Meios e movimentos
Referências da Arte Moderna representativas
dos nossos dias:
•Ready-made – A expressão foi criada pelo artista
Marcel Duchamp (1887-1968) e quer dizer arte
pronta/feita. Ele elegeu objetos que não tinham um
valor artístico em si e, retirando-os de seu contexto,
diz que, nada sendo utilitário, tudo pode ser estético.
Para ele o que determina o valor estético não é o
procedimento técnico, o trabalho, mas um puro ato
mental, uma atitude diferente em relação à realidade.
Uma vez assinados, tornam-se objetos de arte.
Roda de Bicicleta, 1913. Marcel Duchamp.
O Escorredor (Porta-panelas), 1914-64. Marcel Duchamp.
•Instalação – Na década de 1960, instalação foi o
nome dado a uma maneira de se expressar por meio
de montagem de uma cena em que objetos, pessoas,
animais estão instalados em um local fixo. Podem
compor também esta cena esculturas, vídeos, etc.
Assim, é criada a possibilidade de uma relação entre
o espaço e seu entorno, tornando então um espaço
ativo que incorpora a obra ao espaço que se
encontra (COSTA, 2004, pg.65). Outros termos
foram usados como ambientação ou assemblage.
Labirinto, 1996. Florival Oliveira. Instalação.
“Ai, ai...”, 2005. Angelina Camelo. Instalação.
•Performance – O artista faz parte da obra, como
uma escultura viva, agindo como um performer, um
pintor, um poeta, um dançarino ou um ator. Essa
abrangente maneira de se expressar do artista já vinha
sendo utilizada no início do século XX, mas nos anos
50 ela se tornou mais articulada. Em muitos
movimentos, em diferentes lugares do mundo,
alcançou popularidade.
Máscara, abismo, 1968.
Lygia Clark.
Túnel, 1973. Lygia Clark.
•Happening – Esta manifestação artística
experimental também apareceu na década de 50.
Seu interesse concentrava-se no processo, não se
preocupando com o resultado final. O Happening é
um acontecimento – próximo ao espetáculo, que
combina elementos do teatro e da pintura gestual,
podendo ter a participação do público.
Uma Grapefruit no Mundo do Parque...,
1961.Yoko Ono.
•Action painting – A “pintura em ação” é um
aspecto da abstração informal, da Escola de Nova
York, no final dos anos 40 a 50. Com o gesto, o
artista registra suas emoções em seus suportes. Sem
se preocupar com um desenho esboçado, ou com a
figuração, rompe com os esquemas espaciais da
pintura tradicional. Deixa a tinta pingar e escorrer,
dando um ritmo a cada cor.
Número 1, 1950. Jackson Pollock
•Tachismo – Na França, entre os anos 40 e 50,
desenvolveu-se uma vertente da abstração informal,
em que, do gestual expressivo da pintura e da
caligrafia oriental, surge a palavra tache, que quer
dizer mancha ou borrão de tinta, que dará origem ao
termo tachismo.
Composição, 1957. Jean-Paul Riopelle.
•Pop art – A expressão pop art vem da abreviatura
de arte popular. Este termo nomeou um movimento
do final dos anos 50 até os 60, que ironiza, consagra
e banaliza imagens, consideradas célebres ou do
cotidiano, ligadas ao consumismo.
204 Marilyn Diptych, 1962. Andy Warhol.
•Arte conceitual – É uma maneira de expressar do
artista, surgida no final dos anos 60, que tem como
valor, numa obra de arte, a idéia, e não a obra
(material) em si. Então não é necessário que o artista
concretize seu trabalho, materialize a obra, basta que
ele apresente sua proposta em forma de texto, notas,
gráficos, vídeos..., fazendo com que o espectador
participe mentalmente dessa construção.
Uma e três cadeiras, 1965. Joseph Kosuth.
•Op-art – Vem da palavra Optical art, arte ótica.
Trata-se de outra tendência da arte abstrata, que
procura explorar efeitos óticos de movimento,
ondulação, ritmos que vibram, a partir de formas
geométricas, cores e luzes, criando sensações
ilusórias. Numa exposição nos anos 60, em Nova
York, esses artistas foram chamados de
“abstracionistas perceptuais”.
Bivega, 1974. Victor Vasarely.
Movimento em Quadrados, 1961. Bridget Riley.
•Fotografia – Quando inventada, no século XIX, foi
desenvolvida em vários lugares simultaneamente. Foi
um meio usado primeiro para retratar, até se afirmar
como linguagem nas artes visuais. O fotógrafo
imprime a imagem e esta pode ser figurativa ou
abstrata, geométrica, informal, narrativa ou não,
como a pintura. Nos anos 60, ela tornou-se
importante para os artistas conceituais.
Red on Red, 1975. Art Kane.
Por que o vento sopra?, 1965. Art Kane.
•Livro do artista – Como a fotografia, vídeo, artepostal, o livro do artista se insere no campo da Arte
Conceitual, pois são criados e confeccionados como
obras destinadas a difundir uma idéia de arte. Já
trabalhada por artistas no início do século XX, esta
linguagem, também conhecida como livro-objeto,
difunde-se nos anos 60. Pode ter uma variedade de
formatos e tamanhos e atuar com os mais diversos
materiais, concebidos por artistas visuais e/ou
poetas.
Água & Gás em Todos os Andares, 1959. Marcel Duchamp.
•Arte Postal – Este meio já era trabalhado antes dos
anos 60, mas foi neste momento que realmente seu
intercâmbio começou. É um sistema de troca de
mensagem entre os artistas ou entre artistas e público,
criando, assim, uma rede. Tem como suporte as
mensagens gravadas em cartões, cartas, ou até em
vídeos.
“Arte Postal”, 1976. Paulo Bruscky.
•Videoarte – Após a década de 60, com o imaginário
da “cultura de massa” já inserido nas galerias de arte
pela Pop Art, uma nova manifestação artística
realizada a partir de pesquisa com equipamento de
videografia é desenvolvida, partindo da intenção de
denunciar os perigos de um meio de comunicação tão
poderoso culturalmente (DEMPSEY, 2003 p. 258).
Esta linguagem pode ter caráter tanto documental,
como estético, desenvolvendo formas complexas
ajustando a outros meios, após os anos 70, como as
vídeoperformances, vídeo-instalações, e vídeo-objetos,
podendo ser trabalhado em tempo real.
TV_Budista, 1974. Nam June Palk.
•Minimalismo – O termo saiu de exposições de
artistas em Nova York, a Minimal Art, nos anos 60 e
70. Estes artistas criaram grandes formas geométricas
elementares,
trabalhando
geralmente
com
monocromia. Os módulos são inseridos na paisagem
urbana e não-urbana, ali realizando uma síntese do
volume e da cor, em aço, ferro, ou materiais
industrializados.
Sem Título, 1969. Donald Judd.
Sem Título, 1984. Donald Judd.
•Land Art – Os artistas, no final dos anos 60,
procuram ambientes que demandam uma
interpretação. Então, os materiais usados para essa
arte são, geralmente, os espaços naturais, onde eles
realizam intervenções efêmeras ou permanentes,
com uma natureza conceitual.
Litoral Embrulhado, 1968-69. Christo e
Jeanne-Claude. Austrália.
Nova York, 2000. Christo e
Jeanne-Claude.
Árvores Embrulhadas, 1997-98. Christo e Jeanne-Claude.
Riehen, Suíça.
•Hiper-realismo – Esta tendência surgiu nos anos 70,
nos Estados Unidos, e é caracterizada pela
representação fiel da realidade, quase fotográfica, por
meio de técnicas pictóricas, sendo representados temas
de cenas do cotidiano e o exterior dos objetos.
Estacionamento Privado V, 1971. Don Eddy.
Sapatos Novos para H, 1973-74. Don Eddy.
•Arte Computador – Na década de 70, influenciados
pelo surgimento do computador, muitos artistas
começaram a usar em seus trabalhos esse novo
instrumento. Também chamada Computer Art. São
desenvolvidas técnicas no computador para a criação
de desenhos gráficos e interferências com softers em
imagens reais.
ConFIGURANDO a CAVERNA, 1995?. Agnes Hegedüs, Jeffrey Shaw,
Bernd Lintermann, Leslie Stuck.
•Arte Povera – A palavra povera é de origem italiana
e remete a “pobre”. Os artistas trabalham suas obras
explorando as propriedades físicas dos materiais
como sacos, cordas, couro, jornais, areia ou madeira,
que são facilmente disponíveis, mas também
contrastam com materiais mais refinados como o
cobre, granito ou ouro. Esta corrente acontece num
momento, nos anos 70, em que artistas se voltam para
a natureza ou derivados, rompendo com os processos
industriais, mostrando o empobrecimento de uma
sociedade guiada pelo acúmulo de riqueza material.
Vênus Dourada nos Trapos, 1967-71. Michelangelo Pistoletto.
•Body Art – Geralmente, o corpo do artista é usado
como o meio, o suporte ou o pincel vivo. Nos anos 60,
esta foi uma linguagem bastante disseminada. Tornase um campo de experiências estéticas, por meio do
corpo maquiado, travestido, tatuado, fazendo uma
fusão entre a vida e a arte. Muitas obras são criadas na
intimidade, documentadas, e passadas ao público por
outros meios.
Auto-retrato Como Fonte, 1966. Bruce Nauman.
•Grafite – Nos anos 70, as inscrições em parades,
muros e metrôs de Nova York, com desenhos e textos,
muitas vezes sem o nome do autor, tornaram-se comuns
na cidade. Essa produção chamada graffiti tem origem
na palavra italiana no plural, e quer dizer arranhado,
rabiscado. É realizada com uma técnica de pintura bem
característica, geralmente trabalhada com spray,
rolinhos com tinta, pincéis, e ainda máscaras e
carimbos.
Tuttomondo, 1989. Keith
Haring. Pizza, Itália.
Grafismo de Keith Haring no
metrô de Nova York, 1983.
FIM
•Baseado no Livro 2 de Arte – 8a. Série
da Coleção Pitágoras
•Prof.: Mônica Freitas
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