www.visbrasil.blog.br COMENTÁRIOS LIBERADA VENDA DE INIBIDORES DE APETITE VETADOS PELA ANVISA Votado no plenário do Senado, decreto legislativo não requer sanção presidencial Jailton de Carvalho 02/09/2014 BRASÍLIA - O plenário do Senado derrubou, na noite desta terça-feira, resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibia o uso de remédios para emagrecer produzidos com base nas substâncias anfepramona, femproporex e mazindol. A proposta também libera a venda de medicamentos que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários. Em votação, os senadores aprovaram projeto de decreto legislativo que suspende a resolução nº 52, editada pela Anvisa. Como se trata de um decreto legislativo, a decisão entra em vigor no momento de sua publicação no Diário Oficial sem passar pelo crivo da sanção presidencial. O projeto para liberar o consumo de medicamentos proibidos pela Anvisa foi apresentado pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pela ex-senadora Marina Silva. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), recomendou à bancada do partido votar contra. Segundo o senador, o Senado cometeu uma temeridade ao liberar medicamentos proibidos com base em pareceres técnicos da Anvisa, instituição encarregada de fiscalizar a qualidade dos remédios comercializados no país.- Há um lobby pesado da indústria farmacêutica nisso aí - disse Humberto Costa.Ao GLOBO, a Anvisa reafirma estar “segura que tomou a melhor decisão técnica, com base em dados científicos. Estes dados apontam que os riscos de uso superam os benefícios e que elas podem causar mais danos do que a própria doença que pretendem tratar.” http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/liberada-venda-de-inibidores-de-apetite-vetados-pela-anvisa13809513#ixzz3CJ6jASoo Inibidores de apetite podem ser liberados Câmara aprova em plenário projeto que suspende ação da Anvisa contra emagrecedores Flávia Milhorance 09/04/2014 Os inibidores de apetite podem voltar ao mercado brasileiro. O plenário da Câmara de Deputados aprovou ontem um projeto de lei liberando as substâncias usadas no tratamento da obesidade, e a proposta agora seguirá para votação no Senado. Essa decisão suspende uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de outubro de 2011, que tinha interrompido a produção e a venda de anfepramona, femproporex e mazindol, além de criar fortes restrições à sibutramina. A defesa da Anvisa para a proibição é de que há poucos estudos clínicos sobre a eficácia dos medicamentos e muitas evidências sobre seus malefícios. - O risco é de hipertensão pulmonar, arterial e distúrbios psiquiátricos causados nas pessoas que usam os produtos - afirmou o presidente do órgão, Dirceu Barbano, que participou de uma reunião em 1º de abril com líderes partidários. A endocrinologista Isabela Bussade, professora da Escola Médica de PósGraduação da PUC-Rio, concorda que as substâncias têm contraindicações, mas diz que pacientes obesos ficaram reféns com a restrição. - Lógico que existe uma preocupação com aqueles que fazem uso recreativo e sem prescrição das drogas indicadas para obesos graves. Mas a medida de proibição generalizada deixou pacientes sem possibilidade terapêutica - criticou Isabela. - Para obesos, não se trata apenas de mudar o estilo de vida, eles precisam ser medicados. Com a medida restritiva, temos sentido um aumento de procedimentos mais invasivos, como a cirurgia bariátrica e do balão intragástrico, um dispositivo para aumentar a saciedade. Por isso, as principais sociedade médicas foram contra a decisão arbitrária da Anvisa. Este foi o argumento de que lançou mão o autor da proposta, Beto Albuquerque (PSB-RS): Tiraram a caneta do médico para definir o tipo de tratamento adequado. A sustação (da resolução) que estamos fazendo aqui é temporária e vai levar a um debate técnico sobre a questão. A votação, no entanto, dividiu as opiniões de deputados. - O Parlamento brasileiro agora vai começar a proibir ou autorizar o uso de medicamentos? - criticou o médico e deputado Henrique Fontana (PT-RS). http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/inibidores-de-apetite-podem-ser-liberados12147142#ixzz3CJ5jMxyv www.visbrasil.blog.br COMENTÁRIOS CINISMO E CRUELDADE Em 2009 este assunto dos anorexígenos veio à baila nos meios técnicos e científicos internacionais que tratam da vigilância sanitária de medicamentos. E, como devia, aportou no Brasil, pois somos um dos maiores consumidores destes produtos. Não houve dúvidas nos meios científicos na Europa e no resto do mundo que tais substâncias deviam ser retiradas do consumo, pois seus prejuízos à saúde não justificavam seus benefícios. Mas não no Brasil. SIBUTRAMINA: INDECISÃO DA ANVISA http://www.visbrasil.blog.br/wpcontent/uploads/2009/01/comentario-visbrasil_sibutramina.pdf; ERRADO, ANTIÉTICO E IMORAL http://www.visbrasil.blog.br/wpcontent/uploads/2011/10/comentario-visbrasil-errado-antiatico-e-imoral.pdf Os argumentos dados pelos parlamentares para aprovar este esdrúxulo Decreto Legislativo são cínicos e cruéis. O cinismo, adotado pelo Senado, vem de parte da categoria médica diretamente interessada em manter seus ganhos pecuniários explorando os obesos e a crueldade no fato que nenhum deles se importa o mínimo com o destino destas pessoas. Caso se preocupassem diriam a eles que não deveriam consumir tais remédios pois são justamente esses pacientes que os estudos demonstram que mais se prejudicam consumindo essa droga. Fato consumado pelo Senado da República põe em evidência: - O Senado não respeita os poderes da República, principalmente o executivo; - A ANVISA perde definitivamente sua independência técnica e vira um joguete dos interesses inomináveis no balcão de negócios no qual se transformou inteiramente. - O cidadão eleitor e contribuinte não pode mais confiar nas organizações que pretensamente o representa e defende, e isso às vésperas das eleições. Qual a melhor opção para se proteger? Buscar um comportamento defensivo procurando as informações mais adequadas, julgando por si só ou consultando pessoas fidedignas tanto quanto possível. No caso, não consuma tais produtos e divulgue esta decisão. E na hora de votar, perguntar o que a senadora Vanessa Grazziottin, candidata ao governo do Amazonas e o Deputado Beto Albuquerque candidato a vicepresidente da Srª Marina Silva e todos os parlamentares envolvidos, ganharam com isso, sem se preocuparem com os prejuízos à saúde pública?