INSTITUTO HORIZONTES PLANO ESTRATÉGICO DA GRANDE BELO HORIZONTE DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS JANEIRO DE 2005 1 ÍNDICE I - APRESENTAÇÃO .............................................................................. 4 II – BASES DO DOCUMENTO ................................................................. 7 III - ASPECTOS METODOLÓGICOS...................................................... 10 IV - CONCLUSÕES PRINCIPAIS ........................................................... 13 A. ORGANIZAÇÃO FÍSICO–TERRITORIAL ....................................................... 13 B. DEMOGRAFIA E INDICADORES SOCIAIS .................................................... 18 C. SITUAÇÃO E DESEMPENHO DA ECONOMIA ................................................ 24 D. GESTÃO DA GBH ...................................................................................... 29 V - DEMAIS CONCLUSÕES .................................................................. 31 A. ORGANIZAÇÃO FÍSICO–TERRITORIAL ....................................................... 31 B. DEMOGRAFIA E INDICADORES SOCIAIS .................................................... 35 C. SITUAÇÃO E DESEMPENHO DA ECONOMIA ................................................ 39 D. GESTÃO DA GBH ...................................................................................... 41 VI - ANÁLISE DAFO ............................................................................ 44 A. OPORTUNIDADES..................................................................................... 48 B. AMEAÇAS................................................................................................. 56 C. CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA ANÁLISE DAFO........................................ 63 D. CONCLUSÃO ............................................................................................ 65 VII – PROJETOS, PROPOSTAS E IMPLEMENTAÇÃO ............................ 67 A. PROJETOS E PROPOSTAS SELECIONADOS ................................................. 67 B. RELAÇÃO CUSTO / BENEFÍCIO DOS PROJETOS SELECIONADOS .................. 75 C. DEMAIS PROJETOS E PROPOSTAS PARA A GBH.......................................... 80 D. RELAÇÃO CUSTO / BENEFÍCIO DOS DEMAIS PROJETOS.............................. 83 2 E. IMPLEMENTAÇÃO ..................................................................................... 88 VIII – RELAÇÃO DE PARTICIPANTES NA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO...................................................................................... 90 ANEXO I ............................................................................................. 93 ANEXO II............................................................................................ 94 ANEXO III........................................................................................... 96 3 I - APRESENTAÇÃO Este documento apresenta o DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS, abrangendo aspectos das estruturas físicas, sociais, econômicas e de gestão da Grande Belo Horizonte, preparado pelo Instituto Horizontes, a serem discutidos pelos agentes públicos e privados dos municípios formadores da GBH, na perspectiva da formulação de cenários desejáveis para a região, a curto, médio e longo prazos e, conseqüentemente, da definição das estratégias a serem adotadas para sua concretização. Feita esta discussão e consolidadas as suas conclusões, passa a existir a primeira versão do Plano Estratégico, atingindo o objetivo precípuo do trabalho que vem sendo feito desde o ano 2000, envolvendo o corpo do Instituto Horizontes e algumas centenas de agentes sócio-políticoeconômicos da comunidade que chamamos Grande Belo Horizonte1 . Ainda assim não será um trabalho concluído. Primeiramente porque o Plano Estratégico não é um evento definido, com princípio, meio e fim. Mais do que isto, é um processo permanente, que se renova cada vez que os objetivos almejados vão se tornando realidade, por duas razões: a comunidade passa a acreditar mais na força dos seus desejos e, tendo referências melhores e maior auto-estima, passa a ter aspirações mais elevadas. Em segundo lugar, porque, por mais que o presente trabalho resulte da construção coletiva de múltiplos agentes da comunidade, sempre haverá espaço e oportunidade para que muitos outros agentes se incorporem, na medida em que vão aparecendo os resultados. E estas novas contribuições certamente aprimorarão as decisões da comunidade em busca dos rumos que vão sendo definidos com precisão e consenso cada vez maiores. É perceptível que não foram ainda superadas algumas das dificuldades do planejamento e da ação da comunidade em relação ao seu complexo território, a GBH, que é um aglomerado metropolitano dos mais populosos e dos mais disformes, merecendo destaques os seguintes: 1 Grande Belo Horizonte ou GBH é a cidade real cuja área de urbanização contínua ocupa, além do município de Belo Horizonte, parte dos municípios limítrofes de Betim, Confins, Contagem, Ibirité, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São José da Lapa, e Vespasiano. Há uma distinção em relação à Região Metropolitana de Belo Horizonte, que não apresenta urbanização contínua, constituída por lei complementar estadual nº 56/2000, composta desde 2000 por 34 municípios, sendo os 13 anteriores e mais: Baldim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Esmeraldas, Florestal, Igarapé, Itaguara, Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova União, Raposos, Rio Acima, Rio Manso, São Joaquim de Bicas, Sarzedo e Taquaraçu de Minas. Ver Mapa 1, no Anexo 1. 4 Diferentes culturas e histórias políticas reforçam a autonomia de cada um dos municípios que compõem a área em estudo num nível tão forte que dificultam a percepção de que as mais severas dificuldades sobrepõem-se às fronteiras municipais, que acabam sendo barreiras na busca e conquista das melhores soluções possíveis, que certamente serão comuns; entre os municípios que compõem a Grande Belo Horizonte parece ainda haver mais competição do que sinergia, principalmente na relação entre a capital e as cidades vizinhas; A multiplicidade de problemas conjunturais e pontuais, no espaço (município, bairros ou regiões) ou na matriz de atividades (setores), na medida em que perdurem sem solução, leva as pessoas a perderem de vista os problemas estruturais e globais que, além de atingirem a todos, no presente, têm inevitáveis conseqüências futuras, tendendo a agravar a multiplicidade das dificuldades cotidianas. A menor participação de alguns agentes no processo de planejamento global da comunidade é tanto mais grave quanto maior for o papel destes agentes. Aqui se destacam os poderes governamentais que, além da crença no trabalho coletivo ainda têm que administrar as limitações impostas pelos dispositivos constitucionais que lhes asseguram autonomia e pelas motivações próprias de seus respectivos projetos políticos. No caso particular da Grande Belo Horizonte merece relevância o fato da metrópole existir em torno da Capital do Estado de Minas Gerais, relevância esta que não tem sido adequadamente reconhecida pelos agentes envolvidos, governamentais de qualquer nível ou membros da sociedade civil, no município-capital ou em seus vizinhos. Comparativamente com outras unidades da Federação, a capital de Minas Gerais parece não ter o mesmo nível de importância que suas congêneres têm para os governos de seus respectivos Estados. O fato de Belo Horizonte ser Capital do Estado a fortalece para exercer papel relevante e cada vez mais importante no território de Minas. Entretanto, sua localização no meio de um triângulo Rio de Janeiro/ São Paulo/ Brasília, que são pólos nacionais, enfraquece a função polarizadora da GBH. Há forte competição entre a GBH e estas grandes metrópoles, principalmente as duas primeiras, na atração de empreendimentos de maior porte capazes de acrescentar maior dinamismo ao papel de Belo Horizonte no provimento de bens e serviços modernos, de base tecnológica com maior impacto econômico e social, e com maior potencial para inserção no mundo da globalização. Vastas proporções do território mineiro, como a Zona da Mata, o Sul e o Triângulo têm uma integração econômica maior com Rio e São Paulo, enquanto o Noroeste vincula-se mais a região geoeconômica de Brasília. A própria GBH, segundo os estudos do IBGE, é polarizada pelo Rio de Janeiro, pólo de primeira grandeza nacional, o que implica vazamento de renda daqui para fora. As características do atual processo de polarização exercido pela GBH e das 5 regiões mineiras com outros pólos fora do Estado, bem como a identificação de estratégias para alterar este quadro desfavorável, constituem questão decisiva para o Plano Estratégico. A reduzida visão externa da comunidade, ou a sua injustificável baixa auto-estima, senão ambas as coisas, levam o cidadão a comparar sua cidade, e mais ainda a sua metrópole, com outras que apresentam indicadores mais fracos de qualidade de vida. Se isto traz algum conforto, por outro lado diminui substancialmente o nível de aspirações. Perde-se referência em relação aos indicadores mais significativos das cidades, no mundo globalizado de hoje, que são aqueles relativos à competitividade. Não somente no campo econômico, industrial ou comercial; mas também no âmbito da cultura, do meio-ambiente, da inteligência, da capacidade empreendedora, da qualidade de vida, da promoção exterior, assim entendida a percepção externa em relação à cidade. Basta comparar todos os dados da metrópole belorizontina com aqueles das demais cidades (capitais ou não, no Estado, no País ou no mundo) que com ela podem ser cotejadas, pela proximidade, pelo porte, pelas características, em nível similar ou de maior desenvolvimento. Todo o trabalho realizado pelo Instituto Horizontes só tem sido possível dada a valiosa colaboração dos associados, particularmente dos Co-Promotores (patrocinadores). . Sua compreensão para a importância da questão, o apoio desprendido e o aporte de recursos, além de preciosas participações voluntárias são os reais responsáveis pela conclusão desta etapa e das antecedentes. Por último, o Plano Estratégico não se limita às tarefas de planejar, mas principalmente as de torná-las efetivas, concretas, reais, através da gestão e da execução das propostas e projetos pertinentes, na ordem e no ritmo adequados, sob responsabilidade dos agentes correspondentes e com o estímulo, apoio, fiscalização e cobrança de todos os demais. Não obstante existam as dificuldades ora apontadas, é evidente que os rumos definidos pelo Plano Estratégico, tão logo sejam tomados pela comunidade em direção à vocação da cidade, proporcionarão uma rápida redução das deficiências, principalmente nas etapas posteriores de realimentação do Plano, como processo de planejamento e gestão da cidade. 6 II – BASES DO DOCUMENTO Este Diagnóstico tem como base os encontros realizados e os trabalhos elaborados ou compilados nas etapas percorridas no preparo do Plano Estratégico da Grande Belo Horizonte, a saber: • Pré-Diagnóstico – Plano Estratégico da Grande BH – abril 2001 • Estrutura, Dados e Base para o Diagnóstico. PEGBH dez 2002 Vol I - Organização Físico Territorial GBH Vol II - Demografia e Indicadores Sociais Vol III - Situação e Desempenho da Economia • Sumários dos Painéis Temáticos realizados pelo participação de destacados palestrantes (ver Anexo II): PEGBH, com 1. A Estrutura Urbana e Projetos para os Sistemas de Transporte na GBH – Fundação Clovis Salgado/Palácio das Artes, 08/mai/2002 2. A Estrutura Urbana da GBH e a Questão das Centralidades – Fundação Clovis Salgado/Palácio das Artes, 28/ mai/2002 3. Perspectivas da Biotecnologia na GBH e em Minas Gerais – Instituto Horizontes, 29/ jul/2002 4. Os Complexos Ambientais da GBH como Fatores de Diferenciação e Competitividade – BDMG, 19/ ago/2002 5. O Complexo Automotivo da GBH – BDMG, 18/set/2002 6. O Turismo na Grande BH – BDMG, 02/out/2002 7. Formação da Metrópole – BDMG, 02/out/ 2002 8. O Ensino de Nível Superior na GBH e suas Instituições – BDMG, 16/out/2002 9. A Indústria da Moda na GBH – BDMG, 23/out/2002 10. Acesso aos serviços Básicos de Saúde e Educação – BDMG, 13/nov/2002 11. Cultura na Grande Belo Horizonte – BDMG, 13/nov/2002 7 12. A Mineração na GBH: Economia e Meio Ambiente – BDMG, 11/dez/2002 13. Gestão Pública e Participativa na GBH – BDMG, 11/dez/2002 14. Desenvolvimento Urbano e a Gestão Intermunicipal – BDMG, 18/dez/2002 • Pesquisa de Opinião Pública PEGBH – Instituto Olhar – 1º / setembro / 2003 • Caracterização e Tendências da Rede Urbana Brasileira, Vol 5 – IPEA/IBGE/UNICAMP/SEADE – 2002 • Vantagens comparativas da área metropolitana de Belo Horizonte no contexto nacional – Maurício Borges Lemos e Clélio Campolina Diniz – CEDEPLAR – Texto para discussão – 2000. • Espaço Econômico e Economia Urbana: um enfoque alternativo ao planejamento de Belo Horizonte – Afrânio Alves de Andrade – mimeo, 2004. Encontros realizados pelo Instituto Horizontes - Apresentação do 15/ago/2001. PEGBH - Seminário Primeira Missão Socintec – Centro Universitário UNA, 26/fev. a 01/mar/2002. - Apresentação do PEGBH no Município de Nova Lima – 14/nov/2002. - Apresentação do PEGBH no Município de Ibirité – 20/nov/2002. - Apresentação do PEGBH aos Municípios, Confins, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Vespasiano - Aeroporto Internacional Presidente Tancredo Neves, 25/nov/2002. - Apresentação do 04/dez/2002. PEGBH no no Município Município de de Sabará Contagem – - 8 • - Apresentação do PEGBH no Município de Santa Luzia – 16/set/2003. - Apresentação do PEGBH no Município de Pedro Leopoldo – 16/dez/2003. - Palestra do consultor Josep Maria Pascual, CIDEU – Auditório Magno do Centro Universitário UNA, 17/mar/2004. - Primeira reunião geral das Comissões Técnicas – Instituto Horizontes, 07/jun/2004. - Apresentação do PEGBH no Município de Lagoa Santa – 29/jun/2004. - Reuniões em separado das quatro Comissões Técnicas – Instituto Horizontes, datas variadas, entre 07 / jun. e 05 / jul / 2004. - Segunda reunião geral das Comissões Técnicas – Instituto Horizontes, 05/jul/2004. Discussões internas no âmbito da Equipe Técnica, membros da Diretoria e representantes do Conselho Deliberativo do Instituto Horizontes. 9 III - ASPECTOS METODOLÓGICOS De acordo com a filosofia de trabalho do Planejamento Estratégico e nas circunstâncias em que ele está sendo desenvolvido na Grande Belo Horizonte, este DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS foi estabelecido a partir do seguinte roteiro metodológico: 1ª etapa – A Equipe Técnica do Instituto Horizontes, analisando os documentos constituintes de sua base de dados, destacou as Principais Conclusões que caracterizam a situação atual da GBH nos seguintes aspectos: • Organização físico-territorial; • Demografia e indicadores sociais; • Situação e desempenho da economia; • Gestão da GBH. Concomitantemente, foram selecionados, dentre 342 propostas e projetos levantados na GBH, em diferentes estágios, os que foram considerados de maior potencial como Projetos Transformadores da realidade da Grande Belo Horizonte, perfazendo um total de 83. Essas conclusões e propostas constituíram um “Documento Preliminar” do Pré-Plano, que foi discutido, emendado e modificado na etapa subseqüente. 2ª etapa – Para a análise e discussão desse “Documento Preliminar”, foram convidados cerca de 300 pessoas, selecionadas em iguais proporções, nos setores público, comunitário, acadêmico e empresarial de todos dos municípios da GBH. As proporções, contudo, não foram guardadas nas reuniões, devido ao número diferente de participantes dos diversos setores escolhidos. Da mesma forma, houve discrepância na representação das cidades da Grande BH, com predomínio absoluto da capital, discrepância esta que se espera seja corrigida a partir das reuniões a serem realizadas nas diversas cidades nos próximos quatro meses. Numa primeira reunião geral foram formadas quatro Comissões Técnicas – CT’s - que ficaram assim constituídas: • CT da Organização Físico Territorial – 28 membros • CT da Demografia e Indicadores Sociais – 15 membros 10 • CT da Situação e Desempenho da Economia – 15 membros • CT da Gestão da GBH – 13 membros Desses 71 participantes, apenas cinco são de outro municípios (um de Lagoa Santa e quatro de Contagem), os demais de Belo Horizonte. De setores públicos foram 17 participantes, 25 do comunitário, dois do acadêmico e 27 do empresarial. O trabalho de cada CT, desenvolvido em reuniões isoladas, constituiu-se em fechar o foco da análise, fazendo uma segunda rodada de seleção, e escolher, entre as “conclusões principais”, aquelas que lhes pareceram ser as mais importantes. Foram selecionadas, assim, três conclusões no tema específico de cada comissão. Ao reunir as conclusões e indicar as proposições, cada CT teve dificuldade em levar em conta a inter-relação com aquelas examinadas pelas demais CT’s. A Equipe Técnica do Instituto Horizontes, após acatar as conclusões e proposições de cada uma delas, buscou uma visão de conjunto a partir de seu conhecimento especializado e acrescentou outras que, à luz da sinergia e da complementariedade, merecem graus de importância e prioridade semelhantes. O resultado desse trabalho é o cerne do DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS. As demais conclusões e os demais projetos foram relacionados na seqüência, para reexame em etapa posterior. 3ª etapa – Em complementação a esse trabalho, foi elaborada a análise DAFO para identificar os fatores internos e externos que podem condicionar o futuro desenvolvimento da GBH. Os participantes das CTs foram redistribuídos em 5 grupos que procederam à identificação e à hierarquização das Deficiências, Ameaças, pontos Fortes e Oportunidades. Reunido e organizado o material, foi elaborado um questionário, submetido aos mesmos participantes, com objetivo de classificar a importância dos diversos pontos fortes e fracos citados na concretização das oportunidades e na neutralização das ameaças. A tabulação das respostas ao questionário permitiu a classificação das Oportunidades e Ameaças conforme as possibilidades de que venham a ocorrer, em função da maior ou menor influência dos pontos fortes e fracos. 4ª etapa – Seguindo a Análise DAFO, foi feita ainda uma avaliação das relações Custo/Benefício dos projetos selecionados e dos demais projetos. 11 5ª etapa – A versão preliminar deste documento foi discutida internamente no âmbito do Instituto Horizontes, com membros da Diretoria e do Conselho Deliberativo, o que deu origem a este DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS, que será encaminhado para novos fóruns de análise e deliberação nos municípios da GBH, o que se espera seja realizado nos próximos quatro meses. 12 IV - CONCLUSÕES PRINCIPAIS A. ORGANIZAÇÃO FÍSICO–TERRITORIAL CONCLUSÕES SELECIONADAS PELA COMISSÃO TÉCNICA 1. A ausência de uma instância metropolitana, não necessariamente governamental, de planejamento e gestão é o principal fator responsável pela fragmentação da estrutura urbana da GBH. Belo Horizonte foi criada por decisão do poder público estadual para ser a Capital do estado, e seu desenvolvimento esteve diretamente associado às ações dos governos estadual e federal2. Em seus 107 anos, a mancha urbana foi progressivamente se estendendo até os municípios vizinhos, especialmente a oeste e a norte. Algumas funções naturalmente passaram, em grande parte, para os municípios conurbados, em especial a industrial e a residencial de baixa renda. Assim, a Capital e estes municípios passaram a ter uma convivência simbiótica e orgânica, reciprocamente alimentada. Nas fases em que o Estado demonstrou preocupação estratégica com relação à Capital e sua área conurbada, no nível de organização e resultados, a estrutura urbana metropolitana apresentou certa coerência. Durante esta época, destacou-se a atuação do Plambel, autarquia responsável de planejamento metropolitano e pelo controle do solo e parcelamento, além de ter produzido estudos ainda válidos sobre a região metropolitana. Em meados dos anos 80, com o fim do regime autoritário e centralizador, a União afastou-se do tema e o Governo do Estado abandonou a sua postura pró-ativa com relação a Grande Belo Horizonte. A Constituição de 1988 delegou ao Estado3 a atribuição de criar as regiões metropolitanas e a Constituição Estadual manteve a região metropolitana de Belo Horizonte4 e substituiu o Conselho Deliberativo pela Assembléia 2 Entre outras, destacamos a criação da Cidade Industrial e do complexo da Pampulha na década de 1940, da Fiat (1974), da FMB e da Krupp na década de 1970, além da refinaria Gabriel Passos, feita pelo governo federal na década de 1950, do Anel Rodoviário, na década de 1960 e do metrô, iniciado em 1981. Conforme nova redação, de 15/8/1995, Art. 25 § 3º – Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 3 Constituição Estadual, Art. 42 - O Estado poderá instituir, mediante lei complementar, região metropolitana e aglomeração urbana constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes do mesmo complexo geoeconômico e social, para integrar o planejamento, a organização e a execução de funções públicas de interesse comum. 4 13 Metropolitana de Belo Horizonte, AMBEL. O processo democrático, contudo, não havia amadurecido. O que se ganhou em autonomia, perdeu-se em visão global e eficiência. Passaram a prevalecer as ações locais, de iniciativa dos municípios e desvinculadas de uma visão de conjunto. O tema metropolitano voltou recentemente à agenda política. O Governo do Estado, que assumiu em 2003, criou a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, SEDRU, onde há uma diretoria voltada para os assuntos metropolitanos. Também sinaliza positivamente a existência de uma Proposta de Emenda à Constituição do Estado, PEC 41/03,5 em tramitação na Assembléia Legislativa, cujo escopo é “alterar a disciplina constitucional referente a criação e gestão de regiões metropolitanas”. Isto significa uma tentativa de adequação do atual modelo de gestão centrado na AMBEL e a representação do Estado nessa instância. Na avaliação do Instituto Horizontes e dos membros da Comissão Técnica, a PEC 41/036 é bastante apropriada, pois trata devidamente de tópicos constitucionais e remete para a legislação complementar a definição dos critérios específicos. A PEC cria, ainda, em oportuna hora, o Fundo de Desenvolvimento, a Agência de Desenvolvimento e o Conselho Deliberativo, medidas que tornarão mais efetiva sua atuação. Outro aspecto positivo é tornar paritária a representação do Estado e dos municípios na Assembléia Metropolitana. 2. A principal centralidade da GBH – o Hipercentro de Belo Horizonte – está em crise. Essa crise manifesta-se principalmente pela redução da densidade econômica e da degradação das condições ambientais. O modelo de transporte coletivo, que está superado há cerca de 15 anos, faz convergir para o Hipercentro a maioria de suas linhas e utiliza as vias da área central para operações de transbordo. Há perda da população residente, congestionamento de veículos e pessoas e invasão das calçadas pelo comércio informal. A função passagem, que não é uma função central, está sufocando a função “destino” que confere vida ao Hipercentro, ficando a centralidade cada vez mais comprometida. A perda da acessibilidade faz com que as atividades típicas dos grandes centros migrem para suas periferias, sendo substituídas por atividades de comércio e serviços típicos dos centros de bairros. 5 Ver a íntegra do substitutivo em tramitação na Assembléia Legislativa no Anexo III 6 Ver a íntegra do substitutivo em tramitação na Assembléia Legislativa no Anexo III 14 3. Além dos problemas estruturais, outro complicador é a desarticulação e a falta de integração entre diversos subsistemas de transporte coletivo em operação na GBH. Gerenciado por diferentes esferas de governo e diferentes jurisdições municipais, o transporte coletivo na GBH é, hoje, operado por, nada menos que dez subsistemas. O transporte coletivo sobre pneus, operado por agentes privados, é responsável por 96% dos passageiros, sendo o restante sobre trilhos. Apenas o trem metropolitano recebe subsídios. 15 CONCLUSÕES ADICIONAIS SELECIONADAS PELA EQUIPE TÉCNICA 4. O sistema viário regional exige intervenções imediatas para recuperação de um nível aceitável de serviços. Além do exposto anteriormente, a ausência do Estado na gestão e no planejamento da metrópole implicou também na redução dos investimentos, com incremento da fragmentação da estrutura urbana. Os investimentos no sistema viário da esfera metropolitana não acompanharam o crescimento populacional nem a expansão da frota de veículos. As intervenções reduziram-se àquelas feitas pelos municípios no âmbito de seu território, com conseqüente desarticulação de traçados. Essas deficiências, aliadas à desarticulação existente entre o aglomerado metropolitano e as diversas regiões do Estado, reduzem a sua competitividade no cenário regional, com repercussões na sua produtividade e qualidade de vida. A mancha urbana cresceu sem controle, com parcelamentos indiscriminados em todos os municípios metropolitanos. Há aumento da demanda por deslocamentos diametrais, entre núcleos ou pólos secundários, entre centros especializados ou mesmo entre centros periféricos, demandando uma matriz de deslocamento na forma de rede. Algumas dessas intervenções já têm projetos elaborados, como a restauração do Anel Rodoviário, a duplicação da BR-040 e sua integração com o Anel, a integração da BR-381 com a BR-262 e com a Via Urbana Leste Oeste (VULO), na região dos municípios de Betim e Ibirité. Outras intervenções estão ainda em fase de estudo, como as transposições do aglomerado metropolitano previstas para serem feitas por rodoanéis ao Norte e ao Sul. 5. Intervenções no sistema viário não devem acontecer independentes da adequação do modelo vigente do sistema de transporte urbano. A incapacidade do sistema tradicional de adaptar-se às novas demandas, sem impor aos usuários o constrangimento das operações de transbordo, e a diminuição da renda média do trabalhador têm feito crescer, cada vez mais, as viagens por modos individuais, em deslocamentos por automóvel, motocicleta, bicicleta ou mesmo a pé. Verifica-se, dessa forma, uma tendência de redução da demanda por transporte coletivo. Não há uma instância política capaz de contemplar a questão do transporte coletivo com a unicidade que o sistema exige. O desequilíbrio entre a oferta, que tem um custo, e a demanda, que não usa integralmente essa oferta, gera déficits crescentes nas Câmaras de 16 Compensação Tarifária. Para atenuar o desequilíbrio entre a oferta e a demanda dos serviços aumenta-se a tarifa e o aumento tarifário acaba funcionando como fator inibidor da quantidade de passageiros transportados. O resultado é a consolidação de um processo de exclusão de um contingente significativo de usuários a cada aumento. Verifica-se uma tendência histórica de se investir mais no sistema viário para absorver a expansão da frota de veículos particulares do que nas infraestruturas voltadas para o transporte coletivo. A experiência tem demonstrado que tais investimentos, longe de resolver a questão dos congestionamentos nas grandes cidades, agravam esses problemas. 6. Além do Centro Metropolitano (Hipercentro) e das sedes dos municípios, estão se consolidando novas e importantes centralidades, conformando uma nova hierarquia. O eixo BBC, Belo Horizonte – Betim – Contagem, articula as três centralidades de 1º nível na rede de centros da GBH. A sede de outros seis municípios são centralidades de 2º nível - Nova Lima, Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, Pedro Leopoldo e Contagem - e não estão contidas no continuum urbano da principal mancha de ocupação da metrópole. Localizado no eixo BBC, o complexo Cidade Industrial – Eldorado – Barreiro é o segundo pólo em importância metropolitana. Esse complexo tem na acessibilidade regional sua principal força propulsora, conferida pela Avenida Amazonas, Anel Rodoviário, VULO, Via do Minério e Trem Metropolitano. Entretanto, há problemas de articulação interna, com dificuldades para transposição no sentido norte-sul. Um indicador do dinamismo desse complexo é o processo de substituição de atividades industriais tradicionais por outras de comércio, como os shoppings. Em Contagem, entre 1985 e 1997, houve uma inversão dos índices de participação dos setores industriais e de serviço no PIB. Estão em formação novas centralidades importantes no Município de Nova Lima, na região denominada “6 Pistas”, no Belvedere – BH Shopping e no Jardim Canadá. O eixo da BR-040, em direção ao Rio de Janeiro, é um forte vetor de expansão residencial de alta qualidade. Os condomínios ocorrem em ambos os lados da rodovia, nos municípios de Brumadinho e Nova Lima. A vitalidade econômica de Vespasiano, o município menos dependente do Centro Metropolitano, e sua posição privilegiada, no entroncamento da MG010 com a MG-424 e próxima do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, são fatores que podem dar origem à formação de uma nova centralidade de 1º nível na rede de centros da GBH, juntamente com São José da Lapa. Por outro lado, a dimensão e a gravidade do processo de periferização e exclusão social que afeta os municípios de Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Ibirité não apresenta sinais de reversão. 17 B. DEMOGRAFIA E INDICADORES SOCIAIS CONCLUSÕES SELECIONADAS PELA COMISSÃO TÉCNICA 7. Tendência à urbanização das Regiões Metropolitanas leva à expansão das periferias. A população da GBH é de cerca de 4 milhões de habitantes, correspondendo a 22,4% da população do Estado de MG e a 92% dos habitantes da RMBH7. Comparativamente às demais regiões metropolitanas estudadas8, a RMBH está longe da concentração populacional das demais em relação à população de seus estados. A RMRJ concentra 75,7% da população do estado do Rio, a RMSP, 48,3%, a RMFortaleza, 40,2% e a RMPA, 35,9% da população do Rio Grande do Sul.9 Na média geral, a periferia da GBH cresce mais que a capital, que a RMBH e o Estado. Esse processo ocorre em todas as regiões metropolitanas, que vêm se expandindo principalmente em suas franjas e periferias, sugerindo uma relativa saturação das capitais, núcleos de tais regiões. Entretanto, as taxas de urbanização da GBH e da RMBH, 99,0% e 97,6%, superam as das demais regiões metropolitanas, exceto as de Salvador e Rio de Janeiro.10 Entre 1950 e 2000, as mais elevadas taxas de crescimento nos municípios da GBH ocorreram em Contagem, Ribeirão das Neves, Ibirité e Betim, ao passo que Belo Horizonte, Nova Lima, Confins, Pedro Leopoldo e Lagoa Santa apresentaram menor incremento, ainda que acima da média mineira.11 Com exceção de BH e Contagem, os demais municípios crescem mais por migração que por nascimento, sendo BH exportadora de população para os municípios vizinhos, 93% das trocas populacionais no período 1981/91, o que pode ser explicado pela influência da expansão imobiliária.12 7 A população da RMBH corresponde a 24,3% da população do estado. As regiões metropolitanas cujos dados foram analisados no documento ” Estrutura, Dados e Base para o Diagnóstico” são as de Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Distrito Federal. 8 9 Fonte: IBGE: Censos Demográficos 1980, 1991, 2000. 10 Fonte: IBGE: Censo Demográfico 2000. 11 Fonte: Elaboração IH, sobre dados dos Censos Demográficos do IBGE. IBGE: Censos Demográficos 1980, 1991, 2000. 12 Fontes: Elaboração Instituto Horizontes, sobre dados do IBGE ( para população: estimativa IBGE – 1998. Demais dados: registro civil 1998 – IBGE). Anuário Estatístico de Belo Horizonte 2000, sobre dados do IBGE: Censo Demográfico de 1991. 18 Ribeirão das Neves, Vespasiano, São José da Lapa, Lagoa Santa e Betim recebem mais imigrantes no interior da GBH, enquanto Nova Lima, Pedro Leopoldo, Sabará e Belo Horizonte possuem mais da metade de moradores nascidos no próprio município.13 Fato a ser ressaltado é que a RMBH tem a menor presença de nascidos fora do Estado e do País, juntamente com as Regiões Metropolitanas de Salvador, Fortaleza e Porto Alegre (média 6%).14 Relativamente ao perfil da população da GBH, observa-se que Belo Horizonte sobressai com maior participação de idosos e maiores de 40 anos na população total, enquanto as cidades da periferia, comparativamente com a Capital, apresentam maior percentual de crianças, até 14 anos. Observa-se que mesmo com um ligeiro predomínio de percentual de mulheres na população, 70,2% dos domicílios da GBH têm homens como responsáveis. 15 8. Saúde é considerada fator gerador de exclusão social. A desigualdade no acesso à saúde está relacionada com a falta de informação, problemas de logística e condições financeiras da população. Dados comprovam que a saúde é um fator gerador de exclusão social na GBH. A Microrregião de Belo Horizonte, que abarca todos os municípios foco deste estudo, apresenta taxa de mortalidade de 30,37 por mil em 1998, superior aos 28,40 registrados em Minas Gerais; e também apresenta os piores desempenhos, comparativamente, nos indicadores leitos e médicos por habitante: era a 23ª colocada entre as 66 microrregiões de Minas no número relativo de leitos e a 16ª no número relativo de clínicos gerais disponíveis.16 Dados do IBGE para 1999 mostram que havia em Belo Horizonte 6,58 médicos por mil habitantes e em Ribeirão das Neves 0,73 por mil. Enquanto Ibirité e Sabará têm cerca de 40% de suas internações devidas a causas que poderiam ser solucionadas com uma melhor atenção básica (diarréia, hipertensão, pneumonia, etc), tal proporção é de 23% em Betim e 28% em Belo Horizonte. Também a mortalidade por causas não definidas mostra distribuição desigual: 25% em Sabará, 3% em Belo Horizonte e Betim. Estudo conclui que em Minas Gerais a desigualdade no acesso à saúde, considerando o modelo ambulatorial, não é diretamente vinculada à oferta 13 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1991. Volume migração. 14 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1991. Volume migração. Para as RM’s: PNAD 2001. 15 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. 16 Fonte: Estudo BDMG: Minas Gerais no Século XXI. Brasil, Ministério da Saúde, SIM/MS – Grupo de epidemologia, 2000. 19 dos serviços oferecidos, mas decorre fundamentalmente da decisão do indivíduo de procurar o serviço, em virtude de: falta de informação dos serviços que estão disponíveis; problemas de logística, transporte, deslocamento até os serviços; condições financeiras, que não permitem que os serviços privados sejam comprados e que os públicos sejam acessados devidamente pelos usuários (custo de passagens, filas, etc.).17 Como conseqüência da má distribuição de serviços de saúde no interior da GBH, Belo Horizonte tem 53% do total de recursos destinados à saúde absorvidos no atendimento a moradores de outros municípios, em sua maioria da RMBH.18 Dessa forma, a capital encontra dificuldades em garantir a seus cidadãos eqüidade no acesso a serviços e passa a priorizar a urgência / emergência, ainda que não de forma adequada. 9. Universalização do ensino fundamental não reflete em melhoria do acesso aos demais níveis de ensino. As variáveis quantitativas ou locacionais não são as determinantes do acesso desigual da população aos serviços educacionais em Minas Gerais. Análise indica que as desigualdades no acesso à educação são relacionados à qualidade da educação pública, que penaliza de maneira mais acentuada os alunos provenientes das camadas menos favorecidas da população: os alunos mais pobres abandonam a escola mais cedo, acabam estudando em cursos noturnos de pior qualidade e nem sempre concluem o ensino fundamental ou médio.19 Em 2000, a taxa de população alfabetizada, com 5 anos ou mais de estudo, é de 91,4% da população total residente na GBH. As melhores taxas são de Belo Horizonte (93%), Nova Lima (92%) e Sabará (92%), sendo as piores taxas de Ribeirão das Neves, Confins e Ibirité com 87%.20 O acesso ao ensino fundamental está quase universalizado na RMBH, aumentando assim a demanda pelo ensino médio, que não possui vagas públicas suficientes.21 Ao dar enfoque ao ensino médio, nota-se um crescimento muito acelerado nos últimos anos, sendo o setor que mais cresceu em todos os níveis de 17 Fonte: Estudo do BDMG: Minas Gerais no Século XXI. 18 Fonte: Exposição Sr. José Maria Borges (Ex-Secretário da Saúde de Minas Gerais e de BH) 19 Fonte: Estudo BDMG: Minas Gerais no Século XXI 20 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. Fonte: IBGE – Exposição Glaura Vasques de Miranda – Coordenadora Projeto Veredas (Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais). 21 20 ensino. Esse aumento deve-se ao crescimento dos cursos em escolas estaduais, em geral, devido aos cursos noturnos. Em 2001, do total de matrículas no ensino médio em MG, cerca de 85% representavam matrículas feitas em escolas estaduais.22 10. Concentração de renda vem se agravando nos últimos anos em todas as Regiões Metropolitanas. Comparativamente com as demais Regiões Metropolitanas, a RMBH ocupa a terceira pior posição com relação à concentração de renda, com 22% dos chefes de domicílios com rendimentos inferiores a 1 salário mínimo (incluindo os sem renda), 19% com rendimento entre 1 e 2 salários mínimos, 28% entre 2 e 5 salários mínimos, 16% entre 5 e 10 salários mínimos e 14% acima de 10 salários mínimos. A região na melhor posição é o Distrito Federal, com 24% acima de 10 salários mínimos e apenas 17% inferior a 1 salário mínimo. Fortaleza é a pior, com apenas 8% acima de 10 salários mínimos e 38% inferior a 1 salário mínimo.23 O interior da GBH apresenta diferenças significativas quando se analisa o fator renda dos chefes de domicílios. Enquanto em Belo Horizonte, 21% dos domicílios são chefiados por pessoas com rendimentos superiores a 10 salários mínimos mensais, Vespasiano, Santa Luzia e Ibirité têm 33% de responsáveis pelos domicílios sem renda, ou com até 1 salário mínimo mensal. Entre 1996 e 2001 houve queda no rendimento real de todos os percentis ocupados na RMBH à exceção dos 10% mais pobres, que registraram ligeiro ganho no período.24 Dentre as desigualdades apuradas, ressalta-se que em 1999, 10% mais ricos da população da RMBH ganhavam 46 vezes mais que os 10% mais pobres e 22 vezes mais que os 40% mais pobres.25 CONCLUSÕES ADICIONAIS SELECIONADAS PELA EQUIPE TÉCNICA 11. Índices de violência são crescentes na RMBH. Embora comparativamente com as demais RM’s a RMBH não se apresente entre as metrópoles mais violentas, o crescimento da violência é constante, contribuindo para que a população apresente uma elevada sensação de insegurança. 22 Fonte: Exposição Prof. Jacques Schwartzman , FACE / UFMG. 23 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. 24 Fonte: IBGE – Indicadores Sociais 2000. 25 Fonte: IBGE – Indicadores Sociais 2000. 21 É claro que também quanto aos indicadores de violência, a RMBH não é uma região homogênea, agrupando municípios com características bastante diferentes. Basta observar, por exemplo, que relativamente à criminalidade violenta, somando as ocorrências registradas em BH, Contagem, Betim, Ribeirão das Neves e Santa Luzia, atingimos cerca de 93% das ocorrências registradas em toda a RMBH e mais de 50% de todas as ocorrências registradas em todo o Estado de Minas Gerais no período de Janeiro de 2002 a Março de 2004.26 Alguns dos municípios da RMBH vêm se destacando pela evolução constante das suas taxas de homicídio. Dentre os que sofreram evolução mais acentuada das taxas no período de janeiro de 2002 a março de 2004, citamse Belo Horizonte, com um aumento médio de 58% no período, Betim (aumento de 111%), Contagem (92% de aumento) e Santa Luzia (107% aumento). Apenas o município de Belo Horizonte concentra sozinho 27% de todas as ocorrências no período e, se somarmos as ocorrências às de Contagem e Betim, atingimos cerca de 40% de todas as ocorrências de homicídios, registradas no mesmo período, em MG. 27 Somente no 1º trimestre deste ano, segundo dados da Polícia Militar, foram 257 mortes, contra 217 no mesmo período de 2003 e 159 em 2002. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, criadora do Índice do Medo, o crescimento do número de homicídios em BH e na RMBH é apenas uma das faces do aumento da criminalidade. Conforme os resultados apresentados, 87% dos entrevistados acreditam que a criminalidade aumentou na cidade, e 57% pensam e se preocupam com a violência e a criminalidade “a toda hora”.28 12. IDH e ICV confirmam as piores situações no âmbito da GBH. Com relação aos Índices de Desenvolvimento Humano – IDH e Índice de Condição de Vida – ICV, os piores valores no âmbito da GBH correspondem à Ibirité e Ribeirão das Neves, devido ao mau desempenho dos indicadores renda e educação. Tal resultado reforça a análise de que a franja formada por Ribeirão das Neves, Vespasiano e Ibirité apresenta as piores situações dentre os demais municípios da GBH. Fonte: Fundação João Pinheiro / Núcleo de Estudos em Segurança Pública – NESP “1º Boletim de Informações Criminais de Minas Gerais – Janeiro / Março de 2004” 26 27 Fonte: Fundação João Pinheiro / Núcleo de Estudos em Segurança Pública – NESP “1º Boletim de Informações Criminais de Minas Gerais – Janeiro / Março de 2004” 28 Fonte: Fundação Getúlio Vargas, Estudo “Índice do Medo” 22 Quanto à Belo Horizonte, seu IDH e o ICV foram comprometidos pelos indicadores longevidade e educação, possuindo, comparativamente a outras RM’s analisadas, valores superiores apenas aos de Fortaleza e Salvador29. Comparativamente com as demais Microrregiões das capitais estudadas, Belo Horizonte apresenta o IDH (0,780) superior apenas a Fortaleza (0,710), sendo os índices das demais microrregiões: Brasília e Porto Alegre (0,806), São Paulo (0,804), Curitiba (0,800) Rio de Janeiro (0,788), Salvador (0,782)30. Relativamente ao ICV, a microrregião de Belo Horizonte apresenta um índice de 0,792, superior apenas a Salvador (0,755) e Fortaleza (0,688). Porto Alegre (0,826), São Paulo (0,822), Brasília (0,818), Curitiba (0,811) e Rio de Janeiro (0,799) ocupam as primeiras posições31. 13. Cultura é fator indutor do desenvolvimento econômico e gerador de emprego e renda. O setor cultural na GBH, segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro, emprega mais pessoas que setores tradicionais, como é o caso do setor têxtil, e abriga maior contingente de jovens em comparação com o mercado geral. O setor apresenta ainda o maior índice de escolaridade, com quase 50% dos trabalhadores possuindo 2º ou 3º graus completos e poucos analfabetos. A renda média dos trabalhadores do setor é cerca de 18% maior que o mercado de trabalho geral.32 Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – Brasília, setembro 1998. 29 30 Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – Brasília, setembro 1998. Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – Brasília, setembro 1998. 31 Fonte: Exposição Sra. Nicéia Raies Moreira Souza, CECH/FJP; “O mercado de trabalho da cultura na GBH”. 32 23 C. SITUAÇÃO E DESEMPENHO DA ECONOMIA CONCLUSÕES SELECIONADAS PELA COMISSÃO TÉCNICA 14. A articulação entre os diversos atores sociais e econômicos, públicos e privados, é o fator chave do desenvolvimento econômico, social, empresarial e territorial da GBH. Arranjos produtivos locais em ramos com forte vantagem competitiva são um caminho natural visando consolidar e incrementar a base produtiva da GBH. A ação do Estado no passado foi decisiva para a promoção do desenvolvimento econômico da Grande BH. A criação de uma estrutura institucional de informação e financiamento ao setor privado e a participação direta em investimentos criaram as condições para que Belo Horizonte tivesse um crescimento diferenciado em relação a outras metrópoles. Hoje a situação do País é sabidamente diferente e o poder público, seja municipal, estadual ou federal, não dispõe de recursos financeiros que lhe permitam exercer papel preponderante como agente econômico, tal como no passado. Não obstante, em um ambiente de concorrência como o atual, o poder público local tem papel imprescindível para assegurar a competitividade econômica de determinada região. A promoção do fortalecimento de instituições ligadas ao desenvolvimento técnico e tecnológico torna-se fundamental para a concentração de investimentos em instituições de ensino e pesquisa de alto nível. Há que se reconhecer também que o setor privado pouco investirá na Grande BH se o poder público não tiver um projeto consistente de desenvolvimento da cidade. Assim, a solução passa necessariamente pelo envolvimento e mobilização de organizações do setor privado e outras instituições sociais na identificação e implementação de projetos estratégicos para a melhoria da qualidade de vida dos moradores da cidade e, também, pelo comprometimento dos governos municipais e estadual em estruturar a cidade, de forma a responder às demandas já existentes e a prepará-la para o futuro. Os arranjos produtivos locais caracterizam-se pela organização de um conjunto de empresas e entidades de um mesmo ramo de negócios, localizadas em determinada área e interessadas na estratégia de promover ações conjuntas que, beneficiando a região como um todo, tendem a gerar frutos para cada empresa e entidade envolvidas. Para o sucesso de um arranjo produtivo local, é necessário que haja uma sintonia entre os interesses da cidade/região e do setor produtivo. Assim, se para a cidade/região são interessantes a geração de empregos e a melhoria da qualidade de vida, para os empresários a competitividade é o objetivo primordial. Investir numa política que fortaleça os arranjos produtivos de ramos que apresentem forte vantagem comparativa na GBH, 24 como os de turismo / moda / medicina e ensino de qualidade. Esse é o pressuposto básico para uma estratégia que contemple ações visando consolidar e incrementar a base produtiva da GBH. A cooperação facilita a divulgação da cidade/região, a interação com fornecedores e clientes, o desenvolvimento de inovações em produtos e na tecnologia de produção, a afirmação da qualidade dos produtos, a capacitação gerencial dos empresários, a busca por nichos de mercado, o acesso às informações, entre outros. 15. A GBH tem potencial para atrair ramos modernos da atividade econômica, tais como os arranjos produtivos da moda (design, jóias, calçados e confecção) e os do setor terciário moderno. O crescimento do setor de serviços na década de 90 mostra que a GBH reúne condições de atrair investimentos com maior capacidade de dinamização econômica – e hoje essas inversões não se dão necessariamente no setor industrial, mas também em atividades do setor terciário moderno, como informática, comunicações e biotecnologia. Isso se deve ao fato de que, para que o setor de serviços possa atingir o estágio de propulsor do desenvolvimento econômico de determinada região, é necessário que esta tenha sua base em atividades produtivas que impliquem em produção física, ou seja, produção industrial. Somente em um estágio mais avançado de desenvolvimento é que o setor de serviços assume papel determinante como elemento dinamizador do conjunto das atividades econômicas. Um exemplo típico está na cadeia produtiva da biotecnologia onde existem 304 empresas no Brasil. Desse universo, 129 se encontram em São Paulo e 89 em Minas Gerais. Em São Paulo, a maioria é da área de equipamentos e suprimentos; em Minas, 51% estão no setor de saúde humana e biomedicina. Das 89 empresas localizadas no Estado, 55 estão em Belo Horizonte. Essa indústria experimenta considerável crescimento: eram 9 empresas em Minas Gerais em 1990; 52 em 1999 e, em 2001, 89. Belo Horizonte possui um histórico de expertise na área laboratorial e de diagnósticos. Do ponto de vista dos arranjos produtivos, a GBH possui grande potencial para se concretizar em um dos principais pólos da moda (design, jóias, calçados e confecção) do país. A cadeia de negócios da moda em Belo Horizonte possui vantagem competitiva especificamente em dois de seus elos: a criação de moda e design e a produção. Nesse aspecto, destacam-se os ramos de calçados, confecção e jóias. Minas Gerais possui 1.500 empresas no setor calçadista, 95% das quais caracterizadas como micro ou pequenas. Estas empresas produzem cerca de 100 mil calçados por dia, o que equivale a cerca de 10% da produção nacional. O faturamento gira em torno de R$ 70 milhões. A Grande Belo Horizonte possui em torno de 500 dessas empresas. O setor é responsável no Estado por cerca de 20 mil empregos diretos e mais 20 mil indiretos. Assim como acontece com o ramo de calçados, a indústria do vestuário é também intensiva em mão-de-obra, 25 ou seja, trata-se de um ramo com grande capacidade de geração de postos de trabalho. A cadeia produtiva do ramo de jóias, gemas e bijuterias no Estado de Minas Gerais envolve empresas de lapidação, indústria de joalheria e ourivesaria, indústria de bijuteria e empresas de varejo. Além do potencial produtivo, outra característica positiva é a excelência que o Estado possui, principalmente Belo Horizonte, na área de design de jóias. Minas Gerais é o maior “parque industrial” do ramo no Brasil, considerando desde o garimpo, extração, lapidação e produção joalheira. Belo Horizonte concentra, dentro do Estado, 43% das indústrias de bijuterias e folheados, 27% das indústrias de lapidação, 47% das indústrias joalheira e ourivesaria, 14% do comércio varejista e 38% do comércio atacadista. Diante disso, pode-se afirmar que a GBH possui vantagens comparativas e competitivas para o desenvolvimento de um setor terciário moderno, haja vista, a complementaridade econômica presente no eixo BBC (Belo Horizonte, Betim, Contagem). Em suma, potencializar as oportunidades que se apresentam para a GBH, como: o Aeroporto Internacional, desenvolvimento da biotecnologia e informática, arranjos produtivos (turismo / moda / medicina e ensino de qualidade) e a cooperação setor público/setor privado.33 16. A infra-estrutura de transportes e comunicação, a mão-de-obra qualificada, instituições de pesquisa e ensino, além de expressivo mercado consumidor são as principais vantagens comparativas da GBH. A GBH possui vantagens que os centros urbanos de maior porte oferecem a determinados segmentos da indústria e atividades modernas do setor terciário, como a infra-estrutura de transportes e comunicação; a regionalização da pesquisa, do trabalho profissional e da renda, com a existência de instituições de pesquisa e ensino, de profissionais qualificados e de um mercado consumidor com expressivo poder de compra, com cerca de 4,5 milhões de pessoas. Agregue-se a tudo isso o menor custo urbano, relativamente a outras capitais, e a localização geográfica de BH que constituem fatores inequívocos de vantagem em termos da atração de investimentos. 34 35 33 Fonte: Painel “A indústria da Moda”, BDMG, 2002. 34 Fonte: IBGE Ver “Vantagens comparativas da área metropolitana de Belo Horizonte no contexto nacional” – Maurício Borges Lemos e Clélio Campolina Diniz –CEDEPLAR – Texto para discussão – 2000 35 26 CONCLUSÕES ADICIONAIS SELECIONADAS PELA EQUIPE TÉCNICA 17. A participação do PIB (Produto Interno Bruto) da GBH demonstra a importância da região para o desenvolvimento econômico de Minas. A GBH representa 1/3 do Produto Interno Bruto do Estado de MG; a Região Metropolitana de BH – RMBH detém cerca de 35% do PIB do Estado; por sua vez, a GBH detém cerca de 96% do PIB da RMBH. A Região Central, ao responder por quase a metade (45,7%) do PIB de Minas Gerais, e dentro dela mais especificamente a RMBH, com 35,2%, possui elevada importância na economia do Estado. A GBH, com um PIB de R$ 29,3 bilhões em 1999 - ou 33,8% do PIB do Estado e 96,4% da economia da RMBH - da qual é como uma síntese quase completa -, ocupa um papel estratégico no desenvolvimento econômico de Minas. O eixo BH-Betim-Contagem (BBC) possui renda per capita anual de R$ 9mil – são as cidades que compõem o eixo de desenvolvimento; por outro lado, Ribeirão das Neves e Ibirité possuem renda per capta de R$ 1,9mil, são as cidades dormitórios. Nova Lima, Vespasiano e Pedro Leopoldo são os municípios intermediários, com renda per capta de R$ 7mil.36 18. Belo Horizonte – Betim - Contagem estruturador da economia da GBH. constituem o eixo A economia da GBH mostra-se fortemente baseada no eixo BBC - Belo Horizonte, Betim e Contagem - respondendo por 89,8% do PIB da GBH. As principais atividades produtivas da região são a indústria, com participação decrescente, e o setor de serviços. Todavia, essa característica não pode ser generalizada para os demais municípios.37 19. O crescimento da participação do setor terciário na composição interna do PIB da GBH expressa o processo de metropolização da economia a que se submete a região. A participação elevada e, sobretudo, o crescimento das atividades terciárias na formação do PIB das cidades de grande porte da GBH, como Belo Horizonte e Contagem, indicam uma mudança nas suas funções urbanas, decorrentes do processo de metropolização da economia. Para o Município de Belo Horizonte, cuja base territorial é pequena, isto já constitui uma realidade, enquanto para Contagem assinala apenas seu início. No período 1985/97 observa-se um relativo crescimento da participação do setor serviços na composição do PIB da GBH, cerca de 10%, em detrimento ao 36 Fonte: Fundação João Pinheiro 37 Fonte: Fundação João Pinheiro 27 setor industrial, com uma queda de cerca de 16,8%. Isso caracteriza o avanço do processo de metropolização da economia da GBH. Essa evolução setorial (↑Serviços;↓Indústria) está evidenciada em todos os municípios da GBH, com exceção de Sabará.38 20. A “guerra fiscal” entre os municípios da GBH é um fator de desagregação entre eles e uma dificuldade para definição de objetivos comuns e sistema de gestão compartilhado. A questão tributária na GBH, como de resto em todo o país, é um dos grandes entraves ao surgimento e desenvolvimento de novos negócios e à diminuição da informalidade. A legislação tributária complexa e numerosa em todos os segmentos (propriedade, produção, comércio, trabalho, etc.), agravada pela voracidade fiscal dos últimos anos, representa um sério empecilho ao desenvolvimento econômico. Ainda que os municípios tenham uma participação relativamente pequena na composição da carga tributária total, é fundamental que os municípios da GBH dêem um tratamento cuidadoso a esse tema, buscando a homogeneização e redução dos impostos, bem como, eliminando o excesso de burocracia na abertura e operação dos negócios. 38 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda 28 D. GESTÃO DA GBH CONCLUSÃO SELECIONADA PELA COMISSÃO TÉCNICA 21. Não há modelo para a gestão. A metrópole exige que ele seja criado e seja implementado. Sua implementação não deve ser imposta, mas surgir do envolvimento e comprometimento de todos os agentes públicos e privados. No Brasil, após a promulgação da Constituição de 1988, foram descontinuadas as formas de gestão das regiões metropolitanas, RM’s, então existentes. De 1988 até 2004, foram criadas cerca de vinte novas RM’s, havendo hoje um número impreciso de cerca de 29 RM’s ou RIDEs (região integrada de desenvolvimento econômico, solução formal para áreas metropolitanas interestaduais) no país. Os modelos de gestão variam de Estado para Estado. Há no Canadá regiões metropolitanas em Toronto e em Montreal. A primeira tornou-se um clássico caso, onde vários municípios foram integrados em um único município metropolitano. Montreal não passou pelo mesmo processo e não tem o mesmo modelo de gestão. Ali os principais problemas comuns da área metropolitana ficam a cargo da Communité Urbaine de Montreal. Em Minas Gerais, o formato vigente, conforme a Constituição Estadual de 1989, mesmo que juridicamente adequado, não conseguiu êxito e nem alcançou legitimidade política-social. Não é capaz de resolver os processos políticos envolvendo municípios metropolitanos. Conforme já mencionado (ver Organização Físico–Territorial, conclusão 1), há avanços recentes no quadro institucional, como a criação da SEDRU e a proposta de emenda à constituição estadual em tramitação. As perspectivas de se chegar a um consenso sobre o modelo ideal de gestão são pouco estimulantes. Nesse caso, muitas das questões tradicionais, como a discussão sobre os modelos, sobre a instância política, sobre a inadequação da constituição atual, etc., devem ser abandonadas por ora. É possível aproveitar os fundamentos do planejamento estratégico, cujo resultado não é um plano impositivo e que, da mesma forma que não tem um território legalmente estabelecido para exercer sua jurisdição, não deverá depender de um desenho institucional, de uma instância política capaz de transformar seus projetos em lei. A gestão de um plano estratégico metropolitano pode se dar em uma instância informal e está muito mais na dependência da coordenação do Estado, dos municípios, da sociedade e dos agentes que atuam no território, organizados em torno de consensos, idéias e projetos, do que da elaboração de um modelo vinculado à criação de uma instância política institucionalizada de decisão. 29 Isto, entretanto, não quer dizer que não haja necessidade de um certo grau de institucionalização, que pode e a nosso ver deve ser interativo em debates programados e em ações coordenadas. A SEDRU poderia ser o locus desta coordenação inclusive devido às responsabilidades do Estado para com a sua Capital indissoluvelmente ligada à Grande Belo Horizonte. A Secretaria, com suas funções institucionais, responde pelas propostas de leis correlatas e sua regulamentação e implantação. A atual PEC, proposta de emenda à Constituição estadual, em tramitação na Assembléia, é tema relevante, assim como a lei complementar que se seguirá. Para as ações de implementação das propostas do Plano Estratégico, o Instituto Horizontes, que se julga credenciado para tal, uma vez homologado o Plano, se apresenta para ser credenciado como agente executor central, deflagrando processos, continuando debates e estudos, catalisando os agentes responsáveis, monitorando e informando. Outra hipótese seria a criação de agência ou companhia de desenvolvimento, e de um fundo de desenvolvimento, com participação público/privada, passando, se for o caso, pela montagem de consórcio intermunicipal que organizaria a participação dos municípios nesta instituição, observada a legislação existente. 30 V - DEMAIS CONCLUSÕES A. ORGANIZAÇÃO FÍSICO–TERRITORIAL 22. Associado ao processo de metropolização, aparece, desde o início, o processo de formação de espaços de exclusão social. Nas áreas onde não há investimentos em atividades produtivas, com geração de emprego e renda, formam-se periferias habitacionais, sem infra-estrutura, primeiramente em Ibirité, próximo à Cidade Industrial, depois em Ribeirão das Neves (Justinópolis) e mais tarde em Santa Luzia (São Benedito), como transbordamentos da urbanização de Venda Nova. A formação dessas periferias foi propiciada pela existência de estrutura fundiária, com predominância de pequenas propriedades, topografia favorável e a incapacidade dos poderes públicos de exercerem o controle das ocupações. 23. O aglomerado urbano da GBH é estruturado basicamente por dois grandes eixos: o eixo BBC, de sentido Leste-Oeste, e o eixo Norte. No eixo BBC – Belo Horizonte, Betim e Contagem –, articulado pela Avenida Amazonas, VULO, ferrovia e trem metropolitano, encontra-se a maior parte das estruturas produtivas da região. Estes municípios concentram 77% da população e 90% do PIB da GBH. É o principal vetor de centralidades da estrutura da GBH. Nele estão o centro de Belo Horizonte, o Complexo Cidade Industrial-Barreiro-Eldorado e o centro de Betim. O eixo Norte – centro de BH, Complexo da Pampulha, Venda Nova e São Benedito – articulado pelas avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado e pelo Trem Metropolitano, concentra grandes equipamentos institucionais (UFMG, aeroportos, Complexo da Pampulha, Zoológico, Mineirão, etc.) e nele ocorrem centralidades significativas, com destaque para o entorno do Minas Shopping / Cidade Nova e Venda Nova. Nele também estão duas das regiões com maiores índices de exclusão social e pobreza do aglomerado – Justinópolis e São Benedito. 31 24. O eixo Sul, Belo Horizonte / Nova Lima, é vetor de expansão de atividades de comércio e serviços centrais (shoppings, faculdades, hospitais e escritórios) e de habitação de pessoas de alta renda. Esse eixo Sul, Belo Horizonte / Nova Lima, articulado pelas avenidas Nossa Senhora do Carmo, Raja Gabaglia e pela BR 040, saída para o Rio de Janeiro, é um vetor de recente expansão para bairros residenciais de alta renda, seja em concentrações verticais ou condomínios horizontais fechados. 25. O Centro de Venda Nova desempenha função de centralidade metropolitana no eixo Norte. Esse eixo articula uma rede de centros de nível local, com complexidade e características próprias de atendimento à população, e sua função metropolitana tende a ser potencializada a partir da chegada do trem metropolitano e completa operação do terminal de integração. 26. O Estado teve papel decisivo e determinante na formação da Grande Belo Horizonte – GBH e nas suas transformações até os anos 80. A criação do complexo da Pampulha e da Cidade Industrial Juventino Dias determinou os dois principais sentidos do processo de metropolização que começou a ocorrer a partir dos anos 80: os sentidos Leste-Oeste e Sul-Norte. Nas suas diversas iniciativas do período do planejamento centralizado, o Estado sempre relegou para um momento, que acabou nunca acontecendo, os investimentos necessários à integração dos assentamentos habitacionais e produtivos. Após o processo de redemocratização, o Estado retirou-se inteiramente do planejamento e da gestão metropolitanos, só retornando recentemente, com a criação da SEDRU e da PEC 41/0339, em tramitação. 27. A taxa média de crescimento populacional da GBH é declinante, com grandes diferenças nas taxas dos 13 municípios, entre os anos 50 e 90. Os três municípios onde existem os mais amplos espaços de exclusão – Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Ibirité – são os que mantêm, durante quase todas as décadas do período, taxas muito acima da média da GBH. 39 Ver a íntegra do substitutivo em tramitação na Assembléia Legislativa no Anexo III 32 Os dois municípios que mais se caracterizam como locais de residências para pessoas de renda mais alta – Belo Horizonte e Nova Lima – são os que têm, em quase todas as décadas do período, as menores taxas. Nos anos mais recentes (1996 / 2000) a população de Nova Lima volta a crescer acima da média com a formação de uma espécie de periferia de alta renda, e apenas Belo Horizonte e Contagem ficam inferiores à média da GBH. 28. Os três municípios completamente conurbados – Belo Horizonte, Betim e Contagem – formam a maior parte do aglomerado urbano da GBH. Os demais municípios participam da conurbação pelo transbordamento das manchas urbanas dos três, mas seus núcleos sede ainda estão distantes do aglomerado e mantêm identidade local. Nos municípios localizados no Quadrilátero Ferrífero – Ibirité, Nova Lima e Sabará – há limitações para o uso urbano intensivo típico das grandes aglomerações, em função, principalmente, da existência dos principais mananciais da GBH, de vegetação arbórea de porte e de topografia acidentada. Assim, quando da exaustão das minas ali existentes, há grande probabilidade de substituição dessa atividade por loteamentos, que podem gerar impactos negativos. Nos municípios da região cárstica – Confins, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, São José da Lapa e Vespasiano, também há limitações para o uso urbano intensivo, em razão do risco de contaminação da drenagem subterrânea e da perda do importante acervo paleontológico e turístico existente na região. Em São José da Lapa, Confins e Lagoa Santa existem condições propícias para o desencadeamento do processo de crescimento periférico, semelhante aos de Ribeirão das Neves e de Santa Luzia, dada a estrutura fundiária com grande presença de pequenas propriedades e sítios de recreio. Pedro Leopoldo possui estrutura fundiária com predominância de grandes propriedades e está distante do aglomerado urbano da GBH. Estes são fatores de contenção das pressões da expansão periférica de Ribeirão das Neves sobre seu território. 29. Dois eixos com origem em BH caracterizam-se pela ocorrência de processos de periferização: os eixos Leste e Nordeste. O eixo Leste, Belo Horizonte / Sabará, articulado pela via que dá acesso precário a Sabará, tem grandes ativos culturais e paisagísticos, mas sofre pressões de conurbação das favelas das Castanheiras, Vera Cruz e Taquaril. O eixo Nordeste, Belo Horizonte / Santa Luzia / Sabará, articulado pelo Anel Rodoviário – BR262 – saída para Vitória, apresenta atividades típicas dos corredores regionais de tráfego e polariza um conjunto de áreas típicas de periferia, autônomas das sedes municipais de Santa Luzia e Sabará. 33 30. Dois outros eixos estruturadores da GBH têm origem em áreas de concentração industrial e se desenvolvem com a proliferação de assentamentos habitacionais periféricos: o eixo Noroeste e o eixo Barreiro / Ibirité. O eixo Noroeste, Contagem / Ribeirão das Neves, é articulado pela BR040. Seu primeiro segmento – do Anel Rodoviário até o limite de Contagem – tem um dinamismo intenso, provocado pelos processos recentes de assentamento industrial. O segmento dentro do Município de Ribeirão das Neves já se apresentava em condições de periferia desde o início da metropolização e segue sendo o mais significativo espaço de exclusão social da GBH. O eixo Barreiro / Ibirité é caracterizado pela existência do segundo maior processo de formação de periferia da GBH. 34 B. DEMOGRAFIA E INDICADORES SOCIAIS 31. Índices de infra-estrutura e saneamento básico da GBH se assemelham às demais Regiões Metropolitanas. Do total de domicílios da GBH, 98% possui abastecimento de água através da rede geral, 95% possui lixo coletado, e 99,5% tem instalações sanitárias, percentual este superior ao encontrado nas outras RM’s analisadas, à exceção de São Paulo. A energia elétrica é um serviço praticamente universalizado, disponível em 99,8% dos domicílios da RMBH.40 As condições de moradia da GBH encontram-se semelhantes às de outras regiões metropolitanas estudadas, onde há um maior percentual de população residente em habitações unifamiliares horizontais, casas, apresentando uma média de 75% de imóveis próprios.41 Seguindo tendência nacional, a diminuição do tamanho das famílias é outro fator a ser observado, com o número médio de habitantes por domicílio em declínio; destaca-se apenas que este número é mais elevado nas periferias que nas capitais. 32. O esgotamento sanitário é um fator que substancialmente os municípios no interior da GBH. diferencia Se por um lado, 93% dos domicílios em BH possuem rede geral de esgoto ou pluvial, tal percentual é de 24% em São José da Lapa, 16% em Lagoa Santa e apenas 1% em Confins.42 33. Programação Pactuada Intergestores – PPI é apontada como uma das soluções para questão da saúde no Estado de Minas Gerais. Uma alternativa para solucionar o problema de acessibilidade aos serviços de saúde em Minas Gerais é a PPI – Programação Pactuada Intergestores. A PPI prevê o estabelecimento, de forma adequada, dos níveis de complexidade e locais de atendimento dentro do Estado, adequando ainda o atendimento ao financiamento, de forma concertada entre os municípios. Este modelo frearia a busca de serviços básicos em cidades com rede de maior complexidade, uma vez que a atenção básica se organizaria dentro de um sistema integrado, com participação de todos os municípios da RMBH, 40 Fontes: IBGE – Censo Demográfico 2000. IBGE – PNAD 2001. IBGE – Indicadores Sociais. 41 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. 42 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. 35 criando ainda mecanismos para alocação e melhor distribuição dos recursos disponíveis.43 34. Chefes de domicílios da GBH apresentam significativas quanto a sua escolaridade. diferenças Os chefes de domicílios da GBH com mais de 15 anos de estudo encontramse desigualmente distribuídos, tanto entre os 13 municípios, quanto dentro da própria capital. O índice é de 16% em BH, 8,3% em Nova Lima, 0,6% em Ribeirão das Neves e 0,5% em Ibirité. Em Belo Horizonte, a Regional Centro Sul tem 48% deles em tal situação, ao passo que correspondem a apenas 2% no Barreiro e menos de 4% em Venda Nova e Regional Norte. 44 35. Perspectivas do ensino superior são fatores de dinamismo e de crescimento econômico. As potencialidades do ensino superior podem transformá-lo em importante pólo de dinamismo na GBH, com efeitos multiplicadores, distribuídos em efeitos para trás (insumos), para frente e demanda final. Pode-se considerar como efeitos para trás os impactos criados em outros segmentos ou setores econômicos anteriores à cadeia produtiva do ensino; os efeitos para frente seriam aquelas empresas que se instalam em função do ensino superior e os efeitos de demanda final que podem incluir os gastos de consumo por pessoas (alunos, professores e funcionários). A capacidade de atrair pessoas para o município aumenta, indiretamente, a renda regional, refletindo diretamente na economia. Em 2000, do total de 188 cursos superiores existentes nos municípios da GBH, 158 se concentram em Belo Horizonte (84%), os demais municípios juntos representam um valor próximo de 16%, sendo Betim com 10 cursos e Pedro Leopoldo com 9.45 Ao focar Belo Horizonte, das 24 instituições acadêmicas de nível superior aqui estabelecidas, somente 2 são consideradas Universidades (UFMG e PUC/MG). As demais instituições podem ser consideradas como centros universitários, faculdades isoladas e outras formas de organização. Esse é um dado importante, pois são as universidades que possuem capacidade de gerar pesquisa e desenvolvimento, atividades fortemente ligadas ao desenvolvimento regional. Exemplo disto é o projeto de criação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, BH Tec, em área da UFMG, que pretende congregar empresas e instituições de P&D nas áreas tecnológicas e de tecnologia de informação, ambiental e indústrias criativas nas áreas de Fonte: Exposição Sra. Iveta Malaquias (Diretora do Centro de Planejamento em Saúde / SESAUDE de Minas Gerais). 43 44 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000. 45 Fonte: Exposição Prof. Jacques Schwartzman , FACE / UFMG. 36 serviços modernos. Representa a possibilidade de se criar uma base de conhecimento para a diversificação produtiva da metrópole. 36. Baixa renda impossibilita permanência instituições de ensino superior. de alunos nas O percentual de alunos da GBH que consegue chegar às instituições de ensino superior (graduação) está em torno de 35 a 40% dos formados no ensino médio, conforme dados de 2001. Parte desses não possui poder aquisitivo que os permita pagar as mensalidades, necessitando assim do Crédito Educativo, que ainda é muito limitado.46 37. Meios de comunicação da GBH não favorecem o crescimento da atividade cultural local. Mesmo abrigando a realização de 15 festivais nacionais e internacionais (dados de 2002), com repercussão na mídia nacional, a GBH tem carência dos meios de comunicação e apoio desses veículos às produções locais.47 38. GBH segue tendência nacional dos índices de ocupação. A RMBH apresenta uma População Economicamente Ativa (PEA) de 2,2 milhões de pessoas, em um total de 3,7 milhões de pessoas em Idade Ativa (PIA), confirmando assim o 3º lugar no ranking das maiores RM’s do país. Constata-se que a GBH confirma a tendência nacional de redução do número de ocupados e também de inativos; o aumento do percentual de desempregados, principalmente entre as mulheres, bem como nas faixas inferiores de idade (até 24 anos); redução do percentual de empregados; aumento dos trabalhadores por conta própria e precarização do mercado de trabalho. Em 2001, 18,5% da PEA estava desempregada.48 Em relação à escolaridade, em geral, a maior redução da taxa de atividade ocorreu entre a população sem instrução ou com no máximo 4 anos de estudo, e a taxa de ocupação é maior entre as pessoas com 9 anos ou mais de estudo, ainda que também nesse estrato tenha sido registrada a tendência a perdas.49 39. Dados comprovam incremento das atividades de prestação de serviço. Dados de distribuição da população ocupada segundo setores de atividade econômica, no período de 1997 a 2001, mostram que houve tendência geral 46 Fonte: Exposição Prof. Jacques Schwartzman , FACE / UFMG. 47 Fonte: Exposição Mauro Werkema , Presidente Fundação Clóvis Salgado. 48 Fonte: FJP – Boletim PED na RMBH – Ano 7, nº 11 – Novembro 2001. 49 Fonte: IBGE – Indicadores Sociais 2000. 37 à redução da participação da indústria de transformação, da construção civil (exceto na RMSA e RMSP) e do comércio, com incremento das atividades de prestação de serviços. Em 2001 a RMBH tinha 52% da população ocupada ligada ao setor de serviços, 15,4% ao setor de indústria e 15% ao setor de comércio.50 40. Famílias de baixa renda são excluídas dos programas de financiamento para moradia. As famílias em situação de déficit habitacional possuem, em sua maioria, renda média mensal inferior a três salários mínimos, faixa não incluída nos programas de financiamento para moradia. O déficit habitacional na RM Belo Horizonte é de cerca de 160 mil domicílios. Deste total, 67% das famílias que encontram-se em déficit habitacional possuem até 2 salários mínimos como renda mensal, 22% de 2 a 5 salários mínimos e 10,1% com renda acima de 5 salários mínimos.51 A concentração da população-alvo em segmentos de baixa renda faz perceber o ataque às necessidades habitacionais como uma faceta do combate à pobreza, uma vez que se pode esperar pouco como contra-partida financeira a partir de uma renda familiar minguada, na maioria das famílias afetadas. Esta população dispõe apenas de sua própria força de trabalho, que pode ser usada como uma forma de pagamento de benefícios obtidos, através de serviços comunitários prestados em regime de mutirão, horas de trabalho não remuneradas em dinheiro, mas contabilizadas como tal. A criatividade deve vir em auxílio do planejador, de modo a viabilizar a superação de entraves legais/burocráticos e a baratear os custos das obras, principalmente as de menor porte, através de inovações tecnológicas e de gestão viáveis. 50 Fonte: FJP – Boletim PED na RMBH – Ano 7, nº 11 – Novembro 2001. 51 Dados do Estudo da Fundação João Pinheiro “Estudo Habitacional no Brasil 2000”. 38 C. SITUAÇÃO E DESEMPENHO DA ECONOMIA 41. O setor terciário e a indústria de transformação são os elementos dinamizadores da atividade econômica na GBH. A afirmação torna-se evidente quando observados a ocupação de pessoal e a distribuição de ICMS: BH – predominância do setor terciário no número de pessoas ocupadas (31,8%); atividade industrial aparece apenas em 4º lugar, com destaque para a indústria de transformação (7,4%); Betim – predominância do setor secundário no número de pessoas ocupadas, com destaque para a indústria de transformação (45,6%); seguida do comércio e administração pública com 17,1% e 13,2%, respectivamente. Contagem – predomínio da indústria de transformação com 33,8% de todo o pessoal ocupado, no entanto, o conjunto das atividades do setor terciário responde por mais de 50% do pessoal ocupado. Os demais municípios que compõem a GBH têm participação de 6,6% no total do pessoal ocupado na região, com cerca de 5% do valor total das remunerações do pessoal ocupado na GBH. É importante observar que o eixo BBC corresponde a 56% do pessoal ocupado do total do Estado, com uma arrecadação de cerca de R$ 3,2 bilhões, com as seguintes características em cada município: BH – 50% do ICMS oriundo do setor terciário (serviços 30% - comércio 20,5%); Betim – somente a indústria de transformação corresponde a 93,8% da arrecadação; Contagem – atividade industrial como um todo representa 95% do ICMS gerado no município. O valor do ICMS arrecadado em 1999 nos demais 10 municípios da GBH é de R$149,6 milhões, o que representa apenas 4,4% do total arrecadado na região.52 42. O setor terciário e a indústria de transformação são parte importante na geração de emprego e renda e devem ser firmemente apoiados. O setor terciário e a indústria de transformação na GBH, sobretudo os setores tradicionais e de participação mais relevante na formação do PIB (indústria automotiva, metalúrgica, de material elétrico/eletrônico, 52 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda 39 alimentos), são parte importante na geração de emprego e renda e também na formação de um grande mercado de serviços tradicionais e modernos na região. Esses arranjos produtivos devem ser firmemente apoiados, na busca de capacitação em gestão e tecnologia, bem como, preparados para a competição no mercado externo, para onde devem dirigir parte relevante de sua produção. 40 D. GESTÃO DA GBH 43. Não há definição consensual sobre a natureza da RM. Tanto pode ser entendida como uma região de serviços, como uma região de desenvolvimento econômico, ou ainda uma região administrativa ou esfera de poder político, ou mesmo de planejamento territorial. Não é possível propor um modelo de gestão sem antes definir sobre que tipo de RM ele incidirá. 44. As áreas metropolitanas tem sido consideradas como áreas de serviços comuns. A opção preferencial do governo federal e estadual tem sido entender a questão metropolitana como prestação de serviços comuns de interesse coletivo, tais como transporte, saneamento e abastecimento, não se considerando os aspectos sociais, a gestão do conjunto, a organização da produção e da atividade econômica. A Constituição Estadual de 1989 lista as seguintes funções de interesse comum: transporte intermunicipal e sistema viário de âmbito metropolitano; segurança pública; saneamento básico, notadamente abastecimento de água, destinação de esgoto sanitário e coleta de lixo urbano, drenagem pluvial e controle de vetores; uso do solo metropolitano; aproveitamento dos recursos hídricos; produção e distribuição de gás canalizado; cartografia e informações básicas; preservação e proteção do meio ambiente e combate à poluição; habitação; planejamento integrado do desenvolvimento socioeconômico; outras definidas em lei complementar. A mudança do modelo existente a partir da Lei Complementar 14 para o da Constituição Estadual de 1989 significou passar da super-representação do Estado (com domínio sobre toda a gestão) para sub-representação do Estado (com desinteresse em participar, pagando a conta). O resultado foi o afastamento do Estado de Minas Gerais da questão metropolitana. Os municípios vizinhos ocasionalmente celebram convênios para tratar de problemas comuns. Contudo, a criação de convênios ou consórcios intermunicipais, ainda que política e socialmente legítimos, tem base jurídico-institucional muito precária. Na Câmara do Grande ABC (associação de 7 dos 39 municípios da RMSP), por exemplo, as deliberações devem ser submetidas às Câmaras de Vereadores dos municípios. Municípios não limítrofes não podem celebrá-los. 45. Dar continuidade ao municipalismo extremado acarreta sérias dificuldades para solução de problemas comuns. O municipalismo não deve implicar na conclusão simplista de que democratização é descentralização, nem que eficiência resulte só em descentralização. 41 A temática metropolitana praticamente passou em branco na Constituinte e é mencionada apenas de passagem no Estatuto das Cidades. O Estatuto, salienta-se, exige de todos os municípios metropolitanos, isoladamente, seu plano diretor, e nada impede que sejam confeccionados sem considerar o plano dos municípios vizinhos. Esta lacuna precisa ser revista. Está em tramitação no Congresso um projeto de lei, o Estatuto da Metrópole, que trata do tema e poderá vir a receber as modificações que forem consideradas necessárias. Apesar do paradigma de “municipalismo a todo custo” que norteia a Constituição Federal de 1988, não é possível solucionar alguns dos problemas intermunicipais sem cooperação. O municipalismo gerou uma verdadeira indústria de municípios, a maior parte deles incapaz de pagar seus funcionários e sem arrecadação própria. As cidades dormitório se mobilizam pouco na solução dos problemas. 46. O tema metropolitano está voltando à agenda política. Nos últimos anos, o Estado de Minas Gerais demonstrou maior disposição para tratar da questão metropolitana, tendo inclusive criado instâncias formais para lidar com o tema. A Assembléia Legislativa realizou no final de 2003 o Seminário Legislativo Regiões Metropolitanas, com palestrantes apresentando o estado da arte em várias regiões do país. A Câmara Federal realizou no início de 2004 o seminário internacional O Desafio da Gestão das Regiões Metropolitanas em Países Federativos. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Ministério das Cidades irão priorizar as áreas metropolitanas em suas ações. Entretanto, o tema gestão das RM’s continua com baixa prioridade em todas as esferas de governo. 47. O desafio é construir um modelo. O desafio da gestão metropolitana é construir, política e socialmente, uma ordem jurídico-institucional que dê uma expressão adequada à ordem urbano-territorial metropolitana. Não há hoje possibilidade constitucional de suprimir municípios, criar um único município, realizar plebiscito, criar um novo nível administrativo (entre o municipal e o estadual), legislativo metropolitano eleito diretamente. Apesar da distorção no pacto federativo, a única possibilidade vigente de alterá-lo é por meio de PEC (Proposta de Emenda à Constituição). 42 48. As RM’s são temidas ou hostilizadas por tenderem a se constituir em mini-estados ou super-municípios. Há muita restrição à idéia de região metropolitana. Há conflitos de titularidade entre interesses locais e metropolitanos, metropolitanos e estaduais, como também de interesses intermunicipais e intramunicipais. (Quem é o titular do interesse metropolitano, o Estado, os municípios, a União? Qual o lugar da sociedade? Qual o processo legislativo?). 49. A desigualdade dificulta a gestão. A GBH (e a RMBH) abriga grandes desigualdades de toda ordem, seja de população, de investimentos, de equipamentos, de oferta de serviços, de arrecadação, indicadores sociais e econômicos. Tal situação de carência de recursos infelizmente amplificou os conflitos, incrementou as desigualdades e não propiciou o surgimento de soluções compartilhadas. 50. Um dos fatores que mais acentuam o desequilíbrio é a guerra fiscal. As relações entre as administrações municipais metropolitanas são de competição, não de cooperação. É uma incoerência. O setor de serviços, em especial os financeiros, de Belo Horizonte nutre da pujança industrial de Betim; os serviços sofisticados que migraram de Belo Horizonte para Nova Lima atendem também à população da sede deste município e os recém migrados para a região dos condomínios ao longo do eixo Sul. A relação é de interdependência. 51. Há grande dificuldade de ação conjunta entre os municípios e o Estado. A soma das ações individuais dos municípios não ocasiona resultados positivos para o conjunto e a questão metropolitana não se esgota na soma de ações locais. 52. Não existe instância metropolitana. de planejamento supramunicipal ou Relegar a questão metropolitana ao segundo plano da administração pública gerou problemas de falta de coordenação, de duplicidade, de lacunas, de falta de eficiência administrativa, falta de capacidade de atrair investimentos externos e perda de prestígio institucional. A inexistência da solução para a questão metropolitana impediu a eficiência econômica, inviabilizou a racionalidade administrativa, promoveu a injustiça social e provocou o desequilíbrio ambiental. Há um alento com a perspectiva metropolitano pela SEDRU/MG. de elaboração do plano diretor 43 VI - ANÁLISE DAFO Para levar a efeito este processo de reflexão sobre as condicionantes do futuro da cidade, os participantes das Comissões Técnicas foram redistribuídos em 5 grupos de trabalho para identificar os fatores internos (pontos fortes e pontos fracos) e externos (ameaças e oportunidades), obtendo uma síntese da situação atual e da posição da Grande Belo Horizonte. As Deficiências (pontos fracos), Ameaças, pontos Fortes e Oportunidades elencados foram: Deficiências (Pontos Fracos) • Ausência de comunitárias • Desigualdade social • Baixa renda • Falta de planejamento urbano e gestão integrados • Baixa qualidade de mão-de-obra • Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) • Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)53 • Ausência de política para aproveitamento das potencialidades locais • Insuficiência dos investimentos na área social • “Guerra fiscal” • Segurança • “Cidade Fechada” sinergia entre entidades públicas, privadas e A Equipe Técnica avalia que os investimentos na infra-estrutura de transportes, evidentemente, não se limitam exclusivamente ao metrô e aos aeroportos. A transposição ferroviária e os projetos do PPAG para a malha rodoviária estadual, a estrutura viária de um modo geral, inlcuindo a ligação entre os municípios da GBH são exemplos disto. 53 44 Ameaças • Deterioração de infra-estrutura e da qualidade de vida • Crescimento do desemprego • Aumento da insegurança • Degradação ambiental • Aumento da exclusão social • Evasão e/ou não instalação de indústrias em decorrência da “guerra fiscal” • Perda de competitividade Pontos Fortes • Localização estratégica face à rede urbana brasileira • Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) • Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) • Patrimônio e produção cultural • Base industrial estruturada • Mercado consumidor expressivo • Setor terciário moderno • Qualidade de vida • Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) • Clima ameno / paisagem 45 Oportunidades • Utilização do potencial turístico, cultural e gastronômico • Criação de complexo industrial de micro-eletrônica • Consolidação de núcleo de medicina de qualidade • Implementação de planejamento para a região (PEGBH, plano diretor metropolitano) • Criação e fortalecimento de pólos de produção produtivos especialmente com alto valor agregado • Ampliação do interesse de investidores estrangeiros54 • Requalificação / reabilitação do Aeroporto de Confins • Implantação do Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais e arranjos A Equipe Técnica considera que o enunciado desta oportunidade, limitada aos investimentos estrangeiros, poderia estar voltada também para investimentos nacionais ou do estado de Minas Gerais, responsáveis pelos principais investimentos no país. Observe-se ainda que 70% das poupanças mineiras estão basicamente aplicadas em títulos públicos, servindo assim ao financiamento do Governo Federal. Como este foi o enunciado no trabalho das CTs, para avaliações posteriores deverão ser consideradas todas as alternativas. 54 46 Objetivando uma análise comparativa, conforme o modelo abaixo, foi solicitado aos participantes que respondessem um questionário classificando cada fator em “muito importante”, “importante”, “pouco importante” ou “irrelevante” para a concretização das Oportunidades ou neutralização das Ameaças. Análise externa Pontos Fortes Pontos Fracos Análise interna Oportunidades Ameaças 1- Oportunidades 2- Ameaças aproveitáveis pelos neutralizadas pelos pontos fortes pontos fortes 3- Oportunidades que poderão ser aproveitadas caso sejam superados os pontos fracos 4- Ameaças que não podem ser neutralizadas enquanto não forem superados os pontos fracos Tabulados os resultados, elaboramos a tabela a seguir, onde são explicitados os pontos fortes e fracos e suas influências / impactos sobre as oportunidades e ameaças identificadas pelos grupos de trabalho. 47 Na leitura vertical das colunas, observam-se os pontos fortes e fracos que podem influenciar no aproveitamento de cada Oportunidade e na neutralização ou redução de cada Ameaça. Os quadros sombreados indicam que aquele item foi assinalado por, no mínimo, 80% dos participantes como sendo “muito importante” ou “importante”. Considerando que foram identificados 10 (dez) pontos fortes e 12 (doze) pontos fracos, foi feita uma ponderação na proporção de doze para dez, para se estabelecer um parâmetro de comparação. A. OPORTUNIDADES A seguir, a relação de cada Oportunidade e os Pontos Fortes e Fracos selecionados, bem como a porcentagem de indicações obtidas para cada item. Os Pontos Fortes indicados são os que levam ao aproveitamento das mesmas e os Pontos Fracos são os que devem ser superados para que elas se realizem. 1. Oportunidade: Utilização do potencial turístico, cultural e gastronômico. Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes Qualidade de vida % 100 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, 100 telefone) Localização estratégica face a rede urbana brasileira 95 Patrimônio e produção cultural 91 Setor terciário moderno 86 48 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos % Falta de investimentos em infra-estruturas de 100 sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)55 Segurança 100 Ausência de política potencialidades locais para aproveitamento das 100 Falta de planejamento urbano e gestão integrados 100 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e 100 de um plano metropolitano de transporte) Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades públicas, 91 Baixa qualidade da mão-de-obra 91 Desigualdade social 91 Baixa renda 91 2. Oportunidade: Criação de complexo industrial de micro-eletrônica Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes Base industrial estruturada % 100 Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 95 Localização estratégica face a rede urbana brasileira 95 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) 95 Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) 86 55 Ver Nota de Rodapé 53 49 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos % Ausência de sinergia entre entidades públicas, privadas e comunitárias 100 “Guerra fiscal” 100 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 100 Baixa qualidade de mão-de-obra 91 Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)56 91 Falta de planejamento urbano e gestão integrados 86 3. Oportunidade: Consolidação de núcleo de medicina de qualidade Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes % Localização estratégica face a rede urbana brasileira 100 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) 100 Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 95 Qualidade de vida 86 Setor terciário moderno 86 56 Ver Nota Rodapé 53 50 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias % entidades públicas, 95 Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)57 91 Falta de planejamento urbano e gestão integrados 82 Baixa qualidade de mão-de-obra 82 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 82 4. Oportunidade: Implementação de planejamento para a região (PEGBH e plano diretor metropolitano) Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes Serviços públicos telefone) de boa qualidade % (luz, água, 86 Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) 82 Qualidade de vida 57 82 Ver Nota de Rodapé 53 51 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades % públicas, 100 Falta de planejamento urbano e gestão integrados Ausência de política potencialidades locais para aproveitamento 100 das 86 Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)58 82 5. Oportunidade: Criação e fortalecimento de pólos de produção e arranjos produtivos especialmente com alto valor agregado Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes Setor terciário moderno % 100 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) 100 Localização estratégica face a rede urbana brasileira 95 Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 95 Base industrial estruturada 95 Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) 91 Mercado consumidor expressivo 58 86 Ver Nota de Rodapé 53 52 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos % Baixa qualidade de mão-de-obra Ausência de política potencialidades locais para Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias 100 aproveitamento das 100 entidades públicas, Falta de planejamento urbano e gestão integrados 95 95 Falta de investimentos em infra-estruturas de 95 sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)59 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 91 “Guerra fiscal” 82 6. Oportunidade: Ampliação do interesse de investidores estrangeiros60 Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes % Localização estratégica face a rede urbana brasileira 100 Base industrial estruturada 100 Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 100 Setor terciário moderno 100 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) 100 Qualidade de vida 59 100 Ver Nota de Rodapé 53 Conforme apontado na Nota de Rodapé 54, a Equipe Técnica considera que os investimentos não estão limitados ao capital estrangeiro, e também deve oferecer atrativos para investimentos nacionais ou estaduais, os principais responsáveis pelos investimentos no país. 60 53 Mercado consumidor expressivo 95 Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) 91 Patrimônio e produção cultural 82 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos % Baixa qualidade de mão-de-obra 100 Falta de investimentos em infra-estruturas de 100 sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)61 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 100 Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades públicas, 95 Segurança 95 Falta de planejamento urbano e gestão integrados 91 “Guerra fiscal” 86 7. Oportunidade: Requalificação / reabilitação do Aeroporto de Confins Pontos fortes que propiciam o aproveitamento desta Oportunidade: Pontos Fortes % Localização estratégica face a rede urbana brasileira 100 Setor terciário moderno 95 Mercado consumidor expressivo 91 Base industrial estruturada 86 61 Ver Nota de Rodapé 53 54 Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos % Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)62 95 Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades públicas, 91 Falta de planejamento urbano e gestão integrados 86 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 86 Ausência de política potencialidades locais para aproveitamento das 86 8. Oportunidade: Implantação do Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais Nenhum dos Pontos Fortes foi indicado, por no mínimo 80% dos participantes, como “Muito importante” ou “Importante” para que se aproveite a Oportunidade de Criação do Centro Administrativo do Estado. Pontos fracos que devem ser superados para que a Oportunidade seja aproveitada: Pontos Fracos Falta de planejamento urbano e gestão integrados % 86 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 86 Falta de investimentos em infra-estruturas de 86 sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)63 62 Ver Nota de Rodapé 53 63 Ver Nota de Rodapé 53 55 B. AMEAÇAS Em seqüência, a relação das Ameaças e os Pontos Fortes e Fracos selecionados, bem como a porcentagem de indicações como “muito importante” ou “importante” que receberam dos participantes. Os Pontos Fortes indicados são os que podem neutralizar as respectivas Ameaças e os Pontos Fracos são os que devem ser superados para que a Ameaça não se realize. 1. Ameaça: Deterioração de infra-estrutura e da qualidade de vida. Pontos fortes que podem neutralizar esta Ameaça: Pontos Fortes % Qualidade de vida 100 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, 100 telefone) Localização estratégica face a rede urbana brasileira 95 Patrimônio e produção cultural 91 Setor terciário moderno 86 Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos % Falta de planejamento urbano e gestão integrados Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades 100 públicas, 100 Desigualdade social 100 Segurança 100 Baixa renda 100 56 Insuficiência dos investimentos na área social 100 Falta de investimentos em infra-estruturas de 100 sistema viário e transportes (metrô e aeroportos)64 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e 100 de um plano metropolitano de transporte) 2. Ameaça: Crescimento do desemprego Pontos fortes que podem neutralizar esta Ameaça: Pontos Fortes % Base industrial estruturada 100 Mercado consumidor expressivo 95 Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 91 Setor terciário moderno 86 Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos Ausência de política potencialidades locais para % aproveitamento das 100 Baixa qualidade de mão-de-obra Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias 95 entidades públicas, 95 Desigualdade social 95 Insuficiência dos investimentos na área social 91 “Guerra fiscal” 91 Baixa renda 82 64 Ver nota de Rodapé 53 57 3. Ameaça: Aumento da Insegurança Nenhum dos Pontos fortes foi indicado, por no mínimo 80% dos participantes, como “Muito importante” ou “Importante” para neutralizar o Aumento da Insegurança. Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos % Segurança 100 Desigualdade social 100 Insuficiência dos investimentos na área social 100 Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias 100 entidades públicas, Baixa renda 95 Falta de planejamento urbano e gestão integrados 91 4. Ameaça: Degradação ambiental Ponto forte que pode neutralizar esta Ameaça: Pontos Fortes % Qualidade de vida 86 Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos % Falta de planejamento urbano e gestão integrados 100 Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias 95 entidades públicas, Desigualdade social 86 Insuficiência dos investimentos na área social 82 58 5. Ameaça: Aumento da Exclusão Social Pontos fortes que podem neutralizar esta Ameaça: Pontos Fortes % Base industrial estruturada 91 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) 91 Mercado consumidor expressivo 86 Setor terciário moderno 82 Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos % Desigualdade social 100 Baixa renda 100 Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades públicas, 95 Insuficiência dos investimentos na área social 95 Baixa qualidade de mão-de-obra 95 Ausência de política potencialidades locais para aproveitamento Falta de planejamento urbano e gestão integrados das 91 86 59 6. Ameaça: Evasão e/ou não instalação de empresas em função da “guerra fiscal” Pontos fortes que podem neutralizar esta Ameaça: Pontos Fortes % Base industrial estruturada 95 Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) 91 Mercado consumidor expressivo 86 Setor terciário moderno 86 Serviços públicos telefone) de boa qualidade (luz, água, 86 Localização estratégica face a rede urbana brasileira 86 Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 82 Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos % “Guerra fiscal” 95 Ausência de sinergia entre privadas e comunitárias entidades públicas, 95 Falta de planejamento urbano e gestão integrados Ausência de política potencialidades locais para aproveitamento 86 das 82 60 7. Ameaça: Perda de competitividade Pontos fortes que podem neutralizar esta Ameaça: Pontos Fortes % Qualificação profissional em determinadas áreas (medicina, ciência da computação, micro-eletrônica, design) 100 Setor terciário moderno 100 Localização estratégica face a rede urbana brasileira 95 Mercado consumidor expressivo 95 Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone) 95 Base industrial estruturada 91 Porte da cidade (que não provoca deseconomia de escala) 82 Patrimônio e produção cultural 82 Pontos fracos que devem ser superados para que a Ameaça não se concretize: Pontos Fracos % Falta de planejamento urbano e gestão integrados 100 Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema 100 viário e transportes (metrô e aeroportos)65 Ausência de sinergia entre entidades públicas, privadas e comunitárias 100 Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e falta de um plano metropolitano de transporte) 100 Ausência de política potencialidades locais para aproveitamento das 100 Baixa qualidade de mão-de-obra 95 “Guerra fiscal” 95 65 Ver de Rodapé 53 61 Insuficiência dos investimentos na área social 95 Desigualdade social 86 62 C. CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS DA ANÁLISE DAFO Oportunidades aproveitáveis pelos pontos fortes Op3 Op5 FT FC 5 4 Ameaças neutralizadas pelos pontos fortes Op6 Am6 FT FC FT FC FT FC 7 6 9 6 7 3 Oportunidades que poderão ser aproveitadas quando superados os pontos fracos Ameaças que não serão neutralizadas enquanto não forem superados os pontos fracos Am7 Op2 Op4 FT FC 5 5 Op7 FT FC FT FC 3 3 4 4 Am2 Op1 Op8 FT FC FT FC 5 8 0 3 FT FC 8 8 Am5 Am4 FT FC FT FC FT FC 4 6 4 6 1 3 Am3 Am1 FT FC FT FC 3 7 0 5 FT: Pontos Fortes – FC: Pontos Fracos 63 Seguindo a metodologia adotada, cabe-nos distribuir as Oportunidades e Ameaças em 4 (quatro) grupos, a saber: Oportunidades aproveitáveis pelos pontos fortes: - Consolidação de núcleo de medicina de qualidade (Op.3); - Criação e fortalecimento de pólos de produção e arranjos produtivos locais (Op.5); - Ampliação do interesse de investidores estrangeiros (Op.6)66. Ameaças neutralizadas pelos pontos fortes: - Evasão e/ou não instalação de indústrias em decorrência da “guerra fiscal” (Am. 6). Oportunidades que poderão superados os pontos fracos: ser aproveitadas quando - Criação de complexo industrial de micro-eletrônica (Op.2); - Implementação de planejamento para a região (PEGBH e Plano diretor metropolitano) (Op.4); - Requalificação / reabilitação do Aeroporto de Confins (Op.7); - Utilização do potencial turístico, cultural e gastronômico (Op.1); - Implantação do Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais (Op.8). Ameaças que não serão neutralizadas enquanto não forem superados os pontos fracos: 66 - Perda de competitividade (Am. 7); - Crescimento do desemprego (Am. 2); - Aumento da exclusão social (Am. 5); Ver Nota de Rodapé 54. 64 - Degradação ambiental (Am. 4); - Deterioração de infra-estrutura e da qualidade de vida (Am. 1); - Aumento da insegurança (Am. 3). D. CONCLUSÃO Um derradeiro comentário nos permite a análise horizontal da tabela apresentada anteriormente: alguns Pontos Fortes, assim como alguns Pontos Fracos, foram citados com muito maior freqüência como fatores influentes sobre as Oportunidades e Ameaças. Quanto às Oportunidades são eles: Pontos fortes mais freqüentes para a realização das Oportunidades: - Localização estratégica face a rede urbana brasileira; - Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone); - Setor terciário moderno. Pontos fracos mais freqüentes que devem ser superados para que as Oportunidades se realizem: 67 - Falta de planejamento urbano e gestão integrados; - Falta de investimentos em infra-estruturas de sistema viário e transportes (metrô e aeroportos); 67 - Ausência de comunitárias; - Transporte intermunicipal deficiente (falta de metrô e de um plano metropolitano de transporte). sinergia entre entidades públicas, privadas e Ver Nota de Rodapé 53 65 Quanto às Ameaças são eles: Pontos fortes mais freqüentes para a neutralização das Ameaças: - Serviços públicos de boa qualidade (luz, água, telefone); - Setor terciário moderno; - Base industrial estruturada; - Mercado consumidor expressivo. Pontos fracos mais freqüentes que devem ser superados para que as Ameaças não se concretizem: - Ausência de comunitárias; sinergia entre entidades públicas, - Desigualdade social; - Falta de planejamento urbano e gestão integrados; - Insuficiência de investimentos na área social. privadas e Observa-se que alguns Pontos Fortes citados são de suma importância tanto para que as Oportunidades sejam aproveitadas, quanto para a neutralização das Ameaças: é o caso dos serviços públicos de boa qualidade e a presença do setor terciário moderno. Em contrapartida, alguns dos Pontos Fracos também são recorrentes, como é o caso da ausência de sinergia entre entidades públicas, privadas e comunitárias, e a falta de planejamento urbano e gestão integrados. Constata-se uma falta de diálogo e integração entre os diversos setores da sociedade e setores público e privado, o que gera duplicidade de esforços e pulveriza resultados. 66 VII – PROJETOS, PROPOSTAS E IMPLEMENTAÇÃO A. PROJETOS E PROPOSTAS SELECIONADOS RELACIONADOS À CONCLUSÃO 1 – “A ausência de uma instância metropolitana, não necessariamente governamental, de planejamento e gestão é o principal fator responsável pela fragmentação da estrutura urbana da GBH” • Definição de formato de gestão metropolitana • Elaborar planta estratégica da GBH - hierarquia de projetos / intervenções A Equipe do Instituto Horizontes selecionou, além desses: • Plano diretor metropolitano. Justificativa: O Governo do Estado está considerando elaborar o plano diretor metropolitano conforme a metodologia já utilizada pelo Governo do Estado de Pernambuco, com consultoria técnica do IPEA, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, do Governo Federal, no formato de planejamento estratégico. A denominação dada ao plano diretor metropolitano é Plano de Estratégias de Desenvolvimento e Gestão da RMBH. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 2 – “A principal centralidade da GBH – o Hipercentro de Belo Horizonte – está em crise.” • Programa de reciclagem de edifícios antigos e setores centrais da cidade para novos usos / incentivos à habitação nas áreas centrais • Projeto Centro Vivo – PBH A Equipe do Instituto selecionou, além desses: • Criação da Metroplan - agência de transporte metropolitano. • Novas linhas do metrô. (ver detalhes a seguir, nos projetos relacionados à conclusão 3) • Estações do BHBus (Alípio de Melo, Salgado Filho, Pampulha; estações de transferência - Saudade, Céu Azul e outras / operação integral das já implantadas / terminais de integração Norte e Sul (estação Vilarinho). 67 Justificativa: A solução para o sistema de transporte metropolitano implicará, segundo especialistas, em redução da função passagem no Hipercentro. Essa solução deve ser integrada e articular o metrô, as linhas locais, regionais e metropolitanas, processo que será viabilizado com a criação da Metroplan. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 3 – “Além dos problemas estruturais, outro complicador é a desarticulação e a falta de integração entre diversos subsistemas de transporte coletivo em operação na GBH”. • Novas linhas para metrô ramal - Calafate-Barreiro (10km, 6 estações); projeto básico de engenharia das Linhas 2 (Calafate-Hospitais) e 3 (Pampulha- Savassi); conclusão da linha 1 - São Gabriel - Venda Nova • Reestruturação da Plataforma Logística e de Transportes da RMBH (do PPAG) (8 ações. São elas: duplicação da av. Antônio Carlos, alça de Betim da BR-381, anel rodoviário metropolitano, alça ferroviária sul, aeroporto da Pampulha, MG-010 e MG-424, travessia ferroviária, metrô. ) A Equipe do Instituto Horizontes selecionou, além desses: • Criação da Metroplan - agência de transporte metropolitano. Justificativa: (ver acima os projetos relacionados à conclusão 2). RELACIONADOS À CONCLUSÃO 4 – “O sistema viário regional exige intervenções imediatas para recuperação de um nível aceitável de serviços.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Contorno Norte (novo anel rodoviário). • Finalização e aumento da capacidade do Anel Rodoviário. Justificativa: O Governo do Estado incluiu no PPAG dois projetos estruturadores que contemplam em parte o sistema viário metropolitano: o projeto 2 (Corredores radiais de integração e desenvolvimento) e o projeto 30 (Reestruturação da plataforma logística e de transportes da região metropolitana de Belo Horizonte). O Contorno Norte está incorporado ao projeto 30 do PPAG, sob a alcunha de Anel Rodoviário Metropolitano. Não há nenhum ineditismo em criticar as condições de tráfego nas rodovias mineiras. Entretanto, a capital do estado, por sua condição central e de nó viário de ligação entre várias regiões mineiras, carece há anos de investimentos significativos neste setor. O Anel Rodoviário, até hoje inacabado, é decisivo para articulação viária no município de Belo Horizonte. O Contorno Novo proporcionará a expansão territorial com 68 planejamento e ocupação controlada de uma porção ainda desocupada da GBH e permitirá uma melhor articulação entre os municípios da porção norte da região. Favorece também a ligação do eixo industrial Betim-Contagem com o aeroporto de Confins. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 5 – “Intervenções no sistema viário não devem acontecer independentes da adequação do modelo vigente do sistema de transporte urbano.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Criação da Metroplan - agência de transporte metropolitano. • Estações do BHBus. Justificativa: (ver acima os projetos relacionados à conclusão 2). RELACIONADOS À CONCLUSÃO 6 – “Além do Centro Metropolitano (Hipercentro) e das sedes dos municípios, estão se consolidando novas e importantes centralidades, conformando nova hierarquia urbana.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Consolidar o Barreiro como pólo de desenvolvimento no contexto metropolitano - modernização / capacitação do setor terciário, oferta de ensino universitário e saúde especializada / acessos. • Término das obras na Via Expressa. • Acesso sul a Belo Horizonte. Justificativa: A consolidação de uma nova hierarquia entre as centralidades da GBH é um fato de suma importância nas decisões estratégicas. Novos centros criam uma nova rede urbana e estabelece novos vínculos, dependências, oportunidades e ofertas de serviços. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 7 – “Tendência à urbanização das Regiões Metropolitanas leva à expansão das periferias”. • Projeto de urbanização na região do ribeirão do Isidoro, em Belo Horizonte, única grande área disponível no município para urbanização e ocupação residencial expansiva. • Estimular Programa Habitacional Habitar-Brasil-BID. 69 RELACIONADOS À CONCLUSÃO 8 – “Saúde é considerada fator gerador de exclusão social. A desigualdade no acesso à saúde está relacionada com a falta de informação, problemas de logística e condições financeiras da população” • Saúde em Casa (do PPAG) ("Ampliar a oferta e a qualidade de serviços de atenção básica" do programa saúde da família".) • Regionalização da Assistência à Saúde (do PPAG) (9 ações relativas objetivo "Adequar a oferta de serviço à demanda de saúde população, por região assistencial". Destacam-se Câmara compensação do Programação Pactuada Intergestores - PPI, rede urgência, fortalecimento dos hospitais do SUS.) ao da de de A Equipe do Instituto Horizontes selecionou, além desses: • Implementação do PPI – Programação Pactuada Intergestores Justificativa: Conforme já exposto na conclusão 33, a PPI pretende adequar o atendimento ao financiamento, de forma concertada entre os municípios. Sua implantação frearia a busca de serviços básicos em cidades com rede de maior complexidade, uma vez que a atenção básica se organizaria dentro de um sistema integrado, com participação de todos os municípios da RMBH.68 RELACIONADOS À CONCLUSÃO 9 – “Universalização do ensino fundamental não reflete em melhoria do acesso aos demais níveis de ensino.” • Investimento conjunto em escolas profissionais contemplando a tradição de cada município. • Programas estaduais e municipais de qualificação de professores e melhoria da qualidade do ensino público. • Elaboração de um plano regional de educação. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 10 – “Concentração de renda vem se agravando nos últimos anos em todas as Regiões Metropolitanas.” • Arranjos Produtivos Locais (do PPAG) (13 ações. Destacam-se setor moveleiro, criação de rede de design, desoneração fiscal do setor eletroeletrônico, implantação de incubadoras e parques tecnológicos, Centro Nacional de Referência em Software Embarcado.) • Arranjos produtivos da GBH - jóias, moda e design (Sistema de distribuição / linhas de financiamento / capacitação técnica e Fonte: Exposição Sra. Iveta Malaquias (Diretora do Centro de Planejamento em Saúde / SESAUDE de Minas Gerais). 68 70 gerencial / política industrial / adequação tributária / Bolsa de Pedras Preciosas / pólo de design / "colocar Belo Horizonte como segundo centro lançador de moda no Brasil" / legislação sobre feiras.) A Equipe do Instituto Horizontes selecionou, além desses: • "Feira Setorial da Moda" - Evento de impacto nacional, articulando atrativos turísticos e calendário. Justificativa: Este projeto é originário do painel sobre moda realizado pelo Instituto Horizontes em 2002, sendo, pois, um projeto prioritário para o setor. Sua implementação já vem sendo viabilizada nos últimos anos, através de parceria entre entidades de classe e iniciativa privada. Este projeto passa a ser prioritário visto que na metodologia dos arranjos produtivos é fundamental a realização de eventos que tenham como objetivo a divulgação dos produtos, e, conseqüentemente, sua inserção no mercado. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 11 – “Índices de violência são crescentes na RMBH.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Redução da Criminalidade Violenta (do PPAG): 16 ações relativas ao objetivo "Reduzir a criminalidade violenta" Destacam-se penitenciárias, presídios, gestão de sistema de defesa social, centros sócio-educativos, Fica Vivo - controle de homicídios, carreira de agente educativo, formação de servidores. Justificativa: O aumento da criminalidade torna evidente a necessidade de se estabelecerem ações conjuntas entre os diversos municípios da GBH (incluindo a participação da iniciativa privada) e o Governo do Estado de Minas Gerais. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 12 – “IDH e ICV confirmam as piores situações no âmbito da GBH.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Saúde em Casa (do PPAG) • Regionalização da Assistência à Saúde (do PPAG) • Implementação do PPI – Programação Pactuada Intergestores • Investimento conjunto em escolas profissionais contemplando a tradição de cada município. • Programas estaduais e municipais de qualificação de professores e melhoria da qualidade do ensino público. 71 • Elaboração de um plano regional de educação. • Arranjos Produtivos Locais (do PPAG). • Arranjos produtivos da GBH. Justificativa: Tais projetos foram indicados, considerando que os índices IDH e ICV foram comprometidos em virtude de fatores como educação e renda, que apresentam diferenças significativas nos municípios da GBH. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 13 – “Cultura é fator indutor do desenvolvimento econômico e gerador de emprego e renda.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Tornar a GBH entreposto da diversidade cultural mineira, o Portal de Minas, tanto do ponto de vista do patrimônio material quanto imaterial. • Reforçar o papel cultural de Belo Horizonte no vértice do triângulo formado por Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Justificativa: A escolha destes projetos baseia-se no interesse de transformar a cultura em fator de desenvolvimento econômico da GBH, ressaltando o papel da capital de estado como centro de diversidade e pluralidade cultural. O patrimônio cultural mineiro é reconhecido no País e no exterior, mas ainda não é uma fonte de renda e de consumo para os habitantes da metrópole. A multiplicidade de alternativas deste setor69 implica em duas circunstâncias: permite incorporar as mais diversas correntes de produção cultural da GBH mas por outro lado pode acarretar em dispersão dos esforços. Ainda assim, a equipe técnica considera que a cultura e a indústria cultural possuem extraordinário potencial de promover o desenvolvimento econômico e devem ser priorizadas. A cultura deve deixar de ser apenas prioridade nos discursos e se tornar também prioridade nos recursos. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 14 – “A articulação entre os diversos atores sociais e econômicos, públicos e privados, é o fator chave do desenvolvimento econômico, social, empresarial e territorial da GBH. Arranjos produtivos locais em ramos com forte vantagem competitiva são um caminho natural visando consolidar e incrementar a base produtiva da GBH.” • Arranjos Produtivos Locais (do PPAG) (13 ações). Além dos consagrados nomes no campo da música, dança, teatro, vídeo e artes plásticas, há um laborioso e contínuo esforço em diversos outros segmentos, como circo, festas populares, artesanato, culinária, cinema, etc. 69 72 • Centro de referência internacional em transplantes. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 15 – “A GBH tem potencial para atrair ramos modernos da atividade econômica, tais como os arranjos produtivos da moda (design, jóias, calçados e confecção) e os do setor terciário moderno.” • Arranjos produtivos da GBH - jóias, moda e design. • Parque tecnológico de Belo Horizonte, BH Tec, a ser instalado em terrenos da UFMG. RELACIONADOS À CONCLUSÃO 16 – “A infra-estrutura de transportes e comunicação, a mão-de-obra qualificada, instituições de pesquisa e ensino, além de expressivo mercado consumidor são as principais vantagens comparativas da GBH”. • Requalificação / reabilitação do aeroporto de Confins (Plataforma Logística de Comércio Exterior (do PPAG) / terminal de carga / transelevador / reorganização do transporte aéreo na GBH / aeroporto industrial / duplicação e iluminação da MG-10 / Integração com a estação Vilarinho do metrô.) • Reestruturação da Plataforma Logística e de Transportes da RMBH (do PPAG - 8 ações). A Equipe do Instituto Horizontes selecionou, além desses: • Adequação do aeroporto da Pampulha - ligação ao metrô / ampliação do terminal de passageiros / edifício garagem. • Transposição ferroviária de Belo Horizonte. Justificativa: A competitividade da GBH ficará seriamente comprometida com a transferência para o Aeroporto Internacional de Confins dos vôos destinados ao Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Além disto, obras que contemplem todos os modais de transporte favorecerão o papel nodal da GBH. A transposição ferroviária da GBH é reconhecidamente um gargalo no sistema nacional e sua solução contempla interesses interestaduais, por favorecer o escoamento da produção do centro-oeste. Considera-se ainda a perspectiva positiva da transposição liberar áreas úteis para projetos viários e ambientais, o que deverá ser objeto de intensas negociações das autoridades municipais e estaduais com a Companhia Vale do Rio Doce e a Ferrovia Centro Atlântica. 73 RELACIONADOS À CONCLUSÃO 18 – “Belo Horizonte – Betim - Contagem constituem o eixo estruturador da economia da GBH.” A Equipe do Instituto Horizontes selecionou: • Criação de distrito industrial em Ribeirão das Neves. • Distrito industrial em Santa Luzia. • Duplicação das ligações viárias - BH-Sabará / BH-Santa Luzia. • Rodovia Alça – Leste (ligação Ibirité – Betim) • Extensão do metrô da estação Vilarinho até Ribeirão das Neves. • Ampliação do Distrito Industrial de Ibirité. Justificativa: Considerando a existência do eixo BBC (Belo Horizonte – Betim – Contagem), como estruturador da economia da GBH, a equipe técnica selecionou os projetos mencionados acima como forma de proporcionar o crescimento da economia de outros municípios, almejando a diminuição das desigualdades entre esses municípios e possibilitando assim o surgimento de um novo eixo de desenvolvimento para a região. PROJETO RELACIONADO À CONCLUSÃO 21 – “Não há modelo para a gestão. A metrópole exige que ele seja criado e seja implementado. Sua implementação não deve ser imposta, mas surgir do envolvimento e comprometimento de todos os agentes públicos e privados”. • Criação de um fórum de discussão de modelo de gestão representativa, envolvendo o institucional, o público e o privado, tratando de forma especial às articulações setoriais ou bilaterais. A Equipe do Instituto Horizontes selecionou, além desses: • Plano diretor metropolitano. Justificativa: (ver acima os projetos relacionados à conclusão 1). 74 B. RELAÇÃO CUSTO / BENEFÍCIO DOS PROJETOS SELECIONADOS Para obter uma primeira idéia da relação custo / benefício dos 39 projetos selecionados como prioritários, sendo 19 pelas Comissões Temáticas (três foram relacionados a mais de uma conclusão) e 20 pela Equipe Técnica do Instituto Horizontes, confrontamos cada um deles à matriz experimental abaixo, procurando distribuí-los nos campos A, B, C e D conforme seus atributos e condições. Essa análise foi feita unicamente pela Equipe Técnica e considerou as informações disponíveis no seu acervo. Acreditamos que, mesmo não sendo uma análise tecnicamente sofisticada, sirva para dar início ao processo de hierarquização dos projetos quanto a sua exeqüibilidade e as suas vantagens. BENEFÍCIOS CRESCENTES - Menos benefícios - Mais benefícios - Resposta mais demorada - Retorno mais rápido CUSTOS DECRESCENTES - Benefícios menos tangíveis - Benefícios tangíveis - Básico - Não básico - Mais difícil - Maior custo final - Desembolso imediato A B C D - Programa a iniciar - Mais fácil - Uso de custos fixos existentes - Desembolso progressivo - Programa já iniciado 75 ⎯ BENEFÍCIOS CRESCENTES ⎯⎯ + CUSTOS DECRESCENTES⎯ Projeto de urbanização na região do Isidoro, em Belo Horizonte + - Programa de reciclagem de edifícios antigos Novas linhas para metrô Novas estações do BHBus Reestruturação da Plataforma Logística e de Transportes da RMBH (PPAG) Contorno Norte (novo anel rodoviário) Finalização do Anel Rodoviário Término das obras na Via Expressa Regionalização da Assistência à Saúde (PPAG) Arranjos Produtivos Locais (PPAG) Redução da Criminalidade Violenta (PPAG) Centro de referência internacional em transplantes; Parque tecnológico de Belo Horizonte, BH Tec,em terrenos da UFMG; Requalificação / reabilitação do aeroporto de Confins - Plataforma Logística de Comércio Exterior (PPAG) Adequação do aeroporto da Pampulha Transposição ferroviária de Belo Horizonte Duplicação das ligações viárias - BH-Sabará / BH-Santa Luzia Rodovia Alça – Leste (ligação Ibirité - Betim) Extensão do metrô até Ribeirão das Neves Elaborar planta Definição do formato de gestão metropolitana estratégica da GBH Plano diretor metropolitano Barreiro, pólo de Projeto Centro Vivo desenvolvimento no Criação da Metroplan contexto metropolitano Acesso sul a Belo Horizonte (Portal Sul) Plano regional de Programa Habitacional Habitar – Brasil – BID educação; Saúde em Casa (PPAG) GBH, entreposto da Implementação do PPI diversidade cultural Investimento em escolas profissionais mineira, o Portal de Programas de qualificação de professores e Minas; melhoria da qualidade do ensino público Criação de um fórum de Arranjos produtivos da GBH discussão de modelo de "Feira Setorial da Moda" gestão representativa Belo Horizonte como vértice do triângulo cultural RJ, SP e BH. DI em Ribeirão das Neves DI em Santa Luzia Ampliação do DI de Ibirité 76 No Campo D estão os projetos na condição mais favorável: baixos custos e altos benefícios: • Definição do formato de gestão metropolitana; • Plano diretor metropolitano, ou Plano Desenvolvimento e Gestão da RMBH; • Projeto Centro Vivo – Prefeitura de Belo Horizonte; • Criação da Metroplan - agência de transporte metropolitano; • Acesso sul a Belo Horizonte (Portal Sul); • Estimular Programa Habitacional Habitar – Brasil – BID; • Saúde em Casa (do PPAG) ("Ampliar a oferta e a qualidade de serviços de atenção básica" do programa saúde da família".); • Implementação do PPI – Programação Pactuada Intergestores; • Investimento conjunto em escolas profissionais contemplando a tradição de cada município; • Programas estaduais e municipais de qualificação de professores e melhoria da qualidade do ensino público; • Arranjos produtivos da GBH - jóias, moda e design (Sistema de distribuição / linhas de financiamento / capacitação técnica e gerencial / política industrial / adequação tributária / Bolsa de Pedras Preciosas / pólo de design / "colocar Belo Horizonte como segundo centro lançador de moda no Brasil" / legislação sobre feiras.); • "Feira Setorial da Moda" - Evento de impacto nacional, articulando atrativos turísticos e calendário; • Reforçar o papel cultural de Belo Horizonte no vértice do triângulo formado por Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. • Criação de distrito industrial em Ribeirão das Neves; • Criação de distrito industrial em Santa Luzia; e • Ampliação do distrito industrial de Ibirité de Estratégias de No Campo B os projetos que embora proporcionem grandes benefícios são os de maiores custos: • Programa de reciclagem de edifícios antigos e setores centrais da cidade para novos usos / incentivo para habitação nas áreas centrais; • Novas linhas para metrô ramal - Calafate-Barreiro (10km, 6 estações); projeto básico de engenharia das Linhas 2 (Calafate77 Hospitais) e 3 (Pampulha- Savassi); conclusão da linha 1 - São Gabriel - Venda Nova; • Novas estações do BHBus (Alípio de Melo, Salgado Filho, Pampulha; estações de transferência - Saudade, Céu Azul e outras / operação integral das já implantadas / terminais de integração Norte e Sul (estação Vilarinho)). • Reestruturação da Plataforma Logística e de Transportes da RMBH (do PPAG) (8 ações. São elas: duplicação da av. Antônio Carlos, alça de Betim da BR-381, anel rodoviário metropolitano, alça ferroviária sul, aeroporto da Pampulha, MG-010 e MG-424, travessia ferroviária, metrô. ); • Contorno Norte (novo anel rodoviário); • Finalização e aumento da capacidade do Anel Rodoviário; • Término das obras na Via Expressa; • Regionalização da Assistência à Saúde (do PPAG) (9 ações relativas ao objetivo "Adequar a oferta de serviço à demanda de saúde da população, por região assistencial". Destacam-se Câmara de compensação do PPI, rede de urgência, fortalecimento dos hospitais do SUS.); • Arranjos Produtivos Locais (do PPAG) (13 ações. Destacam-se setor moveleiro, criação de rede de design, desoneração fiscal do setor eletroeletrônico, implantação de incubadoras e parques tecnológicos, Centro Nacional de Referência em Software Embarcado.); • Redução da Criminalidade Violenta (do PPAG): 16 ações relativas ao objetivo "Reduzir a criminalidade violenta" Destacam-se penitenciárias, presídios, gestão de sistema de defesa social, centros sócio-educativos, Fica Vivo - controle de homicídios, carreira de agente educativo, formação de servidores; • Centro de referência internacional em transplantes; • Parque tecnológico de Belo Horizonte, BH Tec, a ser instalado em terrenos da UFMG; • Requalificação / reabilitação do aeroporto de Confins (Plataforma Logística de Comércio Exterior (do PPAG) / terminal de carga / transelevador / reorganização do transporte aéreo na GBH / aeroporto industrial / duplicação e iluminação da MG-10 / Integração com a estação Vilarinho do metrô.); • Adequação do aeroporto da Pampulha - ligação ao metrô / ampliação / edifício garagem. • Transposição ferroviária de Belo Horizonte 78 • Duplicação das ligações viárias - BH-Sabará / BH-Santa Luzia; • Rodovia Alça – Leste (ligação Ibirité - Betim); e • Extensão do metrô da estação Vilarinho até Ribeirão das Neves No Campo C, os projetos que, embora proporcionem menos benefícios, são de fácil realização: • Elaborar planta estratégica da GBH - hierarquia de projetos / intervenções; • Consolidar o Barreiro como pólo de desenvolvimento no contexto metropolitano - modernização / capacitação do setor terciário, oferta de ensino universitário e saúde especializada / acessos; • Elaboração de um plano regional de educação; • Tornar a GBH entreposto da diversidade cultural mineira, o Portal de Minas, tanto do ponto de vista do patrimônio material quanto imaterial; e • Criação de um fórum de discussão de modelo de gestão representativa, envolvendo o institucional, o público e o privado, tratando de forma especial às articulações setoriais ou bilaterais. E, finalmente, no Campo A, um único projeto, “Projeto de urbanização na região do Isidoro, em Belo Horizonte”, considerado de alto custo e pequenos benefícios. 79 C. DEMAIS PROJETOS E PROPOSTAS PARA A GBH 1 Criação da agência de desenvolvimento de Betim 2 Implantação pólo moveleiro em Contagem 3 Empresa Mineira Competitiva (do PPAG) 3 ações relativas ao objetivo "Aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas mineiras" 4 Corredor Cultural Praça da Liberdade - Casa do Conde (do PPAG) 11 ações relativas ao objetivo "Dinamizar a vida cultural e econômica na RMBH". Destacam-se Casa do Conde, equipamentos culturais na Praça da Liberdade, Escola de Audiovisual, Artesanato Mineiro, MARCO-Museu de Arte Contemporânea. 5 Centro Cultural Banco do Brasil, ainda sem local definido. 6 Melhoria e Ampliação do Ensino Fundamental (do PPAG) 6 ações relativas ao objetivo "Ampliar a duração do ensino fundamental para 9 anos de escolaridade". Destacam-se escolas em rede, escolas referência do ensino fundamental, Escola Viva. 7 Universalização e Melhoria do Ensino Médio (do PPAG) 10 ações. Destacam-se apoio à atividade docente, escolas em rede, escolas referência do ensino fundamental, Escola Viva, preparação para o trabalho, padrões de funcionamento. 8 Centro administrativo do Governo de Minas Gerais 4 ações, todas destacáveis: adequação da infra-estrutura, reformas do BEMGE e Credireal na Praça 7, projeto e construção do Centro Administrativo. 9 Centros de convenções – 1. Jardim Canadá, 2. av. dos Andradas, 3. Libertas 10 Parque de eventos em Santa Luzia 11 Criação do Inovaparq - Parque Tecnológico de Betim 12 Finalização do ExpoMinas 13 Novo terminal rodoviário na av. Teresa Cristina 14 Área de lazer de escala metropolitana em Macaúbas, em Santa Luzia 15 Criação de centralidade/shopping em Santa Luzia 16 Novo centro municipal em Santa Luzia 80 17 Precon Park (indústrias de alta tecnologia e/ou universidade) 18 Projeto Jardim Canadá, em Nova Lima 19 Melhoria da gestão integrada e Implantação da Fase III do PNMA II monitoramento das águas - 20 PROPAM - Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha 21 Oferta de gás natural (do PPAG) "Ampliar os serviços de distribuição de gás canalizado, visando ao desenvolvimento econômico e social do Estado". Destacam-se a indústria metalúrgica, siderúrgica, mineração, química (no Vale do Aço). 22 Corredores Radiais de Integração e Desenvolvimento (do PPAG) 6 ações relativas ao objetivo "Reduzir custos de transportes e aumentar a segurança do tráfego em corredores rodoviários convergentes para a RMBH" Destacam-se BR-040, BR-262, BR381 e MG-050 23 Estrada de ligação da FIAT à rodovia Renato Azeredo e Via do Minério (na Via Expressa) 24 Implantação da Via 50 (Via Expressa-BR-040) 25 Estrada de ligação da FIAT a Bandeirinhas 26 Estrada de ligação viaduto Petrobrás à estação Bernardo Monteiro (na Via Expressa) 27 Interligação MG – 040 / Via do Minério 28 Túnel de transposição da serra do Curral 29 Complementação do VIURBES Ligação entre A Vespúcio e B. Vasconcelos; via 710; interseção entre C. Machado e S. Brandão e Jacuí; MG-20; A.Vaz. Melo e N Cerqueira, interseção entre Sarandi e H M Miranda, interseção entre Contorno e viaduto Oeste, via 220 e via 540. 30 Continuação da av. Pedro II 31 Rodovia Capitão Eduardo (ligação BR381) 32 Formulação de roteiros turísticos centrados na GBH 33 Recuperação de ramais ferroviários - uso turístico em fins de semana; passageiros durante a semana 34 Ligação metroviária entre Nova Lima - Sabará - BH - mina de Águas Claras 81 35 Extensão do metrô do Eldorado até bairro Dom Bosco em Betim 36 Parcelamento das áreas pertencentes à Mineração Anglogold 37 Plano de ocupação da área da mina de Águas Claras - parcelamento das áreas pertencentes à Mineração MBR 38 Projeto Granja Werneck, em Belo Horizonte (portugueses) 39 Reurbanizar e humanizar as favelas, dando aos moradores uma infraestrutura com equipamentos sociais e esportivos 40 Ligação av. Pedro II - via 240/220 (Venda Nova) 41 Centro de Treinamento Olímpico Regional em Belo Horizonte (CTOR) 42 Centro Cultural SESI (ex cine Palladium) 43 Inserção da GBH no Circuito da Estrada Real 82 D. RELAÇÃO CUSTO / BENEFÍCIO DOS DEMAIS PROJETOS Confrontados com a matriz experimental anteriormente apresentada, estes demais projetos e propostas poderão ser distribuídos nos campos A, B, C e D segundo seus atributos e condições. ⎯ BENEFÍCIOS CRESCENTES ⎯⎯ CUSTOS DECRESCENTES⎯ Ligação metroviária Nova Lima Sabará - BH Estrada de ligação viaduto Petrobrás à estação Bernardo Monteiro Implantação da Via 50 Projeto Granja Werneck Interligação MG – 040 / Via do Minério Rodovia Capitão Eduardo + + Complementação do VIURBES Centro administrativo do Governo de Minas Gerais Continuação da av. Pedro II Corredores Radiais de Integração e Desenvolvimento (PPAG) Estrada de ligação da FIAT à rod. Renato Azeredo Estrada de ligação da FIAT a Bandeirinhas Extensão do metrô até Betim Implantação da Fase III do PNMA II Melhoria e Ampliação do Ensino Fundamental (PPAG) Novo terminal rodoviário de BH Oferta de gás natural (PPAG) PROPAM - Programa da Bacia da Pampulha Reurbanizar e humanizar as favelas Ligação av. Pedro II - via 240/220 Túnel de transposição da serra do Curral Universalização e Melhoria do Ensino Médio (PPAG) 83 - Shopping em Santa Luzia Roteiros turísticos na GBH Novo centro municipal em Santa Luzia Parque de eventos em Santa Luzia Área de lazer de escala metropolitana em Macaúbas Recuperação de ramais ferroviários Corredor Cultural Praça da Liberdade - Casa do Conde (PPAG) Centro Cultural Banco do Brasil Centro Cultural SESI Centro de Treinamento Olímpico Centros de convenções (1. Jd.Canadá, 2. av. Andradas, 3.Libertas) Agência de desenvolvimento de Betim Inovaparq - Parque Tecnológico de Betim Empresa Mineira Competitiva (PPAG) Finalização do ExpoMinas Pólo moveleiro em Contagem Inserção da GBH no Circuito da Estrada Real Parcelamento das áreas pertencentes à Mineração Anglogold Parcelamento das áreas pertencentes à Mineração MBR Precon Park Projeto Jardim Canadá Mais uma vez, salientamos que essa análise foi feita unicamente pela Equipe Técnica do Instituto Horizontes levando em conta apenas as informações disponíveis. No Campo D estão os projetos na condição mais favorável: baixos custos e altos benefícios: • Centro Cultural Banco do Brasil, ainda sem local definido; • Centro Cultural SESI (ex cine Palladium); • Centro de Treinamento Olímpico Regional em Belo Horizonte (CTOR); • Centros de convenções – 1. Jardim Canadá, 2. av. dos Andradas, 3. Libertas; • Criação da agência de desenvolvimento de Betim; • Criação do Inovaparq - Parque Tecnológico de Betim; • Empresa Mineira Competitiva (do PPAG) 3 ações relativas ao objetivo "Aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas mineiras"; • Finalização do ExpoMinas; • Implantação pólo moveleiro em Contagem; • Inserção da GBH no Circuito da Estrada Real (este projeto consta do PPAG) 84 • Parcelamento das áreas pertencentes à Mineração Anglogold; • Plano de ocupação da área da mina de Águas Claras - parcelamento das áreas pertencentes à Mineração MBR; • Precon Park (indústrias de alta tecnologia e/ou universidade); e • Projeto Jardim Canadá, em Nova Lima. No Campo B os projetos que embora proporcionem grandes benefícios são os de maiores custos: • Complementação do VIURBES (ligação entre av. Américo Vespúcio e av. Bernardo Vasconcelos; via 710; interseção entre av. Cristiano Machado e av. Silviano Brandão e r. Jacuí; MG-20; av. Afonso Vaz de Melo e r. Nélio Cerqueira, interseção entre av. Sarandi e av. Heráclito Mourão de Miranda, interseção entre av. do Contorno e viaduto Oeste, via 220 e via 540.); • Centro administrativo do Governo de Minas Gerais 4 ações, todas destacáveis: adequação da infra-estrutura, reformas do BEMGE e Credireal na Praça 7, projeto e construção do Centro Administrativo. • Continuação da av. Pedro II; • Corredores Radiais de Integração e Desenvolvimento (do PPAG) 6 ações relativas ao objetivo "Reduzir custos de transportes e aumentar a segurança do tráfego em corredores rodoviários convergentes para a RMBH" Destacam-se BR-040, BR-262, BR-381 e MG-050; • Estrada de ligação da FIAT à rodovia Renato Azeredo e Via do Minério (na Via Expressa) • Estrada de ligação da FIAT a Bandeirinhas • Extensão do metrô do Eldorado até bairro Dom Bosco em Betim; • Melhoria da gestão integrada e monitoramento Implantação da Fase III do PNMA II; • Melhoria e Ampliação do Ensino Fundamental (do PPAG) 6 ações relativas ao objetivo "Ampliar a duração do ensino fundamental para 9 anos de escolaridade". Destacam-se escolas em rede, escolas referência do ensino fundamental, Escola Viva; • Novo terminal rodoviário na av. Teresa Cristina; • Oferta de gás natural (do PPAG) "Ampliar os serviços de distribuição de gás canalizado, visando ao desenvolvimento econômico e social do Estado". Destacam-se a indústria metalúrgica, siderúrgica, mineração, química (no Vale do Aço); das águas - 85 • PROPAM - Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha; • Ligação av. Pedro II - via 240/220 (Venda Nova); • Reurbanizar e humanizar as favelas, dando aos moradores uma infra-estrutura com equipamentos sociais e esportivos; • Túnel de transposição da serra do Curral; e • Universalização e Melhoria do Ensino Médio (do PPAG) 10 ações. Destacam-se apoio à atividade docente, escolas em rede, escolas referência do ensino fundamental, Escola Viva, preparação para o trabalho, padrões de funcionamento. No Campo C, os projetos que, embora proporcionem menos benefícios, são de fácil realização: • Criação de centralidade/shopping em Santa Luzia, na área do novo centro municipal; • Formulação de roteiros turísticos centrados na GBH; • Novo centro municipal em Santa Luzia; • Parque de eventos em Santa Luzia; • Área de lazer de escala metropolitana em Macaúbas, em Santa Luzia; • Recuperação de ramais ferroviários - uso turístico em fins de semana; passageiros durante a semana; e • Corredor Cultural Praça da Liberdade - Casa do Conde (do PPAG) 11 ações relativas ao objetivo "Dinamizar a vida cultural e econômica na RMBH". Destacam-se Casa do Conde, equipamentos culturais na Praça da Liberdade, Escola de Audiovisual, Artesanato Mineiro, MARCO-Museu de Arte Contemporânea. E, por fim, no Campo A, aqueles projetos considerados de alto custo e pequenos benefícios. • Ligação metroviária entre Nova Lima - Sabará - BH - mina de Águas Claras • Estrada de ligação viaduto Petrobrás à estação Bernardo Monteiro (na Via Expressa) • Implantação da Via 50 (Via Expressa-BR-040) • Projeto Granja Werneck, em Belo Horizonte (PORT) 86 • Interligação MG – 040 / Via do Minério • Rodovia Capitão Eduardo (ligação BR381) 87 E. IMPLEMENTAÇÃO Complementando a questão que se refere à gestão da GBH (conclusão 21), é de fundamental importância destacar a grande atenção a ser dada à implementação. Haverão dificuldades políticas, falta de recursos, falta de compreensão. Um trabalho árduo, paciente e persistente será necessário. Mas não se subestime o poder da vontade das gentes quando há compreensão do estado de necessidade. E este é o caso atual das gentes que vivem, amam e labutam na GBH, que perde poder de competição com o Brasil e com o mundo, e agora, mais urgente do que o seu crescimento, é a luta para manter o que já tem, e isto passa obrigatoriamente pela união de esforços principalmente ao se tratar de bens comuns. Para a implementação das propostas manda a metodologia do Plano Estratégico que se estabeleça uma relação dos agentes que serão responsáveis pelos projetos, classificados, por exemplo, em governo (no âmbito federal, estadual e prefeituras municipais), e setor privado (entidades, empresas, ONGs e OSCIPs, organizações informais e mesmo pessoas físicas). Uma agenda temporal dos trabalhos também é necessária, cabendo priorizar não só o que for mais importante, mas também dentro da lista de projetos, o que for mais fácil de fazer, e ainda o que for base para ações posteriores. Estamos, ao final de 2004, no meio dos mandatos de Presidente da República e do Governador de Minas Gerais, e iniciam-se os novos mandatos de quatro anos para os Prefeitos Municipais. É a hora oportuna para o início da implantação. Será possível – e é importante que assim ocorra – que em 2005 já sejam implementados os projetos mais fáceis, muitos dos quais no quadrante D da análise Custo-Benefício, e que também se iniciem projetos, orçamentos e previsão de verbas nos orçamentos públicos para projetos que requeiram maiores dispêndios e maiores prazos, nos quadrantes A e C. E em 2005 já poderão haver grandes resultados no uso das Oportunidades e na remoção das Ameaças levantadas na análise DAFO. Ao final do mandato dos novos prefeitos terá havido tempo, se houver a vontade e a garra, para estar terminada a maior parte dos projetos propostos. Há a fazer algumas ações simples que não requerem recursos novos, a organização existente poderá cuidar deles dentro dos custos fixos atuais. Outros projetos demandam maiores recursos novos, e dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal será possível encontrar soluções com parcerias, concessões, privatizações, etc., e sempre lembrando-se que austeridade no preparo do orçamento público da União, dos Estados e Municípios e racionalização de gastos e redução de desperdícios liberarão notáveis recursos para investimentos. 88 Em síntese, melhores serão as perspectivas de implementação do Plano, quanto menores forem os naturais conflitos entre as diversas ações individualizadas, por mais bem intencionadas que sejam. As disputas por autoria, as reafirmações de autoridade e as priorizações por critérios setoriais, conjunturais ou locais deverão ceder lugar para uma visão global e a prevalência do interesse coletivo. 89 VIII – RELAÇÃO DE PARTICIPANTES NA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO Comissões Técnicas Coordenadores Álvaro Pio Júnior – Instituto Horizontes Luciana Braga Ferreira e Sousa – Instituto Horizontes Marcelo de Souza R. Machado – Instituto Horizontes Situação e Desempenho da Economia Demografia e Indicadores Sociais Gestão da GBH Rodrigo Ferreira Andrade – Instituto Organização Físico-Territorial Horizontes – Supervisão Técnica Participantes Alexandre Santiago de Oliveira Centro de Educação Tecnológica do Comércio Ana Maria Vidigal Ribeiro Centro de Ecologia Integral Ana Paula Bastos CDL - BH - Câmara de Dirigentes Lojistas Anderson Rocha CDL - BH - Câmara de Dirigentes Lojistas André Elesbão CasaBlanca Comunicação e Marketing Antônio Eustáquio Barbosa ACMINAS Antônio Mafra PIC – Pampulha Iate Clube Antônio Mitraud Sociedade Civil Carlos Augusto de Almeida Dias Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Carlos Eduardo Sales Alves Engenheiro consultor Carlos Eloy Guimarães Jr IBAM – MG Carlos Moreira de Teixeira Instituto Horizontes Carolina Moura Mudado Silva CIEMG / CICI Cássia Vieira de Melo Instituto Pauline Reichstul Cássio Almeida Empresário Cefas Alves Meira Norte Um Comunicação Empresarial Celina A. Perdigão BHTRANS Cláudia Grossi de Faria UFMG Cláudia Simões Santos Mov. Estudantil População.- E. E. Conselheiro Afonso Pena 90 Clênio Alberto Argôlo Lopes Psicólogo Social Cornélia de Souza Pimenta Movimento Popular pela Moradia - Central Metropolitana dos Sem Casa Cristina Calixto S. de Souza IEL - Instituto Euvaldo Lodi Cristina Petersen Cypriano Sociedade Civil Délcio Antônio Duarte Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Dênis Kleber Instituto Horizontes Edmar Damasceno Fonseca Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Elisa Marangon Federação dos Trabalhadores das Ind. Metalúrgicas de MG Fábio João Pinheiro Fundação Israel Pinheiro Félix Ricardo G Moutinho Completa Engenharia Fernando Furtado de Paula Instituto Horizontes Flávia Sá Sebrae Frederico Pecorelli GEPEDE - Grupo de Estudos e Pesq. em Direito Educacional Gilvaldo Vasconcellos Costa BHTRANS Hamilton Ferreira ACMINAS Homero Caldeira Viana di Paula Prefeitura Municipal de Contagem Inácio Paulo Fernandes Lagoa Santa José Maria Gross Figueiro Hospital Felício Rocho Júnia Maria de São Luiz Horta Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Lélio Nogueira do Carmo Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Lenita Noman Sec. Municipal dos Direitos da Cidadania de Belo Horizonte Leonardo Augusto Ferreira CDL - BH – Câmara de Dirigentes Lojistas Leonardo Queiroz Lyrio Sec. de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais Lessandro Lessa IBAM – MG Lucas Couto Casablanca Manoel dos Santos Leite Sociedade Civil Manoel S.Costa Belotur Marco Antônio de Castro Andrade Gutierrez Marcos Rennó Campos A 3 Arquitetura Marcos Villela de Sant'Anna Instituto Horizontes Maria Almeida Nascimento Central Metropolitana dos Sem Casa Maria Izabel Vieira Prefeitura Municipal de Contagem Maria Stela de Barros Guimarães Prefeitura Municipal de Contagem Maria Valeska D.Drummond FJP - Fundação João Pinheiro 91 Marx Fernandes dos Santos Caixa Econômica Federal Mary Dutra Ass. de Movimento e Apoio ao Parque Ursulina Andrade Melo Nelson Boechat Cunha Senai MG Nilza Dorothea da Cunha ACMINAS Odilon Petres Sociedade Civil Patrícia Faria CoMoVer - Inst. de Pesquisa, Informação e Projetos Sociais Paulo Queiroga Universidade Estácio de Sá Paulo R. Petrocchi Ribas da Costa BDMG Paulo Roberto Cançado Amorim Instituto Horizontes Paulo Vinícius C. Pereira Secretaria Executiva PBQP-HMG Paulo Zuquim F. Neves Anglogold Pedro Aparecido da Silva ACIC - Contagem Ricardo Lott BHTRANS Soraya A. Santos de Oliveira Maia GEPEDE - Aprenderensinar Com. e Assessoria Educacional Teodomiro Diniz Camargos FIEMG Teodoro Alves Lamounier Consultor Túlio Sérgio Gambogi Costa TSGC Montagens Valeska Drummond FJP - Fundação João Pinheiro Vera Lucia Santos Ribeiro Sociedade Civil Walter Garcez Mares Júnior Caixa Econômica Federal Walter Marinho de Oliveira ACMINAS William Ramos Abdalla Instituto Horizontes Zenilton K. Patrocínio MP Engenharia 92 ANEXO I 93 ANEXO II Lista dos palestrantes nos painéis realizados pelo Plano Estratégico da Grande Belo Horizonte 1. A Estrutura Urbana e Projetos para os Sistemas de Transporte na GBH Afonso Fraga de Souza, Transbetim Elzo Nassaralla, ENECON Hildan de Godoy, DER-MG Jussara Bellavinha, BHTrans Maria Madalena Franco Garcia, Demetrô Osias Baptista, BETA Engenharia e Arquitetura Zenilton do Patrocínio, MP Engenharia, Planejamento e Administração 2. A Estrutura Urbana da GBH e a Questão das Centralidades Alfredo Marques Diniz, Cinco/Contagem Antônio Carlos Ramos Pereira, Prefeitura de Belo Horizonte Cel. Musso José Veloso, PMMG Celina Marques Oliveira, Prefeitura de Belo Horizonte Deusdedite Aguiar, Prefeitura de Santa Luzia Jorge Fernando Vilela, Instituto Horizontes Juliana Simões Campos, Prefeitura de Belo Horizonte Lincoln Pereira do Nascimento, Associação de Condôminos do Hipercentro Lúcio Soares, Prefeitura de Lagoa Santa Maria Beatriz Rodrigues, CDL Mário Lúcio Moreira, Prefeitura de Ibirité 3. Perspectivas da Biotecnologia na GBH e em Minas Gerais Valéria Júdice, Biominas 4. Os Complexos Ambientais da GBH como Fatores de Diferenciação e Competitividade Allaoua Saad, UFMG Maria de Fátima Coelho, Secretaria Estadual do Meio Ambiente Paulo Maciel Jr., Prefeitura de Belo Horizonte 5. O Complexo Automotivo da GBH Abílio dos Santos, Câmara Internacional do Comércio Roberto Vedovato, Fiat do Brasil 6. O Turismo na Grande BH José Francisco de Salles Lopes, Belotur Roberto Luciano Fortes Fagundes, ACMinas 7. Formação da Metrópole Benício de Assis Araújo, Secretaria Estadual de Planejamento José Moreira de Souza, FJP 8. O Ensino de Nível Superior na GBH e suas Instituições Cláudio de Moura Castro, Faculdade Pitágoras 94 Jacques Schwartzman, UFMG 9. A Indústria da Moda na GBH Adair Marques, AJOMIG Ana Teresa Lana Figueiredo, Instituto Euvaldo Lodi Gilson Geraldo Xavier de Oliveira, Sindicalçados René Wakil Jr., Sindivest 10. Acesso aos serviços Básicos de Saúde e Educação Antônio Roberto Lambertucci, Prefeitura de Belo Horizonte Edith Novaes da Matta Machado, FJP Glaura Vasques de Miranda, Secretaria de Estado da Educação Iveta Malaquias, Secretaria de Estado da Saúde José Maria Borges, Secretaria de Estado da Saúde Maria Pilar Lacerda e Silva, Prefeitura de Belo Horizonte 11. Cultura na Grande Belo Horizonte Flávio Lemos Carsalade, IEPHA José Maria Cançado, PUC Nicea Raies Moreira Souza, FJP 12. A Mineração na GBH: Economia e Meio Ambiente Fernando Lage de Melo, BDMG João Alberto Pratini de Moraes, PUC Michel Abras, MBR Roberto Negrão de Lima, Anglogold-Mineração Ouro Velho 13. Gestão Pública e Participativa na GBH Edésio Fernandes, University College of London Sérgio Azevedo, UEMG Virgínia Rennó dos Mares Guia William Penido Vale, WSPV Consultoria 14. Desenvolvimento Urbano e a Gestão Intermunicipal Márcio Heluey Molinari, Prefeitura de Juiz de Fora Maria Inês Terbeck, Paranácidades 15. Rede Urbana do Brasil Aurílio Sérgio Costa Caiado, Fundação SEAD Cláudio Antônio Engler, UFRJ Diana Meirelles Motta, IPEA Sarah Maria Monteiro dos Santos, Fundação SEAD 95 ANEXO III Proposta de Emenda à Constituição nº41/2003 Substitutivo nº 1 Altera os arts. 42 a 50 da Constituição do Estado. A Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais aprova: Art. 1º - Os arts. 42 a 50 da Constituição do Estado passam a vigorar com a seguinte redação: "Art.42 - O Estado poderá instituir, mediante lei complementar, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar o planejamento, a organização e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 43 - Considera-se função pública de interesse comum a atividade ou o serviço cuja realização por parte de um município, isoladamente, seja inviável ou cause impacto nos outros municípios integrantes da região metropolitana. § 1º - A execução das funções públicas de interesse comum será unificada. § 2º - As especificações das funções públicas de interesse comum das Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões serão definidas na lei complementar que as instituir. Art. 44 - A instituição de região metropolitana se fará com base nos conceitos estabelecidos nesta Constituição e na avaliação, na forma de parecer técnico, do conjunto dos seguintes dados ou fatores, entre outros, objetivamente apurados: I - população e crescimento demográfico, com projeção qüinqüenal; II - grau de conurbação e movimentos pendulares da população; III - atividade econômica e perspectivas de desenvolvimento; IV - fatores de polarização; V - deficiência dos serviços públicos, em um ou mais municípios, com implicação no desenvolvimento da região. § 1º - Lei complementar estabelecerá os procedimentos para a elaboração e análise do parecer técnico a que se refere o "caput" deste artigo,indispensável para a apresentação do projeto de lei complementar de instituição de região metropolitana. § 2º - A inclusão de novo município nas regiões metropolitanas já instituídas deverá se basear em estudo técnico prévio orientado pelos critérios estabelecidos neste artigo. Art. 45 - Considera-se região metropolitana o conjunto de municípios limítrofes que apresentam a ocorrência ou a tendência de continuidade do tecido urbano e de complementaridade de funções urbanas, que tenha como núcleo a capital do Estado ou 96 metrópole regional e que exija planejamento integrado e gestão conjunta permanente por parte dos entes públicos nela atuantes. Art. 46 - Haverá em cada região metropolitana: I- uma Assembléia Metropolitana; II- um Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano; III- uma Agência de Desenvolvimento, com caráter técnico e executivo; IV - um Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado; V - um Fundo de Desenvolvimento Metropolitano. § 1º - A Assembléia Metropolitana constitui o colegiado decisório superior de representação do Estado e dos municípios na região metropolitana, competindo-lhe: I - definir as macrodiretrizes do planejamento global da região metropolitana; II - vetar, por deliberação de pelo menos dois terços de seus membros, resolução emitida pelo Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano. § 2º - Fica assegurada, para fins de deliberação, representação paritária entre o Estado e os municípios da região metropolitana na Assembléia Metropolitana, nos termos de lei complementar. § 3º - O Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano é o Órgão colegiado de deliberação da região metropolitana, competindo-lhe: I - deliberar sobre o planejamento e a execução das funções públicas de interesse comum; II - elaborar a programação normativa da implantação e da execução das funções públicas de interesse comum; III - provocar a elaboração e aprovar o Plano Desenvolvimento Integrado da região metropolitana; Diretor de IV - aprovar as regras de compatibilização entre o planejamento da Região metropolitana e as políticas setoriais adotadas pelo poder público para a região; V - deliberar Metropolitano. sobre a gestão do Fundo de Desenvolvimento § 4º - Fica assegurada a participação de representantes do Estado, dos municípios da região metropolitana e da sociedade civil organizada no Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano. Art. 47 - Fica instituído o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, destinado a financiar os planos e projetos da região metropolitana, em consonância com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado. Art. 48 - Considera-se aglomeração urbana o agrupamento de municípios limítrofes que apresentam tendência à complementaridade das funções urbanas que exija planejamento integrado e recomende ação coordenada dos entes públicos. Parágrafo único - A instituição de aglomeração urbana obedecerá, no que couber, ao disposto no art. 44. Art. 49 - Considera-se microrregião o agrupamento de municípios limítrofes resultante de elementos comuns físico-territoriais e socioeconômicos que exija 97 planejamento integrado com vistas a criar condições adequadas para o desenvolvimento e integração regional. Art. 50 - O Estado compatibilizará a organização administrativa regional de seus órgãos da administração direta e indireta às regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões.". Art. 2º - Esta emenda à Constituição entra em vigor na data de sua publicação. 98 CRÉDITOS TÉCNICOS O presente trabalho foi desenvolvido pela Equipe Técnica do Instituto Horizontes, segundo a metodologia oferecida pela consultoria externa, ambas contratadas especialmente para a elaboração do Plano Estratégico da Grande Belo Horizonte. EQUIPE TÉCNICA Álvaro Pio Júnior Luciana Braga Ferreira e Sousa Marcelo de Souza Rodrigues Machado Paulo Roberto Cançado Amorim Rodrigo Ferreira Andrade – Supervisão Técnica MEMBROS DO CONSELHO DELIBERATIVO E DA DIRETORIA João Camilo Penna Marcos Villela de Sant’Anna CONSULTORIA EXTERNA ESTRATEGIAS DE CALIDAD URBANA – Barcelona - Espanha Josep Maria Pascual Esteve APOIO ADMINISTRATIVO Jaqueline Aparecida de Almeida Maria Emília de Barros Guimarães 99