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Revista Saber Acadêmico 13: junho/2012
Bonomo, K. F. et al., 2012
Artigo original
“O PERFIL IDEAL DO DOCENTE DO ENSINO MÉDIO: OBSERVAÇÕES PRELIMINARES”
BONOMO, Karla Fernandes1; MENOSSI, Márcia Maria1; FREITAS, Marilaine Baroni1 e, CAMPATOJUNIOR, João Adalberto2
1
Departamento de Letras. FAP – Faculdade da Alta Paulista. 2 Departamento de Letras. FAI – Faculdades Adamantinenses Integradas
Karla Fernandes Bonomo
Márcia Maria Menossi
Marilaine Baroni Freitas
João Adalberto Campato-Junior
Artigo submetido em 25/01/2011
Aceito em 20/06/2011.
e-mail: não-disponível
Resumo: O presente artigo objetiva identificar o perfil ideal do
docente de ensino médio, de conformidade com a opinião dos
alunos, professores e direção da Escola Aristides Rodrigues Simões, localizada na Avenida São Paulo, no.1, Herculândia, SP.
Participaram do estudo 251 alunos do ensino médio estadual, 17
professores, 1 coordenador, 1 diretora e 1 vice-diretor, todos da
Instituição. Foi utilizado um questionário cujo objetivo era delinear o perfil ideal do docente de ensino médio conforme o olhar
dos sujeitos da pesquisa. O estudo pretendeu investigar, de conformidade com o olhar do corpo docente, discente e diretivo,
elementos componentes do perfil ideal do professor relativo ao
ensino médio, em escolas que apresentam traços semelhantes à
Escola Estadual Aristides Rodrigues Simões.
Palavras chave: Relacionamento professor – aluno. Processo de
ensino e aprendizagem. Didática no ensino médio.
Abstract: This respective article seeks to identify the ideal profile
of a secondary education teacher, in accordance with the opinion of students, teachers and schoolmaster Aristides Rodrigues Simões, located at Avenida São Paulo, n.1, Herculândia, SP. The study included 251 high school
students statewide, 17 teachers, a coordinator, a schoolmaster and a vice manager, all of the institution. A questionnaire was used which goal was to define the profile of the ideal teacher of secondary education according to
the research subjects. The study got at to investigate, in agreement with the regard of teaching staff, students and
schoolmasters, the component elements of the ideal profile for the high school teacher in schools that have
similar traits to the School Aristides Rodrigues Simões.
Keywords: Acquaintanceship teacher/studant. The process of teaching and learning. Education in secondary
education.
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INTRODUÇÃO
Este artigo resulta de pesquisa realizada na Escola
Estadual Aristides Rodrigues Simões, localizada na Avenida
São Paulo, no.1, na cidade de Herculândia, região Oeste do
Estado de São Paulo. O referido exame processou-se por
meio de questionários respondidos por 251 alunos do ensino médio estadual, 17 professores e 3 diretor(a)/ coordenador (s), todos da aludida Instituição. O estudo pretendeu
investigar elementos componentes do perfil ideal do professor relativo a esse nível de ensino, em escolas que apresentam traços semelhantes aos da Escola Estadual Aristides
Rodrigues Simões.
Todavia, antes de expor efetivamente os resultados
da pesquisa, far-se-ão, adiante, algumas reflexões teóricas a
respeito de determinados aspectos do processo de ensino e
aprendizagem, bem como sobre o papel do professor e do
aluno nos dias atuais. Tais especulações servirão de esteio
para que se possa atingir os objetivos almejados nesta investigação.
A docência, no plano do nível de ensino, médio
exige do professor que ele seja competente em determinada
área de conhecimento, isto é, que domine repertórios básicos em determinado campo do saber. Exige-se, também,
que o professor tenha seus conhecimentos e suas práticas
profissionais atualizadas constantemente, por meio de participações em cursos de aperfeiçoamento, especializações,
etc. O objetivo da docência é, em linhas gerais, a aprendizagem dos alunos, em relação à qual o professor deve ter
clareza sobre o que significam aprender, ensinar, quais são
os princípios básicos do ensino e da aprendizagem, o que
se deve aprender atualmente, como aprender de modo
significativo e crítico, de tal forma que a aprendizagem se
faça com a maior eficácia possível. Com efeito, os professores desta nova geração devem se preocupar não somente
com os conhecimentos que seus alunos venham a ter, bem
como devem estar atentos quanto ao desenvolvimento de
suas habilidades humanas e profissionais e de seus valores
como cidadãos comprometidos socialmente.
Os professores já se reconhecem não mais como
os únicos detentores do saber transmitido, mas como um
dos parceiros a quem compete compartilhar os conhecimentos com os outros e deles receber a contrapartida, inclusive dos próprios alunos.
EDUCAÇÃO BANCÁRIA E EDUCAÇÃO LIBERTADORA
A prática pedagógica hoje é uma mistura de conceitos: a educação bancária e a educação libertadora. Isso
ocorre por conta da transição que vem sendo proposta
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A primeira constitui um modelo centrado no professor, em
que o ele é o detentor de todo o conhecimento, cuja
função é transmitir o que ele aprendeu por meio de exercícios repetitivos para uma memorização do que foi ensinado, ditando aulas em que o mais importante é o con-
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teúdo estudado, não se levando em consideração o que o
aluno já sabe e o que ele tem a acrescentar, e não estabelecendo relações entre o que se aprende com a sociedade
que o cerca.
Dessa perspectiva, o aluno constitui ser passivo,
que deve reter informações apartadas do seu contexto
social, causando sobrecarga de informações, transmitidas
sem modificações em avaliações, munidas de dizeres
que, para os alunos, frequentemente, não têm significado, e que são feitos segundo receitas impostas. À luz
desses procedimentos, a curiosidade do aluno não é estimulada, nem a prática de pesquisas, tampouco o interesse em buscar a cada dia novos desafios. Ao fim e ao
cabo, a nota é o que mais importa, ficando relegada a
reflexão de como utilizar na prática do dia a dia o aprendido nos bancos escolares.
Por outro lado, a educação libertadora fixa-se na
aprendizagem mútua entre professores e alunos. Possui
como base os alunos, seus conhecimentos já adquiridos e
constitui-se a partir do meio em que se vive.
O diálogo entre ambos os segmentos é o ponto
de partida da aprendizagem; nele se estabelece o que já
se sabe, o que será ensinado e como será ensinado. O
aluno passa a ser o núcleo no processo de ensino, atuando como pesquisador, crítico e ativo, em que o processo
de aprendizagem lhe facultará embasamentos para agir
em fatos reais, desenvolvendo suas habilidades e capacidades intelectuais. Dessa forma, seu conhecimento servirá não apenas para o sucesso perante as questões escolares como também para o êxito diante das questões socioeconômicas.
O professor é tido como um facilitador na busca
do conhecimento, um importante informante, a ponte
que liga o aluno ao conhecimento. Como resultado, já
não é o senhor absoluto do saber, mas alguém com mais
vivência, que organiza e coordena a aprendizagem.
Considerando o atrás exposto, pode-se perguntar
as formas pelas quais o binômio educação bancária e
educação libertadora aparecerá, seja diretamente, seja
indiretamente, nas respostas fornecidas aos questionários
aplicados.
A MOTIVAÇÃO DO ALUNO E O DESÂNIMO DO
PROFESSOR
Quando se considera o contexto específico de uma
sala de aula, as atividades do aluno, para cuja execução deve
estar motivado, têm características que as diferenciam de
outras atividades humanas igualmente dependentes de motivação, como o esporte e o lazer. Em primeiro lugar, o
aluno deve executar tarefas de natureza cognitiva, que incluem atenção e concentração, processamento, elaboração
e integração da informação. De mais a mais, o aluno deve
ser o protagonista da aprendizagem, cabendo-lhe realizar
determinados processos cognitivos, que ninguém poderá
fazer por ele (Cf. Salvador, 2000, p.11). A motivação do
aluno, portanto, está relacionada com o trabalho mental
situado no contexto específico das salas de aula.
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Nesse espaço, os efeitos imediatos da motivação
do aluno consistem em envolver-se nas tarefas pertinentes
ao processo de aprendizagem. Tal envolvimento significa a
aplicação de esforço no processo de aprender e com a persistência exigida por determinada tarefa. Como consequência, denomina-se desmotivado o aluno que não investir
seus recursos pessoais, ou seja, que não aplicar esforço,
fazendo apenas o mínimo com vistas a seu aprendizado,
formação escolar e processo de construção de cidadania, ou
desistir facilmente quando as tarefas lhes parecem um pouco mais exigentes. Não basta que o aluno aplique algum
esforço; exige-se, porém, que enfrente tarefas desafiadoras,
que demandam maior empenho e perseverança. Entre os
mais potentes motivadores de comportamento humano,
conforme salienta Schutz (1994, p.21), em geral, estão as
metas ou os propósitos que a pessoa tenha em mente atingir. Se um aluno é motivado a aprender alguma coisa, poderá chegar a resultados surpreendentes. Já o aluno desmotivado apresentará sub-rendimentos em suas aprendizagens,
ou seja, terá um desempenho medíocre, abaixo de sua capacidade.
Existem alunos que parecem estar atentos em classe, quando sua mente está realmente ocupada com assuntos
diferentes dos da aula. Certos comportamentos desejáveis
na sala de aula podem mascarar sérios problemas motivacionais, enquanto um mau rendimento escolar pode não ser
causado por falta de esforço, ou seja, por desmotivação. A
identificação de reais problemas de motivação depende de
um conhecimento mais acurado do aluno, de seu nível de
capacidade, seus conhecimentos prévios e os métodos de
estudo.
Conforme se nota, a motivação tornou-se um problema de ponta na educação, pela simples constatação de
que sua ausência representa queda de investimento pessoal
dos alunos nas tarefas de aprendizagem. Alunos desmotivados estudam muito pouco ou nada, e aprendem insuficientemente. Em última instância, aí se configura uma situação educacional impeditiva da formação de indivíduos mais
competentes para exercerem a cidadania e realizarem-se
como pessoas.
Professores de todos os níveis escolares queixamse de alunos desmotivados. O que os referidos professores
querem dizer, todavia, é o que observam: que os alunos não
estão revelando a dedicação desejável aos estudos, e que, ao
contrário, apresentam indisciplina. Tal fator proporciona
desânimo nos professores, já que, amiúde, encontram-se
preocupados, ansiosos, estressados e deprimidos, com a
necessidade de ter que manter a disciplina da sala e, ao
mesmo tempo, conservar os alunos motivados. Assim, não
é de estranhar que um número cada vez maior de professores abandone o ensino por problemas psicológicos.
Com efeito, é preciso ter em conta que só aprendemos algo quando aquilo nos dá prazer, e, com base nisso,
surgem a disciplina e a vontade de aprender. É justamente
quando o prazer está ausente que a ameaça desponta. Nessa direção, caminha-se para a busca do ponto de equilíbrio
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entre a disciplina, o prazer e a fonte de motivação. Destarte, o educador deverá sempre optar por considerar a sala de
aula como um espaço de diálogo, de vivência e convivência.
Relacionando as observações até aqui exaradas
com o questionário a que os alunos da pesquisa foram
submetidos, percebe-se que eles, na maior parte, aceitaram
o questionário sem nenhum problema, isto é: responderam
a ele, ficaram interessados em saber o resultado final da
pesquisa, assim como os professores e os membros do
corpo diretivo da escola. Como resultado, é lícito perguntar: mostrar-se motivado a fim de querer melhorar toda a
situação de ensino-aprendizagem não seria o primeiro passo para o professor motivar, igualmente, seu aluno?
O ENSINO MÉDIO ESTADUAL: FRAGILIDADES,
FORTALEZAS E OS PRINCIPAIS DESAFIOS EM
BUSCA DE UM ENSINO DE QUALIDADE
O Ensino Médio no Brasil está mudando: as novas
tecnologias e conhecimentos exigem que a escola possibilite aos alunos integrarem-se ao mundo contemporâneo,
acima de tudo, nas dimensões fundamentais da cidadania e
do trabalho. Propõe-se, no nível do Ensino Médio, a formação geral, em oposição à formação específica. Valorizam-se o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, a
busca de informações, a habilidade em analisá-las e selecioná-las; enfim, a capacidade de aprender, criar, formular, ao
invés do simples exercício de memorização.
A identidade do Ensino Médio define-se no universo das unidades escolares. Constrói-se na elaboração do
projeto escolar. O projeto escolar expressa o pensamento, a
cultura da comunidade escolar, composta por pais, alunos,
professores, coordenadores e diretor. Essa participação
legitima o projeto na medida em que torna toda a comunidade responsável pela sustentação do que ele propõe. É
preciso definir que Ensino Médio queremos, dar-lhe identidade.
Tendo em vista tais condições, é razoável pensar
que a um suposto professor ideal não basta ensinar; é preciso comprometer-se com o efetivo aprendizado do aluno. A
complexidade do mundo atual exige mais que o domínio de
conteúdos: urge saber operacionalizá-los, relacioná-los,
mobilizá-los em situações concretas de qualquer natureza.
A construção das competências básicas - aprender a ser, a
fazer, a conviver, a conhecer – dá-se em cada área e disciplina, segundo as especificidades de cada uma.
Vê-se que, nas escolas, os únicos protagonistas
têm sido os adultos. Essa situação necessita ser invertida
urgentemente; é imperioso encontrar um novo ponto de
equilíbrio. Sem isso, não é possível fazer do jovem coautor
do processo de ensino e aprendizagem, elemento capaz de
exercer e aprofundar sua autonomia e cidadania.
O QUESTIONÁRIO
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No seguimento, apresentam-se as perguntas endereçadas aos sujeitos da pesquisa, bem como as alternativas
de resposta, das quais eles poderiam assinalar apenas uma
escolha.
1.) Na sua visão, qual tipo de professor é o ideal em relação à matéria por ele ministrada?
a) O professor que é extremamente claro e estimulante, apresentando o conteúdo de forma envolvente e bem organizado.
b) O professor que é mais ou menos claro e interessante. As
aulas são apresentadas de maneira cativante e prazerosa para a maioria dos estudantes.
c) O professor é vago e monótono. Parte de suas aulas são
apresentadas com clareza, mas outras são vagas e confusas.
2.) Com respeito ao relacionamento entre professor e aluno, qual
seria, acima de tudo, o comportamento ideal de um professor?
a) Extremamente claro em suas explicações, aberto a ouvir as
crítica e sugestões dos alunos, centrado no estudante. O programa da matéria é executado sempre da mesma forma. O
docente leva os alunos a fazerem questionamentos e parece
interessado com que eles expressem seus próprios pontos de
vista.
b) Relativamente amigável, acessível, democrático. O programa
da matéria é ensinado sempre da mesma forma. Ele anuncia os procedimentos que devem ser seguidos pelo aluno em
relação ao programa da matéria e discute as possíveis reações
dos estudantes.
c) Frio, pois não demonstra seus sentimentos. Distante, altamente controlador e pouco previsível, uma vez que os estudantes têm pouca ideia do motivo pelo qual a matéria é
apresentada daquela maneira. Parece irritado quando os estudantes lhe fazem perguntas.
3.) Qual o perfil do aluno ideal?
a) Quieto: quase não fala, pouco expressa sua opinião.
b) Moderado: fala o essencial sobre a matéria e faz questionamentos numa quantidade considerável.
c) Falante: participativo, questiona sobre a matéria, fala do
assunto em questão e de assuntos não relacionados diretamente à aula. Expressa sua opinião e faz questionamentos
muito frequentes.
4.) Quanto ao programa da matéria da disciplina, o professor ideal é
aquele que sobretudo:
a) Segue à risca o conteúdo da matéria.
b) Segue o conteúdo sem exagero de fidelidade, aproveitando,
também, matérias relevantes da atualidade.
c) Não segue o plano de ensino estabelecido no início do ano.
5.) Quais são os requisitos básicos que o professor deve, obrigatoriamente e antes de qualquer coisa, possuir?
a) Competência sobre a matéria que leciona.
b) Conhecimentos de pesquisas por ele desenvolvidas e que serão
incorporados à prática de ensino do dia a dia.
c) Criação de condições para que o aluno adquira informações
necessárias para sua formação educacional.
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6.) Como deve ser o aspecto principal do processo de ensino e aprendizagem?
a) Deve ser significativo para o aprendiz, relacionando-se com
seus conhecimentos, experiências e vivências.
b) O professor deve permitir aos alunos participarem do processo de aprendizagem.
c) O processo de ensino e aprendizagem deve ser embasado em
um bom relacionamento entre professor e aluno.
7.) O professor terá, sobretudo, uma alta probabilidade de melhorar
o relacionamento com os alunos se:
a) Der aulas expositivas.
b) Demonstrar que há explicações diversas para um mesmo
acontecimento observado.
c) For flexível, ou seja, saber agir, não ter medo de modificar
suas opiniões e ser capaz de adaptar à programação das aulas às mais diversas situações do cotidiano.
8.) Esta questão destina-se apenas a professores. Classifique somente a ação que você menos realiza numa sala de
aula.
a) Ministra aulas expositivas.
b) Adapta a programação das aulas à situação do cotidiano.
c) Ajuda o aluno a descobrir os inter-relacionamentos das matérias e das disciplinas.
d) Comenta com o aluno sobre as causas dos desempenhos insatisfatórios deste.
9.) Esta questão destina-se apenas a professores. Classifique somente a ação que você mais realiza em uma sala de
aula.
a) Ministra aulas expositivas.
b) É capaz de adaptar a programação das aulas à situação do
cotidiano.
c) Ajuda o aluno a descobrir os inter-relacionamentos das matérias e das disciplinas.
d) Comenta com o aluno sobre as causas dos desempenhos insatisfatórios deste.
10.) O que você acha indispensável num professor ?
a) Que tenha autoridade em sala de aula.
b) Que seja atualizado com respeito aos novos conhecimentos e
recursos tecnológicos.
c) Que seja capaz de motivar o aluno.
d) Que não fique limitado ao conteúdo da matéria.
e) Que seja competente e eficiente.
11.) Como deveria ser trabalhada a relação teoria-prática pelos professores?
a) A teoria deve ser mais importante do que a prática.
b) A prática deve ser mais importante do que a teoria.
c) O professor deve lecionar de tal forma que exista uma clara
divisão entre disciplinas teóricas e práticas.
d) Teoria e prática devem ser trabalhadas de maneira semelhante pelo professor.
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DIRETORES, PROFESSORES E ALUNOS: CONVERGÊNCIAS OU DIVERGÊNCIAS DE INTERESSES?
dos e 100% dos membros do corpo diretivo entrevistados
afirmaram que teoria e prática devem ser trabalhadas de
maneira semelhante pelo professor.
Com fundamento na análise da pesquisa realizada
com os sujeitos da escola eleita, percebe-se que são poucos
os pontos de divergências entre diretores, professores e
alunos.
Em face do exposto, percebe-se que os alunos têm
uma visão diferente sobre o que é um professor ideal. Professores, diretores e coordenadores, na maior parte dos
aspectos, pensam de forma semelhante. É necessário que,
mediante as sugestões dos alunos, os professores repensem
sua prática pedagógica, para que se possa estabelecer um
plano de aula qualificado, no qual o processo de ensino e
aprendizagem seja feito com sucesso.
Constata-se que a maior parte dos alunos prefere
professores que sejam claros nas explicações, apresentando
o conteúdo das aulas de forma envolvente e bem organizado, em que o professor direciona os alunos a fazer questionamentos e expressar seus próprios pontos de vista. Em
relação aos professores, 94% daqueles que responderam ao
questionário afirmaram que esse tipo de comportamento é
o desejado. 100% dos membros do corpo diretivo asseveraram o mesmo.
No que diz respeito ao conteúdo programático da
disciplina, 73% dos alunos entrevistados preferem professores que seguem o conteúdo sem exagero de fidelidade,
capazes de adaptar a programação das aulas às mais diversas situações do cotidiano. Numa linha semelhante, 94%
dos professores entrevistados e 100% do corpo diretivo da
escola também preferem a mesma postura.
Em relação ao processo de ensino e aprendizagem, 45% dos alunos entrevistados solicitam professores
que tenham um bom relacionamento com os alunos; já
82% dos professores entrevistados e 100% do corpo diretivo da escola pensam que o principal aspecto de ensino
aprendizagem equivale a ser significativo para o aprendiz.
Segundo 40% dos alunos entrevistados, o requisito
básico de que o professor de ensino médio deve ser dotado
é a competência sobre a matéria lecionada. 47% dos professores entrevistados e 67% dos membros do corpo diretivo entrevistados são do parecer que os requisitos básicos
que o professor deve possuir são a criação de condições
para o aluno adquirir informações necessárias para sua
formação educacional.
Com relação aos métodos utilizados pelo professor, 70% dos alunos entrevistados, 88% dos professores
entrevistados e 100% dos membros do corpo diretivo da
escola declararam que, se o professor for flexível, terá, sobretudo, alta probabilidade de melhorar o relacionamento
com os alunos.
Quanto aos requisitos indispensáveis que o professor de ensino médio deve dominar, 35% dos alunos entrevistados afirmaram que o professor deve ser competente e
eficiente; o mesmo foi declarado por 67% do corpo diretivo da escola. 47% dos professores entrevistados pensam
diferente. Segundo eles, o professor necessita ser capaz de
motivar o aluno.
De acordo com a relação teoria-prática, 68% dos
alunos entrevistados consideram que o professor deve lecionar de tal forma que exista uma clara divisão entre disciplinas teóricas e práticas. 59% dos professores entrevista-
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na pesquisa realizada com os membros
da escola, constatou-se, pelas tabulações e estatística, que
foram poucos os pontos de divergências entre diretores,
professores e alunos. Os alunos, em sua maioria, desejam
professores de ensino médio que sejam competentes e
eficientes de acordo com a matéria que lecionam. Esse
aspecto pode representar para os alunos a possibilidade de
prestar um vestibular em uma universidade pública e alcançar um curso de nível superior tão almejado. Segundo a
visão de professores e diretores, ambos julgam imprescindível que o professor crie condições para que o aluno adquira informações necessárias para que aprenda. Tal fato
mencionado poderá ser concretizado se o professor for
claro em suas explicações, competente e eficiente.
Os professores entrevistados avaliam que um dos
requisitos indispensáveis em sua profissão é a capacidade
de motivar os alunos, prendendo-lhes a atenção durante as
aulas, estimulando seu senso crítico, fazendo com que o
aluno seja o protagonista do processo de ensino e aprendizagem. Segundo a pesquisa efetuada, percebe-se que grande parte dos professores poucas vezes comenta com o
aluno sobre seus resultados insatisfatórios. Isso seria um
procedimento que os professores deveriam rever com cautela, pois é a partir do feedback que o professor estabelece
com o aluno, que este último se sentirá mais motivado em
querer aprender com seus erros.
O estudo realizado sobre professores tende a tomá-los como sujeitos homogêneos de um fazer profissional. Na verdade, ao dar vez e voz a professores de ensino
médio, verificou--se que, em alguns aspectos, o perfil imaginado para si próprio pelos professores coincide com o
perfil do professor ideal imaginado por alunos e membros
do corpo diretivo da escola.
As conclusões presentes nesta pesquisa não estabelecem conflito com as propostas e reflexões que são
feitas ultimamente sobre o professor. Pelo contrário, todas
se somam a elas no intuito precípuo de colaborar com o
desejo de muitos estudiosos, qual seja: a melhoria do ensino.
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FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
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GADOTTI, M.. Convite à leitura de Paulo Freire. São
Paulo: Scipione, 1999. 2. ed. (p.2)
GRISI, R.. Didática mínima. 3. ed. São Paulo: Nacional,
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