Boletim Diário Matinal 18 de Junho de 2013 Agenda do dia Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Horário Eventos do Dia Projeções 09:30 EUA: Índice de preços ao consumidor (mai) 0,2% (m/m) 09:30 EUA: Construção de novas residências (mai) 11,5% (m/m) 09:30 EUA: Licenças para novas construções (mai) -3,0% (m/m) Comentários Melhora do sentimento econômico na Alemanha e na Área do Euro em junho foi explicada pelas expectativas mais favoráveis As perspectivas para a economia europeia seguem favoráveis em junho, lideradas pela Alemanha, França e Itália, conforme apontado pelos indicadores de confiança conhecidos nesta manhã. O índice Zew de sentimento econômico da Alemanha passou de 36,4 para 38,5 pontos entre maio e junho, superando a expectativa do mercado (38,1 pontos) e chegando ao maior nível em três meses. Para tanto, o componente que mede as expectativas subiu 2,1 pontos, enquanto a avaliação da situação econômica atual recuou de 8,9 para 8,6 pontos no período. No mesmo sentido, a avaliação futura para França e Itália também apresentou alta. Na abertura setorial, cabe destacar a melhora verificada em eletrônicos, automóveis e bens de consumo. Com isso, as expectativas econômicas para a Área do Euro também ficaram no campo positivo em junho, com o índice Zew na região subindo para 30,6 pontos, o maior nível em três meses. Por fim, vale lembrar que ao longo desta semana será divulgado o índice PMI que deve apontar para a mesma direção de recuperação da economia europeia. Inflação FGV: alta dos produtos agrícolas e do INCC puxou aceleração da segunda prévia do IGP-M em junho A continuidade do movimento de reversão dos preços dos produtos agrícolas e o reajuste dos salários na construção civil foram os principais responsáveis pela aceleração do IGP-M, até o dia 10 de junho. O índice de inflação apurado pela FGV apontou alta de 0,74%, ante variação de 0,01% no mesmo período do mês anterior. A principal contribuição partiu dos preços no atacado, que mostraram avanço de 0,60%, após queda de 0,20% em maio. O IPA industrial teve ligeira desaceleração, de 0,47% para 0,45%, refletindo principalmente o comportamento do preço do minério de ferro. Já o IPA agrícola subiu 1,0%, seguindo deflação de 1,96% no mês anterior, com destaque para a soja, que passou de uma alta de 1,94% para 9,83%. Na mesma direção, o INCC saltou de 0,68% para 2,41%. Por fim, o IPC registrou ligeira aceleração, de 0,31% para 0,38%. Atividade IABr: produção de aço bruto cresceu em maio pelo segundo mês consecutivo A produção de aço bruto cresceu pelo segundo mês consecutivo, conforme divulgado há pouco pelo Instituto Aço Brasil (IABr). A produção ultrapassou os 3 milhões de toneladas no último mês. Esse resultado representa uma alta de 5,5% em comparação a maio de 2012 e de 1,8% frente a abril, na série livre de influência sazonal calculada pelo Depec-Bradesco. A produção de aços longos, usados na construção civil e em obras de infraestrutura, cresceu 9,6% em relação a maio do último ano, enquanto a produção de aços planos, destinados principalmente à fabricação de veículos e eletrodomésticos, recuou 0,4% na mesma base de comparação. A despeito do resultado positivo, mantemos nossa expectativa de retração da produção industrial em maio, dado que será divulgado no início de junho pelo IBGE. 1 Setor Externo MDIC: queda das exportações explicou piora do superávit da balança comercial em junho A piora no saldo da balança comercial brasileira na segunda semana deste mês foi explicada pela queda nas exportações e pelo aumento das importações. O superávit de US$ 70 milhões na semana passada foi inferior ao da primeira semana do mês (US$ 285 milhões), conforme divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações somaram US$ 4,710 bilhões e, no mês, apresentam média diária de US$ 942 milhões. Isso representa queda de 1,5% em relação à média diária de maio, em função da retração das exportações de produtos básicos (+1,8%) e manufaturados (+6,7%). Já semimanufaturados registraram alta de 1%. As importações atingiram US$ 4,640 bilhões, com média de US$ 928 milhões até a segunda semana deste mês. Na comparação com a média do mês anterior, esse valor indica crescimento de 7%, com aumento dos gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes (+25,9%), veículos e partes (+12,2%), químicos orgânicos/inorgânicos (+5,6%), instrumentos de ótica e precisão (+3,2%) e farmacêuticos (+23,5%). Dessa forma, junho acumula superávit comercial de US$ 355 milhões, com vendas de US$ 10,077 bilhões e compras de US$ 9,722 bilhões. No ano, entretanto, o saldo está negativo em US$ 5,039 bilhões. Internacional China: entrada de investimentos estrangeiros diretos seguiu moderada em maio Respondendo à desaceleração da economia chinesa, os investimentos estrangeiros diretos (IED) têm mostrado acomodação desde o ano passado. Em maio, eles somaram US$ 9,3 bilhões, acumulando no ano crescimento de 1,03%. Assim, o fluxo vindo do IED tem sido mais fraco, na mesma direção do fluxo comercial. No entanto, vale lembrar que ao longo dos primeiros meses deste ano, as exportações foram infladas para justificar a entrada de capitais para arbitragem de taxa de juros e do câmbio. Isso explica a apreciação da moeda chinesa observada nos últimos meses. Mas, analisando os dados de exportações de maio, nota-se uma queda importante das vendas chinesas, especialmente para Hong Kong, corrigindo essas distorções, já que o governo começou a controlar essas operações não verdadeiras (em que apenas se emitia a nota de venda, mas o produto não era embarcado). Com isso, acreditamos que a apreciação do renmimbi deverá perder força daqui para frente, tendo em vista que a forte entrada de capital – que favoreceu esse movimento – não se deve nem ao fluxo de IED nem comercial. Boletim Diário Matinal Tendências de mercado O mercado internacional mantém a cautela antes do discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, que será realizado amanhã após a reunião do Fomc. A bolsa de Tóquio encerrou o pregão em ligeiramente queda, com a realização de lucros, a despeito da desvalorização da moeda japonesa. Na China, a perda do mercado acionário refletiu a notícia de que quatro grandes bancos chineses tiveram novos aportes do fundo soberano do país. No restante da Ásia, os mercados apresentaram alta moderada. As bolsas europeias variam próximas à estabilidade, enquanto os índices futuros norte-americanos sobem nesta manhã. Nesse contexto, o dólar segue ganhando valor frente às demais moedas, com exceção do euro que se aprecia. As cotações das commodities metálicas e do petróleo recuam neste momento, enquanto as agrícolas sobem moderadamente. O mercado doméstico deve ser influenciado pelo ambiente externo, com a bolsa estável e o câmbio mantendo a tendência de desvalorização. As curvas de juros futuros devem seguir na mesma direção, com os vencimentos mais longos acompanhando o movimento das treasuries, enquanto os mais curtos tendem a refletir o resultado da segunda prévia do IGP-M. DEPEC 2 Indicadores do Mercado 17/06/13 14/06/13 Variação Dia 17/05/13 Variação Mês Juros diários (Selic - taxa % anualizada) 7,90 7,90 0,00 7,40 0,50 Juros 360 dias (Swap Pré - DI % anualizada) 9,40 9,24 0,15 8,23 1,17 Juros US$ 180 dias (Swap cambial - taxa % anualizada) 1,19 1,23 -0,04 1,14 0,05 Juros US$ 360 dias (Swap cambial - taxa % anualizada) 1,30 1,33 -0,029 1,41 -0,11 Taxa de câmbio (Ptax) 2,1532 2,1361 0,80% 2,0348 5,82% US$/Euro 1,3366 1,3346 0,15% 1,2839 4,10% -11,01% Bolsa de São Paulo (Bovespa - nº de pontos) 49.089 49.332 -0,5% 55.164 Bolsa de Nova York (Dow Jones- nº de pontos) 15.180 15.070 0,73% 15.354 -1,14% 3.452 3.424 0,8% 3.499 -1,34% -6,00 Índice Nasdaq (nº de pontos) 216 216 0,0 222 T-BOND (10 anos - %) Embi Brasil (basis points) 2,1817 2,1295 0,0522 1,9506 0,23 T-BOND (30 anos - %) 3,3512 3,3046 0,05 3,1669 0,18 105,61 105,60 0,01% 104,64 0,93% 375.696 375.696 0,00 375.514 182 Petróleo (Brent - US$/barril) Reservas Internacionais* Boletim Diário Matinal (*) Os dados de reservas internacionais têm um dia útil de defasagem em relação aos outros indicadores. Equipe Técnica Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo Economia Internacional: Economia Doméstica: Pesquisa Proprietária: Análise Setorial: Estagiários: Fabiana D’Atri / Leandro de Oliveira Almeida/ Felipe Wajskop França/ Andrea Marcos Angelo Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Igor Velecico / Ellen Regina Steter / Priscila Pereira Deliberalli Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Rita de Cassia Milani Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara Negrão Ana Beatriz Ract Pousada / Andre Kengi Alves Hirata / Henrique Araújo da Silva / Alex Panoni Furtado/ Laura Marsiaj Ribeiro / Klaus Heinz Troetschel / Guilherme Dalla Villa O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO). DEPEC 3