Estimativa da Ameaça Sísmica em Sítio de Hidrelétricas na Região Sudeste do Brasil Tania V. B. Ubillús Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – Departamento de Engenharia Civil, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Celso Romanel Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – Departamento de Engenharia Civil, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta uma análise da ameaça sísmica em um sítio de grandes hidrelétricas situado na Província Sismotectônica Sudeste do Brasil. De acordo com Berrocal et al. (1993), a sismicidade desta província apresenta distribuição difusa, não permitindo qualificar falhas e outras feições tectônicas como fontes de atividade sismogênica na região, mesmo admitindo-se que terremotos de origem tectônica acontecidos nesta região possam ser associados a reativação de falhas antigas ou a novas falhas emergentes. Neste trabalho estudou-se uma área poligonal como fonte sismogênica difusa, na qual já ocorreram 223 eventos com magnitude igual ou superior a 3, de acordo com o catálogo sísmico brasileiro (IAG/USP). Adicionalmente, devido às características sismotectônicas da região, foi utilizada a lei de atenuação proposta por Toro (1997). O espectro de projeto foi determinado por métodos probabilísticos com auxílio do programa computacional CRISIS2008. A geração do espectro de projeto envolve a determinação da curva de ameaça sísmica para diferentes períodos e acelerações, considerando 10% de probabilidade de excedência e 50 anos de vida útil da estrutura, com período de retorno de 475 anos. PALAVRAS-CHAVE: Ameaça Sísmica, Sudeste do Brasil, Hidrelétricas. 1 INTRODUÇÃO O estudo da estimativa da ameaça sísmica é de grande importância na engenharia geotécnica, principalmente em grandes construções como hidrelétricas, dos pontos de vista sócioeconômico, ambiental e de segurança. Análises sísmicas destas estruturas, mesmo em zonas de baixa sismicidade como no Brasil, devem ser consideradas como consequência natural de uma boa prática de projeto, pois tais instalações precisam manter-se seguras e em bom funcionamento durante a sua vida útil, visando à preservação da vida, da segurança e do bem estar da população em geral. A grande maioria dos sismos no Brasil é de pequena magnitude (<5) e de baixa profundidade (<30km), embora mais de uma dezena de terremotos com magnitude superior a 5 na escala Richter tenham sido registrados no país desde 1922. De modo preliminar, no território brasileiro podem ser identificadas 5 províncias sismotectônicas: as províncias do Sudeste, do Nordeste, da faixa Goiás-Tocantins, da borda Brasil-Paraguai e da Bacia Amazônica. Este trabalho investiga a estimativa de ameaça sísmica no sítio das seguintes hidrelétricas de Furnas Centrais Elétricas: usina de Itumbiara, usina Serra do Falcão, usina Retiro Baixo, usina de Marimbondo, usina de Porto Colômbia, usina Luiz C. B. Carvalho (Estreito), usina de Mascarenhas de Moraes (Peixoto) e usina de Furnas, todas situadas entre as coordenadas geográficas 49oW – 17oS e 43oW – 23oS como indicam a Figura 1 e a Tabela 1. 2 ESTIMATIVA PROBABILÍSTICA DA AMEAÇA SÍSMICA A análise probabilística de ameaça sísmica consiste em determinar a probabilidade de excedência de determinado parâmetro relacionado com movimentos sísmicos, num dado período de tempo, no local de estudo. Um tratamento probabilístico deste problema é empregado neste trabalho, baseado nos procedimentos gerais apresentados por Budnitz et al. (1997), que envolvem as seguintes etapas: − Localizar as zonas potenciais de geração de sismos (zonas sismogênicas) e estimar as respectivas atividades; − Determinar os parâmetros de sismicidade regional; − Selecionar modelos para análise de sismicidade; − Calcular as probabilidades de excedência no local em estudo para o parâmetro de movimento solicitado, por meio de uma curva de ameaça sísmica. Tabela 1. Localização das usinas hidrelétricas da Eletrobrás Furnas na zona sismogênica estudada. ID Nome Longitude Latitude Usina de A -18.42 -49.22 Itumbiara Usina Serra do B -18.17 -47.93 Facão Usina Retiro C -18.75 -44.42 Baixo Usina de D -20.27 -49.18 Marimbondo Usina de Porto E -20.13 -48.70 Colômbia Usina Luiz C. B. F Carvalho -20.25 -47.47 (Estreito) Usina de G Mascarenhas de -20.45 -47.12 Moraes (Peixoto) H Usina de Furnas -20.72 -46.30 Tabela 2. Coordenadas do polígono que definem a região sismotectônica deste estudo. Longitude Latitude -18.00 -49.40 -20.30 -49.40 -22.40 -47.20 -22.30 -45.30 -21.50 -43.10 -18.10 -43.10 Figura 1. Localização geográfica no sudeste do Brasil do polígono sismogênico e de 8 usinas hidrelétricas da Eletrobrás Furnas (A até H, conforme Tabela 1), mostrando epicentros de sismos entre os anos 1767 e 2012. 2.1 Sismicidade local Em áreas como o sudeste do Brasil, onde não existem fortes evidências associando fontes sismogênicas a feições tectônicas, é usualmente recomendado considerar como fonte sismogênica toda a região de interesse. O polígono que define esta região é definido por 6 pontos, com suas respectivas coordenadas geográficas listadas na Tabela 2. As características da Província Sismotectônica do Sudeste estão apresentadas na Tabela 3. Tabela 3. Parâmetros sísmicos da província sismotectônica do sudeste (Figura 1). M0 Profundidade Mu ν β média (km) (i=1) 5 7.5 2.59 2.86 3.0 onde Mu representa a magnitude limite superior, M0 a magnitude limite inferior, β = b.ln10 (ver equação 4) e ν(i=1) é a taxa média anual de eventos sísmicos de magnitude M≥M0. 2.2 Magnitude máxima associada A magnitude máxima de terremoto é usada para fixar o limite da magnitude limite superior Mu na relação de recorrência da análise probabilística de ameaça sísmica (Equações 7 e 8). De acordo com Budnitz et al. (1997) para estimar este valor pode ser usada uma estimativa de sismicidade histórica da província sismotectônica ou uma província próxima com características similares. A magnitude máxima conhecida é a do terremoto de 5.5 ocorrido em Pinhal – SP em 1922 mas, por um critério conservativo, foi considerado o valor 7.5 como magnitude provável máxima na região analisada. 2.3 Probabilidade de excedência Como existe grande número de incertezas na determinação dos parâmetros sísmicos, os eventos sísmicos são usualmente tratados como parte de um processo estocástico estacionário. Assume-se que existirá um acúmulo constante de energia que será aleatoriamente dissipada no tempo quando um terremoto acontecer e que, para um intervalo de tempo específico, o número de terremotos de certa magnitude é constante (Oliveira, 1977, Hu et al., 1996). O modelo temporal para terremotos é normalmente representado por um processo de Poisson onde a probabilidade de excedência FT para um período de retorno específico TR e vida útil da estrutura ∆t é obtido por: FT (t) = 1- exp( ∆t ) TR (1) A Tabela 4 apresenta as probabilidades de excedência dos parâmetros do movimento sísmico, e seus correspondentes períodos de retorno, para uma vida útil da estrutura de 50 anos. Neste trabalho foram calculados os espectros de resposta para uma probabilidade de excedência de 10% e um período de retorno de 475 anos. Tabela 4. Probabilidade de excedencia e periodo de retorno para uma vida útil de 50 anos. Vida útil (∆t = 50 anos) Probabilidade de excedencia Periodo de retorno (anos) 50% 72 10% 475 5% 975 2% 2475 2.4 Da equação (2) resulta = 10 = − 10 = − com = 10 = 10 = A relação mais conhecida entre frequência e magnitude foi proposta por Gutenberg e Richter (1944) conforme equação (2) (2) onde N é o número de sismos ocorridos de magnitude igual ou superiores a M contidos no (3) (4a) (4b) (5) Se o limite inferior da magnitude for M0, então o número total de sismos é expresso por N T = e α − β ⋅M 0 (6) e a probabilidade de ocorrência de sismos com magnitude não inferior a M 1 − F (M ) = N eα − β ⋅M = α − β ⋅M 0 = e − β ( M − M 0 ) NT e (7) com a probabilidade de ocorrência de sismos com magnitude não superior a M definida por F (M ) = 1 − e − β ( M −M 0 ) (8) onde a função de densidade de probabilidade de M é expressa por f (M ) = β ⋅ e − β ( M −M 0 ) Distribuição de Gutenberg e Richter log N = a − b ⋅ M intervalo [M, Mt+M], com o índice t indicando o número de intervalos de magnitude (∆M) considerados, com ∆M suficientemente grande para dar origem a uma curva relativamente bem ajustada à equação (2). O parâmetro “a” (atividade sísmica) está relacionado com o número total de sismos e o parâmetro “b” com a distribuição de sismos de diversas magnitudes. (9) Embora a lei de Gutenberg-Richter forneça bons resultados para sismos moderados, resulta num menor número de sismos para magnitudes mais reduzidas e também não limita a ocorrência de sismos de grande magnitude. Cornell e Van Marke (1969) sugeriram a inclusão de uma magnitude limite superior Mu: F (M ) = 1 − e − β (M −M 0 ) 1 − e −β ( M u −M 0 ) (10) e a função densidade de probabilidade correspondente como f (M ) = 1 0.09 1.42 -0.2 0.9 −β ( M −M 0 ) 2.5 1.07 1.05 -0.1 0.93 −β ( M u −M 0 ) 5 1.73 0.84 0 0.98 10 2.37 0.81 0 1.1 25 3.68 0.8 0 1.46 35 4 0.79 0 1.57 PGA 2.2 0.81 0 1.27 β ⋅e 1− e (11) com M0 ≤ M ≤ Mu. 2.5 Tabela 5. Constantes C1 – C4 da lei de atenuação de Toro (1997) para magnitudes Mw Freq. C1 C2 C3 C4 (Hz) 0.5 -0.74 1.86 -0.31 0.92 Lei de atenuação de Toro (1997) A máxima aceleração horizontal em rocha, na lei de atenuação de Toro (1997) é expressa em unidade g por ln Y = C1 + C2 ( M − 6) + C3 ( M − 6)2 − C4 ln RM − R (C5 − C4 ) max ln M , 0 − C6 RM + ε e + ε a 100 RM = R 2jb + C72 Tabela 6. Constantes C5 – C7 da lei de atenuação de Toro (1997) para magnitudes Mw Freq. C5 C6 C7 (Hz) 0.5 0.46 0.0017 6.9 1 0.49 0.0023 6.8 (12) 2.5 0.56 0.0033 7.1 5 10 0.66 1.02 0.0042 0.004 7.5 8.3 (13) 25 1.77 0.0013 10.5 35 1.83 0.0008 11.1 PGA 1.16 0.0021 9.3 onde: σ2 − − − − − Y é a máxima aceleração (g); C1 a C7 são constantes com valores indicados nas tabelas 5 e 6 para magnitudes Mw; M é a magnitude de momento Mw; εa é a incerteza aleatória; εe é a incerteza epistêmica. O desvio padrão das incertezas depende, em geral, da magnitude e da distância, sendo que a incerteza aleatória total é calculada como: σ a ( M , R ) = σ a2,mod eling +∆σ ( M ) + σ a2, depth +Q + k ( R jb ) (14) Os valores de σ a2,mod eling +∆σ estão listados na Tabela 7 e os valores de σ a2, depth +Q + k na Tabela 8, sendo que para distâncias entre 5 km e 20 km os mesmos podem ser determinados por interpolação linear. Tabela 7. Valores de a ,mod eling +∆σ Freq. M5 M5.5 (Hz) 0.5 0.61 0.62 M8 0.66 1 0.63 0.64 0.67 2.5 0.63 0.68 0.64 5 0.6 0.64 0.56 10 0.59 0.61 0.5 25 0.62 0.63 0.5 35 0.62 0.63 0.5 PGA 0.55 0.59 0.5 2.6 Curva de ameaça sísmica no sítio do projeto O estudo da ameaça sísmica tem como objetivo a determinação de uma curva de ameaça sísmica, ou seja, uma função que represente a probabilidade de excedência do parâmetro de movimento (nesta pesquisa, a aceleração de pico), no local em estudo, para um dado intervalo de tempo. Tabela 8. Valores para Freq. (Hz) 0.5 P [Y ≥ y* em t anos] = 1- exp (-λ(y*).t) σ a2, depth +Q + k <5 km >20 km 0.45 0.12 1 0.45 0.12 2.5 0.45 0.12 5 0.45 0.12 10 0.5 0.17 25 0.57 0.29 35 0.62 0.35 PGA 0.54 0.2 onde λ(y*) é a frequência média anual de eventos com a aceleração de pico ns λ ( y*) = ∑ν i ⋅ P [Y > y *] (18) i =1 Depois da definição da fonte sismogência e da caracterização do máximo sismo provável e da curva frequência-magnitude, admite-se então que para cada epicentro da fonte, distante rl quilômetros do sítio de interesse, um sismo de magnitude mk pode ocorrer com probabilidade PMR[rl,mk]. A fração de contribuição deste evento na probabilidade de exceder a aceleração máxima do terreno y* é dada por: P [Y ≥ y* | M = mk , R = rl ] (17) com ns(y*) representando o número de fontes sísmicas com magnitude M ≥ M0 e νi a frequência média anual de eventos de cada fonte sísmica. Substituindo a equação (15) na equação (18), e combinando este resultado em seguida com a equação (16), chega-se à expressão final da curva de ameaça sísmica, que inclui as características da sismicidade do local de interesse, PH (y*)= P [Y > y* em t anos] = ns NM N R 1 − exp ∑∑∑ −t ⋅ν i ⋅ P [Y > y* | mk , rl ] pR (rl ) PM (mK ) i =1 k =1 l =1 (19) (15) Como existem várias combinações possíveis de magnitude e distância dentro de uma mesma área de interesse, determinam-se os resultados, para cada combinação, e faz-se a superposição dos mesmos para obter a probabilidade total de ultrapassar o valor y*. Em termos matemáticos, A curva de ameaça sísmica é uma forma usual de mostrar os resultados de uma análise probabilística, indicando para um tempo de exposição selecionado (em geral a vida útil da estrutura) a probabilidade de ultrapassagem (probabilidade de excedência) dos diferentes valores do parâmetro de movimento. NM NR P [Y ≥ y *] = ∑∑ P [Y > y* | M , R ] ⋅ pM [ mK ] ⋅ PR (rl ) k =1 l =1 (16) onde NM é o número de magnitudes dentro da faixa considerada, NR é o número de distâncias epicentrais até o local de interesse, pM[mK] é a probabilidade da variável aleatória M ter o valor mK e PR[rl] é a probabilidade da variável aleatória R ter o valor rl. A equação (16) não é suficiente, no entanto, para a determinação da curva de ameaça sísmica porque é independente do tempo. Budnitz et al. (1997) e Kramer (1996) admitem então a hipótese adicional de que a ocorrência temporal dos sismos possa ser descrita por um processo de Poisson, 3 RESULTADOS 3.1 Curva de ameaça sísmica no sítio do projeto Com base na análise probabilística (Equação 18) são construídas curvas de ameaça sísmica em função da probabilidade de excedência das acelerações no embasamento rochoso para o período T = 0. Na Figura 2 é apresentada a curva de ameaça sísmica para o local da barragem de Itumbiara, situada na região de interesse (Figura 1 e Tabela 1). Taxa de excedência 1.00E+00 1.00E-01 1.00E-02 1.00E-03 1.00E+00 1.00E+01 1.00E+02 1.00E+03 Aceleração (gals) Figura 2. Curva de ameaça sísmica no sítio da hidrelétrica de Itumbiara, no Sudeste do Brasil, para um período T = 0, no embasamento rochoso. 3.2 Espectros de Projeto Uniformemente Prováveis Os espectros de projeto foram determinados através de métodos probabilísticos utilizando o programa computacional CRISIS2008, considerando as mesmas probabilidades de excedência e vida útil da estrutura (50 anos). 3.2.1 Sismo Base de Projeto (DBE) para TR = 475 anos O espectro de resposta de acelerações probabilísticas DBE é determinado como o espectro de resposta, incluindo razão de amortecimento de 5%, para uma probabilidade de excedência de 10% e 50 anos de exposição sísmica (vida útil da estrutura), correspondente a um período de retorno TR = 475 anos. A partir destas considerações determina-se então da curva de espectros de respostas (Figura 3) a aceleração horizontal máxima (PGA) do sismo base de projeto (DBE), correspondente a acelerações na ordenada em T=0. O resultado das acelerações horizontais máximas na rocha, assim determinadas, são apresentadas na tabela 9 para as 8 hidroelétricas de Eletrobrás Furnas. 0.12 Aceleração (g) A 0.10 B 0.08 C 0.06 D E 0.04 F G 0.02 H 0.00 0.0 0.3 0.6 0.9 1.2 1.5 1.8 Período da estrutura (s) Figura 3. Espectros de resposta uniformemente prováveis para período de retorno de 475 anos. Tabela 9. Acelerações horizontais máximas no embasamento rochoso considerando periodo de retorno de 475 anos. ID Nome Aceleração Máxima (g) A Usina de Itumbiara 0.04 B Usina Serra do Facão 0.04 C Usina Retiro Baixo 0.05 D Usina de Marimbondo 0.04 E Usina de Porto Colômbia 0.05 F Usina Luiz C. B. 0.05 Carvalho (Estreito) G Usina de Mascarenhas de 0.05 Moraes (Peixoto) H Usina de Furnas 0.05 Os resultados de acelerações horizontais para diferentes períodos das estruturas são apresentados na tabela 10. Tabela 10. Acelerações horizontais para diferentes períodos da estrutura. ID Período da estrutura (s) 0 0.03 0.10 0.20 1.00 A 0.04 0.09 0.08 0.06 0.005 B 0.04 0.08 0.07 0.06 0.005 C 0.05 0.11 0.10 0.08 0.008 D 0.04 0.08 0.08 0.06 0.005 E 0.05 0.11 0.10 0.08 0.007 F 0.05 0.11 0.10 0.08 0.008 G 0.05 0.11 0.10 0.08 0.008 H 0.05 0.11 0.10 0.08 0.008 4 CONCLUSÕES A região sudeste do Brasil apresenta uma atividade sísmica difusa que não permite ainda definir zonas sismogênicas específicas, principalmente devido ao tempo relativamente pequeno de auscultação instrumental (UnB desde 1968, Furnas e Cemig desde 1980) e a falta de precisão nas localizações epicentrais de eventos mais antigos, que possam associar com confiança fontes sismogênicas com as estruturas tectônicas conhecidas. Neste trabalho optou-se por utilizar como fonte sismogênica difusa toda a região enquadrada pelo polígono da Figura 1, incluído na província sismotectônica do Sudeste e contendo os sítios de 8 hidroelétricas de Eletrobrás Furnas. Nesta região foram identificadas ocorrências de 223 sismos com magnitude igual ou superior a 3, conforme catálogo sísmico brasileiro (IAG/USP). Da análise probabilística de ameaça sísmica foram determinados para o sítios das usinas os valores de aceleração máxima no embasamento rochoso para um período de retorno de 475 anos (sismo base de projeto DBE) e vida útil das estruturas de 50 anos. É importante salientar que estes valores se aplicam a acelerações horizontais no embasamento rochoso e que para um análise do comportamento dinâmico das estruturas deverá ser considerada a influência das camadas de solo presentes no sítio do projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, A.D. (2002). Análise Probabilística de Segurança Sísmica de Sistemas e Componentes Estruturais, Tese de Doutorado, Departamento de Engenharia Civil, PUC-Rio. Berrocal, J., Fernandes, C., Bassani, A. e Barbosa, J.R. (1996). 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