Carta ao meu avô.
Estamos reunidos para falar do meu avô. E por quê? É simples, ele foi uma pessoa muito
importante para mim. Isto já seria o suficiente para que falassemos nele. Porém ele não foi apenas o
meu avô, para cada um ele teve seu papel. Ele foi pai, marido, avô, bisavô, irmão, amigo, etc. Com isso
podemos dimensionar a sua importância. Conhecemos o meu avô, foi um grande homem. Não
encontramos grandes homens hoje em dia, lhes digo que isso é coisa rara.
Mas e agora, o que fica? Não pensem que ficará apenas a saudade, ficarão seus ensinamentos.
Não os ensinamentos burocráticos da escola formal, são ensinamentos que vieram tacitamente pelos
bons exemplos de quem levou uma vida digna. De tão preciosa esta vida, gostariamos que Deus não o
tivesse tirado de nós. Egoísta que somos, gostariamos que ele ficasse conosco enquanto vivemos,
porém o que seria dele depois que morressemos? Seria muito injusto. Justo foi apoiá-lo enquanto
precisou, e justo é entender que ele se foi.
Peço que procurem o meu avô neste lugar. Há quem diga que ele não esteja mais entre nós. Não
cometam este engano, e não permitam que cometam-o. É verdade que não o temos mais fisicamente,
porém veja os que aqui estão, em todos nós este grande homem deixou um pouco de si. Cada um
carrega um pouco do meu avô. E por isso mesmo cada um terá a sua maneira de se lembrar.
Sei que recordar, nestes últimos tempos, nos fará chorar, porém não esqueçamos que
relembramos momentos felizes. Choremos de saudade. Sim e como pode ser dolorosa a saudade.
Choremos então pela dor que ela nos causa. Mas não choremos jamais de tristeza, não é certo.
Como já disse, encontramos um pouquinho dele em cada um de nós. Portanto, a união da
família é o que o torna presente. Nos separarmos é perder o meu avô, juntos estamos com ele. Mas, e as
próximas gerações, não mais verão o meu avô? Perderão eles este privilégio? Verá o meu filho o meu
avô? Com muita alegria que informo: Sim, ele o verá. Quando ensinar o meu filho a tratar as pessoas
com carinho, educação, honestidade, gentileza, respeito, vocês não tenham dúvida que o meu filho
estará vendo o meu avô.
O meu avô é isso, essa coisa boa em cada um de nós. Por isso repito, o meu avô está aqui, basta
você sorrir.
José Régis Azevedo Varão Filho
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