CINEMA E DITADURA
MILITAR NO BRASIL
Arnaldo Lemos Filho
www.sociologialemos.pro.br
“Ali onde os historiadores tentam se defrontar com um período para o qual
existem testemunhas oculares vivas, dois conceitos de história bem
diferentes se chocam ou, no melhor dos casos, completam-se mutuamente;
a acadêmica e a existencial, o arquivo e a memória pessoal. Pois todo
mundo é historiador de sua própria vida passada consciente, na medida em
que elabora uma versão pessoal dela: um historiador nada confiável, sob a
maioria dos pontos de vista, como bem sabem todos os que se aventuraram
pela “história oral”. Mas um historiador cuja contribuição é essencial”
(Eric Hobsbawn, A era dos impérios)_
“Por ser mero protagonista secundário do momento histórico, tornei-me
mais testemunha do que ator, e, se ator,, irrelevante, o que me deu
condição de ver como observador menor. Justamente aquele que tem
menos compromisso com as técnicas de mascaramento e de
maquilação da narrativa. Aquele que, por ser menos, acaba
compreendendo mais porque compreende na perspectiva da margem,
que é mais abrangente”
(José de Sousa Martins, A Sociologia como aventura)
EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica
sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia, ciência
que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de
apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de
nosso tempo.
DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como
uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade
histórica, psicológica ou filosófica.Através da exibição e análise
de filmes, estudaremos alguns episódios do período militar.Os
filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica
acerca destes episódios. Filmes selecionados : O dia que durou
21 anos, Pra Frente Brasil, O que é isso companheiro, Batismo de
Sangue. Em Nome da Segurança Nacional, Repare Bem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS –
- Oferecer um momento de reflexão sobre a ditadura militar
- Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura
narrativa dos filmes
- Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos
personagens e situações-chaves
CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO
A visão crítica deste período da nossa historia é fundamental
para a formação da cidadania, pré-requisito do profissional de
nível superior que vai atuar na sociedade brasileira. A exibição e
a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno
desenvolver esta consciência crítica.
. METODOLOGIA
Exibição e análise de filmes que discutam o período da
Ditadura Militar. Exposição dialogada sobre os acontecimentos
do período, tendo como instrumento os resultados do projeto
de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP
A DITADURA MILITAR NO BRASIL
1964 - 1985
ANTECEDENTES: O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
O governo Jango (1961-1964)
A noite do Golpe
I
1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA
ORDEM
Castelo Branco(1964-1967)
Costa e Silva (1967-1969
II
ETAPAS DA
DITADURA MILITAR
1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO
OS ANOS DE CHUMBO
Médici 1969/1074
III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE
A ABERTURA
Geisel (1974-1978)
IV
1979- 1985 -ABERTURA E TRANSIÇÃO
Figueiredo (1979-1985)
ANTECEDENTES
Guerra Fria
Guerra do Vietnam (1955/1975)
Revolução Cubana (1959)
Mundo
Renuncia de Janio Quadros (1961)
Jango Goulart (1961-1964)
Brasil
DECADA DE 60
Debate entre dois projetos políticos que começou no
governo Getulio
Projeto NacionalDesenvolvimentista
Projeto
Desenvolvimentista
Projeto NacionalDesenvolvimentista
Desenvolvimento autônomo
e soberano do país
Papel do Estado
Projeto
Desenvolvimentista
Modernização
conservadora
Alinhamento aos interesses
norte-americanos repressão
a participação popular.
Projeto NacionalDesenvolvimentista
80% dos
consumidores
50%
17,91%
30%
27,92%
15%
26,66%
5%
27,69%
salarios
sindicatos
Para isso : lei
Distribuição
de Renda
População
Mercadoria
de bens
não
duraveis
Pequenas
propriedades
greves
- eleições
alimentos
-
partidos
Projeto Desenvolvimentista
Brasilia
Modernização
do país
Industria
automobilistica
20% dos
consumidores
2ªabertura dos
portos
Mercado
exterior
Latifundio
exportação
mecanização
JK
Ideologia do
automovel
Estradas de
rodagem
Para isso
Dinheiro
do Estado
20% dos
consumidores
Emissão
Empréstimo
externo
Inflação
Aumento da
dívida
Aumentar o salario da classe media
Achatar o salario
dos 80%
Imobilizar politicamente
os 80%
Projetos
Aliados ideologicos da
1ºprojeto

80%
 Luta pela sobrevivência
 Sindicatos
 Trabalhadores
 Movimentos Sociais



Aliados ideológicos da 2º
projeto
Classe media e alta(20%)
 Luta pela ordem e
segurança
 Forças Armadas(ESG)
 Anti-comunismo
 Povo : inimigo interno
Golpe de 31 de março de 1964
13 de março
19 de março
comício pelas
reformas ou
Comício da
Central,
organizado pela
CGT
Marcha da Família com
Deus pela Liberdade,
organizada pela União
Cívica Feminina, IPES e
com as bênçãos da
Igreja Católica
vitória do segundo projeto
30 de março :
discurso de Jango
no Automóvel
Clube do Rio
“Não admitirei o golpe
das reacionários”
31 de março: tropas
do General Olimpio
Mourão Filho( 4ª
região militar- MG)
movimentam-se
para o Rio
“O exercito dormiu janguista. O exercito
acordou revolucionário” (Elio Gaspari)
1964/1969 -- PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM
AI -1 – suspende a constituição de 1946, organizações de
base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros
acadêmicos
AI-2 – após eleições dos governadores, cassa JK (candidato a
presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais
eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo
(Arena e MDB)
Reação
estudantil
lutas com criatividade
(encontros da UNE)
subversão, clandestinidade.
Festivais de música (tratado
político)
O MILAGRE ECONÔMICO
1969/1973
OS ANOS DE CHUMBO
1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
Industria
1970: Renda
50% = 14,91
30% = 22,85
15% = 27,38
05% = 34,86
Mercadoria
Consumidor
(20%)
CDC
Bancos
Shoppings
Supermercados
1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
Período de intenso crescimento
econômico e de grande
endividamento.
O PIB do Brasil cresceu acima de
10% ao ano, em média, apesar da
inflação, que oscilou entre 15% e
20% ao ano,
Grande concentração de renda,
com redução dos salários reais
acentuação da desigualdade
social e aumento da pobreza,
com cerceamento às
liberdades individuais
associado à repressão
política
1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO
1968
Mundo Rebelião da juventude – Paris,
Alemanha, México
Movimento Hippie
Poder Negro
Marcuse
Brasil Passeatas
Morte de Edson Luis – FIC ( Vandré : Para
não dizer que não falei de flores)
Passeata dos 100 mil
7 de setembro – Marcio Moreira Alves
AI-5 - Decreto 477
Lei da Segurança Nacional
SNI (futuros presidentes)
Ciex – Dói-Codi –Cenimar-Cisa
Dops
Tortura
e desaparecimento
de presos políticos
Caça às bruxas
Universidade de Brasília
USP
Universidade Federal do Rio
Colégio Vocacional
Opções - 1. Estudar
2. Exílio
3. Luta armada
- urbana
- rural
Dops
Oban
Esquadrão da Morte
Fleury
200 mil dedos-duros
do AI-5 em 13 de
dezembro de 1968 , até o
final do governo Médici,
em março de 1974
Anos de
Chumbo
Feroz combate entre a
extrema-esquerda de um
lado e, de outro, o aparelho
repressivo policial-militar do
Estado.
O governo é apoiado por
organizações paramilitares e
grandes empresas.
Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=J5T9
wj_IRMo&feature=related
1973 -1979 –A crise : o fim do milagre
Brasil
Ilha de
tranquilidade
3ª abertura dos portos
petrodolares
Construção de infraestrutura
Polo quimico
da Bahia
Industria de
base
Aumento da dívida
externa
Transamazônica
Rio-Niteroi
Grandes
projetos
Usinas
Energia Nuclear
Ferrovia do aço
Classe Media
Deixa de
consumir
1974: voto na oposição
Questiona o
modelo
Crise política
Governo
Duas táticas
Crise
econômica
Crise econômica
É preciso pagar os juros e as
amortizações da dívida externa
1973 -1979 –A crise : o fim do milagre
Crise externa
A crise do petroleo
Esgotamento da capacidade de consumo da classe
media
Sobe o numero
de carnets
Crise interna
Queima de
estoque
industria
Aumento
dos preços
ociosidade
Diminui a
capacidade
produtiva
desemprego
Fim da ilusão
Nova força
de trabalho
Caos social
subemprego
marginalidade
policia
violência
Crise econômica
Incentivar o latifundio : “exportar é o que
importa”
Incentivos fiscais: isenção de
impostos
Mão de obra barata: “boias-frias”
agricultura
Destruição da pequena propriedade que
produzia alimentos para o mercado
interno: êxodo rural
Aumento do preço dos alimentos
Importação de alimentos: aumento da
dívida
industria
Isenção de impostos
para exportação
Começa a faltar
dinheiro para o
Estado
Políticas sociais são
afetadas
Crise política
Movimentos de reivindicação
Comunidades eclesiais de
base
Movimento custo de vida
1970
Organização da
sociedade civil
Renascimento do movimento
estudantil
Sindicatos:ABC – novas
lideranças
Movimento dos camponeses
ABI
Foros políticos de
debates
Táticas do governo
OAB
SBPC
Igreja
76 - Lei
Falcão
77 – Pacote de
Abril
Crise política
1971
1973
1974
A repressão se empenha para
desarticular a guerrilha urbana,
prendendo, matando e torturando.
Golpe Militar no Chile: Pinochet
Derrota da Guerrilha do
Araguaia
Eleição de senadores de
oposição
1975
Morre Vladimir Herzog
1976
Terrorismo de direita
1977
Intensificam-se os movimentos
da sociedade civil contra a
ditadura
1979
LEI DA ANISTIA
1979- 1984 -Abertura e transição
Crise econômica
Novo aumento do petroleo
Aumento do juros internacionais
Segunda crise
internacional
Baixam os preços da materia prima
e produtos agrícolas
Aumentam os preços da tecnologia e
produtos industrializados
Daí – mais empréstimos ---aumenta a dívida –aumenta o latifundio para
exportar
Setembro de
1982
O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem
fundo
FMI – cartas de intenções
Crise
política
1980: reforma partidária
repressão às greves do ABC
A questão da terra
greve dos professores
Crise
política
1981: Atentados da direita
Atentado do Rio Centro
Pacote eleitoral
Crise
política
vitoria da oposição:
Tancredo,
1982
Brizola,
Montoro
1983
Greves de inúmeras
categorias de
trabalhadores
Fundação da
CUT
Crise
política
Diretas Já
1984
MST
1985
Eleição de
Tancredo Neves
O fim do governo militar
O final do governo militar
de 1964
Em 8 de maio de 1985, o Congresso
Nacional aprovou emenda constitucional
que acabava com os últimos vestígios da
ditadura.
Filmes sobre a Ditadura Militar no
Brasil
Braços Cruzados,Maquinas Paradas, 1978,
Roberto Gervitz e Sergio Toledo
Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos
de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000
associados, e presidido por um "pelego", desde o golpe militar
de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves
operárias que iriam mudar o país.
Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa
envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de
inspiração fascista. É também o primeiro documentário de
longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas",
ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5.
Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social
que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos
acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente
operário da América Latina
ABC da Greve,1979, Leon Hisrsman
O filme cobre os acontecimentos na região do ABC
paulista, acompanhando a trajetória do movimento de
150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e
condições de vida. Sem obter êxito em suas
reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o
governo militar. Este responde com uma intervenção no
sindicato da categoria. Mobilizando numeroso
contingente policial, o governo inicia uma grande
operação de repressão. Sem espaço para realizar suas
assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja.
Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um
acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o
mesmo
Linha de Montagem,1981, Renato Tapajós
Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do
Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores
greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da
ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência
das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os
novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à
intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes,
como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança
Nacional
Eles não usam black-tie, 1981, Leon Hirszman
Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente,
inicia-se um movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado
por seu próprio pai. O personagem resolve furar a greve para garantir o
emprego, mas sua decisão provoca enorme conflito com seu pai.
Pra Frente Brasil,1982, Roberto Farias
Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção
de futebol no México, enquanto prisioneiros
políticos são torturados nos porões da ditadura
militar e inocentes são vítimas desta violência.
Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de
uma família quando um dos seus integrantes, um
pacato trabalhador da classe média, é confundido
com um ativista político e "desaparece".
Nunca Fomos tão felizes, 1984, Murilo Sales
Nunca Fomos Tão Felizes conta a história da relação de um filho com seu pai, um
homem desconhecido e misterioso. O filme começa com o pai voltando ao colégio
onde deixou o filho interno durante oito anos, sem lhe escrever uma carta, sem lhe
dar um telefonema. Ele pouco sabe sobre a vida do pai, um militamte politico
perseguido pela policia do regime .Ambos vão para o Rio de Janeiro, numa viagem
atribulada, onde o pai diz: quanto menos você souber sobre mim, melhor para você.
Ele instala o filho em um apartamento na Av. Atlântica de frente para o mar, lhe
entrega uma soma de dinheiro, e diz para o filho se virar com isso. No dia seguinte
desaparece novamente. Nunca Fomos Tão Felizes é a história da descoberta do pai, de
quem é esse pai. Um filme em ritmo de thriller que mobiliza o espectador. Um filme
emocionante. Um marco do moderno cinema brasileiro
Jango,1984, Silvio Tendler
Coletânea de filmes, fotos, documentários e entrevistas sobre
a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era
Ministro do Trabalho de Vargas à sua morte no exílio
Cabra marcado para morrer,1984, Nelson Coutinho
O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando
estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981,
retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas
pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas
Em nome da segurança Nacional, 1984, Renato Tapajós
A gravação das declarações do Tribunal Tiradentes, tribunal
simulado que julgou e condenou a Lei de Segurança Nacional,
uma medida legal de repressão emitido durante a ditadura
militar no Brasil, na década de 1960, que praticamente aboliu
direitos civis e da democracia, em nome da segurança nacional .
Terra para Rose,1987, Tetê de Morais
A gravação das declarações do Tribunal Tiradentes, tribunal
simulado que julgou e condenou a Lei de Segurança Nacional,
uma medida legal de repressão emitido durante a ditadura
militar no Brasil, na década de 1960, que praticamente aboliu
direitos civis e da democracia, em nome da segurança nacional
Que bom te ver viva, 1989, Lucia Murat
Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito
ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram
durante a ditadura militar
A morte a donzela,1994, EUA, Roman Polanski
Em um país sul-americano após a queda da ditadura Paulina Escobar (Sigourney
Weaver), a mulher de Gerardo Escobar (Stuart Wilson), um famoso advogado,
fica sabendo no rádio que Gerardo deverá chefiar as investigações das mortes
ocorridas no regime militar. Quando Gerardo chega ela o vê acompanhado de
um estranho que o socorreu na estrada, mas quando o desconhecido retorna à
casa ela o identifica pela voz como sendo Roberto Miranda (Ben Kingsley), o
homem que a torturou e a estuprou quando ela fazia militância política. Paulina
decide então "julgá-lo" ali mesmo, apesar dos protestos do marido, que
considera sua atitude precipitada além do fato do acusado alegar inocência.
Amazonia em chamas,1994, John Frankenheimer
The Burning Season (Amazônia em Chamas , um filme produzido
originalmente para televisão pela rede HBO, sobre a vida do
seringueiro acreano Chico Mendes O papel principal é interpretado pelo
ator Raul Julia em sua penúltima atuação. O filme foi rodado no Mexico. Não
houve nenhuma relação da produção com o Brasil, exceto pela presença
de Sonia Braga (interpretando a última companheira de Chico). Os demais
atores eram todos hispânicos, e o filme é falado em em ingles e espanhol.
Lamarca, 1994, Sergio Rezende
Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em
1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária,
abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco
guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o
seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em
17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia.
15 Filhos, 1995, Maria de Oliveira, Marta Nehring
O documentário "15 filhos", de Maria Oliveira e Marta Nehring,
retrata a época da ditadura militar no Brasil por meio da
memória de infância dos filhos de militantes presos, mortos ou
desaparecidos. Esses depoimentos, dentre os quais se incluem
os das diretoras do vídeo, mostram um ângulo pouco
conhecido da violência política no Brasil.
O que é isso companheiro,1997, Bruno Barreto
Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático
brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é
promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que
nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a
liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários
estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade,
e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar
o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por
prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da
ditadura.
Ação entre amigos,1998, Beto Brant
Em 1971, Miguel (Rodrigo Brassalto), Paulo (Heberson Hoerbe), Elói (Sérgio
Cavalcante) e Osvaldo (Douglas Simon) participaram da luta armada contra a ditadura
militar e acabaram sendo presos quando tentavam assaltar um banco. Eles foram
barbaramente torturados, sendo que Lúcia (Melina Athís), a namorada de Miguel que
estava grávida, morreu quando seus algozes colocaram nela uma "coroa de cristo" até
estourar seu cérebro. Vinte e cinco anos depois, os quatro amigos ainda se vêem e
quando vão para uma pescaria Miguel (Zecarlos Machado) mostra aos amigos uma foto
de um encontro político em São Paulo, afirmando que uma das pessoas fotografadas
foi Correia (Leonardo Villar), o homem que os torturou por meses. Inicialmente Paulo
(Carlos Meceni), Elói (Cacá Amaral) e Osvaldo (Genésio de Barros) contestam a
afirmação do amigo, pois oficialmente Correia morreu, mas a verdade é que ninguém
viu o corpo e três anos depois a viúva de Correia faleceu de câncer e, algum tempo
depois, os restos mortais dela foram transferidos para outro cemitério. Como não
consta o nome de quem fez o pedido, Miguel acredita que tenha sido Correia. Na
cidade eles confirmam que o corpo está lá, assim procuram um local de apostas, pois o
torturador deles era um viciado em qualquer tipo de jogo, e o acabam encontrando em
uma rinha de galos. Os quatro armam uma emboscada e seqüestram Correia, que
inicialmente nega tudo, mas após receber de Miguel um tiro na perna admite ser o
torturador, mas revela algo inimaginável: ele só os prendeu pelo simples fato de que
entre eles existia um delator.
Dois córregos, 1999, Carlos Reinchenbach
No início do filme, Beth Goulart lembra de sua adolescência
quando vai ver sua propriedade em Dois Corregos. Reichenbach
une três mulheres diferentes que convivem com um homem que
está escondido por perseguição no período da ditadura.
Sonho de Rose, 2000, Tetê de Morais
Dez anos após o filme Terra para Rose, ocorreu este
reencontro com personagens da ocupação da Fazenda
Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos
agricultores sem-terra, narra os resultados dos
assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos de Rose.
Importante para quem é contrário à reforma agrária.
Golpe de 64 – 2000, A procissão está nas ruas, Mauro Lima
Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil.
Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez
mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que
rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será
democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se
radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se
eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os
discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes,
conspira-se. haverá golpe? Haverá contragolpe? Os americanos
estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso
agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para
reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.
Marighella, retrato de um guerrilheiro,2001, Silvio Tendler
O documentário conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas
de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura
militar no Brasil. Autor do “Manual do Guerrilheiro urbano” foi
fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado
pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90
anos.
Barra 68- sem perder a ternura, 2001, Vladimir de Carvalho
A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a
Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o
golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus
primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos
políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64.
Envolvida, a comunidade conheceu a intranquilidade e ficou estigmatizada
pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada
por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi
ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que
voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por
quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao
assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram
aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas
procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens
eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina,
depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento
do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é
resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados
às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma
memória imperfeita, mas sempre verdadeira.
Tempo de resistência,2003, André Ristum
Baseado no livro “Tempo de Resistência” de Leopoldo Paulino, o
documentário homônimo é o mais completo sobre a luta do povo
brasileiro contra a ditadura militar. A partir do depoimento de
pessoas diretamente envolvidas na resistência à ditadura, e
impactantes imagens de arquivos, Tempo de Resistência revela a
História deste longo e nebuloso período, que se estendeu por 21
anos, resgatando a memória do nosso país. Embalado pelas
músicas de Chico Buarque, Francis Hime e Geraldo Vandré entre
outras
Vale a pena sonhar,2003, Rudi Böhm, Stela Grisotti
Vale a pena sonhar retrata os sonhos e utopias de uma geração de homens e
mulheres que dedicaram suas vidas à luta pela justiça, liberdade e
democracia, tendo como fio condutor a historia de Apolonio de Carvalho. Sua
luta, sem fronteiras, junto aos republicanos na Guerra Civil Espanhola,
na Resistencia Francesa contra o nazismo e no combate à ditadura militar no
Brasil nos anos 60, assim como fatos da vida cotidina e familiar
de militante de esquerda que assina a ficha numero 1 de filiação do PT.
Paula, a historia de uma subversiva,2003, Francisco Ramalho
O retorno de uma exilada política ao Brasil faz com que
antigo líder estudantil recorde seu passado de lutas contra
o regime militar. Por ironia do destino, quando sua filha é
sequestrada, é obrigado a pedir ajuda a um delegado de
polícia que torturou sua namorada.
Araguaya, 2004, Ronaldo Duque
A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) –
Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no
início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante
para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar
brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda
não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros
não foram localizados. 105 min.
Condor, 2007, Roberto Mader
Condor é um documentário brasileiro de 2007, São mostrados vários
depoimentos e imagens de arquivo das crises políticas da América
do Sul dos anos de 1960 e 1970, procurando destacar as ações da
chamada Operação Condor, nome atribuído a um acordo entre as
polícias secretas dos países do Cone Sulcom conhecimento da CIA,
que teria resultado em várias ações violentas dos governos militares
contra militantes e representantes da esquerda comunista e
socialista da região.
Quase dois irmãos, 2004, Lucia Murat
Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo
amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas
do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas.
De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de
1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande,
onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros,
criminosos comuns
Ato de fé, 2004, Alexandre Rampazzo
O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada
contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens.
Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo
sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua
relação com Carlos Marighela.
Os peões, 2004, Eduardo Coutinho
Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria
metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista
de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam
de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que
suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves,
recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas,
comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua
visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no período
final da campanha presidencial de 2002.
Cabra Cega, 2005, Toni Ventura
Tiago (Leonardo Medeiros) e Rosa (Débora Duboc) são dois jovens militantes da
luta armada, que sonham com uma revolução social no Brasil. Após ser ferido
por um tiro, em uma emboscada feita pela polícia, Tiago precisa se esconder na
casa de Pedro (Michel Bercovitch), um arquiteto simpatizante da causa. Thiago
é o comandante de um "grupo de ação" de uma organização de esquerda, que
está no momento debilitada e estuda um retorno à luta política. Rosa é o
contato de Tiago com o mundo, sendo agora ainda mais importante por estar
ferido. Com o passar do tempo Tiago passa a ficar preocupado com a segurança
deles, adotando um comportamento estranho e colocando dúvidas em Pedro se
ele não seria um traidor.
O ano em que meus pais saíram de férias, 2006, Caio
Hamburguer
1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a
maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem
pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior
sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é
separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e
divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga
judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de
superação e solidariedade.
Vlado- Trinta anos depois, 2005, João Batista de Andrade
No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog
acorda de manhã e se despede da mulher Clarice: ele deve
se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política
do regime militar, para um depoimento. Vlado nem
imaginava que nunca mais voltaria para casa. Naquele
fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se
suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João
Batista de Andrade ouve depoimentos de amigos,
familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a
amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a
trajetória do jornalista, desde sua infância até sua posse
como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e
a perseguição a ele iniciada naquele momento. Com
depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake,
Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais,
Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines,
Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira.
Hercules 56, 2006, Silvio Da Rin
Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações
revolucionárias raptaram o embaixador americano Charles
Elbrick e exigiram a libertação de quinze presos políticos, levados
ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste documentário, os
nove remanescentes do grupo e cinco membros da organização
responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências
da luta armada contra o regime militar.
Zuzu Angel, 2006, Sergio Rezende
Sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu
Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a
partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel
Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso,
torturado e assassinado nas dependências dos órgãos
de repressão do Brasil, que negavam o fato e não
apresentaram seu corpo.
Batismo de Sangue, 2006, Helvetio Ratton
Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se
passa durante os anos de chumbo – trata mais do
dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que
do próprio período militar. Mas é importante para que se
tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara,
prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110
Cidadão Boilesen, 2009, Chaim Litewskie
O documentário Cidadão Boilesen conta mais um capítulo
obscuro dos anos de ditadura militar no Brasil, focando num
tema já conhecido: o financiamento da repressão violenta
aos militantes esquerdistas por grandes empresários. O filme
ganha contornos mais precisos no nome daquele que foi
considerado o mais notório desses empresários que
apoiavam financeiramente os anos de chumbo, Henning
Albert Boilesen, empresário dinamarquês que viveu no Brasil
e foi presidente da Ultragás.
Topografia de um desnudo, 2009, de Teresa Aguiar
O filme conta a história de um fato que abalou o início dos anos 60:
a operação mata-mendigos. Esse episódio aconteceu no Rio de
Janeiro, e culminou com a morte de vários moradores de rua, que
eram presos, torturados e depois jogados aos rios Guandú e da
Guarda. Alguns pesquisadores ligam as torturas a uma espécie de
treinamento pelo qual estavam passando quadros da própria
polícia, já que o fato aconteceu na ante sala do golpe militar. Mas o
consenso é que o fato estava ligado à visita da Rainha Elizabeth ao
Brasil. A operação mata-mendigos foi um processo de limpeza
social.
Esse fato teve uma grande repercussão nacional e internacional já
que, pela primeira vez, uma operação dessa natureza era
deflagrada com a participação de membros dos poderes instituídos.
Com o golpe de 64, os processos foram arquivados e a história
apagada. Contar essa história hoje extrapola a denúncia de algo
que passou. É uma forma de refletir sobre como a sociedade trata
ainda hoje a questão dos excluído
Diario de uma busca, 2011, Flavia Castro
O jornalista Celso Afonso Gay de Castro morreu aos 41 anos, na
cidade de Porto Alegre, em circunstâncias suspeitas. O militante
político de esquerda foi exilado durante a ditadura militar brasileira.
Durante esse período, ele percorreu diversos países, como Argentina,
Venezuela, Chile e França, sempre carregando consigo sua família.
Uma vida marcada pela história da luta armada, exílio e ausência. Sua
repentina morte deixou seus familiares com um vazio e um mistério,
que a filha Flavia tenta desvendar.
Cadeira do Dragão, 2011, Janaina Nascimento, Livia
Moretti Mota, Marisa de Oliveira, Priscilla B. Bella.
Documentario feito pelos alunos da Faculdade de Jornalismo da PucCampinas, com depoimentos de tortura de presos políticos, inclusive
Tarcisio Sigrist, ex-professor da Universidade.
Companheiras, 2010, Breno Queirós
Vídeo produzido por um grupo de concluintes do curso de
Jornalismo da Puc-Campinas. Depoimentos de companheiras de
presos políticos que foram assassinados pela ditadura militar.
Uma longa viagem, 2011, Lucia Murat
O documentário revela a história de três irmãos, tendo como fio
condutor a trajetória do mais novo, que viaja para Londres em 1969,
enviado pela família para que não participasse da luta armada contra
a ditadura no Brasil, seguindo os passos da irmã, que acabou
tornando-se presa política. Misturando depoimentos e memórias dos
irmãos com nove anos passados no exterior pelo caçula, o filme
detalha cartas e também entrevistas com ele, que chegou a ser
internado em instituições psiquiátricas. Um relato triste e ao mesmo
tempo bem humorado de um núcleo familiar e suas convicções
Hoje, 2011, Tata Amaral
Dirigido por Tata Amaral, baseado no livro Prova
Contrária de Fewrnando Bonassi. O longa conta a história de Vera,
uma ex-militante, que ao se mudar para um novo apartamento passa
a relembrar do que viveu na época da ditadura junto com seu marido
Luiz.
Elena, 2012, Petra Costa
Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de
cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade
durante a ditadura militar e uma adolescência vivida entre peças de
teatro e filmes caseiros. Também deixa Petra, sua irmã de 7 anos.
Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca
para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas: fitas de
vídeo, recortes de jornais, diários e cartas. A qualquer momento,
Petra espera encontrar Elena andando pelas ruas. Aos poucos, os
traços das duas se confundem. Já não se sabe quem é uma e quem é
a outra.
Cara ou coroa, 2012, Ugo Giorgetti
São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um
diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios
para uma nova peça. Nas folgas do trabalho ele recebe
ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista,
que não compreende as opções estéticas e políticas da peça,
parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio
(Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos
idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura
militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na
casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva.
A memoria que me contam, 2012, Lucia Murat
A ex-guerrilhera Ana (Simone Spoladore), ícone do movimento de
esquerda, é o último elo entre um grupo de amigos que resistiu à
ditadura militar no Brasil. Com a iminente morte da amiga, eles se
reencontram na sala de espera de um hospital. Entre eles está Irene
(Irene Ravache), uma diretora de cinema que sente-se perdida diante da
iminente morte da amiga e que precisa ainda lidar com a inesperada
prisão de Paolo (Franco Nero), seu marido, acusado de ter matado duas
pessoas em um atentado terrorista ocorrido décadas atrás na Itália.
Marighella, 2012, Isa Grispum Ferraz
Através de uma investigação pessoal de sua sobrinha, Mariana
Pamplona, o filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg. Uma
mulher culta e bela, que deixou para trás uma confortável vida
familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura
militar junto com Marighella, o maior inimigo da ditadura militar no
Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e
tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.
O dia que durou 21 anos, 2012, Camilo Tavares
O golpe militar de 1964 no Brasil contou com a ativa participação do
governo dos EUA.
Numa trama de ação e suspense, o filme revela documentos Top Secret da
CIA e áudios originais da Casa Branca, mostrando como os presidentes
Jonh F. Kennedy e Lyndon Johnson articularam o plano civil e militar para
derrubar o presidente João Goulart, eleito pelo voto popular. Durante 21
anos - de 1964 até 1985 - o governo militar brasileiro impôs um regime
autoritário que violou os direitos civis e instalou a ditadura em nome da
'Liberdade' e da defesa da 'Democracia', com graves consequências para
toda a América Latina.
Tatuagem, 2012, Hilton Lacerda
Recife, 1978. Clécio Wanderley (Irandhir Santos) é o líder da trupe teatral Chão
de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez. A
principal estrela da equipe é Paulete (Rodrigo Garcia), com quem Clécio mantém
um relacionamento. Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem
Fininha (Jesuíta Barbosa), que é militar. Encantado com o universo criado pelo
Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio. Não demora muito para que eles
engatem um tórrido relacionamento, que o coloca em uma situação dúbia: ao
mesmo tempo em que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele
precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura.
Repare bem, 2013, Maria Medeiros
Durante a ditadura militar no Brasil, Denise Crispim, filha de
pais militantes, envolve-se com o guerrilheiro Eduardo Leite,
conhecido como Bacuri. A relação dá origem a uma gravidez,
no mesmo período em que o regime começa a perseguir a
família de Denise. Em pouco tempo, seu irmão é assassinado e
sua mãe é presa. Quando à Bacuri, ele é torturado durante
mais de três meses, e depois assassinado. Com o nascimento
da pequena Eduarda, Denise consegue asilo político no Chile,
embora o golpe de Pinochet force mãe e filha a se mudarem
para a Itália. Mais de quarenta anos após os fatos, as duas
recebem anistia do governo brasileiro, e decidem contar a sua
história
Dossier Jango, 2013, Paulo Henrique Fontenele
João Goulart havia sido eleito democraticamente presidente
do Brasil, mas foi expulso do cargo após o golpe de Estado de
1 de abril de 1964. Depois disso, Jango viveu exilado na
Argentina, onde morreu em 1976. As circunstâncias de sua
morte no país vizinho não foram bem explicadas até hoje.
Seu corpo foi enterrado imediatamente após a sua morte,
aumentando as suspeitas de assassinato premeditado. Este
documentário traz o assunto de volta à tona e tenta
esclarecer publicamente alguns fatos obscuros da história do
Brasil.
1964 – Um golpe contra o Brasil, 2013, Alipio Freire
O primeiro longa do diretor - Freire já dirigiu curtas e médias
metragens -, mescla fotos, vídeos e entrevistas com 22
protagonistas da história (entre eles o do ex-ministro do
Trabalho de João Goulart, Almino Affonso, e Aldo Arantes,
presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) entre
1961 e 1962) sobre o que ocorreu entre a campanha de Jânio
Quadros para presidente, em 1960, e a posse do marechal
Castelo Branco, em 15 de abril de 1964. De acordo com o
realizador, o gancho principal foram os 50 anos da
instauração da ditadura no país, a serem completados em 31
de março do próximo ano.
Verdade 12528, 2013, Paula Sacheta e Peu Robles
Quase 50 anos depois do golpe militar que instaurou uma
ditadura no País (1964-1985), foi criada, em 2012, a
Comissão Nacional da Verdade. A lei que a criou
(12.528/2011) dá nome ao documentário “Verdade
12.528. O filme busca manter viva na memória uma das
fases do Brasil que até hoje não é uma página virada.
“Afinal, que crimes daquele período ainda estão sem
averiguação e continuam impunes? Quantos foram mortos,
como foram mortos, quem os assassinou? Onde estão os
corpos de pais, irmãos, irmãs, filhos e filhas de centenas de
cidadãos brasileiros? Até onde chegará o trabalho da
Comissão da Verdade e o que a população espera dela?”
FILMES A SEREM EXIBIDOS
O Golpe Militar
O dia que durou 21 anos, 2012, Camilo Tavares
O golpe militar de 1964 no Brasil contou com a
ativa participação do governo dos EUA.
Numa trama de ação e suspense, o filme revela
documentos Top Secret da CIA e áudios originais
da Casa Branca, mostrando como os presidentes
Jonh F. Kennedy e Lyndon Johnson articularam o
plano civil e militar para derrubar o presidente
João Goulart, eleito pelo voto popular. Durante 21
anos - de 1964 até 1985 - o governo militar
brasileiro impôs um regime autoritário que violou
os direitos civis e instalou a ditadura em nome da
'Liberdade' e da defesa da 'Democracia', com
graves consequências para toda a América Latina.
A Resistência
O que é isso companheiro,1997, Bruno
Barreto
Em 1964, um golpe militar derruba o governo
democrático brasileiro e, após alguns anos de
manifestações políticas, é promulgado em
dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que
nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois
acabava com a liberdade de imprensa e os direitos
civis. Neste período vários estudantes abraçam a
luta armada, entrando na clandestinidade, e em
1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para
seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan
Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que
eram torturados nos porões da ditadura.
A Tortura
Batismo de Sangue, 2006, Helvetio
Ratton
No final dos anos 60 o convento dos frade dominicanos
de São Paulo é uma trincheira de resitência á ditadura
militar no Brasil. Movidos por ideais critãos, os freis
Betto, Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o grupo
guerrilheiro ALN, comandado por Carlos Marighella. Frei
betto ajuda perseguidos políticos á escapartem do país
pelas fronteiras no sul até ser preso e transferido para
um presídio em SP, onde encontra seus companheiros
vivendo sob terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito
estava no grupo de presos políticos trocados pela
liberdade do embaixador suíço e foi mandado, contra
sua vontade, para o exílio na França. mesmo longe do
Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus carrascos,
se sentindo constantemente vifgiado e ameaçado. Com
intuito de por fim ao seu martírio, acaba comentendo
suicídio.
A Arbitrariedade
Pra Frente Brasil,1982, Roberto Farias
Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com
a seleção de futebol no México, enquanto
prisioneiros políticos são torturados nos
porões da ditadura militar e inocentes são
vítimas desta violência. Todos estes
acontecimentos são vistos pela ótica de
uma família quando um dos seus
integrantes, um pacato trabalhador da
classe média, é confundido com um
ativista político e "desaparece".
A Lei de Segurança Nacional
Em nome da segurança Nacional, 1984, Renato Tapajós
A gravação das declarações do Tribunal
Tiradentes, tribunal simulado que julgou
e condenou a Lei de Segurança Nacional,
uma medida legal de repressão emitido
durante a ditadura militar no Brasil, na
década de 1960, que praticamente aboliu
direitos civis e da democracia, em nome
da segurança nacional .
As Sequelas
Repare bem, 2013, Maria Medeiros
Durante a ditadura militar no Brasil, Denise Crispim,
filha de pais militantes, envolve-se com o
guerrilheiro Eduardo Leite, conhecido como Bacuri. A
relação dá origem a uma gravidez, no mesmo
período em que o regime começa a perseguir a
família de Denise. Em pouco tempo, seu irmão é
assassinado e sua mãe é presa. Quando à Bacuri, ele
é torturado durante mais de três meses, e depois
assassinado. Com o nascimento da pequena
Eduarda, Denise consegue asilo político no Chile,
embora o golpe de Pinochet force mãe e filha a se
mudarem para a Itália. Mais de quarenta anos após
os fatos, as duas recebem anistia do governo
brasileiro, e decidem contar a sua história
Bibliografia
ALVES, Giovanni. O cinema como experiência crítica. Projeto Telacritica, Unesp.
www.telacritica.org
ALMEIDA MACHADO, João Luis. Vários artigos in www.planeta educação.com.br
DUARTE, Rosalia. Cinema e Educação. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2002
BOLOGNINI, Carmen Zink(org). O cinema na escola. Campinas: Mercado de
Letras, 2007
LACERDA, Gabriel. O Direito no cinema. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2007
ALVES, Giovanni. Trabalho e Cinema –O mundo do trabalho através do cinema.
Londrina: Ed. Praxis, 2008, vols. 1 e 2
TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro. A escola vai ao cinema. Belo Horizonte: Ed.
Autêntica,2003
LUZ, Marcia. Lições que a vida ensina e a arte encena. 3ªedição. Campinas: Ed.
Atomo, 2009
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www.adorocinema.com.b
www.vervideo.com.br
www.contracampo.com.br
www.65anosdecinema.pro.br
www.piratininga.org.br
www.telacritica.org
www.planetaeducaçãol.com.br
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