Produção Industrial recua pelo 9º mês seguido O resultado da produção industrial no mês de maio mostra que a indústria ainda não apresentou sinais de recuperação ante a crise internacional e a desaceleração da economia brasileira. Este é o 9º mês seguido em que a produção industrial recua em comparação com o mês anterior, o que confirma ainda mais a constatação da crise que assola a indústria brasileira. A produção caiu 0,9% em relação a abril e já acumula um desempenho negativo de -3,4% este ano. Quando comparado ao mesmo mês do ano anterior o índice é ainda pior, -4,3%. Além disso, este resultado é o pior desde setembro de 2009, quando a queda foi de 7,6%, na mesma comparação. Período Produção Industrial Maio 2012 / Abril 2012 -0,9% Maio 2012 / Maio 2011 -4,3% Acumulado 2012 -3,4% Acumulado 12 meses -1,8% Média Móvel Trimestral -0,7% Fonte: IBGE. Quando analisado setorialmente, 15 dos 27 setores industriais pesquisados apresentaram queda na produção no acumulado do ano. Os destaques negativos são equipamentos de comunicações (16,9%), veículos automotores (-18,1%), equipamentos de informática (- 13,1%) e vestuário e acessórios (-12,8%). Uma análise interessante de se fazer é a comparação entre a evolução da produção interna e a importação de categorias similares. Na tabela abaixo, é possível ver o comportamento da produção interna e importação por categorias de uso. Indicadores da Produção Industrial e Importação Variação (%) Acumulado Janeiro-Maio Categorias de Uso Produção Industrial Bens de Capital -12,00 Bens de Consumo -2,50 Duráveis -10,00 Semiduráveis e não Duráveis 0,00 Importação 7,94 8,59 3,53 15,89 Fonte: MDIC / SECEX. Enquanto a produção de bens de capital acumula recuo de -12% na produção física, a importação cresceu quase 8% no mesmo período. Na categoria de bens de consumo o resultado é semelhante. Setores como Vestuário, teve um recuo de 12,8% na produção, mas um crescimento de 37,4% na importação. No mesmo sentido, o setor farmacêutico recuou 5% este ano, enquanto as importações cresceram 20%. No mesmo sentido, insumos de metal também apresentaram forte crescimento nas importações neste ano. Tubos de ferro (41%), ferramentas (33,8%) e produtos laminados (6,6%) são alguns exemplos. Estes dados mostram que a crise internacional não é a única culpada deste resultado pífio da indústria nos últimos anos. O consumo interno de alguns produtos continua crescendo e nossa produção não consegue acompanhar este movimento por falta de competitividade com os produtos que entram no país. Essa defasagem só pode ser superada com reformas estruturais e políticas de incentivo ao crescimento da inovação e produtividade na indústria brasileira, o que tem acontecido de forma muito lenta no Brasil. A importação de peças de motor de veículos também cresceu quase 12%, mostrando que medidas pontuais, como a obrigação de conteúdo nacional das partes dos veículos ainda não está mostrando resultado. Av. do Contorno, 4520 - Funcionários - Belo Horizonte - MG - CEP 30110-916 - www.fiemg.com.br