A Moreninha e Senhora: Dois Perfis de Mulheres Românticas da Literatura Brasileira A Moreninha and Senhora: Two Descriptions of Romantic Women from Brazilian Literature Claudia Besser Boscollo Centro de Comunicação e Letras – Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua Piauí, 143 – 01241-001 – São Paulo – SP [email protected] Resumo. Aborda dois romances A Moreninha e Senhora do Romantismo brasileiro de Joaquim M. de Macedo e José de Alencar. Relata alguns acontecimentos políticos, econômicos e financeiros acorridos em meados do século XVIII na Europa que deram base para a formação do Romantismo. Apresenta algumas características desse movimento literário e dos dois autores citados acima. Analisa as personagens protagonistas femininas das duas obras a partir de suas falas, atitudes e pensamentos e como se posicionam diante da sociedade em que vivem. Verifica que são mulheres distintas, mesmo fazendo parte de um conjunto de obras consideradas integrantes do Romantismo. Conclui que tanto Carolina quanto Aurélia Camargo refletem a realidade da burguesia ascendente, porém com traços comportamentais que se afastam, sendo a primeira uma menina alheia aos conflitos reais e a segunda uma mulher que se destaca intelectualmente em meio aos homens burgueses. Palavras-Chave: Literatura Brasileira. Burguesia. Comportamento social. Abstract. It approaches two novels A Moreninha and Senhora from Brazilian Romantism from Joaquim M. de Macedo and José de Alencar. It tells some political, economic and financial events that happened in the mid-eighteenth century in Europe which helped the formation of Romanticism. It presents some characteristcs of this literary moviment and some of the two authors mencioned above. It analyzes the female principal characters of the two novels from their speech, atttudes and thoughts and how they act in front of the society they live in. It verifies they are two different characters even if the two novels, in which they are described, are considered novels of Romanticism. It concludes that not only Carolina but also Aurélia Camargo reflect the reality of a rising burgueoise, but with different behaviour, the first girl is not worried about the society conflicts and the second one is considered a very inteligent woman who stand out from men. Keywords: Brazilian Literature. Burgeoise. Social Behaviour. Revolução Industrial e suas conseqüências A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril, constituiu a Revolução Industrial em 1750 na Inglaterra. Pode-se dizer revolução devido ao impacto causado sobre a estrutura da sociedade em um processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica. Esse movimento encerrou não somente a transição entre feudalismo e capitalismo, como também a fase de acumulação primitiva de capitais. Os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão, perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a auferir lucros. A partir dessas mudanças, é a burguesia que se torna a classe economicamente dominante. Mudanças de cunho artístico também ocorreram a partir dessa revolução na Europa, na literatura, nas artes e também o comportamento diante dessa nova sociedade. Em relação a literatura, a ascensão das classes médias provocou um deslocamento do público consumidor e, a arte romântica de cunho nacional e popular substituiu a arte clássica. Essas novas camadas não seriam capazes de assimilar, de certo modo, a erudição clássica, as sutilezas de torneio verbal, a disciplina rigorosa de composição e as alegorias fundadas na cultura greco-romana. Por conseguinte, esse novo público leitor buscava uma expressão artística que fosse ou uma forma de entretenimento ou a projeção de seus gostos e anseios. O Romantismo, a partir dessas novas necessidades, encontrou no romance o melhor veículo para a propagação de suas idéias. Esse gênero é uma forma narrativa moderna que surgiu como resposta a necessidades de expressão, da parte do escritor, e a determinadas aspirações, da parte do leitor. A valorização dos temas nacionais, do folclore, da cor local, do passado histórico, mítico e lendário era uma das temáticas abordadas pelos poetas e dramaturgos românticos. Esse novo enfoque deveu-se, na Europa, às transformações das estados nacionais, aos conflitos de interesses das nações face a Revolução Industrial e, na América, foi a emancipação política das colônias que possibilitou essa abordagem. Romantismo no Brasil Na mesma medida em que se abriram os portos aos navios de diversas bandeiras, embora houvesse predomínio absoluto da bandeira inglesa, surgiram condições para contatos mais amplos em que diversas influências teriam efetividade, todas com largas conseqüências no ambiente até então plácido das áreas coloniais. Em 1808, com a chegada da Família Real Portuguesa, o Rio de Janeiro iniciou esse processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas tendências européias através desses contatos com os paises ibéricos. D. João VI, através de medidas importantes, visando o desenvolvimento nacional, foi quem abriu os portos brasileiros para comércio com o resto do mundo, o que significou a fácil entrada de novas tendências culturais, principalmente européias. Além do mais, criou novas escolas, bibliotecas e museus, incentivou a tipografia, implicando na impressão de livros, até então impressos em Portugal, e também a edição de jornais. O eixo político, econômico e cultural do Brasil não se concentra mais em Minas Gerais e sim no Rio de Janeiro, no qual nasce um público consistente de leitores, principalmente formado de mulheres e estudantes, provenientes de uma classe burguesa em ascensão. Logo após a sua independência conquistada, entre 1823 e 1831, o país viveu um momento bastante conturbado como reflexo de um autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte, a Confederação do Equador, a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel, a abdicação do trono. E é nesse ambiente bastante confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e principalmente, de nacionalismo. Serão estudados apenas dois autores que fazem parte dessa nova era da literatura brasileira os quais buscaram constituir a identidade cultural do nosso país através da publicação de seus romances. Joaquim Manuel de Macedo, além de romancista, também foi poeta, dramaturgo, jornalista e historiador. É um dos pioneiros do romance no Brasil. Sua primeira obra foi lançada em 1844, A Moreninha, um romance da adolescência brasileira, onde é possível observar a expressão das aspirações sentimentais dos jovens e a retratação de paisagem e dos costumes do Rio de Janeiro da metade do século XIX. Esse escritor preocupou-se em transpor os tipos, as cenas, a sociedade em uma fase de estabilização a partir de um estilo, construção, recursos narrativos os mais próximos da maneira de ser e falar das pessoas que o iriam ler. Sua temática restringe-se aos costumes da classe pequeno-burguesa do Império, com seus saraus familiares, namoros de estudantes, mucamas alcoviteiras, comadres, negociantes, funcionários públicos, tendo no amor o problema central de uma sociedade de que gira em torno do casamento. Foi um romancista que viveu em uma época em que o gosto do público oscilava entre a pintura de costumes da vida familiar e as aspirações românticas. Seus romances, dessa forma, inspirando-se nessas tendências, não poderiam deixar de pecar por falta de perenidade e universalidade. Pode-se dizer também que foi sua condição de homem típico da classe média urbana que não lhe permitia observar e aspirar senão de acordo com os hábitos e os anseios dessa classe. Por sua vez, José Martiniano de Alencar é autor de vasta produção, que compreende peças teatrais, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos, estudos filológicos e poesias. Sua obra de ficcionista iniciou-se em 1857 com a publicação de O Guarani, que lhe proporcionou enorme popularidade, ao ser lançado em folhetins lidos avidamente até mesmo nas ruas, à luz de lampiões. Alencar foi um romancista que também observou a sociedade de sua época, assim como Macedo, e reconstituiu cuidadosamente a vida social em seus menores detalhes, desde a moda, as danças, as recepções, os saraus familiares. Todavia, como se dão as relações humanas e seus conflitos psicológicos são considerados mais importantes do que os lugares descritos; ele faz uma literatura dentro do esquematismo psicológico e também do senso da realidade. Há um aprofundamento psicológico em suas personagens e não somente uma fiel descrição do meio, elas são complexas e os conflitos de suas almas são expressos através de suas falas e atitudes. Além disso, Alencar estava preocupado em retratar uma sociedade carioca que, na realidade, não era tão harmoniosa quanto parecia ao ter seus salões luxuosos descritos com suas lindíssimas damas deslizando pelos mesmos. A sociedade de sua época era mascarada, grande parte dos casamentos eram contratos feitos entre famílias a fim de se elevarem socialmente e as moças deveriam ter um comportamento estereotipado para não causar má impressão. Em suma, Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar foram dois grandes romancistas que, cada um com a sua forma de descrever a sociedade fluminense em que estavam inseridos e preocupações distintas, auxiliaram na formação da nossa literatura brasileira. E, uma figura bastante relevante para a construção dos romances românticos é a figura da mulher burguesa que busca comportar-se decente e adequadamente nas reuniões sociais com o intuito de impressionar o maior número de rapazes. Duas personagens românticas foram citadas, Carolina e Aurélia Camargo e essas duas representações de mulheres inseridas em um universo romântico burguês serão analisadas a partir da observação de como foram construídas pelos autores de A Moreninha e Senhora ao interagirem com as outras personagens e com a sociedade em que vivem. E, para isso, é preciso fazer um panorama da figura da mulher brasileira burguesa da metade do século XIX. A mulher burguesa brasileira em meados do século XIX Com o desenvolvimento da indústria, as mulheres haviam se libertado de uma série de atividades produtivas, que, até então, se realizavam no âmbito doméstico. O centro urbano fornecia com mais facilidade e, mais barato, o pão, a renda, o vestido feito, o chapéu; e a crescente especialização das funções criava uma série de novos empregos, tanto nas fábricas quanto nos lares, preenchidos pelas mulheres de novo proletariado. Juntamente com essas mudanças, o espaço urbano também sofreu transformações, intensificando esse novo conceito do papel feminino na sociedade. Antigamente, usado por todos em encontros coletivos, festas, mercados, convívio social, o espaço urbano começa a ser conduzido por um novo interesse controlado pelas elites vigentes, propiciando, assim, a modernização da cidade do Rio de Janeiro. Com a aquisição de seu novo status de lugar público, a rua passou a ser vista em oposição ao espaço privado, ou seja, a casa. Visto que a cidade tinha se transformado em um lugar de interesse público, em que todas as antigas formas de uso foram banidas ou ajustadas à nova ordem, muitas pessoas tiveram de mudar não só o local de residência, mas também as formas de diversão de raízes populares e grupais. A disposição do espaço do interior da residência sofre mudanças, deixando cada vez mais claros os limites do convívio e as distâncias sociais entre a nova classe e o povo. Permitindo, desse modo, um processo de privatização da família marcado pela valorização da intimidade. Essa interiorização da vida doméstica, no entanto, ocorre ao mesmo tempo em que as casas mais ricas se abriam para uma espécie de apreciação pública por parte de um círculo restrito de familiares, parentes e amigos. As salas de visita e os salões, espaços intermediários entre o lar e a rua, eram abertos esporadicamente para a realização de saraus noturnos, jantares e festas. Nesses encontros nos quais pessoas consideradas importantes estavam presentes, a mulher, em especial, era submetida á avaliações e á olhares distintos observando-se seu comportamento através de suas atitudes, gestos, palavras e vestimentas. Para que fossem bem aceitas por aquela sociedade de máscaras era preciso aprender uma série de coisas e portar-se de maneira discreta e descente, tendo como um dos seus maiores objetivos casar-se. As moças entregavam-se, então, ao aprendizado de música – deveriam aprender a tocar piano –, de bordado e costura, e também deveriam saber vestir-se de acordo com a ocasião, vivendo na expectativa da chegada do seu “herói romântico”. As vestimentas tiveram papel importante nos jogos de conquista, durante o dia as moças deveriam se portar com simplicidade e recato e, quando a noite chegava, “vinha a mudança arbitrária nas regras de decência, e sempre havia a esperança de que, no teatro ou no baile, o vestido sublinhasse melhor a graça do corpo e os decotes deixassem transbordar os braços e colos nus”. (SOUZA, 1987. p. 94). Não somente as mulheres solteiras burguesas deveriam se comportar de maneira estereotipada e considerada adequada ao meio em que viviam, mas também as casadas deveriam ter certas atitudes que contribuíssem para que houvesse um ambiente harmonioso em suas casas. Elas deveriam contribuir para o projeto familiar de mobilidade social através de sua postura nos salões como anfitriãs e, na vida cotidiana, como esposas modelos e boas mães. Cada vez mais era reforçada a idéia de que ser mulher é ser quase que integralmente uma mãe dedicada e atenciosa, um ideal que só pode ser plenamente vivido dentro da esfera familiar burguesa. Porém, antes dessas mulheres se transformarem em esposas, o casamento entre famílias ricas e burguesas era usado como um degrau de ascensão social ou uma forma de manutenção do status, ainda que os romances divulgados nessa época alentassem, muitas vezes, uniões por amor. Mesmo com todas essas transformações ocorridas, as quais geraram um ambiente aparentemente harmonioso, as pessoas, na realidade, vestiam máscaras para se relacionaram umas com as outras. A maior preocupação dos rapazes era casar-se com uma moça que lhes proporcionasse ascensão social e todo o conceito de amor descrito nos romances românticos, brasileiros e estrangeiros, não era possível de ser vivido integralmente, pois a realidade da vida real não permita isso. Pode-se dizer que toda uma sociedade, homens e mulheres, não estavam, de fato, totalmente satisfeitos como deveriam se comportar. E Maria Ângela D’Incao questiona Até que ponto a mulher burguesa conseguiu realizar os sonhos prometidos pelo amor romântico tendo de conviver com a realidade de casamentos de interesses ou com a perspectiva de ascensão social? Depois de tantas leituras sobre heroínas edulcoradas, depois de tantos suspiros à janela, talvez lhe restasse a rotina da casa, dos filhos, da insensibilidade e do tédio conjugal...(D’INCAO, 2006. p. 236). Todas essas considerações sobre o papel da mulher na segunda metade do século XIX e o questionamento existente a respeito de sua felicidade em exercer determinado papel, servem de base para a comparação que há a seguir entre Carolina e Aurélia Camargo. Essas duas representações de mulheres inseridas em um universo romântico burguês serão analisadas a partir da observação de como foram construídas pelos autores das obras A Moreninha e Senhora ao interagiram com as outras personagens e com a sociedade em que vivem. Dois perfis femininos românticos Carolina, uma jovem de quinze anos, é descrita como uma menina bastante travessa e inquieta. Entretanto, em diversas situações, mostra-se “curiosa...como uma mulher.” Vive com a sua avó, D. Ana, pois perdera os pais aos oito anos de idade, e, assim como Aurélia, já conhece o homem que ama na adolescência devido à uma situação ocorrida no passado. Aurélia, por sua vez, é mulher madura, rica e formosa. Tornou-se rica após a morte de seu avô paterno, que, depois de muitos anos, a reconheceu como sua legítima neta. Sua riqueza, como afirma o narrador, não transformou o seu caráter, apenas a sua atitude perante a sociedade capitalista. Tanto Carolina quanto Aurélia são representações distintas de perfis femininos, refletindo em seu comportamento a sociedade em que Macedo e Alencar estavam inseridos, pois A Moreninha e Senhora foram escritas em um intervalo de trinta anos. Os dois autores mencionados retrataram uma sociedade carioca da segunda metade do século XIX, porém pode-se perceber o quanto toda a agressividade do capitalismo está claramente descrita ao observar o comportamento de Aurélia Camargo perante uma elite burguesa preocupada somente em enriquecer. Carolina representa toda uma geração de moças as quais buscavam o amor sublime descrito em muitos romances românticos europeus que foram importados para o Brasil. Ela age como uma menina que faz traquinagens com o ser amado a fim de chamar-lhe a atenção e conquistá-lo. A protagonista do romance é descrita como uma dama que sabe comporta-se divinamente diante das pessoas que freqüentam sua casa nos bailes realizados por sua avó. Além disso, não se posiciona criticamente na sociedade em que vive, é apenas um retrato da típica menina burguesa que está alheia, aparentemente, dos conflitos políticos, econômicos e financeiros de sua época. E as mais profundas inquietações de sua alma não são expressas por falas, pensamentos ou atitudes; na realidade, a obra de Joaquim Manuel de Macedo é uma crônica social que relata os costumes e agitações do Rio de Janeiro da metade do século XIX de forma bastante fiel, possuindo, assim, certo valor documental. A protagonista feminina de A Moreninha nada mais é do que uma personagem – tipo que representa todas as moças burguesas que assumiam um papel “romântico” a fim de conquistar um dos rapazes para ser seu marido. Macedo a constrói de maneira que fique distante dos problemas da sociedade e da hipocrisia que a rodeava. Carolina não se coloca contra um sistema capitalista que se preocupava apenas em acumular capital, simplesmente comporta-se como uma menina um pouco mais astuta ao pregar peças nos rapazes e negar-se a dar-lhes o braço na hora do passeio. Aurélia Camargo, por sua vez, mulher que brilhou como uma estrela ao aparecer nos salões, tornou-se rica e formosa após receber a herança deixada pelo seu avô. É uma mulher que se destaca em meio às outras ao saber lidar com o dinheiro que tem e por não ser uma moça que seria facilmente enganada por algum pretendente interesseiro. Não obstante, por ter consciência de toda essa realidade capitalista agressiva que a circunda, afirma, em certo momento, que preferiria ser enganada por algum rapaz ao apaixonar-se, pois assim sofreria menos. Ela é uma personagem que se posiciona criticamente perante a sociedade em que vive e, logo nas primeiras páginas, o narrador a mostra criticando o meio em que vive, ao fazer uma reflexão sobre a riqueza que possuía, e também como faz para “sobreviver” nesse meio agressivo e competitivo em que se inseriu após receber uma enorme quantia em dinheiro de seu avô que havia falecido. Ela, em muitas cenas, não expressa suas idéias através de falas diretas; sendo o narrador onisciente, é ele quem anuncia o que a protagonista pensa e sente. Carolina e Aurélia Camargo se afastam no que se refere às suas descrições comportamentais, elas são duas representações de perfis femininos diferentes situadas na metade do século XIX. Cada uma delas reflete as preocupações de sua época; Carolina representa uma sociedade fluminense burguesa bastante preocupada em se encaixar nos moldes europeus e, ao mesmo tempo, preocupada em formar uma identidade nacional brasileira através da literatura. Aurélia, por sua vez, retrata claramente a hipocrisia presente nas relações interpessoais ao denunciar os casamentos por conveniência e também por proporcionar um casamento contratual, sendo possível observar como as pessoas acabavam por se “contaminar”, conduzindo suas vidas com base em valores morais deturpados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: Editora Ática S.A., 1986. AMORA, Antonio Soares. História da literatura brasileira. São Paulo: Acadêmica, 1968. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006. BRAIT, Beth. A personagem. São Paulo: Ática, 1999. Série Princípios. CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997. COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1969. D’INCAO, Maria Ângela. Mulher e família burguesa. In: DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006. p.223 – 240. GRIECO, Agrippina. 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