O USO DE SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO NO CHÃO-DEFÁBRICA MARCOS ROBERTO FORTULAN TECUMSEH DO BRASIL LTDA EDSON WALMIR CAZARINI UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO e-mail: [email protected], [email protected] Resumo: Reconhecer a necessidade das mudanças é imprescindível nos dias de hoje para qualquer empresa que deseja manter-se competitiva no mercado global. Somando-se a isto a enorme quantidade de dados e informações que precisam ser consideradas na gestão do negócio, o executivo necessita de ferramentas que o auxilie a monitorar o sistema, detectar necessidades de mudanças e tomar decisões. Este artigo propõe a implantação de um Sistema de Apoio à Decisão que faz uso de ferramentas de Data Warehouse, aplicadas especificamente no chão-de-fábrica, com a finalidade de gerir os dados resultantes do processo produtivo, transformando-o em informações que auxilie a tomar decisões que resultarão em mudanças estratégicas, buscando garantir a competitividade da empresa. Abstract: To recognize the need of the changes is indispensable in the actual days for any company that wants to stay competitive in the global market. Joining to this the large amount of data and information that need to be considered in the administration of the business, the executive needs tools that aids him to monitor the system, to detect needs of changes and to take decisions. This article proposes the introduction of a Decision Support System that makes use of tools of Data Warehouse, specifically applied in the shop floor, with the purpose to manage the data resultants of the productive process, transforming it in information, that will aid to take decisions that will result in strategic changes, looking for to guarantee the competitiveness of the company. Palavras-Chave: Sistema de Apoio à Decisão, Chão-de-Fábrica, Data Warehouse Keywords: Decision Support System, Shop Floor, Data Warehouse 1. Introdução: As mudanças estão e vão continuar acontecendo no mundo, queira o indivíduo ou não, queira a empresa ou não. O fator que leva às mudanças é algo muito mais forte que um indivíduo ou uma única organização, faz parte da evolução do ser humano, é a sua inconformidade com seu estado atual. Apoiado pelos desenvolvimentos da tecnologia, a busca constante por melhores condições de vida leva à mudanças com velocidades cada vez maiores, e quem não acompanhar ficará para trás, e dependendo do quanto ficar atrasado, esta defasagem pode tornar-se irrecuperável. No entanto, para quem vive dentro das empresas, esta não é uma realidade tão fácil de entender e muito menos de acompanhar. Reduzir custos, superar as expectativas dos clientes, remunerar bem os acionistas, lançar novos produtos antes do concorrente, são chavões cada vez mais comuns dentro do ambiente empresarial, transformando muitas empresas em “canibais”. Nesta busca desenfreada, o conhecimento é um fator chave-de-sucesso que as empresas têm aprendido a valorizar e estimular. A Gestão do Conhecimento, por exemplo, tem ganhado muita importância nos últimos anos, pois as empresas têm percebido o quanto é importante saber o que elas sabem. Já se encontram disponíveis diversas ferramentas comerciais para gestão do conhecimento, mas é necessário atenção, pois na ânsia de vender seus produtos, muitas empresas vendem não mais que sistemas de gerenciamento de informações, e não de conhecimento. O conhecimento é muitas vezes algo pessoal, o que o torna intangível, difícil de medir, manusear e armazenar. O conhecimento, conforme BARROSO e GOMES (1999), pode ser definido como, um corpo de informações constituído de fatos, opiniões, idéias, teorias, princípios e modelos, e pode referir-se ao estado de uma pessoa ou organização, em relação àquele conjunto de informações, como ignorância, consciência, familiaridade, entendimento, domínio, etc. Os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), uma das ferramentas de auxílio às mudanças e gestão de informações, não tem a intenção de eliminar o “tomador de decisões” através da absorção de todo o seu conhecimento, mas sim auxilia-lo, através da provisão de informações relevantes, na difícil tarefa de tomar a melhor decisão, não descartando do mesmo a necessidade de ter capacidade de entender estas informações, muitas vezes técnicas. As aplicações dos SADs são muito intensas nas áreas de comércio, marketing e financeiras, mas são pouco freqüentes quando se fala do Chão-de-Fábrica, e mesmo ainda assim, quando abordado, normalmente as aplicações estão relacionadas ao Planejamento e Controle da Produção. O objetivo deste artigo é propor a aplicação de SAD através da construção de um Data Warehouse que irá armazenar os dados do Chão-de-Fábrica, que por sua vez, assim como no comércio e na área financeira, são abundantes e precisam ser tratados para se transformarem em informação que podem acabar por ser estratégicas à continuidade e evolução do negócio. 2. Gestão das Mudanças Nos últimos dez anos, poucas organizações não enfrentaram alguns dos principais programas de mudanças tais como qualidade total, re-projeto de processos, foco no cliente, reengenharia, “rightsizing”, e embora esses conceitos e ferramentas tenham dado origem a histórias de sucesso, em boa parte dos casos o retorno não correspondeu aos investimentos, conforme relata ASHKENAS (1997). Outros autores também relatam histórias semelhantes, como DOOLEY e O’SULLIVAN (1999), que dizem que muitas empresas investiram recursos significativos no desenvolvimento de sua performance através da introdução de novas tecnologias e processos, mas dizem que somente 50% delas têm chance de ter sucesso. Mudanças no mercado acontecem rapidamente, tanto externas, como necessidades dos clientes, alterações na legislação, quanto internas, devido planos estratégicos, alterações nos produtos e serviços - embora a primeira sempre puxe a segunda - e para que um negócio seja competitivo, as respostas devem ser igualmente rápidas. Por esta razão, as empresas devem se reinventar em curtos espaços de tempo. Este fato é muito desafiador, uma vez que bons projetos requerem considerável quantidade de informações para serem coletadas e analisadas. Neste momento, os gerentes devem tomar decisões rapidamente e estar certos de que a empresa re-projetada irá atingir a performance necessária, conforme explica HARDING e YU (1999). Com o intuito de mostrar as mudanças pelas quais as empresas têm passando, a tabela 1, apresentada por DOOLEY e O’SULLIVAN (1999), mostra as principais abordagens pelas quais passaram as empresas ao longo das últimas décadas. Um complemento pode ser feito à década de 90 na tabela 1, que, por ter sido elaborada com dados de 1995, não está completa. Podemos acrescentar à mesma, como pertencente à década de 1990 pelo menos as seguintes abordagens: • ERP – Planejamento dos Recursos empresariais; • CRM – Gerenciamento das Relações com o Cliente; • Supply Chain; • Gestão do Conhecimento; • ISO 14000; • SAD – Sistemas de Apoio à Decisão; • Business Intelligence; • E-Commerce. Embora estes últimos ainda estejam em pleno uso e desenvolvimento, podemos ver que muitas das abordagens, ao longo do tempo, foram abandonadas por falta de uso e obsolescência, como por exemplo, o OPT, outras evoluíram, como o MRP seguido pelo MRP II e o ERP, e outras continuam em pleno uso, como Qualidade Total e ISO 9000. Década 1690 1890 1900 1920 1930 1950 1950 1960 1960 1970 1970 1980 1980 1980 1980 1980 1980 1980 1990 1990 1990 Abordagem Divisão do Trabalho Administração Científica Produção em massa Engenharia Industrial Movimento das relações Humanas Movimento de Qualidade Japonesa Teoria Geral dos Sistemas Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) Projeto Sócio-Tecnológico Planejamento dos Recursos de Manufatura (MRP II) Foco na Fábrica Qualidade Total Just in Time Manufatura Integrada por Computador Tecnologia de Otimização da Produção (OPT) ISO 9000 Classe Mundial de Manufatura Benchmarking Produção Enxuta Aprendizado da Organização Re-engenharia do Processo do Negócio Primeiro autor relacionado Adam Smith Frederick Taylor Henry Ford F. Gilbreth e F. Taylor E. Mayo J.M. Juran e W.E. Deming K. Boulding W. Orlicky E.L. Trist O. Wright W. Skinner P. Crosby T. Ohno E. Goldratt NSAI R. Schonberger Rank Xerox Jones e Roos M. Hammer e T. Davenport Tabela 1: Principais abordagens pelas quais passaram as empresas ao longo das últimas décadas Fonte: DOOLEY e O’SULLIVAN (1999) Como vimos, as mudanças internas são necessárias para que a empresa acompanhe as mudanças externas, e mais, autores como DOOLEY e O’SULLIVAN (1999) afirmam que deve haver dentro da empresa uma metodologia que inclua uma mistura de mudanças contínuas e mudanças periódicas radicais, de forma a manter a competitividade da organização. Historicamente, a evolução da forma e ferramentas de administração é comprovada, mas por outro lado vemos um grande número de fracassos. Então, se mudar é inevitável, como fazer para ter sucesso? Segundo DOOLEY e O’SULLIVAN (1999), a diferença entre o sucesso e o fracasso depende de como a mudança é gerida. O maior custo para a empresa como resultado de um fracasso é a perda do moral ou um aumento do descaso entre os funcionários a respeito dos planos, estratégias e objetivos futuros da organização. Portanto, as decisões tomadas em todo o processo de mudanças são imprescindíveis para o sucesso das mesmas. Os SADs atualmente têm representado importante papel no sentido de auxiliar os gerentes a tomar decisões mais acertadas. De forma geral, podemos citar novamente DOOLEY e O’SULLIVAN (1999) com seu “kit de ferramentas” para gerir mudanças, que consiste de uma metodologia que leva a organização, passo a passo a implementar suas melhorias e inovações com sucesso dentro das empresas. Nesta mesma linha, HARDING e YO (1999) apresentam o FDM (Factory Data Model), uma ferramenta de modelagem que pode disponibilizar vários estados de uma empresa através de representações de seus vários elementos de negócios. Estas representações são chamadas de modelos de fábricas, e estes modelos podem ser criados em diferentes níveis de detalhes dependendo das necessidades particulares de avaliação. Em conjunto ao FDM trabalha um data warehouse. No processo de projeto da fábrica existe um grande interesse nas informações de performance. Primeiro porque mostram se a empresa não está tendo um desempenho adequado em algum caminho, portanto falhando em atingir os objetivos do negócio, o que leva a um re-direcionamento do negócio. Segundo, porque os dados históricos de performance de um determinado processo ou recurso, como histórias de fracassos ou tempos operacionais, podem ser utilizados em simulações para previsões de performance em cenários supostos, tipo “o que aconteceria se...”. Assim, o data warehouse irá trabalhar em conjunto com o FDM de duas formas, primeira agindo como um direcionador, fornecendo informações sobre a performance da fábrica existente, e segundo, fornecendo valores de entrada para o FDM. Desta forma, as necessidades das empresas de re-adequarem podem ser mais facilmente identificáveis, a fábrica necessária pode ser obtida, e sua performance potencial pode ser avaliada antes que as caras implementações físicas sejam executadas. Diversas outras aplicações de SAD são apresentadas na literatura voltadas às empresas de produção, mas, como já comentado, poucas voltadas ao chão-de-fábrica, e menos ainda voltadas aos dados gerados durante o processo produtivo. SCHAMAHL e ANAND (1994), SCHMAHL (1996), WIERS e VAN DER SCHAAF (1997) e BHATTACHARYYA e KOEHLER (1998) são exemplos de autores que utilizaram algum tipo de SAD no chão-de-fábrica com resultados positivos de desempenho, todos, porém, voltados a atividades de planejamento e controle da produção. 3. Os novos Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) Os SADs, conforme o próprio nome diz, têm como objetivo dar suporte aos gerentes nos processos de tomadas de decisões dentro das empresas, que como já discutido, precisam ser cada vez mais rápidas e acertadas devido ao ambiente atual no qual as empresas estão inseridas. Conforme GRAY e WATSON (1999), os atuais Sistemas de Apoio à Decisão são resultados da disponibilidade de armazéns de dados em busca de aplicações e de softwares para SAD e Sistemas de Informações Executivas, cuja interação resultou nos sistemas a seguir: 3.1. Data Warehousing Ao longo do tempo, os bancos de dados foram desenvolvidos para fins de processamentos de dados operacionais e analíticos, tendo uma maior ênfase no primeiro caso, ainda que ambos tivessem usuários com diferentes necessidades. Uma vez compreendida esta diferença, foram criados bancos de dados separados para fins analíticos, chamados de data warehouse, explicam GRAY e WATSON (1999). Conforme HARDING e YU (1999), o data warehouse irá extrair informações valiosas dos bancos de dados operacionais de uma maneira eficiente. Os bancos de dados operacionais quando estão espalhados por toda a empresa, certamente conterão dados duplicados ou parcialmente duplicados. É inevitável a perda de produtividade e confiabilidade quando os dados são retirados de diversas fontes, assim, o conceito de data warehouse propicia integração da informação consolidada, que poderá ser utilizada pelos gerentes para auxiliar ou facilitar sua tomada de decisão. GRAY e WATSON (1999) destacam como características destes bancos: • São orientados a determinado assunto; • São integrados; • Não são violáveis, ou seja, seus dados não são alterados, só incluídos; • Representam um histórico; • São condensados; • Representam um longo período de tempo (de 5 a 10 anos); • Não são normalizados, ou seja, podem ter dados redundantes; • Não são baratos e tem implantação demorada; • São grandes e continuam crescendo ao longo do tempo. 3.2. On-Line Analytical Processing – OLAP BISPO e CAZARINI (1998) apresentam o OLAP como uma ferramenta capaz de efetuar certos tipos de análise de dados com visão multidimensional do negócio, comparando-os por diversos ângulos. Aplicações que utilizam este tipo de ferramenta devem ter como características: • permitir visão multidimensional dos dados; • possuir inteligência de tempo; • fazer a atualização dos bancos de dados; • realizar cálculos complexos; • criar agregações e consolidações; • fazer previsões e análise de tendência; • construir cenários a partir de suposições; • fazer cálculos e manipular dados através de diferentes dimensões. Os Bancos de Dados Multidimensionais guardam as informações numa espécie de cubo de dimensão “n”, o que resulta em diversas matrizes esparsas que permitem trabalhar simultaneamente com cenários de dados definidos por combinações de dados, de quantidades de produtos, região, vendas, tempo, etc. A vantagem destes bancos sobre os bancos de dados relacionais é que estes estão otimizados para obter velocidade e facilidade de resposta, complementam GRAY e WATSON (1999). 3.3. Data Mining Conforme BISPO e CAZARINI (1998), o objetivo desta ferramenta é extrair informações potencialmente úteis a partir de dados “crus” armazenados em um data warehouse ou nos bancos de dados dos sistemas transacionais, preferencialmente nos primeiros por já estarem consolidados. Para tal, utiliza-se de técnicas sofisticadas de procura, como algoritmos de Inteligência Artificial, Redes Neurais, Árvores de Decisões, Regras de Indução, ou ainda, combinações entre eles. Os principais modelos utilizados pelos processos de Data Mining para realizar suas descobertas são: • Modelo de descoberta de associação; • Modelo de descoberta de sucessão; • Modelo de agrupamento; • Modelo de classificação; • Modelo de regressão e • Visualização. As informações são geradas através de quatro passos: • Seleção; • Transformação; • Mineração e • Interpretação dos Resultados. 4. Aplicação do SAD no Chão-de-Fábrica Partindo-se de algumas premissas como grande disponibilidade de dados, dados espalhados em diversos bancos de dados operacionais pela fábrica, dificuldade de recuperação dos dados históricos, necessidade de tomadas de decisões rápidas e certeiras, é possível e viável a implantação de um data warehouse para administrar os dados gerados pelo chão-de-fábrica e, uma vez implantado o data warehouse, submete-lo à aplicação de um data-mining, conforme ilustrado pela figura 4.1: ,QIRUPDo}HV ´JDULPSDGDVµ FRP 'DWD 0LQLQJ D SDUWLU GR 'DWD :DUHKRXVH 'DVGDV DVGDVG DVGG DVGDVG DVGVG DVGDV *HUHQWH GD )iEULFD GHFLV}HV EDVHDGDV HP 6$' Figura 4.1. SAD no chão-de-fábrica. 'DGRV FRQVROLGDGRV HP 'DWD :DUHKRXVH ,QIRUPDo}HV D SDUWLU GR 'DWD :DUHKRXVH Utilizando-se o modelo estrela de representação de dados, temos como modelo para este data warehouse o diagrama representado pela a figura 4.2. Dimensão Setor Produtor Setor_Produtor Descrição Dimensão Produto Código_Produto Descrição Setor_Produtor Código_Material FATO Qualidade Código_Produto Código_Defeito Chave_Tempo Código_Equipe Número_Máquina Quantidade FATO Desempenho Dimensão Tempo Chave_Tempo Dia_Semana Dia_Mês Dia_Ano Mês Ano Indicador_Feriado Código_Produto Chave_Tempo Código_Equipe Produção Eficência Dimensão Equipe Código_Equipe Descrição Setor_Produtor Horário_Trabalho Dimensão Defeito Código_Defeito Descrição FATO Ferramenta Dimensão Máquina Número_Máquina Descrição Setor_Produtor Código_Ferramenta Chave_Tempo Código_Produto Código_Equipe Número_Máquina Quantidade FATO Manutenção Dimensão Ferramenta Número_Máquina Chave_Tempo Código_Manutenção Código_Equipe Tempo_Manutenção Dimensão Problema de Manutenção Código_Manutenção Descrição Código_Ferramenta Descrição FATO Material Código_Material Chave_Tempo Código_Defeito Quantidade Dimensão Material Código_Material Descrição Figura 4.2. Modelo Estrela do data warehouse para o chão-de-fábrica. Os dados que irão alimentar as tabelas de fato podem estar em diversos meios, desde relatórios em papel até mídias eletrônicas, o importante é que estejam registrados. Algumas considerações devem ser feitas a respeito dos dados a serem registrados nas tabelas de fatos: • • • Tabela de Qualidade: somente os dados sobre defeitos serão registrados, ou seja, os dados das inspeções aprovadas não devem ir para a data warehouse, pois estes dados têm como objetivo comprovar o funcionamento do Sistema de Qualidade ou permitir alguma rastreabilidade que seja necessária para comprovar a realização das inspeções, mas para o data warehouse não terão utilidade. Também não importa como estas inspeções são feitas, se automáticas, realizadas pelo operador, ou outro tipo, no entanto, precisam ser registradas. Aqui, como defeito, podem ser agrupados tanto os casos onde é possível um retrabalho, quanto os casos que se transformarão em refugo, basta criar códigos específicos. É imprescindível que estes códigos sejam universais para toda a empresa; Tabela Material: serão registrados apenas os casos onde o defeito do material tenha sido verificado na produção, não no recebimento. A tabela de códigos de defeito de materiais pode ser a mesma da de produtos; Com relação às outras tabelas de fatos e dimensões, estas são objetivas e auto-explicativas, não necessitando de explicações adicionais. Existe uma infinidade de informações que podem ser obtidas a partir deste modelo, que permitirão ao gerente de produção grande vantagem para guiar suas mudanças na direção exigida pelo cliente. Podemos citar alguns exemplos: • Índices de defeitos em determinado período por equipes, máquinas, produtos, datas específicas. Por exemplo, como se comportam os defeitos nos dias da semana? • Como tem evoluído o desempenho em função das equipes? • Mostrar o consumo de ferramentas de forma a checar se há consumo desordenado em alguma equipe, máquina ou produto; • Verificar quantidade de manutenção das máquinas em função das equipes; • Utilizando-se o Data Mining, podem ser obtidas informações relevantes que antes não teriam sido imaginadas, por exemplo, qual será a relação que existe entre qualidade, desempenho e consumo de ferramenta entre as equipes produtivas? 5. Conclusão As mudanças são ao mesmo tempo necessárias e inevitáveis, e este fato tem levado as empresas a enfrentarem processos de reorganização que nem sempre acabam com bons resultados. Neste sentido, ferramentas que auxiliam no processo de gerir as mudanças estão surgindo e tornandose populares entre os tomadores de decisão, e entre elas, neste artigo, são abordados os Sistemas de Apoio à Decisão, os SADs, que têm por objetivo auxiliar os administradores a escolher o caminho que trará os melhores resultados, além de propiciar informações para que se melhor administre o negócio. O artigo propõe assim a aplicação de um data warehouse no chão-de-fábrica para administrar os dados provenientes do processo produtivo, diferente do que tem sido proposto na maioria dos trabalhos, que vê no chão-de-fábrica apenas o Planejamento e Controle da Produção. Neste sentido, dados que hoje estão espalhados em diversos meios pelo chão-de-fábrica, podem ser trabalhados e transformados em informações, que serão estratégicas ao gerente tanto para manter a performance de sua área quanto para indicar onde devem ser feitas as mudanças. 6. Bibliografia ASHKENAS, R. 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