FACULDA DE SETE DE SETEMBRO – FASETE Licenciatura Plena em Letras Habilitação: Português/Inglês ALAÍDE MIRANDA DA SILVA A PRÁTICA DE LEITURA INFANTO - JUVENIL O despertar para o prazer Paulo Afonso-BA Novembro / 2009 FACULDA DE SETE DE SETEMBRO – FASETE Licenciatura Plena em Letras Habilitação: Português/Inglês ALAIDE MIRANDA DA SILVA A PRÁTICA DE LEITURA INFANTO-JUVENIL O despertar para o prazer Paulo Afonso/BA Novembro/2009 ALAIDE MIRANDA DA SILVA A PRÁTICA DE LEITURA INFANTO-JUVENIL O despertar para o prazer Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Sete de Setembro, como requesito parcial para obtenção do título de graduada em Letras. Orientadora: Profª. Msc.. Maria Gilvanira Gomes da Silva Paulo Afonso/BA Novembro/2009 ALAIDE MIRANDA DA SILVA A PRÁTICA DE LEITURA INFANTO – JUVENIL: O despertar para o prazer Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Sete de Setembro – FASETE como requisito parcial para a obtenção do título de Graduada em Letras, conferida pela comissão examinadora, composta pelos professores abaixo, sob a presidência da primeira. Profª.Msc Maria Gilvanira Gomes da Silva Faculdade Sete de Setembro Orientadora ______________________________ Prof. Msc. Luís José da Silva Faculdade Sete de Setembro ____________________________ Profª. Rita Rejane Soares Melo Faculdade Sete de Setembro Paulo Afonso,___ de ___ de 2009. Dedico a Deus que é o meu protetor maior, sem ELE eu Jamais existiria. A minha filha que foi a minha incentivadora de toda essa história, o meu carinho e a minha dedicação. AGRADECIMENTOS A DEUS Senhor que em sua infinita bondade nos proporcionou a alegria vivida neste momento, que nos iluminou, que nos ofertou a vida, a sabedoria e o amor. Hoje agradecemos a ti, Senhor, pela confiança, por sempre nos ter confortado nos momentos de medo e insegurança, em que nos sentíamos ansiosos e pouco sabíamos do nosso potencial, mas o Senhor estava sempre ao nosso lado, com uma expressão de amor profunda, mostrando-nos que éramos fortes e capazes na conquista desse ideal. A minha filha que foi a minha grande incentivadora de toda esta história e que me apoiou em todos os momentos. Aos colegas companheiros em todos os momentos das minhas dificuldades a quem sou grata: Fabrício, Luzânia, Seyllan, Danilo do 6º período e outros obrigada a vocês de coração. A minha orientadora, professora Maria Gilvanira Gomes da Silva, pela compreensão, dedicação, companheirismo e incentivo, que muito me ajudou a vencer a minha luta. SILVA. Alaide Miranda da, leitura infanto – juvenil: O QUE SE QUER PASSAR A PARTIR DELAS. 2009.39p.Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Letras com habilitação em Português e Inglês – Faculdade Sete de Setembro– FASETE, Paulo Afonso, 2009. RESUMO O presente trabalho monográfico tem por objetivo principal descrever e estudar os fatores que influenciam a criança a ter gosto pela leitura e o que podemos fazer para que ela venha a ser um futuro leitor. Podemos abordar a importância da leitura e da literatura sob diversos aspectos: dizer que ambas promovem o desenvolvimento cognitivo da criança e do jovem, que constituem o eixo fundamental para a aquisição da escrita e o aprimoramento da capacidade simbólica. Essas questões são relevantes; no entanto, o grande mérito da leitura e da literatura é a fruição estética que ela nos oferece. O mundo literário é antes de tudo um fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem na sociedade. Através das palavras escritas em texto, conhecemos a singularidade de cada momento da humanidade que vive em constante evolução, ou seja, é conhecer o que cada época proporciona ou proporcionou ao individuo naquele momento. A idéia de que a leitura “humaniza o homem” é justa no seu todo, mesmo se ela padece de algumas deprimentes exceções. Tornamo-nos um pouco mais “humanos”, entenda-se aí por um pouco mais solidários com a espécie (um pouco menos “animais”). Os profissionais da área de educação deve se preocupar com o acompanhamento dos alunos com a leitura, na escola, que a sociedade espera a formação de novos leitores que não apenas gostem de ler, mas façam freqüentemente a leitura, utilizando-se da imaginação literária, despertando o interesse pelos textos literários, de modo que descubra as emoções e os sentimentos inseridos no mundo da leitura e assim ampliando a imaginação e a fantasia, onde possa formar futuros leitores críticos. Palavra chave: Leitura, Literatura Infanto – juvenil, Prática Criativa SILVA. Alaide Miranda da, leitura infanto – juvenil: O QUE SE QUER PASSAR A PARTIR DELAS. 2009.39p.Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Letras com habilitação em Português e Inglês – Faculdade Sete de Setembro– FASETE, Paulo Afonso, 2009. ABSTRACT This monograph is aimed at describina and studying lhe factors that influence a child to have a taste for reading and what we can do in order to make of this child a future reader. We can address the importance of reading and literature in several ways: we can say that both promote the cognitive development of children and youth that they constitute the cornerstone for the acquisition of writing and the improving of the symbolic capacity. These questions are relevant; however,the great merit of reading and literature is the aesthetic enjoyment that it offers. The literaty world is primarily a phebinebib of Creativity that repressents the world, the man in society. Through the written words in text,we know the uniqueness of each momento f humanity that lives in Constant evolution, tha is, it is to know that each time provides or hás provided to lhe individual at that time. The Idea that reading “humanizes the men” is Just in its whole, even IF it suffers from some depressing exceptions. We become a little more sympathetic to the kind (a little less “animals¨). Those in the area of education should be concerned with the supervisiono f pupils regarded to reading, school, society expects the formation of new readers Who not only enjows reading, but often make thereading, using the literay imagination, arousing interest in literary texts in order to discover the emotions and feelings entered into the world of reading and thus expanding the imagination and fantasy,where you can train future critical readers. Keyword: Reading, Children´s kuteratyre, creative practice. 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11 1.0 LITERATURA NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA....................................... 15 1.2 Como surgiu a literatura infanto-juvenil............................................................ 17 1.3 Perfil da literatura infanto-juvenil ..................................................................... 19 2.0 OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA DA LEITURA ................................................ 21 2.1 Importância do professor no processo de leitura............................................... 23 2.2 As dificuldades para formar o aluno leitor ........................................................ 25 3.0 A LEITURA E A FORMAÇÃO DO ALUNO LEITORE NA ESCOLA ................ 27 3.1 Leitura e a formação de leitores na família................................................. 30 4.0 COMO TRABALHAR A LEITURA PARA JOVENS.......................................... 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 35 REFERÊNCIAS........................................................................................................ 33 11 INTRODUÇÃO Neste trabalho pretendemos demonstrar que o imaginário Infanto-juvenil é importante no despertar para a leitura de forma prazerosa e divertida. É deslumbrante incentivador para o mundo da leitura e a leitura de mundo no mundo. Sabemos que todo trabalho que é desenvolvido na escola ou na sala de aula é necessário à presença do professor que é este que vai orientar mediar todo o conhecimento para discente, mas para que isso venha acontecer é necessário que saiba como funciona o processo de aprendizagem do individuo, os fatores que facilitam assim como que prejudicam a aprendizagem. Mas aí podemos parar e perguntar o que é aprendizagem? E segundo Mc Cornel cita em Nelson Piletti é: “Aprendizagem é a progressiva mudança do comportamento que está ligado, de um lado, as sucessivas apresentações de uma situação, e de outro a repetidos esforços dos indivíduos para enfrentá-lo de maneira eficiente” (1986 pg. 32). Com isso percebemos que a aprendizagem ela acontece mediante a mudança de um comportamento ou simplesmente na modificação de um comportamento. Aprendemos em toda parte; mas que este aprendizado seja estimulado e para que haja um estímulo é também necessária mudança, esta pode ser de forma sistemática ou organizada, mas é necessário, que esteja presente na aprendizagem, assim como esta mudança também pode ser de ambiente por ordem da fala. Quando o aluno percebe esta mudança ela começa a agir e executar a mudança dentro de si. E uma vez aprendido estes comportamentos ela senti-se estimulada a prender, mas além do estímulo é necessário que haja motivação como diz Piletti “sem motivação não há aprendizagem” (1986 pg. 34). Para que haja aprendizagem é necessário estímulo, também que se tenha motivação para que o comportamento mudado ou aprendido venha satisfazer suas necessidades. Na verdade todas as vezes que falamos em aprendizagem, 12 motivação é importante que tanto a escola como o professor procure propor atividades que venha satisfazer as necessidades do educando e desta forma provoque nele o interesse pelo o assunto. Sabemos que a motivação é fundamental na aprendizagem como Piletti “qualquer pessoa motivada orienta-se seu comportamento para os objetivos que possa satisfazer suas necessidades”. (1986 pg. 35). Percebemos então que para quer exista leitura é essencial que exista motivação também, desta forma se tornará mais fácil transmitir a leitura e cobrar e que a venha ter gosto pelos livros. É preciso que o professor motive os alunos para que os mesmos possuam interesse pela leitura. Se não existir a motivação fica muito difícil se obter um resultado que venha gratificar o professor com as crianças diante da leitura. Quando mais jovem a criança, maior necessidade de utilizar recursos variados para aguçar a curiosidade. E em face dessa realidade que é desafiadora, torna-se urgente uma nova reflexão sobre educação e o ensino. Com tantas tecnologias e meios de comunicação fica fácil perguntarmos haverá lugar para a literatura infanto-juvenil (ou literatura geral) nesse mundo educacional e da informática que nos invadiu com força total? A resposta é sim basta que façamos da literatura infanto- juvenil o que realmente ela é. Como diz Nelly Novaes “a literatura, é em especial a infanto-juvenil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação”. (pg. 15, 1984). Para Nelly a literatura infanto- juvenil tem um papel de transformação ela serve de agente de formação. E nós sabemos que a literatura contribui e muito com a formação intelectual e moral e que ensina o indivíduo a ter uma consciência de mundo, leva o cidadão a conhecer formas de comunicação à leitura faz-se compreender o espaço em que se vivem os seres e as coisas com que o jovem convive. A literatura infanto-juvenil é uma das condições básicas para o aprendizado do adolescente e a sua leitura faça acontecer à transformação essencial no individuo. 13 A Literatura infanto-juvenil é o agente ideal para transformação da nova mentalidade do jovem no adulto de amanhã. Como Nelly relata isso pode parecer uma coisa absurda, mas que não é muito pelo contrário nós sabemos que a leitura forma consciência e que praticada desde a infância ela transforma. Porque como educadores sabemos que o livro, ele usado com responsabilidade tem o poder de transformar e a palavra escrita em forma de consciência. E a escola é um lugar privilegiado para fazer esse encontro do leitor (jovem) com o livro. É na escola que o jovem aprende a ter contato com os livros e Nelly cita: “A escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as bases para a formação do individuo.” (2000 p. 16). É neste espaço que o jovem vai conhecer a literatura, ela vai ser estimulada a exercitar a mente, com a leitura e aprender a perceber o mundo Nelly acrescenta: “A consciência do eu em relação ao outro; a leitura do mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e o conhecimento da língua...” ( 2000 p. 16). Sabemos que o jovem em desenvolvimento ele é explorador, aventureiro e sendo assim existe fator que influenciam em seu desenvolvimento como cita Piletti em seu livro “Psicologia da Educação” que estes fatores podem ser internos e externos. Mas para desenvolvemos no cidadão infante os gostos pela leitura têm que usar e aplicar o externo e de preferência o de ambiente social, pois é neste ambiente que o jovem vai ser estimulado. A escola fará esse encontro do espaço aluno e livro e proporcionará um ambiente agradável a ele. Nelly cita: “O espaço – escola deve ser diversificada em dois ambientes básicos: O de estudo programado (sala de aula, biblioteca para pesquisa, etc.) e o de atividades livres (sala de leitura, recanto de invenções, oficina da palavra, laboratório de criatividade, espaço de experimentação, etc.). (2000 p.17). Com isso percebemos que a leitura deve ter um espaço especial, modificado onde o aluno sinta prazer de estar lá, de ouvir histórias e de aprender neste lugar. 14 Na leitura infanto-juvenil, essa moral aparece na rigidez da conduta certa ou errada, que se condensa na moral da história ou no prêmio ou castigo recebido pelos personagens um bom exemplo disso são as fábulas que possui exatamente esse perfil. A leitura Infanto-juvenil denota a forma de expressão das experiências humanas objetivando um público muito específico, e difícil de agradar. A leitura não depende da organização do tempo social, ela é como o amor, uma maneira de ser. A questão de não saber se temos tempo para ler ou não (tempo que, aliás, ninguém me dará), mas se ofereço ou não à felicidade de ser leitor. Não há melhor maneira de abrir o apetite de um leitor do que lhe dar a farejar uma orgia de leitura para que ele alimente não só as suas fantasias, mas nutra a sua mente com o conhecimento. A leitura faz parte do cotidiano, mas são na educação formal que devem ser exercitadas as práticas, de maneira organizada. A utilização de textos que circulam nas ruas e em casa constitui uma opção preciosa no dia a dia escolar em todos os níveis de ensino. Na verdade, o exercício de ler é multifacetado, eclético. Importante que atenda ás exigências do grupo que o executa. É de extrema importância enfatizar que a arte da leitura é fundamental para o conhecimento. A leitura de um simples jornal nos torna cidadãos mais críticos e conscientes extremamente capazes no que se diz respeito ao ensino e aos nossos atos perante a sociedade. A literatura universal é extremamente capaz no que diz respeito ao ensino de lições através de suas palavras e frases, que podem ser transmitidas às gerações futuras e assim garantirem a eles um universo rico de saberes. Ler uma obra agradável é a alavanca para mergulhar de cabeça no incrível e fantástico mundo dos livros. 15 1.0 - A Literatura numa Perspectiva Histórica; 1.2 - Como surgiu a literatura infanto-juvenil; 1.3 - Perfil da literatura Infanto-juvenil; 2.0 - Objetivos e Importância da Leitura; 2.1 - Importância do professor no processo de leitura; 2.2 - As dificuldades para formar o aluno leitor; 3.0 - A Leitura e a Formação do Aluno Leitor na Escola; 3.1 - Leituras e a formação de leitores na família; 4.0 - Como Trabalhar a Leitura para Jovens 16 1.0 A LITERATURA NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA A valorização da literatura infanto / juvenil, como fenômeno significativo e de amplo alcance na formação das mentes infantis e juvenis, bem como dentro da vida cultural das sociedades, é conquista recente. Dentro das muitas definições e controvérsias quanto à verdadeira ou possível natureza dessa literatura e sua provável função em nossa época, adotamos a posição de Marc Soriano, na linha semiológica de Roman Jakobson, quando define a linguagem. A leitura infanto/juvenil é uma comunicação histórica localizada no tempo e no espaço) entre um locutor ou um escritor-adulto emissor e um destinatário-jovem (ceptor) que, por definição, ao longo do período, não dispõe senão de odo parcial da experiência do real e das estruturas lingüísticas, intelectuais, afetivas e outras que caracterizam a idade adulta. (Soriano.1975). A literatura exige a mudança, o posicionamento instaurado pela emoção do leitor. Na realidade, não importa tanto o que o autor diz, mas como é interpretado no seu universo lingüístico. O encanto das palavras remete o leitor para além de mesmo, enriquecendo o seu mundo e as suas expectativas. É esse o sentido pedagógico da leitura. Formar leitores, especialmente entre os mais jovens, é oferecer uma ferramenta fundamental para ampliar a sua concepção do mundo e, transferindo-a para situações do seu interesse. Quando falamos em formação do leitor, temos em mente que nem todo mundo que sabe ler é leitor, pois para se tornar um é necessário a compreensão do que está escrito nas entre linhas do texto. É algo que vai além do fato de saber enunciar em voz alta ou silenciosamente as palavras escritas. Saber ler é uma necessidade do mundo atual: apreender o significado, dar uma resposta interior ao texto. Como nos lembra NISKIER apud. Gonçalves 2003: (“O Poder da palavra”, UNESP) a linguagem é o grande projeto de formação da cidadania, por meio do qual o homem toma conhecimento dos direitos que lhe garantem e protegem a vida, nos sentidos social e individual.” 17 O exercício da leitura representa um papel essencial, da máxima importância para a formação de um povo. Desconheço um país desenvolvido que não seja um país de leitores, as que desde os primeiros anos da infância adquiriram o gosto de ler. Como disse Darcy Ribeiro, o livro foi a maior invenção da história e a base de todas as outras conquistas da civilização. É diante disto que se percebe a importância do livro na vida de nós seres humanos e o saber ler nó favorece ao enxergarmos o que realmente está ao nosso redor por compreendermos de maneira abrangente o que está se passando em nosso meio. 18 1.2 Como surgiu a literatura infanto-juvenil Contar história é uma arte que nasceu antes da historia e tem na oralidade seu passado mais distante. A literatura infanto-juvenil surge, pois, da arte de contar e recriar as fantasias da memória popular. No final do século XVII, na França, foram produzidas as primeiras obras para jovens das quais temos conhecimento: as fabulas (1668) de La Fontaine: os contos da mãe gansa (1691/ 1697) de Charles Perrantt: os contos de fadas (8vols-1696/ 1699) de Mme. Literatura infantil, no mercado livreiro, só foi possível com a ascensão da ideologia burguesa, a partir do século XVIII. Nesse período, consolidaram-se duas importantes instituições burguesas a família e a escola. Na antiguidade clássica os contos tradicionais eram na maioria dos casos, representados por adultos com a função moralizante de educar, corrigir e zelar pela formação do jovem. A literatura infanto-juvenil é um ramo da literatura, dedicada especialmente a jovens adolescentes. Nisto se incluem historias fictícias infantis e juvenis, biografias, poemas, obras folclóricas. A literatura desde as origens aparece ligada a essa função essencial no que diz respeito às emoções, paixões, desejos, sentimentos de toda ordem, a literatura ela expressa uma determinada experiência humana, e que dificilmente poderá ser definida com exatidão. E literatura infanto-juvenil tem a mesma intensidade e a mesma natureza que a dos adultos porem é destinada a um publico jovem. Devido e essa função até bem pouco tempo a literatura infanto-juvenil foi minimizada e tratada como criação literária menor. Até a década de 80, a função da literatura infanto-juvenil era basicamente a de educar e moralizar o jovem. (FARIA,2006,7) Atualmente discuti-se o caráter didático dos usos dessas literatura que surgiu como uma forma literária menor, ligada a função utilitário - pedagógico. Para ela o caráter lúdico divertido da literatura era deixado de lado, em prol de um fazer pedagógico que objetivava a manutenção da ideologia predominante do adulto sobre a criatividade do individuo. 19 Sob esse aspecto, o que podemos dizer é que a literatura infanto-juvenil passou a ser um objeto que provoca emoções dá prazer ou diverte e, acima de tudo, modifica a consciência de mundo de seu leitor, a literatura infanto-juvenil é arte. Mas que passou a ser instrumento manipulado por uma intenção educativa, ele se inscreveu na área da pedagogia. 20 1.3 Perfil da Literatura infanto-juvenil A literatura infanto-juvenil por muito tempo acreditou que eram temas inadequados ao pequeno leitor. Os editores e autores não haviam se dado conta de que os contos de fadas, assim como a vida, nem sempre terminam com os “felizes para sempre”. Com o tempo o ciúme, o egoísmo, a falta de solidariedade, o ódio e todos os defeitos que marcam a nossa humanidade passam a fazer parte do perfil dos personagens das histórias escritas para jovens. Um olhar mais atento aos temas recorrentes denota certo gosto pelo passado. Segundo Alfredo Bosi, a possibilidade de enraizar no passado a experiência atual de um grupo se perfaz pelas mediações simbólicas. Não só o gesto, o canto, a dança, o ritmo, a oração, a fala que evoca e que invoca, mas tudo isso junto estabelece, através da religião, um vínculo entre presente e o outrora tornado a literatura agora, laço da comunidade com as forças que o jovem em outro tempo e que sustêm a identidade. Heloísa Buarque de Holanda (apud RICHE, 1995:155) chama atenção para o perigo de centralizar as atenções na escritura, na linguagem, sem articular com o social, onde esta se configura. Assim, para estudar e compreender as narrativas orais e escritas que traçam a história da literatura infantil e juvenil contemporânea dialogamos com Alfredo Bosi ao acreditar que as relações entre os fenômenos sociais deixam marcas no corpo da linguagem. Essas relações tornam-se mais claras ao investigarmos a origem das palavras cultura, culto e colonização que descendem de um mesmo verbo latinas colo, cujo particípio passado é cultus e o particípio futuro é culturus. (BOSI, 1992: 110). A nacionalidade fez com que um novo sentido de exaltação e entusiasmo pelo país e os valores da terra, fazendo-se assim uma busca de raízes ou das origens no sentido de se percorrer de novo o caminho feito até aqui, afim de que a brasilidade revelou-se em toda a sua verdade e força. Com isso, as obras tipicamente folclóricas como Saci Pererê, ou heróis urbanos do tipo da Mônica, ganharam nova articulação textual e maior qualidade critica no contexto da produção mundial. Essa mesclagem criativa da literatura erudita, com a popular e de massa, possibilitou o 21 desenvolvimento do gosto pela leitura na família e na escola. Um dos fatores que contribuíram para aumentar o numero de leitores, foi sem dúvida, o fato de sentirem representados nos textos. 22 2.0 Objetivos e importância da leitura Muito se tem discutido, sobre a importância da leitura na escola. Porém percebe-se que inúmeras dificuldades têm sido encontradas no espaço escolar, para a efetivação das práticas de leitura que possibilitem a formação de leitores. No Brasil, não temos tradição cultural no que diz respeito à leitura, vive-se em uma sociedade que pouco valoriza, desenvolve e estabelece tais práticas. Pode-se confirmar esta realidade, levando-se em conta que, pelas condições do desenvolvimento histórico e cultural do país, a leitura, enquanto atividade de lazer e atualização, sempre se restringiu a uma minoria de indivíduos que teve acesso à educação formal, e, portanto, ao livro. Neste sentido, a escola, mais especificamente, o professor, necessita estabelecer vínculos prazerosos com a leitura, buscando o prazer, o lazer e o conhecimento. A leitura acontece ao desencadear-se o processo criativo em que sujeito e linguagem interagem permanentemente, uma vez que o texto nunca está acabado, não é produto, antes, dispositivo de produção. A leitura produto é pessoal, individual, determinada pelas condições sociais, culturais, históricas, afetivas e ideológicas do leitor, portanto, é variável, porque o texto apresenta lacunas que convidam o leitor a preenchê-las. É de suma importância, que o professor incentive o gosto pela leitura, para que a sociedade tenha seus indivíduos como sujeitos da sua história, homens e mulheres que façam cultura e que impulsionem a transformação, fundamentados em princípios humanos de liberdade e solidariedade. Nas escolas, a leitura tem caráter secundário ao da escrita, apesar de ambas caminharem juntas; a escrita toma todo o tempo, enquanto a leitura é vista como uma atividade extra na aula que, normalmente, acontece, quando os alunos terminam a lição, ou quando sobra tempo. A leitura precisa ocupar horário “nobre” da aula. A escola precisa viabilizar tempo para a leitura. 23 O prazer da leitura tem que ser algo natural, por que a leitura é uma questão pessoal, lemos um texto porque gostamos de ler, porque gostamos daquele determinado tipo de texto, porque a leitura nos traz prazer. Lemos para comunicar um texto, lemos com o objetivo de transmitir a informação do texto a outras pessoas. Lemos para aprender normas e entonação de voz em sinais de pontuação, rápidos, claros, fluentes; lemos para verificar o que se compreendeu: lemos para sermos aferidos sobre a compreensão da leitura. É possível perceber que em nossa sociedade, o aluno está inserido num patamar sócio-econômico relativamente baixo e isso impede de manter um contato maior com o livro o que dificulta na promoção da leitura prazerosa e não obrigatória isso também deve ser considerando uma barreira na formação do nosso aluno enquanto leitor. Enfim, diante da diversidade da importância da leitura e das dificuldades apresentadas, acabamos por desestimular o aluno, pois ao se deparar com a prática da leitura na escola ele encontra um professor que na maioria das vezes já chega desestimulado. 24 2.1 Importâncias do professor no processo de leitura É de suma importância, que o professor incentive o gosto pela leitura, para que a sociedade tenha seus indivíduos como sujeitos da sua história, homens e mulheres que façam cultura e que impulsionem a transformação, fundamentados em princípios humanos de liberdade e solidariedade. Com isso se considerarmos “o professor matéria em questão”, elegemos os livros de historias infanto-juvenis como sendo especialista, uma vez que ele é muito mais do que o professor, quem fornece os textos e quem conduz a imaginação de leitura. Mas o professor é quem permeia a leitura em sala de aula e como educadora não pode ser ignorado, mas sim instigado a criar ampliar, buscar e aplicar os mais diversos conhecimentos. O professor tem o papel social de transformação da sociedade, criar planos de ação para desenvolver o pensar e sensibilizar os alunos. Nesse sentido é dever do professor produzir meios para que os alunos possam vivenciar a leitura infanto- juvenil na sala de aula. Sabemos que a correria do professor atrapalha na busca de métodos de leituras dinâmicas, mas LAJOLO (apud Silva, 1998, p 69) nos mostra como a leitura produz a excelência e qualidade no ensinar. (...) se a relação do professor com o texto não tiver um significado, se ele não for um bom leitor, são grandes as chances de que ele seja um mau professor. E, à semelhança do que ocorre com ele seja igualmente grandes os de que o texto não apresente significado para os alunos(...) Com isso o aluno pode até aprender a ler, mas não será um leitor assíduo e nunca sentirá o prazer que a leitura possibilita a quem a faz. Desperta no aluno o interesse pelo conhecimento que a leitura propicia é um grande desafio, mas que merece ser enfrentado pelo professor. FREIRE (1989, p11) diz o seguinte “Linguagem e realidade se aprendem dinamicamente. A compreensão a ser alcançado por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e contexto. A grande reflexão é como querer alunos leitores se não atuamos como leitores”. 25 Nem sempre os professores estabelecem boas relações com os livros e com a leitura; há alguns que afirmam que não gostam de ler; outros que não vêem a leitura como lazer; outros que as poucas leituras que fazem são quase que, exclusivamente, para a preparação das aulas. Se o professor formador de leitores não tem o gosto pela leitura, como irá despertar o interesse dos alunos pelo prazer de ler? Talvez, esse professor não tenha tido oportunidades de se tornar um bom leitor na sua fase de escolarização ou profissionalização. Outros fatores, como, condições salariais ou de trabalho, falta de infra-estrutura, pouco ou nenhum tempo para ler, contribuem negativamente para a má formação do professor-leitor. Mas se os professores não forem leitores, dificilmente poderão compartilhar com seus alunos os mistérios, encantos e alegrias que se podem alcançar pela leitura. Primeiramente, compete ao professor leitor fazer a “leitura” da sala de aula, como se fosse um texto a ser compreendido. Se, na leitura de textos, necessitamos de estratégias ou instrumentos auxiliares de trabalho, também para a leitura da classe precisamos observar intuir, imaginar a realidade de cada aluno, suas condições sociais, culturais e econômicas para, então, o educador ser capaz de interagir, intervir e construir criticamente o conhecimento. O professor não deve esquecer que seu fazer pedagógico só está inserido no contexto de sucesso se ele levar em consideração o sujeito do aprendizado, o seu aluno, pois, do contrário, o sucesso da sua prática de ensino não será um fato certo, esperado. 26 2.2 As dificuldades para formar o aluno leitor O jovem não se transforma em um leitor de um dia para o outro, ele percorre um trajeto cujas bases são as concepções iniciais do que é ler. E esse trajeto tem inícios a partir do momento em que as condições do meio lhe sejam favoráveis. E quando o meio social não proporciona essas oportunidades a todos, as vivências do meio letrado são diferentes, muitas vezes, não levados em conta pela escola. É de fundamental importância, pois o leva a compreender o mundo em várias dimensões, além de possibilitar a sua manipulação de acordo com as suas necessidades e vontades, ou seja, a partir da leitura o aluno começa a questionar aquilo que o deixa inquieto ou confuso, e ao compreender as suas inquietudes ele acaba solucionando os problemas que o afligem. Mas para isso é necessário que o aluno realize a prática da leitura constantemente e que o professor por sua vez crie situações diversas para que a leitura não caia na mesmice segundo Villard (2006, p. 02) Habilita o aluno a ler se tem mostrado, portanto, inócuo, insuficiente (embora desejável) pra que se forme um cidadão capaz de incorporar a leitura às atividades de seu cotidiano. Isto só ocorre quando a leitura é vista não como o cumprimento de um dever, mas como um espaço privilegiado, a partir do qual tanto é possível refletir o mundo quanto afasta-se dele, um espaço no qual é possível encontrar aquilo que a vida nos nega, quer sob a perspectiva da realidade (enquanto informação, conhecimento) quer sob a da fantasia. E para que isso ocorra, para que se forme um leitor para toda a vida, o hábito, por si só, não chega. Há que se desenvolver o gosto pela leitura. Desse modo, para que o aluno chegue a torna-se um aluno leitor o direcionamento principal deve ser a de atividades que superem a ineficiência das práticas de leituras atuais e a descoberta de novos horizontes fazendo com que o aluno vivencie novas experiências, despertando-o para novas consciências de que ele é uma pessoa que está em formação e precisa, portanto perceber o quanto é fundamental a leitura. 27 O autor ainda enfatiza que o aluno deve realizar a prática da leitura constantemente, e que o professor por sua vez não pode cair na mesmice, devendo está num constante inovar, pois ele enquanto mediador do processo formativo aluno-leitor não pode se deixar cair no hábito de utilizar das atividades sistemáticas e ultrapassadas que não promovam o alcance do leitor. Logo a necessidade de está refletindo sobre os seus princípios e conhecimentos se analisando, constantemente para que possa direcionar a formação de um leitor critico. É interessante salientar, que o educador enquanto mediador desse processo formativo deve levar em consideração a sua postura pedagógica, assim como o seu próprio conhecimento, pois o professor que não está apto a praticar a leitura de maneira criteriosa poderá obter nenhum sucesso. 28 3.0 A Leitura e a formação do aluno leitor na escola A leitura é requerida para que se possa ter acesso a informações veiculadas das mais diversas maneiras: na internet, na televisão, em outdoors espalhados pelas cidades, em cartazes afixados, sistematicamente, nos muros das ruas nas mais diferentes placas informativas etc. decorrente dessa compreensão a necessidade que hoje se coloca para a escola a de possibilitar ao aluno uma formação que lhe permita compreender criticamente as realidades sociais e nela agir, sabendo, para tanto, organizar sua ação. Para isso, esse aluno precisa apropriar-se do conhecimento de meios de produção e de divulgação desse conhecimento. Nas sociedades letradas, como a nossa, esse processo de apropriação está estreitamente ligado ao conhecimento da linguagem escrita principalmente no que se refere à leitura. Esse conhecimento, tal como hoje compreendemos, refere-se a um grau ou tipo de letramento que inclui tanto saber decifrarem o escrito, quanto ler/escrever com proficiência de leitor/escritor competente, quer dizer, saber utilizar nas práticas sociais de leitura e de escrita as estratégias e procedimentos que conferem maior fluência e eficácia ao processo de produção e atribuição de sentidos aos textos com os quais se interage. A leitura é de importância decisiva para o exercício da cidadania. A escola é um dos espaços privilegiado para a formação de leitores. Todavia a escola não vem atendendo, quer ás expectativas quer ás demandas sociais atuais. Apesar da multiplicidade de fatores envolvidos, as evidencias tomadas para justificar essa situação quase sempre transitam numa via de relevância indiscutível a não proficiência leitora. 29 A leitura deve ser trabalhada buscando a forma prazerosa do ato de ler. Encaramos a leitura como uma prática social, mas sabemos também que a leitura não é herdada biologicamente e sim aprendida e apreendida. A escola como aparelho social que historicamente é o local de aprendizagem da leitura é responsável por propiciar ao aluno uma boa leitura. Então cabe ao docente priorizar a descoberta da leitura ao futuro leitor. Haja vista que a formação deste educando está inerente aos caminhos percorrido e mediante o contato com as informações escritas e exploradas nos textos escritos. A escola deve preconizar a formação do aluno enquanto leitor, visto que só assim o aluno não será excluído da sociedade, já que terá a oportunidade de inovar a sua maneira de pensar e agir. É interessante salientar que esta inovação do aluno anda em consonância com o do professor. Partindo desta realidade o professor não pode manter-se como um individuo passivo, pois, este problema não será só dele, mas daqueles que lhe foram confiados um dia. Mas pra que está dialeticidade seja vivenciada torna-se necessário que o professor organize a sua prática de ensino, de modo a estabelecer objetivos de ensino como metodologias diferenciadas e inovadoras. Tudo isso com predisposição para ensinar, pois, às vezes o docente tem um apoio pedagógico excelente, mas não consegue viabilizar situações de aprendizagem de forma qualitativa. Outra questão importante segundo Pinheiro (2006, p 03) é que esta qualificação do trabalho pedagógico também pode acontecer a parati da exploração do livro didático. A inovação pedagógica do uso deste instrumento só depende do professor, ele pode fazer diferente a partir daquilo que tem em mãos, entretanto o que não deve acontecer á a utilização desta ferramenta de trabalho como sendo a única. Veja: A necessidade da presença do livro literário em sala de aula é algo incontestável. Fonte inesgotável de conhecimento e descoberta, a literatura, enquanto atividade cognitiva contribui para a ampliação do processo perceptivo do leitor. O profissional da educação nunca deve perder de vista o princípio artístico que é o fundamento de toda obra literária: a literatura é antes demais nada, a vida por meio da palavra, numa comunhão entre sonho e a vida prática, entre a utopia e a realidade. 30 Diante de tudo que foi dito é necessário acrescentar que a escola deve preconizar a formação do aluno enquanto leitor, visto que só assim, ele não será excluído da sociedade, já que terá a oportunidade de inovar a sua maneira de pensar e agir. É importante dizer também que a tarefa do professor não está restrita a dar aula, por que assim a sua tarefa seria apenas o ato de transmitir conhecimento, mas o professor é aquele individuo que facilita a compreensão de uma determinada informação, é aquele com que a cena a esperança para muitos que já não a tem. E é somente com a conscientização por parte do professor que o fazer pedagógico voltado para a formação de alunos leitores que mudará nas escolas e estas investiram na qualidade de uma aprendizagem voltada para a leitura em sala de aula, e a sociedade continuará recebendo cidadãos cujas idéias e atitudes sejam de críticos leitores. É dentro desse contexto que a literatura infanto-juvenil se torna possível e necessária. Por meio de sua inserção na escola, ela vai ser instrumento para inculcação de nomes e valores. A literatura infanto-juvenil, desde sua gênese até os dias atuais, sempre dependeu da mediação escolar para manter aquecido seu mercado. A instituição escolar tornou-se o principal espaço de circulação e de consumo para promover a escolarização do texto literário. A aliança estabelecida entre literatura infanto-juvenil e a escola faz com que ambas criem um compromisso pedagógico para instrumentalizar e vincular valores de leitura na sala de aula. A escola precisa, mais do que nunca, fornecer ao estudante os instrumentos necessários para que ele consiga buscar, analisar, selecionar, relacionar e organizar as informações complexas do mundo contemporâneo. Nesse sentido, compreendermos que a leitura é um processo que não está limitado apenas ao âmbito escolar ou somente um meio de obter informações, mais do que isso ela deve ser uma prática que todos possam usá-la na própria convivência com o meio social. 31 3.1 Leituras e a formação de leitores na família Sabemos da grande importância que é a leitura, e que os pais precisam envolver-se neste processo com os filhos, também, vimos que a escola e os professores tem uma grande parcela de envolvimento nesse processo de desenvolver o aluno para a leitura, mas não podemos esquecer que os pais em casa devem fazer um trabalho que ajude aos professores na continuidade deste trabalho. Os pais precisam estimular o gosto pela leitura dos filhos. Pennac em sua obra “Como um Romance” ele relata os primeiros momentos de aluno com a leitura onde os pais a motivam primeiro a ouvir as historias, e os pais se tornaram contadores de historias para seu filho. Isso nos mostra que existe uma esperança basta que cultivemos a emoção desde sua infância, o ato de ver sempre as pessoas mais próximas lendo, estimuladas a vontade de fazer a mesma coisa. Procurando fazer com que a criança acumule esta experiência e a motive a ler e seguir em frente, a leitura em voz alta pode ser muito importante para motivar o futuro leitor, e este ato ainda proporcionará aos pais a ficarem por algum tempo juntos. Os pais precisam ensinar a seus filhos sobre a leitura, mas o que é ler para eles? O que é ler para os indivíduos, como adquirir a capacidade de forma sobre determinado processo se muitos não possuem o conceito do que seja a leitura. Segundo Lajolo a leitura é: [...] compreender, retirar informações atribuir significado. A leitura ocorre por uma certa decodificação que aprendemos a fazer, não importa se sistemático ou assistemático, dos sinais percebidos no objeto observado. Esses sinais podem ser as cores, ou sons, as formas, os movimentos, a organização... Essas leituras são feitas pelo olhar pelo tato... Ler não é decifrar, como um jogo de adivinhações, o sentido de um texto. È a partir do texto, ser capaz de atribuir lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significados para cada um reconhecer nele o tipo de leitura que o autor pretendia [...] (Lajolo, apud in Silva, 1982.p.59) 32 Podemos perceber com esta citação que são os pais o primeiro professores de seus filhos, eles são orientadores nessa relação de sentido de instigar o jovem a ler. Os pais são os primeiros educadores e formadores de conduta dos futuros leitores. A maioria dos pais, não pode dar tal atenção aos filhos, talvez algum desses motivos signifique: trabalho duro, esforço extra, escolhas difíceis, sacrifícios e firmeza, então os pais preferem adia o processo de aprendizado de seus filhos, deixando a tarefa exclusivamente para o professor, na escola, conseqüentemente ficará mais fácil tornar os professores responsáveis pela educação e aprendizado dôo seu filho. Pais e professores mal se vêem, poucos sabem um do outro, nem sempre as informações sobre o aluno que o professor tem é a mesma dos pais. As idéias e valores trabalhados na escola, no geral são vistas de outra forma em casa, quando não raro, não fazem parte de determinadas famílias. A participação da família influencia positivamente o desempenho escolar dos alunos. É importante estimular a leitura no aluno como uma experiência valiosa e prazerosa. Isso será uma grande fonte de satisfação tanto para o individuo quanto para os adultos que as acompanharem nesta aventura. Segundo Pennac ele afirma que: “Ele é, desde o começo, o bom leitor que continuará a ser se os adultos que o circundam alimentarem seu entusiasmo em lugar de pôr à prova sua competência, estimularem seu desejo de aprender, antes de lhe impor o dever de recitar, acompanharem seus esforços, sem se contentar de esperar na virada, [...] fizerem vibrar o presente, sem brandir a ameaça do futuro, se recusarem a transformar em obrigação aquilo que era prazer, fundindo esse dever na gratuidade de toda aprendizagem cultural, e fazendo com que encontre eles mesmo o prazer nessa gratuidade. ( Daniel Pennac,1993, p 55) Com isso percebemos que a família é a grande motivadora e incentivadora deste futuro leitor, que será o comportamento manifestado pelos pais que definirá o modelo de leitores futuros nas escolas e salas de aulas. 33 Por isso não basta os pais colocarem seus filhos na escola, para parti-la desde fato acorrer uma interação. Contudo pode ser a motivação do inicio desse processo as relações soa pais leitores ou incentivadores ou simplesmente um movimento de família – escola uma trabalhando junto com a outra que se forme uma relação onde promovam a facilitem a leitura extraclasse. É tarefa dos pais e professores fazer com que os alunos tenham ao alcance da mão livros de boa qualidade, de maneira que possam se acostumar à boa leitura. Uma vez que o aluno tenha desenvolvido o interesse pela leitura, é pouco provável que o perca especialmente se tiver adquirido desde cedo ao hábito de ler. Embora desenvolva outros interesses e algumas não tenham muito tempo para ler, cedo ou tarde o aluno retomará o hábito da leitura. 34 4.0 Como Trabalhar a Leitura para o jovem Por entendermos o ato de ler como um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e análise do texto, desse modo, vemos que é preciso adotar métodos, criar situações que possibilitem aos alunos a capacidade de desenvolver diferentes meios de chegarem à leitura. Sobre isso Delmanto (2009) considera que devemos ensinar, além da decodificação, a compreensão, apreciação do texto, assim como a relação do leitor com o texto. A autora acrescenta que se os educadores propuserem atividades visando a esses objetivos, os alunos serão capazes não apenas de localizar informações, mas de relacionar e integrar as partes do texto, de refletir sobre os seus sentidos captando as intenções implícitas de perceber relações do texto com outros contextos, assim como de gerar mais sentido para o texto e de valorizar os que lêem de acordo com seus próprios critérios. Boa parte dos professores tem dificuldade para reinventar aulas, torná-las menos cansativa, a revista Nova Escola (2003), mostra idéias criativas e melhor, que estão dando certo nas escolas, vejamos é preciso permitir que o aluno também selecione sua leitura, é uma forma de incentivar o gosto pessoal na escolha de uma obra, um gesto que ele repetirá em anos futuros, quando se tornar um consumidor de livros. É preciso ensinar aos alunos a beleza da língua e reafirmar a noção de que o livro é um amigo que esta sempre do nosso lado. Segundo CLARETO (2006) “É importante que os pais participem com as crianças e principalmente, que lhe dêem o exemplo. Os jovens cujos pais lêem certamente também o farão. Os primeiros livros as crianças que são resistentes á leitura costumam contar as paginas de um livro e desanimam ao pensar que a leitura pode lhe tomar muito tempo. A dica é dá pequenos livros, pouco texto, ilustrados, letras grandes, muitos diálogos, livros de aventuras, ação, porque se parece com alguns programas de televisão familiares o jovem. Esse é um dos atos que ajuda muito atrair o interesse imediato do jovem pela leitura. 35 Ajudar seu filho a forma sua própria biblioteca é uma ideia de estimular os jovens a formarem suas próprias bibliotecas que podem ser compartilhadas com seus irmãos e amigos e colaborar, sempre quer possível, com outros jovens pode ser uma atividade interessante, da qual podem surgir novos interesses que levem por sua vez a novas leituras. Alguns pais também acham positivo ler os mesmos livros que seus filhos e comentálos com eles, isso não apenas estimula o jovem a ler, como também estimula a comunicação entre pais e filhos. Leia para seu filho a leitura em voz alta pode ser muito importante para motivar seu filho, além disso, é uma oportunidade para que o jovem saiba o que você considera benéfico ou importante. Pode-se ler com ela, historias de aventura ou lendas de sua cidade ou país. É interessante salientar que a pratica da leitura não se limita aquele que sabe ler fluentemente, pelo contrario a pratica da leitura deve começar mesmo antes do aluno saber ler, ou seja, estimular o jovem a ler antes mesmo dele saber ler ótima estratégia de fomentar no jovem o gosto pelo aprendizado da leitura. Podemos também acrescentar como estratégia de leitura a utilização de textos em quadrinhos, pois estas atividades constituem instrumentos eficientes para auxiliar na organização seqüencial dos fatos na percepção de que a historia precisa ter um principio, um desenvolvimento um final. Por fim, gostaria de dizer também que a escola enquanto mediadora desta formação deve estimular o aluno para que através da leitura consiga construir sua própria identidade literária e a partir dela aflorar todo o seu potencial imaginativo, de modo a levá-lo a compreender esta sociedade tão excludente, e ao chegar a esta compreensão possa superar tanto a exclusão social, quanto a lingüística, pois apesar de não ser muito discutida, a exclusão lingüística é tão ferrenha quanto à 36 social, visto que ambas estão inerentes aos aspectos que permeiam a era da informação. 37 Considerações Finais Tudo que foi dito e escrito é para afirmar a importância do ato de ler, sendo a leitura a ferramenta impulsionadora de uma boa escrita, passando para os outros aspectos relacionados à linguagem. A ampliação da aptidão da linguagem proporciona instrumentos que permitirão ao sujeito o desenvolvimento da competência para o falar, escutar, ler e escrever nas diversas situações de interação. Por isso é relevante falar da influencia dos educadores, sendo eles pais ou professores, para a habilidade da leitura. Para Vygotsky (apud Martins, 2006, p01) , os responsáveis pela educação inicial do individuo, devem ter noções básicas como “O caminho do objeto até o jovem e desta até o objeto passa através de outra pessoa.” Tornar o aluno sujeito de sua própria fala, pessoas que fazem reflexões firmando seu estilo sua identidade, é o objetivo estimulado que a leitura transformadora. Nesse sentido trabalhar socializando o conteúdo, ou seja, utilizando a transdiciplinaridade, permitir mudanças de pensamento. Espera-se que pais e educadores repensem na pratica pedagógica que diz respeito à leitura que ambos possam trabalhar juntos para compreender a necessidade dos seus alunos e filhos e o poder da influência em cada gesto, seja ele de contribuição ou omissão, no processo de aprendizado dos indivíduos. Nesse sentido, o educador necessita sair do formal tecnicista, abrir as portas para uma relação mais próxima com as famílias dos alunos. 38 Referencias AZEVEDO, Mesquita. A literatura. O chamado “Universo infantil” e a vida mesmo. In WWW.proler.br.br BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Cia das Letras, 1992. BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia Escolar 5ª ed. São Paulo, Ática, 2004. CLARETO, Murilo. Site: http://www.miniweb.com.br/Literatura/Artigos/leitura.html. Acesso em: 25/10/2007. COLL, Cesar. SOLÉ, Isabel e outros. O construtivismo na sala de aula. 6ª Ed. São Paulo: Ática, 2004. CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes Professores Fascinantes – Rio de Janeiro: Sextante, 2003. DELMANTO, Dileta. A leitura em sala de aula. Construir noticia Recife, ano 08, nº45. p.24-26, mar/abril 2009. FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura na sala de aula. São Paulo. Editora Contexto. 2006. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos, 46ª Ed. 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