MARKETING DE RELACIONAMENTO: CONQUISTAR, MANTER, FIDELIZAR Cliciane de Jesus Salin* As rápidas e constantes evoluções mercadológicas influenciam os negócios, obrigando-os a se segmentarem cada vez mais. O ilimitado acesso à informação e a crescente diversificação dos produtos oferecem ao consumidor a opção de escolha. Os consumidores hoje compram o que querem, possuem mais opções para satisfazê-los e até mesmo a superarem suas expectativas. O preço deixa de ser o único responsável pela comercialização dos produtos e serviços. É preciso mais do que ofertas e promoção de vendas para conquistar e manter clientes cada vez mais exigentes. Superar as expectativas e criar oportunidades de vínculo com o cliente ao invés de ofertar somente produto de qualidade são preocupações que estão no topo da “pirâmide decisória”. Mesmo assim, muitas organizações infelizmente ainda pensam que para obter lucro e ganhar mercado é preciso apenas conquistar mais clientes, oferecendo a todos promoções que invadem nosso espaço através do apelo da mídia. A preocupação em ganhar mercado às vezes é maior do que a preocupação em saber se o cliente está satisfeito e para isso precisamos conhecer nossos clientes e ouvi-los. A tecnologia da informação aliada a estratégias de marketing direto oferece às empresas oportunidades únicas de se comunicarem com o cliente, mas para isso é preciso saber como, quando e através de qual meio. Muitas empresas adotam o pós-venda, que é realizado cinco dias após a compra de um determinado produto pelo cliente, mas e depois? O cliente é esquecido. A opinião dos mesmos já não vale mais nada? Deve ser porque ele já foi conquistado, não é mesmo?! Então podemos considerar que com uma mão você conquista e com a outra você o dá de “mãos beijadas” para o concorrente. Aí todo mundo entra na fase do questionamento quanto à fidelização. Mas como fidelizar se você apenas começou a se relacionar com ele? Para fidelizar, é necessário primeiro conquistar, para depois manter e depois começar um processo de fidelização que é construído a cada dia, a cada visita, a cada venda, a cada contato pessoal ou não pessoal. Várias vezes questionamos que o fato de conquistar um novo cliente custa cinco vezes mais do que manter. Óbvio que não vamos deixar de ter clientes novos. O que não podemos continuar fazendo é trabalhar como estamos; parece que só nos preocupamos em conquistar-conquistarconquistar. É bem certo que o ser humano é motivado por conquistas, mas manter e fidelizar um cliente também é uma grande conquista! De que valem todos os esforços de marketing para conquistar um cliente se os gestores não se preocupam em mantê-los e fidelizá-los? Ao meu ver é gastar dinheiro inutilmente. Aí quando alguém levanta e diz que marketing é caro, que não vê resultados, etc., eu fico muito chateada, porque, como disse Kotler, em seu livro Os 10 pecados do marketing: “A teoria do marketing é sólida; sua prática é que deixa a desejar”. Retrata a situação de uma forma muito inteligente. O problema não está no marketing, mas talvez naqueles que se dizem profissionais de marketing e na forma como elaboram e aplicam as estratégias. *Professora da Faculdade Estácio de Sá Juiz de Fora/MG. Mestre em Administração com linha de pesquisa em Marketing de Relacionamento. 1