O VIAJANTE E A MELANCIA Citado no livro: ZEIG, Jeffrey; LANKTON, Stephen. Developing Ericksonian Therapy. New York: Brunner Mazel, 1986. Tradução: Cristina Caram. Era uma vez um homem que caminhava numa estrada, quando deparou com um grupo de moradores de um vilarejo, que vinham aterrorizados em sua direção. Ele parou e perguntou o que estava acontecendo. Todos choravam, e demonstravam medo. Afirmavam que havia um monstro terrível nos campos de sua propriedade, enquanto apontavam para ele. Mas quando o caminhante olhou naquela direção, tudo que viu foi uma enorme melancia. Voltando-se para os moradores, indignado e com raiva, chamou-os de ignorantes, afirmando que aquilo não era um monstro, mas sim, uma fruta. Os moradores insistiram que era um monstro. O caminhante, nervoso, acusou-os de estarem mentindo. Eles o mataram considerando um louco. Pouco tempo depois, um outro viajante, um homem mais sábio, veio na mesma direção, e como no primeiro caso, perguntou sobre o problema. Também viu somente uma melancia, mas sua reação foi diferente. Com a mão trêmula, tirou a faca da cintura, e com um movimento rápido, correu até o campo, pulou na melancia, cortando-a em vários pedaços. Os moradores pularam de alegria ao ver seu inimigo destruído. Aclamaram o viajante como líder do vilarejo, posição que manteve até que lhes foi possível mostrar a diferença entre um monstro e uma melancia. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TEXTO Este texto nos mostra diferentes percepções do mundo subjetivo. Isto me lembra uma história dos célebres irmãos Villas Boas, indigenistas que travaram contato com várias tribos indígenas brasileiras. Eles contam que sobrevoando a Amazônia em um pequeno avião, viram uma tribo que nunca tinha sido vista antes. Pareciam que nunca tinham visto o homem branco. Começaram a voar sobre a aldeia e os índios ficaram muito assustados. Tentavam atingir o avião com flechas e lanças. Cientes de que não conseguiriam um contato promissor naquele dia, decidiram ir embora, Entretanto, antes de ir embora, jogaram rapaduras do avião, como presentes e um gesto de amizade. Meses depois, quando finalmente conseguiram fazer contato com esta tribo, perguntaram aos índios como eles haviam reagido ao primeiro contato com o homem branco voando em um avião. Os iíndios responderam que estava um dia calmo e que, de repente, ouviram um barulho no céu. Uma ave enorme, barulhenta e ameaçadora, começou a voar por cima da tribo. Os homens da tribo, tentando defender a aldeia, começaram a disparar flechas e lanças em direção à enorme ave. Então, a ave parece que se assustou, começou a cagar em cima da aldeia e foi embora. Interessante como os presentes (rapaduras) foram interpretados como fezes do grande animal. QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1. Você consegue expor suas ideias com clareza e objetividade? 2. Até que ponto você valoriza o conhecimento pré-existente de seus subordinados? 3. A sua percepção de mundo é a mesma de seus subordinados? 4. De que maneira os ensinamentos deste texto podem influir em sua prática profissional? Sugestão do texto: Profa. Cristina. Adaptações: Prof. Carlos José