AMAMENTAÇÃO
Não há nada de mais belo no mundo do que receber um sorriso de um filho.
Assim, como não há prenda mais valiosa que o leite materno…
No passado dia 1 de agosto, comemorou-se o dia mundial da amamentação,
aproveitamos esta data para refletir sobre este ato de proteção e amor.
O nascimento de um filho é uma experiência única que deve ser sempre
gratificante, mas pode também, em função dos novos e constantes desafios encontrados,
representar problemas, dificuldades, dúvidas e ansiedades.
O aleitamento materno é a melhor opção para a alimentação de um recém-nascido
Os pais, ao longo da vida, terão de tomar inúmeras decisões importantes para os
seus filhos. Uma das primeiras e mais importante, é sem dúvida como alimentá-los após
o nascimento. O aleitamento materno
é, na maior parte dos casos, a melhor
opção para a alimentação dum recémnascido, e das crianças na primeira
infância, proporcionando um alimento
natural,
nutricionais
com
que
características
permitem
um
crescimento e desenvolvimento ótimo
e saudável. A amamentação exclusiva
até aos seis meses de vida, com complemento adequado a partir desta idade e a sua
manutenção até aos dois anos ou mais, é considerado o regime alimentar mais saudável
nesta faixa etária. O leite materno possui propriedades anti-infeciosas e imunológicas
que conferem proteção a numerosas doenças. Além disso, aumenta a saúde física e
emocional da mulher e da criança, apresentando vantagens económicas, ambientais e
sociais. As diversas vantagens que esta forma de alimentação oferece são amplamente
conhecidas, pelo que hoje em dia, muitos pais têm a noção de que esta é a melhor
escolha. No entanto, a decisão de amamentar pode ser difícil de se concretizar, podendo
existir dificuldades reais em amamentar, principalmente quando acontece pela primeira
vez.
Amamentar é uma competência que se aprende.
Tradicionalmente, aprendia-se com os familiares e vizinhos, passando de mulher para
mulher. Atualmente, com as modificações verificadas em termos sociais, as mulheres
têm a oportunidade de recorrer aos profissionais de saúde – enfermeiros e enfermeiros
especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica muitos dos quais
Conselheiros da Amamentação.
As expetativas que as mães criam em relação a amamentação são muitas, mas só depois
da primeira mamada é que surgem as duvidas.
Muitas confidenciam-me, “somos desengonçadas nas primeiras mamadas, não temos
mais uma noite de sono completo durante um bom tempo…”
Preparar-se, é a melhor forma de diminuir a ansiedade e a possibilidade de encontrar
problemas durante a amamentação. Esta, tem um percurso mais ou menos igual para
todas as mulheres em termos de fisiologia do processo. Por isso conhecer a fisiologia
antecipadamente, é a melhor forma de minimizar as dificuldades, já que o processo
emocional só surge vivenciando o momento. Os cursos de preparação para a
parentalidade (disponíveis em todos os centros de saúde da Região Autónoma da
Madeira) oferecem às futuras mães uma excelente oportunidade para obterem toda a
informação correta e atualizada, desmistificando ideias pré-concebidas e menos
corretas. Naturalmente que cada mulher não consegue prever como reagirá perante a
amamentação. No entanto, saber como a mama funciona, como colocar o bebé à mama,
como iniciar e terminar a mamada ou como agir perante complicações, (ingurgitamento
mamário ou mastite) faz toda a diferença, para se manter emocionalmente o mais
estável possível.
Na maternidade, os enfermeiros colaboram com a mãe na adaptação do recémnascido à mama logo após o nascimento, funcionando de primeiro estímulo no reforço
imunitário do bebé além de iniciar-se a ligação/vinculação entre a tríade (pai/recémnascido/mãe). Este processo iniciará o estímulo do reflexo da ocitocina (hormona) que
atuará a nível uterino aumentando a contratilidade do mesmo prevenindo a hemorragia e
anemia materna. Sempre que possível, será possibilitado o contato pele a pele entre a
mãe e recém-nascido minimizando o traumatismo do parto e favorecendo a adaptação
extrauterina ao recém-nascido.
O importante será não desistir…
Após a saída da maternidade, muitos casais deparam-se com as verdadeiras
dificuldades, (má pega, fissuras e ingurgitamento mamários e dor) sentindo-se por vezes
desamparados. Assim, o apoio do enfermeiro especialista que acompanhou o casal em
toda a preparação para a parentalidade e parto será imprescindível.
Os pais apenas precisam contactar o centro de saúde e solicitar apoio. Porque estes
serviços contam com enfermeiros com competências acrescidas nesta área que garantem
a qualidade e o sucesso destes cuidados.
Amamentação na primeira pessoa:
“Amamentar um filho deixa sempre uma recordação eterna assim como foi com o
parto.
É um ato de pleno amor que deve existir sem sofrimento. Oferecer a mama ao bebé foi,
para mim, sempre emocionante uma vez que permitia a permanência do bebé sempre
comigo – tinha muito evidente o sentido da proteção. Acho que é o desenvolver do
chamado “instinto maternal”. Não tive problemas com a amamentação porque já tinha
toda a informação obtida no centro de saúde com a enfermeira especialista, o que me
facilitou muito a primeira adaptação. Sem dúvida que o apoio familiar e de amigos
contribuiu para manter a amamentação durante um ano, e exclusivamente durante seis
meses. À medida que o tempo passava, alimentar a minha princesa desta forma
tornava-se cada vez mais prático, mais fácil e era particularmente evidente o
crescimento e desenvolvimento ótimos da minha princesa. “
Dídia Campos Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e
Obstétrica
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ARTIGO – ORDEM ENFERMEIROS