64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO EM TRECHO URBANO NAS MARGENS DO RIO PARAÍBA DO SUL, NO MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS, RJ 1* 2 3 3 Helder Marcos Nunes , André Luiz Pereira , Erika Cortines , Michaele A. Milward-de-Azevedo . 1 2 Graduando em Gestão Ambiental, Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade 3 Federal Rural do Rio de Janeiro, Departamento de Ciências Administrativas e do Ambiente, Instituto de Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, *[email protected] Introdução O município de Três Rios - RJ está localizado no encontro do rio Paraíba do Sul com seus afluentes Paraíbuna e Piabanha. A região apresenta um histórico de uso intenso pela lavoura e pecuária com degradação dos solos e manejo inadequado das margens do rio. As margens e suas áreas adjacentes são altamente vulneráveis à erosão [1]. Atualmente, a região encontrase em franco desenvolvimento industrial, necessitando de conhecimento da vegetação para minimizar os impactos desta expansão, auxiliando as medidas compensatórias de recuperação ambiental. O objetivo desse trabalho foi avaliar a estrutura da vegetação nas margens do Rio Paraíba do Sul, na área urbana da cidade de Três Rios, formando um banco de dados das espécies da região, contribuindo assim com ações de reflorestamento, recuperação da área e manutenção da diversidade biológica. Metodologia Foram realizadas coletas mensais, de material vegetal em estágio reprodutivo, na área, desde setembro de 2012 até o presente momento. Para os estudos fitossociológicos foram medidas as espécies arbóreas com circunferência a altura do peito (CAP) > 16 cm, e caracterizando os extratos inferiores por meio visual e coleta. A identificação do material coletado foi realizada através de consultas à bibliografia especializada disponível e comparação com material de herbário. O material botânico esta sendo identificado e listado segundo APG III [2]. O material coletado foi processado segundo as técnicas usuais de herborização e será incluído no Herbário RBR. Resultados e Discussão Foram encontradas 28 famílias e 65 espécies. As famílias de maior riqueza foram Asteraceae (5 spp), Fabaceae (8 spp) e Convolvulaceae (6 spp). Foram encontradas 25 espécies arbóreas com CAP médio de 43,72 cm e altura média de 7,14 m, formando agrupamentos arbóreos com dossel descontínuo em vários pontos. Os cinco espécimes de maior CAP foram: Syzygium cumuni (L.) Skeels (216 cm), Inga Mill. sp. (160 cm), Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby (160 cm), Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (150 cm) e Ficus maxima Mill. (138,3 cm). A espécie Croton urucurana Baill. apesar de não ter sido representativa em termos de CAP, foi a que apresentou o maior número de indivíduos (117). Observou-se também que a quantidade de herbáceas não é constante ao longo da margem. Com a presença de herbáceas, a erosão pluvial poderia ser diminuída em até mil vezes [3]. Conclusões O fato de Syzygium cumuni, Senna siamea e Leucaena leucocephala serem exóticas pode representar perturbações ambientais por meio de competição por espaço e nutrientes com as nativas além de Leucaena leucocephala apresentar reprodução acelerada e descontrolada. Sendo assim, conclui-se que para indicação de reflorestamentos de matas ciliares na região, o ideal é que se priorize as espécies nativas encontradas como o Croton urucurana, Inga sp. e Ficus maxima, que foram bastante representativas no levantamento. Agradecimentos À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro pela bolsa de Apoio Técnico concedido ao primeiro autor. Referências Bibliográficas [1] Araújo, C.H.S.; Almeida, J.R. & Guerra, A.J.T. 2005. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. [2] The Angiosperm Phylogeny Group. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105-121. [3] United States Department of Agriculture. 1978. National Agronomy Manual. Washington D.C. Natural Resources Conservation Service.