Seminário de Iniciação Científica da UNIFAL-MG – Edição 2012
ISOLADOS BRASILEIROS CORROBORAM COMPLEXO DE ESPÉCIES
EM ROTÍFEROS DA FAMILIA BRACHIONIDAE.
Natalia Ingrid Oliveira Silva¹*(IC), Nara Cristina Chiarini Pena Barbosa¹(PG), Karla Palmieri
Tavares¹(PG), Maria José dos Santos Wisniewski²(PQ), Tereza Cristina Orlando¹(PQ).
*[email protected]
¹Laboratório de Biologia Molecular Aplicada à Biodiversidade – ²Laboratório de Limnologia, Instituto de Ciências da
Natureza, UNIFAL-MG, Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, CEP 37130-000, Alfenas, MG.
Palavras-Chave: Variabilidade Genética, Endemismo e Complexo de Espécies.
Introdução
Rotíferos
são
componentes
vitais
dos
ecossistemas aquáticos, sendo considerados
bioindicadores da qualidade da água. O grupo é
classificado como cosmopolita, porém, estudos
recentes demonstram que muitas espécies
podem
ser
consideradas
endêmicas
caracterizando-as como um complexo de
espécies (Gómez, 2005; Gilbert & Walsh, 2005;
Xiang et al., 2011). O reconhecimento destes
complexos é importante para o entendimento de
interações ecológicas entre as espécies dentro
das comunidades zooplantônicas (Schröder &
Walsh, 2007).
Metodologia
Os organismos foram coletados no reservatório
da UHE de Furnas com rede em arrastos
horizontais, fixados em
álcool absoluto,
identificados, isolados e tiveram seu DNA
extraído. Através da técnica de PCR foi
amplificada a região ITS1-5.8S-ITS2 de
Brachionus falcatus, Brachionus calyciflorus e
Plationus patulus. Os produtos de PCR foram
clonados em plasmídeos (pGEM-T- Promega). O
inserto
clonado
foi
sequenciado
bidirecionalmente.
As
sequências
foram
alinhadas e então geradas tabela de distância
genética e árvores filogenéticas através do
programa MEGA5 (Tamura et al., 2011).
Resultados e Discussão
Após a análise das sequências, os resultados
mostraram que os isolados brasileiros de B.
calyciflorus apresentam distância genética com
isolados de outras regiões (China~0,365, Geórgia
0,375, Texas 0,375, Flórida 0,368 e Austrália
0,373), com valores similares a outra espécie do
mesmo gênero como B. forficula (0,391 e 0,375).
Isso demonstra que o isolado brasileiro, apesar
da semelhança morfológica com B. calyciflorus, é
diferente geneticamente de outros da mesma
espécie, caracterizando um complexo de
espécies, ideia esta já discutida por Gómez
(2005), Gilbert & Walsh (2005) e Xiang et al.
(2011). O mesmo foi observado para espécies do
gênero Plationus. O isolado brasileiro P. patulus
possui uma distância genética grande (1.015)
com o isolado da mesma espécie, porém do
México, sugerindo que deve haver também um
complexo de espécies para Plationus patulus.
Conclusões
As árvores filogenéticas e as distâncias genéticas
observadas entre os isolados da mesma espécie
de B. calyciflorus corroboram a ideia de um
complexo de espécies, possivelmente com
espécies crípticas. O mesmo parece estar
ocorrendo com P. patulus, porém mais isolados
de outros locais são necessários para confirmar a
proposta. Os resultados demonstram que os
isolados de regiões geográficas diferentes são
linhagens distintas há muito separadas, podendo,
através de efeito fundador e especiação, terem se
diferenciado em novas espécies, o que corrobora
não só a ideia de complexo de espécies, como o
endemismo em contraposição ao cosmopolitismo,
que era, até então, proposto para o grupo.
Agradecimentos
FAPEMIG (APQ 01518-09), Furnas – Centrais
Elétricas. Ao programa PIBICT/FAPEMIG pela
bolsa de IC a N.I.O.S.
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Referências bibliográficas
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