1 )UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ALESANDRA MARIA PEREIRA O RELACIONAMENTO DOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA PRAIA DA GUARDA DO EMBAU E A POSSIBILIDADE DA CRIAÇÃO DE UM ARRANJO PRODUTIVO LOCAL Balneário Camboriú 2009 2 ALESANDRA MARIA PEREIRA O RELACIONAMENTO DOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA PRAIA DA GUARDA DO EMBAÚ E A POSSIBILIDADE DA CRIAÇÃO DE UM ARRANJO PRODUTIVO LOCAL Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Aloísio Vicente Salomon. Msc Balneário Camboriú 2009 3 ALESANDRA MARIA PEREIRA O RELACIONAMENTO DOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA PRAIA DA GUARDA DO EMBAÚ E A POSSIBILIDADE DA CRIAÇÃO DE UM ARRANJO PRODUTIVO LOCAL Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Ênfase em Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Administração Balneário Camboriú, 29 de Junho de 2009. _________________________________ Prof. Aloísio Vicente Salomon, MSc. Orientador _________________________________ Prof. Lorena Schröder, MSc. Avaliadora _________________________________ Prof. Carlos Marcelo Ardigó, MSc. Avaliador 4 EQUIPE TÉCNICA Estagiário (a): Alesandra Maria Pereira Área de Estágio: Administração Geral Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Aldarice Schürhaus Professor (a) orientador (a): Aloísio Vicente Salomon 5 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Esthetic Dent Endereço: Rua 100 n°. 36 – Centro – Balneário Camboriú – SC Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administrativo / Marketing Duração do Estágio: 120 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Aldarice Schürhaus / Proprietário Sob o n° de CPF: 033149594905 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 10 de Dezembro de 2008. A Empresa Esthetic Dent, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Alesandra Maria Pereira. _________________________________ Aldarice Schürhaus 7 Dedico este trabalho aos meus pais, que ao longo de minha existência sempre me apoiaram e acreditaram em todas as minhas realizações, ao meu namorado pelo seu companheirismo. 8 AGRADECIMENTOS A Deus por proporcionar-me a conclusão de mais uma etapa da vida que se consuma nesta monografia. Ao professor Aloísio Vicente Salomon pela sua orientação e seu apoio para a elaboração desta monografia. Aos professores do curso de administração, pelas excelentes contribuições dadas ao longo do curso. Aos meus pais Pedro Pereira e Maria S. Pereira, por ter me ensinado a ser a pessoa que sou hoje e por também me ensinar a sempre buscar as coisas que tanto desejo, acreditando sempre no meu potencial e mostrando o melhor caminho a seguir. Ao meu namorado Jessé, que com muito amor compreensão e paciência soube me entender e esteve ao meu lado nos bons e maus momentos dessa minha trajetória. Aos meus colegas de curso Caroline Schurhaus, Tatiane Bertholde, Leandro Silveira e Leandro Ferrari, pela amizade e companheirismo ao longo desses quatro anos. Ao meu amigo querido Jean C. F. Mannrich pela amizade dedicada. Obrigada especial ao professor Carlos Marcelo Ardigó e a professora Lorena Schröder por aceitarem o convite e serem meus avaliadores de banca. 9 Todos os dias, recebemos pedras. Mas nós é que decidimos o que fazer com elas. Podemos construir uma ponte ou um muro. Anônimo. 10 RESUMO O objetivo deste trabalho é analisar a possibilidade de geração de um Arranjo Produtivo Local entre as pousadas da Praia da Guarda do Embaú, em Palhoça (SC). Para tanto se buscou a identificação do relacionamento existente entre os dirigentes de pousadas. O primeiro passo foi, através da revisão de literatura, aprofundar o conhecimento sobre os conceitos ligados aos termos como: aglomerados de empresas, arranjos produtivos locais, clusters, redes de empresas, teoria do relacionamento e outros. Na etapa seguinte, se buscou identificar quais eram essas empresas e sua localização, através de pesquisas de campo e em entidades ligadas ao setor de turismo. Com os dados em mãos e desenvolvido o instrumento de pesquisa, identificou-se a percepção dos gestores sobre o assunto. Feita a análise, percebe-se que este aglomerado ainda está em fase de desenvolvimento e reúne significativo potencial para se tornar um APL, pois existe uma variedade muito grande de organizações correlatas e de apoio, bem como, instituições de ensino e pesquisa voltados para o setor de turismo. Falta uma maior aproximação entre as partes. O estudo também evidenciou que existem ainda restrições no que concerne a questão do relacionamento entre os atores, onde ações isoladas ainda se sobrepõem às coletivas. Por último, a pesquisa verificou que a imagem e atratividade do destino são positivas. Este fato está atraindo cada vez mais empresas para o setor, aumentando o potencial do aglomerado. Palavras-chave: Arranjo Produtivo Local. Relacionamento. Aglomerados. 11 ABSTRACT The objective of this study is to analyze the possibility of generating a Local Productive Arrangement between the beach lodges of the "Guard of Embaú" in "Palhoça" (SC). Thus if you tried to identify the relationship between the owners of inns. The first step was through literature review, deepen knowledge about the concepts related to terms such as clusters of firms, local productive arrangements, clusters, networks of firms, theory of relations and others. In the next stage, which were sought to identify these companies and their location, through research in the field and entities linked to the tourism sector. With these data in hand, and developed the research instrument, it was identified the perception of managers on the subject. After analysis, we find that this cluster is still in development and combines significant potential to become a "APL", there is a wide range of organizations and related support, and educational institutions and research focused for the tourism sector. Lack greater rapprochement between the parties. The study also showed that there are restrictions with regard to the question of the relationship between the actors, even where individual actions to collective overlap. Finally, the research found that the image and attractiveness of the destination are positive. This is attracting more companies to the sector, increasing the potential of the cluster. Keywords: Local Productive Arrangement. Relationships. Clusters. 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Determinantes da Vantagem Competitiva Nacional .............................................. 28 13 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Características Predominantes de Cada Tipo de Aglomerado de Empresa .......... 30 Quadro 2 – Níveis de Sanções e Confiança ............................................................................. 44 14 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Perfil pessoal dos respondentes da pesquisa ........................................................ 55 Gráfico 2 – Tempo de empresa em anos ................................................................................. 56 Gráfico 3 – Estratégia de atuação no mercado ........................................................................ 57 Gráfico 4 – Posicionamento de mercado ................................................................................. 58 Gráfico 5 – Constituição de parcerias..................................................................................... 59 Gráfico 6 – Nível de Confiança ............................................................................................... 60 Gráfico 7 – Intercambios, Trocas e Alianças .......................................................................... 61 Gráfico 8 – Importância do Relacionamento entre os Proprietários de Pousadas ................... 62 Gráfico 9 – Base predominante dos relacionamentos ............................................................. 63 Gráfico 10 – Desvantagem na Formação de Rede .................................................................. 64 Gráfico 11 – Vantagem na Formação de Rede ........................................................................ 64 Gráfico 12 – Identificação das empresas na região ................................................................. 65 Gráfico 13 – Faz parte de associações estabelecidas na região ............................................... 66 Gráfico 14 – Parcerias entre Pousadas ................................................................................... 66 Gráfico 15 – Ações Praticadas entre Pousadas ....................................................................... 67 Gráfico 16 – O grau de parentesco influencia na criação de uma aliança estratégica ............ 68 Gráfico 17 – Atividade de Suporte e Apoio ao Aglomerado ................................................. 69 15 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17 1.1 TEMA ................................................................................................................................. 17 1.2 PROBLEMA ...................................................................................................................... 17 1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 18 1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 18 1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 18 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 19 1.5 CONTEXTO DO AMBIENTE DE ESTÁGIO .................................................................. 20 1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................. 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 23 2.1 AGLOMERADOS ............................................................................................................. 23 2.1.1 Tipologias de aglomerados de empresas ...................................................................... 29 2.1.1.1 Tipos de aglomerado segundo Zawislak e Ruffoni (2001) .......................................... 30 2.1.1.2 Tipos de aglomerado, segundo Lastres e Cassiolato (2003) ........................................ 31 2.1.1.3 Tipos de aglomerado segundo RedeSist (2003) ........................................................... 31 2.1.1.4 Tipos de aglomerado segundo SEBRAE (2004) .......................................................... 37 2.2 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) ........................................................................ 39 2.3 TEORIA DO RELACIONAMENTO ................................................................................ 42 3 METODOLOGIA............................................................................................................... 51 3.1 TIPOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................................ 51 3.2 SUJEITO DE ESTUDO ..................................................................................................... 52 3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................................................... 53 3.4 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 53 3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ......................................................................................... 54 4 RESULTADOS DA PESQUISA ....................................................................................... 55 4.1 PERFIL DOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA PRAIA DA GUARDA DO EMBAÚ (SC)........................................................................................................................................... 55 16 4.2 ESTRATÉGIA DE GESTÃO UTILIZADA PELOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA GUARDA DO EMBAÚ (SC) .................................................................................................. 57 4.3 VISÃO DOS DIRIGENTES DE POUSADAS REFERENTE A UMA POSSÍVEL ALIANÇA ENTRE ELES ........................................................................................................ 59 4.4 O RELACIONAMENTO EXISTENTE ENTRE OS DIRIGENTES DE POUSADA DA GUARDA DO EMBAÚ/SC ..................................................................................................... 63 4.5 RELACIONAMENTO ENTRE DIRIGENTES DE POUSADAS E AS ENTIDADES DE SUPORTE E APOIO ................................................................................................................ 68 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 71 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74 ANEXOS ................................................................................................................................. 84 APÊNDICES ........................................................................................................................... 96 17 1 INTRODUÇÃO Dentro de uma nova realidade de mercado, do processo de competitividade crescente e dos reflexos da globalização, se torna cada vez mais importante a relação entre empresas, as alianças, parcerias e fusões tornam as organizações mais preparadas para atingirem de forma eficiente e eficaz o mercado que as rodeia, possibilitando a preparação para a entrada em novos mercados. Os aglomerados, além de serem apontados como instrumentos para a competitividade, permitem aos atores associados sobrepor às individualidades, propiciando a conquista da eficiência coletiva (ANDRIGHI e HOFFMAN, 2008). Desta maneira e de forma inovadora, as forças geradas por competências cooperadas refletem no desenvolvimento local. Sendo assim, o trabalho apresenta, de forma geral, o processo para a formação de rede de empresas e busca entender o relacionamento existente entre os dirigentes de pousadas na Praia da Guarda do Embaú, em Palhoça (SC), para perceber se há possibilidade da criação de um Arranjo Produtivo Local. 1.1 TEMA O relacionamento dos dirigentes de pousadas da praia da Guarda do Embaú Palhoça/SC e a possibilidades da criação de um Arranjo Produtivo Local. 1.2 PROBLEMA Descrita por Alfred Marshall há mais de um século, o fenômeno da aglomeração territorial de empresas similares ou relacionadas gera vantagens competitivas. Segundo Barros e Moreira (2005), a abordagem dos Arranjos Produtivos Locais revela-se como nova forma de organização da produção local que permite maior geração de emprego e renda em uma política de desenvolvimento local sustentável. Nos Arranjos Produtivos Locais existe a troca de informações, conhecimentos, cooperação e o inter-relacionamento de empresas. 18 Desta maneira, levantou–se a seguinte questão de pesquisa: de acordo com o atual relacionamento existente entre os dirigentes de pousadas da praia da Guarda do Embaú Palhoça/SC, existe a possibilidade de geração de um arranjo produtivo local como forma de busca de vantagem competitiva? 1.3 OBJETIVOS Para Oliveira (2002), quando o pesquisador tem objetivos de pesquisa bem definidos, quando sabe exatamente o que quer, pode progredir sobremaneira no conhecimento teórico sem deixar de lado a resolução prática do problema. Só assim haverá contribuição social ou científica. 1.3.1 Objetivo Geral Analisar a possibilidade de geração de um arranjo produtivo local entre as pousadas da Praia da Guarda do Embaú, a partir do relacionamento de seus dirigentes. 1.3.2 Objetivos Específicos 1. Identificar as estratégias de gestão utilizadas pelos dirigentes de pousadas; 2. Avaliar a visão dos dirigentes de pousadas sobre uma possível parceria entre eles; 3. Avaliar o relacionamento existente entre os dirigentes das pousadas da Guarda do Embaú; 4. Avaliar o relacionamento existente entre os dirigentes de pousadas e as entidades de suporte e apoio; 19 1.4 JUSTIFICATIVA A necessidade de ampliar o conhecimento sobre o tema no contexto brasileiro tornouse uma questão de grande relevância. A oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre aglomerados de empresas, possibilitando uma maior compreensão no processo de criação e consolidação de arranjos produtivos locais vivenciados na prática. Este estudo é uma possibilidade para o desenvolvimento local, pois segundo Veiga (2005, p. 272) A abordagem dos arranjos produtivos locais revela-se como nova forma de organização da produção local que permite maior geração de emprego e renda em uma política de desenvolvimento local sustentável. Contudo, o setor de turismo só é incipientemente tratado neste tipo de abordagem analítica. Face aos citados aspectos e à importância das MPEs para o desenvolvimento regional [...] Diante de todo contexto que se encontra a praia da Guarda do Embaú, percebe-se a necessidade de atrair o turista cada vez mais para a região. Mas observa-se a competitividade entre os dirigentes de pousadas, muitas vezes deixando de se preocupar com o desenvolvimento local e a preservação de seus recursos naturais, elemento crucial para o interesse turístico da região. Sabe-se que a cooperação de pequenas empresas se faz a partir do relacionamento das instituições locais, para assim construir um relacionamento de competição e cooperação, trazendo vantagens para ambas as instituições. Para Porter (1999, p. 142), as sementes de uma aglomeração às vezes provêm das necessidades locais inusitadas, características favoráveis dos recursos naturais, das áreas de excelência universitária ou de iniciativas de puro empreendedorismo. Para Venturi (2008), o estado de Santa Catarina é bastante propício para os estudos relacionados ao tema arranjos produtivos locais. O autor (2008, p. 151) considera que: Embora esteja em todo estado, existem certas regiões que agregam mais possibilidades de agrupamentos, por inúmeras razões, como desenvolvimento local, intervenção pública, natureza da localidade, acesso a matéria-prima, acesso a vias de transporte (rodovias e portos) e também por fatores culturais e sociais. Observa-se que um dos grandes desafios existentes entre os gestores de pousadas da Guarda do Embaú é fazer com que todos desenvolvam condições propícias para a criação de 20 vantagens competitivas entre si. Desta forma, a identificação do relacionamento existente entre os dirigentes de pousadas é essencial para entender a possibilidade da criação de um APL - Arranjo Produtivo Local. Neste sentido, o IEL – Instituto Euvaldo Lodi. (2009) considera que os APL’s têm um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e tecnológico de uma região, beneficiando todas as empresas e engajando comunidades locais, centros de tecnologia e pesquisa, instituições de ensino e entidades públicas ou privadas. Tudo isso possibilita a geração de maior competência às empresas, maior competitividade e inserção em novos mercados, inclusive externos. As empresas instaladas em APL’s exercem o aprendizado coletivo, a troca de informações, a eficiência coletiva e o aumento da competitividade. Segundo Greenhalgh (2002, p. 140) “uma aliança estratégica faz sentido quando cada organização tem uma habilidade especial que, quando combinadas, geram uma vantagem competitiva conjunta”. 1.5 CONTEXTO DO AMBIENTE DE ESTÁGIO Guarda do Embaú é um paraíso ecológico, uma fascinante praia pertencente ao município de Palhoça/SC, a 50 km da Capital Florianópolis. É uma vila de pescadores com cerca de 772 habitantes, que durante o verão se transforma com a visita de turistas de todo o mundo. O nome Guarda do Embaú, segundo lendas contadas pelos antigos moradores, surgiu por piratas naufragados, que enterraram tesouros e preciosidades, tudo guardado em baús. Segundo publicação da revista Santa Catarina Magazine (2008, p.23), foi na década de 70 que a praia da Guarda do Embaú, através de surfistas que a visitavam, foi parar no mapa do mundo turístico. Naquela época, “esses desbravadores costumavam retirar as placas da entrada para que outros surfistas não tivessem o privilégio de pegar onda no paraíso”. Sendo que era impossível manter uma praia tão maravilhosa escondida por muito tempo, na década de 80 a Guarda já havia caído nas graças da mídia e do mundo”. “Hoje, a charmosa praia de Palhoça ostenta pousadas, restaurantes e lojas de investidores brasileiros e estrangeiros”. A Guarda do Embaú é considerada uma das dez mais bonitas praias do Brasil. Em matéria no site Viaje Aqui, publicação desenvolvida pelo Guia 4 Rodas: 21 Conhecer as outras praias do município de Palhoça é interessante, mas a chance de escolher Guarda como sua preferida é enorme. Surpreende já na chegada: para alcançar a praia é preciso atravessar o rio da Madre, gelado e refrescante - há sempre um barquinho esperando para fazer o transporte. A cidade ainda mantém o clima de praia descolada, já que algumas ruas continuam de terra. Fora da temporada de verão, o movimento cai bastante e pode ficar deserto entre maio e julho, época de pesca da tainha, quando boa parte dos esportes náuticos fica proibida, inclusive o surfe. (VIAJE AQUI, 2009) A natureza local ainda presenteia a todos com a Pedra do Urubu, onde há um visual deslumbrante das praias da Guarda do Embaú, como a Prainha que, para chegar lá, uma caminhada renovadora e convidativa é propiciada, pois há uma graminha que surpreende a todos que passam por lá e uma visão do mar inesquecível. Outras praias que podem ser vista da Pedra do Urubu são as praias da Pinheira, do Sonho, da Gamboa e da Garopaba. Motivos não faltam para visitar o local. E os turistas de plantão podem ter certeza que vão encontrar por lá o que ainda não viram em nenhum outro lugar do mundo. “Mesmo depois de tanto tempo vivendo aqui, não consigo enjoar. E a gente ainda carrega água na peneira pro turista. É ele que nos sustenta. Tratamos muito bem para eles voltarem sempre.”, anuncia o hospitaleiro pescador e barqueiro Valdemar Tomé. Mas a propaganda é totalmente dispensável. Voltar a Guarda do Embaú é sempre um prazer. Santa Catarina Magazine (2008, p. 26) A Praia da Guarda do Embaú faz parte da baixada do Maciambu, tendo como vizinhas a Praia da Pinheira, Praia do Sonho, Ponta do Papagaio, Ilha do Papagaio, Ilha do Forte e lugares com vistas deslumbrantes como Morretes e Albardão, onde pode-se encontrar cachoeiras, rios etc. Em fim, belezas naturais por todos os lados. Através do Anexo C, pode-se observar a proximidade que se encontram estes maravilhosos pontos turísticos. 1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O Capitulo 1 deste trabalho, refere-se à exposição genérica do trabalho servindo para apresentar a importância e o que fez o acadêmico a se preocupar com o tema, também fornecendo uma visão geral do assunto tratado em relação ao problema a ser estudado. O Capítulo 2 tem como objetivo principal fornecer o caminho que será percorrido para o êxito do projeto em questão com comparações de obras de diversos autores e fontes pesquisadas, afirmando a necessidade da implantação do projeto. 22 O Capítulo 3 consiste na metodologia que foi seguida para o desenvolvimento da pesquisa realizada. O Capítulo 4 versa sobre os resultados da pesquisa, devidamente ilustrados em gráficos, evidenciando o que se descobriu com o levantamento, explicando acerca dos objetivos com a análise dos dados obtidos. O Capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho em relação aos objetivos do projeto, tendo por finalidade rever de forma breve os resultados da pesquisa elaborada. E por fim, é apresentada uma lista de referencias bibliográfica dos autores utilizados para a execução deste trabalho, seguido dos anexos e apêndices. 23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo se faz comparações de obras de diversos autores e suas respectivas opiniões e conceitos sobre a literatura a ser abordada durante o desenvolvimento do projeto. É a oportunidade de afirmar, através de bibliografias de diversos autores da comunidade científica, a grande contribuição para o projeto de pesquisa voltado a rede de empresas ou aos Arranjos Produtivos Locais. Apresentam-se tópicos a serem abordados da seguinte maneira: aglomerados, arranjo produtivo local, teoria do relacionamento e outros sub-tópicos pertinentes a cada grande tópico. 2.1 AGLOMERADOS Para Porter (1999, p. 211), “um aglomerado é um agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-relacionadas e instituições correlatas numa determinada área, vinculadas por elementos comuns e complementares”. Segundo o autor (1999, p. 210-211) afirma que: O conceito de aglomerados representa uma nova maneira de pensar as economias nacionais, estaduais e urbanas e aponta para os novos papéis das empresas, dos governos e de outras instituições que se esforçam para aumentar a competitividade. A presença dos aglomerados surgere que boa parte da vantagem competitiva se situa fora de determinada empresa ou mesmo do setor, residindo, ao contrário na localização das unidades de negócios. [...] Os aglomerados são a força motriz para o aumento das exportações e desempenham o papel de imãs na atração de investimentos externos. Aglomerados são “empresas que competem, mas também cooperam entre si” (PORTER, 1999, p. 210). As aglomerações geográficas (ou concentração regional) de empresas são classificadas na literatura especializada por clusters industriais, distritos industriais, sistemas industriais localizados, etc. Contudo, há elementos comuns a todas essas categorias. Tais elementos correspondem à especialização em determinado ramo da indústria; divisão de trabalho entre as empresas; cooperação entre as empresas; presença de uma rede de instituições baseada na constituição de associações de empresas locais, cooperativas, sindicatos e outras associações de trabalhadores, bem 24 como outros tipos de instituição local, contextos sociais e culturais, que garantem a base de um sistema de valores, de confiança e de liderança local, que são fundamentais para a construção institucional e a cooperação entre os agentes privados e destes com o setor público. Por fim, o apoio do setor público, não exclusivamente local, tem sido ressaltado na literatura como importante fonte de sucesso de uma aglomeração. (RESENDE; GOMES, 2004, p. 85) Montgomery e Porter (1998) esclarecem que, os aglomerados concentram-se geograficamente e que uma vez formado um aglomerado, o grupo inteiro de indústrias passa a funcionar com uma espécie de apoio mútuo. Os benefícios de um aglomerado fluem para frente, para trás e horizontalmente. As informações são trocadas livremente, as inovações se difundem rapidamente, observações e análises dos processos dentro dos aglomerados, conduzem a percepção de novas maneiras de competir e de novas oportunidades, melhorando assim a competitividade e gerando oportunidade de entrada para novos mercados. Porter (1999, p. 211) descreve que: O escopo geográfico varia de uma única cidade ou estado para todo um país ou mesmo uma rede de países visinhos. Os aglomerados assumem diversas formas, dependendo de sua profundidade e sofisticação, mas a maioria inclui empresas de produtos ou serviços finais, fornecedores de insumos especializados, componentes, equipamentos e serviços, instituições financeiras e empresas em setores correlatos. Para Resende e Gomes (2004) a literatura econômica que estuda a aglomeração geográfica de empresas (ou clusters) pode ser dividida em dois grandes grupos, no que se refere ao enfoque teórico: O primeiro grupo baseado em Krugman (1998) e Porter (1998) defendem que os clusters são um resultado natural das forças de mercado, e não há espaço para políticas além da correção das imperfeições de mercado. Já o segundo grupo defende o apoio do governo por meio de medidas específicas de política e a cooperação entre empresas nos clusters. Para Enright (1996 apud CUNHA, 2003, p. 25), o emprego de termos relativamente amplos, tal qual o de aglomerados (clusters) regionais pode ser classificado da seguinte maneira: Clusters ou aglomerados industriais: conjunto de indústrias interligadas através de relações “comprador e fornecedor” e “fornecedor e comprador”, ou por tecnologia de propriedade comum, compradores comum ou mesmo canal de distribuição ou concentração de trabalhadores, Clusters ou aglomerados regionais: é dentre todas denominações estudadas a que apresenta a maior amplitude para descrever a aglomeração geográfica de firmas e 25 têm como pressupostos uma mesma localização geográfica e as empresas situaremse próximas umas das outras Distritos industriais correspondem: à concentração geográfica de firmas envolvidas em processos de produção interdependentes, freqüentemente pertencentes à mesma indústria ou ao mesmo segmento industrial, as quais estão envolvidas com a comunidade local e delimitadas pela distância da viagem diária dos seus trabalhadores e Redes de negócios: são constituídas por várias firmas que mantém comunicação e interação, podem ter certo nível de interdependência, porém não necessitam operar numa mesma indústria ou estar geograficamente concentradas num mesmo espaço Os primeiros estudos sobre os benefícios da formação de aglomerados de empresas remetem aos estudos de Marshall no início do século passado, defendendo a idéia de que a proximidade geográfica entre empresas de um mesmo segmento de atividades poderia gerar vantagens para o conjunto. (SCHMITT et al., 2004, p. 1). Porter (1999) considera que para a determinação das partes constituintes de um aglomerado é necessária a adoção de uma grande empresa ou de uma concentração de empresas semelhantes como ponto de partida, para assim se analisar a montante e a jusante a cadeia vertical de empresas e instituições. O próximo caminho a seguir para a identificação de setores que utilizam distribuidores comuns ou que fornecem produtos ou serviços complementares baseia-se na análise horizontal. Com base no uso de insumo ou tecnologia especializado semelhantes ou através de outros elos com fornecedores é identificada as cadeias horizontais de setores. Com a identificação dos setores e empresas do aglomerado, isola-se as instituições que proporcionam qualificações especializadas, tecnologias, informações, capital ou infra-estrutura e órgão coletivos que envolvam os participantes dos aglomerados. O ato final resume-se em encontrar agências governamentais e outros órgãos reguladores que influenciem significativamente os participantes do aglomerado. Sabatini (1998) chega à conclusão que os aglomerados industriais possuem: 1. Alto grau de heterogeneidade conceitual; 2. Inexiste homogeneidade nas características existentes nos escritos da literatura compulsada; 3. Dificuldade de empregar conceituação única ou padronizada, e; 4. Existem diferenças entre os distritos industriais e os pólos urbanos industrializados. Cunha (2003) destaca que os aglomerados regionais abrangem uma maior amplitude de indústrias inter-relacionadas, vendem uma gama de produtos relacionados ou complementares e, assim, confrontam-se com desafios e oportunidades em comum. Baseado em autores como Porter (1999), demonstra que empresas inter-relacionadas entre si e com 26 entidades com foco em fatores locais adquirem vantagens que as habilitam a competir no mercado global. Cunha (2003, p. 26) descreve que “daí a importância de se tratar com maior profundidade os ganhos resultantes da operação em grupos de empresas e de levar-se em conta que um mesmo fenômeno pode apresentar diferenças marcantes ao longo do seu ciclo de vida”. Quando há evolução dos aglomerados para níveis superiores de relacionamentos, as empresas, que deles fazem parte, mantêm estreita relação com o ambiente que as cerca e com a cultura localmente predominante, incluindo os laços e relações familiares e de amizades, superando assim, as meras intenções comerciais (CUNHA, 2003, p. 27). Desta maneira, Casarotto Filho e Pires (2001, p. 25) descrevem que com a globalização cada vez mais acentuada nos mercados e nas produções põe em questionamento a competitividade das pequenas empresas e que: Sem dúvida, a não ser que a pequena empresa tenha um bom nicho de mercado local, dificilmente terá alcance globalizado se continuar atuando de forma individual. Mas mesmo que ela tenha um mercado local, não está livre de, a qualquer momento, ser “atropelada” por uma empresa do exterior, em seu tradicional mercado. Pires (2000) considera que os aglomerados podem apresentar as seguintes características: • Especialização flexível em um determinado ramo da indústria, considerando todos os setores industriais a jusante e a montante, bem como a produção de diversos produtos para diferentes mercados consumidores; • Divisão do trabalho entre as empresas em todas as fases do processo produtivo; • Cooperação entre as organizações; • Presença de capacidade empresarial e de uma força de trabalho especializada nas atividades produtivas pertinentes a um determinado distrito industrial; • Grau de inserção das atividades econômicas no meio social, cultural e territorial, o que possibilita a existência de um sistema de valores de confiança e de atitudes de cooperação que são partilhadas pela comunidade dos distritos industriais; • Densidade institucional baseada na presença de uma rede de informações e de produção entre as empresas, representada por organizações de trabalhadores ou sindicatos; 27 • Associações, grupos comunitários de interesses específicos, autoridades regionais e locais e instituições de apoio especializado ou de serviços. Observando as características citadas acima entende-se que as empresas que fazem parte de um aglomerado podem compartilhar seus investimentos, promovendo transferências de tecnologias e informações, estes agentes mantêm uma convivência intensa, criando potencial de desenvolvimento, permitindo que haja confiança coletiva, além de ser altamente integrada por meio de troca de informações, cooperação e contatos, estas organizações competem entre si e, ao mesmo tempo, promovem cooperação, mas no entanto, esse fato não acarreta maiores dificuldades, uma vez que as importantes parcerias geradas proporcionam muito mais vantagens, como, por exemplo, a reduções de custos. Cunha (2003. p. 27) ainda enfatiza que as empresas que fazem parte de um aglomerado, “mantêm estreita relação com o ambiente que as cerca e com a cultura localmente predominante, incluindo os laços e relações familiares e de amizades, superando assim as meras intenções comerciais”. A exploração conjunta das vantagens competitivas (menores custos de transporte, transação e difusão de informações) estabelecerá um ambiente (ou clima) de cooperação entre as empresas, que, no entanto, continuarão concorrentes entre si. Esta combinação de cooperação e competição entre as empresas na localidade se auto-estimula e poderá gerar sinergias que serão um poderoso fator de inovação, crescimento e expansão da atividade local. Este processo, ao se desenvolver baseado nas externalidades positivas do local, levará à existência de forte sinergia não somente entre as empresas, mas entre estas e o “cotidiano da vida local”, incluídas aí as dimensões sócio-institucionais presentes na localidade, como os poderes públicos e as entidades da sociedade civil, particularmente as vinculadas às atividades econômicas, como as associações empresariais. Esta sinergia poderá resultar, por exemplo, na instituição de centros de serviços voltados para o controle da qualidade, monitoramento das tendências tecnológicas e do design a nível mundial, promoção comercial, formação de recursos humanos, articulação institucional etc., constituindo assim os chamados fatores de “eficiência coletiva”, e levando a uma mobilização de esforços que extrapola muito o âmbito das empresas individualmente, e coloca a indústria em um patamar mais elevado de competitividade (CNI, 1998, p. 9). Segundo Porter (1999, p. 217), “a maioria dos participantes de aglomerados não compete de forma direta, mas serve a diferentes segmentos setoriais”. No entanto os participantes dos aglomerados compartilham necessidades e oportunidades comuns ultrapassam limitações coletivas que interferem na produtividade, pois a coordenação e o aprimoramento mútuo acentuam-se em áreas de interesse em comum, sem ameaçar ou distorcer a competitividade ou a rivalidade, apenas proporciona um foro construtivo e eficiente para diálogos ou debates entre empresas correlata seus fornecedores, governo e 28 outras instituições trazendo soluções para interesse em comum, pois os investimentos públicos e privados para melhoria das condições dos aglomerados beneficia muitas empresas. Para Thomazi (2006, p. 70) “a questão central na teoria dos aglomerados situa-se no eixo da inovação e da produtividade na vantagem competitiva resultante do ambiente favorecido pela proximidade física e suas interações”. Segundo Porter (1999), há quatro amplos atributos determinantes de um país que isolados ou como sistema constituem o ambiente nacional em que as empresas nascem e aprendem a competir, onde o autor explora e o representa pelas facetas do Diamante da Vantagem Competitiva Nacional (Ver Figura 1). Figura 1 - Determinantes da Vantagem Competitiva Nacional. Fonte: PORTER (1999, p. 179). Observando-se as facetas do diamante da Vantagem Competitiva nacional, os atributos são representados por condições que definem bem o campo de atuação que cada país estabelece e opera para os seus setores econômicos. Porter (1999, p. 178), explica e define estes atributos como: Condições de Fatores: A posição do país quanto aos fatores de produção, como mão-de-obra qualificada e infra-estrutura, necessários para competir num determinado setor. Condições de demanda: A natureza da demanda no mercado interno para os produtos ou serviços do setor. Setores correlatos e de apoio: A presença ou a ausência, no país, de setores fornecedores e outros correlatos, que sejam internacionalmente competitivos. Estratégia, estrutura e rivalidade das empresas: As condições predominantes no país, que determinam como as empresas são constituídas, organizadas e gerenciadas, assim como a natureza e a rivalidade no mercado interno. 29 Sendo que Porter (1999) esclarece que o modelo do diamante da vantagem competitiva nacional se apresenta como um sistema interativo no qual as partes são mutuamente dependentes e suas interações fortalecem a competitividade local e regional, desta maneira a competição doméstica é uma variável importante, observando-se o poderoso efeito que exerce sobre as empresas, sendo assim a rivalidade conduz a melhorias de processos e estimula a inovações. Desta maneira, Porter (1999, p. 141) descreve que as vantagens competitivas no modelo diamante, “baseadas na localidade, constituem um sistema dinâmico que é, pelo menos, tão importante quanto qualquer um de seus componentes”. Segundo Venturi (2008. p. 31), pode-se constatar que “foram encontradas várias denominações para aquilo que se entenderia ser um cluster. Percebe-se que as terminologias são distintas mais por questões morfológicas das palavras em cada idioma, que exatamente no significado técnico - prático da mesma”. 2.1.1 Tipologias de aglomerados de empresas Rodrigues (2004) comenta que o sucesso da organização em aglomerados depende do desenvolvimento de uma relação de confiança entre os parceiros. A confiança, segundo Harris; Wheeler (2005) se estabelece na base das negociações da rede, sustentando os acordos estabelecidos entre as partes. Ela surge a partir da troca social e dos contatos pessoais como aspectos importantes de relações no processo de internacionalização. As relações pessoais representam, então, a relação dos recursos entre as empresas, provendo o conhecimento de novos mercados. Além da confiança, outras características do aglomerado organizacional se destacam como a qualidade dos fluxos de informação e a interdependência dos membros com atividades coordenadas, visando à eficiência; adquirida em longo prazo (BARBER; DARDER, 2004). Quanto à atmosfera industrial, a aglomeração deve ter bem definido que o conhecimento de tecnologias específicas, a mobilidade dessa informação, a preocupação em se criar uma identidade industrial comum, que tenha estratégias coletivas específicas, efeitos de aprendizagem, capacitação e inovação, mão-de-obra adaptada e adequada às necessidades da rede, (específicas ou não - estabelecida e conhecida de fornecedores, subcontratação ou de prestação de serviços e clientes específicos) pode trazer significativas contribuições. 30 2.1.1.1 Tipos de aglomerado segundo Zawislak e Ruffoni (2001) Zawislak e Ruffoni (2001) apresentam como características das aglomerações de empresas: a atmosfera industrial específica, a infra-estrutura disponível (do tipo institucional, pública e privada, ou baseada em organizações de apoio científico e tecnológico) e a localização geográfica definida (se próximas ou distantes). A forma de interação e complementaridade entre as empresas (direta ou indireta) e a existência de um padrão de coordenação (se fornecedoras ou sub-fornecedoras de uma empresa-mãe, ou estabelecimento formal de um objetivo comum na forma de um comitê gestor) também são características neste segmento. Para melhor relacionar os tipos de aglomerações com as características apresentadas, CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES ATMOSFERA INDUSTRIAL LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA INFRAESTRUTURA FORMA DE INTERAÇÃO COMPLEMENTARI DADE NA CADEIA DE VALOR TIPO DE COORDENAÇÃO TIPO DE AGLOMERADOS Zawislak e Ruffoni (2001) apresentam: Cadeia de Suprimentos Específico Distante / Próximo Institucional Vertical Produção, Distrib. e Venda Empresamãe Sistema de Conhecimento Específico Distante - Horizontal P&D e Produção Empresamãe Clusters Genérico Próximo Público e Privado - Produção e Distribuição - Parque Científico Tecnológico Genérico Próximo Instit. Públ. e Apoio C&T Horizontal P&D, Produção Comitê Gestor Distrito Específico Próximo Instit. Públ., Privado Horizontal e Vertical Produção, Distrib. e Venda - Pólo Tecnológico Específico Próximo Instit. Publ., Privado Horizontal e Vertical Produção, Distrib. e Venda Empresa mãe Quadro 1- Características predominantes de cada tipo de aglomerado de empresa. Fonte: ZAWISLAK; RUFFONI, (2001, p. 45). 31 2.1.1.2 Tipos de aglomerado, segundo Lastres e Cassiolato (2003) Como principal traço de abordagens análogas segundo Lastre e Cassiolato (2003) destacam-se: Cadeia produtiva - Refere-se ao conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos, em ciclos de produção, distribuição e comercialização de bens e serviços. Implica em divisão de trabalho, em que cada agente ou conjunto de agentes realiza etapas distintas do processo produtivo. Não se restringe, necessariamente, a uma mesma região ou localidade. Não contempla necessariamente outros atores além de empresas como instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento, apoio técnico, financiamento, promoção, entre outros. Cluster - Refere-se à aglomeração territorial de empresas com características similares. Em algumas concepções, enfatiza-se mais o aspecto da concorrência, do que o da cooperação, como fator de dinamismo. Algumas abordagens reconhecem a importância da inovação, que é vista, porém, de uma maneira simplificada (como aquisição de equipamentos, por exemplo). Distrito industrial - Refere-se a aglomerações de empresas com elevado grau de especialização e interdependência, seja de caráter horizontal (entre empresas de um mesmo segmento, ou seja, que realizam atividades similares) ou vertical (entre empresas que desenvolvem atividades complementares em diferentes estágios da cadeia produtiva). No Brasil, freqüentemente utiliza-se a noção de distrito industrial para designar determinadas localidades ou regiões definidas para a instalação de empresas, muitas vezes contando com a concessão de incentivos governamentais. 2.1.1.3 Tipos de aglomerado segundo RedeSist (2003) A Rede de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist), de pesquisa interdisciplinar, formalizada desde 1997, sediada no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - apresentou em 2003, um conjunto de conceitos e definições gerais associados à análise e promoção de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Tem-se como base a conceituação desenvolvida no escopo dos trabalhos de pesquisadores da RedeSist, bem como contribuições de um conjunto de autores que vêm servindo de referência 32 na estruturação do arcabouço teórico-conceitual. Procura-se assim avançar na construção de um glossário de termos que permita homogeneizar o entendimento dos técnicos sobre os principais termos adotados na caracterização deste formato de aglomeração produtiva: Aglomeração - O termo aglomeração - produtiva, científica, tecnológica e/ou inovativa - tem como aspecto central a proximidade territorial de agentes econômicos, políticos e sociais (empresas e outras instituições e organizações públicas e privadas). Uma questão importante, associada a esse termo, é a formação de economias de aglomeração, ou seja, as vantagens oriundas da proximidade geográfica dos agentes, incluindo acesso a matérias-primas, equipamentos, mão-de-obra e outros. A aglomeração de empresas vem efetivamente fortalecendo suas chances de sobrevivência e crescimento, constituindo-se em importante fonte geradora de vantagens competitivas. Isto é particularmente significativo no caso de micro e pequenas empresas. Em uma definição ampla, é possível incluir os diferentes tipos de aglomerados referidos na literatura a esta definição: distritos e pólos industriais, clusters, arranjos produtivos e inovativos locais, redes de empresas, entre outros. Geralmente, essas aglomerações envolvem algum tipo de especialização produtiva da região em que se localizam. Na realidade, cada tipo de aglomeração pode envolver diferentes atores, além de refletir formas diferenciadas de articulação, governança e vinculação. Do mesmo modo, uma região pode apresentar diferentes tipos de aglomerações; assim como cada empresa pode participar de diferentes formas de interação, por exemplo, fazendo parte ao mesmo tempo de um distrito industrial e inserindo-se em uma cadeia produtiva global. O ressurgimento da região ou localidade como foco central de vantagens competitivas e inovativas, a partir da década de 1970, foi largamente ilustrado pelo sucesso de algumas experiências de economias regionais e distritos industriais; cujo dinamismo encontrava-se fundamentado extensivamente em ativos locais, tais como os distritos industriais na região da Terceira Itália, o Vale do Silício na Califórnia, Baden-Wurttemberg, na Alemanha, entre outras (LASTRES et al. 1998; LASTRES; CASSIOLATO, 1999; VARGAS, 2002 apud REDESIST, 2003). Cadeia produtiva - É o encadeamento de atividades econômicas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos, incluindo desde as matériasprimas, máquinas e equipamentos, produtos intermediários até os finais, sua distribuição e comercialização. Resulta e implica em crescente divisão de trabalho, em que cada agente ou conjunto de agentes especializa-se em etapas distintas do processo produtivo. Uma cadeia produtiva pode ser de âmbito local, regional, nacional ou mundial. Cadeias produtivas podem ser identificadas a partir da análise de relações interindustriais expressas em matrizes insumoproduto (por exemplo, a partir da análise das transações de compra e venda em um 33 determinado ramo industrial). Um arranjo produtivo pode conter uma cadeia produtiva estruturada localmente ou fazer parte de uma cadeia de maior abrangência espacial (por exemplo, de âmbito nacional ou mundial). Com o processo de globalização, identifica-se uma maior dispersão espacial das cadeias produtivas (BRITTO, 2002 apud REDESIST, 2003; DANTAS; KERTSNETZKY; PROCHNIK, 2002). Cluster - O termo cluster associa-se à tradição anglo-americana e, genericamente, refere-se a aglomerados territoriais de agentes econômicos, desenvolvendo atividades similares. Ao longo do desenvolvimento do conceito, ganhou nuances de interpretação sobre o que melhor caracteriza e distingue essa forma de aglomeração produtiva. Porter (1999), por exemplo, em seus trabalhos sobre competitividade, utilizou o conceito de cluster para destacar a importância da proximidade geográfica, não apenas de fornecedores, mas também de empresas rivais e clientes para o desenvolvimento empresarial dinâmico, argumentando que as vantagens competitivas na economia global derivam de uma constelação de fatores locais que sustentam o dinamismo das empresas líderes. O autor destacou o aspecto de rivalidade (concorrência) entre empresas como estimulador da competitividade, em declínio à idéia de cooperação. Cluster é definido por Porter (1999, p. 31) como sendo uma: “concentração geográfica e setorial de empresas e instituições que em sua interação geram capacidade de inovação e conhecimento especializado”. O conceito de cluster foi também adotado por outros autores, no âmbito da geografia econômica, para explicar o sucesso da industrialização em pequena escala na Terceira Itália, assim como de aglomerações espaciais de firmas em áreas hi-tech, especialmente no Vale do Silício. Um grupo de pesquisadores do Institute of Development Studies na Universidade de Sussex (IDS - UK), liderados por Hubert Schmitz (1997), analisando experiências de países em desenvolvimento, definiu clusters como concentrações geográficas e setoriais de empresas. O autor introduziu a noção de eficiência coletiva que descreve os ganhos competitivos associados à interação entre empresas em nível local, além de outras vantagens derivadas da aglomeração. Algumas dessas abordagens sobre cluster reconhecem a importância da tecnologia e da inovação, que são vistas, porém, de maneira simplificada (como mera aquisição de equipamentos) (PORTER, 1990; CASSIOLATO; SZAPIRO, 2002; LASTRES et al., 1998; PORTER, 1990; SCHMITZ, 1997; VARGAS, 2002 apud REDESIST, 2003). Distrito industrial - O conceito de distritos industriais foi introduzido pelo economista inglês Alfred Marshall (1985), em fins do século XIX. Tal conceito deriva de um padrão de organização comum à Inglaterra do período, onde pequenas firmas concentradas na manufatura de produtos específicos como: têxtil, gráfica e cutelaria, aglomeravam-se em geral 34 na periferia dos centros produtores. As características básicas dos modelos clássicos de distritos industriais, caracterizados a partir da análise original de Marshall (1985), indicam em vários casos: alto grau de especialização e forte divisão de trabalho; acesso à mão-de-obra qualificada; existência de fornecedores locais de insumos e bens intermediários; sistemas de comercialização e troca de informações técnicas e comerciais entre os agentes. Argumenta-se, nesse sentido, que a organização do distrito industrial permite às pequenas empresas obter ganhos de escala, reduzindo custos, bem como gerando economias externas particularmente significativas (como por exemplo: acesso a mão de obra qualificada), ressaltando a eficiência e competitividade das pequenas firmas de uma mesma atividade, localizadas em um mesmo espaço geográfico. A literatura recente sobre distritos industriais focalizou-se, inicialmente, na chamada Terceira Itália (centro e nordeste italiano) e, posteriormente, em outros países europeus e nos Estados Unidos (CASSIOLATO; SZAPIRO, 2002 apud REDESIST, 2003; LASTRES et al., 1998). Pólo e parque científico e tecnológico - Parques tecnológicos são definidos como áreas, geralmente ligadas a algum importante centro de ensino ou pesquisa, com infraestrutura necessária para a instalação de empresas produtivas baseadas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Pela limitação da área física, própria dos parques tecnológicos, estes se adaptam melhor às necessidades de pequenas empresas que têm na pesquisa ou desenvolvimento tecnológico seu principal insumo (definição adotada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas ANPROTEC). Os parques científicos e tecnológicos contam com espaço, estrutura predial e infra-estrutura para as firmas, de uso individual ou coletivo. Geralmente envolvem: (a) laços formais e operacionais entre empresas, universidades e outras instituições de ensino e P&D; (b) estímulo à transferência de tecnologia e à participação de firmas baseadas em tecnologia e outras instituições de suporte; e (c) a existência de uma função administrativa e a oferta de serviços de suporte, tais como promoção das firmas e apoio para obtenção de financiamentos e de capital de risco. Além das empresas de base tecnológica, podem também incluir incubadoras de empresas, laboratórios e centros de pesquisa. Pólos tecnológicos ou tecnópolis são definidos como grandes áreas com infra-estrutura necessária para unidades produtivas que realizam atividades de baixa ou grande escala, baseadas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Nestas áreas, são oferecidos serviços que facilitam a obtenção de recursos tecnológicos e humanos de alto nível, acesso a centros de investigações, bibliotecas e serviços de documentação especializada e de contratação de projetos tecnológicos. As tecnópolis combinam, em uma área pré-estabelecida, os seguintes grupos de elementos: instituições de 35 pesquisa e ensino; empresas avançadas tecnologicamente e inovativas, (geralmente pequenas e médias empresas); instituições e agências públicas e privadas, com missão de garantir e fomentar o estabelecimento de acordos colaborativos entre os agentes, de forma a maximizar criatividade e atividades inovativas, assim como elevar a competitividade da região. Alguns utilizam o termo pólo tecnológico como sinônimo de parques tecnológicos. Essas experiências difundiram-se mais rapidamente nos anos de 1980, em torno de uma base local ou regional e o interesse de envolver instituições de P&D e ensino com o setor produtivo. Embora algumas diferenças marcantes possam ser destacadas nestas experiências, os objetivos finais tenderam a ser similares: intensificar as perspectivas do território local e abrigar firmas tecnologicamente intensivas. Esse processo de criação de parques e pólos tecnológicos gerou uma variedade de formatos institucionais e organizacionais que tornaram difícil o estabelecimento de uma categoria mais rígida para sua definição, variando grandemente dentro de um mesmo país, e entre países (LASTRES et al., 1998 apud REDESIST, 2003). Pólo de crescimento e de desenvolvimento - As noções de pólos de crescimento e pólos de desenvolvimento foram difundidas, nas décadas de 1960 e 1970, com os trabalhos do economista francês François Perroux (1955), tendo sido largamente adotadas nas práticas de planejamento regional em várias partes do mundo. Segundo o autor (1955, p. 53) “o crescimento não surge em toda a parte ao mesmo tempo; manifesta-se com intensidades variáveis em pontos ou pólos de crescimento; propaga-se segundo vias diferentes e com efeitos finais variáveis no conjunto da economia.” Perroux (1955) trabalhou com a idéia de que as economias nacionais compõem-se de zonas ativas, ou seja, pólos capazes de dinamizar setores relacionados; e de zonas passivas, cujo dinamismo decorre de condições externas. Nos pólos de crescimento (englobando um conjunto de agentes, empresas ou segmentos), determinadas atividades econômicas dominantes - que podem ser associadas à noção de indústria motriz - têm a capacidade de alavancar a expansão de outros conjuntos de atividades em determinadas regiões. Já o pólo de desenvolvimento, segundo Perroux (1955), tem a capacidade de engendrar uma mudança qualitativa nas estruturas econômicas e sociais. Perroux (1955) já reconhecia então que o comportamento econômico está incrustado em instituições, normas e valores, territorialmente moldados, reconhecendo o fato de que uma das características mais importantes das interações no mercado é a assimetria de relações de poder entre atores (PERROUX, 1955 apud REDESIST, 2003). Rede de empresa - Para efeito de representação gráfica, rede é um conjunto de pontos ou nós conectados entre si por segmentos, arcos, que viabilizam o intercâmbio de fluxos - de 36 bens, pessoas ou informações - entre os diversos pontos da estrutura. Redes podem ser abstratas (redes sociais) ou concretas (redes de comunicação); visíveis (rodovias e ferrovias) ou invisíveis (redes de telecomunicações). No campo da literatura de economia industrial, as redes constituem uma forma organizacional passível de ser identificada em diversos tipos de aglomerações produtivas e inovativas; seu enfoque revela, fundamentalmente, a forma de interação entre os diversos agentes. É possível estabelecer uma diferenciação entre os conceitos de firmas em rede, indústrias em rede e redes de firmas. O conceito de empresa em rede refere-se a mudanças na organização interna, decorrentes da evolução da firma estruturada em múltiplas divisões independentes entre si (multidivisional), para um novo padrão de articulação entre as diferentes instâncias produtivas e organizacionais, possibilitado pelo desenvolvimento das tecnologias de informação-telecomunicação. O conceito de indústria (ou setor industrial) em rede está associado, em geral, a setores de infra-estrutura (telecomunicações, energia, saneamento etc.), baseando-se no estabelecimento de um padrão de interconexão e compatibilidade entre tecnologias e características técnicas de processos produtivos realizados nas diferentes unidades produtoras daquela atividade. Nesse caso, a eficiência da organização da indústria em pauta está intimamente associada ao formato em rede. Finalmente, o conceito de rede de empresas refere-se a arranjos inter-organizacionais baseados em vínculos sistemáticos entre firmas formalmente independentes, dando origem a um padrão particular de governança que é capaz de promover uma coordenação mais eficaz de atividades complementares realizadas por estas diversas empresas. Essas redes nascem através da consolidação de vínculos sistemáticos entre firmas, os quais assumem diversas formas: aquisição de partes de capital, alianças estratégicas, externalização de funções da empresa, etc. Estas redes podem estar relacionadas a diferentes elos de uma determinada cadeia produtiva (conformando redes de fornecedor-produtor-usuário), bem como estarem vinculadas a diferentes dimensões espaciais (a partir das quais se formam redes locais, regionais, nacionais ou supranacionais). As redes de empresas traduzem-se no agrupamento formal ou informal de empresas autônomas, com o objetivo de realizar atividades comuns, permitindo que as empresas participantes se concentrem apenas em suas atividades principais (core business). A atuação em redes vem sendo considerada uma alternativa eficaz para enfrentar o processo acelerado de mudanças nas relações econômicas, sendo uma das modalidades do movimento de especialização flexível do setor produtivo. Tal forma de atuação inclui-se também nas estratégias atuais de grandes empresas confrontadas com a exigência de maior capacidade inovativa, especialização e flexibilidade produtiva. No caso das redes de fornecedores, geralmente as pequenas firmas se concentram em torno de grandes 37 empresas para o fornecimento de insumos ou componentes específicos. A participação em redes pode proporcionar um largo conjunto de experiências, estimulando diversas formas de aprendizado e gerando um conhecimento coletivo que amplifica a possibilidade de geração e difusão de inovações tecnológicas e organizacionais (AXELSSON; BRITTO, 2000, 2002; EASTON, 1993; ECONOMIDES, 1996 apud REDESIST, 2003; FREEMAN, 1991; GRABHER, 1993). 2.1.1.4 Tipos de aglomerado segundo SEBRAE (2004) Em 2004, foi publicado um trabalho intitulado “Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais: Projeto PROMOS/SEBRAE/BID - Versão 2.0”, fruto da parceria do SEBRAE com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência PROMOS, da Câmara de Comércio, Indústria e Artesanato de Milão. Este estudo apresenta conceitos para auxiliar na identificação dos vários tipos de conjuntos de empresas: Aglomeração - Uma população de empresas. O conceito remete para as relações físicas e sociais existentes entre as empresas em termos geográficos, de densidade e de tipo de interação. Arranjo produtivo local (APL) - Constitui um tipo particular de cluster, formado por pequenas e médias empresas agrupadas em torno de uma profissão ou de um negócio, onde se enfatiza o papel desempenhado pelos relacionamentos - formais e informais - entre empresas e demais instituições envolvidas. As firmas compartilham uma cultura comum e interagem como um grupo com o ambiente sociocultural local. Essas interações, de natureza cooperativa ou competitiva, estendem-se além do relacionamento comercial, e tendem a gerar, afora os ganhos de escala, economias externas, associadas à socialização do conhecimento e à redução dos custos de transação. Nota-se que, nesses sistemas, as unidades produtivas podem ter atividades similares e/ou complementares, em que predomina a divisão do trabalho entre os seus diferentes participantes: empresas produtoras de bens e serviços, centros de pesquisa, de capacitação e treinamento e unidades de pesquisa e desenvolvimento, públicas e privadas. Cadeia produtiva - É um conjunto de atividades (elos) que se articulam progressivamente desde os insumos básicos até o produto final, incluindo bens de capital, bens intermediários, distribuição e comercialização. 38 Clusters - Concentrações geográficas de empresas similares, relacionadas ou complementares, que atuam na mesma cadeia produtiva auferindo vantagens de desempenho por meio da locação e, eventualmente, da especialização. Essas empresas partilham, além da infra-estrutura, o mercado de trabalho especializado e confrontam-se com oportunidades e ameaças comuns. Distrito industrial - Sistemas locais de produção caracterizados pela existência de um conjunto de pequenas e médias empresas em torno de uma indústria dominante, em que as firmas, freqüentemente, se especializam em diferentes etapas do processo produtivo. Essas firmas, em geral pertencentes à comunidade local, se integram à industria dominante por meio de uma extensa teia de relacionamentos. Tais sistemas caracterizam-se, ainda, pela existência de um fluxo de comércio substancial entre as empresas e pelo fato de partilharem diferentes serviços especializados, o mesmo mercado de trabalho e estoques de conhecimentos. Pólo - É conjunto de empresas de um determinado setor em um território. Rede de empresas - Forma institucionalmente estruturada de organização das atividades econômicas, baseada na coordenação de relacionamentos cooperativos sistemáticos que se estabelecem entre agentes. As empresas associam-se para juntar seus recursos e esforços e/ou interligar seus sistemas de várias formas, criando capacidades maiores para alcançarem a sinergia interna e externa. Clegg e Hardy (1998) mostram que a mais nova fluidez constatada na aparência externa das organizações fundamenta-se na suposição de que as relações inter-organizacionais são mais importantes do que as capacidades e características internas como tamanho ou tecnologia e que, como resultado, a colaboração entre as organizações têm se tornado motivo para a realização de diversos estudos e pesquisas. Alguns destes estudos são as metodologias para o desenvolvimento de estratégias coletivas, arranjos corporativos como as joint ventures, alianças estratégicas e organizações em rede. A partir dos conceitos dos autores, pôde-se confirmar que o conjunto das características das empresas modernas tem como fatores predominantes aspectos relacionados à cooperação, alianças, parcerias, além de formas de sistemas de cooperação em rede (networks), entre produtores, fornecedores, usuários, consumidores e até mesmo empresas concorrentes. Embora ninguém negue a relevância e a existência das burocracias na vida organizacional, poucos deixariam de reconhecer o surgimento de novas formas de organização. A maioria dos autores dentro da teoria das organizações aponta a inequívoca obsolescência do modelo vertical hierarquizado das organizações, e o surgimento de um novo 39 tipo de relação: intra e inter-empresarial, mais horizontalizada, democrática e participativa, que precisa ser estimulada. No próximo item os APLs, um tipo específico de cluster, foco deste estudo, é abordado com mais profundidade. 2.2 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) Os arranjos produtivos locais podem ser uma oportunidade, principalmente, para que as pequenas e micro empresas se desenvolvam e mantenham-se em um mercado, cada vez mais globalizado e exigente, gerando renda e trabalho para a população local. Os APL’s de acordo com (PELLIN 2004 p.55) “podem ser entendidos como uma nova forma de organização da produção local, na qual abandona-se a idéia de trabalhar isoladamente e passase a trabalhar de forma integrada.” Vargas (2003, p. 08) descreve que: O conceito de Arranjos Produtivos Locais origina-se do conceito de distritos industriais Marschallianos, os quais descreviam um padrão de Organização comum à Inglaterra do final do século XIX e início do século XX, onde pequenas empresas concentradas na manufatura de produtos específicos de setores, como o têxtil, localizavam-se geograficamente em agrupamentos, em geral na periferia dos centros produtivos. Segundo dados apontados pelo sistema FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná (2008): Arranjo Produtivo Local - APL é o termo que se usa para definir uma aglomeração de empresas com a mesma especialização produtiva e que se localiza em um mesmo espaço geográfico. Os participantes dos APL’s mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, contando também com apoio de instituições locais como Governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. A importância da inter-relação se mostra clara de acordo com GTP/APL (2007, p. 12) APL, concebido como um todo social e econômico, implícita a existência de interrelações próximas entre as esferas: social, política e econômica, onde o funcionamento de uma é delineado pelo funcionamento e organização das demais. De forma que, a interpenetração e a sinergia existente entre a atividade produtiva e a vida cotidiana guardam o potencial de implementação de políticas estrategicamente orientadas, com vistas ao desenvolvimento dos fatores externos necessários ao aproveitamento das possibilidades locais, ou seja, o fomento de efeitos econômicos coletivos através de intervenção governamental. 40 Os arranjos produtivos locais tratam-se da concentração de empresas do mesmo setor, sob a forma de um sistema estruturado, com inter-relações impulsionadas por agentes locais (MELO; CASAROTTO, 2000). Sendo que para Cunha (2003, p.33), arranjos produtivos, cujo seu significado semântico expressa ordem, acordo e governo, tem sido empregado como “sinônimo de cluster ou aglomerado”. Já para Cassiolato e Szapiro (2002 p. 12), “arranjos produtivos locais referenciam aquelas aglomerações produtivas, cujas interações entre os agentes não são suficientemente desenvolvidas para caracterizá-los como sistema” Segundo (CASSIOLATO; LASTRES, 1999; TIRONI, 2000 apud VENTURI 2008, p. 67) existem vários tipos de agrupamento local, dos quais se podem destacar: a) agrupamento potencial: que se dá quando existe, na região, uma concentração de atividades produtivas que apresentem alguma característica comum, como uma tradição de uso de determinadas técnicas, contudo, sem que esteja ocorrendo uma organização ou uma ação conjunta entre os agentes econômicos da atividade existente; b) agrupamento emergente: quando passa a ocorrer, no local, a presença de empresas de vários tamanhos, tendo como características comuns o desenvolvimento de ações de interação entre os agentes existentes na região/setor. Nesse tipo de arranjo pode ocorrer, mesmo de forma incipiente, a presença de instituições de apoio, porém com uma pequena e débil articulação; c) agrupamento maduro: que tem por característica uma concentração local de atividades e como identificação comum à existência de uma base tecnológica significativa, observando-se a existência de relacionamento mais intenso entre os agentes produtivos e com os demais agentes e instituições locais. Verifica-se ainda conflitos de interesse, indicando um pequeno grau de coordenação entre agentes econômicos para que possa alavancar um crescimento sustentado a longo prazo; d) agrupamento avançado: cuja principal característica é um alto nível de coesão interna de organização entre os agentes internos e externos, resultando no melhor aproveitamento das externalidades geradas pelos participantes deste entorno produtivo; e) agrupamento tipo cluster: que apresenta características de agrupamento maduro quanto ao seu grau de coesão interna. No entanto, tem um grau menor de organização, porque envolve um número maior de localidades ou áreas urbanas, dentro de uma mesma região geograficamente delimitada, vindo a constituir um espaço econômico pouco diferenciado em termos de atividades produtivas; f) pólo tecnológico: definido como o local em que estão reunidas empresas intensivas em conhecimento ou com base em tecnologia comum, tendo como fonte do desenvolvimento as universidades e outros centros de tecnologia e de pesquisa. Uma de suas características é que, normalmente também representam um tipo de agrupamento maduro; g) redes de subcontratação: compostas por empresas que nem sempre estão instaladas na mesma área geográfica delimitada, mas que normalmente atendem à demanda de grandes empresas. Nem sempre os sub-contratados constituem um agrupamento formal e procura seguir um padrão de organização emanada da empresa núcleo. Venturi (2008, p.69) conclui que, “pode-se dizer que os arranjos produtivos locais surgem como contrapartida da formação de cluster, seria como uma etapa inicial de amadurecimento e criação de raízes para galgar desenvolvimentos mais sustentáveis a médio e longo prazo”. 41 Para Pellin (2004 p. 57), “No Brasil, e mais precisamente no setor turístico, a literatura especializada trata os arranjos produtivos locais como Clusters”. “No entanto, entende-se ser mais conveniente utilizar o termo “Arranjo Produtivo Local”, por sugerir uma organização entre pequenos empreendimentos, ao contrário do termo “Cluster”, que dá idéia de organizações de médio e grande porte”. O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas se integra a lideranças de cada comunidade e desenvolve programas específicos para desenvolvê-las, como objetivo de gerar emprego e renda atuando com as vocações locais, é também um forte apoiador ao desenvolvimento dos APLs, e possui um programa denominado “Arranjos Produtivo Locais – APL’s, “é um programa que atua em grupos de empresas de uma mesma cadeia produtiva, ou seja, organização de empresas, que são ativas dentro do seu segmento de atuação e estão localizadas em um determinado território”. Para o (SEBRAE, 2009) participar de um APL fortalece as empresa, pois juntas formam um grupo articulado e importante para a sua região, facilitando a interação com o governo, associações empresariais, associações de produtores, órgãos públicos, instituições de crédito de ensino e de pesquisa. Além disso, torna os participantes mais articulados, trabalhando de forma cooperativa e trocando informações entre si, gerando melhorias e novas idéias entre todos, conforme apresentado no Anexo E. Embora a utilização do termo “Arranjo Produtivo” para o turismo seja relativamente nova, entende-se que o grande potencial do turismo para a geração de pequenos empreendimentos pode incentivar a construção de cadeias produtivas dentro de uma localidade. Pequenas pousadas podem interagir com produtores rurais na compra de produtos coloniais ou artesanato local. (PELLIN, 2004 p. 57). Segundo o autor, (p. 59), “o sucesso na implementação de um arranjo produtivo local pode tornar competitivas cidades de menor porte”, sendo que “construir uma sinergia entre poder público, comunidade local e empreendedores é indispensável para que uma experiência em arranjos produtivos locais seja exitosa”, pois o arranjo produtivo pode estimular “a construção de cadeias produtivas dentro de uma localidade”, como pequenas pousadas que podem interagir com produtores rurais ou artesanato local. Os APL’s propiciam a integração das empresas da região onde elas se estabelecem, mantendo vínculos de cooperação e aprendizagem entre agentes locais, tais como entidades de ensino e pesquisa, de suporte e apoio, prefeitura entre outros, desenvolvendo troca de informações e a aprendizagem coletiva, podendo assim gerar incentivos muito além das pousadas que estão estabelecidas na praia da Guarda do Embaú, também para a comunidade local e empreendedores da região. 42 De acordo com (SEBRAE, 2009) o APL alem das empresas participantes beneficia todo o território onde está estabelecido através do: • Aumento de perspectivas para a população local e regional; • Vocações do território são destacadas; • Sinergia de atuação entre as diversas instituições local e regional; • Incremento econômico proporcionando desenvolvimento sustentável; • Transbordamento do conhecimento gerado para diversas empresas; • Promoção do território permitindo o desenvolvimento de outros setores econômicos; • Fortalecimento das entidades empresariais. Enfim, ao participar de um arranjo produtivo local, as organizações tornam-se forte, pois juntas formam um grupo articulado e importante para a sua região, facilitando a interação com o governo, associações empresariais, associações de produtores, órgãos públicos, instituições de crédito de ensino e de pesquisa. Além disso, torna os participantes mais articulados, trabalhando de forma cooperativa e trocando informações entre si, gerando melhorias e novas idéias entre todos. (SEBRAE, 2009). 2.3 TEORIA DO RELACIONAMENTO Ainda, sob a égide das teorias das aglomerações empresariais, ou clusters, pode-se dizer que o formato clássico dos sistemas produtivos locais, com processos inovativos tipicamente localizados, são os chamados distritos Marshallianos, especialmente sua vertente contemporânea, os distritos da Terceira Itália, que têm merecido particular atenção na literatura de geografia econômica. (MARKUSEN, 1996). Para Sugano e Santos (1999), estes são caracterizados pela proximidade geográfica, especialização setorial, predominância de pequenas e médias empresas, cooperação interfirmas, competição inter-firmas determinada pela inovação, troca de informações baseada na confiança socialmente construída, organizações de apoio ativas na oferta de serviços e parceria estreita com o setor público local. Seu dinamismo inovativo decorre do fato de ser um tipo de arranjos institucional específico e localizado, capaz de estabelecer o aprendizado 43 coletivo interativo, que, por sua vez, é alimentado e induzido no temo pelo próprio processo de competição entre as firmas do distrito. Entretanto, segundo os autores, dentre eles Sugano e Santos (1999), na medida em que clusters ou sistemas de produção local passam a ser um produto histórico do espaço social local, deve-se reconhecer o caráter específico que assumem na periferia capitalista, onde: • As capacitações “inovativas” são, via de regra, inferiores às dos países desenvolvidos; • O ambiente organizacional é aberto e passivo, as funções estratégicas primordiais são realizadas externamente ao sistema, prevalecendo, localmente, uma mentalidade quase produtiva; • O ambiente institucional e macroeconômico é mais volátil e permeando por constrangimentos estruturais; e • O encontro destes sistemas é basicamente de subsistência, a densidade urbana é limitado, o nível de renda per capita é baixo, os níveis educacionais são baixos, a complementaridade produtiva e de serviços com o pólo urbano é limitado e a imersão social é frágil. Segundo Amato Neto (2000, p. 59), “ao longo das duas últimas décadas as relações inter-empresariais passaram por grandes transformações da mesma forma que toda a estrutura dos principais países”. As tradicionais relações conflituosas cederam espaço para relações baseadas na confiança. Esse novo padrão de relacionamento foi o que diferenciou o sucesso de muitas regiões industriais na Alemanha, no Japão e na Itália. A confiança é de fundamental importância no mundo dos negócios já que todas as transações econômicas envolvem risco, não só relacionado com possíveis fraudes, como também com imprevisibilidade dos acontecimentos futuros. Portanto, esses riscos, se não houver controles podem impedir que negócios que trariam benefícios para todas as partes não se concretizem Amato Neto, (2000). Segundo Humphery e Schmitz (1998, p. 125), “os relacionamentos inter-empresariais ocorrem por meio de sanções, que criam incentivos, mas que também penalizam as empresas que não agem corretamente, por outro lado existem empresas em que se pode confiar, uma vez que nem todas são oportunistas”. Para Humphery e Schmitz (1998), as sanções garantem por escrito que as firmas vão cumprir o combinado. Já a confiança só existe em relações com um nível de interação e 44 independência. Não se espera somente que a outra empresa aja de acordo com o combinado, mas também que, como parceiros trabalhem juntos para desenvolver o relacionamento. As sanções e confianças podem ser apresentadas em três níveis conforme mostra o Quadro 2. Níveis Sanções Confiança Nível Macro Provisões contratuais que servem para a maioria dos acordos. Baseada em certificações e informações obtidas em bancos de dados. Nível Médio Regulamentações setoriais que servem para acordos entre setores. Baseada na reputação e nas competências. Nível Micro Personalizado para cada relação, penaliza comportamentos oportunistas. Quadro 2 - Níveis de sanções e confiança. Fonte: HUMPHREY; SCHMITZ, 1998. Baseada em relações de parcerias passadas. Muitas economias não se desenvolvem por não apresentarem entre suas empresas nenhum respeito nem confiança, isso é muito ruim, pois, se sabe a quanto uma empresa pode se tornar competitiva ao estabelecer relações de cooperações é um fator decisivo que faz com que os parceiros respeitem os compromissos assumidos entre as empresas pertencentes à determinada rede (AMATO NETO, 2000). De acordo com León (1998) diferentes aspectos apresentam-se nesse nível: a importância das redes de relações sociais pré-existentes; a importância do respeito mútuo; o aprendizado da relação; a importância da reputação de cada parceiro; os riscos incorridos no caso de comportamentos oportunístico, principalmente em termos de exclusão da rede; o aprendizado de “savoir faire” social, entre outros. Os conceitos de “Distrito Industrial” em mercados de especialização flexível fazem referência a uma lógica de intercâmbios mercantis orientada para a cooperação entre unidades produtivas, que se traduz em redes de empresas e implica em reconhecimento a uma influência de fatores culturais e sociais locais, partido assim dos trabalhos de Becattini (1992), Pyke e Sengenberger (1992), Sabel (1993), Amin e Robins (1991), Bonazzi (1991), Venturi (2008), dentre outros. De igual modo, resulta a afirmação de Uzzi (1996) no sentido de que uma organização em redes opera em uma lógica de intercâmbio que difere da lógica de mercado (embeddedness) posto que as ligações sociais configurem as expectativas e oportunidades dos atores de forma distinta da lógica econômica do comportamento do mercado. 45 Para Garcia (2000), ainda que se tentasse “medir” os níveis de confiança, e de reciprocidade do entorno social ou aglomeração física como determinantes para a possível constituição de redes de empresas e, portanto de configuração de um modelo alternativo aos novos paradigmas industriais dominantes, a evidência empírica conduz ao reconhecimento de que tais fatores poderiam analisar melhor se utilizar a análise de redes sociais em lugar das metodologias tradicionais. Quando faltam a coesão social e a confiança, o Distrito Industrial não se manifesta. Por exemplo, a especialização flexível supõe: • A existência de uma grande quantidade de empresas de origem familiar; • A operação das empresas a partir de relações baseada na confiança recíproca entre os empresários, que se sustenta através dos tempos e que teoricamente possibilitam a dualidade cooperação e concorrência; • A existência de uma densa rede de transmissão de conhecimento sobre a atividade econômica; • A coesão social dos empresários em um plano informal, desde o momento em que participam em atividades conjuntas que dão lugar a novas relações sociais entre eles. • As redes de relações sociais dos empresários são condicionantes para a préexistência de redes de empresas, típicas do distrito industrial, que na medida em que estas relações são mais ou menos débeis, o mesmo ocorreria com as organizações empresariais (GARCÍA, 2000). Para Castells (1999), a nova economia globalizada, com seu desenvolvimento industrial heterogêneo que começa a voltar os olhos ao humilde terreno local, é essencialmente uma economia de redes, então a análise de redes sociais é uma ferramenta adequada para compreender esse mundo que é uma aldeia global, um mundo de redes. O elemento confiança dos agentes locais entre si floresce da interatividade praticada no exercício cotidiano das transações entre firmas, ora parceiras ora concorrentes, e destas com os agentes institucionais locais. Consolida-se a representatividade dos interesses locais perante os agentes institucionais da esfera estadual e federal dinamizando-se as relações entre empresas locais e as inúmeras outras instâncias do “sistema nacional de inovação” (CNI, 1998, p. 12). Orsatto (2002) complementa que o importante de ser salientado refere-se ao fato de que as relações inter-organizacionais não acontecem simplesmente. Elas ocorrem num 46 ambiente e num contexto situacional devido a alguma razão. Elas vão desde as situações “ad hoc” até aquelas que são determinadas por leis ou regulamentações. A conseqüência, positiva ou negativa, de cada tipo de interação tende a ser diferente para as organizações envolvidas e para a própria relação. Devido a pressões ambientais, as organizações estão mais próximas das outras e estrategicamente ligadas por uma série de nós, em uma rede de relacionamento e de interesse que faz emergir certas estruturas e padrões de interação. Esse processo é entendido por Giddens (1979) como estruturação. A teoria da estruturação sugere que as propriedades estruturais do sistema social seja o agente e o resultado das praticas que constituem tal sistema. Essa teoria argumenta que uma característica fundamental da vida social (relações entre atores ou coletividade), torna-se organizada com a prática dentro do sistema social formando a estrutura do sistema. Ao mesmo tempo em que as estruturas governam o comportamento dos atores e o estabelecimento ordenado de sua conduta, dá-se a manutenção dessas próprias (GIDDENS,1979). Emirbayer e Goodwin (1994), afirmam que a análise de rede é uma constelação de diversas metodologias estratégicas, não tendo o escopo de uma teoria formal ou unitária que especifica leis próprias, proposições ou correlações e sim uma estratégia para a investigação da estrutura social. Para Burt (1983), é mais uma perspectiva ou um paradigma do que uma teoria social preditiva. Todavia, a análise de rede trabalha com certa base de pressuposições teóricas e premissas que são aceitas, porém, não por todos. Marsden (1992) diz que existem diversos tópicos e características que podem ser estudadas em nível inter-organizacional com a análise de rede. Estas análises acontecem através do (a): • Tamanho da rede: é o número de vínculos diretos envolvendo unidades individuais e é usado para medir interação, polaridade ou extensão da rede; • Densidade da rede: é a força das conexões entre unidades de uma rede ou proporção de ligações presentes relativas a essas possibilidades; • Centralidade: foca na posição relativa das unidades dentro da rede e mede o reflexo da centralização de cada unidade sobre o conjunto, além disso, a centralidade analisa e identifica os nós mais centrais da rede; • Força dos vínculos: a freqüência relativa, duração e intensidade emocional (EMIRBAYER; GOODWIN, 1994); 47 • Extensão da rede: é a extensão pela qual uma unidade da rede liga-se para diversificar outra unidade e pode ser medida pelo tamanho ou inversamente pela densidade da rede Burt (1983 apud VENTURI, 2008), assim as redes menos densas têm extensão mais alta (GRANOVETTER, 1991); • Estrutura social: são as características permanentes dos laços sobre os atores e pode ser a rede (micro estrutura) ou uma “rede de redes” (macro estrutura) (EMIRBAYER; GOODWIN, 1994); • Limite de alcance: é o grau em que o comportamento do ator é influenciado pelo seu relacionamento com outros ou a extensão na qual ele pode usar relacionamentos para contratar pessoas ou organizações que são importantes para seus contatos nesses relacionamentos (MITCHELL, 1978); • Ancoragem: refere-se ao ponto de orientação da rede social, é tido usualmente, tomando algum ator específico, observando e interpretando seu comportamento; e • Posição: é o conjunto de atores ou nós equivalente estruturalmente (EMIRBAYER; GOODWIN, 1994). Um relacionamento é considerado denso, quando um grande número de integrantes da rede conhece um ao outro (EVAN, 1978). Esse conceito é operacionalizado pelo número de ligações atualmente observado, dividido pelo número teoricamente possível destas ligações (GRANNOVETTER, 1981). Alguns diferentes significados surgem de redes, segundo Allvarez (1999, p.3), sendo: • Redes sociais: redes com a construção de blocos sociais de tecido econômico de um país; • Redes inter-organizacionais: constelação de firmas interconectadas; • Redes intra-organizacionais : organizações não burocráticas; • Redes informais: realidade de organizações não formais. Em relação ainda à teoria, pode-se citar o trabalho de Kanter (1994), que abordou um grande número de casos de colaboração de diversos tipos, utiliza-se de um corpo teórico amplo e baseado num enfoque da colaboração como um processo que surge, se desenvolve e morre de acordo com as condições e atitudes dos agentes. 48 Esta teoria apresenta cinco fases, que se sobrepõem, na formação de alianças de sucesso, que são o cortejo “coutership”; engajamento “engagement”; descoberta das diferenças; mecanismos de sobrevivência e velhos casados “oldmarried”. Segundo o autor, o processo de formação das colaborações vai promovendo a fusão das estruturas organizacionais dos parceiros, tal que a colaboração adquire uma forma própria distinta das duas outras que lhe deram origem. Essa abordagem denomina-se de “quasi-firm” (semi-empresa), em que a colaboração é composta de uma estrutura organizacional, mecanismos de comunicação, metas e culturas próprias, oriundas da união de elementos de ambas as empresas. Para Venturi (2001, p. 118): Independentemente da forma que o sistema produtivo local ou cluster assuma em função da presença ou não de alguns dos elementos mencionados, é amplamente reconhecido, tanto teórica quanto empiricamente, que esta forma de organização da produção no espaço tem auxiliado empresas dos mais variados tamanhos e particularmente de pequenas e médias empresas a superarem barreiras ao seu crescimento. Isto se daria pela articulação entre economias externas ou “interdependências nãointencionais”, resultado imediato da aglomeração espacial, e “ação conjunta” dentro do próprio cluster ou “interdependências internacionais”, resultado do desenvolvimento de redes de cooperação, levando ganhos de “eficiência coletiva” (CROCCO et al., 2003). Para a FIEMIG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (2000), essa rede de instituições permite que exista confiança na representação coletiva, além de ser altamente integrada por meio de troca de informações, cooperação e contatos permanentes. Conforme Venturi (2008, p. 119): Essa rede de instituições tem, em geral, caráter proativo e, o que é mais importante, permite que exista confiança na representação coletiva, além de ser altamente integrada por meio de troca de informações, cooperação e contratos permanentes. Paradoxalmente, essas organizações competem entre si e, ao mesmo tempo, promovem cooperação. No entanto, esse fato não acarreta maiores dificuldades, uma vez que as importantes parcerias geradas proporcionam muito mais vantagens, como, por exemplo, a reduções de custos. A CNI – Confederação Nacional da Indústria (1998, p.9), esclarece que: A exploração conjunta das vantagens competitivas (menores custos de transporte, transação e difusão de informações) estabelecerá um ambiente (ou clima) de cooperação entre as empresas, que, no entanto, continuarão concorrentes entre si. Esta combinação de cooperação e competição entre as empresas na localidade se 49 auto-estimula e poderá gerar sinergias que serão um poderoso fator de inovação crescimento e expansão da atividade local. Outra característica importante no aglomerado é proporcionar insumos especializados e de fácil acesso, conforme afirma Porter (1999, p. 226) “a localização no interior de um aglomerado tem condições de proporcionar acesso a insumos especializados de melhor qualidade ou de custo mais baixo, como componentes, máquinas, serviços e pessoal, em comparação com as alternativas de integração vertical, alianças formais com entidades externas ou importação de insumos de localidades distantes”. Conforme (CNI, 1998, p. 7): A estratégia de industrialização local, focada nos agrupamentos (clusters) de pequenas e médias empresas, depende, para ser bem sucedida, da capacidade mobilizadora dos agentes e das instituições privadas, como as entidades representativas dos empresários, especialmente as de cunho local e microrregional, enquanto protagonista-chave do processo. Segundo Scaico e Tahizawa (1997), o modelo de organização flexível sugere, em relação às parcerias, que se adote a subcontratação externa de atividade em direção aos fornecedores da empresa. De forma análoga, para frente recomenda-se concretizar parcerias com empresas e entidades externas, no sentido de que as mesmas complementem as atuais atividades desenvolvidas internamente pela empresa, visando o atendimento e a satisfação dos clientes. As principais características destes padrões de desenvolvimento incluem o fator de inter-relacionamento de empresas, em uma localidade, com uma determinada especialização e divisão técnica do trabalho; a desintegração da cadeia produtiva dentro de atividades especializadas; o compartilhar de normas e fatores sociais e culturais que facilitam a cooperação entre empresas; a capacidade de inovação e compartilham de conhecimento; um padrão institucional que apóia e facilita da integração e a divisão técnica do trabalho na região (ASHEIM, 1994; AMIN, 1994). Segundo Venturi (2008 p. 121) De um ponto de vista mais estrutural, verifica-se existirem na indústria brasileira, muitas aglomerações industriais com significativa definição setorial, situação de partida necessária para a constituição de redes de empresas geograficamente localizadas dotadas do atributo do associativismo. Um segundo atributo que reforçaria as condições estruturais para a consolidação da capacidade de inovar da aglomeração industrial seria a existência no local de fatores de integração vertical inter-indústrias, o que ocorre, por exemplo, quando há produtores de máquinas utilizadas pela indústria predominante no aglomerado. 50 Para Albuquerque (2000) e Britto (2000) verifica-se um número muito reduzido de casos examinados nos estudos sobre a clusterização industrial no Brasil. Ou seja, predomina o cluster com base na similaridade (“horizontal”) em relação ao cluster com base na interdependência (“vertical”). Para Cunha (2001), as relações inter-organizacionais referem-se a todos os tipos de contatos entre organizações. Esses contatos ou interações estendem-se da forma concorrencial e antagônica para aquelas de natureza cooperativa. A existência de contatos inter-relacionais implica que as organizações envolvidas desenvolvam processo de escolha do grupo de interação com aquelas que são relevantes no conjunto de organizações. No entanto, tais relacionamentos, como todos os outros, trazem benefícios e custos (ZUCKERMAN; KALUNZNY; RICKETTS, 1999) os autores afirmam que os benefícios das redes inter- organizacionais são: a) Desenvolvimento de oportunidades para aprender e se adaptar a novas competências; b) Obtenção de recursos; divisão de riscos; divisão de custos de produção e desenvolvimento de tecnologia; c) Obtenção de influência sobre seu domínio; acesso a novos mercados; d) Aumento da habilidade para gerenciar incertezas e resolução de problemas complexos; suporte mútuo e obtenção de sinergia em grupo; e) Resposta rápida à demanda de mercado e oportunidade tecnológica; f) Ganho de aceitação de governantes de outros países; e g) Fortalecimento da posição competitiva. Já os custos deste arranjo podem ser assim apresentados: a) A perda da superioridade técnica; perdas de recursos; compartilhamentos dos custos dos fracassos; b) Perda de autonomia e controle; conflito de experiências sobre domínio, métodos e objetivos; c) Retardamento de soluções devido a problemas de coordenação; d) Regulamentação e intromissão do Governo. Cabe ao empresário participante da rede avaliar as alternativas e ponderar os possíveis resultados decorrentes dos elos de relacionamento. 51 3 METODOLOGIA 3.1 TIPOLOGIA DE PESQUISA O trabalho caracteriza-se de acordo com os seus objetivos como uma pesquisa exploratória, pois ela tem por finalidade proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito. Esse tipo de pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2002, p. 41). Primeiramente, realizou-se a pesquisa bibliográfica, usando como fonte livros e publicações impressas e da internet que trazem conceitos e explicações sobre o tema abordado. Marconi e Lakatos (2001) definem a pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias como sendo aquelas que especificamente tratam de toda bibliografia já publicada, em forma de livros, publicações avulsas e imprensa escrita. Sua finalidade é colocar o autor em contato direto com tudo o que já foi escrito sobre determinado assunto com o objetivo de permitir ao cientista “o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de sua informação” (TRUJILLO apud MARCONI; LAKATOS, 2001, p. 43). Para Manzo (apud MARCONI; LAKATOS, 2001, p. 44) a bibliografia relacionada “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se cristalizam suficientemente”. Após a pesquisa bibliográfica, desenvolveu-se uma pesquisa de campo, objetivando identificar a possibilidade de geração de um Arranjo Produtivo Local entre as pousadas da Guarda do Embaú, a partir do relacionamento de seus dirigentes. A análise dos dados se deu de maneira quantitativa, que se caracteriza pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta das informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, este método representa em principio a intenção de garantir precisão dos resultados, possibilitando assim uma margem de segurança quanto às interferências (RICHARDSON, 1999; ROESCH, 1996). 52 Quanto à base de dados, utilizam-se as primárias. As fontes primárias englobam os dados que ainda não foram analisados ou interpretados e constituem o subsídio das pesquisas documentais (ANDRADE, 1997). Para a obtenção dos dados primários serão utilizados questionários aplicados a uma amostragem especifica, sendo estes descritos posteriormente. 3.2 SUJEITO DE ESTUDO O sujeito de estudo é o universo ou a população que foi pesquisada, sendo que para Marconi (1999, p. 43) o universo ou população é “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. Já a amostra é definida como “uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo”. A população considerada na pesquisa são os dirigentes de pousadas na praia da Guarda do Embaú. “No Brasil associa-se uma pousada a um estabelecimento comercial, semelhante a um hotel, mas, em geral, modesto em tamanho e administrado de maneira familiar” (WIKIPÉDIA, 2009) Contandriopoulos (1999, p. 60) comenta que a população alvo é, muitas vezes, grande demais para ser usada integralmente na verificação das hipóteses da pesquisa. Torna-se necessário, determinar uma amostra, que por sua vez, pode ser considerada um subconjunto de indivíduos da população ou elementos do universo a ser explorado. Contudo, para o universo pesquisado não foi delimitada uma amostra, uma vez que o grupo pesquisado não é muito extenso e há facilidade na coleta dos dados. Assim, de acordo com Mattar (1996, p. 128) a pesquisa se caracteriza como censo por abranger toda a população. Neste contexto, o questionário foi aplicado durante o mês de Fevereiro de 2009, pela acadêmica em quarenta e oito de um universo de sessenta e nove Pousadas que possuem alvará para funcionamento conforme dados fornecidos pela Secretária de Turismo de Palhoça. Sendo que para os respondentes que não se submeteram a responder a pesquisa, foi enviado o questionário de pesquisa via e-mail, endereços de e-mails adquiridos através dos próprios respondentes, placas de identificação de suas pousadas, funcionários ou sites especializados em divulgação de Pousadas da região. 53 3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA Instrumento de coleta de dados é um questionário que Gil (1994, p. 124) define como “técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc”. Sendo que Malhotra (2001, p. 274), descreve que “um questionário, tenha ele o nome que tiver – tabela, modelo de entrevista, ou instrumento de medida – é conjunto formal de perguntas cujo objetivo é obter informações dos entrevistadores”. Desta forma, este instrumento de pesquisa (Apêndice A) possui 20 perguntas fechadas, ou seja, com alternativas para resposta. Sendo que o questionário foi baseado no modelo aprovado e aplicado por Santos (2008), porém, adaptado ao tema de estudo. Foi solicitada a autorização ao autor (SANTOS, 2008) para a utilização do questionário de pesquisa aplicado em sua monografia com o título de Arranjo Produtivo Local do Setor Pesqueiro da Região de Itajaí/Navegantes, que gentilmente autorizou a utilização do mesmo. Desta forma, no apêndice B, consta a autorização em questão. A pesquisa foi aplicada pessoalmente pela acadêmica, sendo que para os dirigentes de pousadas que não aceitaram responder o questionário pessoalmente, foi enviado por e-mail, sendo que o índice de resposta foi igual a zero. 3.4 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO Utilizou-se para apresentar a análise dos dados coletados ilustrações em gráficos que foram tabulados através de planilhas do Excel. Neste contexto, Marconi e Lakatos (1990, p. 31) descrevem tabulação como: “Uma parte do processo técnico de análise estatística, que permite sintetizar os dados de observação, conseguidos pelas diferentes categorias e representá-los graficamente. Dessa forma, poderão ser mais bem compreendidos e interpretados mais rapidamente”. Sendo que Malhotra (2001, p. 387), esclarece que o objetivo da análise de dados “é fornecer informações que auxiliem na abordagem do problema em estudo”. 54 Em sequência, apresentou-se a interpretação e análise das informações obtidas para um melhor entendimento do estudo, em relação à teoria e os resultados obtidos com a pesquisa. 3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA Esta pesquisa possuiu algumas limitações. Sendo que a pesquisa de campo foi desenvolvida no mês de Fevereiro de 2009, com o intuito de abranger os dirigentes de pousadas que estivessem na localidade durante este período, porém nove pousadas estavam fechadas neste período. Outra limitação encontrada foi à falta de receptividade no momento da aplicação dos questionários, onde 21 dos respondentes não aceitaram responder a pesquisa ou solicitaram seu envio por e-mail, sendo que para os respondentes que o envio da pesquisa foi por e-mail o índice de resposta foi igual a zero. 55 4 RESULTADOS DA PESQUISA Na seqüência serão apresentados os resultados da pesquisa aplicada, suas análises e implicações de acordo com a fundamentação teórica e os objetivos gerais e específicos traçados. 4.1 PERFIL DOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA PRAIA DA GUARDA DO EMBAÚ (SC) Os questionários foram aplicados aos dirigentes de pousadas da Praia da Guarda do Embaú. Inicialmente, avaliou-se o perfil com base em quatro informações de ordem pessoal: sexo, idade (que está dividido em nove faixas etárias), estado civil (dividido em quatro estados), formação escolar (dividido em seis graduações), conforme gráfico 1, abaixo. E. Civil Gráfico 1 – Perfil Respondentes da Pesquisa. Fonte: Pesquisa de Campo 56 Com relação ao gráfico 1, tem-se a seguinte configuração neste quesito: sexo há equilíbrio entre os respondentes, sendo 52% do sexo masculino e 48% do sexo feminino. Nos demais quesitos houve uma grande variação entre as alternativas. Desta maneira, o perfil mais comum dentre os respondentes foi: idade média 43 anos, variando de 26 a 55 anos. Sobre o estado civil, 63% dos respondentes são casados, apesar de estar com uma porcentagem de 29% o perfil solteiro, também se destacando nesta pesquisa. Um indicador muito importante observado foi à escolaridade dos respondentes, onde 40% possuem ensino superior completo ou em curso. Avaliou-se o tempo de atuação das empresas no mercado, conforme se pode observar no gráfico 2. Gráfico 2 – Tempo de empresa em anos. Fonte: Pesquisa de Campo O tempo de atuação destas pousadas é estável, apenas 17% atuam a menos de cinco anos e isto indica êxito nas organizações, pois para o SEBRAE (2009) “o índice de mortalidade das micro e pequenas em presas brasileiras, nos primeiros cinco anos de existência, é de 70% ou mais”. Além deste fator, destacam-se empresas com mais de 20 anos (21%), demonstrando que a atividade é viável e bastante antiga na região. 57 4.2 ESTRATÉGIA DE GESTÃO UTILIZADA PELOS DIRIGENTES DE POUSADAS DA GUARDA DO EMBAÚ (SC) Observa-se que Porter (1990, p.9), ao definir as estratégias que uma empresa pode optar para obter uma vantagem competitiva, relata que só há duas opções: custos baixos e diferenciação. Esclarecendo que a lucratividade de uma empresa não depende apenas da posição que ela ocupa, em relação aos seus concorrentes, mas também da estrutura setorial em que atua. Porter (1990) descreve sobre as estratégias genéricas, classificando-as em três categorias: diferenciação, que consiste em procurar projetar uma forte identidade própria para o serviço ou produto; liderança em custo, oferecer um produto ou serviço mais barato; e foco, consiste em selecionar um nicho no mercado e dominar os recursos para explorá-la da melhor forma possível. Desta maneira, pode-se observar no gráfico 3 que: Gráfico 3 – Estratégia de atuação no mercado. Fonte: Pesquisa de Campo Na busca de vantagens competitivas, 50% das organizações focam em uma estratégia de diferenciação com maior margem de lucro, pois oferece um serviço diferenciado. Neste 58 sentido, Porter (1999) afirma que a rivalidade é uma das variáveis mais importantes, pois exerce sobre as empresas uma busca por melhorias de processos e estimula a inovação. Sendo que 38% apostam em uma estratégia de custos, oferecendo os serviços de maneira padrão, sem diferenciação, mas sempre investindo em melhorias, pois segundo Porter (1999), o diamante é um modelo de pressão e melhoria, baseado num contexto que cria pressões sobre as empresas para continuarem aprimorando suas vantagens (Figura 1). Percebe-se uma divisão de estratégias para estas empresas, não estando todas focadas em uma mesma. Desta maneira objetivam alcançar de forma diferenciada condições favoráveis ao seu negócio. No gráfico 4 pode-se observar que: Gráfico 4 – Posicionamento de mercado. Fonte: Pesquisa de Campo Que todas as estratégias estão presentes em proporções similares, sendo que a de maior indicação é a estratégia de inovação. Porter (1999, pg. 47) é incisivo quando descreve que “as empresas ao desempenhar atividades diferentes de seus concorrentes ou desempenhar as mesmas atividades de forma diferenciada, estariam se posicionando estrategicamente no mercado”, e com isto objetivam estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência. Cesarino e Campomar (2006 p.1) reforçam que: As micro, pequenas e médias empresas (MPME) sofrem impactos ainda mais intensos dos desafios competitivos contemporâneos. Estudos recentes demonstram como as MPME estão respondendo a esses estímulos. Um dos principais achados é que sua competitividade pode ser acrescida da participação em aglomerações de firmas engajadas em atividades similares e até mesmo complementares. 59 Sendo assim, a CNI - Confederação Nacional da Indústria (1998) esclarece que a exploração conjunta das vantagens competitivas gera (menores custos de transporte, transação e difusão de informações) e estabelecerá um ambiente (ou clima) de cooperação entre as empresas, que ainda continuarão concorrentes entre si. Esta combinação de cooperação e competição entre as empresas na localidade se auto-estimula e poderá gerar sinergias que serão um poderoso fator de inovação crescimento e expansão da atividade local. 4.3 VISÃO DOS DIRIGENTES DE POUSADAS REFERENTE A UMA POSSÍVEL ALIANÇA ENTRE ELES Sabe-se que a cooperação de pequenas empresas se faz a partir do relacionamento das instituições locais, para assim construir um relacionamento de competição e cooperação, trazendo vantagens para ambas as instituições. Desta maneira identificou-se o que é mais valorizado pelos respondentes para a constituição de parcerias, conforme o gráfico 5. Gráfico 5 - Constituição de Parcerias Fonte: Pesquisa de Campo Observou-se que as parcerias passadas são valorizadas por 46% dos entrevistados, 38% valorizam a reputação e a competência do parceiro quando reconhecidos pela 60 comunidade, sendo que apenas 6% recorreriam à certificação e informações dos parceiros através de bancos, Serasa ou SPC. Constata-se também que os relacionamentos e as parcerias que já ocorrem, conforme Humphery e Schmitz (2008), em sua classificação em relação aos níveis de confiança, o presente relacionamento apresenta o nível micro, que é baseada em relações de parcerias passadas, ficando bem próximo ao nível médio onde a confiança é baseada na reputação e nas competências dos envolvidos. Neste sentido, a maneira em que o nível de confiança é valorizado pelos respondentes é de extrema importância, conforme é observado no gráfico 6. Gráfico 6 - Nível de Confiança. Fonte: Pesquisa de Campo Dos respondentes 35% consideram o respeito mutuo entre as pessoas, 23% valorizam as relações sociais pré existentes, 21% procuram reconhecer a reputação dos parceiros e 10% valorizam o aprendizado em conjunto de todo o grupo, desta maneira observa-se um comportamento comum a de redes de empresas ou clusters, segundo Amato Neto (2000), a confiança nas relações de cooperação é fator decisivo, que faz com que os parceiros respeitem os compromissos assumidos entre as empresas pertencentes à determinada rede. O autor (p. 59) ainda afirma que “ao longo das duas últimas décadas as relações inter-empresariais passaram por grandes transformações, da mesma forma como ocorreu com a estrutura dos principais países”. As tradicionais relações conflituosas cederam espaço para relações baseadas na confiança. Desta maneira, León (1998) complementa que: a importância das redes de relações sociais pré-existentes; a importância do respeito mútuo; o aprendizado da relação; a importância da reputação de cada parceiro; os riscos incorridos no caso de 61 comportamentos oportunísticos, principalmente em termos de exclusão da rede; o aprendizado de “savoir faire” social, entre outros, são elementos de estrema importância na relação de confiança. Venturi (2001 p.119) reforça que independente da forma que o APL ou Cluster assumam, “essa rede de instituições tem, em geral, caráter proativo e, o que é mais importante, permite que exista confiança na representação coletiva, além de ser altamente integrada por meio de troca de informações, cooperação e contratos permanentes”. As desvantagens da formação de redes de empresas na praia da Guarda do Embaú foram levantadas e são apresentadas no gráfico 7. Gráfico 7 – Desvantagem na Formação de Rede de Empresas. Fonte: Pesquisa de Campo Onde 38% dos respondentes consideram que a grande desvantagem da formação de uma rede de pousadas é a concorrência entre eles, sendo que 27% não consideram desvantagem alguma. Segundo Porter (1998), na formação de redes de empresas destaca–se o ganho de eficiência coletiva, entendida como a vantagem competitiva derivada das economias externas locais e da ação conjunta para o desenvolvimento local. Assim como no gráfico 7 buscou-se identificar as desvantagens da formação de uma rede de pousadas na região do ponto de vista dos respondentes. No gráfico 8 é apresentado o resultado do questionamento sobre as vantagens da formação de uma rede de pousadas, conforme pode ser observado. 62 Gráfico 8 - Vantagem na Formação de Rede de Empresas. Fonte: Pesquisa de Campo Dos respondentes, 35% consideram que a grande vantagem da formação de redes de empresas na região seria a possibilidade da ampliação de mercado, por funcionar próximas umas das outras. As empresas integrantes de um APL podem aperfeiçoar o uso de seus recursos compartilhando a compra de insumos, treinamento de mão-de-obra e contratação de serviços por exemplo. Com isso, as empresas podem se tornar mais competitivas no mercado interno e ampliar as possibilidades de fortalecer sua atuação ou se inserir no mercado internacional. Montgomery e Porter (1998) esclarecem que os aglomerados concentram-se geograficamente e que uma vez formado um aglomerado, o grupo inteiro de indústrias passa a funcionar com uma espécie de apoio mútuo. Os benefícios de um aglomerado fluem para frente, para trás e horizontalmente. As informações são trocadas livremente, as inovações se difundem rapidamente, observações e análises dos processos dentro dos aglomerados, conduzem a percepção de novas maneiras de competir e de novas oportunidades, melhorando assim a competitividade e gerando oportunidade de entrada para novos mercados. De acordo com a Wikipédia (2009) “No Brasil associa-se uma pousada a um estabelecimento comercial, semelhante a um hotel, mas, em geral, modesto em tamanho e administrado de maneira familiar”. A partir desta afirmação, foi questionado aos respondentes se o grau de parentesco influencia na criação de uma aliança estratégica entre os dirigentes de pousadas, no gráfico 9 pode-se visualizar os resultados. 63 Gráfico 9- O Grau de Parentesco Influencia na Criação de uma Aliança Estratéca. Fonte: Pesquisa de Campo Neste sentido, observou-se que as influencias estão presentes quase que de forma similar, onde 44% dos respondentes acreditam influenciar totalmente ou muito, sendo que 56% dos respondentes creditam que influencia muito pouco ou nada. De acordo com Cunha (2003, p. 27), “quando há evolução dos aglomerados para níveis superiores de relacionamentos, as empresas, que deles fazem parte, mantêm estreita relação com o ambiente que as cerca e com a cultura localmente predominante, incluindo os laços e relações familiares e de amizades, superando assim, as meras intenções comerciais” 4.4 O RELACIONAMENTO EXISTENTE ENTRE OS DIRIGENTES DE POUSADA DA GUARDA DO EMBAÚ/SC Entende-se que para a formação de redes de empresas é indispensável à cooperação, comunicação e confiança no relacionamento entre os atores envolvidos. Garcia (2000), complementa que as redes de relações sociais dos empresários são condicionantes para a préexistência de redes de empresas. Observa-se no gráfico 10 que 79% dos respondentes consideram muito importante ou simplesmente importante o relacionamento entre os dirigentes de pousadas. Kanter (1994 apud SANTOS 2008 p. 81) observa-se um comportamento compatível com o de formação de redes, pois o processo de formação das 64 colaborações vai promovendo a fusão das estruturas organizcionais dos parceiros tal que a colaboração adquire uma forma própria distinta das duas outras que lhe deram origem. Gráfico 10 - Importância do relacionamento entre os dirigentes de pousadas. Fonte: Pesquisa de Campo No Gráfico 11, destaca-se como base predominante dos relacionamentos o fator amizade com 63% das indicações dos respondentes, conforme pode-se observar no gráfico abaixo: Gráfico 11 – Base predominante dos relacionamentos. Fonte: Pesquisa de Campo Desta maneira, Cunha (2003, p. 27) afirma que “Quando há evolução dos aglomerados para níveis superiores de relacionamentos, as empresas, que deles fazem parte, mantêm 65 estreita relação com o ambiente que as cerca e com a cultura localmente predominante, incluindo os laços e relações familiares e de amizades, superando assim, as meras intenções comerciais”. Sendo assim, este elo de amizade é facilitador para os processos de criação de um arranjo produtivo local (APL). Também buscou-se identicar o posicionamento dos dirigentes de pousadas em relação as empresas do setor e pode-se observar no gráfico 12 que: Gráfico 12- Identificação das empresas na região Fonte: Pesquisa de Campo A percepção do grupo indica a presença de um aglomerado na região e apresenta-se como um agrupamento potencial no processo de evolução da formação de um APL, representado por 58% dos respondentes onde a um “grupo formado por uma grande concentração de pousadas com fraca relação de convivencia”. Conforme Venturi (2008) o agrupamento potencial que se dá quando existe na região uma concentração de atividades produtivas que apresentem alguma característica comum, como uma tradição de uso de determinadas técnicas, contudo, sem que esteja ocorrendo uma organização ou uma ação conjunta entre os agentes econômicos da atividade existente. Neste sentido, questionou-se as parcerias entre pousadas conforme pode-se observar no gráfico 13. 66 Gráfico 13- Parcerias entre Pousadas. Fonte: Pesquisa de Campo Dos respondentes, 71% não mantém parceria alguma com as pousadas na região, sendo que no Gráfico 10 questiona-se a importância do relacionamento entre os dirigentes de pousadas, 79% consideraram como muito importante o relacionamento entre eles, já no gráfico 11 questionou-se a base predominante dos relacionamentos e 69% mantem o vinculo de amizade com seus concorrentes demonstrando que conforme gráfico 14 abaixo: Gráfico 14- ações praticadas entre pousadas. Fonte: Pesquisa de Campo Apesar dos respondentes considerarem de não haver uma parceria concreta entre eles, existe uma abertura para o inter-relacionamento entre as empresas. Pois ao questioná-los referente as ações praticadas entre as pousadas foi esclarecedor, onde 69% dos respondentes indicam clientes para outras pousadas e que 23% trocam algum tipo de informação. No total, 67 92% dos respondentes exercem o inter-relacionamento entre as pousadas gerando algum tipo de colaboração entre elas. No gráfico 15 questionou-se a existência de intercâmbios, trocas e alianças. 54% dos respondentes compartilham informações com empresas do setor e 42% dos respondentes não se classificam em nenhuma das alternativas. Gráfico 15 - Intercambios, Trocas e Alianças Fonte: Pesquisa de Campo Percebe-se no grupo a existência do inter-relacionamento, o que apresenta estar no segundo estágio do processo de evolução para a formação de uma rede de empresas. Para Thomazi (2006), o agrupamento emergente passa a ocorrer no local com a presença de empresas de vários tamanhos, tendo como características comuns o desenvolvimento de ações de interação entre os agentes existentes na região ou setor, sendo que nesse tipo de arranjo pode ocorrer, mesmo de forma rudimentar, a presença de instituições de apoio, porém com uma pequena e fraca articulação. 68 4.5 RELACIONAMENTO ENTRE DIRIGENTES DE POUSADAS E AS ENTIDADES DE SUPORTE E APOIO Resende e Gomes (2004, p.85) afirmam que: A presença de uma rede de instituições baseada na constituição de associações de empresas locais, cooperativas, sindicatos e outras associações de trabalhadores, bem como outros tipos de instituições local, contexto sociais e culturais, que garantem a base de um sistema de valores, de confiança e de lideraça local, que são fundamentais para a construção institucional e a cooperação entre os agentes privados e destes com setor público. Por fim, o apoio do setor público, não exclusivamente local, tem sido ressaltado na literatura como importante fonte de sucesso de uma aglomeração. No gráfico 16 apresenta-se o nível de parceria com associações da região. Gráfico 16 - Faz parte de associações estabelecidas na região. Fonte: Pesquisa de Campo A pesquisa apontou um baixo índice de empresas associadas representando apenas 21% dos respondentes, apesar de na região conter em torno de 22 associações conforme apêndice B. Entende-se que as associações propiciam um potencial de desenvolvimento local. Resende e Gomes (2004, p. 85) afirmam que: a “presença de uma rede de instituições baseada na constituição de associações de empresas locais, cooperativas, sindicatos e outras associações de trabalhadores, bem como outros tipos de instituição local, contextos sociais e culturais, que garantem a base de um sistema de valores, de confiança e de liderança local, 69 que são fundamentais para a construção institucional e a cooperação entre os agentes privados e destes com o setor público. Referente ao relacionamento entre os dirigentes de pousadas e as intuições de suporte, apoio, ensino e pesquisa, conforme pode ser visto no gráfico17. Gráfico 17- Atividade de Suporte e Apoio ao Aglomerado. Fonte: Pesquisa de Campo Os relacionamentos na sua grande maioria são neutros, ou seja, ocorrem por alguma eventualidade ou nunca ocorrem. Conforme salientou um dos respondentes da pesquisa “A Guarda do Embaú, está abandonada, seja qual governo for ou qualquer instituição desta daí, eles querem apenas tirar da gente, ajudar, ensinar ou apenas beneficiar o lugar para que o turista seja bem recebido, ou lugar seja preservado e nós conseguir manter a nossa dignidade seja verão ou inverno ninguém lembra”. Neste sentido observa-se no gráfico 17 que: os governos estadual, federal e local, são considerados como neutros ou como ameaças, sendo que para as instituições de ensino superior não foi diferente 83% dos respondentes demonstraram como neutro o nível de relacionamento, apesar da concentração deste tipo de instituição na região ser expressiva. Não foi diferente com as demais instituições de suporte e apoio os relacionamentos em sua grande maioria são neutros variando entre 67% e 83% das escolhas sendo que, ocorreram algumas eventualidades que se estabeleceu entre 2% a 10% como aliado ou aliado chave. 70 Sabe-se que a cooperação de pequenas empresas, se faz a partir do relacionamento das instituições locais, para assim construir um relacionamento de competição e cooperação, trazendo vantagens para ambas as instituições. O sistema FIEP (2008) considera que os participantes dos APLs mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, contando também com apoio de instituições locais como Governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Neste sentido estes vínculos com as instituições locais como Governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa não vem acontecendo na região. 71 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em um mercado com constantes mudanças, os APL’s – Arranjos Produtivos Locais exercem papel fundamental no desenvolvimento das regiões em que atua a cooperação interempresas, gerando uma vantagem competitiva e viabilizando uma série de necessidades das empresas, o que seria mais difícil de desempenhar caso atuassem individualmente. As empresas que fazem parte de um APL são beneficiadas pelo aprendizado coletivo, troca de informações e pelo auxílio das instituições de suporte, apoio, ensino e pesquisa, ampliando de forma conjunta a competitividade local. Através da pesquisa realizada, conseguiu-se atender as premissas do objetivo geral deste trabalho, possibilitando analisar a capacidade de geração de um arranjo produtivo local entre as pousadas da Praia da Guarda do Embaú, a partir do relacionamento de seus dirigentes. Os resultados alcançados com este estudo permitem inferir que o tempo de atuação das pousadas é estável, onde 84% dos estabelecimentos atuam a mais de 5 anos, destacando-se que 21% destas organizações estão atuantes a mais de 20 anos, indicando ser esta uma atividade viável e antiga na região, pois o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras, conforme estudos apresentados pelo SEBRAE (2009), nos primeiros cinco anos chega a 70%. Observou-se a estratégia de gestão aplicada pelos dirigentes de pousadas da Guarda do Embaú, onde 50% dos respondentes agem de forma diferenciada projetando uma identidade própria a sua organização, já 38% estabelecem uma estratégia de custos, mas sempre se preocupando com a melhoria dos processos internos. Neste sentido objetivam alcançar de forma diferenciada e não conjunta condições que classificam como favoráveis ao seu negócio. Sabe-se que a cooperação de pequenas empresas se faz a partir do relacionamento das instituições locais, para assim construir um relacionamento de competição e cooperação, trazendo vantagens para todos que dele fazem parte. Neste sentido, questionou-se junto aos dirigentes de pousadas sua visão referente a uma possível parceria entre eles, onde 38% dos respondentes consideram que a concorrência é um forte agravante para uma possível parceria, sendo que 27% não consideram desvantagem alguma. Sabe-se que a exploração conjunta gera vantagens competitivas, estabelecendo um clima de cooperação entre as empresas, que continuam sendo concorrentes. Esta combinação de cooperação e competição entre empresas em uma localidade gera sinergia, poderoso fator para a expansão da atividade local. 72 Observou-se também que ao questionar sobre as vantagens da formação de um APL, os respondentes reconhecem que as empresas podem se tornar mais competitivas no mercado que atuam, ampliando suas possibilidades e fortalecendo sua atuação em novos mercados. Eles também reconhecem a possibilidade de reduzir custos de manutenção, a gerar novos investimentos, a incentivar idéias inovadoras, a auxiliar na estabilidade do negócio e melhorar a capacidade de mão de obra. Neste sentido, questionou-se o relacionamento entre os dirigentes de pousadas, onde 79% dos respondentes consideram o relacionamento entre eles como importante ou muito importante, sendo que a base predominante desse relacionamento é o fator amizade com 63%. Ao ser questionado sobre o posicionamento entre as empresas do setor, a percepção do grupo indica a presença de um aglomerado na região, em nível potencial no processo de formação de um APL, pois os respondentes identificam o grupo com uma fraca relação de convivência, mas formado por uma grande concentração de pousadas. Então, se questionou as ações que são praticadas entre as pousada, observando-se que a troca de informações e a indicação de clientes ocorre entre 92% dos respondentes, demonstrando que já há colaboração entre os dirigentes de pousada, o que apresenta que mesmo não havendo uma parceria concreta entre eles, ainda existe uma abertura para o inter-relacionamento de empresas, sendo que o relacionamento mesmo sendo por amizade, é facilitador para o processo de criação de um arranjo produtivo local. Ao se questionar sobre intercâmbios, trocas e alianças, ações estas que fazem parte do processo de evolução para o segundo estágio da formação de uma rede de empresas denominado de agrupamento emergente, 54% dos respondentes, compartilham informações com outras empresas do setor. Apenas 2% possuem algum tipo de parceria com empresas de suporte e apoio e outros 21% dos respondentes fazem parte de alguma associação, apesar de na região haver 22 associações, conforme observar-se no anexo A. O agrupamento emergente ocorre pela interação entre os agentes existentes da região, mesmo que de forma pequena ou fraca e a presença de instituições de suporte e apoio. Sabe-se que as empresas que fazem parte de um APL exercem o aprendizado coletivo e troca de informações, para assim chegar à eficiência conjunta e aumento da competitividade. Mas é de fundamental importância o apoio das entidades governamentais e de suporte e apoio. Conclui-se que a base do relacionamento local é composta pelo fator amizade, que existe troca de informações e indicações de clientes, demonstrando que já acontece de alguma maneira o inter-relacionamento e que existe benefício conjunto. Os respondentes também compartilham informações com outras empresas do setor e 2% deles já mantiveram ou 73 mantém parcerias com as empresas de suporte e apoio. Entende-se que a Guarda do Embaú possui todos os pré-requisitos para a formação de um arranjo produtivo local, bastando apenas às empresas de suporte e apoio e o governo local focarem seus investimentos e concederem estudos para o desenvolvimento local. O SEBRAE é um grande apoiador para estudos voltados aos APLs e conforme pode-se observar no Anexo E, onde apresenta seu programa para o desenvolvimento de APL’s em Santa Catarina, esclarecendo aos participantes dos APLs a importância da sintonia entre eles. Já no anexo F é demonstrado pelo SEBRAE todo o seu investimento e planejamento para o arranjo produtivo do turismo da grande Florianópolis. Projetos assim realizados pelas empresas de suporte e apoio que iriam validar a formação de um APL na região e trazer benefícios não só para os dirigentes de pousadas, mas para toda a população da Guarda do Embaú, para as praias vizinhas e para o município de Palhoça. Recomenda-se para trabalhos futuros que a pesquisa sobre a formação de redes de empresas seja ampliada, que aconteça não só na praia da Guarda do Embaú, mas em toda a Baixada do Maciambu, região muito visitada e valorizada pelo turismo. Pesquisar maneiras de atrair investimentos do governo local, universidades e empresas de suporte e apoio para a região, para aplicar um APL com foco no desenvolvimento sustentável da Guarda do Embau. Recomenda-se também identificar ações para atrair o turismo para a praia da Guarda do Embaú, através da inter-relação de pousadas decorrente da formação de um APL. Outra sugestão de trabalhos futuros é uma pesquisa sobre o perfil empreendedor dos propietários e dirigentes de pousadas da Guarda do Embau. Enfim, o estudo realizado com base teórica, mostrou-se altamente pertinente a realidade do setor, apresentando resultados que são fortes subsídios para melhorar e expandir a economia local. Sendo que a necessidade de ações conjuntas de lideranças políticas, sociais e empresariais, são a força motriz para o andamento de um APL, podendo transformar este estudo em uma realidade. Pois para que um arranjo produtivo local seja estabelecido, é necessário que haja ações de articulação, comprometimento, coordenação e espírito de parceria, em prol do sucesso de todas as empresas que dele fazem parte. 74 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, E. M. Análise da performance produtiva e tecnológica dos clusters Industriais na economia brasileira. Relatório de pesquisa. Brasília/DF: IPEA, 2000. ALLVAREZ, J.L. Networks versus bureaucracies: the governance and struture of the organizations of the future. Technical note of the Research Departament at IESE. Navarra: University of Navarra, 1999. AMATO NETO, J. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais: oportunidades para as Pequenas e Médias Empresas. São Paulo: Atlas, 2000. AMIN, A.; ROBINS, K. Los distritos industriales y las pequeñas empresas: El resurgimento de La pequeña empresa. Madrid: Ministerio de Trabajo y Securidad Social, 1991. AMIN, A. Potential for turning informal economies into Marshallian industrial districts. Technological dynamism in industrialization in developing countries. New York and Geneva: UNCTAD, p. 51-72, 1994. ANDRADE, M. M. de. Introdução a Metodologia do trabalho cientifico: elaboração de trabalhos na graduação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. ANDRIGHI, F. F.; HOFFMAN, V. E. Aglomeração Territorial no Turismo: Uma Avaliação dos Atores Sociais na destinação Turística de Urubici/SC. Cultur: Revista de Cultura e Turismo- Ano 02 – n. 2, jul/2008. Disponível em: <http://www.uesc.br/revistas/culturaeturismo/edicao3/artigo5.pdf. Acesso em: 18 junho 2009>. ASHEIM, B. T. Industrial districts, inter–firm co-operation and endogenous technological development: the experience of developed countries. Technological dynamism in industrialization in developing countries. New York and Geneva: UNCTAD, p. 91-142, 1994. BARROS, F. S. de O; MOREIRA, M. V.C. Estratégia de Organização de MPEs no Turismo: o Arranjo Produtivo Turístico de Canoa Quebrada – CE.Turismo: visão e ação, Itajaí, v. 7, n. 2, p. 273 – 290, maio/ago.2005 BECATTINI, G. El distrito industrial Marshalliano como concepto socioeconômico. Bologna: II Mulino, 1992. 75 BONAZZI, G. Las pequeñas empresas: fascinación y posibles equívocos, en Sociología del trabajo. Madrid: Siglo XXI de España, pp. 147 – 152, 1991. BNDES - ÁREA DE PLANEJAMENTO - DEPARTAMENTO DE PRODUTOS - DEPRO Critérios para Atuação do BNDES em Arranjos Produtivos Locais, 2004. BRITTO, J. Análise das características estruturais dos clusters industriais na economia brasileira. Nota Técnica n. 42/00. Relatório Final de Pesquisa. Diretoria de Políticas Setoriais. Brasília: IPEA, 2000. BURT, R. S.; MINOR, M. J. Applied network analysis: a methodological introduction. Beverly Hills: SAGE, 1983. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. CASSIOLATO, J. E.; SZAPIRO, M. Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <www.redesist.ie.ufrj.br> Acesso em: 12 mar. 2008. CASAROTTO FILHO, N.; PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. CEZARIANO, L. O; CAMPOMAR, M. C. •Vantagem competitiva para micro, pequenas e médias empresas: clusters e APLs. Artigo. Aprovado para publicação em 23 abr 2006. Disponível em:<http://www.iceg.pucminas.br/espaco/revista/12_Vantagem%20competitiva%20para%20 micro,%20pequenas%20e%20m%C3%A9dias%20empresas.pdf>. Acesso em: mai. 2009 COMUNIDADE ATIVA. EBAM - Central das Entidades da Baixada do Maciambu: Guia do Turista. Gráfica Rio do Sul, n. 8, Seção Geral / Associações, p. 6-7, Fevereiro/2008. COMUNIDADE ATIVA. EBAM - Central das Entidades da Baixada do Maciambu: Associações da Baixada do Maciambu. Gráfica Rio do Sul, n. 22, Seção EBAM, p. 11, Maio/2009. CNI - Confederação Nacional da Indústria. Agrupamentos (Aglomerados) de Pequenas e Médias Empresas : Uma Estratégia de Industrialização Local. Rio de Janeiro: CNI, COMPI, 1998. 76 CLEGG, S. R.; HARDY, C. Organização e estudos organizacionais. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1998. CP. Chales do Peninha. Como chegar a Guarda do Embaú: Mapa. Disponível em: http://www.chalesdopeninha.com/images/mapa_guarda_m.JPG>. Acesso em: Maio/2009. CROCCO, M. A.; GALINARI, R.; SANTOS, F.; LEMOS, M. B.; SIMÕES, R. Metodologia de identificação de Arranjos Produtivos Locais Potenciais: uma nota técnica. Texto para Discussão, 212 p. Belo Horizonte: UFMG / CEDEPLAR, 2003. CONTRANDIOPOULOS, A. P et al. Saber preparar uma pesquisa: definição, estrutura, financiamento. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1999. CUNHA, C. R. Mudanças ambientais e estrutura de relacionamento do corredor de transporte centro-leste. Dissertação (Mestrado). 128 fl. Mestrado em Administração. Departamento de Administração. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPR, 2001. CUNHA, Idaulo José. Aglomerados Industriais de Economias em Desenvolvimento: Classificação e Caracterização. Florianópolis: Edeme, 2003. DANTAS, A.; KERTSNETZKY, J.; PROCHNIK, V. Empresa, indústria e mercados. In: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Organizadores. Rio de Janeiro: Campus, 2002. DE LUCA, F. J. Modelo de Cluster eco-industrial de desenvolvimento regional: O pólo de mineração do carvão no sul de Santa Catarina. Tese (Doutorado). 326 fl. Doutorado em Engenharia de produção. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2001. ______. Modelo de Cluster eco-industrial de desenvolvimento: O pólo da mineração do carvão no sul de Santa Catarina. Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2003 EMIRBAYER, M.; GOODWIN, J. Network analysis, culture, and the problem of agency. American Journal of Sociology, v. 9, issue 6, p. 1411-1454, May/1994. EVAN, W (Org). Inter–organizational relations. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1978. FIEMIG. Cresce Minas Gerais: um projeto brasileiro. Belo Horizonte: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, 2000. 77 GARCÍA, A. M. Tejiendo La historia: orígenes y fundadores de La industria del vestido em Villa Hidalgo, Jalisco. Mexico: Prime Staff Consultores, 2000. GTP/APL- Grupo de trabalho permanete para arranjos Produtivos Locais. Ministério do Deenvolvimento, Industria e Comércio Exterior. Governo do Brasil. Brasilia: (1.n), 2007 Gera Negócios. Arranjo produtivo: Plano de Negócio. Disponível <http://www.geranegocio.com.br/html/clus/cluster.html >.Acessado em: Junho/2009. em: GIDDENS, A. Central problems in social theory: action, structure, and contradistion in social analysis. Berkeley: University of California Press, 1979. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GRANOVETTER, M. Economic action and social structures: the problem of embebedness. American Journal of Sociology, v. 91, issue 3, p. 481-510, 1991. GREENHALGH, Leonard. Relacionamentos estratégicos: A chave para o sucesso nos negócios. São Paulo: Negócios, 2002. HUMPHREY, J; SCHMITZ, H. Trust and inter-firm relations in developing and transition economies. UK: IDS, University of Sussex, 1998. IEL - Instituto Euvaldo Lodi. Vantagens da formação do APL. Disponível em: http://www.ielpr.org.br/apl/FreeComponent1575content6086.shtml>. Acesso em: Maio/2009. PELLIN, Valdinho. A Atividade Turística como Alternativa para Promover o Desenvolvimento Local Sustentável: O caso do Município de Rio dos Cedros – SC. 2004. 127 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional) - Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – PPGDR do Centro de Ciências Humanas e da Comunicação da Universidade Regional de Blumenau. Disponível em: < http://proxy.furb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=215>. Acesso em: maio 2009. KANTER, R. M. Collaborative advantage: the art of alliances. Harvard Business Review, p. 96-108, Jul-Aug/1994 78 KRUGMAN, Paul. What`s New About the New Economic Geography? Oxford Review of Economic Policy 14, 2, 1998. KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E. Contribuição do PDACT para a melhoria das condições de competitividade da indústria brasileira. 2003. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/publi/PADCT/lastres.pdf>. Acesso em: Outubro/2008. LAKATOS, E. M.; LAKATOS, E.M. Técnicas de Pesquisa. 2 ed. São Paulo: Atlas. 1990, 231p. LEÓN, M. E. Análise de redes de cooperação das pequenas e médias empresas do setor de telecomunicações. Dissertação (Mestrado) 112 fl. Mestrado em Engenharia de Produção. Escola Politécnica de São Paulo. São Paulo: USP, 1998. MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. Markusen, A. (1996). Stick places in slippery space: a tipology of industrial districts. Economic Geography, [S.I], pp 293 – 313. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ______. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. MARSDEN, P. V. Network data and measurement. Annual Review of Sociology, v. 16, p. 435-463, Summer/1992. MARSHALL, Alfred. Princípios de economia. Coleção Os Economistas, v. 1, Cap. X. São Paulo: Nova Cultural. 1985. MDIC – Ministerio do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior. Manual de apoio aos arranjos produtivos locais. Itajaí, 2008. Disponível em: 79 <http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=1495> Abr/2008. Acesso em: MATTAR, F. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas. 1996. MELO, A. C.; CASAROTO N.F. Cluster e a importância das pequenas e médias empresas. Florianópolis: DEPS/UFSC, 2000. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 19. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. MITCHELL, J. C. The concept and use of social network. In: Evan, W. (org.) Inter – organizational relations. Philadelphia: University of Phyladelphia, 1978. MONTGOMERY, Cynthia A.; PORTER, Michael E. Estratégia: A Busca da vantagem Competitiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratando de metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002 ORSATTO, C. H. A formulação das estratégias da empresa em um ambiente de aglomeração industrial. Tese (Doutorado). 253 fl. Doutorado em Engenharia de produção. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: UFSC, 2002. PLA BARBER, J; LEÓN DARDER, F. El proceso de internacionalización: de la empresa exportadora a la empresa multinacinal. In: Dirección de empresas internacionales, Cap. 4, p. 101 - 128. Madrid, Pearson Educación, 2004. PIRES, M. S. (200). Uma Metodologia de Desenvolvimento Competitivo Sistêmico Baseada em Sistemas de Pequenas Empresas: uma aplicação prática. Tese de Doutorado em Engenharia de Produção. Universidade federal de Santa Catarina. Florianópolis: UFSC. 210p. PORTER, Michael. E. Competição - On competition: estratégias competitivas essenciais. 5ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. ______. A vantagem competitiva das nações. 9. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 80 ______. Clusters and the new economics of competition. Harvard Business Review, Nov – Dec. 1998 ______. Vantagem competitiva. Tradução: BRAGA, Elisabeth M. de Pinho. Rio de Janeiro: Campus, 1990. PERROUX, F. Lês espaces economiques: Economie Appliqueé. Montreal: [s.n.], 1955. PIRES, Márcio de Souza. Uma Metodologia de Desenvolvimento Sistêmico Baseada em Sistemas de Pequenas Empresas: Uma Aplicação Prática. 2000. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. PYKE, F. Y. & SENGENBERGER, W. Los distritos industriales y las pequeñas empresas III. Distritos industriales y regeneración econômica local. Colección Economía y sociologia del trabajo. España: Ministerio de trabajo y seguridad social, 1992. RESENDE, M. F da C; GOMES, J. O. Competitividade e potencial de crescimento do cluster de produtores de moldes para a indústria do plástico de Joinville. Nova Economia. Belo Horizonte, 2004. Disponível em: <http://www.face.ufmg.br/novaeconomia/sumarios/v14n1/Resende.pdf>. Acesso em: Novembro/2008 REDESIST: Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais. Glossário de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br/nt_count.php?projeto=gl1&cod=2>. Acesso em: Março/2008. RICHARDSON, R. J. PESQUISA SOCIAL: Métodos e Técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. RODRIGUES, Suzana Braga. Desafios da administração no século XXI. RAE, São Paulo, Vol. 44, p. 108-110, 2004. Edição especial Minas Gerais. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio do curso de administração: guia para pesquisas, projetos, estágios e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1996. SABATINI, M. S. Os distritos industriais como modelo de crescimento endógeno: o caso do segmento de rochas ornamentais no município de Cachoeira de Itapemirim. Dissertação (Mestrado) Vitória: [s.n.], 1998. 81 SABEL, C. Confianza estudiada: elaboracion de nuevas formas de cooperación em una economia volátil. In: Pyke, F. Y Sengenberger, W. Los distritos industriales y las pequeñas empresas III. Distritos industriales y sociologia del trabajo. España: Ministerio de trabajo y seguridad social, 1993. SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de marketing: conceitos e metodologia. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. SANTA CATARINA MAGAZINE: Edição Especial Palhoça, ano 1, n. 2. Florianópolis: AJB Editora, 2008. SANTOS, Anderson Antonio dos. Arranjo produtivo local do setor pesqueiro de Itajaí/Navegantes. 2008. 104 fl. Trabalho de conclusão de curso – UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriu, 2008. SAMPAIO, C. A. C. et al. Arranjo Produtivo Local como estratégia que promove o ecodesenvolvimento: analise das experiências de Bonito (MS), Lagoa de Ibiraquera (garopaba e Ibituba) (SC) e Santa Rosa de Lima (SC). Itajaí, v. 7, n. 1, p. 72-73, JanAbr/2005. SCAICO, O.; TACHIZAWA, T. Organização flexível: qualidade na gestão por processos. São Paulo: Atlas, 1997. SEBRAE - Viabilizando idéias através do planejamento. <http://www.sebrae.com.br/exibeBia?id=164>. Acesso em: Maio/2009. Disponível em: SEBRAE - Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais. Projeto PROMOS / SEBRAE / BID, 2004. SEBRAE - Arranjo Produtivo do Turismo da Grande Florianópolis. Disponível em: <http://www.sebrae-sc.com.br/produtos/produto.asp?vcdtexto=4960&^^>. Acesso em: Maio/2009. SEBRAE – Arranjos Produtivos Locais –APLs. Disponível em: <http://www.sebraesc.com.br/produtos/produto.asp?vcdtexto=1931>. Acesso em: Maio/2009. SCHMITT, C. et al . Concentrações de empresas: estratégia para a competitividade e a eficiência coletiva. Congresso Latino Americano de Estratégia, Itapema – SC, 2004. Disponível em: 82 <http://www.unisc.br/universidade/estrutura_administrativa/departamentos/administracao/doc s/artigos_b_c/concentracoes_de_empresas.pdf.>. Acesso em: Outubro/2008. SISTEMA FIEP. Arranjos Produtivos <http://www.ielpr.org.br/apl/>. Acesso em: Abril/2008 Locais. Disponível Vantagens do APL. SISTEMA FIEP. em:<http://www.ielpr.org.br/apl/FreeComponent1575content6086.shtml>. Maio/2008. em: Disponível Acesso em: SUGANO, J. Y.; SANTOS, A. C. A competitividade segundo a análise de um grande cluster de produção agroindustrial. Lavras: UFLA, 1999. THOMAZI, Silvia. Cluster de Turismo: Introdução ao Estudo de Arranjo Produtivo Local. São Paulo: Aleph, 2006. TRUJILLO, Victor. Pesquisa de Mercado qualitativa & quantitativa. 2. ed. São Paulo: Scortecci, 2001. UZZI, B. The sources and consequences of embeddedness for the economic performance of organizations: the network effect. American Sociological Review, v. 61, p. 674-698, Aug/1996. VARGAS, M. A. Aspectos conceituais e metodológicos na análise de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Florianópolis: UFSC / NEITEC, 2003. VEIGA, Luciana S.; FARIAS, Josivania S. Avaliação da qualidade dos serviços em uma pousada com a aplicação da escala servqual. Turismo: visão e ação, Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, v. 7, n. 2, p. 257-272, Maio-Ago/2005. VENTURI, J. L. Bases Conceituais e Estruturais para a Formação e Desenvolvimento de Redes de Empresas. Rio do Sul: Nova Era, 2008. VIAJE AQUI – Guia 4 Rodas, Guarda do Embaú. Disponível em: <http://viajeaqui.abril.com.br/g4r/destinos/index.php?destino=9815>. Acesso em: abril/2009 VISCONTI, G. R. Arranjos cooperativos e o novo paradigma técnico econômico. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, p. 317-344, Dez/2001. 83 WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Pousada (hotelaria). http://pt.wikipedia.org/wiki/Pousada_(hotelaria). Acesso em: junho/2009 Disponível em: ZAWISLAK, Paulo Antônio; RUFFONI, Janaína. Sistema Local de Inovação e produção: uma alternativa para o desenvolvimento tecnológico de setores tradicionais. In: ENANPAD, 2001, Campinas, Anais (…), 2001. ZUCKERMAN, H. S., KALUNZNY, A.; RICKETTS, T. Alliances in health care: Wath we know, what we think we know, and what we should know. Health Care Management Review, v. 20, issue 1, p. 54-64, 1999. 84 ANEXOS 85 LISTA DE ANEXOS ANEXO A: Identificação – Relação de Associações pertencentes à Baixada do MaciambuPalhoça/SC .............................................................................................................................. 85 ANEXO B: Identificação do Local da Guarda do Embaú, 19 pousadas em um universo de 69 pousadas ......................................................................................................................... 86 ANEXO C: Mapa das Praias próximas a Guarda do Embaú – Palhoça/SC ........................... 87 ANEXO D: Conjunto de condições para definição de APL ................................................... 88 ANEXO E: Programa para desenvolvimento de APL’s em Santa Catarina .......................... 89 ANEXO F: Arranjo Produtivo do Turismo da grande Florianópolis ..................................... 93 86 ANEXO A - Relação de Associações pertencentes à Baixada do Maciambu – Palhoça/SC Anexo A: Identificação - Relação de Associações pertencentes à Baixada do Maciambu – Palhoça/SC. Fonte: Comunidade Ativa Nº22 Maio/2009 87 ANEXO B - Identificação do Local da Guarda do Embaú, 19 pousadas em um universo de 69 pousadas Anexo B: Identificação do Local da Guarda do Embaú, 19 pousadas em um universo de 69 pousadas. Fonte: CP - < http://www.chalesdopeninha.com/images 88 ANEXO C - Mapa das Praias próximas a Guarda do Embaú – Palhoça/SC Anexo C: Mapa das Praias próximas a Guarda do Embaú – Palhoça/SC Fonte: Comunidade Ativa, n. 8, Fevereiro/2008 89 ANEXO D - Conjunto de condições para definição de APL Anexo D: Conjunto de condições para definição de APL. Fonte: BNDES (2004) 90 ANEXO E - Programa para desenvolvimento de APL’s em Santa Catarina 91 92 93 Anexo E: Programa para desenvolvimento de APLs em Santa Catarina Fonte: SEBRAE < http://www.sebrae-sc.com.br/produtos/produto.asp?vcdtexto=1931&^^> 94 ANEXO F - Arranjo Produtivo do Turismo da grande Florianópolis 95 Anexo F: Arranjo Produtivo do Turismo da grande Florianópolis. Fonte: SEBRAE <http://www.sebrae-sc.com.br/produtos/produto.asp?vcdtexto=4960&^^> 96 APÊNDICES 97 APÊNDICE A – Questionário de Pesquisa PESQUISA – ADMINISTRAÇÃO – UNIVALI / BALNEÁRIO CAMBORIU Senhor empresário, é com satisfação que solicitamos sua especial atenção para responder estas perguntas. Afirmamos que seu nome, ou nome de sua empresa, não será mencionado em nenhum momento, nem no texto, nem tampouco verbalmente, garantindo assim total sigilo. Por esta razão, pedimos para que as respostas sejam as mais verídicas possíveis. Obrigado. 1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 2. Idade: _____anos 3. Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Separado/ Divorciado ( ) Viúvo 4. Quanto tempo você possui Pousada? a. (__) Até 5 anos b. (__) 5 A 10 anos c. (__) 11 a 15 anos. d. (__) 16 a 20 anos. e. (__) Mais de 20 anos. 5. Qual destas estratégias sua empresa tem buscado com mais freqüência? Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) Uma Estratégia de Diferenciação, atendendo de forma diferenciada procurando estar sempre inovando em seu estabelecimento, com maior flexibilidade e preços mais elevados; Exemplo: Poucos Aptos todos com banheira e ar condicionado. b. (__) Uma Estratégia de Custos, oferecendo os serviços de maneira padrão, sem diferenciação, reduzindo custos de serviços e investindo em melhorias de processo; Exemplo: atender o maior número de pessoas com valor reduzido. c. (__) Uma Estratégia de Nicho de Mercado, oferecendo serviços para um grupo de consumidores bem específico, agregando valor; Exemplo atender artistas, surfistas. d. (__) Nenhuma destas estratégias citadas. 6. Assinale o posicionamento que melhor representa sua empresa hoje? Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) Sua empresa busca penetração no mercado, com preços baixos; padrão de serviços básicos e grande volume de clientes; 98 b. (__) Sua empresa busca desenvolver serviços com alto valor agregado e inovação.; c. (__) Sua empresa busca desenvolver mercados, ampliando sua participação e abrindo novas oportunidades em novos lugares.; d. (__) Sua empresa busca primeiro ganhar mercado e volume de clientes e depois investir na melhoria dos serviços oferecidos.; e. (__) Sua empresa busca investir em melhorias dos serviços oferecidos assumindo riscos e endividamentos para assim buscar novos clientes.; f. (__) Nenhuma das alternativas citadas. 7. Quando você busca um parceiro para fazer uma aliança, o que mais leva em conta para ter confiança neste parceiro, seja uma pessoa ou uma empresa? Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) O relacionamento e as parcerias passadas em outros períodos com este parceiro.; Exemplo: Pessoas que já trabalhou e sabe a índole. b. (__) A reputação e a competência do parceiro reconhecidos pela comunidade.; c. (__) A certificação e informação do parceiro, buscados em banco de dados como SERASA ou SPC.; Exemplo: Estar legalmente no mercado. d. (__) Outras alternativas. Qual (is):______________ 8. Em relação aos níveis de confiança, assinale a principal alternativa que melhor traduz sua opinião: Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) A confiança se dá em função das relações sociais pré existentes. b. (__) Considera-se o, respeito mútuo entre as pessoas. c. (__) Leva-se em consideração o aprendizado conjunto de todos do grupo. d. (__) Procura-se conhecer a reputação dos parceiros. e. (__) Nenhuma das alternativas citadas. 9. Em relação a intercâmbios, trocas e alianças, assinale a alternativa que melhor corresponde às ações de sua empresa. a. (__) Compartilho informações com outras empresas do setor. Exemplo: pousadas, restaurantes, agências de turismo, associações. b. (__) Possuo estagiários das universidades locais. c. (__) Possuo consultores externos. d. (__) Tenho parcerias com o Sistema “S” (Senai, Senat, Senar ou Sebrae). e. (__) Nenhuma das alternativas. 99 10. Em sua opinião, qual o grau de importância que tem o relacionamento entre os proprietários de pousadas da Praia da Guarda do Embaú. Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) Muita importância. b. (__) Importante. c. (__) Pouca importância. d. (__) Nenhuma importância. 11. Como você classificaria a base predominante dos relacionamentos mantidos entre a sua organização e as demais Pousadas na região. Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) Por amizade; b. (__) Por graus de parentesco; c. (__) Por status; d. (__) Por questões políticas; e. (__) Por questões econômicas; f. (__) Por questões culturais e/ou religiosas g. (__) Nenhuma destas alternativas. 12. Qual a sua opinião, em relação à desvantagem de formar uma rede de pousadas na região: Assinale apenas uma alternativa. a. (__) Muita concorrência; b. (__) Proximidade dos concorrentes; c. (__) Região visada pelo fisco; d. (__) Localização geográfica; e. (__) Outra_____________________________; f. (__) Não existe desvantagem. 13. Em sua opinião, qual a principal vantagem de formar uma rede de pousadas? Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) Amplia as possibilidades de mercado; b. (__) Reduz custos de manutenção; c. (__) Possibilita investimentos em inovação; d. (__) Auxilia na estabilidade do negócio; e. (__) Melhora a capacitação de mão de obra na cidade; f. (__) Nenhuma as alternativas. 100 14. Em relação às pousadas da região, assinale apenas a alternativa que melhor caracteriza, em sua opinião atualmente este grupo. Assinalar apenas uma alternativa. a. (__) Grupo formado por poucas empresas que estão isoladas e voltadas para o mesmo produto; b. (__) Grupo formado por uma grande concentração de pousadas com fraca relação de convivência c. (__) Existe uma concentração de empresas com fortes relações de convivência entre elas; d. (__) Existe no grupo uma concentração grande de empresas e que forma grupos específicos; e. (__) Existe no grupo uma forte relação com parceiros públicos e privados e com outros grupos de empresas; f. (__) Nenhuma das alternativas. 15. Você faz parte de alguma das associações existentes na região? a. (__) Não b. (__) Sim - Quais:__________________________________________ 16. Você mantém parceria com alguma das pousadas existentes na região? a. (__) Não b. (__) Sim - Quais:__________________________________________ 17. Quais as ações que você pratica com outras pousadas? a. (__) Troca de Informações; b. (__) Indicação de clientes; c. (__) articulação com poder público; d. (__) Outros: _______________________________________ 18. Formação escolar do respondente: a. (__) Ensino fundamental (primário) completo ou incompleto; b. (__) Ensino Secundário completo ou incompleto; c. (__) Ensino superior completo ou em curso; d. (__) Especialização completa ou em curso; e. (__) Mestrado completo ou em curso; f. (__) Doutorado completo ou em curso. 101 19. Para você o grau de parentesco influencia na criação de uma aliança estratégia (trabalho em conjunto) entre as pousadas? a. (__) Totalmente; b. (__) Muito; c. (__) Muito Pouco; d. (__) Nada. 20. Mapear as atividades de suporte e apoio ao aglomerado, considerando sua importância e a qualidade do relacionamento, sendo que: (-2) ameaça forte; (-1) ameaça fraca; (0) neutro; (1) aliado; (2) aliado chave. ATORES Governo Estadual Governo Federal Governo Local ( Prefeitura) Inst. Ensino Superior – IES SANTUR SEBRAE SENAC SESC Sindicato Patronal Vigilância Sanitária Outros: -2 -1 0 +1 +2 102 APÊNDICE B – Termo de autorização da Pesquisa