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A TRIANGULACAO
DOS POLIGONOS
,
Luiz Felipe Araujo Mod, Valério Ramos Batista
CMCC, Universidade Federal do ABC
Rua Sta. Adélia, 166 - Santo André - SP
[email protected], [email protected]
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AGRADECIMENTO
Teorema 4.3 (Existência e Unicidade das Perpendiculares - TEUP). Sejam r e X, então ∃ !s tal que
Este trabalho foi financiando por Bolsa FAPESP de Iniciação Cientı́fica, processo 09/07882-3.
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X ∈ s ⊥ r.
Teorema 4.4. Seja r e B ∈
/ r, então ∃ s//r com B ∈ s.
RESUMO
Intuitivamente, todo polı́gono é triangularizável. No caso euclidiano, geômetras do passado apresentaram suas provas, mas
Lema 4.1. Dados n pontos, ∃ r tal que todos estão do mesmo lado de r.
elas aparentemente carecem de mais explicações (vide referências). A literatura é de fato antiga, pois a Geometria Plana
Dem: Vale para n = 1, pois ∃ s tal que P 6∈ s. Suponha que vale para m pontos. Dado n = m + 1, tome s tal que
Axiomática é atualmente uma disciplina de graduação, e não uma área de pesquisa como foi no passado. Refazemos aqui
˙ ′ pelo Teorema 4.1. Se Pn ∈ L′, tome t//s com Pn ∈ t, que existe
P1, . . . , Pm estão do mesmo lado L de s, Π \ s = L∪L
uma demonstração em linguagem moderna e sem o Postulado das Paralelas. É um trabalho inovador pois a literatura
˙ ′, e como s ∩ t = ∅, podemos dizer que s ⊂ H. Do Teorema 4.2, temos que P1, . . . , Pm
pelo Teorema 4.4. Seja Π \ t = H∪H
clássica define triangulação de um modo fraco, em contraste com a nossa definição, muito mais exigente. Além disso, nossa
estão do mesmo lado H de t, e escolhemos Q ∈ H′, que não é vazio pelo Teorema 4.1. Tome r//t com Q ∈ r, donde
demonstração foi implementada em Matlab, e todo seu código-fonte será disponibilizado para fins didáticos.
r ⊂ H′. Assim, teremos P1, . . . , Pn do mesmo lado que r. Caso Pn ∈ s, aplique o mesmo procedimento para t = s.
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INTRODUÇÃO
RESULTADO PRINCIPAL
Teorema 5.1. Todo polı́gono admite uma triangulação.
Dado um polı́gono P com vértices V1, . . . , Vn, dizemos que T é uma triangulação de P quando:
(a) ∀ i ∃ ∆ ∈ T tal que Vi é vértice de ∆;
˙ ′ tal que V1, . . . , Vn ∈ L.
Dem: Seja P um polı́gono com vértices {V1, . . . , Vn}. Do Lema 4.1, tome r com Π \ r = L∪L
(b) ∀ ∆, ∆′ ∈ T , ∆ ∩ ∆′ é um lado ou vértice comum, ou vazia;
Do TEUP, sejam Q1, . . . , Qn ∈ r tais que ViQi ⊥ r, ∀ i. Então ∃ AB =min{ViQi, i = 1, . . . , n}. A menos de reindexar,
(c) ∀ ∆ ∈ T , seus vértices pertencem a {V1, . . . , Vn}.
supomos V2Q2 ≡ AB. Seja s ⊥ V2Q2 com V2 ∈ s e I := {i 6= 1, 3|Vi ∈ Int(∆V1V2V3) ∪ V1V3}. Caso I 6= ∅, tome
←→
←→
CD =max{dist(Vi, V1V3 ), i ∈ I}. Seja j ∈ I tal que dist(Vj , V1V3 ) = CD.
Neste trabalho, provamos que todo polı́gono é triangularizável, desde que satisfaça o critério da maior distância, expli-
O próximo passo da demonstração leva em conta que V2Vj ∩ P = {V2, Vj }. Sempre que isso ocorrer, diremos que o plano
cado durante a demonstração. Nela mencionamos resultados clássicos de Geometria que listamos na Parte 4.
Na Figura 1 de nosso programa triang.m, vemos que o usuário pode otimizar a triangulação (caso euclidiano). A Figura
2 é do programa htriang.m e mostra a execução do caso hiperbólico (modelo do semi-plano superior, eixo vertical de
(do polı́gono) verifica o critério da maior distância. Isto é claro no plano Euclidiano, onde vale o Axioma das Paralelas. No plano hiperbólico, usamos o fato de que todas as transformações de Möbius (incluindo as conjugadas) de B1(0)
em B1(0) são isometrias. Então, sem perda de generalidade podemos supor que V1,3 ∈ (−1, 1) e V2 ∈ i(0, 1) (vide Figura 3).
logaritmandos).
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V2
Vj
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V1
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V3
Figura 03: O critério da “maior distância”.
Na Figura 3, as linhas pontilhadas são as eqüidistantes. Podemos folhear toda a região entre elas por uma famı́lia de
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eqüidistantes. Cada ponto do segmento geodésico ligando V2 a Vj cruza exatamente um membro da famı́lia. Ou seja, ele
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está inteiramente entre as eqüidistantes de V2 e Vj . Isto é garantido pela Proposição 4.1, que implica V2Vj ∩ V1V3 = {X}.
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Assim, definimos P′ e P′′, onde P′ tem vértices V1, V2 e Vk , k = j, . . . , n, enquanto que P′′ tem vértices V2, V3 e Vk ,
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k = 4, . . . , j. Cada novo polı́gono tem um número de lados menor ou igual a n − 1. Agora, se I = ∅ definimos P′
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com vértices V1 e Vi, i = 3, . . . , n, e o primeiro elemento da triangulação é ∆V1V2V3. Neste caso, P′′ = ∅. Repetimos o
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procedimento descrito nestes parágrafos até esgotarmos todos os passos.
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Então, V2Vj ∩ P = {V2, Vj }, pois do contrário Vj não seria o vértice de maior distância.
OBSEVAÇÃO IMPORTANTE: Note que o critério para a obtenção de Vj não pode ser o de menor distância a V2,
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nem o que faz menor ângulo com V2V1 ou V2V3 , mesmo no plano Euclidiano, como mostram as Figuras 4 e 5. No primeiro
caso, já sabı́amos que seria um critério falho, donde não foi implementado em Matlab. No segundo caso, a implementação
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em Matlab indicou nosso erro de raciocı́nio, o que levou a rever critérios, demonstração e implementação. Isso mostra a
importância do acompanhamento numérico de uma demonstração, sempre que possı́vel.
Figura 01: Triangulação sendo otimizada.
V2
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V3
V1
Figura 04: Falha no critério da “menor distância”.
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Figura 02: Triangulação hiperbólica.
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RESULTADOS CLÁSSICOS
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op
oposto S (r, A) := B.
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Figura 05: Falha no critério do “menor ângulo”.
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Teorema 4.1. Dada a reta r no plano Π, tem-se Π \ r = A∪B,
onde A, B são convexos e não vazios.
Definição 4.1. De acordo com o Teorema 4.1, o semi-espaço determinado por r e A 6∈ r é S(r, A) := A e seu
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Referências
[1] Forder, H.G. - The Foundations of Euclidean Geometry, Cambridge Univ. Press: Cambridge, (1927).
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→
Teorema 4.2. Seja s uma semi-reta não contida em r mas com origem O ∈ r. Então, ∀ P ∈ ( s \ r) ⇒
→ −→
s = OP ⊂ (S(r, P ) ∪ {O}).
[2] Hartshorne, R. - Geometry: Euclid and beyond, Springer: New York, (2000).
[3] Hilbert, D. - Foundations of Geometry, Open Court Pub. Co: Chicago, (1912).
[4] Legendre, A.-M. - Eléments de Géometrie, Lib. Firmin Didot: Paris, (1852).
−→
b ), temos P L ∩ KG
= {R}, com P − R − L.
Proposição 4.1. Dado G ∈ Int(LKP
APOIOS:
[5] Pasch - Vorlesungen über neuere Geometrie, Teubner: Leipzig, (1882).
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A Triangulação dos Polígonos