EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR Juliana M. Hayashide R1 Medicina do Trabalho Disciplina de Medicina do Trabalho Setembro 2009 Calor  Agente físico  Sensação produzida em um ambiente de trabalho em que:  Tpt ar > tpt pele (33ºC);  Existem fontes de calor radiante à tpt > tpt pele Ambientes de trabalho  Trabalho a céu aberto  Em climas quentes e secos  Cortadores de cana-de-açúcar  Trabalho em mineração de profundidade  Trabalhos em ambientes confinados  Fundições de metais  Indústria de vidro  Foguistas e forneiros Mecanismos de trocas térmicas  Condução  Convecção  Radiação  Evaporação Mecanismos de trocas térmicas  Condução  o contacto com substâncias ou superfícies poderá determinar troca de calor por condução.  Convecção  o ar, em contato com a pele, se aquece, tornase menos denso e tende a se elevar, formandose correntes conveccionais. Mecanismos de trocas térmicas  Radiação  o corpo humano estando à temperatura constante de 37º C (310º K) emite continuamente para o meio ambiente calor sob a forma de radiação infravermelho.  Evaporação  a água existente no suor ao se evaporar absorve calor da pele para passar do estado líquido ao estado de vapor. Equilíbrio térmico  M±C±R-E=S  Onde: M = calor produzido pelo metabolismo  C = calor ganho ou perdido por condução-convecção  R = calor ganho ou perdido por radiação  E = calor perdido por evaporação  S = calor acumulado no organismo (sobrecarga térmica)  S>0 Hipertermia  S=0 Equilíbrio homeotérmico  S<0 Hipotermia Reações do organismo ao calor  Aumento da tpt:  Termoreceptores da pele e medula espinhal emitem reflexos aferentes  Centros termoreguladores hipotalâmicos emitem reflexos nervosos eferentes que via SNAutônomo:  Redução do tono muscular  Vasodilatação periférica esplâncnica  Aumento da sudorese e vasoconstrição Fatores que influenciam nas trocas térmicas  Temperatura do ar  Umidade Relativa do ar  Velocidade do ar  Calor radiante  Tipo de atividade exercida Fatores que influenciam nas trocas térmicas  Temperatura do ar  Umidade relativa do ar  Interfere na evaporação  Velocidade do ar  Interfere na condução, convecção e evaporação  Condução-convecção => ação positiva ou negativa  Evaporação => sempre facilita perda de calor Fatores que influenciam nas trocas térmicas  Calor radiante  Tipo de atividade  Quanto mais intensa a atividade exercida, maior o calor produzido pelo metabolismo Avaliação do Calor  Temperatura do ar  Termômetro de mercúrio comum  Umidade relativa do ar  Psicômetro: 2 termômetros colocados paralelamente, um com bulbo seco e outro com bulbo úmido  Necessidade de ar pelos bulbos  Tabela psicrométrica  Velocidade do ar  Anemômetro Avaliação do Calor  Calor radiante  Termômetro de globo: esfera oca de cobre pintada externamente de preto, com bulbo do termômetro no centro  Tipo de atividade  Tabelas Local de medição  O local em que o trabalhador permanece  Na altura da região do corpo mais atingida Interação do homem com o ambiente térmico  Índice de Conforto Térmico  Utilizados para ambientes em que a tpt ar < 33ºC  Temperatura Efetiva: considera a tpt ar, a umidade     relativa e a velocidade do ar Temperatura Efetiva Corrigida: considera também o calor radiante Solicitação intelectual e atenção constante – TE: 2023ºC Trabalho muscular leve e moderado – TE: 30ºC Trabalho muscular pesado – TE: 27ºC Ábaco de Temperaturas Efetivas Interação do homem com o ambiente térmico  Índice de Sobrecarga Térmica  Utilizados para ambientes em que a tpt ar > 33ºC  I.S.T. = Evaporação necessária X 100 Evaporação possível  I.S.T. = 100 - Máxima sobrecarga possível  I.S.T. = zero - Boa condição de trabalho  I.S.T. > 100 - Necessário reduzir o tempo de trabalho e introduzir pausas para resfriamento do corpo a cada hora. Carta para determinação do Stress pelo Calor Índice de Sobrecarga Térmica – IST Limites de Tolerância  A NR 15 - Anexo 3 estabelece que a exposição ao calor deve ser avaliada pelo Índice de bulbo úmido-termômetro de globo (IBUTG) IBUTG  Consiste em um índice de sobrecarga térmica  Ambientes externos ou internos, sem carga solar:  IBUTG= 0,7tbn + 0,3tg  Ambientes externos com carga solar:  IBUTG= 0,7tbn + 0,2tg + 0,1tbs  Onde: tbn = tpt de bulbo úmido natural tg = tpt globo tbs = tpt de bulbo seco NR 15 – Anexo 3  O trabalhador pode alternar trabalhos em ambientes termicamente severos com outros em locais termicamente mais amenos, ou com descanso (sentado em repouso) no mesmo local.  Obs. 1: Os períodos de descanso são considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais  Obs. 2: A alternância de condições térmicas deve ocorrer em ciclos de no máximo 60 minutos. Quadro 1 – NR 15 – Anexo 3 Limite de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de trabalho Quadro 3 – NR 15 – Anexo 3 Taxas de metabolismo por tipo de atividade Quadro 2 – NR 15 – Anexo 3 Limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com descanso em outro local Doenças causadas pelo calor  Golpe do calor, Intermação ou Insolação  Tpt pode chegar a 43,5ºC  Diarréia, convulsão, vômitos , ataxia e coagulação intravascular  Paralisação da sudorese  Tto: ambiente fresco, redução da tpt até 38,5ºC, através de gelo, ducha, clister retal  Anidrose  Clínica semelhante à intermação  Incapacidade excretarem suor das glândulas sudoríparas Doenças causadas pelo calor  Prostração térmica  Cefaléia, náuseas, tontura, mal-estar e fraqueza  Pele pálida e úmida  Ocorre por deficiência circulatória ou desidratação  Cãibras do calor  Contrações musculares dolorosas  Perda de cloreto de sódio devido à sudorese intensa Doenças causadas pelo calor  Catarata  Opacificação do cristalino devido à exposição prolongada à radiação infravermelha  Desidratação  Caso não ocorra reposição hídrica  Queimaduras Medidas de controle  Controle do calor:  Fonte  Trajeto  e por último, trabalhador Medidas de controle relativas ao ambiente Medida adotada Fator alterado Insuflação de ar fresco no local de trabalho Tpt do ar Maior circulação do ar existente no local de trabalho Velocidade do ar Exaustão dos vapores de água emanados de um processo Umidade relativa Utilização de barreiras refletoras ou absorventes de radiação infravermelha, colocados entre a fonte e o trabalhador Calor radiante Automatização do processo Calor produzido pelo metabolismo e distância da fonte Medidas de controle relativas ao pessoal  Exames médicos  Problemas respiratórios, cardiovasculares, deficiências glandulares, problemas de pele  Ingestão de água e sal  Limitação de tempo de exposição Medidas de controle relativas ao pessoal  Aclimatação  É a adaptação do homem ao ambiente de trabalho quente  Manifesta-se por: diminuição da tpt interna e aumento da sudorese  Exposição gradual ao calor: 120 min/d na 1ªsem, 4h/d na 2ª sem, 6h/d na 3ª sem e jornada completa na 4ª sem  Afastamento por 3 sem => perda da aclimatação Aclimatação  Aumenta sudorese mas diminui perdas em cloreto de sódio Medidas de controle relativas ao pessoal  Equipamento de proteção individual  Óculos de lentes especiais  Luvas, mangotes, aventais, capuzes  Vestimentas de tecido leve e cor clara  Educação e treinamento  Riscos  Uso correto do EPI  Prática correta de suas tarefas Obrigada!