Alimentação do Árbitro (parte III) Não é a carne nem o peixe que ajudará o ártbitro a recuperar, muito pelo contrário, pois são alimentos difíceis de digerir e pobres em glícidos. Dieta de recuperação - Que cuidados? No final da competição, o árbitro não se deve esquecer que não está perante uma situação normal. Este é uma pessoa fatigada pela agressão física e psíquica da competição, necessitando por isso, de uma alimentação especial que lhe permita uma completa e rápida recuperação. Se o atleta moderno toma muitos cuidados em relação à sua alimentação antes e durante a competição, o mesmo não acontece depois da sua realização. Durante uma competição ou treino intenso o organismo gasta muitas das suas reservas de carburantes energéticos. Além disso, acumulam-se no organismo muitas substâncias tóxicas resultantes do metabolismo. Por conseguinte, o atleta deverá ter certos cuidados na sua alimentação pós-competitiva, com o objectivo de aumentar as reservas orgânicas de glicogénio, gorduras, vitaminas e sais minerais, e eliminar o mais rápido possível as substâncias tóxicas acumuladas. Ou seja: 1. Deverá aumentar o aporte de líquidos ao organismo, estimulando a produção de urina pelos rins. A água deverá ser alcalina ( pH ≥7) e não ácida (pH<7), como é o caso da água do Luso, Vitalis e Fastio. Este cuidado justifica-se pelo facto dos produtos tóxicos serem ácidos (ex: ácido láctico) e, assim, deveremos ingerir bebidas e alimentos alcalinos para os neutralizar, evitando a ocorrência de acidose no nosso organismo. As águas de Monchique e Carvalhelhos embora alcalinas devem ser evitadas pois são hipossalinas. Na prática deve-se ingerir uma bebida energética com cerca de 60g/L de um glícido (glicose ou frutose ou sacarose) e os principais sais minerais perdidos (sódio, cloro, potássio, cálcio e magnésio), em quantidades iguais àquelas em que se encontram no suor. Em alternativa, podemos utilizar uma bebida caseira composta por água alcalina e não hipossalina (Vimeiro, Pedras Salgadas, Melgaço, Bela Vista), glicose e/ou frutos e (60 g/L) e uma pitada de sal. 2. Não se deve ingerir bebidas alcoólicas após as competições. No caso de se querer beber cerveja após uma competição, deve-se, depois, ingerir grandes quantidades de água, para evitar a desidratação causada pelo efeito diurético do álcool. 3. As refeições nas primeiras 24h após a competição e principalmente na primeira refeição pós-competitiva deverá ser hipocalórica, hipoproteica e hiperglicídica. Não é a carne nem o peixe que ajudará o atleta a recuperar, muito pelo contrário, pois são alimentos difíceis de digerir e pobres em glícidos, que foram os nutrientes mais gastos durante o esforço físico. Como os alimentos vegetais para além de serem alcalinizantes são muito ricos em glícidos, são ideais para serem usados na fase de recuperação. Qual será a refeição ideal após uma competição? A primeira refeição poderá ter a seguinte estrutura: Sopa de legumes (com um pouco mais de sal que o habitual); Arroz ou batatas ou massas; Salada de vegetais, temperada com limão e azeite; Fruta (de preferência rica em potássio, como por exemplo, banana, pêssego, alperce, laranja ou ananás): Água mineral alcalina ou Leite magro ou meio-gordo; Não ingerir: álcool e produtos proteicos. Nota: De salientar, nesta refeição, a ausência de carne, peixe e pão que são alimentos acidificantes. O café e o chá também não devem ser consumidos, pois tal como o álcool, entre outros inconvenientes, têm efeito diurético, prejudicando a re-hidratação. Agora, mãos á obra! Fim