UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE FARMÁCIA DANIELA BALDIN AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE UMA SUSPENSÃO DE FLUCONAZOL FRENTE À Candida albicans. CRICIUMA, JUNHO DE 2009 1 DANIELA BALDIN AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE UMA SUSPENSÃO DE FLUCONAZOL FRENTE À Candida albicans. Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à disciplina de TCCI, do curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador(a): Prof. (ª) Giordana Maciel Dário. CRICIUMA, JUNHO DE 2009 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................3 2 OBJETIVOS ..........................................................................................................................7 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................7 2.2 Objetivos Específicos......................................................................................................7 3 METODOLOGIA..................................................................................................................8 3.1 Matérias...........................................................................................................................8 3.1.1 Amostra ....................................................................................................................8 3.1.2 Reagentes..................................................................................................................8 3.1.3 Microrganismo utilizado.........................................................................................8 3.1.4 Meio de cultura utilizado ........................................................................................8 3.1.5 Materiais e Equipamentos ......................................................................................9 3.2 Métodos ...........................................................................................................................9 3.2.1 Fórmula da suspensão oral de Fluconazol ............................................................9 3.2.2 Fórmula do Gel de Goma Xantana 2% ...............................................................10 3.2.3 Fórmula do Xarope simples..................................................................................10 3.2.4 Características Organolépticas ............................................................................11 3.2.4.1 Cor .......................................................................................................................11 3.2.4.2 Odor .....................................................................................................................11 3.2.4.3 Sabor....................................................................................................................11 3.2.5 Determinação do pH..............................................................................................12 3.2.6 Determinação da Viscosidade...............................................................................12 3.2.7 Velocidade de Sedimentação e Ressuspensão .....................................................12 3.2.8 Verificação da Efetividade....................................................................................13 3.2.8.1 Concentração Inibitória Mínima (MIC) ..........................................................13 4 CRONOGRAMA.................................................................................................................15 5 ORÇAMENTO ....................................................................................................................16 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................18 3 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de formas farmacêuticas é um aspecto muito trabalhoso para o tecnologista tanto no aperfeiçoamento de medicamentos já tradicionais, como nos casos de estudos propriamente ditos para o desenvolvimento de novas terapêuticas. (AULTON, 2005). Dentre as formas farmacêuticas, encontram-se as suspensões, sendo classificadas como sistemas heterogêneos constituídos por duas fases. A fase contínua, ou externa, é normalmente um líquido ou semi-sólido, enquanto que a fase dispersa, ou interna, é constituída por partículas sólidas que são insolúveis na fase contínua, mas que se dispersam nela. (LACHMAN et al., 2001). Suspensões farmacêuticas tendem a ser dispersões grosseiras, ao contrário das dispersões coloidais, embora existam algumas dispersões de polímeros submicronizados. (FLORENCE & ATTWOOD, 2003). As formas farmacêuticas de suspensão são fornecidas pela via oral, injetadas por via intramuscular ou subcutânea, instiladas por via intranasal, inaladas para os pulmões, aplicadas à pele como preparações tópicas ou utilizadas para fins oftálmicos no olho. (REMINGTON, 2004). Alguns aerossóis farmacêuticos são suspensões de drogas em solventes voláteis. (FLORENCE & ATTWOOD, 2003). As suspensões orais têm várias aplicações em farmácia, sendo usadas para que se possa oferecer aos pacientes drogas na forma líquida, pois muitas pessoas apresentam dificuldade para ingerir as apresentações sólidas dos medicamentos. Além disso, a dose de uma forma líquida pode ser facilmente ajustada para suprir as necessidades do paciente. Dessa forma, se a droga for insolúvel ou fracamente solúvel e instável em meio aquoso uma suspensão pode ser a fórmula de medicação mais adequada. (REMINGTON, 2004). De acordo com Prista e colaboradores (1990) o emprego das suspensões orais também pode ser justificado pelo mau sabor que os compostos podem apresentar em soluções ou no estado de pó, ou pelo fato de se pretender alongar uma ação medicamentosa, retardando-se a absorção de um fármaco por via injetável, por exemplo. No desenvolvimento de suspensões, a preocupação principal centra-se no fato de que as suspensões sedimentam e que é necessário voltar a ressuspendê-las antes de serem usadas ou dispensadas ao doente. Uma suspensão adequada deve ser facilmente redispersa por agitação, permanecer por suspensão durante o tempo suficiente para que possa ser administrada em doses precisas e deve ter as propriedades desejadas de escoamento. (LACHMAN et al., 2001). Além de ter um sabor agradável e ser resistente ao ataque 4 microbiano. (REMINGTON, 2004). Resumindo, é preciso que as suspensões sejam fisicamente estáveis. (PRISTA et al., 1990). A formulação ideal de uma suspensão seria um sistema defloculado com uma viscosidade suficientemente elevada para prevenir a sedimentação. Contudo, isso não garante a homogeneidade do sistema durante todo o tempo de prateleira do produto. Por isso, é usual formular a suspensão de modo que seja parcialmente floculada, para permitir uma redispersão adequada quando necessário e com uma viscosidade ajustada de modo que a velocidade de sedimentação seja a mínima possível. (AULTON, 2005). Os sistemas floculados formam sedimentos mais frouxos e fáceis de redispersar, mas a velocidade de sedimentação é rápida, existindo o risco de administração de doses imprecisas. Além disso, o produto pode ter uma aparência pouco atrativa. Já os sistemas defloculados têm como vantagem a baixa velocidade de sedimentação, que possibilita a retirada de doses mais uniformes do recipiente. Mas, se ocorrer sedimentação, o sedimento formado é compacto e de difícil redispersão. (AULTON, 2005). Para assegurar a estabilidade das suspensões, adiciona-se aos dois constituintes principais surfactantes, espessantes, que aumentam a viscosidade da fase dispersante: gomas, derivados de celulose, e eventualmente substância tampão que evitam as variações de pH e conservantes. (HIR, 1997). As substâncias que não são estáveis quando mantidas durante muito tempo em presença de um veículo aquoso na maioria das vezes apresentam-se sob a forma de pó para reconstituição no momento da administração. (GOMES & REIS, 2001). Porém, algumas suspensões já vêm prontas para o uso, ou seja, já estão devidamente dispersas num veículo líquido com ou sem estabilizante e outros ativos farmacêuticos, para prover drogas no estado líquido. (ANSEL et al, 2000). O fluconazol (2,4-Difluorophenyl)-1,3-bis (1H-1,2,4-triazol-1-y1) propan-2-ol., (SWEETMAN, 2005) é um derivado triazólico resultante da substituição do anel imidazólico por triazólico, o que favorece amplo espectro de ação e seletividade para o citrocromo P450 da célula fúngica. (COELHO et al., 2004). Estes compostos atuam através da inibição da enzima lanosterol 14-a demetilasa no complexo citocromo P-450 dos fungos. O resultado é a inibição da conversão de lanosterol para ergosterol, com a consequente depleção do ergosterol, o acúmulo de precursores e de uma perda da integridade da membrana fúngica. (FICA, 2004). O fluconazol é o triazólico de eleição para a consolidação do tratamento de casos de meningite por C. Neoformans. Da mesma forma, é a droga de excelente desempenho no 5 tratamento inicial de pacientes com candidíase oral, vaginal ou esofágica. Pode ser utilizado na terapêutica inicial ou seqüencial de paciente com candidíase hematogênica. (PRADO et al., 2005). Katzung (2006) constatou que o uso profilático do fluconazol diminui a ocorrência de doenças fúngica em receptores de transplante de medula óssea e em paciente com AIDS; entretanto, o aparecimento de fungos resistentes ao fluconazol levou a certa preocupação quanto à indicação do fármaco. As limitações mais importantes do fluconazol são remetidos à sua falta de atividade contra fungos filamentosos, uma resistência natural de algumas leveduras contra este composto (C. krusei), a resistência adquirida, em certas espécies Candida ou C. neoformans. (FICA, 2004). O fluconazol exerce atividade sobre várias espécies de fungos causadores de micoses profundas e mucocutâneas, como Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis e várias espécies de Candida. (COELHO et al., 2004). Segundo Sweetman (2005) o fluconazol também possui atividade contra Blastomyces dermatitidis, Candida spp.; Coccidioides immitis, Epidermophyton spp., Microsporum spp., e Trichophyton spp. Várias espécies de leveduras do gênero Cândidas spp. são capazes de provocar candidíase. Trata-se de membros da flora normal da pele, das mucosas e do trato gastrintestinal. As espécies de Candida spp. colonizam as mucosas de todos os seres humanos durante ou logo após o nascimento, havendo sempre o risco de infecções endógenas. A candidíase é a micose sistêmica mais comum. (JAWETZ, et al., 2005). A candidíase superficial (cutânea ou mucosa) estabelece-se em decorrência de um aumento no número local de Candida spp. e lesão na pele ou do epitélio, permitindo a invasão local por leveduras e pseudo-hifas. Ocorre candidíase sistêmica quando o microrganismo penetra na corrente sanguínea e as defesas fagociticas do hospedeiro são inadequadas para conter o crescimento e a disseminação de leveduras. A partir da circulação, a Candida spp. pode infectar os rins, fixar-se a próteses de válvulas cardíacas ou provocar infecções em quase qualquer parte do corpo (por exemplo, artrite, meningite, endoftalmite). (JAWETZ, et al., 2005). Candida albicans, a espécie mais importante de Candida spp., causa estomatite, vaginite e candidíase mucocutânea crônica, assim como outras doenças. Como um membro da flora normal, ela já esta presente na pele e nas membranas mucosas. Dessa forma, não é transmitida. (LEVINSON & JAWETZ, 2005). A espécie albicans é a mais freqüente, responsável por 50 a 70% de todas as infecções invasivas pelo gênero Candida spp. Estes microrganismos sobrevivem como comensais em sítios anatômicos, de acordo com o 6 ambiente em que se encontram e a pressão ambiental exercida sobre eles. Em superfícies de mucosas, a limitação dos nutrientes e a competição entre as bactérias e fungos, pertencentes à microbiota normal, exercem uma pressão seletiva, o que resulta na eliminação dos microrganismos menos adaptados. (ZARDO & MEZZARI, 2004.). Na Candida albicans observa-se a aderência da levedura à superfície celular. A formação do tubo germinativo com conseqüente desenvolvimento da forma filamentosa, a variabilidade fenotípica (switching), a produção de toxinas e enzimas extracelulares, constituem os fatores mais importantes para o desencadeamento da infecção por esse patógeno. A produção de fosfolipase é também um fator importante no processo da infecção, variando conforme a amostra. Essa enzima, localizada na superfície da levedura e na extremidade do tubo germinativo, atua na hidrólise de fosfolipídeos, dando origem a lisofosfolipídeos que causam dano à célula epitelial. Entre as espécies de Candida spp., apenas a albicans é capaz de produzir fosfolipase. (ZARDO & MEZZARI, 2004.). Portanto, a medida preventiva mais importante consiste em evitar qualquer distúrbio no equilíbrio normal da flora e das defesas integras do hospedeiro, pois a candidíase não é contagiosa visto que praticamente todas as pessoas normalmente abrigam o microorganismo. (JAWETZ et al., 2005). O fluconazol é um insumo ativo de maior índice terapêutico dos azóis contra a candidíase, sendo este disponível em várias formas farmacêuticas, no entanto a forma de apresentação suspensão não é encontrada para comercialização em nosso país. Novas perspectivas tornam-se importantes, uma vez que permitem maiores alternativas de tratramento para tipos e condições de pacientes diferenciados, porém toda formulação nova deve ser submetida a testes rigorosos de modo a garantir a atividade a ser desempenhada e consequentemente o alcance e sucesso terapêutico. 7 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Realizar a verificação da efetividade de formas farmacêuticas líquidas orais produzidas a base de fluconazol frente à levedura Candida albicans. 2.2 Objetivos Específicos • Preparar a suspensão oral de fluconazol; • Avaliar as características organolépticas, (odor, sabor e cor); • Avaliar pH, viscosidade, velocidade de sedimentação e ressuspensão da formulação preparada; • Avaliar a atividade antifúngica do fluconazol frente C. albicans; 8 3 METODOLOGIA 3.1 Matérias 3.1.1 Amostra Suspensão de Fluconazol. 3.1.2 Reagentes Sacarina sódica, aspartame, propilenoglicol, goma xantana, fluconazol (fornecedor: Pharma Nostra; lot.: FLC/FD/190305; Val.: 02/2010), flovorizante, água destilada, sacarose, metilparabeno, propilparabeno, Imidazolinidil uréia, edta Na2, solução tampão padrão para potenciômetro (4 e 7). 3.1.3 Microrganismo utilizado Candida albicans ATCC 10231. 3.1.4 Meio de cultura utilizado Ágar Sabouraud Dextrose. 9 3.1.5 Materiais e Equipamentos Auto-clave, agitador mecânico, balança analítica, bico de bunsen, capela de fluxo laminar, contador de colônia, chapa de aquecimento, estufa de incubação, geladeira, termômetro, potenciômetro, viscosímetro tipo brookfield ®, alça platina, bastão de vidro, béqueres, caneta marca vidro, espátula, fita adesiva autoclave, fita crepe, papel pardo, papeis filtros, algodão, gazes, pipetas, pipetador, placas de petri, provetas graduada, swab, tubos de ensaio com tampa, vidro relógio, cilindro estéril, grau, régua milimetrica. 3.2 Métodos 3.2.1 Fórmula da suspensão oral de Fluconazol Tabela 1 Fórmula da Suspensão Oral de Fluconazol Fase Igredientes p/v % g A Sacarina sódica Aspartame Propilenoglicol 0,1% 0,2% 5% 0,5 g 1g 25 g B Xarope simples 500 mL 500 mL C Gel de goma xantana 2% Fluconazol Flavorizante 15% 50mg/5ml qs 75 g 5g qs Fonte: SAMAPAIO, 2004. A fórmula foi preparada de acordo com Sampaio (2004). 1. Inicialmente dissolver a sacarina e o aspartame no propilenoglicol (Fase A), em um grau. 2. Adicionar a solução preparada na fase A ao xarope simples (Fase B), em um bequer. 3. A fase A/B adicionar a goma xantana, fluconazol e flavorizante. 4. A mistura final, proceder agitação utilizando agitador mecânico até completa homogeneização. 10 3.2.2 Fórmula do Gel de Goma Xantana 2% Tabela 2 Fórmula do Gel de Goma Xantana 2% Igredientes Água Goma xantana EDTA Na2 Propilenoglicol Metilprabeno Propilparabeno Imidazolinidil uréia p/v % g 15% 3,33% 0,0167% 8,335% 0,167% 0,084% 0,5% 75g 2.5g 0,012g 6,25g 0,125g 0,063g 0,375g Fonte: SAMAPAIO, 2004. A fórmula foi preparada de acordo com Sampaio (2004). 1. Reservar 1% de água para dissolver o Imidazolinidil uréia. 2. Adicionar em pequenas quantidades o EDTA em 47 mL de água solubilizando bem esta mistura. 3. Acrescentar a goma xantana à mistura anterior e deixar em repouso por alguns minutos. 4. Em recipiente separado, aquecer propilenoglicol juntamente com o metilparabeno e o propilparabeno até que a temperatura chegue a 80 °C, não ultrapassar essa temperatura. 5. Juntar todos os componentes e agitar por alguns minutos até completa solubilização. 3.2.3 Fórmula do Xarope simples Tabela 3 Fórmula do Xarope Simples Igredientes Sacarose (açúcar refinado) Metilparabeno Propilparabeno Água destilada g 425g 0,75g 0,25g 500 mL Fonte: FERREIRA, 2002. A fórmula foi preparada de acordo com Ferreira (2002). 1. Pesar precisamente os ingredientes sólidos, sem no entanto misturá-los. 11 2. Dissolver os parabenos em qs de álcool. 3. Adicionar água destilada ao açúcar, adicionar os conservantes pré-solubilizados e completar o volume com água destilada. 4. Misturar todos os componentes e aquecer até a dissolução, completando ao volume final. 3.2.4 Características Organolépticas De acordo com Allen (2009), serão avaliadas as características organolépticas cor, odor e sabor da suspensão preparada. 3.2.4.1 Cor Separar 10mL da amostra preparada e colocar em um tubo de ensaio de vidro transparente com fundo chato e diâmetro de 16 mm. Observar o tubo transversalmente contra um fundo branco sob luz difusa conforme especificado na Farmacopéia Brasileira (1988). 3.2.4.2 Odor Analisar o odor da formulação desenvolvida utilizando o olfato, onde esta preparação deve ter correlação com a cor e sabor. (FERREIRA, 2002). 3.2.4.3 Sabor Analisar o sabor da suspensão desenvolvida através do paladar, onde deve experimentar uma pequena quantidade da suspensão e avaliar se esta tem coerência com a cor e odor. (FERREIRA, 2002). 12 3.2.5 Determinação do pH A determinação do pH será realizada de acordo com Amaral e Vilela (2003), utilizando o potenciômetro como instrumento. 3.2.6 Determinação da Viscosidade A viscosidade da suspensão oral será verificada através do aparelho tipo Brookfield ® e realizada conforme orientações do fabricante. Para analisar se a medida realizada é válida, observar no display se o valor da medida está entre 20% e 90%. Se estiver abaixo ou acima deste percentual, é necessário alterar a programação de spindle. 3.2.7 Velocidade de Sedimentação e Ressuspensão Inicialmente adicionar 70mL da suspensão preparada em uma proveta de 100mL e agitar. Após a agitação, analisar em intervalos de 15 minutos na primeira hora a altura do sedimento formado, passado os 60 minutos continuar verificando a altura do sedimento até a sedimentação completa da suspensão. (PRISTA et al., 1990). A ressuspensão deve ser analisada após a sedimentação completa da suspensão, onde devem ser aplicados movimentos normativos de bomboleio ao redor de 90º da suspensão. Verificando o tempo e o número de movimentos necessários para que o sedimento se redisperse novamente. (VOIGT, 1982). 13 3.2.8 Verificação da Efetividade O microrganismo que será utilizado é o fungo Candida albicans padrão, sendo que para a ativação desse microrganismo deverá utilizar o procedimento descrito pelo fabricante, contido na embalagem. O meio de cultura a ser utilizado para o crescimento da espécie de Candida spp. é o Agar Sabouraud Dextrose que será preparado segundo os procedimentos e quantidades especificadas pelo fabricante, contido no rótulo do produto. A avaliação da atividade antifúngica será determinada pela técnica de difusão em poços, que será realizada com o auxílio de um cilindro estéril de 6 mm de diâmetros para a confecção dos poços em placas previamente inoculada com uma suspensão fúngica. A seguir, os poços deverão ser completamente preenchidos com alíquotas de 70µL de suspensão oral de fluconazol. (LIMA et al, 2006). Decorrido o período de incubação, deverá ser realizado a mensuração do diâmetro do halo de inibição com o auxílio de uma régua milimetrada. (UTYAMA et al, 2006). 3.2.8.1 Concentração Inibitória Mínima (MIC) Segundo Levinson e Jawetz (2005), MIC é definido como a menor concentração do fármaco que inibe o crescimento do organismo e este pode ser determinado pela inoculação do organismo isolado do paciente em uma série de tubos contendo a droga em concentrações crescentes (0,033, 0,15, 1,5, 35, 55, 64 µg/mL). Após a incubação por um período de 24 horas a 27°C, a menor concentração da droga que inibe o crescimento visível do organismo é a concentração inibitória mínima. A concentração fungicida mínima também é importante, para assim conhecer a concentração do fármaco que realmente mata o organismo ao invés daquela que só inibe o seu crecimento. É determinada a partir do espalhamento de uma pequena amostra (0,1 mL) dos tubos utilizados para a CIM (o tubo que não há crescimento), em Agar Sabouraud Dextrose, na ausência do fármaco. Qualquer organismo que foi inibido, mas não foi morto crescerá nestas condições, pois o fármaco coletada junto com a amostra estará presente em concentrações muito baixas. Após a incubação por 24 horas a 27°C, a menor concentração 14 que tiver reduzido 99,9% o número de colônias, comparando ao controle livre da droga é a Concentração Fungicida Mínima (CFM). (LEVINSON & JAWETZ, 2005; BATISTA, BIRMAN, CURY, 1999). 15 4 CRONOGRAMA ATIVIDADES Pesquisa Bibliográfica Pesquisa das matérias-primas Desenvolvimento da formulação Análise da suspensão Entrega do Tcc e Defesa FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO X X X X X X X X X X X JUNHO X 16 5 ORÇAMENTO Quantidade Solicitada 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 02 01 01 03 02 02 02 01 03 08 02 04 10 Descrição: Equipamentos, Materiais e Reagentes Auto-clave Balança analítica Agitador mecânico pHmetro Viscosímetro tipo brookfield ® Capela de fluxo laminar Bico de bunsen Chapa de aquecimento Estufa de incubação Geladeira Microondas Termômetro Contador de colônia Alça de platina Régua milimetrada Caneta marca vidro Cronômetro Grade para tubo de ensaio Fita adesiva auto-clave Fita crepe Papeis filtros Papel pardo Algodão Gazes Frasco Âmbar estéril 500ml Frasco Âmbar estéril 100ml Béquer de vidro 800ml Béquer de vidro 500ml Béquer de vidro 50ml Béquer de plástico 200ml Béquer de plástico 150mL Béquer de plástico 600ml Proveta de 500ml Proveta 100 mL com tampa Tubos de ensaio Tubos de ensaio100 mL Vidro relógio Placas de petri Custo total (em Reais) - - 17 01 03 03 01 01 01 01 Pacote com 100 02 02 1100 ml 10 ml 1 disco 6g 100 mL 0,5g 1g 31,25g 2,5g 5g 3g 425g 0,875g 0,313g 0,375g 0,012g Cilindro estéril Bastão de vidro Espátula Espátula de plástico Pipeta de 10ml Pipetador Micropitador Swab Grau Pestilo Água destilada Álcool etílico Solução tampão padrão (4 e 7) Candida albicans ATCC 10231 Agar Sabouraud Dextrose BHI (brain heart infusion) Sacarina sódica Aspartame Propilenoglicol Goma xantana Fluconazol Flavorizante (morango) Sacarose Metilparabeno Propilparabeno Imidazolinidil uréia EDTA Na2 TOTAL 12,50 0,065 6,16 3.084 43,066 0,0731 0,154 0,66155 0,10825 2,358 0,12 0,64175 0,0175 0,00905 0,0459 0,000375 69,0,64 R$ 18 REFERÊNCIAS ALLEN, L. 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A data é estabelecida de modo que todas as outras etapas subseqüentes ao recebimento do artigo aprovação do Conselho Editorial, reenvio ao autor para eventuais correções, diagramação e entrada em gráfica - transcorram adequadamente. Em caso de dúvida sobre o prazo, entre em contato diretamente com a Redação - telefone + 55 (11) 3670-3499 ou e-mail [email protected]. Como entregar Via e-mail ([email protected]) - Limite máximo de tamanho por e-mail: 5 megabytes. Texto Tamanho Caso não tenha recebido orientações específicas, os artigos devem ter no mínimo quatro e no máximo dez páginas de computador. Exceções devem ser discutidas diretamente com a Redação. Autores Devem ser listadas como autores do artigo todas as pessoas que participaram diretamente da elaboração de seu conteúdo. O autor principal será considerado o responsável por eventuais contatos posteriores e ligação com os demais autores. Título 23 Deve existir, com a função de traduzir a idéia geral do conteúdo do artigo. Descritores ou Palavras-Chave Termos relacionados ao tema do artigo. Poderá conter até seis descritores e deve-se evitar termos genéricos. Texto O texto deve ser elaborado em fonte Arial, corpo 11, com espaçamento simples entre linhas e parágrafos. Para facilitar a diagramação, não devem ser utilizados títulos e intertítulos somente com letras maiúsculas. Para fazer marcações no texto, deve-se utilizar o sinal traço (-) ao invés de setas, asterisco, quadrados e outros objetos do Word. Estrutura do texto Escrever um artigo técnico é transmitir em palavras todo o conhecimento e competência adquiridos pelo autor. É altamente recomendável que os artigos possuam uma introdução, em que o autor expõe a proposta do texto, e uma conclusão, espaço em que os pontos principais são resumidos e também há indicação de novas leituras e abordagens. Caso o tema permita, são também recomendáveis os seguintes tópicos: • • • • • • Contextualização (cenário) Dados numéricos que comprovem o exposto Experiências comprovadas Importância do tema para o profissional Aspectos tecnológicos Recomendações de segurança, qualidade, normas técnicas etc. Nova Ortografia O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigor em janeiro de 2009, mas as duas normas ortográficas - a anterior e a prevista no acordo - poderão ser utilizadas e aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos até dezembro de 2012. O Grupo Racine prevê adotar em breve as novas regras, inclusive em seus meios de comunicação, como as publicações, o que informará assim que ocorrer, inclusive a articulistas e colaboradores das revistas, sendo que ainda não é necessário que os artigos e demais conteúdos enviados respeitem as novas regras. Abreviaturas Abreviaturas e siglas podem ser utilizadas, desde que descritas integralmente na primeira vez em que aparecem no texto. Por exemplo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 24 Tabelas As tabelas devem ser numeradas consecutivamente na ordem em que aparecem no texto, em algarismos arábicos seguidos pelo título. No texto, a tabela deve ser citada em negrito, com inicial maiúscula, seguida apenas pelo número correspondente. As tabelas devem ser dispostas ao final do texto. Figuras Fotografias, ilustrações e gráficos serão considerados figuras. Assim como as tabelas, devem ser numerados, em algarismos arábicos, na ordem em que aparecem no texto. Não é necessário enviar fotografias apenas com a função de ilustrar o tema, pois as Publicações Racine possuem um banco de imagens apropriado para esta finalidade. As figuras devem ser enviadas nos programas originais em que foram feitas (Excel, Powerpoint, Corel Draw etc.), e não coladas no Word, o que inviabiliza sua utilização. Nomenclatura e Unidades de Medida Os medicamentos devem ser citados pelo nome genérico, sempre com iniciais minúsculas, obedecendo à Denominação Comum Brasileira, para textos nacionais, e à Denominação Comum Internacional, para textos internacionais. Caso necessário, os nomes comerciais poderão ser citados, com inicial maiúscula e seguido pela marcação de registrado (®) sobrescrita. Medidas como altura, peso e volume devem ser citadas de acordo com o sistema métrico (metro, kilograma, litro) ou seus múltiplos decimais. As temperaturas devem ser em graus Celsius e a pressão sanguínea em milímetros de mercúrio (mmHg). Referências Bibliográficas As referências bibliográficas, se utilizadas, devem ser citadas no texto, numeradas, em algarismos arábicos sobrescritos, na ordem em que são citadas pela primeira vez. Devem ser elaboradas de acordo com as normas de Vancouver e os periódicos devem ser citados pelo nome abreviado, conforme lista de jornais indexados para o MEDLINE. Outras informações podem ser adquiridas no documento referência Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication, disponível em www.icmje.org. Exemplos: • Artigo de periódico: listar todos os autores, até seis. Acima de sete autores, listar os seis primeiros e acrescentar a expressão et al. Hepler CD, Strand LM. Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care. Am J Hosp Pharm 1990;47(3):533-43. 25 • Livro Greenblatt DJ, Shader RI. Benzodiazepines in clinical practice. New York: Raven press, 1974:28. Morrison R, Boyd R. Química Orgânica. Lisboa: Calouste Gulbenkian; 1996. • Capítulo de livro Scheife RT, Levy M, Greenblatt DJ. Antimicrobial agents. In: Miller RR, Greenblatt DJ, editores. Drug effects in hospitalized patients. New York: John Wiley and Sons, 1976:227– 64. • Documento on-line Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2007. Disponível em http://www.diabetes.org.br/educacao/docs/Diretrizes_SBD_2007.pdf. Acesso em 25 de fevereiro de 2009. Nome e Curriculum Vitae Todos os autores do artigo devem enviar seu nome completo e curriculum vitae resumido, para publicação no final do texto, constando, nesta ordem: 1º - Em que é graduado e onde (qual instituição) 2º - Em que é especializado, pós-graduado, mestrado ou doutorado e onde (quais instituições) 3º - Em que atuou profissionalmente (cargo) e onde (qual empresa/instituição) - apenas o que considerar relevante 4º - Em que atua hoje (cargo) e onde (qual empresa/instituição) Cadastro Para ter seu texto publicado na Revista Racine, na Revista Fármacos & Medicamentos ou na Revista Nutrição Profissional, é obrigatório que todos os autores preencham os dados que compõem a Ficha Cadastral e enviem-na junto com o texto. As informações serão incorporadas ao sistema computadorizado do Grupo Racine. As informações solicitadas nessa Ficha são confidenciais e intransferíveis para outros fins, tendo como objetivo único permitir o cadastramento de novos colaboradores no banco de dados. A inclusão de seu nome no Banco de Dados também é a garantia de que, caso seu texto seja publicado, exemplares da publicação chegarão em sua casa ou no endereço indicado. Envie a ficha abaixo totalmente preenchida, conforme seu interesse (Pessoa Física ou Pessoa Jurídica), junto com o texto de sua autoria, para a redação. 26 Nome CPF Nascimento RG Formação Profissional E-mail Inscrição no Conselho no Endereço residencial Cidade Bairro UF CEP Tel res Celular Empresa (nome fantasia) End Com CEP Tel com Empresa (razão social) CNPJ Cidade Skype __/__/___ Insc Estadual UF Fax com Site Esperamos que estas recomendações lhe auxiliem a redigir e formatar seu texto, bem como no esclarecimento de dúvidas no momento de enviar o artigo e suas ilustrações. A Redação permanece à disposição para qualquer outro esclarecimento que se fizer necessário. Redação - Revista Racine, Revista Fármacos & Medicamentos e Revista Nutrição Profissional Editor e Jornalista Responsável: André Policastro ([email protected]) Rua Padre Chico, 93 - Pompéia - São Paulo - SP - CEP 05008-010 Telefone/Fax: + 55 (11) 3670-3499 27 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE FARMÁCIA DANIELA BALDIN AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE UMA SUSPENSÃO DE FLUCONAZOL FRENTE À Candida albicans. CRICIUMA, NOVEMBRO DE 2009 28 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE UMA SUSPENSÃO DE FLUCONAZOL FRENTE À Candida albicans. Daniela Baldin Giordana Maciel Dário Resumo As suspensões orais têm várias aplicações em farmácia, sendo usadas para que se possa oferecer aos pacientes drogas insolúveis na forma líquida. Como exemplo, há o fluconazol, um antifúngico triazólico que tem amplo espectro de ação contra diversas espécies de fungos, inclusive a Candida albicans. No entanto, por este não ser encontrado na forma de apresentação de suspensão no mercado brasileiro, manifestou-se a proposta de produzir a formulação líquida, suspensão oral de fluconazol, nas quais foram realizadas análises físicoquímicas, além dos métodos de difusão em poços, Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Fungicida Mínima (CFM) para avaliar a efetividade das mesmas em relação a C. albicans. A formulação apresentou características físico-químicas adequadas, sendo ainda necessário à realização de testes de estabilidade e determinação do prazo de validade. Os resultados de susceptibilidade antifúngica mostraram que a suspensão de fluconazol preparada e o fluconazol diluído em água estéril apresentaram formação de halo de inibição com raio entre 1,5 a 2 cm e 2,8 a 3,2 cm respectivamente. Confirmaram-se os resultados realizando-se a CIM, onde se verificou que a C. albicans é sensível ao fluconazol, pois a concentração 1,5 g/mL foi a menor concentração do fármaco que conseguiu inibir o crescimento microbiano, porém realizando a CFM pode-se observar que o fluconazol apenas exerce ação fungistática. Portanto, concluiu-se que a formulação preparada é efetiva frente às cepas de Candida albicans, demonstrando ação fungistática, porém não fungicida. Palavras –Chaves: Fluconazol, Suspensão oral, Candida albicans. Introdução O desenvolvimento de formas farmacêuticas é um aspecto muito trabalhoso para o tecnologista tanto no aperfeiçoamento de medicamentos já tradicionais, como nos casos de estudos propriamente ditos para o desenvolvimento de novas terapêuticas. Dentre as formas farmacêuticas, encontram-se as suspensões, sendo classificadas como sistemas heterogêneos constituídos por duas fases. A fase contínua, ou externa, é normalmente um líquido ou semi-sólido, enquanto que a fase dispersa, ou interna, é constituída por partículas sólidas que são insolúveis na fase contínua, mas que se dispersam nela. (1,2) As suspensões orais têm várias aplicações em farmácia, sendo usadas para que se possa oferecer aos pacientes drogas na forma líquida, pois muitas pessoas apresentam dificuldade para ingerir as apresentações sólidas dos medicamentos. Além disso, a dose de uma forma líquida pode ser facilmente ajustada para suprir as necessidades do paciente. Dessa forma, se a droga for insolúvel ou fracamente solúvel e instável em meio aquoso uma suspensão pode ser a fórmula de medicação mais adequada. (3) De acordo com Prista e colaboradores o emprego das suspensões orais também pode ser justificado pelo mau sabor que os compostos podem apresentar em soluções ou no estado de pó, ou pelo fato de se pretender alongar uma ação medicamentosa, retardando-se a absorção de um fármaco por via injetável, por exemplo. (4) No desenvolvimento de suspensões, a preocupação principal centra-se no fato de que as suspensões sedimentam e que é necessário voltar a ressuspendê-las antes de 29 serem usadas ou dispensadas ao doente. Uma suspensão adequada deve ser facilmente redispersa por agitação, permanecer por suspensão durante o tempo suficiente para que possa ser administrada em doses precisas e deve ter as propriedades desejadas de escoamento. Além de ter um sabor agradável e ser resistente ao ataque microbiano. (2,3) A formulação ideal de uma suspensão seria um sistema defloculado com uma viscosidade suficientemente elevada para prevenir a sedimentação. Contudo, isso não garante a homogeneidade do sistema durante todo o tempo de prateleira do produto. Por isso, é usual formular a suspensão de modo que seja parcialmente floculada, para permitir uma redispersão adequada quando necessário e com uma viscosidade ajustada de modo que a velocidade de sedimentação seja a mínima possível. (1) Os sistemas floculados formam sedimentos mais frouxos e fáceis de redispersar, mas a velocidade de sedimentação é rápida, existindo o risco de administração de doses imprecisas. Além disso, o produto pode ter uma aparência pouco atrativa. Já os sistemas defloculados têm como vantagem a baixa velocidade de sedimentação, que possibilita a retirada de doses mais uniformes do recipiente. Mas, se ocorrer sedimentação, o sedimento formado é compacto e de difícil redispersão. (1) Para as substâncias que não são estáveis quando mantidas durante muito tempo em presença de um veículo aquoso na maioria das vezes apresentam-se sob a forma de pó para reconstituição no momento da administração. Porém, algumas suspensões já vêm prontas para o uso, ou seja, já estão devidamente dispersas num veículo líquido com ou sem estabilizante e outros ativos farmacêuticos, para prover drogas no estado líquido. (5,6) O fluconazol é um agente antifúngico sintético do grupo azóis, classificado como triazólico, disponível em cápsula, pó para suspensão oral e injetável. Possui uma excelente biodisponibidade (a fração da dose absorvida excede 90%) e a sua absorção não é afetado pelos alimentos ou acidez gástrica. (7) Fluconazol é um derivado triazólico resultante da substituição do anel imidazólico por triazólico, o que favorece amplo espectro de ação e seletividade para o citocromo P450 da célula fúngica. Estes compostos atuam através da inibição da enzima lanosterol 14-a demetilasa no complexo citocromo P-450 dos fungos. O resultado é a inibição da conversão de lanosterol em ergosterol, com a consequente depleção do ergosterol, acumulação de precursores e perda da integridade da membrana fúngica. Segundo Furlletti o lanosterol não têm a mesma forma física e propriedades que o ergosterol e leva à formação da membrana com propriedades alteradas, que não realiza as funções básicas necessárias para o desenvolvimento do fungo. (8,9,10) De acordo com Coelho o fluconazol exerce atividade sobre várias espécies de fungos causadores de micoses profundas e mucocutâneas, como Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis e várias espécies de candida. Segundo Sweetman o fluconazol também possui atividade contra Blastomyces dermatitidis, Candida spp.; Coccidioides immitis, Epidermophyton spp., Microsporum spp., e Trichophyton spp. (8,11) Várias espécies de leveduras do gênero Candida spp são capazes de provocar candidíase. Trata-se de membros da flora normal da pele, das mucosas e do trato gastrintestinal. (12) Candida albicans, a espécie mais importante de Candida spp, causa estomatite, vaginite e candidíase mucocutânea crônica, assim como outras doenças. Como um membro da flora normal, ela já esta presente na pele e nas membranas mucosas. Dessa forma, não é transmitida. A espécie albicans é a mais freqüente, responsável por 50 a 70% de todas as infecções invasivas pelo gênero Candida spp. Estes microrganismos sobrevivem como comensais em sítios anatômicos, de acordo com o ambiente em que se encontram e a pressão ambiental exercida sobre eles. Em superfícies de mucosas, a limitação dos nutrientes e a competição entre as bactérias e fungos, pertencentes à microbiota normal, exercem uma pressão seletiva, o que resulta na eliminação dos microrganismos menos adaptados. (13,14) Na Candida albicans observa-se a aderência da levedura à superfície celular, onde a formação do tubo germinativo com conseqüente desenvolvimento da forma 30 filamentosa, a produção de toxinas e enzimas extracelulares, constituem os fatores mais importantes para o desencadeamento da infecção por esse patógeno. A produção de fosfolipase é também um fator importante no processo da infecção, variando conforme a amostra. Essa enzima, localizada na superfície da levedura e na extremidade do tubo germinativo, atua na hidrólise de fosfolipídeos, dando origem a lisofosfolipídeos que causam dano à célula epitelial. Entre as espécies de Candida spp, apenas a albicans é capaz de produzir fosfolipase. (14) Portanto, a medida preventiva mais importante consiste em evitar qualquer distúrbio no equilíbrio normal da flora e das defesas integras do hospedeiro, pois a candidíase não é contagiosa visto que praticamente todas as pessoas normalmente abrigam o microorganismo. (12) O fluconazol é um insumo ativo de maior índice terapêutico dos azóis contra a candidíase, sendo este disponível em várias formas farmacêuticas, no entanto a forma de apresentação suspensão não é encontrada para comercialização em nosso país. Novas perspectivas tornam-se importantes, uma vez que permitem maiores alternativas de tratamento para tipos e condições de pacientes diferenciados, porém toda formulação nova deve ser submetida a testes rigorosos de modo a garantir a atividade a ser desempenhada e consequentemente o alcance e sucesso terapêutico. Objetivo Realizar a verificação da efetividade da forma farmacêutica líquida oral produzida a base de fluconazol frente à levedura Candida albicans. Metodologia Preparo e Avaliação da Suspensão Oral de Fluconazol Preparou-se a suspensão oral de fluconazol de acordo com a fórmula de Sampaio (15) descrita na Tabela 1, e realizaram-se as análises físico-químicas como a determinação de características organolépticas (cor, odor e sabor), pH, viscosidade e velocidade de sedimentação e ressuspensão. Tabela 4: Fórmula da Suspensão Oral de Fluconazol Fase Ingredientes p/v % g A Sacarina sódica Aspartame Propilenoglicol 0,1% 0,2% 5% 0,5 g 1g 25 g B Xarope simples 500 mL 500 mL q.s.p C Gel de goma xantana 2% Fluconazol (fornecedor: Pharma Nostra; lot.: FLC/FD/190305; Val.: 02/2010) Flavorizante 15% 50mg/5ml 75 g 5g qs qs Fonte: SAMPAIO, 2004. 1. Inicialmente dissolveu-se a sacarina e o aspartame no propilenoglicol (Fase A), em um grau. 31 2. Adicionou-se à solução preparada na fase A ao xarope simples que contém os conservantes (Fase B), em um béquer. 3. A fase A/B adicionou-se a goma xantana, fluconazol e flavorizante. 4.A mistura final procedeu-se agitação utilizando agitador mecânico até completa homogeneização. Verificação da Efetividade Para a verificação da efetividade da suspensão prepara frente ao fungo Candida albicans ATCC 10231 realizou-se a técnica de difusão em poços, onde foram avaliadas amostras da suspensão oral de fluconazol, fluconazol diluído com água estéril [10 mg/mL] e a suspensão oral sem fluconazol após decorrido o período de incubação realizou-se a mensuração do diâmetro do halo de inibição com o auxílio de uma régua milimetrada. Também realizou-se a Concentração Inibitória Mínima (CIM) que é definida como a menor concentração do fármaco que inibe o crescimento do organismo após o período de incubação e este pode ser determinado pela inoculação do organismo isolado em uma série de tubos contendo o fármaco em concentrações crescentes (0,033, 0,15, 1,5, 35, 55, 64 µg/mL). (13) A Concentração Fungicida Mínima (CFM) também é importante, para assim conhecer a concentração do fármaco que realmente mata o organismo ao invés daquela que só inibe o seu crecimento. É determinada a partir do espalhamento de uma pequena amostra de 0,1 mL dos tubos utilizados para a CIM, em Agar Sabouraud Dextrose, na ausência do fármaco. Qualquer organismo que foi inibido, mas não foi morto crescerá nestas condições, pois o fármaco coletada junto com a amostra estará presente em concentrações muito baixas. Após a incubação por 24 horas a 27°C, a menor concentração que tiver reduzido 99,9% o número de colônias, comparando ao controle livre do fármaco é a Concentração Fungicida Mínima. (13,16) Resultados e Discussões Preparo da Suspensão Oral de Fluconazol Para o preparado da suspensão oral teve-se o cuidado em seguir as orientações das Boas Práticas de Manipulação conforme a RDC n° 67 de 08 de outubro de 2007 (17), para a obtenção de um produto eficaz e seguro, além de evitar problemas nas análises realizadas. Nesta formulação obteve-se um produto de aspecto agradável, homogêneo, com viscosidade apropriada e de fácil escoamento, permitindo então que o material suspenso permaneça em suspensão por um intervalo de tempo relativamente longo. Características Organolépticas As características organolépticas cor, odor e sabor são importantes fatores para a aceitação de uma preparação farmacêutica destinada à administração oral, pois segundo Ansel e colaboradores a sensação do gosto de um medicamento é na verdade uma mistura complexa de paladar e olfato como menor influência da textura, temperatura e mesmo do aspecto. (6) Assim, os produtos comercializados devem seguir os padrões de aparência, onde o odor deve estar relacionado com a cor e sabor. Na formulação desenvolvida fez-se o uso de flavorizante e edulcorante sintético proporcionando odor agradável e sabor adocicado característicos de morango, e este mesmo produto atribuiu coloração homogênea levemente rosada à suspensão, tornando-a mais atraente. 32 Determinação do pH De acordo com Ferreira o valor do pH do veículo e o pka do fármaco são importantes para determinar a estabilidade do fármaco na preparação. Alterações de pH afetam significativamente a estabilidade do fármaco. (18) Appel e Réus descrevem uma fórmula de xarope de fluconazol, onde esta mesma preparação deve ser ajustada em pH 4,5, assim como o laboratório da Pfizer produtora do medicamento Diflucan® (fluconazol) determina que o pH do fluconazol injetável diluído em cloreto de sódio deve estar dentro da faixa de pH 4,0 a 8,0. (19, 20) Sendo assim preparou-se a suspensão oral de fluconazol com base nessas informações e realizou-se a leitura, o pH encontrado foi de 4,68. Não havendo a necessidade de correção do mesmo, uma vez que o pH encontrado está dentro da faixa estabelecida, sendo está ideal para a estabilidade da formulação. Determinação da Viscosidade Realizou-se a verificação da viscosidade de forma prática e rápida, através do viscosímetro do tipo Brookfield®, onde utilizou-se o spindle 2 na rotação de 60 rpm por minuto e o valor da medida foi de 0,298 pascal por segundo correspondendo em porcentagem 59,2 %, sendo que este valor ficou dentro do indicado pelo fabricante do aparelho que é de 20% a 90%. Mesmo não encontrando nas bibliografias consultadas padrões para a viscosidade de suspensões orais, este produto apresentou visualmente uma viscosidade aceitável e de fácil escoamento e com baixa velocidade de sedimentação. Velocidade de Sedimentação e Ressuspensão Na determinação da velocidade de sedimentação da suspensão de fluconazol verificou-se que na primeira hora após a agitação não obteve-se a sedimentação do material suspenso, sendo que passado 15 e 30 dias observou-se declive de 2 e 5 ml respectivamente. Portanto pode-se notar que a suspensão oral de fluconazol apresentou baixa velocidade de sedimentação, permitindo que o fármaco permaneça suspenso por mais tempo, possibilitando assim a retirado de doses mais precisas e uniformes. (1) Analisou-se também o tempo de ressuspensão da suspensão preparada apesar de a mesma não ter sedimentado completamente e verificou-se que o sedimento é facilmente redisperso, pois levou apenas 5 segundos para ressuspender novamente a suspensão. De acordo Lachman e colaboradores é necessário e de suma importância voltar a ressuspender a suspensão antes de serem usadas ou dispensadas ao doente. Portanto uma suspensão adequada deve ser facilmente redispersa por agitação, permanecer por suspensão durante o tempo suficiente para que possa ser administrada em doses precisas e deve ter as propriedades desejadas de escoamento. (2) Análises Microbiológica Os resultados de susceptibilidade antifúngica podem ser observados na leitura realizada visualmente no teste da CIM onde verificou-se que a concentração 1,5 g/mL foi a menor concentração do fármaco que conseguiu inibir o crescimento microbiano. Analisandose os dados de Brasil (21) com os resultados obtidos na Concentração Inibitória Mínima, pode-se afirmar que o fungo Candida albicans ATCC 10231 é sensível ao fluconazol, pois a concentração utilizada foi menor que 8 g/mL. 33 Para confirmação da efetividade desse fármaco, realizou-se a Concentração Fungicida Mínima, onde pode-se observar que a menor concentração do fármaco 1,5 g/mL que inibiu o crescimento da C. albicans na CIM não foi capaz de matar este fungo, pois tevese o crescimento de colônias desse microrganismo nas placas com agar. Assim pode-se confirmar que o fluconazol apenas demonstrou atividade fungistática inibindo o fungo, mas não apresentou ação fungicida. De acordo com Furlletti o fluconazol por ser um agente fungistático atua na inibição da enzima lanosterol 14-a demetilasa no complexo citocromo P-450 dos fungos, dificultando a síntese do ergosterol na membrana citoplasmática e levando ao acúmulo do lanosterol. Este precursor do ergosterol não tem a mesma forma física e propriedades que o ergosterol e leva à formação da membrana com propriedades alteradas, que não realiza as funções básicas necessárias para o desenvolvimento do fungo. Ao contrário dos antifúngicos fungicidas que interagem com o ergosterol presente na membrana citoplasmática do fungo, formando poros ou canais, resultando em um aumento da permeabilidade da membrana que permite a fuga de várias pequenas moléculas danificando assim suas funções de barreira, levando-o a morte. (10, 22) Dessa forma os fármacos fungistáticos apenas impedem o crescimento fúngico, proporcionando um rápido relapso ou incompleta erradicação do microrganismo. Somente a inibição do crescimento antifúngico pode não ser suficiente para prevenir à disseminação do microrganismo em pacientes com sistema imune prejudicado. Mesmo assim o fluconazol continua a ser um agente antifúngico de primeira escolha para o tratamento de infecções por C. albicans, devido à sua conhecida eficácia, perfil de segurança e o seu baixo custo. (22,23) Para maiores conhecimentos realizou-se a técnica de difusão em poços onde os resultados mostraram que a suspensão de fluconazol preparada foi efetiva contra isolados de Candida albicans, pois apresentou halo de inibição com raio entre 1,5 a 2 cm. Comparando este resultado com o fluconazol diluído em água estéril (10mg/ml) que apresentou um maior halo de inibição de 2,8 a 3,2 cm, pode-se observar que houve diferença entre essas duas amostras, pois o fluconazol diluído demonstrou maior efetividade comparado com a suspensão de fluconazol. Uma possibilidade de aumentar a efetividade da suspensão de fluconazol seria ajustar a dosagem do fármaco na suspensão para assim obter um melhor resultado, ou modificar a base da suspensão uma vez que alguns dos constituintes da fórmula podem inativar parcialmente o fármaco. Realizou-se também teste com a suspensão base sem o fluconazol para verificar se não havia influência de algum excipiente da fórmula que pudesse apresentar ação conservante, provocando assim a inibição do microrganismo. Então pode-se observar que a suspensão base não contêm interferentes na fórmula, pois esta não apresentou formação de halo de inibição, indicando que a inibição oriunda da suspensão contendo fluconazol se deve unicamente ao fármaco suspenso. Conclusão A formulação apresentou características físico-químicas adequadas, onde obteve-se um produto de aspecto agradável, homogêneo, com viscosidade apropriada e de baixa velocidade de sedimentação, além possuir um pH de 4,68 ideal para a estabilidade da formulação. Os resultados de susceptibilidade antifúngica da suspensão oral de fluconazol apresentaram formação de halo de inibição no teste de difusão em poços, assim pode-se atribuir este fato unicamente ao fármaco, pois a suspensão base sem o fluconazol não apresentou formação de halo de inibição. Confirmaram-se os resultados realizando-se a Concentração Inibitória Mínima, onde verificou-se que a Candida albicans é sensível ao fluconazol, mas realizando a Concentração Fungicida Mínima pode-se observar que o fluconazol apenas exerce ação fungistática. Em vista do exposto pode-se considerar que a suspensão de fluconazol é efetiva frente às cepas de Candida albicans, demonstrando ação fungistática, mas não fungicida. 34 Referências (1) AULTON ME. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed Porto Alegre: ARTMED, 2005. (2) LACHMAN L, LIEBERMAN H, KANIG JL. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. 2.v. (3) REMINGTON JP. Remington: a ciência e a prática da farmácia. 20. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. (4) PRISTA LVN, ALVES AC, MORGADO R. Técnica farmacêutica e farmácia galénica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1990. 1 v. (5) GOMES MJVM, REIS AMM. Ciências farmacêuticas uma abordagem em farmácia hospitalar. Belo Horizonte. Atheneu, 2001. (6) ANSEL HC, POPVICH NG, ALLEN LV. Farmacotécnica: formas farmacêuticas & sistemas de liberação de fármacos. 6.ed. São Paulo: Premier, 2000. (7) SEVERINO P, ZANCHETTA B, FRANCO LM, PAGANELLI MO, TAMASCIA P, CHAUD MV. 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