela qualidade do processo que é utilizado para desenvolvê-lo e mantê-lo. Pois ao enfocar apenas o produto perde-se conhecimento de como produzi-lo melhor [39] . O SW-CMM, segundo Belloquim [46] , tornou-se ao longo de uma década de uso por várias organizações de software de diversos tamanhos e setores, o modelo mais conhecido, usado e respeitado pela comunidade de engenharia de software. Pelo fato de ser um modelo baseado nas experiências reais de organizações bem sucedidas no desenvolvimento de software, fez com que as práticas que recomenda sejam eficientes e eficazes, não sendo apenas um modelo meramente teórico. Segundo Furlan [47] , o CMM é descritivo, não prescritivo, concentra-se no questionamento, e não na resposta. Não se propõe a resolver problemas, mas ajudar as organizações a encontrar suas próprias soluções. Também não é proposta de auto-ajuda, mas sim um modelo estabelecido em bases racionais que para obter sucesso, requer apoio da gerência, bom domínio de conhecimento, habilitação técnica, participação e esforço de todos os envolvidos. [48] . 3.3 FAMILIA DE MODELOS CMMI Na esteira do sucesso do SW-CMM diversos outros modelos foram criados, procurando cobrir outras áreas de interesse não cobertas pelo modelo. Uma breve descrição destes modelos é dada na Tabela 3.1. Tabela 3.1 - Família de Modelos CMM MODELO CARACTERISTICAS Avalia a maturidade de uma organização em seus processos Software Acquisition CMM de seleção, compra e instalação de software desenvolvido (SA-CMM) por terceiros; Systems Engineering CMM (SE-CMM) Integrated Product Development CMM (IPD-CMM) Avalia a maturidade da organização em seus processos de engenharia de sistemas, concebidos como algo maior que o software. Um sistema inclui o software, o hardware e quaisquer outros elementos que participam do produto completo. Ainda mais abrangente que o SE-CMM, inclui também outros processos necessários à produção e suporte ao produto, tais como suporte ao cliente e processos de fabricação. 38 People CMM (P-CMM) Avalia a maturidade da organização em seus processos de administração de recursos humanos no que se refere a software, recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento de profissionais. Fonte: BELLOQUIM [46] O surgimento destes modelos gerou alguns problemas, tornando-se necessário uma padronização. Dentre estes problemas destacam-se [46] : - Nem todos usavam a mesma terminologia, sendo que um mesmo conceito podia receber nomes diferentes em cada modelo; - A estrutura carecia de um formato padrão, pois os modelos tinham números diferentes de níveis ou formas diferentes de avaliar o processo; - Alto custo de treinamento, avaliação e harmonização para organizações que tentasse usar mais de um modelo. Com uma década de uso do SW-CMM, foram identificados pontos em que o modelo poderia ser melhorado. Além disso, a ISO, em conjunto com a comunidade internacional, através do projeto SPICE, (Software Process Improvement and Capability Determination), vinha desenvolvendo desde 1993 uma norma internacional para avaliação de processos denominada norma ISO 15504, sendo necessário tornar o CMM compatível com a mesma [46] . A norma ISO 15504 (1997) define um modelo bi-dimensional que tem por objetivo a realização de avaliações de processos de software com foco na melhoria dos processos (gerando um perfil dos processos, identificando os pontos fracos e fortes, que serão utilizados para elaboração de um plano de melhorias) e na determinação da capacidade dos processos viabilizando a avaliação de um fornecedor em potencial [49] . Com o objetivo de gerar uma nova versão do CMM que minimizassem os problemas citados acima, o SEI iniciou um projeto chamado CMMI (CMM Integration). A primeira idéia era integrar os diversos CMMs numa única estrutura, todos com a mesma terminologia, processos de avaliação e estrutura que fosse compatível com a norma ISO 15504, de modo que as avaliações em um modelo fossem reconhecidas como equivalentes as avaliações do outro, incorporando ao CMM as sugestões de melhoria surgidas ao longo dos anos. O CMMI resultou da integração dos seguintes modelos [50] : - SW-CMM V2C – Capability Maturity Model for Software V2.0, draft C. - SECM-EIA Interim Standard 731 – System Engineering Capability Model. 39 - IPD-CMM – Integrated Product Development Capability Maturity Model, draft 0.98. Esses três modelos foram selecionados por serem muito difundidos nas comunidades de Engenharia de Software e Engenharia de Sistemas, e também por seus diferentes enfoques na melhoria do processo organizacional [44] . A primeira versão do CMMI (versão 1.0) foi lançada em agosto de 2000, e a versão 1.1 foi lançada em março de 2002. Além da integração dos modelos e redução dos custos com melhorias de processo, os seguintes objetivos também fazem parte do projeto CMMI [51] : - Eliminar inconsistência e reduzir duplicidades; - Utilização de terminologia comum e estado consistente; - Assegurar a consistência com a norma ISO/IEC 15504; - Sensibilidade às implicações dos esforços ligados; - Auxiliar as empresas a conhecerem e melhorarem seus processos de desenvolvimento e manutenção de software; - Aumento do foco das atividades; - Integração dos processos existentes; - Flexibilidade e extensão para outras disciplinas; - Fornecer uma estrutura conceitual para guiar as empresas para obterem controles de seus processos, com melhoria contínua de seus produtos de software. 3.4 A ESTRUTURA DO CMMI O CMMI está estruturado em quatro áreas de conhecimento: Engenharia de Sistemas, Engenharia de Software, Desenvolvimento do Processo e Produto Integrado e Contrato de Fornecedores. A Tabela 3.2 descreve o objetivo geral de cada uma destas áreas de conhecimento. Estas áreas de conhecimento também são denominadas disciplinas. Tabela 3.2 Disciplinas CMMI DISCIPLINAS CARACTERISTICAS Engenharia de Sistemas Compreende o desenvolvimento do sistema como um todo podendo incluir ou não o software. O foco é dado nas necessidades do consumidor, expectativas e restrições para o desenvolvimento dos produtos e suporte aos mesmos. Engenharia de Software Cobre o desenvolvimento de sistemas de software. Foco na aplicação de uma abordagem sistemática, disciplinada e quantitativa para desenvolver, operar e manter o software [42]. 40 Desenvolvimento do processo e Produto Integrado É uma abordagem sistêmica que busca colaboração dos interessados, através da vida do produto para melhor satisfazer as necessidades, expectativas e requisitos do cliente. Cobre a aquisição de produtos de fornecedores, através do Contrato de Fornecedores monitoramento das atividades dos fornecedores antes da entrega do produto. Fonte: CMMI [50] O CMMI fornece modelos com foco em disciplinas individuais e em disciplinas combinadas. A escolha da disciplina varia de acordo com o escopo da organização na qual será implementado o modelo. As disciplinas são estruturadas em áreas de processo. Uma área de processo corresponde a um conjunto de melhores práticas em uma determinada área que, quando implementadas coletivamente, satisfazem um conjunto de objetivos considerados importantes para levar a melhorias significantes nesta área [40] . As vinte cinco áreas de processos que compõem o CMMI estão descritas resumidamente a seguir [50] : 1. Foco no Processo Organizacional (OPF - Organizational Process Focus): o propósito desta área de processo é planejar e implementar melhorias no processo organizacional, através do entendimento dos pontos positivos e negativos dos processos da organização. 2. Definição de Processo Organizacional (OPD - Organizational Process Definition): o objetivo desta área é estabelecer e manter um conjunto de itens de processo organizacional usável por toda organização. Estes itens incluem a descrição do processo, tarefas e atividades do processo, descrição de modelos de ciclo de vida, guia de execução de processo, dados e documentação do processo. 3. Treinamento Organizacional (OT - Organizational Training): esta área está relacionada com o desenvolvimento das habilidades e conhecimentos dos colaboradores para que eles possam desempenhar seu trabalho de forma efetiva e eficiente. 4. Desempenho do Processo Organizacional (OPP - Organizational Process Perform): o propósito desta área é estabelecer e manter um entendimento quantitativo da capacidade dos processos padrões em suportar objetivos de qualidade e de desempenho, visando colher os dados necessários ao gerenciamento quantitativo dos projetos da organização. 5. Desenvolvimento e Inovação Organizacional (OID - Organizational Innovation and Deployment): o objetivo desta área é permitir a seleção e distribuição ordenada de melhorais (incrementais e inovadoras) que podem aumentar a habilidade da organização para alcançar os seus objetivos de qualidade e desempenho do processo. 41 6. Planejamento de Projeto (PP – Project Planning): o objetivo desta área compreende o estabelecimento e manutenção de planos que definam as atividades do projeto. 7. Controle e Monitoramento de Projeto (PMC - Project Monitoring and Control): o propósito desta área é proporcionar um entendimento do processo utilizado em um projeto, de tal forma que ações corretivas apropriadas possam ser tomadas quando o desempenho do projeto desvia significativamente do plano estabelecido. 8. Gerência de Contrato de Fornecedores (SAM – Supplier Agreement Management): esta área gerencia a aquisição de produtos de fornecedores de forma que exista um contrato formal. 9. Gerência de Projeto Integrado (IPM – Integrated Supplier Management): esta área estabelece e gerencia o projeto e o envolvimento dos stakeholders relevantes (indivíduos ou grupos envolvidos com o projeto, como fornecedores, clientes, usuários, e outros), de acordo com um processo definido e integrado baseado nos processos padrões da organização. 10. Gerência de Riscos (RSKM – Risk Management): o objetivo desta área é identificar potenciais problemas antes que eles ocorram, através do planejamento e execução de atividades específicas em situações de riscos, visando atenuar os impactos adversos que possam influenciar no alcance aos objetivos. 11. Gerência Quantitativa de Projeto (QPM – Quantitative Project Management): o propósito desta área é gerenciar quantitativamente o processo definido para o projeto, visando atingir os objetivos de qualidade e de desempenho estabelecidos para o mesmo. 12. Gerência de Requisitos (REQM – Requirements Management): esta área de processo tem o propósito de gerenciar os requisitos dos produtos do projeto e seus componentes, e identificar inconsistências entre estes requisitos e os estabelecidos no plano. 13. Desenvolvimento de Requisitos (RD – Requirements Development): o objetivo desta área de processo é produzir e analisar os requisitos do cliente, do produto e dos componentes do produto, de modo que supram as necessidades das pessoas envolvidas com o projeto. 14. Solução Técnica (TS – Technical Solution): o propósito desta área é projetar, desenvolver e implementar soluções para os requisitos, abrangendo produtos, componentes de produtos e produtos do ciclo de vida do processo, cada um individualmente ou combinados. 15. Integração de Produto (PI –Product Integration): o objetivo desta área é reunir todos os componentes do produto, e assegurar que o produto, quando integrado, funciona bem. 16. Verificação (VER – Verification): o objetivo é garantir que os produtos de trabalho estão de acordo com os requisitos especificados. 42 17. Validação (VAL – Validation): o objetivo é demonstrar que o produto ou seus componentes cumpre seu uso desejado quando mantido em ambiente específico. 18. Gerência da Configuração (CM – Configuration Management): tem como propósito estabelecer e manter a integridade dos produtos de trabalho usando identificação, controle, relatório de status e auditoria da configuração, durante todo ciclo de vida. 19. Garantia de Qualidade de Produto e Processo (PPQA – Process and Product Quality Assurance): o objetivo desta área é garantir a entrega de produtos e serviços de alta qualidade, através da avaliação da qualidade do processo de desenvolvimento. 20. Medições e Análises (MA – Measurement and Analysis): o objetivo desta área é desenvolver e sustentar uma capacidade de medição usada para suportar o gerenciamento das informações necessárias. 21. Resolução e Análise de Decisão (DAR – Decision Analysis and Resolution): o propósito desta área é analisar decisões usando um processo da avaliação formal que avalia as possíveis alternativas e estabelece critérios. 22. Resolução e Análise das Causas (CAR – Causal Analysis and Resolution): o objetivo desta área é analisar as causas dos defeitos e de outros problemas e tomar atitudes para que eles não voltem a ocorrer no futuro. 23. Gerência Integrada de Fornecedores (ISM – Integrated Supplier Management): o propósito desta área é identificar origens de produtos que possam ser utilizados para satisfazer os requisitos do projeto e gerenciar fornecedores selecionados, e ao mesmo tempo, manter um relacionamento cooperativo com os fornecedores. 24. Integração do Time (IT – Integrated Teaming): essa área de processo tem como propósito formar e manter um time integrado para o desenvolvimento dos produtos. 25. Ambiente Organizacional para Integração (OEI – Organizational Environment for Integration): o objetivo desta área de processo é fornecer a infra-estrutura para o desenvolvimento integrado do produto e do processo bem como gerenciar a integração das pessoas. As áreas de processo são estruturadas em componentes do modelo. A Figura 3.2 ilustra estes componentes e seus relacionamentos. 43 Área de Processo Objetivo Específico Objetivo Genérico Práticas Específic Práticas Genéricas Figura 3.3 - Componentes do modelo Fonte: adaptado de CAROSIA [39] Os Objetivos Específicos descrevem o que deve ser atingido para satisfazer cada área chave de processo. As Práticas Específicas, por sua vez, descrevem o que deve ser executado para atingir cada objetivo específico. Os Objetivos Genéricos são assim chamados porque um mesmo objetivo é aplicado a múltiplas áreas de processo. E as Práticas Genéricas são atributos a serem observados que indicam se a implementação e a institucionalização de cada área de processo é efetiva, repetível e duradoura [39] . 3.5 AS ABORDAGENS DO CMMI O CMMI é apresentado em duas abordagens, Abordagem por Estágio (Staged) e Abordagem Contínua (Continuous). A Tabela 3.3 descreve resumidamente cada uma destas abordagens. As diferentes representações refletem como os componentes do modelo são utilizados nas organizações. Tabela 3.4 – Abordagens do CMMI ABORDAGENS CARACTERISTICAS Estágios É a mesma representação utilizada pelo antigo CMM. Descreve uma seqüência de atividades de melhorias. Esta se inicia com praticas básicas de gerenciamento evoluindo através de um caminho pré-definido de níveis de melhoria sucessivos, onde cada nível serve de base para o próximo nível. Contínua É a mesma representação usada pelo SE-CMM e IPD-CMM. Define uma seqüência para melhoria de uma área de processos e ao mesmo tempo permite uma flexibilidade na escolha das áreas de processo a serem melhoradas. Dessa forma a organização pode direcionar seus esforços de melhoria nas áreas que julgar mais relevante para o desenvolvimento como um todo. O CMMI suporta estas duas representações devido à familiaridade que os usuários tinham com os modelos que lhe deram origem. Se uma única abordagem fosse selecionada, parte da comunidade de usuários poderia não aderir ao CMMI. 44 A abordagem contínua é mais flexível, no entanto, é mais complexa de administrar. É indicada para organizações que não tem necessidade de implementar todas as áreas de processo, podendo priorizar a melhoria da área mais importante ou urgente. A abordagem por estágios, por sua vez, enfatiza a necessidade de melhoria da organização, seguindo o conceito de nível de maturidade. Neste trabalho, utilizaremos apenas a abordagem por estágios para desenvolver nosso estudo. 3.6 ABORDAGEM POR ESTÁGIOS A abordagem por estágios organiza as áreas de processo em cinco níveis de maturidade. Esses níveis de maturidade servem para dar suporte e orientar a melhoria do processo, indicando quais áreas implementar para atingir cada nível [39] . Um nível de maturidade é um patamar de evolução de um processo de desenvolvimento de software, correspondendo a um degrau na evolução de cada organização. Os níveis de maturidade do CMMI são: inicial, gerenciado, definido, quantitativamente gerenciado e otimizado. Cada um destes níveis de maturidade é descrito a seguir. Nível 1 – Inicial: o desenvolvimento é caracterizado como ad-hoc ou caótico. Neste nível a organização caracteriza-se por não possuir um ambiente estável, não existem processos definidos e estes são abandonados em momentos de crises. O sucesso depende de esforços individuais, e na maioria das vezes não são capazes de repetir sucessos anteriores. Nível 2 – Gerenciado: os processos da organização neste nível são planejados, executados, medidos e controlados. A disciplina do processo se reflete na continuidade das práticas mesmo em momentos de crise. Os projetos são executados e gerenciados de acordo com um plano documentado. Existem mecanismos formais para a correção de desvios. Nível 3 – Definido: os processos das organizações neste nível são compreendidos e descritos em procedimentos, padrões, ferramentas e métodos. Sendo estes processos utilizados por toda a organização. Os gerentes estabelecem objetivos e asseguram que estes são apropriadamente enfocados. Neste nível, os processos devem ser descritos com mais detalhes e devem ser seguidos de forma mais rigorosa que no nível 2. Nível 4 – Quantitativamente Gerenciado: os processos são controlados utilizando estatísticas e outras técnicas quantitativas. As medidas detalhadas do desempenho do processo são coletadas e analisadas estatisticamente. As causas de possíveis variações de desempenho do processo são identificadas e corrigidas para prevenir ocorrências futuras. 45 Nível 5 – Otimizado: as organizações neste nível focalizam na melhoria contínua do desempenho do processo através de melhorias incrementais e inovações tecnológicas. Objetivos de melhoria quantitativos de processo são estabelecidos e continuamente revisados para refletir em mudanças nos objetivos do negócio. Além de definir os níveis de maturidade, o CMMI detalha cada um destes níveis com respeito aos objetivos essenciais de cada um e das tarefas chaves a serem implementadas para que estes objetivos sejam atingidos. Este detalhamento estabelece uma estrutura que permite caracterizar a maturidade e a capabilidade do processo de desenvolvimento de software. Cada nível consiste em um conjunto pré-definido de áreas de processo. As áreas de processo identificam um conjunto de atividades que quando realizadas corretamente permitem atingir os objetivos do nível considerado, aumentando a capabilidade do desenvolvimento de software, satisfazendo um conjunto de objetivos considerados importantes para implementar melhorias significativas na área do processo em questão [39] . A Figura 3.3 ilustra os níveis de maturidade do CMMI na representação por estágios e suas respectivas áreas de processo. Nível 5 - Otimizado OID - Desenvolvimento e Inovação Organizacional CAR - Resolução e Análise das Causas Nível 4 - Quantitativamente Gerenciado OPP - Desempenho do Processo Organizacional QPM - Gerência Quantitativa de Projeto Nível 3 - Definido OPF - Foco no Processo Organizacional OPD - Definição de Processo Organizacional OT - Treinamento Organizacional RSKM - Gerência de Riscos TS - Solução Técnica PI - Integração de Produto VER - Verificação VAL - Validação IPM - Gerência de Projeto Integrado RD - Desenvolvimento de Requisitos DAR - Resolução e Análise de Decisão ISM - Gerenciamento Integrado de Fornecedores IT - Integração do Time OEI - Ambiente Organizacional para Integração Nível 2 - Gerenciado REQM – Gerência de Requisitos PP – Planejamento de projeto PMC – Controle e Monitoramento de Projeto SAM – Gerência de Contrato de Fornecedores CM - Gerência da Configuração PPQA - Garantia de Qualidade de Produto e Processo MA - Medições e Análises Nível 1 - Inicial “Just do It” Figura 3.4 - Níveis de Maturidade na representação por Estágios e suas áreas de processo Para atingir um nível de maturidade, a organização deve implementar todas as áreas de processo deste nível, sendo necessário atender aos objetivos específicos de cada uma, através de suas práticas específicas. Além disso, deve alcançar o objetivo genérico deste nível e então 46 executar todas as práticas genéricas deste objetivo [39] . O nível de maturidade é medido pelo atendimento a todos os objetivos genéricos (agrupados em características comuns) e específicos de todas as áreas de processo no nível em questão, como ilustra a Figura 3.5. Figura 3.5 - Estrutura do CMMI por Estágios Fonte: CAROSIA [39] É importante ressaltar que para alcançar um nível de maturidade, todas as áreas do nível anterior mais a atual devem ser cumpridas. Por exemplo, para alcançar o nível 3, todas as áreas do nível 2 precisam ser cumpridas e mais as do nível 3, e assim sucessivamente até o nível 5. Não se pode saltar níveis, pois cada um serve de base para o nível superior. A abordagem por estágio permite fácil migração do SW-CMM para o CMMI, por terem uma estrutura muito semelhante. 3.7 AVALIAÇÕES CMMI A avaliação de maturidade de processos CMMI tornou-se fundamental para as empresas que desenvolvem projetos e produtos dependentes de tecnologia e estejam interessadas em conquistar novos mercados. Além disso, em licitações do governo, o fato de possuir a qualificação também conta pontos [52] . O tempo para se chegar à qualificação varia muito de uma organização para outra, especialmente porque cada uma delas adota uma estratégia diferente para chegar ao CMMI. 47 O SEI permite que a avaliação de qualificação para o CMMI seja feita por profissionais internos das empresas analisadas, desde que devidamente habilitados. O método para avaliações oficiais do CMMI desenvolvido pelo SEI é denominado SCAMPI (Standard CMMI Appraisal Method for Process Improvement). O objetivo deste método de avaliação é verificar a aderência e institucionalização dos processos da instituição com relação ao modelo. O CMMI pode ser concedido a projetos e unidades de negócios de uma corporação, ou seja, se uma empresa alcança a maturidade em um de seus escritórios, não significa que ela adote as mesmas práticas nos demais. Da mesma maneira, se a qualificação é atribuída a uma prática específica na companhia, ela não pode ser válida para as outras. "É preciso questionar o fornecedor, e, eventualmente, solicitar um laudo com data recente" [52] . Embora mantenha um programa de qualidade para tentar assegurar que as organizações dêem continuidade às práticas consideradas maduras, o SEI não audita as empresas aprovadas, nem estipula validade para o CMMI. A organização qualificada com o CMMI assina um "Código de Conduta Profissional", no qual se compromete a fornecer dados completos ao SEI e a dar continuidade ao modelo de negócios (Kelly Kimberland - relações públicas do SEI) Diferentemente de certificações como o ISO, o CMMI não requer renovações temporárias. Por isso, é importante checar se os processos aprovados pelo SEI na ocasião da emissão do laudo continuam em prática [52] . Em virtude de ter sido criado recentemente, poucos são os registros sobre a implentação do modelo CMMI, principalmente do Brasil, visto que a eficiência de um modelo só se avalia a médio e longo prazo da implementação de suas práticas. No Entanto, quando analisado do ponto de vista do seu antecessor – o CMM – pode-se prever que o CMMI também será um sucesso [49] . No ultimo relatório do SEI, publicado em Setembro de 2006, com relação as avaliações CMMI, o Brasil encontrava-se em 11º (décimo primeiro) lugar, possuindo 10 avaliações realizadas pelo SEI. A evolução da qualificação CMMI no Brasil pode ser vista na Tabela 3.5.Organizações com Qualificação CMMI no Brasil em Novembro de 2005 e Figura 3.6 – Evolução das qualificações CMMI no Brasil. 48 Tabela 3.5 – Organizações com Qualificação CMMI no Brasil Nov/ 2005 Nível Atual Desde 2 2003 3 4 No ano Até o ano 1 1 1 3 5 1 10 14 5 1 2004 2 2005 7 2 Total 9 3 0 2 14 Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia [38] Figura 3.6 – Evolução das qualificações CMMI no Brasil Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia [38] 49 4 MAPEANDO A ISO 9001 PARA O CMMI O que aproxima e diferencia ISO e CMMI? Como podemos compará-los? O que eles têm em comum? Nas seções a seguir mapeamos a norma ISO 9001:2000 para o modelo CMMI. O mapeamento foi realizado com base no estudo das principais interdependências e similaridades entre os dois modelos. O mapeamento inicia-se a partir da clausula 4 da norma ISO, em virtude das cláusulas 0 (zero) a 3 (três) não conterem requisitos do SGQ, tratando apenas de assuntos gerais da norma e que não passam por auditora. 4.1. CLÁUSULA 4 - SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE A cláusula 4 da norma ISO 9001 descreve os requisitos básicos para estabelecer, documentar, manter e melhorar um sistema de gestão da qualidade. A organização deve possuir uma política da qualidade, documentar e identificar seus processos, medir o desempenho e adotar ações de melhoria contínua. A organização deve focar nos processos que levem a um melhor desempenho organizacional, deve determinar critérios e métodos para assegurar que a operação e o controle desses processos sejam eficazes, também deve prover os recursos e infomações para operação e monitoramento. Mapeamos estas atividades da ISO em cinco áreas de processo do modelo CMMI: Garantia de Qualidade de Produto e Processo (PPQA), Planejamento do Projeto (PP), 50 Definição do Processo Organizacional (OPD), Verificação (VER), Foco no processo Organizacional (OPF). Na área de processo Definição do Processo Organizacional (OPD), o conjunto de ativos (recursos), incluindo padrões, processos, procedimentos e modelos, é definido, estabelecido e mantido pela organização. Esta área de processo é mapeada nesta cláusula, no entanto, os padrões e procedimentos da ISO são definidos apenas em nível de projeto, não exigindo o nível organizacional utilizado pelo CMMI. No caso de procedimentos e padrões específicos para uso no projeto, a área de processo Planejamento do Projeto (PP) determina que os mesmos sejam descritos no plano de desenvolvimento do projeto. A área de processo Foco no processo Organizacional (OPF) planeja e implementa as atividades de melhorias de processo na organização baseado nas suas fragilidades e forças. Melhorias são planejadas e implementadas, recursos são identificados e experiências relacionadas incorporadas aos processos. O seguimento dos padrões estabelecidos é assegurado pelas auditorias realizadas de acordo com a área de processo Garantia da Qualidade de Produto e Processo (PPQA) e pelas inspeções realizadas de acordo com a área de processo Verificação (VER). 4.2 CLÁUSULA 4.2.3 - CONTROLE DE DOCUMENTOS A norma ISO requer que a distribuição e modificação dos documentos do Sistema de Gestão da Qualidade sejam controlados bem como a aprovação quanto a sua adequação. Mapeamos esta prática para a área de processo Gerência da Configuração (CM). No CMMI, os padrões, procedimentos e demais documentos dos ativos de processo são controlados e mantidos de acordo com as atividades da gestão da configuração. Essa área de processo estabelece e mantém a integridade dos produtos de trabalho ao longo de todo o ciclo de vida. Também é responsável por estabelecer e manter a integridade de produtos de trabalho que usam identificação de configuração, controle de configuração, e auditoria de configuração. Mudanças são registradas e controladas. 4.3 CLÁUSULA 4.2.4 - CONTROLE DE REGISTROS A norma ISO requer que todos os registros do sistema de gestão da qualidade sejam armazenados, mantidos, disponibilizados, prontamente identificáveis, legíveis e recuperáveis. 51 Esta cláusula pode ser mapeada apenas em parte para a área de processo Gerência de Configuração (CM). No entanto, itens exigidos pela ISO como tempo de retenção e descarte dos registros não são controlados pela Gerência de Configuração. 4.4 CLÁUSULA 5 - RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO Esta cláusula na ISO denota o envolvimento e comprometimento da Direção com o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). De acordo com a norma ISO, a alta administração deve demonstrar seu compromisso com a melhoria da qualidade, fornecendo os recursos necessários. Deve satisfazer os requisitos e aumentar a satisfação do cliente. Deve assegurar que a política da qualidade está apropriada aos requisitos da organização, e deve estabelecer responsabilidades e autoridades e revisões do sistema de gestão de qualidade. Mapeamos esta cláusula nas áreas de processo de Garantia de Qualidade de Produto e Processo (PPQA) e Planejamento do Projeto (PP), pois nestas áreas de processo os recursos, responsabilidades e autoridades são definidos. Na área de processo Garantia de Qualidade de Produto e Processo (PPQA), os recursos associados com a garantia da qualidade do projeto são definidos e monitorados. Na área de processo Planejamento do Projeto(PP) o comprometimento da alta direção é estabelecido e os recursos materiais e humanos são alocados para o projeto. A requisito prover ou fornecer a evidência do comprometimento da direção com o desenvolvimento e com a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, descrito na cláusula 5.1 da norma ISO é fraco no CMMI. 4.5 CLÁUSULA 5.2 - FOCO NO CLIENTE A administração deve assegurar que as necessidades e expectativas do cliente são determinadas, convertidas em requisitos e atendidas com o propósito de atingir a satisfação do cliente, sendo importante considerar neste momento obrigações relacionadas ao produto, incluindo os requisitos regulamentares legais. No CMMI esta cláusula pode ser mapeada para a área de processo Desenvolvimento de Requisitos (RD), que tem como propósitos produzir e analisar os requisitos dos clientes, do produto e dos componentes do produto. As necessidades, restrições e expectativas dos envolvidos são coletadas e traduzidos como requisitos de cliente. A cláusula satisfação do cliente não é explícita ou identificável no CMMI. 52 4.6 CLÁUSULA 5.4 - PLANEJAMENTO A organização deve estabelecer os objetivos da qualidade e assegurar que estes são mensuráveis e coerentes com a política da qualidade. Mapeamos este item para as áreas de processo Desempenho do Processo Organizacional (OPP), Gerência Quantitativa de projeto (QPM) e Definição do Processo Organizacional (OPD). A área de processo Desempenho do Processo Organizacional (OPP) estabelece e mantém uma compreensão quantitativa do desempenho dos processos dando suporte a qualidade e ao controle da efetividade dos seus processos. A área de processo Gerência Quantitativa de Projeto (QPM) estabelece a gerência quantitativa de projetos para melhorar a qualidade e desempenho. O planejamento do SGQ deve garantir sua integridade de acordo com a necessidade de mudanças. A área de processo Definição do Processo Organizacional (OPD) pode ser mapeada com todas a suas práticas para este item da norma ISO, pois ela estabelece e mantém um conjunto de itens do processo organizacional. 4.7 CLÁUSULA 5.5 - RESPONSABILIDADE AUTORIDADE E COMUNICAÇÃO As responsabilidades e autoridades são definidas e comunicadas. Um membro da organização é indicado para representar a administração relatando o desempenho do SGQ e qualquer necessidade de melhoria, assegurar que são estabelecidos dentro da organização processos de comunicação apropriados e relatar a eficácia do sistema de gestão da qualidade. A organização deve analisar criticamente o sistema de gestão da qualidade em intervalos planejados pela administração, incluindo oportunidades de melhoria. Os registros dessas análises devem ser mantidos, onde as entradas para estas análises devem incluir resultados de auditoria, desempenho do processo, conformidade de produto e situações das ações preventivas e corretivas. As saídas devem incluir necessidades de recursos e melhoria do produto em relação aos requisitos do cliente etc. Mapeamos esta cláusula para as áreas de processo Foco no Processo Organizacional (OPF) e Controle e Monitoramento de Projeto (PMC). Na área de processo Foco no Processo Organizacional (OPF), uma descrição dos processos e objetivos necessários para a organização são estabelecidos, e mantidos. 53 Fragilidades, forças e oportunidades de melhoria dos processos são identificadas periodicamente. Melhorias são planejadas e implementadas. Recursos são identificados e as experiências relacionadas e incorporadas aos processos. A área de Controle e Monitoramento de Projeto (PMC), por sua vez, é responsável por monitorar e controlar os recursos alocados. Este monitoramento deve ser realizado tanto no nível do projeto como no nível da alta administração da instituição. Conceitos como Representante da Direção e Comunicação Interna não são explicitados no CMMI, sendo estes itens fracos em relação a ISO. 4.8 CLÁUSULA 6 - GESTÃO DE RECURSOS A norma ISO afirma que a organização deve fornecer pessoal, treinamento, infra-estrutura, instalações e o ambiente de trabalho necessário. Diz ainda que o pessoal que executa tarefas que afetam a qualidade do produto deve ser competente com base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriada. As competências devem ser determinadas, e treinamentos devem ser fornecidos para que se atinjam as competências. Também devem fornecer e manter uma infra-estrutura necessária para se alcançar os requisitos de produtos, e ainda determinar e gerenciar as condições do ambiente de trabalho. Esta cláusula é mapeada pelas áreas de processo Treinamento Organizacional (OT), Planejamento do Projeto (PP) e Ambiente Organizacional para Integração (OEI) nas práticas genéricas “prover os recursos necessários para execução do processo” e “providenciar treinamento necessário para as pessoas executarem o processo”. A área de processo Treinamento Organizacional (OT) é responsável pelo desenvolvimento das habilidades e conhecimentos das pessoas para que elas possam desempenhar seu papel de forma efetiva e eficiente. Também é responsável por desenvolver nos colaboradores habilidades e conhecimentos que possibilitem realizar seus trabalhos de forma efetiva e eficiente. Alguns objetivos específicos desta área de processo estabelecem treinamentos das capacidades da organização onde os treinamentos são estabelecidos e mantidos. Também são previstos treinamentos individuais necessários para que o funcionário desenvolva suas tarefas mais eficientemente. Os requisitos relacionados com o fornecimento de pessoal, infra-estrutura, instalações e o ambiente de trabalho necessário são tratados pela área de processo Planejar o Projeto (PP), pois é no plano de desenvolvimento do projeto que estes assuntos são abordados. 54 A área de processo Ambiente Organizacional para Integração (OEI) provê a infraestrutura que maximiza a produtividade das pessoas e favoreça as necessidades de integração de produtos e processo, bem como gerenciar e orientar pessoas para prover um ambiente de colaboração para Desenvolvimento do Produto e Processo Integrado. 4.9 CLÁUSULA 7 - REALIZAÇÃO DO PRODUTO Esta é a maior cláusula da ISO. Está dividida em seis seções e dividem-se em planejamento, processos relacionados ao cliente, projeto e desenvolvimento, aquisição, produção e fornecimento de serviço e controle de dispositivos de medição e monitoramento. De acordo com a ISO, a organização deve desenvolver os processos necessários para identificar os requisitos dos clientes, projetar e desenvolver produtos que atendem esses requisitos, gerenciar seus fornecedores e produzir e entregar produtos que cumpram com esses requisitos. Mapeamos esta cláusula em todas as áreas de processo do CMMI relacionadas com o desenvolvimento do produto: Planejamento do Projeto (PP), Controle e Monitoramento de Projeto (PMC), Gerência da Configuração (CM), Gerência de Contrato de Fornecedores (SAM), Desenvolvimento de Requisitos (RD), Gerência de Requisitos (REQM), Solução Técnica (TS), Integração do Produto (PI), Verificação (VER) e Validação (VAL), Definição do Processo Organizacional (OPD), Gerência Quantitativa de Projeto (QPM), Gerência de projeto Integrada (IPM), Medição e Analise (MA) e Validação (VAL). Para facilitar o mapeamento e o entendimento as seis seções foram descritas separadamente. 4.10 CLÁUSULA 7.1 - PLANEJAMENTO DA REALIZAÇÃO DO PRODUTO A Cláusula de planejamento determina que a organização deve planejar e desenvolver os processos necessários para realização do produto. Este planejamento deve ser coerente com os requisitos de outros processos do SGQ. Mapeamos este planejamento para as seguintes áreas de processo: Planejamento de Projeto (PP), Definição do Processo Organizacional (OPD), Gerência Quantitativa de Projeto (QPM), Gerência de Projeto Integrada (IPM). A área de processo Gerência Quantitativa de Projeto (QPM) se encarrega de estabelecer a gerência quantitativa de projeto para melhorar a qualidade e desempenho de processos e sub-processos estatisticamente. As áreas de processo Planejamento de Projeto 55 (PP) e do Processo Organizacional (OPD) estabelecem e mantêm um plano ou um conjunto de processos que definem as atividades deste projeto usável por toda a organização. Na área de processo Planejamento do Projeto (PP) o planejamento das atividades de suporte para a solução do projeto são realizados. A área de processo Gerência de Projeto Integrada (IPM) é responsável por conduzir o processo usando processos definidos que foram traçados pela organização com a colaboração dos evolvidos, a partir de processos padrões. 4.11 CLÁUSULAS 7.2 - PROCESSOS RELACIONADOS COM O CLIENTE A norma ISO estabelece que a organização deve determinar os requisitos especificados e não especificados ao produto. Analisar criticamente os requisitos relacionados aos produto antes de assumir o compromisso de fornecer um produto para o cliente e deve determinar e tomar providências eficazes para se comunicar com os cliente em relação a informação sobre produto, tratamento de consulta, contratos ou pedidos. Para estas cláusulas da ISO, mapeamos as áreas de processo Desenvolvimento de Requisitos (RD) nos objetivos específicos “desenvolver requisitos de cliente”, “desenvolver requisitos de produto” e “analisar e validar Requisitos”; e Gerência de Requisitos (REQM). As áreas de processo Desenvolvimento de Requisitos (RD) e Gerência de Requisitos (REQM) determinam que os requisitos dos produtos do projeto e seus componentes sejam definidos e gerenciados, de modo que eles realmente supram as necessidades das pessoas envolvidas com o projeto. Inconsistências entre os planos de projeto e produtos de trabalho são identificadas. A área de processo Desenvolvimento de Requisitos (RD) é responsável por desenvolver os requisitos do cliente, onde necessidades, restrições e expectativas do cliente são coletadas e traduzidas em requisitos de cliente; Desenvolver requisitos de produto, onde os requisitos de cliente são refinados e transformados nos requisitos do produto; Análise e validação dos requisitos, onde os requisitos são analisados, validados e uma definição dos requisitos de funcionalidade é desenvolvida. Na área de processo Gerência de Requisitos (REQM), os requisitos são gerenciados e as inconsistências entre plano de projeto e os produtos de trabalho são identificados. O processo é gerenciado(executado, planejado) e definido (gerenciado e suportado) pela organização como um conjunto padrão de processo definidos, acordados e alinhados. 56 4.12 CLÁUSULA 7.3 - PROJETO E DESENVOLVIMENTO A organização deve planejar e controlar o projeto e o desenvolvimento de produto, gerenciar as interfaces entre os diferentes grupos envolvidos no projeto e desenvolvimento, assegurar a comunicação eficaz e a designação clara de responsabilidades. Determinar as entradas relativas a requisitos de produto e manter registros, incluindo requisitos de funcionamento e desempenho. As saídas de projeto e desenvolvimento devem ser apresentadas de uma forma que possibilite a verificação em relação às entradas de projeto e desenvolvimento e devem ser aprovadas antes de serem liberadas. Mapeamos estas atividades para as áreas de processo Desenvolvimento de Requisitos (RD), Controle e Monitoramento do Processo (PMC) e Controle de Configuração (CM). A área de processo Desenvolvimento de Requisitos (RD) é responsável por produzir e analisar os requisitos dos clientes, produtos e componentes dos produtos. Os requisitos são validados e uma definição dos requisitos de funcionalidade é desenvolvida. A área de processo Controle e Monitoramento do Processo (PMC) monitora o progresso e os resultados do projeto de encontro ao que está definido no plano e gerencia as ações corretivas tomadas quando o projeto desvia-se do planejado. Além disso, provê o entendimento do progresso do projeto e toma medidas corretivas quando o desenvolvimento do projeto desvia-se do plano do projeto. Na área de processo Gerência de Configuração (CM), a integridade dos produtos de trabalho utilizados no desenvolvimento do projeto é assegurada. As mudanças nos produtos são registradas e controladas. 4.13 CLÁUSULA 7.4 - AQUISIÇÃO A organização deve assegurar que o produto adquirido está conforme com os requisitos especificados de aquisição. Deve avaliar e selecionar fornecedores com base na sua capacidade em fornecer produtos de acordo com os requisitos da organização. Mapeamos esta atividade para a área de processo Gerência de Contrato de Fornecedores (SAM) que é responsável por definir um processo formal de aquisição de produtos junto aos fornecedores e estabelecer e manter acordo com fornecedores. A área de processo Gerência de Contrato de Fornecedores determina que a aquisição dos produtos necessários para que o desenvolvimento do projeto seja realizado por meio de um contrato formal que deve ser gerenciado e controlado. 57 A verificação nas instalações do provedor não é exigida pela Gerência de Contrato de Fornecedores do CMMI. 4.14 CLÁUSULA 7.5 - PRODUÇÃO E FORNECIMENTO DE SERVIÇO A organização deve planejar e realizar a produção e o fornecimento do serviço sob condições controladas. Deve validar quaisquer processos de produção e fornecimento de serviço onde à saída resultante não possa ser verificada por medição e monitoramento ou medição subseqüente. Quando apropriado, a organização deve identificar o produto (ao longo de sua realização) por meio adequado e sua situação no que se refere aos requisitos de monitoramento e de medição. Ter cuidado com a propriedade do cliente enquanto estiver sob controle da organização ou sendo usada por ela. Preservar a conformidade do produto durante processos internos e entrega do destino pretendido. O controle de produção e fornecimento de serviço é falho no CMMI, pois esse tipo de controle está associado com produção em série de produtos ou serviços. No entanto, é possível mapear parcialmente este item da norma para as áreas de processo Solução Técnica (TS) e Integração de Produto (PI). A área de processo Solução Técnica (TS) tem o propósito de projetar e desenvolver soluções para os requisitos, abrangendo os produtos, componentes de produtos e produtos do ciclo de vida do processo, cada um individualmente ou combinados. O objetivo da área de processo Integração do Produto (PI) é reunir todos os componentes do produto, assegurando que o produto funcione bem quando os componentes são integrados, verificando se as interfaces internas e externas dos componentes do produto são compatíveis. As cláusulas propriedade do cliente e preservação do produto são menos explícitas no CMMI do que na ISO, no entanto, é possível estabelecer uma relação com a área de processo de Gestão de Configuração (CM) que é responsável por manter a integridade e segurança de todos os dados do projeto. 4.15 CLÁUSULA 7.6 - CONTROLE DE DISPOSITIVOS DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO A organização deve identificar as medições a serem feitas e os dispositivos de monitoramento requeridos para assegurar a conformidade do produto com os requisitos especificados. 58 Mapeamos este item para as áreas de processo Verificação (VER), Validação (VAL) e Medição e Análise (MA). As áreas de processo de Verificação (VER) e Validação (VAL) garantem que o produto desenvolvido atende aos requisitos explícitos e expectativas do cliente por meio de testes, revisões técnicas, inspeções e homologações. A área de processo Medição e Análise (MA), por sua vez, desenvolve a capacidade de medição, fornecendo informações que servirão de suporte a gerência. 4.16 CLÁUSULA 8 - MEDIÇÃO, ANÁLISE E MELHORIA De acordo com a norma ISO, a organização deve planejar e implementar as atividades de medição e monitoramento para demonstrar a qualidade do produto, incluindo técnicas e estatísticas. Monitorar o cumprimento dos requisitos e a satisfação do cliente quanto ao cumprimento de seus requisitos. Adotar ações para eliminar as causas dos não-cumprimentos e prevenir sua recorrência. Coletar e analisar dados apropriados para demonstrar adequação do sistema de gestão da qualidade. Mapeamos estas atividades para as áreas de processo Medição e Analise (MA), Gerência Quantitativa de Projeto (QPM), Validação (VAL), Verificação (VER), Gerência de Requisitos (REQM) e Desenvolvimento e Inovação Organizacional (OID). A área de processo Medição e Análise (MA) tem como objetivo desenvolver e sustentar uma capacidade de medição usada para suportar o gerenciamento das informações necessárias. A Gerência Quantitativa de Projeto (QPM) estabelece a gerência quantitativa para melhorar a qualidade e desempenho, monitora o desempenho dos processos selecionados para determinar a capacidade destes em satisfazer a qualidade e objetivos e identifica ações corretivas apropriadas quando necessário. A Validação (VAL) demonstra que o produto ou seus componentes funcionam como esperado no ambiente pretendido. Os produtos são validados para garantir que são apropriados para o ambiente de operação pretendido. A Verificação (VER) assegura que os produtos de trabalho satisfazem as exigências especificadas. Garantindo que o produto está de acordo com a especificação, comparando os produtos de trabalho com a especificação de requisitos. 59 Gerência de Requisitos (REQM) identifica inconsistência entre os requisitos dos produtos de projeto e seus componentes e entre o plano do projeto e os requisitos estabelecidos no plano do projeto. A área de processo Desenvolvimento e Inovação Organizacional (OID) tem como propósito inovar e desenvolver melhorias de forma incremental, de acordo com os objetivos da organização que permitam medir o desempenho dos seus processos e tecnologias. A cláusula medir a satisfação do cliente é fraca no CMMI. 4.17 CLÁUSULA 8.2.2 - AUDITORIA INTERNA A norma ISO estabelece que a organização realize auditorias internas, periodicamente a fim de determinar a conformidade dos processos documentados. Mapeamos este item para as áreas de processo Foco no Processo Organizacional (OPF), Garantia da Qualidade de Produto e Processo (PPQA) e Medição e Análise (MA) Área de processo Foco no Processo Organizacional (OPF) planeja e implementa melhorias no processo organizacional, através do entendimento dos pontos positivos e negativos dos processos da organização. A área de processo Garantia da Qualidade do Produto e Processo (PPQA) avalia a qualidade do processo de desenvolvimento. Os resultados obtidos são utilizados para a melhoria contínua do processo da organização. Verifica a aderência aos processos e avalia o desempenho do trabalho quanto à aplicação desses. As atividades não seguidas são comunicadas para que resoluções sejam definidas. Garante a entrega de produtos e serviços de alta qualidade. Medição e Analise (MA) revisa e analisa os dados, e os resultados são comunicados para que sirvam de apoio na tomada de ações corretivas. 4.18 CLÁUSULA 8.3 - CONTROLE DE PRODUTO NÃO CONFORME A norma ISO estabelece que a organização deve assegurar que produtos que não estejam conforme com os requisitos sejam controlados e identificados para evitar seu uso não intencional. Mapeamos estas atividades para a área de processo Gerência de Configuração (CM). A área de processo Gerência de Configuração (CM) é responsável por controlar as alterações dos produtos inconsistentes com os requisitos estabelecidos. Esta área de processo também mantém a consistência entre as várias versões do produto. 60 4.19 AÇÕES CORRETIVAS E AÇÕES PREVENTIVAS (CLÁUSULAS 8.5.2 e 8.5.3) A norma ISO estabelece que a organização deve utilizar os dados da qualidade para identificar oportunidades, analisar processos e adotar ações para melhorar continuamente seu desempenho. Implementar sistemática para executar ações corretivas e definir ações preventivas para eliminar as causas e potenciais causas de não conformidades. Mapeamos estas cláusulas para as áreas de processo Controle e Monitoramento de Projeto (PMC), Análise e Resolução de Causas (CAR) e Gerência de Risco (RSKM). Na área de processo Controle e Monitoramento de Projeto (PMC), o planejamento e o monitoramento das atividades de suporte para a solução do projeto são realizados. São geradas ações corretivas e preventivas resultantes do acompanhamento do projeto quando este se desvia significativamente do plano estabelecido. A área de processo Resolução e Análise das Causas (CAR) analisa as causas dos problemas, resultando em ações preventivas para que defeitos não voltem a ocorrer no futuro. A área de processo Gerência de Risco (RSKM) analisa os riscos do projeto, resultando em ações de mitigação (preventivas) e contingência (corretivas). Mapeando as Cláusulas da ISO 9001:2000 para as áreas de Processo do CMMI O mapeamento descrito das cláusulas da norma ISO 9001:2000 para as áreas de processo do CMMI está sumarizado na Tabela 4.1. Tabela 4.1 - Mapeamento das cláusulas da norma ISO 9001 para as áreas de processo do CMMI ISO 9001:2000 CMMI OPD - Definição do Processo Organizacional OPF - Foco no Processo Organizacional PPQA - Garantia da Qualidade de Produto e Processo PP - Planejamento do Projeto VER – Verificação 4 Sistema de Gestão da Qualidade 4.2.3 Controle de documentos CM - Gerência da Configuração 4.2.4 Controle de registros CM - Gerência da Configuração (mapeada em parte, pois não controla itens como tempo de retenção e descarte) 5 Responsabilidade e Comprometimento da Direção, Política da Qualidade, Objetivos da Qualidade, Análise critica pela direção PPQA - Garantia da Qualidade de Produto e Processo PP - Planejamento do Projeto 5.1 Comprometimento da Direção É fraco no CMMI 5.2 Foco no Cliente RD - Desenvolvimento de Requisitos 5.2.1 Satisfação do Cliente Não é explicita no CMMI 5.4 Planejamento OPP - Desempenho do processo organizacional QPM - Gerência Quantitativa do projeto OPD - Definição do Processo Organizacional 61 5.5 Responsabilidade, autoridade e comunicação PMC - Controle e monitoramento de Projeto OPF - Foco no Processo Organizacional 5.5.2 Representante da Direção Não explicita no CMMI 5.5.3 Comunicação Interna Não explicita no CMMI 6 Gestão de recursos OT - Treinamento Organizacional PP - Planejamento do Projeto OEI Ambiente Organizacional para Integração 7.1 Planejamento da realização do produto PP - Planejamento do Projeto OPD - Definição do Processo Organizacional QPM - Gerência Quantitativa do projeto IPM - Gerência de Projeto Integrado 7.2 Processos relacionados a clientes RD - Desenvolvimento de Requisitos REQM - Gerência de Requisitos 7.3 Projeto e desenvolvimento PMC - Controle e monitoramento de Projeto RD - Desenvolvimento de Requisitos CM - Gerência da Configuração 7.4 Aquisição SAM - Gerência de Contrato de Fornecedores 7.5 Produção e fornecimento de serviços TS - Solução Técnica PI - Integração de Produto 7.5.4 Propriedade do cliente CM - Gerência da Configuração (É fraco no CMMI) 7.6 Controle de dispositivo de medição e monitoramento VER – Verificação VAL - Validação MA - Medição e Análise 8 Medição, análise e melhoria, Satisfação dos clientes, Melhoria Contínua MA - Medição e Análise QPM - Gerencia Quantitativa do projeto VAL - Validação VER - Verificação REQM - Gerência de Requisitos OID Desenvolvimento e Inovação Organizacional 8.2.1 Medir a Satisfação do Cliente É fraco no CMMI 8.2.2 Auditoria Interna OPF -Foco no Processo Organizacional PPQA -Garantia da Qualidade de Produto e Processo MA - Medição e Análise 8.3 Controle de produto não conforme CM Gerência de Configuração 8.5.2 E 8.5.3 Ação Corretiva E Ação Preventiva PMC -Controle e monitoramento de Projeto CAR - Resolução e Analise das Causas RSKM - Gerência de Riscos 62 Considerações Finais Embora o tema qualidade esteja muito em moda e ter um certificado de qualidade é sinal de status, o tema é bem antigo. Há relatos de que a mesma já era empregada há mais de 4 mil anos. No entanto, só ganhou relevância a partir da década de 20 com o controle estatístico do na qual surgem novas empresas no mercado, levando à concorrência entre as mesmas. Entre as ferramentas que até hoje nos auxiliam no controle de qualidade destacamos o Diagrama de Shewhart, o Diagrama de Ishikawa, o Ciclo PDCA e o 5 S. Muitas vezes o grau de desenvolvimento de uma economia é evidenciado com a certificação dos seus produtos e processos. Dessa forma, podemos afirmar que o produto fornecido satisfaz os requisitos estabelecidos. Nos anos 80, muitos modelos de qualidade foram adotados por empresas norte americanas com o intuito de melhorar seus processos. Entre estes modelos destacamos a norma ISO 9001:2000 e o CMMI. A ISO 9001:2000 foi criada com objetivo de padronizar os requisitos para um sistema de qualidade e promover a normalização das atividades relacionadas, facilitando o comércio internacional. Essa norma é um modelo para garantia da qualidade em projeto, onde os processos da organização são padronizados e todos, a começar pela direção, devem comprometer-se formalmente em adotar uma cultura de melhoria contínua. A ISO 9001:2000 tem uma aplicação geral, ou seja, pode ser aplicada em qualquer empresa ou ramo de atividade, independente do tamanho. O CMMI é um modelo de referência que estabelece as diretrizes que podem ser seguidas pelas empresas para aumentarem gradativamente o seu grau de maturidade. O 63 CMMI é aplicado especificamente em empresas que produzem software. Foi concebido para o desenvolvimento de grandes projetos militares, portanto para sua aplicação em projetos menores e em outras áreas é necessário um trabalho cuidadoso de interpretação e adequação à realidade da organização [63] . Tanto a ISO como o CMMI não diz à organização “como” melhorar, mas sim “o que” melhorar. O “como” é uma particularidade de cada organização, pois depende de uma série de fatores [39] . O modelo CMMI é apresentado em duas representações por Estágios e Contínua. A abordagem contínua é mais flexível, sendo mais complexa de administrar. A abordagem por estágios enfatiza a necessidade de melhoria da organização, seguindo o conceito de nível de maturidade. Os 5 níveis de maturidade são resumidos da seguinte maneira: o primeiro apenas indica que a empresa possui o processo de busca pela maturidade. O nível 2 foca nas atividades básicas de gestão, enquanto o terceiro estágio comprova a existência de um padrão corporativo para o desenvolvimento de processos. No quarto nível, a organização consegue medir quantitativamente a capacidade desses processos. E no nível máximo, além de dominar todas as atividades exigidas anteriormente, a empresa consegue, por meio de ações tecnológicas, melhorar a capacidade de seus processos, identificados e mensurados nos níveis anteriores. O CMMI e a ISO 9001 possuem vários pontos em comum, a começar pelo objetivo (qualidade) e o escopo (desenvolvimento de projetos). Ambos são direcionados por temas semelhantes e intuitivamente correlacionados e se preocupam com a qualidade e gerência do processo. No entanto, diferem na filosofia básica ou subjacente. A ISO 9001 identifica as exigências mínimas para um sistema de qualidade, enquanto o CMMI sublinha a necessidade para a melhoria contínua dos processos [58] . O CMMI contempla somente a área de desenvolvimento de software, enquanto a ISO, contempla todas as áreas relacionadas a este desenvolvimento, ou seja, Comercial, Recursos Humanos, Administrativo, Financeiro, Suporte, Tecnologia, além das áreas de desenvolvimento de projetos [62] . Praticamente todas as cláusulas da norma ISO 9001 podem ser mapeadas para o CMMI, infelizmente a recíproca não é verdadeira. As áreas de processo Resolução e Análise de Decisão (DAR), Gerência Integrada de Fornecedores (ISM) e Integração de Time (IT), não podem ser mapeadas para a ISO. A ISO não aborda formalmente esses pontos, não havendo nenhuma correspondência entre os modelos 64 A área de processo Resolução e Análise de Decisão (DAR), analisa possíveis decisões usando um processo formal de avaliação, e as decisões são tomadas baseadas nessa avaliação. Essa tomada de decisão forma é um processo obrigatório no CMMI, mas não existe na ISO . A área de processo Gerência Integrada de Fornecedores (ISM), identifica origens de produtos que possam ser utilizados para satisfazer os requisitos do projeto e gerenciar fornecedores relacionados, e ao mesmo tempo, manter um relacionamento cooperativo com os fornecedores. A gestão de fornecedores é coberta pela ISO de uma forma menos rigorosa que no CMMI. A área de processo Integração de Time (IT), tem como propósito formar e manter um time integrado para desenvolvimento dos produtos. Não há na ISO nenhuma referencia a esta integração. Itens como Controle de Registros, Preservação da Propriedade do Cliente, Satisfação do Cliente, Representante da Direção e Comunicação Interna não são bem explicitados no CMMI sendo estes itens fracos no CMMI em relação à ISO. De uma forma geral ISO e CMMI complementam-se muito bem. A ISO é bastante completa e quando aplicada com seriedade pode ser equivalente ao CMMI. 65 Bibliografia [1] MACHADO, Márcio P; SOUZA, Sotério F.. Métricas e Qualidade de Software. Mestrado em Informática - Departamento de Informática, Universidade Federal do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.fattocs.com.br/download/qualidade-sw.pdf> Acesso em: 02 jul. 2006. [2] APOSTILA qualidade de software - Traduzido de Software Quality. Autores Joc Sanders e Eugene Curran. Editora: Addison Wesley. 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