02 de março de 2011
O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem
A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico
e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira
A TRAVESSIA DA CRISE
Embora menor que em 2008, número de alvarás de pesquisa mineral em
2009 mostra que a mineração atravessou a crise econômica mundial. E bem
Somando os 26 estados brasileiros o Distrito Federal (DF), estavam vigentes 14.785 alvarás,
entre títulos emitidos e renovados pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em
2009. Considerando aqueles que se desdobram em mais de uma substância, foram autorizadas
18.018 pesquisas nesse ano. Já redução, em relação aos 18.241 títulos emitidos e renovados em
2008, autorizando a realização de 21.183 pesquisas que, então, reverteram a tendência de queda
verificada nos três anos anteriores: de 20.160 alvarás em 2005, para 18.868 em 2006 e 15.067
(autorizando 17.572 pesquisas) em 2007*.
Assim, o número de pesquisas autorizadas em 2009 só supera o de 2007, sendo inferior, além
de 2008, aos de 2006 e 2005. Se não é uma boa notícia, tampouco é má. Em setembro de 2008, os
reflexos da crise econômica mundial iniciada com a quebra do centenário banco norte-americano
Lehman Brothers, seguida da falência técnica do maior grupo de seguros do país, o American
International Group (AIG) , chegaram finalmente ao Brasil (veja box). O início de 2009, após a
demissão de duas centenas de geólogos da área de pesquisa mineral, no final de 2008, não se
mostrava nada promissor. Felizmente, não foi bem assim.
* Até 2006, cada alvará emitido ou renovado pelo DNPM autorizava a pesquisa de uma única substância, razão porque o número de
alvarás equivale ao de pesquisas autorizadas. A partir de 2007, é possível requerer a pesquisa para substâncias diversas em um
único processo, o que gera dois grupos de dados: o número de alvarás e o número de pesquisas autorizadas para cada um deles.
Antigas e Novatas
Desde 2005, areia, argila, calcário, granito e ouro nunca deixaram de figurar no ranking das
dez substâncias mais requeridas para pesquisa mineral. O manganês, que a foi a 8ª substância mais
requerida em 2005, não esteve entre os mais pesquisados em 2006 e 2007, reapareceu em 4º lugar
em 2008 e ocupa a 6ª posição em 2009. As novidades ficam por conta do fosfato, diamante e
quartzo, que nunca figuraram entre as dez substâncias mais pesquisadas, desde 2005, e agora, estão
em 8º, 9º e 10º lugares.
A areia teve 2.073 pesquisas autorizadas em todos os estados brasileiros, exceto Alagoas. Na
seqüência, estão: ferro (1.904 pesquisas em 20 estados); ouro (1.867 em 24 estados); granito (1.692
em 22 estados); argila (1.671 em 24 estados); manganês (1.086 em 15 estados) e calcário (816 em 20
estados). Encerram a lista das dez substâncias mais requeridas, o fosfato (721 pesquisas em 16
estados); o diamante (567 em 13 estados) e o quartzo ( 414 em 15 estados).
Em 2009, o níquel e o cobre, que sempre estiveram nesse grupo e constam de 403 e 349
alvarás, respectivamente, passaram para o 11º e 14º lugares. Já outras substâncias que nunca
estiveram bem posicionadas em relação à pesquisa mineral, ganharam emergência em 2009. São
elas: os sais de potássio, zinco, cascalho, saibro, ilmenita, berílio, chumbo, salgema e cassiterita.
Foram autorizadas 403 pesquisas de níquel, 375 de sais de potássio 368 de zinco e 349 de cobre. O
cascalho é objeto de 326 alvarás, o quartzito de 199, a ilmenita de 165, e a bauxita de 155. O berílio
consta de 152 títulos, o chumbo de 133, o mármore de 126, a salgema de 115 e a cassiterita de 91.
Estados e Empresas
Após dois anos, Minas Gerais reassume a liderança entre os estados com mais pesquisas
minerais autorizadas. A Bahia passa ao segundo lugar, seguida de Goiás, Piauí, Mato Grosso, Santa
Catarina, Paraná, Pará, São Paulo e Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins, que ficaram em 9º e 10º
lugares na pesquisas de 2008, perdem suas posições para São Paulo e Ceará, e o Pará, que não
estava na seleção anterior, agora aparece em 8º lugar. O estado com menos alvarás autorizados
deixa de ser o Acre (18 títulos) e passa a ser o Distrito Federal (9 títulos).
Do total de títulos (14.785), 69% (10.243) foram emitidos a 2.274 Pessoas Jurídicas, enquanto
os 31% restantes (4.542) foram para 2.455 Pessoas Físicas. Entre as três empresas com mais alvarás,
estão a GME4 do Brasil, incluindo a MG4 e P14, com pesquisas em oito estados, principalmente de
manganês; a Vale, incluindo a Vale Fertilizantes e a Vale Fosfatados, em doze estados e mais títulos
para fosfato; e a Itafós Mineração, com dez pesquisas de fosfato e sais de potássio em quatro
estados.
A Votorantim Cimentos Brasil, incluindo a Votorantim Cimentos N/NE, tem alvarás
autorizados em 15 estados, sendo o maior número para pesquisa de argila. A CBPM (Cia Baiana de
Pesquisa Mineral) é a empresa que requereu a maior diversidade de substâncias para pesquisa (20),
principalmente para ferro/manganês, nos estados da Bahia e Piauí.
A Votorantim Metais Zinco e a Votorantim Metais Níquel são as empresas que possuem o
maior número de alvarás para a pesquisa dessas substâncias em oito estados. Já a Kinross Brasil
Mineração, a Mineração Santa Elina e a Yamana Desenvolvimento Mineral são as que mais
requereram, pela ordem, títulos para pesquisas de ouro, concentrados em Minas Gerais e Mato
Grosso, respectivamente para as duas primeiras, e Goiás, Mato Grosso e Tocantins, para a terceira.
Por fim, a Atacama do Brasil possui o maior número de alvarás para a pesquisa de salgema no estado
da Bahia.
Fonte: Revista In The Mine, ano V – 2010 -, nº 30
Data: novembro/dezembro
MINERAÇÃO DE URÂNIO
Uma pessoa pode ter não ter muita simpatia pelas empresas que exploram combustíveis
fósseis, que no momento se beneficiam dos altos preços do petróleo e carvão. Mas elas estão
pedindo penalidades na competição contra um combustível do tipo não hidrocarboneto: o
(reconhecidamente sub-dimensionado) urânio. De acordo com a lei americana de mineração assinada em 1872, num contexto em que o estímulo ao desenvolvimento do Oeste estava a toda nenhuma agência governamental pode se recusar a licenciar um empreendimento de mineração em
terras federais, ou cobrar royalties. E o urânio é tratado como qualquer outro mineral de rocha dura
(hardrock), como ouro e cobre. Companhias de petróleo, gás, carvão e madeireiras, por outro lado,
todas têm que pagar royalties substanciais - de até 12,5% do faturamento bruto - quando exploram
terras federais.
Em Washington, Nick Rahall é o crítico mais ferrenho do dispositivo legal “arqueológico” que
privilegia negócios com urânio. Democrata de West Virginia, estado que é grande produtor de
carvão, o Sr. Rahall foi presidente do Comitê de Recursos Naturais na Câmara até os democratas
perderem a presidência da casa nas eleições da metade do mandato. Seu projeto de lei corrigindo a
anomalia da lei de mineração foi aprovado pela Câmara no ano passado, mas foi barrado no Senado,
graças em parte à oposição de Harry Reid, de Nevada. Líder da maioria no Senado e filho de um
explorador de ouro ele não tem pressa em morder a mão que alimenta o seu estado. "O debate geral
em relação às políticas públicas é porque a mineração de rochas duras está nessa posição tão
privilegiada?", Diz Roger Flynn, um advogado de mineração e diretor fundador do Projeto “Ação para
a mineração do Oeste”, em Lyon, Colorado. "A grande questão é fazer com que as empresas de
mineração estejam em condições iguais de competição em terras federais." A medida de Rahall faria
com que todas as empresas de mineração que explorem rochas duras de qualquer variedade
pagassem royalties ao governo federal, sendo 8% da receita bruta para títulos novos e 4% para títulos
que já estão em vigor.
A indústria do urânio defende (claro) que a cobrança de royalties de seus membros poderia
desencorajar a atividade e assim comprometer a segurança nacional. Mas mesmo que o novo
Congresso, ou mesmo a própria administração Obama, mostre pouca disposição para sacudir a lei de
mineração de 1872, uma ação judicial movida por diversas organizações ambientais e indígenas
norte-americanas contra várias agências federais pode fazer acontecer. O caso, apresentado em um
tribunal federal em Washington, DC, desafia o governo para que as empresas de mineração que
explorem rochas duras paguem "o justo valor de mercado" pelo uso de terras federais para
atividades em propriedades sem títulos válidos de mineração.
Fonte: The Economist - Edição Impressa
Data: 10 de fevereiro de 2011
Tradução: Bárbara V. V. R. Pereira / TERRA - Engenharia em Mineração
BRAZIL COULD BE MAJOR EXPORTER OF URANIUM
According to the minister of Mines and Energy, Edson Lobão, Brazil has an estimated 1.3
million tons of uranium reserves with a market value of $100 billion.
Speaking at the rollout of the government’s National Mining (“Mineração”) Plan for 2030,
Lobão presented a stark choice for the country: “Either we ensure an abundance of safe energy at
low cost and we exploit it rationally or – we get bogged down. All over the world, the trend is in the
direction of nuclear power plants fueled with uranium. We have some of the world’s biggest uranium
reserves,” declared Lobão.
The ministry’s 2030 plan is based on three guidelines: public governance based on mining in
the national interest; socio-environmental sustainability; and aggregated value as a result of greater
knowledge and technological development.
Under the 2030 plan, over the next 20 years Brazil will invest around $350 billion in mining
and triple the number of jobs in the sector.
According to Camillo Penna, the president of the Brazilian Mining Institute (“Ibram”), there
are a lot bottlenecks in the sector. “First, a heavy tax burden, one of the highest in the world. We
have to be more competitive in the international marketplace. The logistics of transportation is
complicated and difficult, especially for the exporter. Our Achilles heel is the problem of few skilled
workers,” he declared.
Then, there is the legislation. Penna says the present Mining Code is out of date. “It was
drawn up many decades ago. It is obsolete, rotten and needs to be revamped,” he declared.
In 2010 the mining sector had revenue of $157 billion with exports of $57 billion.
Fonte: The News in English – Agência Brasil
Data: 11/02/2011
WIKILEAKS: BHP PROPÔS À AUSTRÁLIA TROCA DE RELATÓRIOS SOBRE A CHINA
Documentos revelam que mineradora anglo-australiana queixou-se da vigilância
das autoridades chinesas
A mineradora anglo-australiana BHP Billiton propôs à Austrália uma troca de relatórios sobre
a China, segundo telegramas diplomáticos dos Estados Unidos divulgados pelo WikiLeaks e
publicados nesta terça-feira pelo diário Sydney Morning Herald.
O executivo-chefe de BHP, Marius Kloppers, realizou a oferta em 2009, após queixar-se a um
diplomata americano da vigilância à qual estava submetida sua empresa por parte das autoridades
chinesas e da concorrência, incluindo a Rio Tinto. "Visivelmente frustrado, Kloppers assinalou que
fazer negócios em Melbourne é como 'jogar pôquer onde todos veem suas cartas'", diz o telegrama
do embaixador americano na Austrália, Michael Thurston. "Queixou-se da vigilância da China e da
industrial e chegou a perguntar ao embaixador (Thurston) sobre seus conhecimentos a respeito das
intenções chinesas, oferecendo-lhe uma troca confidencial", acrescenta o comunicado do
embaixador.
O maior mercado da BHP Billiton e da Rio Tinto, também de capital anglo-australiano,
encontra-se na China, mas a relação com a segunda maior economia do mundo é tensa,
especialmente pela posição dominante das duas na exploração mundial de minério de ferro junto à
mineradora brasileira Vale.
Em 2008, a BHP Billiton tentou comprar a Rio Tinto e um ano mais tarde ofereceu um acordo
comercial para controlar o mercado do minério de ferro, que não se materializou pelas reservas da
China e dos reguladores antimonopólio. Já o conglomerado chinês minerador e metalúrgico Chinalco
lançou uma oferta de colaboração de US$ 23,9 bilhões à Rio Tinto, que inicialmente aceitou o acordo
e depois o rejeitou.
A China é o principal destino do ferro australiano, com importações que aumentaram 42% no
último ano passado, chegando a 628 milhões de toneladas.
Fonte: Estadão.com.br
Data: 15/02/2011
CRESCE O INTERESSE PELA MINERAÇÃO NO FUNDO DO MAR
Número de pedidos de exploração marítima se multiplica, mas empresas
esbarram nos altos custos da atividade
O Brasil vem despertando também para as riquezas minerais escondidas no fundo do mar.
Entre 2009 e 2010, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) recebeu 637 pedidos de
empresas para pesquisar ao longo da plataforma continental brasileira. Um salto em relação ao
período 2007/2008, quando os requerimentos somaram apenas 56.
Duas empresas já ultrapassaram a fase de estudos e conseguiram autorização do Ministério
das Minas e Energia para lavrar minério na plataforma continental jurídica brasileira, uma área de 4,5
milhões de km², conhecida como Amazônia Azul pela biodiversidade. A primeira autorização foi dada
à empresa Fertimar, que explora carbonato de cálcio na costa do Espírito Santo. A empresa começou
sua investida pesquisando fosfato, de olho no mercado de fertilizantes.
A outra autorização tem cerca de um mês e foi recebida pela Dragamar Tecnologia, que vai
extrair calcário marinho do litoral do Maranhão, região que tem as maiores reservas do insumo no
País. Para Miguel Nery, diretor do DNPM, a corrida por minerais em mar é uma tendência que
esbarra no fator
Custo
Uma das empresas que sentiram esse problema foi a Itafós, que solicitou 1,2 mil
requerimentos de pesquisa entre 2008 e 2009. "O nosso interesse era explorar potássio no pré-sal",
disse o presidente da empresa, Antenor Silva.
Segundo ele, a Itafoz analisou oportunidades no litoral entre Sergipe e São Paulo. No entanto,
os investimentos precisariam ser muito alto para viabilizar a extração onde foram encontrados
indícios do produto. "Queríamos jazidas que estivessem entre mil e 1,5 mil metros de profundidade.
O que achamos estava a 2,5 mil", disse. Por conta disso, a empresa decidiu desistir de quase todos os
requerimentos feitos. "Ficamos apenas com três áreas - em Sergipe, Bahia e São Paulo -, porque elas
são muito boas".
Segundo ele, o problema de ter muitas áreas requeridas é o custo elevado de manutenção,
pois é preciso pagar a Taxa Anual por Hectare (TAH) ao governo.
Apesar disso, o executivo enfatizou que a Itafós não desistiu de buscar oportunidades. "Acho
que o interesse por pesquisa e extração no mar vai crescer. Isso não acontece só no Brasil, é
tendência no mundo inteiro." Ele citou como exemplo a Austrália, que tem empresas extraindo
minerais do mar, e a Namíbia, que já extrai há anos diamantes do fundo do oceano. A Europa,
observou, também tem uma grande produção de calcário vinda do mar.
No Brasil, o interesse por minerais usados na fabricação de fertilizantes também vem
direcionando a entrada do País nessa corrida pelas riquezas minerais. O chefe da divisão de Geologia
Marinha do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Kaiser Gonçalves de Souza, conta que o setor
responde por 80% dos mais de mil pedidos feitos em 2010 para pesquisa em áreas na plataforma
continental brasileira.
Fonte: O Estado de São Paulo
Data: 14/02/2011
AS RIQUEZAS DO PARÁ
As lideranças paraenses, com ou sem cargo eletivo, com ou sem poder econômico, com ou
sem participação na formação da opinião pública, não podem mais permanecer de braços cruzados.
Se assim prosseguirem, à espera de um milagroso maná caído dos céus, o Pará não conseguirá jamais
impedir que duas curvas continuem a evoluir em paralelo: a curva da exploração das suas riquezas
naturais e a curva do seu empobrecimento crescente. De acordo com o IBGE, permanecemos com
1,8% de participação no PIB nacional.
É a forma do uso desses recursos que explica a intensividade da exploração não se traduzir
pelo enriquecimento do estado e também não agregar o valor que seria possível internalizar, para
maior benefício dos paraenses.
Em recente seminário, fazia eu comparações entre os ciclos econômicos dos minérios e da
borracha e lembrava, quando o primeiro trem (hoje o maior trem de carga do mundo) saiu de
Carajás, que a vida útil da jazida era de 400 anos. Hoje, apenas um quarto de século depois, a
expectativa é de menos de 100 anos. Em 2015 a produção será 12 vezes maior do que em 1985. E
quanto isso gera de tributos ao Pará? Excetuando-se uns 5% da produção, que vão para as guseiras
implantadas ao longo da ferrovia, nada.
Mas há a compensação financeira, os royalties, sobre os quais, durante reunião do Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social, mostrei que o parágrafo 1º do artigo 20 da Constituição
assegura aos estados e municípios participação no resultado da exploração de petróleo, energia
elétrica e minérios. Porém, enquanto a alíquota para o caso do petróleo é de 10%, podendo ainda
nos casos de superprodução gerar participação especial a mais, e para a energia elétrica é de 6,75%,
na mineração as alíquotas oscilam entre 1% e 3%. Essas alíquotas não são definidas pela Constituição,
mas por leis ordinárias.
Um estudo preliminar coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, que servirá de base
para o marco regulatório do setor mineral e que já parece ter sensibilizado o presidente da Câmara
dos Deputados, Marco Maia, chegou à conclusão de que o subsolo brasileiro é o mais barato do
mundo, se não o mais em conta na exploração mineral. Na Austrália, as mineradoras desembolsam
7% da receita bruta pela exploração do minério de ferro, 4,8% na Rússia e, no Brasil, a incidência é de
2%. Da receita da exportação do ferro, o ICMS corresponde a menos de 1%.
O estado do Pará já é o segundo que mais fornece divisas líquidas ao país, sem as quais a atual
onda de desenvovimento não existiria, dadas as insuficientes poupanças nacionais. De cada US$10
aportados ao caixa do Banco Central, quase US$1 é contribuição paraense. No entanto, nosso estado
é o 16º em desenvolvimento humano e o 21º em PIB per capita. Com 25 anos de intensa extração
mineral, esses números desacreditam a retórica de que a compensação financeira cobre a perda de
receita.
A Lei Kandir, que isentou as matérias primas e semielaborados exportados do pagamento de
imposto, em 10 anos de vigência já causou prejuízo imenso ao Pará. A compensação da União
depende de vontade política do Executivo e do Legislativo, em tratativas que precisam ser renovadas
anualmente. O resultado está muito longe de ser satisfatório. Na verdade, é injusto e danoso.
Por isso, já está mais do que na hora de buscar alternativas. O governador Simão Jatene é a última
esperança de sua geração a desfrutar da oportunidade histórica de interromper essa hemorragia,
sanar os problemas que ela criou e abrir um novo caminho para uma Federação saudável e positiva.
O momento é de dar conteúdo de realidade às promessas e compromissos de eliminar os gritantes
desníveis interregionais.
As grandes empresas, que levaram o comércio exterior a resultados recordes, graças aos
preços excepcionais das commodities, alegam que a taxação tributária lhes tiraria a competitividade
conquistada no concorrido mercado internacional. Sabe-se muito bem que as alíquotas brasileiras no
setor mineral são mais baixas do que as dos seus concorrentes diretos. Mas aceite-se o argumento
dos exportadores. Vamos então propor a participação do estado, em cujo território se acham os
recursos naturais, sobre o lucro líquido.
Se os acionistas das corporações recebem seus dividendos, dos maiores do mundo, por que
não a sociedade local? Descontados os custos operacionais e financeiros, por que as empresas se
recusariam a ceder parte dos seus lucros? Não é o exercício da responsabilidade social, que algumas
tanto apregoam como essencial? Que a cumpram, pois. Assim todos ganharão.
O caminho está delineado. É a trajetória do futuro, que colocará o Pará em posição de
crescente destaque no cenário nacional, como o principal produtor de minérios e de energia.
Contamos hoje com 75 mil MW de potência instalada em hidrelétricas no Brasil. Nos próximos nove
anos, as 12 hidrelétricas a serem construídas em solo paraense acrescentarão mais 28 mil MW, ou
seja, 38% de tudo que o Brasil construiu até hoje. Estaremos preparados para a liderança da
produção nacional? E o ICMS continuará com os estados consumidores? O que restará para nós?
O momento é de buscar os caminhos e por eles alcançar a meta de progresso, justiça, bemestar e ambiente saudável, que os paraenses precisam alcançar, por ser de seu direito.
Fonte: Correio Braziliense
Data: 21 de fevereiro de 2011
Autor: Luftala Bitar
COTAÇÃO DO MINÉRIO DEVE SUBIR 20% ESTE ANO
O preço de minério de ferro, que bateu recorde de alta em meados de janeiro, deve ficar pelo
menos 20% mais alto do que em 2009, avalia Per Storm, analista da consultoria Raw Materials Group,
que faz relatórios junto com a Agência das Nações Unidas para Comércio e o Desenvolvimento
(Unctad). Ele prevê também preços de coque bastante altos, embora menor do que o nível atual,
pelos próximos anos, de forma que a indústria siderúrgica acabará repassando parte do custo para
seus clientes e assim contribuindo para a inflação.
A Eurofer, que representa mais de 500 usinas de aço na Europa, diz que o setor vem
repassando os preços do minério de ferro, de forma que o custo final de produtos como carros e
máquinas de lavar ficam mais caras.
Além do preço, um dos problemas para a siderurgia é que a Índia, terceiro maior exportador
de minério de ferro, acabou restringindo suas vendas depois de problemas no estado de Karnataka. O
Irã, embora pequeno produtor, também retém as exportações para assegurar o abastecimento da
siderurgia nacional.
Igualmente, alguns projetos de expansão da produção de minério de ferro na Austrália
enfrentam atrasos, segundo analistas.
A produção na China cresceu ligeiramente, para 300 milhões de toneladas, metade do que
exporta. Mas seu minério é de pouca qualidade e caro para ser explorado, segundo analistas.
A expectativa é de que a Vale, BHP Billiton e Rio Tinto, que detém 70% do mercado,
anunciarão lucros bilionários relacionados a 2010.
Fonte: Valor Econômico
Data: 07 de fevereiro de 2011
VALE COMPRA ÁREA GIGANTE PARA CONSTRUÇÃO DE UM NOVO PORTO
NO PARÁ
Projeto do Porto do Espadarte encurtaria em 400 km a distância entre
Carajás e o terminal de exportação atual, localizado no Maranhão; para sair
do papel, porém, projeto terá de superar vários entraves logísticos e,
principalmente, ambientais
A Vale comprou uma área de 3 mil hectares para a construção do Porto do Espadarte, em
Curuçá (PA). O projeto encurtaria em 400 km a distância entre as minas de Carajás e os navios de
exportação - hoje, o escoamento da Vale é feito principalmente por Itaqui (MA).
Porto de Itaqui, no Maranhão, onde a Vale tem um terminal de exportação, terá capacidade para atender as
necessidades de Carajás, até 2015.
Expansão
Porto de Itaqui, no Maranhão, onde a Vale tem um terminal de exportação, terá capacidade
para atender as necessidades de Carajás até 2015
Ao arrematar por apenas R$ 10 milhões a área que pertencia à RDP Empreendimentos, do holandês
Hendrik van Scherpenzeel, a Vale desbancou concorrentes como o empresário Eike Batista e
multinacionais chinesas e americanas.
Tanto interesse tem razão de ser: além de estar próxima a grandes concentrações de minério,
estudos sobre a região mostram que ela seria ideal para receber navios com capacidade para
carregar até 500 mil toneladas, que exigem um calado (profundidade) maior na área de atracagem.
Apesar da vantagem competitiva, o empreendimento enfrenta a resistência de entidades ambientais
e sociais - o Ministério Público Federal já abriu investigação para apurar os impactos do projeto (leia
mais abaixo).
De acordo com Mauro Neves, diretor de planejamento da Vale, o Porto do Espadarte ainda
não pode ser considerado um projeto da empresa - por enquanto, diz o executivo, trata-se de uma
"oportunidade estratégica" em estudo. O período de projetos preliminares de engenharia e de
viabilidade ambiental deve durar pelo menos um ano. Passada essa fase, segundo Neves, é pouco
provável que a construção seja iniciada antes de 2015.
De qualquer forma, Espadarte seria uma das poucas alternativas viáveis para a mineradora
expandir a logística portuária no Pará. O porto de Vila do Conde, em Barcarena, a 37 km de Belém,
não tem condições de absorver a produção da Vale, pois está comprometido com a demanda da
hidrovia do Tocantins, inaugurada em dezembro, que prevê um volume de 70 milhões de toneladas
de carga por ano.
Capacidade
Por isso, o executivo da mineradora ressalta que o projeto de Curuçá não substituirá Itaqui virá posteriormente, para se somar à capacidade total de escoamento da mineradora. Segundo
Neves, embora nenhuma decisão definitiva sobre o porto tenha sido tomada, a empresa já antecipa
que os investimentos irão além do trabalho de engenharia. Para fazer a ligação ferroviária entre as
minas e Curuçá seria necessário construir um ramal ferroviário de 300 a 400 km de extensão, a partir
da Estrada de Ferro de Carajás, afirma o executivo.
Neves diz que o Porto do Espadarte não entra nos planos de escoamento da Vale para os
próximos cinco anos porque os investimentos feitos no terminal da Ponta do Madeira, no Maranhão,
já contemplam a expansão da produção de Carajás até 2015, quando a capacidade deverá estar em
230 milhões de toneladas por ano. Os investimentos do grupo em logística devem atingir US$ 5
bilhões neste ano, dos quais US$ 1,2 bilhão serão destinados ao terminal maranhense.
A área comprada pela Vale se espalha por quatro ilhas: Ipomonga, Areuá, Marinteua e
Romana. O diretor de planejamento da mineradora afirma que, embora não tenha notícia de projeto
semelhante no Brasil, os estudos que a companhia já dispõe apontam que o local não exigiria um
projeto de engenharia muito distante dos que a mineradora já desenvolveu.
Segundo a cópia da escritura de compra e venda das ilhas obtida pelo Estado, a área é
constituída de terrenos de marinha, pertencentes à União. A RDP detinha direitos de ocupação e
posse das terras registradas na Delegacia do Serviço de Patrimônio da União, em Belém. A
mineradora diz que o órgão registrou a transferência de posse em 25 de novembro do ano passado.
"A Vale não fez nada que não esteja dentro dos trâmites legais. Por enquanto, trata-se de uma
aquisição fiduciária, e não de um projeto da mineradora", diz Neves.
Fonte: Estadão
Data: 05 de fevereiro de 2011
Autor: Carlos Mendes com colaboração de Fernando Scheller
MAIS USINAS A CARVÃO MINERAL
O funcionamento “limpo” da usina Candiota 3 vai propiciar o uso intensivo do carvão mineral
gaúcho para geração de energia elétrica. O Rio Grande do Sul possui enorme riqueza energética de
jazidas de carvão, até agora subaproveitadas exatamente devido à poluição. O sucesso inicial da
tecnologia chinesa para a usina Candiota 3 entusiasmou a direção da CGTEE Eletrobras para seu uso
inclusive em antigas usinas a carvão da mesma empresa, segundo o diretor financeiro, Clóvis
Ilgenfritz da Silva. Mas, por enquanto, os equipamentos de dessulfurização terão que ser chineses.
Eles retêm o enxofre liberado na queima do carvão e permitem trabalhar na usina com avental
branco, sem sujá-lo. E mantêm limpo o ar externo.
Construção à chinesa
A demora na conclusão das obras da usina de Candiota 3 começou com a adaptação do
projeto chinês da construção civil. Eles são lentos, estão acostumados com terremotos e não poupam
concreto na construção, mas no caso brasileiro representam desperdício. Além disso, são culturas
completamente diferentes.
Escola de investidores
A Escola de Investidores de Porto Alegre, que já levou seus conhecimentos para mais de oito
mil alunos, projeta crescer 40% este ano. Seu plano é realizar um número maior de workshops
gratuitos e cursos para pessoas físicas, entre eles, alguns voltados para o público que tem interesse
na compra do primeiro imóvel.
Já é a quarta geração
A concessionária Ribeiro Jung de Porto Alegre, a mais antiga distribuidora Ford do Brasil,
festejou em janeiro seus 80 anos já contando na sua administração a quarta geração dos fundadores,
Armando Ribeiro e Norberto Jung. A empresa acompanhou a evolução da cidade. Tanto que teve que
fechar a filial Passo da Areia, quando surgiu o Viaduto Obirici.
Renova em Pernambuco
A Renova de Cachoeririnha acaba de abrir mais uma filial no Nordeste. É em Jaboatão dos
Guararapes, Pernambuco, área construída de 1.500 metros quadrados e 100 empregados,
investimento de R$ 3 milhões para produzir 10 milhões de peças de higienização ao mês, segundo o
diretor Joarez Venço. As outras estão em Araucária (PA), Camaçari (BA) e Marechal Deodoro (AL).
Um cartão especial para viagens
Uma maneira segura e cômoda de levar dinheiro em viagens ao exterior é por meio do cartão
Travel Money, que é pré-pago, recarregável, protegido por senha e pode ser usado para saques (rede
Visa Plus) e débitos (Visa Electron) em qualquer parte do mundo. O Banco do Brasil adotou o cartão
faz pouco, mas o STB, líder nacional no segmento de turismo jovem e educação internacional, já o
oferece desde 2008, segundo o gerente de marketing, Samuel Lloyd. Ele tem ainda uma central de
atendimento 24 horas em português e permite a seu usuário fazer uma poupança para a viagem,
adquirindo a moeda estrangeira nas baixas da cotação.
Fonte: Jornal do Comércio
Data: 04 de fevereiro de 2011
Autor: Affonso Ritter
EMPRESAS NA BUSCA DO MINÉRIO PARAIBANO
Presença de ferro em 15 municípios do estado deve impulsionar a economia
na região e gerar emprego
A presença de minério de ferro em 15 municípios paraibanos tem despertado o interesse de
empresas e pode, a se confirmarem as expectativas das pesquisas já realizadas, um significante
impulso econômico para região de mais de 5 milhões de km² e uma população de 168.171
habitantes. O interesse pelas pesquisas no estado surgiu depois da alta do dólar no mercado
internacional, que encareceu o preço do minério.
Hoje, o quilo custa 180 dólares, em torno de R$ 300, mas já chegou a 200 dólares, o
equivalente a R$ 334. Como os municípios paraibanos ficam muito próximos a Jucurutu, considerada
a capital do ferro do Rio Grande do Norte, e São José de Belmonte, em Pernambuco, onde as minas
estão paralisadas, mas são bastante conhecidas, os pesquisadores começaram a pesquisar a presença
do ferro na Paraíba. Em São Mamede, por exemplo, o processo está em fase de cubagem, definição
de algumas reservas.
O início das pesquisas coincidiu com a alta do dólar, há cerca de quatro anos, e do resultado
delas vai depender a justificativa para a viabilidade econômica da exploração do ferro na Paraíba,
explicou o geólogo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Luís Manoel Siqueira.
Os municípios poderão ser muito beneficiados do ponto de vista econômico, com o pagamento de
royalties e da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cefem), criado para compensar os
danos ambientais causados pela atividade de mineração. Hoje, mesmo ainda em fase de pesquisas, o
especialista em recursos minerais do DNPM disse que a economia destes municípios já está sendo
beneficiada, gerando empregos e divisas para os hotéis, postos de combustíveis e o comércio local.
Os ganhos são em efeito cascata, acrescentou Luís Manoel.
Os técnicos acreditam que até junho deste ano terão concluído a primeira etapa e talvez, já
possam definir algumas cubagens e teores. Os investimentos programados também são estimulados
pela proximidade da região onde os municípios estão localizados com a ferrovia Transnordestina, que
viabilizará o transporte até o porto de Suape. A exploração tem sido feita por especialistas em
mapeamento e pesquisa mineral, tendo como ponto de partida os resultados de aeromagnetometria
geofísica.
Fonte: O Norte
Data: 06 de fevereiro de 2011
CHINA ACUMULA RESERVAS DE TERRAS-RARAS E GERA TEMORES
A China está acumulando reservas estratégias de metais de terras-raras, uma iniciativa que
pode dar ao governo chinês um maior poder de influenciar os preços e ofertas mundiais de um setor
que ele já domina.
Os detalhes dos planos de estocagem não foram
tornados públicos. Mas as linhas gerais da iniciativa
emergiram em declarações recentes de agências
governamentais chinesas e estatais e notícias da imprensa
oficial. As notícias afirmam que instalações erguidas nos
últimos meses na província da Mongólia Interior podem
armazenar mais que as 39.813 toneladas que a China
exportou no ano passado.
A China é responsável por mais de 90% da atual
oferta mundial de metais de terras-raras — um grupo de 17 A China é responsável por mais de 90% da atual
elementos às vezes chamado de "ouro do século XXI" por oferta mundial de metais de terras-raras.
causa de sua importância em aplicações de alta tecnologia
como armas guiadas a laser e baterias de carros híbridos. O governo chinês tem restringido suas
exportações com uma política de cotas cada vez mais rígida.
Muitos minerais de terras-raras não são de fato raros, e a China não tem um monopólio em
depósitos de nenhum elemento particular de terras-raras. Porém, o instituto Pesquisa Geológica dos
Estados Unidos estimou que a China tem cerca de metade dos 110 milhões de toneladas de depósitos
de terras-raras. E a mineração em outros países diminuiu bastante anos atrás, em parte por causa de
preocupações ambientais. A austaliana Lynas Corp., a americana Molycorp Inc. e outras empresas ao
redor do mundo estão intensificando a atividade mineradora. Mas desenvolver uma nova mina pode
levar até dez anos, e o processamento dos elementos de terras-raras vai continuar concentrado na
China durante vários anos.
Observadores da indústria dizem que se as iniciativas de acumulação de estoques da China
restringir ainda mais suas exportações, o resultado podem ser ainda mais queixas em outros países,
onde alguns governos já ameaçam desafiar o regime de cotas da China com queixas à Organização
Mundial do Comércio. "Na minha opinião, [uma reserva] piora a situação chinesa", diz Steve
Dickinson, um advogado do escritório de advocacia Harris & Moure, de Seattle, nos EUA.
Novos limites à exportação chinesa de terras-raras também ameaçam aumentar os custos
para as empresas de uma série de setores, como os de celulares, refino de petróleo e baterias de alta
tecnologia.
As agências do governo chinês também administram outros estoques oficiais de commodities,
como cobre e milho. E muitos governos ao redor do mundo criam estoques parecidos para suprir a
escassez temporária de emergência, como a oferta de grãos num ano de seca.
Nos últimos anos a China expandiu o número de commodities que mantém em reserva. O país
parece administrar ativamente seu uso, mas o faz com pouca transparência e às vezes de maneira
que parece ter o objetivo de influenciar os preços de mercado, dizem analistas.
Quando os preços do alumínio dispararam no início de novembro, por exemplo, a Agência de
Reserva do Estado amenizou a alta desovando mais de 200.000 toneladas de lingotes de alumínio a
preços até 7% inferiores aos da Bolsa de Futuros de Xangai. A falta de clareza da China sobre como
exatamente administra suas reservas estratégicas de petróleo causou turbulência nos mercados
mundiais de petróleo e gerou críticas da Agência Internacional de Energia e outros.
A China não é a única a procurar estocar terras-raras. Os governos japonês e sul-coreano
afirmam que acumularam algumas reservas, e analistas americanos também reivindicaram uma
iniciativa similar. Mas a China parece estar à frente dos outros países.
O armazenamento chinês, sob a direção do Ministério de Terra e Recursos, começou com um
projeto piloto quase um ano atrás na principal região mineradora da China, Baotou, na Mongólia
Interior, e está relacionado à afirmação de autoridade do ministério sobre as regiões mineradoras
nos últimos anos. Pelo menos dez armazéns estão sendo construídos e administrados pela maior
produtora de metais de terras-raras do mundo, a Baotou Steel Rare-Earth (Group) Hi-Tech Co.
Notícias na mídia estatal chinesa afirmam que os estoques podem no final superar 100.000
toneladas. O ministério e a Baotou Steel Rare-Earth não responderam a perguntas para esta
reportagem.
Embora a China afirme que seus depósitos de terras-raras correspondam a apenas um terço
do total mundial, o país é responsável pela maior parte da oferta comercializada no mundo, o que
aumentou as preocupações de que ele possa esvaziar o suprimento muito rapidamente.
Em seus poucos comentários sobre reservas estratégicas de terras-raras, autoridades chinesas
citaram a necessidade de proteger os recursos naturais, reduzir a poluição e poupar energia, os
mesmos fatores que usou para explicar as cotas de exportação.
Fonte: The Wall Street Journal
Data: 07 de fevereiro de 2011
Autor: James T. Areddy
MG ABANDONA TOM DE CONFRONTO PARA ATRAIR MINERADORAS
O tom de confronto com as mineradoras, que marcou a política mineira nos últimos anos e
que se acentuou no processo eleitoral do ano passado, pode acabar. A nova secretária estadual do
Desenvolvimento de Minas Gerais, Dorothea Werneck, indicou que o governo mineiro está disposto a
estabelecer uma nova relação com o setor. "Me surpreende a maneira crítica com que se vê aqui a
atividade da mineração. Ela é uma riqueza de nosso Estado. É inexplicável acreditar que Minas está
em um processo de espoliação. Há várias formas da atividade mineradora contribuir com o Estado,
além do pagamento de royalties e de tributos. Muitas vezes esquecemos que há várias áreas de
conservação ambiental que foram mina até pouco tempo atrás", comentou a secretária, ex-ministra
do Trabalho no governo Sarney e de Indústria e Comércio no governo Fernando Henrique.
O discurso a favor da revisão da cobrança de royalties municipais e a pressão para que as
mineradoras, sobretudo a Vale, anunciassem projetos que agregassem valor às exportações do
Estado permeou o debate eleitoral em 2010, em especial o da oposição ao governador mineiro
Antonio Anastasia (PSDB). Em sua campanha, Anastasia acusou seus adversários de serem
superficiais ao tratar do tema, mas evitou se expor em relação ao assunto. A mineração e a siderurgia
concentram cerca de 90% do valor dos investimentos anunciados entre 2009 e 2010 para o Estado.
Para Dorothea, a cobrança para que mineradoras façam investimentos siderúrgicos quebra a
lógica da decisão de investimentos. "Eu parto da premissa de que a decisão de fazer o investimento é
da empresa, e apenas dela. O governo entra apenas no momento em que o investidor está
escolhendo onde e como investir", comentou. Na sua visão, "é óbvio que agregação de valor é uma
verdade em si mesma, desejável para todas as cadeias produtivas: a da soja, a do reflorestamento, a
de outros minérios como o calcário e o nióbio. Por que devemos ficar centrados na questão do
minério de ferro? Será que a única medida para o investimento em Minas Gerais é botar siderurgia
aqui dentro?", indagou. Segundo Dorothea, o assunto foi discutido recentemente entre ela e o
governador Anastasia, "que compartilha integralmente desta visão", segundo disse.
O governo de Minas adota uma nova inflexão em relação ao tema mineral em um momento
de perspectivas de alta da commodity de ferro no mercado internacional por um prazo longo e em
que conglomerados do setor siderúrgico estão ampliando seus investimentos em mineração, como
são os casos da CSN, Arcelor Mittal e Usiminas. Os três grupos anunciaram ou estão realizando
projetos de grande porte em Minas. Há uma tendência das empresas em dividir os ativos minerais
dos siderúrgicos. A Vale não desenvolve projetos de siderurgia em Minas, mas pretende operar a
mina de ferro Apolo, em Caeté, um empreendimento de R$ 4 bilhões que está em fase de
licenciamento ambiental.
Segundo Dorothea, todos os grandes projetos siderúrgicos em Minas estão tendo seus
protocolos de investimento revisados. "É importante lembrar que o setor siderúrgico foi o principal
afetado pela crise econômica global entre 2008 e 2009 e provocou uma brutal perda de arrecadação
em Minas. A crise começou a passar em 2010, mas acarretou um redimensionamento de tudo o que
estava sendo planejado. Poderá mudar, conforme o caso, a localização dos investimentos ou o
produto a ser fabricado", comentou.
Além da mineração, a secretária aposta em outras frentes para garantir a geração de
empregos, principal promessa de campanha de Anastasia. Dorothea começa a articular com a
Secretaria de Transporte um projeto para construir terminais de carga em dois aeroportos do interior
do Estado. Um deles será para atender a produção irrigada no Jaíba, norte de Minas, atualmente
escoada pelo aeroporto de Confins.
A maior dificuldade é que a maior parte dos aeroportos aptos no Estado são de propriedade federal,
o que limita a modelagem para parcerias com o setor privado.
Fonte: Valor Econômico
Data: 08 de fevereiro de 2011
Autor: César Felício
MARCO LEGAL PARA EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS EM
TERRAS INDÍGENAS É PREOCUPAÇÃO DA AAM
O documento com as propostas deverá ser entregar nesta terça-feira (8)
quando o prefeito Jair Souto terá uma audiência com o ministro Edson
Lobão
Prefeitos de sete municípios devem se reunir com representantes da Associação Amazonense
dos Municípios (AAM), na manhã desta segunda-feira (7), para discutir e elaborar um documento
com as reivindicações sobre a exploração de minérios no Estado.
Nesta terça-feira (8), o presidente da Associação, Jair Souto, prefeito de Manaquiri, estará em
Brasília para participar do encontro que vai tratar do Plano de Exploração de Minério no Brasil. O
secretário executivo de geodiversidade e recursos hídricos, órgão ligado à Secretaria Estadual de
Meio Ambiente e Sustentabilidade (SDS), Daniel Nava, também deverá acompanhar a discussão.
Além de participar do encontro, o prefeito terá uma audiência com o ministro das Minas e Energia,
Edson Lobão, quando deve entregar o documento com as propostas dos prefeitos amazonenses.
Dentre as prioridades nas propostas que serão apresentadas está a questão do Marco Legal
para exploração de minérios em áreas indígenas e reservas/unidades de conservação. Outra proposta
que deve ser discutida é quando à exploração da silvinita. Jair deve pedir prazos sobre o início da
extração através da Petrobras - empresa brasileira que ficou responsável por essa exploração - e do
Ministério de Minas e Energia. "A venda de minerais tem aparecido em países colombianos, entre
outros, sendo extraídos de forma clandestinas em terras brasileiras", sustenta o presidente da
Associação. Ele ressalta que a população precisa ter acesso às informações, para também ter
proveito dessa exploração, já que são recursos públicos, de todos os brasileiros.
Fonte: A Crítica
Data: 08 de fevereiro de 2011
__________________________________________________________________________________
VALE DEMONSTRA INTERESSE POR PE
A Vale pode anunciar investimentos em solo pernambucano. O presidente da mineradora
brasileira, Roger Agnelli, esteve almoçando com o governador Eduardo Campos, ontem, no Palácio
do Campo das Princesas, para dar início às negociações com o Estado. Ainda não foi informado o tipo
de empreendimento que o grupo pretende erguer em Pernambuco, mas sabe-se que técnicos da
empresa já levantaram estudos preliminares nas áreas de logística e indústria naval. Existe a
possibilidade da participação em algum aporte no Complexo Industrial Portuário de Suape. “Eles
compram muitos navios, fazem transporte marítimo e navegação de cabotagem. Estão começando a
inserir Suape nos seus estudos para rotas internacionais ou investimentos na área naval”, disse o
secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do terminal marítimo, Geraldo Júlio. Neste
setor, outra chance é de que a empresa tenha algum interesse no terminal de granéis sólidos, cuja
produção será escoada pela ferrovia Transnordestina. A malha é mais uma alavanca de novos aportes
na promoção do desenvolvimento regional. “Há ferrovias que estão no entorno do nosso Estado, no
Sul e a Oeste. Elas podem ter uma ligação interessante porque colocaria o Estado interligado com
uma malha ferroviária ainda maior do que a Transnordestina”, apontou Geraldo Júlio. Segundo ele,
técnicos da mineradora também relataram potencialidades em Pernambuco para os setores de
fertilizantes e de energias renováveis.
Especialistas de cada área devem entrar em contato com a Secretaria de Desenvolvimento
para providenciar agendas específicas, possivelmente na próxima semana. “Ter investimentos de
uma companhia como a Vale é importante para qualquer estado”, resumiu o secretário.
Fonte: Folha de Pernambuco
Data: 13/02/2011
EIKE FECHA ACORDO PARA COMPRA DA VENTANA GOLD
Nova proposta do empresário pela mineradora canadense recebe apoio do
conselho de administração
O empresário Eike Batista mostrou que está decidido a voltar às origens, apostando suas
fichas no ouro colombiano. Ontem, a AUX Canada, empresa de Eike, elevou sua oferta de compra do
controle da canadense Ventana Gold, que controla ativos na Colômbia. O negócio pode atingir até
US$ 1,4 bilhão. Atualmente, o empresário brasileiro já detém 20% da Ventana e briga para adquirir
todo o controle.
As negociações se arrastam desde o ano passado. Em dezembro, o conselho de administração
da empresa canadense chegou a recomendar aos acionistas que rejeitassem a oferta feita por Eike.
Mas, desta vez, o conselho parece estar satisfeito com a nova oferta.
Em nota, a Ventana revelou que as duas empresas concordaram em trabalhar juntas para
concluir a oferta, que agora tem apoio do conselho de administração. Na proposta anterior, Eike
ofereceu US$ 12,63 por ação, cifra que corresponderia a um pagamento em dinheiro de US$ 1,2
bilhão. A oferta inicial da AUX venceria hoje, mas as duas companhias aceitaram um adiamento do
prazo.
A nova oferta, de US$ 13,06 por ação, representa um prêmio de 30,2% em relação ao preço
de fechamento das ações ordinárias da Ventana na Bolsa de Toronto em 16 de novembro, um dia
antes da oferta feita pela companhia de Eike. A Bolsa de Toronto é o principal mercado de captação
de recursos para empresas de mineração com foco em pesquisa.
Projeto
Com sede em Vancouver, no Canadá, a Ventana explora ativos minerais em 4,59 mil hectares
na Colômbia. O projeto mais famoso, o de La Bodega, fica a cerca de 400 quilômetros da capital,
Bogotá.
Foi intermediando a venda de ouro e diamantes de garimpeiros na Amazônia que Eike Batista
deu, na década de 80, seus primeiros passos para a criação do que hoje é um império de cerca de
US$ 30 bilhões. A intenção de apostar em ouro já era comentada desde 2009, quando ele chegou a
anunciar a criação de uma sexta empresa, a AUX, para a exploração do minério.
A oferta pela empresa canadense vem em um momento em que o preço do ouro tem subido
fortemente. Tradicionalmente, o metal é procurado como uma proteção por investidores em
momentos de crise. Desde o final de 2008, quando foi deflagrada a crise internacional, o preço do
metal tem superado a rentabilidade de todos os outros investimentos.
Fonte: O Estado de São Paulo
Autora: Mônica Ciarelli
Data: 15/02/2011
NOVA LOGOMARCA DO GOVERNO BRASILEIRO TEM O FIM DA POBREZA
COMO SLOGAN
Dilma diz que a frase significa a profunda consciência que tem de ter o País
‘Governo Federal, Brasil - País Rico é País sem Pobreza’. Este é o slogan da nova logomarca,
oficialmente lançada no último dia 23 de fevereiro por meio de portaria da Secretaria de
Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, publicada no Diário Oficial da União. A
nova marca foi desenvolvida e doada pelos publicitários João Santana e Marcelo Kertész. O slogan,
que faz alusão ao Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 1 (ODM1) será utilizado em todas as
campanhas governamentais.
O texto da portaria informa que peças e materiais publicitários produzidos com a logomarca
anterior "poderão continuar a ser divulgados até o término da campanha, ação ou material, em
atenção ao princípio da economicidade, a ser ponderado pelo órgão ou entidade responsável".
A presidente Dilma Rousseff tem mencionado com freqüência o novo slogan, em função do
novo salário mínimo. "Considero que essa nossa síntese que nós colocamos no nosso dístico: 'País
Rico é País sem Pobreza', ela tem um motivo. Por muitos e muitos anos, no Brasil, se acreditou que o
Brasil podia ser rico com milhões de pobres, cidadãos e cidadãs brasileiras pobres. 'País Rico é País
sem Pobreza', significa profunda consciência que tem de ter o País, o seu governo, a sociedade, de
que não haverá nenhum país rico, efetivamente rico, se ele conviver com a situação de pobreza que
nós ainda convivemos", disse a presidenta.
Fonte: Secretaria de Comunicação da Social da Presidência da República
Data: 28 de fevereiro de 2011
Download

Embora menor que em 2008, número de alvarás de