Modelos de suporte à definição de estratégias Miguel Matias ESTG | Instituto Politécnico de Leiria Janeiro 2015 i Índice ÍNDICE .......................................................................................................................................... II ÍNDICE DE FIGURAS ....................................................................................................................... II INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1 1 ANÁLISE SWOT ................................................................................................................... 2 1.1 Conceito ...................................................................................................................... 2 1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 2 1.3 Metodologia de construção ......................................................................................... 3 2 M ATRIZ DE ANSOFF .............................................................................................................. 6 2.1 Conceito ...................................................................................................................... 6 2.2 Objetivos ..................................................................................................................... 6 2.3 Metodologia de construção ......................................................................................... 7 3 M ATRIZ BCG ....................................................................................................................... 8 3.1 Conceito ...................................................................................................................... 8 3.2 Objetivos ..................................................................................................................... 9 3.3 Metodologia de construção ....................................................................................... 10 4 MODELO GE/MCKINSEY ..................................................................................................... 12 4.1 Conceito .................................................................................................................... 12 4.2 Objetivos ................................................................................................................... 12 4.3 Metodologia de construção ....................................................................................... 12 5 MODELO ADL .................................................................................................................... 14 5.1 Conceito .................................................................................................................... 14 5.2 Objetivos ................................................................................................................... 15 5.3 Metodologia de construção ....................................................................................... 16 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 17 Índice de figuras Figura 1.1 – Estratégias na análise SWOT. ................................................................................................................ 3 Figura 1.2 – Análise SWOT. ....................................................................................................................................... 3 Figura 1.3 – Nova análise SWOT. ............................................................................................................................... 4 Figura 1.4 – Mapa de posicionamento SWOT. ............................................................................................................ 5 Figura 2.1 – Matriz de ANSOFF. ................................................................................................................................. 6 Figura 2.2 – Matriz produtos-mercados da LACTICOOP............................................................................................. 7 Figura 3.1 – Matriz BCG ............................................................................................................................................. 9 Figura 3.2 – Estratégias extraídas da Matriz BCG .................................................................................................... 10 Figura 3.3 – Construção gráfica da matriz BCG ........................................................................................................ 12 Figura 4.1 – Quadrantes da matriz estratégica GE/Mckinsey .................................................................................... 13 Figura 4.2 – Opções estratégicas aplicada à análise dos mercados externos ........................................................... 14 Figura 5.1 – Matriz ADL ............................................................................................................................................ 15 ii MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Introdução A análise e seleção das estratégias consideradas mais adequadas ao desenvolvimento de cada empresa é facilitada pelo recurso a modelos de análise e reflexão estratégicas. São apresentados em seguida alguns dos principais instrumentos e ferramentas de apoio à análise, reflexão e formulação de estratégias organizacionais. Para complementar a análise descritiva apresentada é remetido um ficheiro em excel que apresenta cada um dos modelos analisados, o que facilita a sua utilização e simulação em casos concretos. A análise aos vários modelos é iniciada com a apresentação da análise SWOT que é um modelo amplamente difundido de diagnóstico da situação de uma organização ou projeto. Permite, através da comparação entre o ambiente interno da organização e o seu meio envolvente contextual e transacional, aferir do seu grau de alinhamento e, simultaneamente, evidenciar as causas de eventuais desajustamentos. Em seguida é apresentada a matriz de desenvolvimento estratégico de Ansoff que não é mais que uma matriz biaxial, constituída por quatro células, cada qual representando um par ordenado das variáveis produto e mercado, subdivididas entre atuais e novos. Segundo Ansoff, o desenvolvimento estratégico de uma organização pode efetuar-se através de quatro formas distintas: penetração de mercado, extensão de produto, extensão do mercado ou diversificação (incluindo integração vertical). A matriz BCG é apresentada em seguida e constitui, aquando do seu aparecimento no final da década de 60, uma contribuição de vulto na conceptualização estratégica das organizações, através da introdução de um modelo de análise de equilíbrio da carteira de negócios das organizações: a matriz de Crescimento/Quota de Mercado (Growth/Share Matrix). À matriz do BCG, sucedeu-se o aparecimento, durante a década de 70, de outras metodologias de análise de carteira de negócios propostas, na sua maioria, por consultoras concorrentes do BCG, como sejam a McKinsey que, em colaboração com a General Electric (GE), desenvolveu uma matriz designada por Matriz GE/McKinsey (que relaciona a atratividade da indústria/segmento com a posição competitiva relativa da organização nessa indústria ou segmento de mercado) apresentada em seguida e a Arthur D. Little, através da sua Matriz ADL (que relaciona o Ciclo de Vida da Indústria/Segmento, com a posição competitiva da organização), sendo o ultimo modelo de análise estratégica apresentado. 1 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA 1 Análise SWOT 1.1 Conceito A análise SWOT consiste numa ferramenta analítica de apoio à análise e reflexão estratégica que permite, através da comparação entre o ambiente interno da organização e o seu meio envolvente contextual e transacional, aferir do seu grau de alinhamento e, simultaneamente, evidenciar as causas de eventuais desajustamentos. Foi desenvolvida na década de 60, a partir das contribuições de percursores como Learned, Christensen, Andrews e Guth daquilo a que se viria mais tarde a denominar de Escola do Desenho, no âmbito das correntes de pensamento estratégico. SWOT é a junção das iniciais (em inglês) dos quatro elementos-chave desta análise estratégica: • • • • Strenghts - pontos fortes: vantagens internas da empresa em relação às empresas concorrentes Weaknesses - pontos fracos: desvantagens internas da empresa em relação às empresas concorrentes Opportunities - oportunidades: aspetos positivos da envolvente com o potencial de fazer crescer a vantagem competitiva da empresa Threats - ameaças: aspetos negativos da envolvente com o potencial de comprometer a vantagem competitiva da empresa. A análise SWOT baseia-se na ideia de que o processo de formulação de estratégias organizacionais é o resultado de um processo contínuo de avaliação e seleção de alternativas suscetíveis de assegurar a melhor adequação entre os pontos fortes e fracos da organização com as oportunidades e ameaças provenientes do meio envolvente. 1.2 Objetivos O objetivo prévio é o de identificar e avaliar, através de uma reflexão aprofundada na qual devem participar todos os gestores de topo da empresa e com o grau de profundidade/detalhe e objetividade pretendido, os 4 conjuntos de elementos que compõem o diagnóstico da organização, sendo necessário então reunir uma série de informações: • Internas, para os pontos fortes e fracos • Externas, para as oportunidades e ameaças (aqui é necessário visão e bom-senso) A análise SWOT permite ainda construir uma grelha para as decisões estratégicas a tomar, no presente e no futuro, possibilitando por exemplo, definir e desenvolver estratégias que permitam explorar as oportunidades através dos pontos fortes, converter ameaças em oportunidades e converter fraquezas em forças. A elaboração do diagnóstico estratégico da empresa através do modelo SWOT deve levar à formulação de objetivos estratégicos para a empresa, que devem estar alinhados com as conclusões a que se chegou no diagnóstico obtido. Existem alguns princípios que não podem ser esquecidos quando se elaboram e selecionam as metas a atingir: • Coerência horizontal: Os objetivos dos órgãos situados no mesmo nível organizacional devem estar em consonância e ser coerentes entre eles para evitar conflitos e incompatibilidades. • Coerência vertical: Os objetivos de um nível organizacional devem ajudar à realização dos objetivos do nível organizacional imediatamente superior. • Comunicação total: Os objetivos globais da organização devem ser conhecidos e compreendidos por todos os níveis hierárquicos da empresa. 2 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Por outro lado, para ser eficaz e conduzir a resultados úteis para a empresa, é necessário que: • Esteja definido um horizonte temporal: os resultados devem ter um timing preciso; • Seja escolhido um responsável, • Se defina uma unidade de medida para avaliar os avanços dos vários objetivos • Os objetivos estejam quantificados. A análise SWOT pode ser utilizada para identificar 4 tipologias de orientações estratégicas, consequência do diagnóstico realizado, conforme apresentado abaixo: » Estratégias S-O: perseguem oportunidades que são boas para fortalecer os pontos fortes. » Estratégias W-O: ultrapassam as fraquezas para atingirem oportunidades » Estratégias S-T: usar os pontos fortes para reduzir a vulnerabilidade às ameaças externas. » Estratégias W-T: estabelecer um plano defensivo para prevenir que os pontos fracos sejam suscetíveis às ameaças externas. Figura 1.1 – Estratégias na análise SWOT. 1.3 Metodologia de construção É necessário construir um quadro com os quatro elementos: de um lado, os pontos fortes e fracos e do outro, as oportunidades e ameaças. Figura 1.2 – Análise SWOT. 3 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Em cada uma das interseções do quadro a empresa deve colocar as sugestões relevantes. Neste ponto, um reparo é importante: muitos confundem oportunidades e pontos fortes ou ameaças e pontos fracos. É preciso recordar que as oportunidades e as ameaças referem-se à envolvente externa, enquanto que os pontos fortes e fracos têm a ver com a situação atual da empresa e decorrem, portanto, de uma análise interna. Além disso é possível referir ainda que as ameaças (Threats), em certos casos, não são mais do que oportunidades que podem ser aproveitadas em benefício da empresa num futuro próximo. Assim, a nova análise SWOT substitui o fator "ameaças" ("Threats") pelo fator "tempo" ("Time"). A componente temporal é cada vez mais importante na estratégia das empresas. Muitas das ameaças, tipicamente a entrada de melhores produtos concorrentes no mercado, podem ser equacionadas como uma avaliação de quando é que a empresa deve introduzir novos modelos dos produtos já existentes, sejam eles evoluções dos modelos atuais ou modelos substitutos. A eliminação do fator ameaças do raciocínio estratégico leva a uma abordagem mais positiva mas também pró-ativa. As organizações empresariais devem, antes do mais, fazer um esforço para melhorar as suas competências. Só desta forma estarão aptas a tirar o máximo proveito das oportunidades que vão surgir. Tudo é uma questão de decidir qual é o momento mais apropriado para efetuar as alterações necessárias aos produtos, ou aos serviços, propostos pela empresa aos seus clientes. O quadro exposto anteriormente pode assim ser alterado para o seguinte: Oportunidades a Curto/Médio Prazo Oportunidades a Médio/Longo Prazo Pontos Fortes Pontos Fracos Figura 1.3 – Nova análise SWOT. Deve ser notado que uma potencial ameaça só não pode ser transformada em oportunidade se: - Não existir uma visão estratégica para identificar as oportunidades latentes - Existir visão estratégica para identificar as oportunidades latentes, mas não se consegue explorar por escassez de meios - Existir visão estratégica e competências para explorar as oportunidades, mas não se age atempadamente Dado que a análise SWOT acaba geralmente por se resumir a uma listagem de pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças identificadas pelo autor da análise, dificulta a extração de uma conclusão síntese acerca da vulnerabilidade ou potencial de rentabilidade da empresa em análise. Não é a identificação de uma maior quantidade de pontos fortes ou oportunidades, face a pontos fracos ou ameaças respetivamente, a garantia de uma empresa possuir maior potencial de sucesso. De forma a mitigar os problemas anteriormente identificados, ou seja, de forma a tornar mais objetiva a análise e facilitar por parte do leitor da análise a extração de uma conclusão-síntese sobre a situação da empresa é útil valorar cada um dos itens listados. Para isso pode-se proceder da seguinte forma, numa ferramenta disponibilizada para o efeito no ficheiro excel disponibilizado: 4 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA 1. Começa-se por decidir quais os principais vetores da análise SWOT que devem ser aplicados ao grupo das empresas com atuação similar. 2. Depois explicitam-se as lógicas e razões que balizam cada vetor assim selecionado. 3. Para cada vetor da análise, escolhe-se um fator de ponderação, ou seja, a sua importância no conjunto. O total dos pesos SW e OT deve ser 100%. 4. Com base nos vetores anteriores, aplicando a lógica escolhida, avalia-se cada valor para a empresa a analisar, numa escala de 0=nulo a 10=total. 5. Esta ferramenta fornece dois valores que são a relação entre as Forças e as Fraquezas e a relação entre as Oportunidades e as Ameaças. 6. A ferramenta situa a empresa em análise num Mapa de Posicionamento SWOT, conforme apresentado na figura abaixo. O quadrante em que a empresa se encontra identifica a situação. Mapa de Posicionamento SWOT para Empresa XPTO Neste quadrante situam-se as empresas frágeis mas com potencial de recuperação. Neste quadrante situam-se as empresas fortes com potencial de continuação de sucesso. Neste quadrante situam-se as empresas frágeis condenadas a desaparecer. Neste quadrante situam-se as empresas fortes que se encontram sob ameaça. 5 Baixa Relação Oportunidades/Ameaças Alta 10 0 0 5 Baixa Relação Forças/Fraquezas 10 Alta Figura 1.4 – Mapa de posicionamento SWOT. 5 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA 2 Matriz de Ansoff 2.1 Conceito De acordo com Igor Ansoff, a finalidade última de uma estratégia é a de garantir que uma empresa, sem descurar o retorno económico e financeiro, satisfaz as necessidades dos clientes melhor que a concorrência. Ansoff considera que os critérios de lucro ou de custo não são suficientes para explicar a organização social e humana de uma empresa. A rendibilidade a longo prazo é a meta que todas as empresas deverão tentar atingir. Para isso, a formulação da estratégia empresarial deve iniciar-se pela visão comercial, determinando quais os produtos a vender, e quais os segmentos de mercado servidos. Assim surge a Matriz Produtos-Mercados criada por Ansoff em 1965, daí a designação de matriz de Ansoff, que se apoia no cruzamento dos produtos com a segmentação do mercado. 2.2 Objetivos Ansoff define o conceito de estratégia, como sendo o melhor posicionamento do conjunto de produtos e mercados da empresa, no meio envolvente sistémico e competitivo. Os diferentes posicionamentos podem ser enquadrados na matriz de Ansoff, sinalizando diferentes prescrições estratégicas, conforme apresentado na figura abaixo abaixo M ERC AD O S AT U AI S NO VO S AT U AI S P EN E TR AÇ Ã O DE ME R C ADO DE S E N VO LV I ME NT O DE ME R C ADO NO VO S DE S E N VO LV I ME NT O DE PR O D UTO DI V ER S IF IC AÇ Ã O E/ O U I NT EG R A Ç ÃO V ER TI C AL PR O D UT O S Figura 2.1 – Matriz de ANSOFF. A matriz de Ansoff tem então como objetivo a identificação e o desenvolvimento das estratégias adequadas ao cruzamento dos produtos com os mercados, seguindo-se as ações a empreender: Mercados atuais: 1. Com Produtos Atuais – Penetração de Mercado a. Aumento do consumo/cliente atual; b. Atração de clientes da concorrência; c. Atração de novos clientes para o produto; Trata-se de uma estratégia tendente ao aumento da quota de mercado, de risco relativamente baixo, que pode ser bem sucedida através do reforço da força de vendas, aumento do investimento publicitário ou redução de preços. 2. Com Novos Produtos – Desenvolvimento de Produto a. Desenvolvimento de novas caraterísticas; b. Criação de diferentes gamas de qualidade; c. Desenvolvimento de novos modelos e tamanhos; Trata-se de uma estratégia cujo sucesso depende, essencialmente, da capacidade da organização ao nível do desenvolvimento de novos produtos e da extensão com que esta consegue beneficiar de sinergias ao nível da produção, distribuição, I&D e marketing. O seu sucesso encontra-se ainda condicionado pela eventual retaliação por parte da concorrência e pelo risco de canibalização dos seus produtos atuais. 6 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Novos mercados: 1. Com Produtos Atuais – Desenvolvimento de Mercado a. Expansão para novas áreas geográficas; b. Atração de novos segmentos de mercado; Trata-se de uma estratégia com risco particularmente elevado, sobretudo se implicar a assunção de custos fixos de entrada elevados, se os clientes tiverem preferências diferentes e se existirem concorrentes “entrincheirados”. 2. Com Novos Produtos: a. Por Diversificação i. Concêntrica – produtos com tecnologias e mercados iguais; ii. Horizontal – produtos com tecnologias distintas mas mercados iguais; iii. Conglomerado – produtos com tecnologias e mercados distintos; A adoção de uma estratégia desta natureza recomenda que a diversificação seja tão relacionada quanto possível (para segmentos de mercado adjacentes (na matriz produto-mercado) por forma a assegurar, por um lado, a manutenção de pontos fortes nos fatores críticos de sucesso dos novos segmentos de mercado e, por outro, por forma a poder beneficiar da partilha de recursos (sinergia) com os seus negócios atuais. b. 2.3 Por Integração Vertical i. A Montante – obtenção da posse ou controlo dos meios de abastecimento ii. A Jusante – obtenção da posse ou controlo dos sistemas de distribuição. Metodologia de construção A Metodologia de construção é simples. Passa por inicialmente identificar os vários produtos que compõem a oferta da empresa, com os respetivos segmentos a que são dirigidos: Exemplo da Matriz Produtos-Mercados da LACTICOOP: M E R C A D O S – S E G M E N T O S D E C LI E N T E S NÍVEL ECONÓMICO PRODUTOS; BAIXO ELEVADO I D AD E JOVENS IDOSOS PRODUTOS LÁCTEOS LEITES UHT Grosso √ Pleno vitaminado Pleno + Cálcio √ √ √ √ √ √ √ √ Pleno pré-mamã √ √ QUEIJOS √ √ MANTEIGAS E NATAS √ √ IOGURTES DESPORTISTAS √ Matinal Gresso pasteuriz MULHERES GRÁVIDAS √ √ √ √ √ Figura 2.2 – Matriz produtos-mercados da LACTICOOP 7 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Em seguida, para cada combinação produto / mercado, é identificada uma das 4 estratégias a seguir e implementar, de acordo com a matriz definida inicialmente: penetração de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto ou diversificação e/ou integração vertical. 3 Matriz BCG 3.1 Conceito A consultora Boston Consulting Group (BCG), fundada por Bruce Henderson, subscreve uma contribuição de vulto na concetualização estratégica das organizações, através da introdução, no final da década de 60, do seu modelo de análise de equilíbrio da carteira de negócios das organizações: a Matriz de Crescimento/Quota de Mercado (Growth/Share Matrix), que ficou conhecida como matriz BCG e que permite caraterizar e avaliar a posição estratégica de cada atividade, relativamente a 2 dimensões: » Dimensão crescimento de mercado: ponto de referência corresponde à taxa de crescimento do PNB, ou à média ponderada das taxas de crescimento dos mercados onde a empresa opera; » Dimensão quota de mercado relativa: estando delimitado o mercado de referência (produtos ou marcas com as quais a empresa é confrontada a nível concorrencial), esta quota refere-se à comparação entre as vendas, em unidades, da empresa em cada produto e as vendas do líder ou do concorrente mais perigoso. O ponto médio respeita ao ponto de referência do líder/maior competidor no mercado onde a empresa se situa. Em termos práticos, a quota de mercado relativa é determinável de 2 formas: comparação da quota de mercado absoluta do produto de uma empresa com a quota de mercado absoluta do líder ou (preferencialmente) medida entre o volume de vendas do produto de uma empresa, relativamente ao seu competidor mais direto. A taxa de crescimento considera-se: • Elevada, quando é >10% • Baixa, quando é <10% A quota de mercado relativa considera-se: • Elevada, quando é ≥1 • Baixa, quando é <1 As unidades de medida assumem natureza exponencial. Exemplo: se a marca/produto A detém uma quota de mercado (absoluta – corresponde às vendas em unidades do produto da empresa a dividir pelas vendas totais do mercado) de 10%, num mercado onde o concorrente mais importante possui uma quota de 20%, a quota de mercado relativa de A será de 0,5 (10%/20%) isto é, inferior à unidade. A tipologia do modelo assume 4 tipos de enquadramento: Pontos de interrogação – fraca quota de mercado relativa, mercado forte em rápida expansão. Exige liquidez importante para financiar o crescimento e promoção com sucesso, caso contrário evoluem para pesos-mortos; Estrelas – líderes de mercado, com mercado estagnado ou apático. Requerem meios financeiros para manter o seu crescimento mas, devido ao posicionamento, geram fortes lucros passando, proximamente, a vacas leiteiras; Vacas Leiteiras – mercado em fraco crescimento, empresa com elevada quota de mercado relativa. A liquidez gerada é importante, constituindo uma fonte de financiamento para suportar atividades de diversificação ou de investigação. Nesta fase o objetivo estratégico é “recolher”; 8 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Cães rafeiros – quota de mercado relativa fraca, mercados em envelhecimento. O objetivo é desinvestir ou viver mais modestamente. Inovador + + - Produção de liquidez ESTRELAS + Desastre PONTOS DE INTERROGAÇÃO I&D Crescimento de mercado Necessidades de liquidez VACAS LEITEIRAS CÃES RAFEIROS Mediocridade Seguidor - - + Quota Relativa Figura 3.1 – Matriz BCG 3.2 Objetivos A matriz permite a avaliação do portefólio de produtos/atividades, oferecendo indicações importantes em termos estratégicos sobre a rendibilidade e as necessidades de financiamento para cada tipo de produto/atividade. Os produtos/atividades “cães rafeiros” ou “pesos mortos” têm pouco interesse, devido a estarem em declínio em termos de crescimento. Trata-se de uma área muito concorrencial nos preços, tendo a organização uma quota de mercado relativamente pequena. Dever-se-á, em princípio, equacionar o desinvestimento ou retirada calma do mercado. Os produtos/atividades “?”, “dilemas” ou “problemas” têm um forte crescimento de mercado (normalmente a fase de lançamento), mas uma fraca quota de mercado, exigindo grandes investimentos para continuar a crescer, ou então o desinteresse nos mesmos, devido a uma possível falta de competitividade, daí as suas denominações. Os produtos/atividades “estrelas” ou “vedetas” oferecem grande volume e rendibilidade, mas exigem investimentos elevados para manter tal desempenho, devido à necessidade de mais produção, distribuição, publicidade, etc. para continuarem a crescer. Os produtos/atividades “vacas leiteiras” são os mais rentáveis, em que a organização domina o mercado, que está em maturidade, tendo vantagens competitivas claras. A organização já investe pouco, aproveitando quase todo o lucro. Há estudos que demonstram que estas atividades, se tiverem grandes investimentos, conseguindo inovar e adaptar-se melhor, conseguem manter-se no mercado muito tempo com grande sucesso. O cash-flow gerado pelas “vacas leiteiras” serve para financiar o crescimento e a diversificação da organização, nomeadamente ajudando as “estrelas” e os “dilemas”. 9 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Boas estratégias Más estratégias Figura 3.2 – Estratégias extraídas da Matriz BCG O objetivo será o de constituir uma carteira que contenha: negócios tipo “vaca leiteira” que permitam financiar o desenvolvimento de negócios do tipo “ponto de interrogação”; negócios “estrela”, que ocuparão no futuro o papel das “vacas leiteiras” e negócios “ponto de interrogação”, com previsibilidade de se tornarem futuras “estrelas”. Este modelo apresenta algumas limitações: só é aplicável às atividades atuais da organização; pressupõe que a competitividade da organização depende exclusivamente da sua quota de mercado relativa, quando há outros fatores; restringe-se à análise dos mercados, não analisando os recursos da organização; não se aplica a indústrias fragmentadas, onde o indicador quota de mercado relativa não tem significado; não esquecendo que uma posição dominante através dos custos pode ser posta em causa pela inovação tecnológica e pela melhor qualidade dos produtos/atividades concorrentes. 3.3 Metodologia de construção A representação gráfica da matriz BCG apresenta o posicionamento de cada produto através de um círculo num dos 4 quadrantes em que se reparte a matriz. O posicionamento é obtido pela combinação das variáveis taxa de crescimento de mercado (eixo vertical) e quota de mercado (eixo horizontal). Além disso é ainda possível representar o peso do produto no portfólio de produtos da empresa, dimensionando a área do círculo respetivo, face à dos outros produtos. Na determinação do ponto referente à taxa de crescimento do mercado relativa à empresa ( Vempresa), a marcação no eixo das ordenadas (vertical) é concretizado através da média de acréscimo de vendas em períodos sucessivos, coincidentes com a taxa de referência do crescimento do mercado em si no ultimo ano (Tn): (Vt2 – Vt3) +(Vt1 - Vt2) + ...+ +(Vt0 - Vt1) ∆ Vempresa = Tn Se estivermos a considerar o crescimento dos 3 últimos anos, onde o ano 0 representa o mais atual e o 3 o mais distante, teremos: (Vano 2 – Vano 3) +(Vano 1 - Vano 2) + (Vano 0 - Vano 1) ∆ V3 = 3 Tal variação será comparada com a taxa média de crescimento do mercado onde a empresa atua. 10 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Na determinação do ponto referente à quota de mercado relativa, a marcação no eixo das abcissas (horizontal) é concretizado através de: Seguindo o critério da Quota de Mercado Absoluta do produto: Vp (Vendas do produto da empresa) QA= ∑ Vtm (Vendas de todos os produtos equiparados dos concorrentes) Seguindo o critério da relação entre as vendas do produto da empresa e do competidor mais próximo: Vp (Vendas do produto da empresa) QR= Vpc (Vendas do produto do concorrente mais próximo) Determinado o ponto no quadrante respetivo, há que desenvolver o círculo, em termos de tamanho e de peso. O peso do produto (no portfólio da empresa) QR é calculado por: Vp (Vendas do produto da empresa) QR= Vtpe (Vendas de todos os produtos da empresa) Este peso do produto dimensiona-o na estrutura de vendas da empresa e permite estabelecer as dimensões relativas entre os diversos círculos, correspondentes aos vários negócios da empresa. Se a empresa detiver 3 negócios, haverá lugar a 3 círculos no gráfico BCG, sendo necessário determinar a dimensão do círculo de um primeiro negócio, e depois proporcionar os restantes. Partindo de um negócio (produto) da empresa, há que calcular o raio do círculo (R). Este raio estará relativizado à quota absoluta detida pela empresa quanto ao produto (QA). Admitindo como “L” o comprimento (em centímetros) do lado da matriz, o raio é calculado por: R= √( QA x L2 ∏ ) Tal equação é facilmente demonstrável. Considerando que a área total do quadrado correspondente aos 4 quadrantes da matriz é dada por L x L e é equivalente à unidade, e tomando como valor percentual a quota de mercado absoluta pré calculada (vendas totais da empresa naquele produto a dividir pelas vendas totais do mercado nos produtos onde a empresa concorre ou pelas vendas do concorrente mais direto, filtrando apenas as que são desenvolvidas pela empresa), a área ocupada por 2 aquela quota absoluta é equivalente ao produto da área L por QA (em %). Por outro lado, essa mesma 2 área corresponde à área do círculo que é x R . Igualando as duas áreas extrai-se facilmente o valor de R. Na folha de excel de suporte a este texto, obtém-se a matriz da seguinte forma, atento o exemplo do produto E: 11 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Figura 3.3 – Construção gráfica da matriz BCG 4 Modelo GE/Mckinsey 4.1 Conceito À semelhança do que aconteceu com o modelo BCG, surge na década de 70, um novo modelo também criado por uma consultora, a McKinsey que, em colaboração com a General Electric (GE), desenvolveu uma matriz designada por Matriz GE/McKinsey. É um dos modelos de planeamento mais divulgados em todo o mundo. O modelo recorre a duas variáveis agregadas, a atratividade da indústria e a posição competitiva da empresa, que são medidas de forma ponderada por vários fatores-chave e permitem formar uma matriz à qual podem ser reportados o(s) negócio(s) da empresa e retirarem-se algumas considerações estratégicas. 4.2 Objetivos Tal como o modelo BCG, o seu objetivo e servir de suporte à tomada de decisão em termos de seleção das estratégias, através da análise da gama de atividades. Mas, enquanto o Modelo BCG é utilizado em setores em fase de maturidade, onde se revela o efeito experiência e a dimensão volume das indústrias, o Modelo GE/Mckinsey é aplicável em setores que experimentam fases de crescimento. Em termos dos seus limites de avaliação, o modelo apresenta certos problemas de medida, implica um procedimento pesado quando há grande número de atividades distintas e critérios próprios inerentes a cada uma, os valores obtidos são médias, por meio de agregação, e as recomendações são muito gerais. De qualquer forma, não são retirados mérito e validade à técnica. 4.3 Metodologia de construção A determinação do nível de atratividade de cada indústria e da força competitiva de cada negócio envolve 4 passos: Classificar a atratividade relativa de cada indústria Passo 1: Selecionar os fatores da atratividade da indústria Passo 2: Atribuir pesos a cada fator (soma dos pesos = 1.0) Passo 3: Classificar cada indústria em cada fator (escala de 1 a 10) Passo 4: Calcular as classificações ponderadas associadas a cada fator (peso x classificação), de forma a obter um valor global para a atratividade de cada indústria 12 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Classificar a capacidade (ou força) competitiva de cada negócio Passo 1: Selecionar os fatores de capacidade (ou força) competitiva Passo 2: Atribuir pesos a cada fator (soma dos pesos = 1.0) Passo 3: Classificar cada negócio em cada fator (escala de 1 a 10) Passo 4: Calcular o somatório das classificações ponderadas associadas a cada fator (peso x classificação), de forma a obter um valor global de força competitiva para cada negócio A partir daqui integra-se cada negócio na matriz geral, donde resultarão orientações particulares para cada negócio em exploração, conforme apresentado no exemplo abaixo: Figura 4.1 – Quadrantes da matriz estratégica GE/Mckinsey A matriz de GE/Mckinsey pode ser igualmente aplicável à análise dos mercados externos, substituindo as variáveis analisadas, por atratividade do país e força competitiva da empresa no país. Veja-se o seguinte exemplo: ESCALA DE AVALIAÇÃO PESOS CRITÉRIOS (TOTAL 100) FRACA MÉDIA FORTE 1 3 5 Países fora da Europa e USA Europa + USA Europa ATRATIVIDADE Acessibilidade do mercado Taxa de Crescimento Extensão do Ciclo de Vida Potencial bruta de margem Dureza da concorrência Possibilidades de diferenciação (para além do preço) < 5% 5% a 10% > 10% < 2 anos 2 a 5 anos > 5 anos < 15% 15% a 25% > 25% Oligopólio estruturado Concorrência não estruturada Concorrência atomizada Produto banal Produto pouco diferenciado Produto muito diferenciado > 2000 2000 a 200 < 200 Concentração da clientela 13 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA COMPETITIVIDADE Quota de mercado relativa < 1/3 do líder > 1/3 do líder Líder Preço de Custo > Concorrente direto = concorrente direto < concorrente direto “Me too product” Produto pouco diferenciado “unique selling position” Difícil de controlar Fraco controlo Perfeitamente controlado Intermediários não controlados Intermediários controlados Venda direta Inexistente Imagem leve Forte imagem Qualidades distintivas Grau de controlo técnico Utensílio de venda Notoriedade – imagem Força competitiva da empresa no país Média Elevada Crescimento via Desinvestimento/JointCrescimento via investimento direto venture investimento direto Reduzida Elevada Atratividade do país Média Reduzida Desinvestimento/transa ções/projetos Investimento seletivo/projetos/ transações Crescimento via investimento direto Desinvestimento/ transações Desinvestimento/ transações Investimento seletivo/projetos/ transações Figura 4.2 – Opções estratégicas aplicada à análise dos mercados externos Esta matriz só é aplicável se a empresa tiver um perfil de internacionalização local ou multinacional, por não entrar em consideração com inter-relações estratégicas entre as atividades localizadas em diferentes países, sendo cada mercado geográfico gerido de forma independente. 5 Modelo ADL 5.1 Conceito O modelo ADL, tal como os modelos BCG e McKinsey/GE, tem aplicação em empresas com carteiras (portfólios) constituídas por vários negócios/produtos. A natureza da vantagem competitiva a explorar pela empresa não deve ser estática, sob risco de deixar de se adequar às necessidades dos clientes e às iniciativas dos concorrentes. Por isso, a estratégia de produtos-mercados da organização deverá ser ajustada à evolução do ciclo de vida da indústria e à variação das caraterísticas do negócio. Daqui decorre o interesse no modelo de posição competitiva ADL (Arthur D. Little) que estrutura o seu quadro de análise estratégica a partir de duas variáveis: o ciclo de vida da indústria e a posição competitiva da empresa. O ciclo de vida revela o grau de maturidade do produto na industria/setor e radica nas quatro fases do ciclo de vida estando implícito as necessidades financeiras das atividades que são importantes nas duas primeiras fases do ciclo e declinam fortemente de seguida, bem como o nível de risco setorial correspondente a probabilidades de variações importantes ou de ruturas imprevistas da atividade (novas regulamentações, inovações tecnológicas, explosão do mercado, etc.) mais suscetíveis de acontecer nas fases iniciais A posição competitiva mede a força relativa da empresa (por comparação com os concorrentes) nos principais fatores críticos de sucesso da atividade analisada. 14 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA 5.2 Objetivos Consoante a capacidade concorrencial relativa e a fase do ciclo de vida da indústria em que o produto se encontra, a matriz ADL sinaliza a orientação estratégica mais adequada. As empresas devem adotar uma estratégia entre investir na expansão da matriz produtos-mercados para ganhar quota de mercado, especializar-se em segmentos restritos ou, então, reduzir seletivamente a matriz de produtosmercados. Fase do Ciclo da Industria Posição Competitiva Dominante Introdução Crescimento Conquista de quota Maturidade Defesa de quota Crescimento indústria com Defesa da posição Crescimento indústria com Defesa da posição Conquista de quota Forte Conquista de quota Conquista de quota Favorável Conquista seletiva de quota Produto A Conquista seletiva de posição Conquista de quota Conquista posição ou saída Defesa de um segmento ou saída Sustentável Fraca de Declínio seletiva Seleção e defesa de Desinvestimento um segmento seletivo Produto B Seleção e defesa de Desinvestimento Abandono um segmento s e l e t i v o Defesa do segmento Desinvestimento seletivo Abandono Abandono Figura 5.1 – Matriz ADL As prescrições estratégicas são as seguintes: » Conquista de quota (ou crescimento natural) Assente no reforço do investimento nestes negócios, esta estratégia destina-se essencialmente aos negócios em segmentos ou setores que se encontram numa fase de introdução do seu ciclo de vida e, bem assim, aos negócios em que a organização detém uma posição competitiva de moderada a muito forte (dominante),não obstante ocorrerem em segmentos ou indústrias que se encontrem em fases mais avançadas do seu presumível ciclo de vida. Dependendo da fase do ciclo de vida em que se encontrem as respetivas indústrias ou segmentos, as estratégias específicas a adoptar nesses negócios podem evoluir desde o simples reforço do investimento em atividades como I&D e criação de barreiras à entrada (através da aquisição de patentes), passando pela intensificação da atividade comercial, penetração em novos mercados, desenvolvimento da capacidade produtiva, diversificação dos canais de distribuição e investimentos ao nível de marketing, até à optimização da rentabilidade dos negócios e maximização dos fundos libertos, com recurso à exploração das dinâmicas de custos (economias de escala, economias de experiência e sinergias), sobretudo através da integração vertical (a montante e/ou jusante), concentração, internacionalização, ou mesmo através da externalização, racionalização ou mesmo desinvestimento; » Defesa do segmento (ou desenvolvimento seletivo) Trata-se de uma estratégia especialmente aconselhada para negócios com posições competitivas baixas a moderadas, em segmentos ou indústrias em fase de crescimento, maturidade ou envelhecimento. Objetivam, essencialmente, a melhoria da sua rentabilidade, através do aumento da sua posição competitiva. Assumem aqui especial destaque, por um lado, as estratégias especificamente desenhadas para o aumento da quota de mercado (designadamente através do reforço dos recursos nas funções comercial e de marketing) e, por outro, as vocacionadas para o aumento da eficiência da exploração; 15 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA » Abandono Configura uma estratégia particularmente adequada a negócios em crescimento, maduros ou envelhecidos com baixas posições competitivas e destina-se fundamentalmente, a assegurar à maximização do retorno possível, sem necessidade do recurso a investimentos adicionais. Trata-se de uma estratégia que, em última instância, conduz ao abandono puro e simples daqueles negócios, tão cedo a sua rentabilidade se encontre definitivamente comprometida. Esta relação entre o ciclo de vida da indústria e a natureza da vantagem competitiva não é casuística, dado que o tipo de vantagem competitiva que as empresas decidem explorar influencia as suas estratégias de Produtos-Mercados. Por isso é conveniente complementar a análise com uma caraterização do setor onde a empresa atua, através de uma matriz de meios envolventes estratégicos. 5.3 Metodologia de construção São necessários apenas 3 passos para a construção da matriz ADL: • Identificar a fase do ciclo de vida da indústria em que se encontra cada produto; • Determinar a sua posição competitiva; • Traçar a posição na matriz (que resulta num ponto que é a interseção entre a localização que registou em cada uma das variáveis: ciclo de vida no eixo horizontal e posição competitiva no eixo vertical). 16 MODELOS DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Bibliografia Ansoff, I. (1965), Corporate strategy: an analytic approach to business policy for growth and expansion. Ed. McGrawHill. Freire, A (2008), Estratégia - Sucesso em Portugal, Texto Editora, 12ªed Grant, Robert M. (2002), Contemporary Strategy Analysis: Concepts, Techniques, and Applications. Malden, MA: Blackwell, 7ªed. Hill, C. e Jones, G. (2013), Strategic management: An integrated approach, Houghton Mifflin Company, 10ª ed Porter, M. (1980); Competitive strategy: techniques for analysing industries and competitors with a new introduction, Ed. The Free Press. Serra, F.; Ferreira, M.; Torres, M.; Torres, A. (2010), Gestão estratégica: Conceitos e prática, Lidel Ed. Técnicas. 17