0 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CAMPUS BENTO GONÇALVES – RIO GRANDE DO SUL CAMILA DE CAMPO DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE MORANGOS CV. AROMAS BENTO GONÇALVES 2012 1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CAMPUS BENTO GONÇALVES CAMILA DE CAMPO DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE MORANGOS CV. AROMAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Rio Grande do Sul – Campus Bento Gonçalves como parte dos requisitos para conclusão do curso. Profª Orientadora: MSc. Camila Duarte Teles Co-orientadora: Dra. Lucimara Rogéria Antoniolli BENTO GONÇALVES 2012 2 CAMILA DE CAMPO DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE MORANGOS CV. AROMAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Rio Grande do Sul – Campus Bento Gonçalves como parte dos requisitos para conclusão do curso. COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________ Prof. Dra. Andressa Comiotto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, IFRS ____________________________________ Profa. MSc. Camila Duarte Teles Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, IFRS ____________________________________ Profa. Josiane Pasini Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, IFRS 3 DEDICATÓRIA À minha família, pelo apoio em todos os momentos da minha vida. Dedico 4 AGRADECIMENTOS À minha família, especialmente aos meus pais Luciana e Marcelo, pela paciência, amor, e por sempre terem me encorajado para seguir em frente. À Rejane, pela dedicação, apoio e carinho de sempre. A todos os professores e funcionários do IFRS, especialmente à minha orientadora Camila Duarte Teles, pelo auxílio e dedicação. À minha colega, e acima de tudo amiga, Vitória, pela amizade e por todos os momentos e dificuldades compartilhados juntas desde o início do curso. À Dra. Lucimara Rogéria Antoniolli, por ter me recebido na Embrapa, pela ajuda, e por tudo que aprendi ao longo desses meses de estágio. A todos os colegas do Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita da Embrapa Uva e Vinho: Jéssica, Maurício e Paula, pela amizade e ajuda nos experimentos. Agradeço a todos de forma especial, pois sem vocês nada disso seria possível. Muito obrigada! 5 EPÍGRAFE “O que quer que você seja capaz de fazer, ou imagina ser capaz, comece. Ousadia contém gênio, poder e magia." Goethe 6 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................8 LISTA DE TABELAS.............................................................................................................9 RESUMO.................................................................................................................................10 ABSTRACT.............................................................................................................................11 1. Introdução.............................................................................................................................12 2. Revisão da literatura.............................................................................................................14 2.1 Morango.............................................................................................................................14 2.2 Desidratação osmótica.......................................................................................................16 2.2.1 Agente desidratante...........................................................................................19 2.2.2 Temperatura......................................................................................................20 2.2.3 Concentração da solução osmótica......................................................................21 2.2.4 Tempo de imersão..............................................................................................21 2.2.5 Agitação............................................................................................................22 2.3 Secagem em estufa á vácuo...................................................................................22 3. Material e métodos.........................................................................................................24 3.1 Fluxograma do experimento de desidratação osmótica.............................................. 24 3.2 Matéria-prima..............................................................................................................25 3.2.1 Preparo das amostras............................................................................................. ..25 3.3 Preparo da solução osmótica.......................................................................................27 3.4 Banho-maria................................................................................................................28 3.5 Processo de desidratação osmótica..........................................................................29 3.6 Secagem em estufa à vácuo........................................................................................29 3.7 Acondicionamento.....................................................................................................30 3.8 Análises físico-químicas............................................................................................30 3.8.1 pH...........................................................................................................................30 3.8.2 Sólidos Solúveis.....................................................................................................31 4. Resultados e discussão................................................................................................32 4.1 Caracterização da fruta in natura..............................................................................32 4.2 Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente...........................................................................................32 4.2.1 pH..........................................................................................................................33 7 4.2.2 Ganho de sólidos solúveis...................................................................................34 4.2.3 Influência da concentração da solução osmótica na perda de massa......................34 4.2.4 Influência do tempo em banho-maria na perda de massa......................................35 4.2.5 Crescimento fúngico...........................................................................................35 5. Considerações finais................................................................................................37 6. Referências..............................................................................................................38 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fluxograma do processo de desidratação osmótica..........................................24 Figura 2: Morangos submetidos ao processo de branqueamento....................................26 Figura 3: Suporte para acomodar os morangos durante o processo de branqueamento............................................................................26 Figura 4: Morangos imersos em solução osmótica..........................................................27 Figura 5: Preparo das soluções osmóticas em banho-maria............................................28 Figura 6: Morangos em banho-maria..............................................................................28 Figura 7: Morangos acondicionados em estufa à vácuo para desidratação.......................30 Figura 8: Determinação do pH......................................................................................31 Figura 9: Determinação de Sólidos solúveis...................................................................31 Figura 10: Morangos do ensaio 1 com crescimento fúngico após 6 dias do tratamento................................................................................36 Figura 11: Morangos do ensaio 2 sem crescimento fúngico após 10 dias do tratamento..........................................................................................36 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tratamentos realizados (combinação tempo de imersão x concentração da solução osmótica) na desidratação de morangos cv. Aromas ............................................................29 Tabela 2: Caracterização físico-química de morango cv. Aromas in natura.........................32 Tabela 3: Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente, após 60 minutos em banho-maria...................................................................................................33 Tabela 4: Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente, após 120 minutos em banho-maria.................................................................................................33 Tabela 5: Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente, após 180 minutos em banho-maria.................................................................................................33 10 RESUMO O morango possui conservação limitada após a colheita, por possuir elevada atividade de água, sendo suscetível às podridões causadas principalmente por Botrytis cinerea. A desidratação osmótica tem sido sugerida como uma operação unitária importante, em conjunto com secagem convectiva, na transformação de frutos perecíveis em novos produtos com maior vida de prateleira e maior valor agregado. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de três concentrações de solução osmótica (40, 60 e 80 %), bem como a influência do tempo de imersão de morangos cv. Aromas nas respectivas soluções osmóticas por 60, 120 e 180 minutos em banho-maria, com posterior secagem em estufa à vácuo por 24 h a 65°C. O aumento da concentração da solução osmótica proporcionou maior perda de massa, sendo que esta foi maior também para o tempo inicial de imersão em banho-maria de 60 minutos. O tratamento utilizando concentração 80 % de sacarose, no tempo de 60 minutos, proporcionou maior perda de água, e consequentemente, maior perda de massa, sendo, portanto, o tratamento mais favorável para o processo. Palavras-chave: Desidratação osmótica, Fragaria x ananassa Duch, sacarose, tempo de imersão DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE MORANGOS CV. AROMAS 11 OSMOTIC DEYIDRATION OF STRAWBERRY CV. AROMAS ABSTRACT The strawberry has limited storage after harvest, because it has high water activity, being susceptible to decay caused mainly by Botrytis cinerea. Osmotic dehydration has been suggested as important a unit operation, together with convective drying, the processing of perishable fruits in new products with longer shelf life and higher added value. This study aimed to evaluate the influence of three concentrations of osmotic solution (40, 60 and 80%) as well as the influence of immersion time of strawberries cv. Aromas in their osmotic solutions for 60, 120 and 180 minutes in a water bath with subsequent drying in vacuum oven for 24 h at 65 ° C. The increase in sucrose concentration provided the greatest weight loss, and this was also higher for the initial time of immersion in a water bath at 60 minutes. The treatment with 80% sucrose concentration, time of 60 minutes in a greater loss of water, and consequently, higher weight loss, and therefore more favorable to the treatment process. Keywords: Osmotic dehydration, Fragaria x ananassa Duch, sucrose, immersion time 12 1 INTRODUÇÃO O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas, com uma colheita anual de quase 40.000.000 toneladas (SEBRAE, 2005). Apesar disso o Brasil importa a maior parte das frutas frescas consumidas no país. Em 2010 o país importou 97.261 kg de morangos in natura, enquanto que exportou somente 2.976 kg (IBRAF, 2010). As pequenas frutas vêm despertando a atenção dos produtores e do mercado consumidor mundial (ANTUNES et al., 2001), e o morango é um dos mais importantes representantes deste grupo (DUARTE FILHO et al., 2001). O morango (Fragaria x ananassa Duch.) é produzido e apreciado nas mais variadas regiões do mundo por seu aspecto nutritivo e atrativo, pois é fonte de vitamina C, potássio, cálcio e magnésio, dentre outros nutrientes, bem como por seu flavor agradável, sendo a espécie de maior expressão econômica entre as pequenas frutas (OLIVEIRA et al., 2005; CAMPOS; RODOVALHO, 2009; CASALI, 2004). Em 2006, o Brasil produziu cerca de 100 mil toneladas, cultivadas numa área próxima a 3.500 ha (ANTUNES; REISSER JÚNIOR, 2007). Esta produção é quase integralmente voltada para o mercado interno, sendo 30% destinada ao processamento e aproximadamente 70% destinada ao consumo in natura (MADAIL et al., 2007). A comercialização dos frutos in natura tem como limitante a rápida perda de qualidade pós-colheita (DEL-VALLE, 2005; CIA et al., 2007), sendo a vida útil do morango fresco de aproximadamente 5 dias quando mantido a baixas temperaturas (0 a 4ºC) (HAN et al., 2004; VARGAS et al., 2006). A infecção fúngica exerce papel determinante na vida útil dos pequenos frutos, sendo o Botrytis cinerea responsável pela podridão cinzenta, a espécie mais encontrada (HAFFNER et al., 2002). Além da grande suscetibilidade à degradação fúngica, (HAN et al., 2005; VARGAS et al., 2006; HAFFNER et al., 2002) são considerados fatores limitantes à vida útil do morango sua fragilidade e alta taxa respiratória (GONÇALVES et al., 2004; HAN et al., 2005). A desidratação osmótica representa uma alternativa tecnológica para reduzir perdas pós-colheita de frutos. Essa tecnologia tem sido usada, principalmente como pré-tratamento de alguns processos convencionais como a liofilização, a secagem à vácuo e a secagem por ar, a fim de melhorar a qualidade final, reduzir custos energéticos ou mesmo para desenvolver novos produtos. Na literatura existem trabalhos que exploram esse aspecto de utilização da desidratação como uma etapa prévia destes processos (FERNANDES et al., 2006; ANDRADE et al., 2007; RASTOGI et al., 2002). 13 Diversos estudos e ensaios tem sido realizados com morangos, a fim de prolongar e otimizar sua vida de prateleira. No entanto, os estudos de desidratação osmótica aplicada ao referido fruto são escassos, sendo necessária a realização de testes para otimização e posteriormente aplicação desta tecnologia. Considerando as limitações tecnológicas para a obtenção de morangos desidratados com qualidade, a desidratação osmótica surge como uma opção à padronização deste processo, para obtenção de um produto com cor, textura e sabor adequados, além de possibilitar redução nas perdas pós-colheita do fruto, que apresenta barreiras em sua comercialização in natura devido à alta perecebilidade. Neste trabalho, objetivou-se avaliar as características físicas e químicas de morangos desidratados osmoticamente, bem como verificar a influência da desidratação osmótica para conservação de morangos pós-colheita. Foi observada também a influência da concentração da solução osmótica, e do tempo de imersão dos frutos nas referidas concentrações de solução em banho-maria, a fim de encontrar a melhor combinação concentração da solução x tempo de imersão que proporcionasse maior perda de massa dos frutos. 14 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Morango A produção mundial de morango é de 3,1 milhões de toneladas por ano (IEA, 2007). A oferta mundial de morangos frescos, já ultrapassou as 1.900.000 tonelada, com pequenas variações para mais ou para menos (AGRIANUAL, 2006). O maior país produtor mundial de morangos para consumo fresco (in natura), e líder na produção congelada são os Estados Unidos que contribui com aproximadamente 52 % do total ofertado, seguido pela Espanha com 15 %, Japão com 10%, Polônia com 9 %, México com 7 %, e Itália com 4 %. Em 2006, a produção americana foi de 1.019.449 toneladas da fruta fresca, sendo que 795.000 toneladas foram consumidas no mercado interno (AGRIANUAL, 2008). A produção comercial de morangos ocorre em vários estados brasileiros graças à adaptabilidade das diversas cultivares introduzidas no país. Sua safra possibilita produção de junho a março (CASALI, 2004). É um mercado bastante atrativo, visto que além da produção primária, no consumo dos frutos in natura, essa cultura é de grande importância para a agroindústria regional, sendo matéria-prima para a produção de sorvetes, bebidas lácteas, doces, licores, geleias, entre outros (FILHO et al., 2007). O comércio in natura é comumente realizado em bandejas de poliestireno ou de polietileno teraftalato transparente, envoltas por filme de policloreto de vinila (PVC) (ANTUNES, 2002). A classificação botânica define o morango como sendo a única hortaliça pertencente da família Rosaceae, ao gênero Fragaria e a espécie Fragaria x ananassa Duch ex Rozier, resultado do cruzamento entre as espécies F. chiloensis e F. virginiana (SILVA et al., 2007). Atualmente, através de cruzamentos foram desenvolvidas inúmeras variedades componentes da base genética Fragaria x Ananassa, permitindo maior amplitude de adaptação e qualidade das cultivares de morango (OLIVEIRA; SANTOS, 2003). As principais cultivares de morangueiro utilizadas no Brasil provém dos Estados Unidos, destacando-se Aromas, Camarosa, Camino Real, Diamante, Dover, Oso Grande, Sweet Charlie e Ventana. No Rio Grande do Sul, a Camarosa é a cultivar de dias curtos mais plantada, sendo utilizada para consumo in natura e produção de doces, sucos e geleias (OLIVEIRA et al., 2005). A cv. Aromas foi lançada em 1997 pela Universidade da Califórnia, sendo descrita como muito produtiva. Os frutos dessa cultivar são grandes, bastante firmes, com coloração vermelha acentuada, sabor agradável e qualidade excelente para consumo in natura e industrialização (UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 2009). 15 O morango é considerado um fruto de clima temperado e tem atração peculiar por sua coloração vermelha-brilhante, odor característico, textura macia e sabor levemente acidificado. O sabor característico é proveniente principalmente do ácido cítrico (10-18 mEq/) (LIMA, 1999; PAZINATO, 1999). A doçura do morango está relacionada a quantidade de glicose e frutose, açúcares que predominam no fruto, e em proporção menor o xilitol, o sorbitol e a xilose, sendo estes os componentes mais abundantes encontrados no teor em sólidos solúveis (SS). Para que um fruto seja sensorialmente aceitável deve possuir um teor mínimo de sólidos solúveis de 7 °Brix (AZEVEDO, 2007; KADER, 2004). Segundo Kader (1991) o morango possui teor de sólidos solúveis totais entre 4,1 e 11,9 °Brix, dependendo da cultivar e dos fatores précolheita. A água é o composto mais abundante do morango, o fruto possui alto teor de umidade, que pode atingir 90-95 % da parte comestível (GEBHARDT et al., 2002), tornando-o dessa forma altamente susceptível a deterioração e à desidratação. Um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores é a perda devido à curta vida pós-colheita, em função da alta perecibilidade do produto . O morango ainda é um fruto rico em vitaminas e sais minerais. Dentre as vitaminas nele presentes destaca-se a vitamina C, que, por ser uma vitamina instável, sua quantidade pode variar de acordo com o manuseio pós-colheita, além da cultivar, estado de maturação do fruto e condições de cultivo. Dos minerais tem-se a presença de potássio, magnésio e cálcio (AZEVEDO, 2007). A cor vermelha do morango se dá pelo conteúdo e perfil de antocianinas presentes. A principal antocianina é a pelargonidina-3-glucosídeo, constituindo cerca de 90% da composição total, seguida da cianidina-3-glicosídeo (AZEVEDO, 2007). O conjunto dos compostos voláteis do morango é determinante para sua qualidade aromática e depende de fatores genéticos, ambientais e do estado de desenvolvimento. O aroma típico do morango deve-se essencialmente ao seu conteúdo ésteres voláteis, que se desenvolvem durante o amadurecimento. Os morangos também produzem metabólicos resultantes da fermentação, incluindo acetaldeído, etanol e acetato de etilo quando acondicionados sob condições desfavoráveis (AZEVEDO, 2007). O morango é também considerado um fruto não-climatérico (CHITARRA e CHITARRA, 1990), sendo de difícil conservação devido à sua rápida degradação pela atividade metabólica e grande susceptibilidade ao ataque de agentes patogênicos. Pizarro (2009), ao avaliar diferentes temperaturas de armazenamento para morango, verificou que a temperatura de 0 ºC 16 possibilitou maior vida de prateleira aos frutos. Segundo Instituto de Tecnologia dos Alimentos (ITAL,1978), o morango é considerado uma das frutas mais sensíveis ao apodrecimento, sendo os responsáveis por essa rápida deterioração os fungos dos gêneros Botrytis, Penicillium, Phomopsis e Rhizopus. Um dos grandes problemas na produção do morango é a conservação após a colheita, pois se trata de um produto extremamente perecível, atingindo, conforme a cultivar e as condições ambientais, perdas totais em apenas 48 horas depois de colhido (RONQUE, 1998). De acordo com Cantillano (2005), morangos podem ser conservados por 3 a 5 dias sob condições de 0 °C e 90 % a 95 % umidade relativa (UR). Entretanto, para o armazenamento prolongado, somente a redução da temperatura não é suficiente para manter a qualidade dos frutos, sendo necessário utilizar técnicas complementares, visando ao prolongamento da sua vida útil (MALGARIM et al., 2006). 2.2 Desidratação osmótica A demanda por produtos naturais, saudáveis e à base de frutas tem crescido rapidamente, não apenas como produtos acabados, mas também como ingredientes a serem incluídos em alimentos mais elaborados, como sorvetes, cereais, laticínios, produtos de confeitaria e panificação. O tratamento osmótico tem se apresentado como uma ferramenta tecnológica importante para o desenvolvimento de novos produtos derivados de frutas, com valor agregado e com propriedades funcionais (TORREGGIANI; BERTOLO, 2001). A desidratação de alimentos vem sendo objeto de muita pesquisa na procura de métodos de secagem que proporcionem, além de baixo custo, produtos que conservem, com pouca alteração, suas características sensoriais e nutritivas (FALCONE; SUAZO, 1988). A busca por produtos mais próximos do natural e com alto grau de saudabilidade tem levado os fabricantes a abandonarem métodos altamente artificiais de conservação e processamento, como a adição de conservantes, tipo sulfitos, benzoatos e sorbatos. Da mesma forma, a adição de corantes e aromas artificiais tem sido banida (EMBRAPA, 2007). Um método que está ganhando interesse é o de desidratação osmótica de alimentos, que consiste na imersão do mesmo em solução aquosa hipertônica (SERENO et al., 2001). Durante este processo ocorrem três tipos de transferência de massa com fluxo contra-corrente: fluxo de água do sólido para solução, transferência de soluto da solução para o sólido e fluxo de solutos do sólido para a solução (RAOULT-WACK, 1994). 17 As principais vantagens do processo de desidratação osmótica sobre os processos tradicionais de secagem são: inibição do escurecimento enzimático, com a retenção da cor natural sem a utilização de sulfitos, maior retenção de componentes voláteis durante subsequente secagem e baixo consumo de energia (MAEDA; LORETO, 1998; POKHARKAR et al., 1997). A desidratação é um dos métodos de conservação mais antigos conhecido pelo homem, sendo a osmótica um dos métodos mais adequados para obtenção de produtos com perda de 20 % a 50 % da umidade inicial, com alterações mínimas de cor, textura e valor nutricional (ANDRADE et al., 2005; FERRARI et al., 2005). A desidratação osmótica é uma das técnicas para redução de umidade. Este processo ocorre devido à diferença de concentração entre o agente osmótico e a fruta, imerso em solução, de um ou mais solutos com atividade de água menor que o alimento. Durante o processo, existem dois fluxos simultâneos em contra corrente, através das paredes celulares: um de água que sai da fruta para a solução – o mais importante, do ponto de vista da desidratação – e outro de soluto (sal ou açúcar), da solução para o alimento. Além destes, ocorre um terceiro fluxo, menos estudado, que consiste na lixiviação de compostos hidrossolúveis do alimento, como: açúcares, minerais, vitaminas, etc. que, embora, proporcionalmente insignificante em relação aos dois fluxos principais, exerce importante papel sobre a qualidade sensorial (aroma, cor, textura) e nutricional (minerais e vitaminas) do produto final (DALLA ROSA, DIONELO et al., 2007; QUEIROZ et al., 2007; AMAMI et al., 2008). Ao emergir o tecido vegetal no meio osmótico, as primeiras células sofrem graves danos fisiológicos, inclusive, levando à morte pela severidade da diferença do gradiente osmótico, criando uma superfície com considerável diminuição de resistência para a transferência de massa, facilitando o processo osmótico (ESCOBAR, 2007). A maturação do fruto interfere na sua permeabilidade. Quando o fruto está maduro, apresenta aumento na porosidade do tecido possibilitando maior saída de água, com maior perda de peso (CHAVARRO-CASTRILLÓN et al. 2006). O pré-tratamento osmótico é descrito como um processo parcial na desidratação de frutas. Após a desidratação por osmose, um método complementar como secagem convencional, congelamento ou pasteurização deve ser utilizado a fim de se obter um produto com boas características de conservação no que diz respeito a sua umidade. E ainda, quando combinada à secagem convencional, esse processo permite uma maior retenção da cor natural 18 do produto, preservação de componentes voláteis e minimização do encolhimento, e a redução no consumo de energia durante a etapa de secagem (EL-AQUAR, 2001). A eficiência do processo osmótico é determinada pela razão entre a perda de umidade e a incorporação de sólidos, ou seja, quanto maior a perda de água e menor a incorporação de sólidos, melhor o produto obtido. Assim, a taxa de transferência de massa depende de: fatores de permeabilidade do tecido do alimento, agente osmótico utilizado, concentração deste agente, temperatura da solução, agitação do sistema, tempo de imersão do fruto na solução, geometria do fruto a ser desidratado, relação entre fruto e solução e pressão do sistema (HOFMEISTER, 2003; CHIRALT; FITO, 2003). De acordo com Torreggianni e Bertolo (2001), a característica diferencial da desidratação osmótica, comparada aos outros processos de desidratação, é que ela permite a penetração de solutos na amostra, sendo possível modificar, de certa forma, a sua formulação. Pereira (2002) diz que esse processo permite ajustar a composição físico-química do objeto em estudo adicionando agentes redutores de atividade de água, incorporar ingredientes ou aditivos como antioxidantes e outros conservantes ao alimento, adicionar solutos de interesse nutricional ou sensorial e fornecer produtos com diferentes características de consistência. Para Brockman (1973), a utilização da desidratação osmótica tem a vantagem de ser bem mais econômica que os outros métodos, além do fato de que a solução osmótica pode ser reutilizada após correção da concentração de solutos. O aproveitamento da calda gerada na desidratação pelo açúcar com produção de licores, vinagre e álcool, é uma alternativa barata, acessível e eficiente, que possibilita a redução das perdas pós-colheita e o aumento do valor agregado final para as frutas e verduras produzidas nas propriedades. Como o Brasil possui uma boa produção de frutos e açúcar, a desidratação osmótica se torna um processo viável para diminuir as perdas pós-colheita, aumentando a vida de prateleira, além de ser uma alternativa para a obtenção de produtos com características sensoriais semelhantes ao in natura (SOUZA et al., 2003). Estas são as maiores vantagens do processo osmótico, juntamente com o baixo custo e investimento inicial, fácil operacionalização durante a realização do processo. A desidratação osmótica usada como método alternativo para a produção de passas de frutas permite a obtenção de produtos com textura, cor e sabor adequados, além de possibilitar a redução da perda pós-colheita (SOUSA et al., 2003), a diminuição de custos com o transporte, a embalagem e o armazenamento dos alimentos com alto teor de água (PARK; BIN; BROD, 2001). 19 2.2.1 Agente desidratante O agente desidratante mais comun para frutos é a sacarose e para vegetais são os sais orgânicos (ALAKALI et al., 2006). A sacarose é tida como um ótimo agente osmótico, especialmente quando a desidratação osmótica é empregada como etapa preliminar à secagem convectiva, pois previne o escurecimento enzimático e a perda de aromas. Esta prevenção é devido à presença de uma camada do dissacarídeo, formada na superfície do produto desidratado, que constitui um obstáculo ao contato com o oxigênio, minimizando ou impedindo o escurecimento enzimático, além da influência positiva sobre a manutenção de substâncias aromatizantes do alimento (LENART, 1996; QI et al., 1998). A desidratação osmótica em soluções de sacarose também pode prevenir perda de nutrientes, como já constatado em abóboras, onde o prétratamento osmótico em solução de sacarose (60 %, p/p) melhorou a retenção de carotenóides durante a secagem convectiva (MAURO et al, 2005). Ponting et al. (1966) e Azoubel (1999) relatam que a utilização de sacarose como agente desidratante em pedaços de frutas, não só reduz o teor de água do produto, mas também protege a sua qualidade, uma vez que a alta concentração de açúcar em torno da fruta previne a descoloração causada por enzimas oxidativas. As reações enzimáticas e de escurecimento não-enzimático são os maiores fatores de deterioração em frutas desidratadas, ocorrendo durante o processo de secagem e armazenamento. Para reduzir tais reações as frutas devem ser tratadas antes da desidratação, minimizando perdas de cor, aroma e sabor característicos do produto. O pré-tratamento de frutas pode ser realizado com o uso de agentes químicos ou pelo branqueamento (aquecimento com água ou vapor por alguns minutos). Mauro e Menegalli (1995) observaram que o soluto penetra em maior quantidade na fruta que sofre branqueamento a vapor previamente à desidratação osmótica do que naquela que não sofre o tratamento, o que certamente se deve ao aumento da permeabilidade das membranas celulares. A adição de compostos químicos como ácido ascórbico, benzoato, sorbatos, metabissulfito e pirofosfatos são eficientes para reduzir a deterioração das frutas, mantendo a qualidade. Esses compostos atuam como antioxidantes, aumentando a vida de prateleira de frutas através da redução de reações de escurecimento, descoloração de pigmentos, perdas sensoriais e nutricionais. Entretanto, a eficiência destes agentes depende de uma série de fatores ambientais como: pH, luz, atividade de água (Aw), temperatura e presença de metais pesados (LINDLEY, 1998). 20 2.2.2 Temperatura A temperatura da solução osmótica influencia decisivamente a taxa de desidratação e as propriedades do produto final. Valores entre 20 e 50 ºC são considerados ótimos para o processo de transferência de massa e têm sido os mais frequentemente citados nos trabalhos sobre este tema. O emprego de valores acima desta faixa causa perda de componentes nutricionais, mudanças de cor e deterioração de membranas celulares (BERISTAIN et al, 1990). Segundo Torreggiani (1993), a velocidade de transferência de massa aumenta com o aumento da temperatura, porém, acima de 60 ºC ocorrem modificações nas características dos tecidos, favorecendo o fenômeno de impregnação e, consequentemente, o ganho de sólidos. Na desidratação osmótica de morango, observou-se que à alta temperatura, 50 °C, a perda de água e o ganho de sólidos foram maiores do que a baixa temperatura (YANG et al., 1992). De acordo com SILVEIRA et al. (1996), elevadas temperaturas aumentam a taxa de perda de água, mas não influenciam no ganho de sólidos. MATUSKA, LENART e LAZARIDES (2006) relatam que um processo com altas temperaturas (>50 °C) resulta em substancial degradação da cor, notaram isso após a segunda hora de pré-tratamento osmótico de morangos revestidos com alginato de sódio. Fatias de carambola secas a 60 °C podem apresentar melhor aparência e sabor quando pré-tratadas em solução de sacarose (50 %, p/p) (SHIGEMATSU et al., 2005). A desidratação osmótica de frutas, seguida de secagem com ar quente, liofilização, ou outro processo de conservação, tem sido objeto de pesquisa na procura por métodos que proporcionem, além de baixo custo, produtos estáveis que conservem com pouca alteração, suas características nutritivas e organolépticas. Vários pesquisadores constataram que este processo diminui o tempo de secagem, o que melhora as características finais do produto (FITO, et al., 1996; CHIRALT, et al., 1999). MORENO et al. (2000) desidratando osmoticamente morangos com solução de sacarose a 65 °Brix, e utilizando dois tipos de branqueamentos (vapor e microondas), verificaram que as amostras branqueadas a vapor mostravam grande degradação na parede celular, enquanto as amostras tratadas com microondas apresentavam bom índice de preservação na parede celular após a desidratação osmótica. Mauro e Menegalli (1995) observaram que o soluto penetra em maior quantidade na fruta que sofre branqueamento a vapor previamente à desidratação osmótica do que naquela que não sofre o tratamento, o que certamente se deve ao aumento da permeabilidade das membranas celulares. 21 2.2.3 Concentração da solução osmótica Com relação à concentração da solução, a transferência de massa é favorecida pelo uso de xaropes altamente concentrados, e até certo ponto, pela redução do tamanho das frações da fruta a ser desidratada (PONTING et al.,1966). O ganho de sólidos é, no entanto, altamente favorecido pela diminuição acentuada do tamanho dos pedaços (TORREGGIANI, 1993). O aumento da concentração da solução favorece mais a perda de água do que o ganho de sólidos (PONTING et al., 1966). Segundo LIMA et al. (2004) o aumento na concentração da solução e o uso de maiores proporções de solução osmótica levam a uma maior perda de massa do fruto, o que pode ser explicado pelo conseqüente aumento da perda de água Viberg et al. (1998), ao estudarem duas variedades de morango (Honeoye e Dania) pré-tratados osmoticamente, observaram que a perda de água aumentou com a elevação da concentração de açúcar de 20 até 85 % de sacarose. Park et al. (2002) também relataram, em cubos de pêra D’anjou desidratados com solução de sacarose entre 40 e 70 ºBrix, que a perda de água aumentou com o aumento da concentração do xarope. 2.2.4 Tempo de imersão A perda de água durante a desidratação osmótica divide-se em duas etapas. No período inicial (aproximadamente 2 horas) ocorre alta taxa de remoção de água e em aproximadamente 30 minutos elevado ganho de sólidos, devido à maior diferença entre a pressão osmótica da solução e do fluido celular do material a ser desidratado, bem como da pequena resistência à transferência de massa nesse estágio do processo (RAOULT-WACK, 1994; LENART e PIOTROWSK, 2001). Na segunda etapa, de 2 a 6 horas ocorre um decréscimo da taxa de remoção de água. Em solução com concentração de 50 a 75 %, a remoção de água é geralmente da ordem de 40 a 70 % (p/p) e a incorporação de solutos de 5 a 25 % (p/p) (TORREGGIANI, 1993; ANTONIO, 2002; ANGELINI, 2002). Segundo LENART (1996), o processo de desidratação deve ser conduzido em um curto espaço de tempo a fim de se alcançar um alto grau de desidratação com um ganho de sólido relativamente pequeno. 22 Durante o processo, o aumento do tempo de submersão leva normalmente a maior perda de massa, mas a velocidade com que essa perda ocorre é menor à medida que o processo se realiza, tendendo a estabilidade (DHINGRA et al., 2008). 2.2.5 Agitação Durante a desidratação osmótica, a agitação visa minimizar os efeitos da resistência externa à transferência de massa por diminuir a viscosidade da solução osmótica (TONON et al., 2006). PONTING et al. (1966) estudaram o incremento de agitação aos sistemas de desidratação e constataram que a agitação é um dos fatores que desempenha importante papel, pois torna o processo mais rápido. 2.3 Secagem à vácuo A fim de prevenir perdas sensoriais e nutricionais devido à degradação térmica, a secagem a vácuo tem sido usada com sucesso. Nesse caso, a remoção de umidade é acelerada ao mesmo tempo em que a transferência de calor para a fase sólida seja reduzida significativamente, devido à ausência de convecção. Adicionalmente, essa técnica de secagem pode ajudar a prevenir o colapso (encolhimento) da estrutura do tecido, o qual prevalece em muitas técnicas de secagem convencional, além de permitir o aumento da interface sólido/líquido devido à ocupação dos poros da matriz sólida (fruto) pela solução (WANG; SHENG, 2005; CHIRALT; FITO, 1996). Vários trabalhos têm relatado a aplicação de vácuo em processos de desidratação osmótica de frutas, como uma alternativa para melhorar a impregnação de um soluto e diminuir o tempo de contato necessário entre as fases líquida e sólida (PAES, 2005). Shi, Fito e Chiralt (1995), estudaram a influência do tratamento à vácuo na perda de água e ganho de sólido no tecido das frutas damasco, morango e abacaxi durante a desidratação osmótica. As frutas foram imersas em soluções de 65° Brix com diferentes temperaturas de solução e tempo, sendo realizados tratamentos sob três condições diferentes de pressão. Os resultados indicaram que o tratamento a vácuo tem um importante efeito na transferência de água durante a desidratação osmótica. Na desidratação osmótica sob vácuo é possível obter uma taxa difusional maior de transferência de água para baixas temperaturas de 23 solução e o ganho de sólidos está intimamente relacionado às características biológicas da fruta fresca. 24 3 MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram realizados no Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Póscolheita da Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves – RS. Nesta seção é apresentado o processo de desidratação osmótica dos morangos cv. Aromas. 3.1 Fluxograma do experimento de desidratação osmótica A Figura 1 representa o fluxograma do processo de desidratação osmótica utilizado. A metodologia foi baseada em SOUZA, 2007. As etapas apresentadas nesta figura são detalhadas nas próximas subseções. Figura 1: Fluxograma do processo de desidratação osmótica 25 3.2 Matéria-prima Morangos cv. Aromas, em estádio maduro, caracterizado por cor vermelho brilhante e textura firme, foram obtidos no município de Vacaria – RS e acondicionados até o momento dos experimentos em câmara refrigerada a 0 °C, em bandejas plásticas, envoltos por filme de policloreto de vinila (PVC), para evitar desidratação. O agente osmótico utilizado foi sacarose comercial, marca União, adquirida no mercado local. 3.2.1 Preparo das amostras Os frutos foram selecionados conforme o estádio maturação e ausência de danos, com prioridade para frutos sadios e não sobre maduros. Os morangos cv. Aromas foram lavados e higienizados por imersão em dióxido de cloro Tecsa®Clor (0,05 g L-1/1 minuto), sendo, em seguida, retiradas as folhas dos frutos. Foram utilizados 10 morangos para cada concentração e tempo de imersão. Realizouse pesagem individual dos frutos, sendo estes enumerados de 1 a 10. Após a pesagem, os frutos foram submetidos ao processo de branqueamento (Figura 2) para inativação de enzimas. Os morangos foram imersos em 2 L de água destilada, com adição de cloreto de cálcio 0,2 g L-1 , sendo esse utilizado, para melhorar a textura. Os frutos permaneceram na solução por 2 minutos a 100°C. O branqueamento foi realizado individualmente para cada tratamento, e os morangos já pesados, foram colocados separadamente em uma grade (Figura 3), a fim de manter sua identificação, visto que foi avaliada a perda de massa individual de cada fruto. 26 Figura 2: Morangos submetidos ao processo de branqueamento Figura 3: Suporte para acomodar os morangos durante o processo de branqueamento Após o branqueamento realizou-se nova pesagem individual. Em seguida, os frutos foram acondicionados em copos plásticos, contendo 50 mL de solução osmótica (Figura 4). Após os copos foram fechados com filme de poliestireno, com o objetivo de evitar a perda de água da solução por evaporação. 27 Figura 4: Morangos imersos em solução osmótica 3.3 Preparo da solução osmótica As soluções osmóticas foram elaboradas em diferentes concentrações de sacarose: 40 60 e 80 %. As mesmas foram preparadas com água destilada, com agitação manual, à temperatura de 65 °C em banho-maria (Figura 5), até completa solubilização da sacarose. Foi adicionado metabissulfito de sódio (0,02 %) às soluções osmóticas, a fim de melhorar a conservação dos frutos. As mesmas foram submetidas a um aquecimento em banho-maria até 30 °C, alguns instantes antes de seu uso, para que permanecessem na mesma temperatura durante o tratamento. As soluções foram preparadas em volume de 500 mL e acondicionadas à temperatura ambiente, em balões volumétricos, sendo preparadas no dia anterior ao seu uso. 28 Figura 5: Preparo das soluções osmóticas em banho-maria 3.4 Banho-maria A desidratação osmótica foi realizada em banho-maria, em três diferentes tempos (60, 120 e 180 minutos), a temperatura de 30 °C, com agitação manual dos copos plásticos, a cada 15 minutos (Figura 6). Figura 6: Morangos em banho-maria 29 3.5 Processo de desidratação osmótica Foram realizados nove tratamentos, utilizando-se 10 morangos para cada um, ou seja 10 morangos para cada combinação tempo de imersão x concentração da solução osmótica (Tabela 1). Realizou-se um ensaio por dia, e após os determinados tempos em banho-maria, os morangos foram submetidos à secagem em estufa a vácuo por 24 h. Foram realizados 2 ensaios, visto que inicialmente, no teste preliminar, houve perda de morangos, em decorrência do crescimento fúngico pelo fato de alguns morangos ainda apresentarem umidade, induzindo assim à deterioração, verificada após 6 dias da elaboração do morango desidratado. Tabela 1: Tratamentos realizados (combinação tempo de imersão x concentração da solução osmótica) na desidratação de morangos cv. Aromas. Tempo de imersão em banho-maria 60 min 120 min 180 min Concentração da solução osmótica (%) 40 60 80 Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3 Tratamento 4 Tratamento 5 Tratamento 6 Tratamento 7 Tratamento 8 Tratamento 9 Os morangos cv. Aromas foram pesados novamente, após o branqueamento, e acondicionados em copos plásticos contendo 50 mL de solução osmótica, mantida a 30 °C. Os copos foram fechados com filme de poliestireno, com o objetivo de evitar a perda de água da solução por evaporação. Após os tempos estabelecidos, os frutos foram retirados da solução osmótica e imersos, individualmente, em água destilada, por 5 segundos, sendo, posteriormente, secos em papel absorvente para retirada do excesso de água, antes da pesagem. 3.6 Secagem em estufa à vácuo Após pesagem, os frutos foram colocados em placas de Petri, devidamente identificadas. Os frutos foram mantidos em estufa à vácuo sob pressão, por 24 h (Figura 7). 30 Figura 7: Morangos acondicionados em estufa à vácuo para desidratação 3.7 Acondicionamento Após secagem em estufa, os morangos foram acondicionados em embalagens de polietileno tereftalato devidamente identificadas. 3.8 Análises físico-químicas Foi realizada uma determinação de pH e sólidos solúveis para cada morango. O pH e teor de sólidos solúveis totais (°Brix), foram avaliados segundo metodologia proposta pela A.O.A.C (1995). 3.8.1 pH Determinou-se o pH da fruta in natura e desidratada, retirando-se uma amostra de aproximadamente 3 g, que foi triturada e diluída em 10 mL de água destilada, sendo o pH determinado em pHmetro digital portátil (Marconi). O aparelho foi calibrado com solução tampão de pH 4,0 e 7,0, e em seguida fez-se a leitura direta do pH com imersão do eletrodo 31 no béquer contendo a amostra triturada e diluída (Figura 8). Foi determinado o pH de 10 morangos in natura e 5 morangos de cada combinação tempo de imersão x concentração da solução osmótica, no total de 45 frutos desidratados. Figura 8: Determinação do pH 3.8.2 Sólidos solúveis O teor de sólidos solúveis foi determinado, utilizando-se refratômetro digital (PR101ATAGO - Atago Company Ltd., Toquio, Japão). O aparelho foi calibrado com água destilada, e uma alíquota da amostra triturada e diluída foi colocada sobre o prisma do refratômetro digital (Figura 9). O resultado foi expresso em °Brix. Figura 9: Determinação de Sólidos Solúveis 32 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Caracterização da fruta in natura Na Tabela 2, encontra-se a caracterização do fruto in natura, referente ao pH e teor de sólidos solúveis. Os resultados encontrados são próximos aos obtidos por Krolow et al. (2006), que avaliou o pH e sólidos solúveis totais no sistema de produção convencional de morangos cv.Aromas, obtendo valores de 3,27 para pH e 6,20 para sólidos solúveis. Tabela 2: Caracterização físico-química de morango cv. Aromas in natura Atributos Sólidos Solúveis (ºBrix) pH Valor médio 6,09 3,31 4.2 Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente Nas Tabelas 3, 4 e 5, encontram-se os dados referentes aos atributos de qualidade dos frutos desidratados osmoticamente, com relação à influência da concentração da solução osmótica e do tempo de imersão em banho-maria. Avaliou-se a perda de massa após banho-maria, após secagem em estufa e perda de massa total ao final do processo. A perda de massa após o branqueamento não foi avaliada visto que até essa etapa os procedimentos foram iguais para todos os tratamentos. 33 Tabela 3: Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente, após 60 minutos em banho-maria Concentração da solução (% sacarose) 40 60 80 Média Perda de massa após banho-maria (%) 1,46 a 1,37 a 2,23 b 1,68 Perda de massa após secagem (%) Perda de massa total (%) pH Sólidos solúveis 7,93 a 7,27 a 7,77 a 7,66 10,12 a 8,70 a 9,98 a 9,60 3,34 a 3,37 a 3,41 a 3,37 6,52 a 8,04 a 8,18 a 7,58 Tabela 4: Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente, após 120 minutos em banho-maria Concentração da solução (% sacarose) 40 60 80 Média Perda de massa após banho-maria (%) 1,28 a 1,36 a 1,43 a 1,35 Perda de massa após secagem (%) Perda de massa total (%) pH Sólidos solúveis 8,31 b 6,51 a 7,14 ab 7,33 11,24 b 8,78 a 9,51 ab 9,85 3,45 a 3,31 a 3,43 a 3,40 8,82 a 8,10 a 9,28 a 8,73 Tabela 5: Atributos de qualidade dos morangos cv. Aromas desidratados osmoticamente, após 180 minutos em banho-maria Concentração da solução (% sacarose) 40 60 80 Média Perda de massa após banho-maria (%) 1,62 a 1,63 a 2,05 a 1,76 Perda de massa após secagem (%) Perda de massa total (%) pH Sólidos solúveis 9,33 b 6,38 a 7,32 a 7,68 12,85 b 8,51 a 10,06 a 10,48 3,42 b 3,17 a 3,49 b 3,36 9,70 ab 8,06 a 10,84 b 9,53 4.2.1 pH Observando as tabelas, nota-se que não houve diferença significativa entre as concentrações, para os tempos de 60 e 120 minutos. Já para o tempo de 180 minutos, houve 34 diferença significativa, onde a solução de sacarose de 60 % diferiu das demais, apresentando valor inferior. 4.2.2 Ganho de sólidos solúveis O teor de sólidos solúveis dos morangos desidratados osmoticamente foi influenciado pela concentração da solução osmótica. Conforme os resultados obtidos, houve diferença significativa entre as concentrações de 60 e 80 % de sacarose, para o tempo de 180 minutos em banho-maria, de forma que os morangos desidratados em solução de 80 % obtiveram maior ganho de sólidos solúveis, porém não diferiu da concentração de 40 %. Observando as tabelas 3 e 4, percebe-se que não houve diferença significativa para o ganho de sólidos entre as concentrações, porém, o maior ganho se deu para a concentração de 80 % de sacarose em ambos os tempos de 120 e 180 minutos. Esse resultado está de acordo com Cardoso Andrade et al. (2007), que demonstraram, na desidratação osmótica de pedaços de jenipapo a 30, 50 e 70 % de sacarose, que as concentrações mais altas de sacarose favorecem a perda de água, promovendo, simultaneamente, maior ganho de sólidos solúveis. 4.2.3 Influência da concentração da solução osmótica na perda de massa Para avaliar a influência da concentração da solução osmótica na perda de massa durante a desidratação, observou-se os resultados de perda de massa após banho-maria e secagem, e perda de massa total. De acordo com os resultados obtidos, houve diferença significativa para a perda de massa após secagem e perda de massa total nos três diferentes tempos utilizados, sendo que a concentração que proporcionou a maior perda de massa foi a de 40 %, porém não diferiu da concentração de 80 %, nos tempos de 60 e 120 minutos, para perda de massa após a secagem. Para a perda de massa após banho-maria, houve diferença significativa apenas para o tempo de 60 minutos, utilizando a concentração de 80 % de sacarose, que apresentou maior perda de massa. Esse resultado está de acordo com Khoyi e Hesari (2006) que estudaram a cinética da desidratação osmótica de damascos em solução de sacarose a 50 %, 60 % e 70 % e concluíram que a perda de água e o ganho de sólidos aumentam com o aumento da concentração da solução. Viberg et al. (1998), ao estudarem duas variedades de morango (Honeoye e Dania) pré-tratados osmoticamente, observaram que a perda de água aumentou com a elevação da concentração de açúcar de 20 até 85 % de sacarose. 35 4.2.4 Influência do tempo em banho-maria na perda de massa Considerando a perda de massa dos frutos nos diferentes tempos de imersão na solução osmótica mantida em banho-maria, observou-se que houve diferença significativa entre os tempos 120 e 180 minutos, para a perda de massa após banho-maria, onde a maior perda ocorreu para o tempo de 180 minutos, porém este não diferiu do tempo de 60 minutos. Para a perda de massa pós-secagem, o tempo de 180 minutos apresentou maior perda de massa, porém não diferiu significativamente dos demais tempos de imersão. Na perda de massa total, houve diferença entre os três tempos, e a maior perda de massa obtida foi para o tempo de 180 minutos, e a menor para o tempo de 60 minutos, porém não houve diferença significativa entre os mesmos. O resultado de maior perda de massa para o menor tempo de imersão está de acordo com Kowalska e Lenart (2001), que na desidratação osmótica de maçã, abóbora e cenoura, mostraram que as maiores taxas de perda de água e de ganho de sólidos ocorrem durante os primeiros 30 minutos do processo. Park et al. (2002) relataram maior perda de água e ganho de sólidos em cubos de pêra D’Anjou até os 40 min de imersão em solução osmótica. 4.2.5 Crescimento fúngico No primeiro ensaio realizado, verificou-se que os morangos apresentaram crescimento fúngico, devido à alta umidade ainda presente nos frutos, que permaneceram 24 h em estufa, sem a abertura da mesma. Como a estufa não possuía distribuição uniforme de calor nas três prateleiras estabeleceu-se, no segundo ensaio, tempos para abertura da mesma de 4 e 20 h de secagem, para a troca de posições dos morangos, a fim de otimizar o processo de secagem, visto que no meio e nos fundos da estufa, os morangos apresentaram maior umidade. Na Figura 10, podem ser observados os morangos do primeiro ensaio após 6 dias de elaboração, com crescimento fúngico. A Figura 11 mostra os morangos do segundo ensaio, após 10 dias de elaboração, que não apresentaram crescimento fúngico. 36 Figura 10: Morangos do ensaio 1 com crescimento fúngico após 6 dias do tratamento Figura 11: Morangos do ensaio 2 sem crescimento fúngico após 10 dias do tratamento Observando-se as duas figuras é possível afirmar que os morangos do segundo ensaio, apresentaram menos umidade, resultando em um produto de maior qualidade e de maior vida de prateleira. 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A desidratação osmótica é uma boa alternativa para aumentar o período de conservação de morangos após sua colheita, por possibilitar a transformação do fruto, em um produto com maior valor agregado, aumentando a qualidade. Recomenda-se que a desidratação osmótica de morangos seja realizada por meio da imersão dos frutos, durante 60 minutos, em solução de sacarose 80 %, o que proporciona maior perda de água, resultando assim em maior perda de massa, obtendo-se um produto de maior vida útil, menos suscetível a deteriorações. Como os estudos com morangos desidratados osmoticamente são escassos, recomenda-se a realização de outros testes, como testes microbiológicos e avaliação sensorial, a fim de verificar a aceitação do produto. 38 6 REFERÊNCIAS ALAKALI, J. S.; ARIAHU, C.C; NKPA, N.N. Kinetics of Osmotic Dehydration of Mango. Journal of Food Processing and Preservation, Maryland, v.30, n.5, 597-607, 2006. AMAMI, E.;KHEZAMI,L.;VOROBIEV, E.;KECHAOU, N. Effect of Pulsed ElectricField and Osmotic Dehydration Pretreatment on the Convective Drying of Carrot Tissue. Drying Technology, London, v. 26, nº 2, p. 231 - 238. 2008. ANDRADE, S. A. C. et al. 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