CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho www.sociologialemos.pro.br “Ali onde os historiadores tentam se defrontar com um período para o qual existem testemunhas oculares vivas, dois conceitos de história bem diferentes se chocam ou, no melhor dos casos, completam-se mutuamente; a acadêmica e a existencial, o arquivo e a memória pessoal. Pois todo mundo é historiador de sua própria vida passada consciente, na medida em que elabora uma versão pessoal dela: um historiador nada confiável, sob a maioria dos pontos de vista, como bem sabem todos os que se aventuraram pela “história oral”. Mas um historiador cuja contribuição é essencial” (Eric Hobsbawn, A era dos impérios)_ “Por ser mero protagonista secundário do momento histórico, tornei-me mais testemunha do que ator, e, se ator,, irrelevante, o que me deu condição de ver como observador menor. Justamente aquele que tem menos compromisso com as técnicas de mascaramento e de maquilação da narrativa. Aquele que, por ser menos, acaba compreendendo mais porque compreende na perspectiva da margem, que é mais abrangente” (José de Sousa Martins, A Sociologia como aventura) EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica ou filosófica.Através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns episódios do período militar.Os filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica acerca destes episódios. Filmes selecionados : O dia que durou 21 anos, Pra Frente Brasil, O que é isso companheiro, Batismo de Sangue. Em Nome da Segurança Nacional, Repare Bem. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – - Oferecer um momento de reflexão sobre a ditadura militar - Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura narrativa dos filmes - Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e situações-chaves CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO A visão crítica deste período da nossa historia é fundamental para a formação da cidadania, pré-requisito do profissional de nível superior que vai atuar na sociedade brasileira. A exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência crítica. . METODOLOGIA Exibição e análise de filmes que discutam o período da Ditadura Militar. Exposição dialogada sobre os acontecimentos do período, tendo como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP A DITADURA MILITAR NO BRASIL 1964 - 1985 ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro O governo Jango (1961-1964) A noite do Golpe I 1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM Castelo Branco(1964-1967) Costa e Silva (1967-1969 II ETAPAS DA DITADURA MILITAR 1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO OS ANOS DE CHUMBO Médici 1969/1074 III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE A ABERTURA Geisel (1974-1978) IV 1979- 1985 -ABERTURA E TRANSIÇÃO Figueiredo (1979-1985) ANTECEDENTES Guerra Fria Guerra do Vietnam (1955/1975) Revolução Cubana (1959) Mundo Renuncia de Janio Quadros (1961) Jango Goulart (1961-1964) Brasil DECADA DE 60 Debate entre dois projetos políticos que começou no governo Getulio Projeto NacionalDesenvolvimentista Projeto Desenvolvimentista Projeto NacionalDesenvolvimentista Desenvolvimento autônomo e soberano do país Papel do Estado Projeto Desenvolvimentista Modernização conservadora Alinhamento aos interesses norte-americanos repressão a participação popular. Projeto NacionalDesenvolvimentista 80% dos consumidores 50% 17,91% 30% 27,92% 15% 26,66% 5% 27,69% salarios sindicatos Para isso : lei Distribuição de Renda População Mercadoria de bens não duraveis Pequenas propriedades greves - eleições alimentos - partidos Projeto Desenvolvimentista Brasilia Modernização do país Industria automobilistica 20% dos consumidores 2ªabertura dos portos Mercado exterior Latifundio exportação mecanização JK Ideologia do automovel Estradas de rodagem Para isso Dinheiro do Estado 20% dos consumidores Emissão Empréstimo externo Inflação Aumento da dívida Aumentar o salario da classe media Achatar o salario dos 80% Imobilizar politicamente os 80% Projetos Aliados ideologicos da 1ºprojeto 80% Luta pela sobrevivência Sindicatos Trabalhadores Movimentos Sociais Aliados ideológicos da 2º projeto Classe media e alta(20%) Luta pela ordem e segurança Forças Armadas(ESG) Anti-comunismo Povo : inimigo interno Golpe de 31 de março de 1964 13 de março 19 de março comício pelas reformas ou Comício da Central, organizado pela CGT Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada pela União Cívica Feminina, IPES e com as bênçãos da Igreja Católica vitória do segundo projeto 30 de março : discurso de Jango no Automóvel Clube do Rio “Não admitirei o golpe das reacionários” 31 de março: tropas do General Olimpio Mourão Filho( 4ª região militar- MG) movimentam-se para o Rio “O exercito dormiu janguista. O exercito acordou revolucionário” (Elio Gaspari) 1964/1969 -- PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM AI -1 – suspende a constituição de 1946, organizações de base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros acadêmicos AI-2 – após eleições dos governadores, cassa JK (candidato a presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo (Arena e MDB) Reação estudantil lutas com criatividade (encontros da UNE) subversão, clandestinidade. Festivais de música (tratado político) O MILAGRE ECONÔMICO 1969/1973 OS ANOS DE CHUMBO 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO Industria 1970: Renda 50% = 14,91 30% = 22,85 15% = 27,38 05% = 34,86 Mercadoria Consumidor (20%) CDC Bancos Shoppings Supermercados 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO Período de intenso crescimento econômico e de grande endividamento. O PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, Grande concentração de renda, com redução dos salários reais acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política 1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO 1968 Mundo Rebelião da juventude – Paris, Alemanha, México Movimento Hippie Poder Negro Marcuse Brasil Passeatas Morte de Edson Luis – FIC ( Vandré : Para não dizer que não falei de flores) Passeata dos 100 mil 7 de setembro – Marcio Moreira Alves AI-5 - Decreto 477 Lei da Segurança Nacional SNI (futuros presidentes) Ciex – Dói-Codi –Cenimar-Cisa Dops Tortura e desaparecimento de presos políticos Caça às bruxas Universidade de Brasília USP Universidade Federal do Rio Colégio Vocacional Opções - 1. Estudar 2. Exílio 3. Luta armada - urbana - rural Dops Oban Esquadrão da Morte Fleury 200 mil dedos-duros do AI-5 em 13 de dezembro de 1968 , até o final do governo Médici, em março de 1974 Anos de Chumbo Feroz combate entre a extrema-esquerda de um lado e, de outro, o aparelho repressivo policial-militar do Estado. O governo é apoiado por organizações paramilitares e grandes empresas. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=J5T9 wj_IRMo&feature=related 1973 -1979 –A crise : o fim do milagre Brasil Ilha de tranquilidade 3ª abertura dos portos petrodolares Construção de infraestrutura Polo quimico da Bahia Industria de base Aumento da dívida externa Transamazônica Rio-Niteroi Grandes projetos Usinas Energia Nuclear Ferrovia do aço Classe Media Deixa de consumir 1974: voto na oposição Questiona o modelo Crise política Governo Duas táticas Crise econômica Crise econômica É preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa 1973 -1979 –A crise : o fim do milagre Crise externa A crise do petroleo Esgotamento da capacidade de consumo da classe media Sobe o numero de carnets Crise interna Queima de estoque industria Aumento dos preços ociosidade Diminui a capacidade produtiva desemprego Fim da ilusão Nova força de trabalho Caos social subemprego marginalidade policia violência Crise econômica Incentivar o latifundio : “exportar é o que importa” Incentivos fiscais: isenção de impostos Mão de obra barata: “boias-frias” agricultura Destruição da pequena propriedade que produzia alimentos para o mercado interno: êxodo rural Aumento do preço dos alimentos Importação de alimentos: aumento da dívida industria Isenção de impostos para exportação Começa a faltar dinheiro para o Estado Políticas sociais são afetadas Crise política Movimentos de reivindicação Comunidades eclesiais de base Movimento custo de vida 1970 Organização da sociedade civil Renascimento do movimento estudantil Sindicatos:ABC – novas lideranças Movimento dos camponeses ABI Foros políticos de debates Táticas do governo OAB SBPC Igreja 76 - Lei Falcão 77 – Pacote de Abril Crise política 1971 1973 1974 A repressão se empenha para desarticular a guerrilha urbana, prendendo, matando e torturando. Golpe Militar no Chile: Pinochet Derrota da Guerrilha do Araguaia Eleição de senadores de oposição 1975 Morre Vladimir Herzog 1976 Terrorismo de direita 1977 Intensificam-se os movimentos da sociedade civil contra a ditadura 1979 LEI DA ANISTIA 1979- 1984 -Abertura e transição Crise econômica Novo aumento do petroleo Aumento do juros internacionais Segunda crise internacional Baixam os preços da materia prima e produtos agrícolas Aumentam os preços da tecnologia e produtos industrializados Daí – mais empréstimos ---aumenta a dívida –aumenta o latifundio para exportar Setembro de 1982 O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem fundo FMI – cartas de intenções Crise política 1980: reforma partidária repressão às greves do ABC A questão da terra greve dos professores Crise política 1981: Atentados da direita Atentado do Rio Centro Pacote eleitoral Crise política vitoria da oposição: Tancredo, 1982 Brizola, Montoro 1983 Greves de inúmeras categorias de trabalhadores Fundação da CUT Crise política Diretas Já 1984 MST 1985 Eleição de Tancredo Neves O fim do governo militar O final do governo militar de 1964 Em 8 de maio de 1985, o Congresso Nacional aprovou emenda constitucional que acabava com os últimos vestígios da ditadura. Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil Braços Cruzados,Maquinas Paradas, 1978, Roberto Gervitz e Sergio Toledo Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego", desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves operárias que iriam mudar o país. Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina ABC da Greve,1979, Leon Hisrsman O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo Linha de Montagem,1981, Renato Tapajós Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança Nacional Eles não usam black-tie, 1981, Leon Hirszman Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca enorme conflito com seu pai. Pra Frente Brasil,1982, Roberto Farias Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece". Nunca Fomos tão felizes, 1984, Murilo Sales Nunca Fomos Tão Felizes conta a história da relação de um filho com seu pai, um homem desconhecido e misterioso. O filme começa com o pai voltando ao colégio onde deixou o filho interno durante oito anos, sem lhe escrever uma carta, sem lhe dar um telefonema. Ele pouco sabe sobre a vida do pai, um militamte politico perseguido pela policia do regime .Ambos vão para o Rio de Janeiro, numa viagem atribulada, onde o pai diz: quanto menos você souber sobre mim, melhor para você. Ele instala o filho em um apartamento na Av. Atlântica de frente para o mar, lhe entrega uma soma de dinheiro, e diz para o filho se virar com isso. No dia seguinte desaparece novamente. Nunca Fomos Tão Felizes é a história da descoberta do pai, de quem é esse pai. Um filme em ritmo de thriller que mobiliza o espectador. Um filme emocionante. Um marco do moderno cinema brasileiro Jango,1984, Silvio Tendler Coletânea de filmes, fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua morte no exílio Cabra marcado para morrer,1984, Nelson Coutinho O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas Em nome da segurança Nacional, 1984, Renato Tapajós A gravação das declarações do Tribunal Tiradentes, tribunal simulado que julgou e condenou a Lei de Segurança Nacional, uma medida legal de repressão emitido durante a ditadura militar no Brasil, na década de 1960, que praticamente aboliu direitos civis e da democracia, em nome da segurança nacional . Terra para Rose,1987, Tetê de Morais A gravação das declarações do Tribunal Tiradentes, tribunal simulado que julgou e condenou a Lei de Segurança Nacional, uma medida legal de repressão emitido durante a ditadura militar no Brasil, na década de 1960, que praticamente aboliu direitos civis e da democracia, em nome da segurança nacional Que bom te ver viva, 1989, Lucia Murat Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar A morte a donzela,1994, EUA, Roman Polanski Em um país sul-americano após a queda da ditadura Paulina Escobar (Sigourney Weaver), a mulher de Gerardo Escobar (Stuart Wilson), um famoso advogado, fica sabendo no rádio que Gerardo deverá chefiar as investigações das mortes ocorridas no regime militar. Quando Gerardo chega ela o vê acompanhado de um estranho que o socorreu na estrada, mas quando o desconhecido retorna à casa ela o identifica pela voz como sendo Roberto Miranda (Ben Kingsley), o homem que a torturou e a estuprou quando ela fazia militância política. Paulina decide então "julgá-lo" ali mesmo, apesar dos protestos do marido, que considera sua atitude precipitada além do fato do acusado alegar inocência. Amazonia em chamas,1994, John Frankenheimer The Burning Season (Amazônia em Chamas , um filme produzido originalmente para televisão pela rede HBO, sobre a vida do seringueiro acreano Chico Mendes O papel principal é interpretado pelo ator Raul Julia em sua penúltima atuação. O filme foi rodado no Mexico. Não houve nenhuma relação da produção com o Brasil, exceto pela presença de Sonia Braga (interpretando a última companheira de Chico). Os demais atores eram todos hispânicos, e o filme é falado em em ingles e espanhol. Lamarca, 1994, Sergio Rezende Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia. 15 Filhos, 1995, Maria de Oliveira, Marta Nehring O documentário "15 filhos", de Maria Oliveira e Marta Nehring, retrata a época da ditadura militar no Brasil por meio da memória de infância dos filhos de militantes presos, mortos ou desaparecidos. Esses depoimentos, dentre os quais se incluem os das diretoras do vídeo, mostram um ângulo pouco conhecido da violência política no Brasil. O que é isso companheiro,1997, Bruno Barreto Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. Ação entre amigos,1998, Beto Brant Em 1971, Miguel (Rodrigo Brassalto), Paulo (Heberson Hoerbe), Elói (Sérgio Cavalcante) e Osvaldo (Douglas Simon) participaram da luta armada contra a ditadura militar e acabaram sendo presos quando tentavam assaltar um banco. Eles foram barbaramente torturados, sendo que Lúcia (Melina Athís), a namorada de Miguel que estava grávida, morreu quando seus algozes colocaram nela uma "coroa de cristo" até estourar seu cérebro. Vinte e cinco anos depois, os quatro amigos ainda se vêem e quando vão para uma pescaria Miguel (Zecarlos Machado) mostra aos amigos uma foto de um encontro político em São Paulo, afirmando que uma das pessoas fotografadas foi Correia (Leonardo Villar), o homem que os torturou por meses. Inicialmente Paulo (Carlos Meceni), Elói (Cacá Amaral) e Osvaldo (Genésio de Barros) contestam a afirmação do amigo, pois oficialmente Correia morreu, mas a verdade é que ninguém viu o corpo e três anos depois a viúva de Correia faleceu de câncer e, algum tempo depois, os restos mortais dela foram transferidos para outro cemitério. Como não consta o nome de quem fez o pedido, Miguel acredita que tenha sido Correia. Na cidade eles confirmam que o corpo está lá, assim procuram um local de apostas, pois o torturador deles era um viciado em qualquer tipo de jogo, e o acabam encontrando em uma rinha de galos. Os quatro armam uma emboscada e seqüestram Correia, que inicialmente nega tudo, mas após receber de Miguel um tiro na perna admite ser o torturador, mas revela algo inimaginável: ele só os prendeu pelo simples fato de que entre eles existia um delator. Dois córregos, 1999, Carlos Reinchenbach No início do filme, Beth Goulart lembra de sua adolescência quando vai ver sua propriedade em Dois Corregos. Reichenbach une três mulheres diferentes que convivem com um homem que está escondido por perseguição no período da ditadura. Sonho de Rose, 2000, Tetê de Morais Dez anos após o filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores sem-terra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária. Golpe de 64 – 2000, A procissão está nas ruas, Mauro Lima Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contragolpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64. Marighella, retrato de um guerrilheiro,2001, Silvio Tendler O documentário conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do “Manual do Guerrilheiro urbano” foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos. Barra 68- sem perder a ternura, 2001, Vladimir de Carvalho A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranquilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita, mas sempre verdadeira. Tempo de resistência,2003, André Ristum Baseado no livro “Tempo de Resistência” de Leopoldo Paulino, o documentário homônimo é o mais completo sobre a luta do povo brasileiro contra a ditadura militar. A partir do depoimento de pessoas diretamente envolvidas na resistência à ditadura, e impactantes imagens de arquivos, Tempo de Resistência revela a História deste longo e nebuloso período, que se estendeu por 21 anos, resgatando a memória do nosso país. Embalado pelas músicas de Chico Buarque, Francis Hime e Geraldo Vandré entre outras Vale a pena sonhar,2003, Rudi Böhm, Stela Grisotti Vale a pena sonhar retrata os sonhos e utopias de uma geração de homens e mulheres que dedicaram suas vidas à luta pela justiça, liberdade e democracia, tendo como fio condutor a historia de Apolonio de Carvalho. Sua luta, sem fronteiras, junto aos republicanos na Guerra Civil Espanhola, na Resistencia Francesa contra o nazismo e no combate à ditadura militar no Brasil nos anos 60, assim como fatos da vida cotidina e familiar de militante de esquerda que assina a ficha numero 1 de filiação do PT. Paula, a historia de uma subversiva,2003, Francisco Ramalho O retorno de uma exilada política ao Brasil faz com que antigo líder estudantil recorde seu passado de lutas contra o regime militar. Por ironia do destino, quando sua filha é sequestrada, é obrigado a pedir ajuda a um delegado de polícia que torturou sua namorada. Araguaya, 2004, Ronaldo Duque A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados. 105 min. Condor, 2007, Roberto Mader Condor é um documentário brasileiro de 2007, São mostrados vários depoimentos e imagens de arquivo das crises políticas da América do Sul dos anos de 1960 e 1970, procurando destacar as ações da chamada Operação Condor, nome atribuído a um acordo entre as polícias secretas dos países do Cone Sulcom conhecimento da CIA, que teria resultado em várias ações violentas dos governos militares contra militantes e representantes da esquerda comunista e socialista da região. Quase dois irmãos, 2004, Lucia Murat Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns Ato de fé, 2004, Alexandre Rampazzo O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua relação com Carlos Marighela. Os peões, 2004, Eduardo Coutinho Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no período final da campanha presidencial de 2002. Cabra Cega, 2005, Toni Ventura Tiago (Leonardo Medeiros) e Rosa (Débora Duboc) são dois jovens militantes da luta armada, que sonham com uma revolução social no Brasil. Após ser ferido por um tiro, em uma emboscada feita pela polícia, Tiago precisa se esconder na casa de Pedro (Michel Bercovitch), um arquiteto simpatizante da causa. Thiago é o comandante de um "grupo de ação" de uma organização de esquerda, que está no momento debilitada e estuda um retorno à luta política. Rosa é o contato de Tiago com o mundo, sendo agora ainda mais importante por estar ferido. Com o passar do tempo Tiago passa a ficar preocupado com a segurança deles, adotando um comportamento estranho e colocando dúvidas em Pedro se ele não seria um traidor. O ano em que meus pais saíram de férias, 2006, Caio Hamburguer 1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade. Vlado- Trinta anos depois, 2005, João Batista de Andrade No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira. Hercules 56, 2006, Silvio Da Rin Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências da luta armada contra o regime militar. Zuzu Angel, 2006, Sergio Rezende Sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu corpo. Batismo de Sangue, 2006, Helvetio Ratton Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara, prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110 Cidadão Boilesen, 2009, Chaim Litewskie O documentário Cidadão Boilesen conta mais um capítulo obscuro dos anos de ditadura militar no Brasil, focando num tema já conhecido: o financiamento da repressão violenta aos militantes esquerdistas por grandes empresários. O filme ganha contornos mais precisos no nome daquele que foi considerado o mais notório desses empresários que apoiavam financeiramente os anos de chumbo, Henning Albert Boilesen, empresário dinamarquês que viveu no Brasil e foi presidente da Ultragás. Topografia de um desnudo, 2009, de Teresa Aguiar O filme conta a história de um fato que abalou o início dos anos 60: a operação mata-mendigos. Esse episódio aconteceu no Rio de Janeiro, e culminou com a morte de vários moradores de rua, que eram presos, torturados e depois jogados aos rios Guandú e da Guarda. Alguns pesquisadores ligam as torturas a uma espécie de treinamento pelo qual estavam passando quadros da própria polícia, já que o fato aconteceu na ante sala do golpe militar. Mas o consenso é que o fato estava ligado à visita da Rainha Elizabeth ao Brasil. A operação mata-mendigos foi um processo de limpeza social. Esse fato teve uma grande repercussão nacional e internacional já que, pela primeira vez, uma operação dessa natureza era deflagrada com a participação de membros dos poderes instituídos. Com o golpe de 64, os processos foram arquivados e a história apagada. Contar essa história hoje extrapola a denúncia de algo que passou. É uma forma de refletir sobre como a sociedade trata ainda hoje a questão dos excluído Diario de uma busca, 2011, Flavia Castro O jornalista Celso Afonso Gay de Castro morreu aos 41 anos, na cidade de Porto Alegre, em circunstâncias suspeitas. O militante político de esquerda foi exilado durante a ditadura militar brasileira. Durante esse período, ele percorreu diversos países, como Argentina, Venezuela, Chile e França, sempre carregando consigo sua família. Uma vida marcada pela história da luta armada, exílio e ausência. Sua repentina morte deixou seus familiares com um vazio e um mistério, que a filha Flavia tenta desvendar. Cadeira do Dragão, 2011, Janaina Nascimento, Livia Moretti Mota, Marisa de Oliveira, Priscilla B. Bella. Documentario feito pelos alunos da Faculdade de Jornalismo da PucCampinas, com depoimentos de tortura de presos políticos, inclusive Tarcisio Sigrist, ex-professor da Universidade. Companheiras, 2010, Breno Queirós Vídeo produzido por um grupo de concluintes do curso de Jornalismo da Puc-Campinas. Depoimentos de companheiras de presos políticos que foram assassinados pela ditadura militar. Uma longa viagem, 2011, Lucia Murat O documentário revela a história de três irmãos, tendo como fio condutor a trajetória do mais novo, que viaja para Londres em 1969, enviado pela família para que não participasse da luta armada contra a ditadura no Brasil, seguindo os passos da irmã, que acabou tornando-se presa política. Misturando depoimentos e memórias dos irmãos com nove anos passados no exterior pelo caçula, o filme detalha cartas e também entrevistas com ele, que chegou a ser internado em instituições psiquiátricas. Um relato triste e ao mesmo tempo bem humorado de um núcleo familiar e suas convicções Hoje, 2011, Tata Amaral Dirigido por Tata Amaral, baseado no livro Prova Contrária de Fewrnando Bonassi. O longa conta a história de Vera, uma ex-militante, que ao se mudar para um novo apartamento passa a relembrar do que viveu na época da ditadura junto com seu marido Luiz. Elena, 2012, Petra Costa Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade durante a ditadura militar e uma adolescência vivida entre peças de teatro e filmes caseiros. Também deixa Petra, sua irmã de 7 anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas: fitas de vídeo, recortes de jornais, diários e cartas. A qualquer momento, Petra espera encontrar Elena andando pelas ruas. Aos poucos, os traços das duas se confundem. Já não se sabe quem é uma e quem é a outra. Cara ou coroa, 2012, Ugo Giorgetti São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios para uma nova peça. Nas folgas do trabalho ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista, que não compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva. A memoria que me contam, 2012, Lucia Murat A ex-guerrilhera Ana (Simone Spoladore), ícone do movimento de esquerda, é o último elo entre um grupo de amigos que resistiu à ditadura militar no Brasil. Com a iminente morte da amiga, eles se reencontram na sala de espera de um hospital. Entre eles está Irene (Irene Ravache), uma diretora de cinema que sente-se perdida diante da iminente morte da amiga e que precisa ainda lidar com a inesperada prisão de Paolo (Franco Nero), seu marido, acusado de ter matado duas pessoas em um atentado terrorista ocorrido décadas atrás na Itália. Marighella, 2012, Isa Grispum Ferraz Através de uma investigação pessoal de sua sobrinha, Mariana Pamplona, o filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg. Uma mulher culta e bela, que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura militar junto com Marighella, o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano. O dia que durou 21 anos, 2012, Camilo Tavares O golpe militar de 1964 no Brasil contou com a ativa participação do governo dos EUA. Numa trama de ação e suspense, o filme revela documentos Top Secret da CIA e áudios originais da Casa Branca, mostrando como os presidentes Jonh F. Kennedy e Lyndon Johnson articularam o plano civil e militar para derrubar o presidente João Goulart, eleito pelo voto popular. Durante 21 anos - de 1964 até 1985 - o governo militar brasileiro impôs um regime autoritário que violou os direitos civis e instalou a ditadura em nome da 'Liberdade' e da defesa da 'Democracia', com graves consequências para toda a América Latina. Tatuagem, 2012, Hilton Lacerda Recife, 1978. Clécio Wanderley (Irandhir Santos) é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez. A principal estrela da equipe é Paulete (Rodrigo Garcia), com quem Clécio mantém um relacionamento. Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem Fininha (Jesuíta Barbosa), que é militar. Encantado com o universo criado pelo Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio. Não demora muito para que eles engatem um tórrido relacionamento, que o coloca em uma situação dúbia: ao mesmo tempo em que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Repare bem, 2013, Maria Medeiros Durante a ditadura militar no Brasil, Denise Crispim, filha de pais militantes, envolve-se com o guerrilheiro Eduardo Leite, conhecido como Bacuri. A relação dá origem a uma gravidez, no mesmo período em que o regime começa a perseguir a família de Denise. Em pouco tempo, seu irmão é assassinado e sua mãe é presa. Quando à Bacuri, ele é torturado durante mais de três meses, e depois assassinado. Com o nascimento da pequena Eduarda, Denise consegue asilo político no Chile, embora o golpe de Pinochet force mãe e filha a se mudarem para a Itália. Mais de quarenta anos após os fatos, as duas recebem anistia do governo brasileiro, e decidem contar a sua história Dossier Jango, 2013, Paulo Henrique Fontenele João Goulart havia sido eleito democraticamente presidente do Brasil, mas foi expulso do cargo após o golpe de Estado de 1 de abril de 1964. Depois disso, Jango viveu exilado na Argentina, onde morreu em 1976. As circunstâncias de sua morte no país vizinho não foram bem explicadas até hoje. Seu corpo foi enterrado imediatamente após a sua morte, aumentando as suspeitas de assassinato premeditado. Este documentário traz o assunto de volta à tona e tenta esclarecer publicamente alguns fatos obscuros da história do Brasil. 1964 – Um golpe contra o Brasil, 2013, Alipio Freire O primeiro longa do diretor - Freire já dirigiu curtas e médias metragens -, mescla fotos, vídeos e entrevistas com 22 protagonistas da história (entre eles o do ex-ministro do Trabalho de João Goulart, Almino Affonso, e Aldo Arantes, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) entre 1961 e 1962) sobre o que ocorreu entre a campanha de Jânio Quadros para presidente, em 1960, e a posse do marechal Castelo Branco, em 15 de abril de 1964. De acordo com o realizador, o gancho principal foram os 50 anos da instauração da ditadura no país, a serem completados em 31 de março do próximo ano. Verdade 12528, 2013, Paula Sacheta e Peu Robles Quase 50 anos depois do golpe militar que instaurou uma ditadura no País (1964-1985), foi criada, em 2012, a Comissão Nacional da Verdade. A lei que a criou (12.528/2011) dá nome ao documentário “Verdade 12.528. O filme busca manter viva na memória uma das fases do Brasil que até hoje não é uma página virada. “Afinal, que crimes daquele período ainda estão sem averiguação e continuam impunes? Quantos foram mortos, como foram mortos, quem os assassinou? Onde estão os corpos de pais, irmãos, irmãs, filhos e filhas de centenas de cidadãos brasileiros? Até onde chegará o trabalho da Comissão da Verdade e o que a população espera dela?” FILMES A SEREM EXIBIDOS O Golpe Militar O dia que durou 21 anos, 2012, Camilo Tavares O golpe militar de 1964 no Brasil contou com a ativa participação do governo dos EUA. Numa trama de ação e suspense, o filme revela documentos Top Secret da CIA e áudios originais da Casa Branca, mostrando como os presidentes Jonh F. Kennedy e Lyndon Johnson articularam o plano civil e militar para derrubar o presidente João Goulart, eleito pelo voto popular. Durante 21 anos - de 1964 até 1985 - o governo militar brasileiro impôs um regime autoritário que violou os direitos civis e instalou a ditadura em nome da 'Liberdade' e da defesa da 'Democracia', com graves consequências para toda a América Latina. A Resistência O que é isso companheiro,1997, Bruno Barreto Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. A Tortura Batismo de Sangue, 2006, Helvetio Ratton No final dos anos 60 o convento dos frade dominicanos de São Paulo é uma trincheira de resitência á ditadura militar no Brasil. Movidos por ideais critãos, os freis Betto, Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o grupo guerrilheiro ALN, comandado por Carlos Marighella. Frei betto ajuda perseguidos políticos á escapartem do país pelas fronteiras no sul até ser preso e transferido para um presídio em SP, onde encontra seus companheiros vivendo sob terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito estava no grupo de presos políticos trocados pela liberdade do embaixador suíço e foi mandado, contra sua vontade, para o exílio na França. mesmo longe do Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus carrascos, se sentindo constantemente vifgiado e ameaçado. Com intuito de por fim ao seu martírio, acaba comentendo suicídio. A Arbitrariedade Pra Frente Brasil,1982, Roberto Farias Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece". A Lei de Segurança Nacional Em nome da segurança Nacional, 1984, Renato Tapajós A gravação das declarações do Tribunal Tiradentes, tribunal simulado que julgou e condenou a Lei de Segurança Nacional, uma medida legal de repressão emitido durante a ditadura militar no Brasil, na década de 1960, que praticamente aboliu direitos civis e da democracia, em nome da segurança nacional . As Sequelas Repare bem, 2013, Maria Medeiros Durante a ditadura militar no Brasil, Denise Crispim, filha de pais militantes, envolve-se com o guerrilheiro Eduardo Leite, conhecido como Bacuri. A relação dá origem a uma gravidez, no mesmo período em que o regime começa a perseguir a família de Denise. Em pouco tempo, seu irmão é assassinado e sua mãe é presa. Quando à Bacuri, ele é torturado durante mais de três meses, e depois assassinado. Com o nascimento da pequena Eduarda, Denise consegue asilo político no Chile, embora o golpe de Pinochet force mãe e filha a se mudarem para a Itália. Mais de quarenta anos após os fatos, as duas recebem anistia do governo brasileiro, e decidem contar a sua história Bibliografia ALVES, Giovanni. O cinema como experiência crítica. Projeto Telacritica, Unesp. www.telacritica.org ALMEIDA MACHADO, João Luis. Vários artigos in www.planeta educação.com.br DUARTE, Rosalia. Cinema e Educação. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2002 BOLOGNINI, Carmen Zink(org). O cinema na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2007 LACERDA, Gabriel. O Direito no cinema. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2007 ALVES, Giovanni. Trabalho e Cinema –O mundo do trabalho através do cinema. Londrina: Ed. Praxis, 2008, vols. 1 e 2 TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro. A escola vai ao cinema. Belo Horizonte: Ed. Autêntica,2003 LUZ, Marcia. Lições que a vida ensina e a arte encena. 3ªedição. Campinas: Ed. Atomo, 2009 SITES: www.adorocinema.com.b www.vervideo.com.br www.contracampo.com.br www.65anosdecinema.pro.br www.piratininga.org.br www.telacritica.org www.planetaeducaçãol.com.br