Conferência Livre de Saúde da Fundação Nacional de Saúde MARIA DO SOCORRO DE SOUZA “Saneamento e Saúde Ambiental, com Participação e Controle Social: Novos desafios para o fortalecimento do SUS” PROPOSTAS DE ÂMBITO GERAL - APROVADAS EIXO TEMÁTICO I: Direito à saúde, Garantia de Acesso e Atenção de Qualidade – na perspectiva do aprimoramento das ações de Saneamento e Saúde Ambiental da Funasa, considerando as características regionais e territoriais, principalmente em relação às comunidades rurais, quilombolas e especiais. 1. Garantir recursos orçamentários para as ações de Saneamento Básico desenvolvidas pela Funasa nos municípios de até 50.000 habitantes, com base em indicadores epidemiológicos e sanitários, através da alteração do Inciso V do art. 4° da Lei Complementar n° 141/2012, que contraria o dispositivo constitucional, contido no Inciso IV do art. 200 da CF, considerando que os referidos municípios caracterizam-se por maiores dificuldades técnicas e orçamentárias. 2. Criação do Programa do Agente Ambiental de Saneamento Rural (AASR), com apoio de recursos do Governo Federal, no âmbito das secretarias municipais de saúde, em consonância com o Programa Nacional de Saneamento Rural, como reforço às estratégias das ações desenvolvidas pelas equipes de saúde locais, integrando as ações de saneamento e de saúde ambiental às ações de assistência à saúde, como forma de promoção à saúde. 3. Priorizar o protagonismo da Funasa, como um órgão de referência, para o PSA – Plano de Segurança das Águas, com vistas à garantia da qualidade da água para consumo humano, no contexto da saúde pública, permitindo a avaliação e gestão dos riscos de forma sistematizada. 4. Garantir a permanência da Funasa no Ministério da Saúde, como instituição integrante do SUS, cuja missão é “Promover a saúde pública e a inclusão social por meio de ações de Saneamento e Saúde Ambiental”. 5. Apoiar as propostas e reafirmar a importância do Movimento Saúde + 10, para garantia de no mínimo 10% da receitas correntes brutas da União para o financiamento do SUS, assegurando nesse contexto, recursos específicos para ações de saneamento básico, como forma de promoção à saúde e de diminuição das desigualdades sociais e regionais. EIXO TEMÁTICO II: Participação e controle social como uma nova agenda para o saneamento básico e saúde ambiental. 1 - Estabelecer que as instâncias de controle social do SUS efetivem o controle social das ações de saneamento básico na elaboração, implantação e avaliação das ações de saneamento e saúde ambiental desenvolvidas pela Funasa. 2 - Garantir que o Saneamento Rural no país seja coordenado pela Funasa, em conformidade com a lei 141 de janeiro/2012, e que todas as suas ações passem pelo crivo das instâncias de controle social do SUS nas suas respectivas esferas do governo. 3 - Garantir recursos para as ações de saneamento estruturante (capacitação de equipes de gestão, operação, manutenção e educação em saúde), visando à sustentabilidade dos sistemas de saneamento básico implantados pela Funasa. 4 - Assegurar à Funasa assento no conselho nacional de saúde. 5 - Inserção da Funasa na elaboração de orçamento participativo em todas as esferas do SUS. EIXO TEMÁTICO III:Valorização do Trabalho e da Educação na Saúde- na perspectiva das relações de trabalho, educação permanente e qualificação dos servidores no âmbito da Funasa, sua atuação enquanto instância disseminadora de tecnologias e práticas de Saneamento às equipes de saúde locais. Valorização do Trabalho: 1. Combater a precarização das relações de trabalho, evitando a transferência ou terceirização de serviços públicos para o setor privado. 2. Combater o PL nº 4.330/2004, que permite a terceirização, inclusive para carreiras relacionadas a atividades-fim, rompendo todos os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros. 3. Investir em carreira pública para servidores, realizando concursos públicos de profissionais de saúde para o SUS. 4. Propor políticas de gestão do trabalho e de educação que estimulem a fixação dos profissionais, fortaleçam a carreira pública, valorizem o trabalho e atendam às necessidades de saúde da população. 5. Implementar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, no âmbito do Sistema Único de Saúde, comprometendo todos os níveis de gestão. Educação na Saúde: 1. Definir uma política de formação de profissionais de saúde em consonância com as necessidades de saúde da população, reconhecendo as especificidades dos povos tradicionais, comunidades rurais, ribeirinhas. 2. Implementar a Educação na Saúde como estratégia técnico-político-pedagógica, que potencialize a Gestão do Trabalho, visando não apenas qualificar os trabalhadores, mas também melhorar a atenção, a gestão do sistema de saúde e o controle social. 3. Modelo de gestão do trabalho que seja fomentador de estratégias da criatividade da autoestima, da ética, do profissionalismo comprometido com a consolidação do SUS. 4. Fortalecer as práticas de educação na saúde, desenvolvendo novas competências que promovam a autonomia e responsabilização das equipes de trabalho na busca de soluções compartilhadas para produzir mudanças efetivas no SUS. 5. Adotar metodologias ativas como dispositivo metodológico, que favorece a apropriação ativa de conhecimentos e experiências que subsidiem a reorientação da formação, das práticas e dos processos de trabalho, incluindo também tecnologias educacionais inovadoras, a exemplo de Educação à distância (EAD).