UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA RELATÓRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA SIMULAÇÃO DA EXTRAÇÃO DO ETANOL POR SOLVENTE ORGÂNICO E SUA RECUPERAÇÃO UTILIZANDO O SIMULADOR ASPEN PLUS® CARLOS EDUARDO SAMPAIO DANTAS SÃO CARLOS, SP 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA RELATÓRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA SIMULAÇÃO DA EXTRAÇÃO DO ETANOL POR SOLVENTE ORGÂNICO E SUA RECUPERAÇÃO UTILIZANDO O SIMULADOR ASPEN PLUS® CARLOS EDUARDO SAMPAIO DANTAS Relatório de Iniciação Científica apresentada ao Programa de Recursos Humanos da ANP (PRHANP/MCT Nº 44). Área de concentração: Simulação de Processo. Orientador: Profº. Dr. Everaldo César Costa Araújo SÃO CARLOS, SP 2014 Este trabalho foi desenvolvido no Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e contou com o apoio financeiro do Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (PRH-ANP/MCT Nº 44). RESUMO Para que o homem possa sustentar seu crescimento econômico e social, uma demanda energética maior vem sendo cada vez mais exigida. Na busca por evitar uma possível crise energética por causa do petróleo e gás natural e desenvolver fontes de energia inesgotáveis e limpas, os biocombustíveis vem sendo cada vez mais estudados. No Brasil, o processo de fermentação para se produzir etanol ganhou grande destaque, se tornando o mais eficiente do mundo. No entanto, o consumo energético para sua produção anidra requer grandes quantidades de energia, sendo esse um dos maiores problemas do processo. Esse trabalho visa a uma maneira mais econômica de se obtê-lo. Para isso, aplicou-se uma extração líquido-líquido com solvente orgânico e uma recuperação por meio de um flash e destilação, simulados no Aspen Plus®. Testaram-se ácidos carboxílicos, álcoois e ésteres na extração, tendo os álcoois melhor resultado. Dentre os solventes testados, o 4-metil-2-pentanol apresentou o melhor coeficiente de distribuição e fator de separação, sendo, portanto o melhor extrator. Na separação do etanol da fase orgânica, o flash apresentou alta concentração no vapor e boa recuperação apenas para os ácidos carboxílicos. Uma desvantagem é que a pressão fornecida deve ser extremamente baixa. A aplicação de uma destilação extrativa com o monoetileno glicol após esta etapa consumiu 2,402 MJ/kg de etanol anidro para o ácido 2etilexanoico, valor bastante inferior ao da destilação extrativa tradicional. A pressão aplicada no flash para se obter uma alta recuperação é o maior problema do processo, sendo da ordem de 4 mili atm. Trocando-se o flash por uma destilação comum seguida de uma destilação extrativa, o processo mostrou-se vantajoso apenas para o 4-metil-2-pentanol, que consumiu um total de 7,361 MJ/kg de etanol anidro, valor também inferior ao do processo real, com recuperação total de 59% de etanol. Palavras-chaves: Extração de etanol. Extração líquido-líquido. Solvente orgânico. Fermentação. Processo Flash. Destilação extrativa. Consumo energético. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fluxograma para extração com 1 decantador ......................................... 20 Figura 2 – Gráfico do coeficiente de distribuição em função do número de carbonos.................................................................................................................... 21 Figura 3 – Variação do coeficiente de distribuição do etanol em função da temperatura ............................................................................................................... 23 Figura 4 – Fator de seletividade em função da temperatura .................................... 24 Figura 5 – Fluxograma utilizado para o extrator em contracorrente ......................... 25 Figura 6 – Recuperação de etanol em função do número de estágios .................... 26 Figura 7 – Gráfico da recuperação de etanol em função da pressão ....................... 28 Figura 8 – Fluxograma para o processo de extração com flash e destilação extrativa ..................................................................................................................... 30 Figura 9 – Recuperação do etanol por destilação extrativa ...................................... 32 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Coeficiente de distribuição e fator de separação dos solventes escolhidos ................................................................................................................. 22 Tabela 2 – Comparação da capacidade de extração entre decantadores ................ 24 Tabela 3 – Extrator em contra-corrente .................................................................... 26 Tabela 4 – Recuperação e composição da corrente de vapor do flash .................... 27 Tabela 5 – Consumo energético total do processo de recuperação de etanol por flash e destilação extrativa ........................................................................................ 30 Tabela 6 – Consumo energético total do processo de recuperação de etanol por destilação extrativa .................................................................................................... 32 Tabela 7 – Coeficientes calculados para os solventes estudados ............................ 37 Tabela 8 – Composição das correntes para o processo com ácido 2-etilexanoico como solvente (flash) ................................................................................................ 40 Tabela 9 – Composição das correntes para o processo com heptanol como solvente (flash) .......................................................................................................... 40 Tabela 10 – Composição das correntes para o processo com 2-etil-1-butanol como solvente (flash) ................................................................................................ 40 Tabela 11 – Composição das correntes para o processo com 4-metil-2-pentanol como solvente ........................................................................................................... 41 Tabela 12 – Composição das correntes para o processo com 2,2-dimetilexanol como solvente ........................................................................................................... 41 Tabela 13 – Composição das correntes para o processo com etanoato de isopentila como solvente ........................................................................................... 41 Tabela 14 – Composição das correntes para o processo com ácido 2-etilexanoico como solvente ........................................................................................................... 41 LISTA DE SÍMBOLOS – Coeficiente de distribuição da substância i. – Fração mássica da substância i na fase j. – Fase orgânica – Fase aquosa – Etanol – Água – Fator se separação SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 10 2.2 OBJETIVOS GERAIS .............................................................................................. 10 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 11 4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 17 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 20 6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 35 APÊNDICE A - COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO (KD) E FATOR DE SEPARAÇÃO (α) DOS SOLVENTES ESTUDADOS ................................................... 37 APÊNCIDE B – COMPOSIÇÃO DAS CORRENTES APRESENTADAS NA FIGURA 8 .................................................................................................................................... 40 APÊNDICE C – COMPOSIÇÃO DAS CORRENTES APRESENTADAS NA FIGURA 9 .................................................................................................................................... 41 8 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento da sociedade exigiu um aumento da quantidade de energia consumida, seja para os confortos obtidos por meio da tecnologia ou para produção industrial. A população mundial também vem aumentando a uma taxa significativa, sendo necessário pensar em como futuramente a oferta energética estará assegurada a todos. Segundo World Energy Resources, em 2013, a principal fonte de energia mundial continuou sendo de origem fóssil, representando 76% do consumo total. Em ordem decrescente de consumo, se enquadram nessa categoria carvão, óleo e gás natural, bens não renováveis, que estão sob cogitação de esgotamento para muitos estudiosos. Diante desse cenário, é preciso estudar novos métodos de obtenção de energia de forma eficiente e limpa a partir de fontes inesgotáveis a fim de suprir uma possível falta provocada pelo petróleo. Dentro desses diversos tipos de fontes de energia, a biomassa vem ganhando grande destaque, especialmente no Brasil, onde é convertida em biodiesel ou, principalmente, em etanol. O Brasil é referência mundial na produção de etanol a partir de biomassa. Suas condições climáticas, solos férteis e grande extensão territorial dão total condição para que ele possa ampliar sua produção e mudar o perfil de sua matriz energética. Sua matéria prima, a cana-de-açúcar, também tem grande importância nesse destaque. De acordo com a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a safra 2013/2014, a área destinada ao plantio de cana-de-açúcar continua se expandindo, tendo um acréscimo de 3,7% em relação a última safra e a produção de etanol é estimada em um aumento de 14,94%, atingindo 27,17 bilhões de litros. O processo brasileiro de produção de etanol é o mais eficiente do mundo. A conversão da sacarose em etanol é mais barata que a do amido e seu saldo energético é positivo. O Brasil é atualmente o maior exportador e o segundo maior produtor de bioetanol do mundo. O desenvolvimento desse processo significa avanço tecnológico, independência energética, preservação ambiental ao se pensar no consumo e emissão de dióxido de carbono, mas, acima de tudo, oferta inesgotável de energia. Por essas razões, é necessário que os estudos na área de inovação e otimização de processo sejam feitos, para que esse processo de produção se torne 9 cada vez mais produtivo, gerando mais energia para o desenvolvimento do país e a menor custo. Sabe-se que a produção de etanol ainda tem algumas barreiras a serem superadas. A primeira delas diz respeito à produtividade, pois enquanto o etanol é produzido, seu acúmulo se torna tóxico para a levedura, que tem uma queda em seu metabolismo, limitando a produção de etanol (GUTIÉRREZ, SÁNCHEZ, CARDONA, 2005). Seu segundo desafio vem da separação da mistura etanol-água que é feita atualmente por meio de destilação. No entanto, esse método exige muita energia, cerca de 50 a 80% do total consumido no processo, principalmente para obter uma concentração de 85% molar (HABAKI, OSAMU, KAWASAKI, 2010). Além disso, a altas concentrações ocorre a formação de azeótropo, necessitando de processos de separação mais complexos (OFFEMAN, STEPHENSON, ROBERTSON, 2006). Diante desses problemas, é necessário que constantemente estudos sejam feitos sobre esse processo, visando melhorias. Este trabalho teve por objetivo selecionar solventes com alta capacidade de extração e estudar uma maneira de se obter o etanol concentrado com um consumo menor de energia. Para isso, ele foi baseado em um método bastante estudado na literatura que consiste em uma extração líquido-líquido por solvente orgânico e recuperação utilizando um Flash. Sua execução consistiu inicialmente na determinação de um solvente orgânico que conseguisse separar o etanol do vinho delevedurado a um índice satisfatório após a etapa de fermentação. Após a escolha dos solventes, verificou-se uma maneira mais eficiente de extraí-lo, comparando o desempenho entre decantadores e coluna de extração. Para a recuperação do etanol e sua concentração até o estado anidro, foram analisadas uma separação Flash e uma destilação fracionada, ambas seguidas de uma destilação extrativa por meio do solvente monoetileno glicol (MEG), comparando-se a energia envolvida nos processos. 10 2 OBJETIVOS 2.1. Objetivos Gerais Estudar uma forma de produzir etanol anidro com redução do consumo energético por meio de uma extração líquido-líquido, utilizando um solvente orgânico de boa capacidade de extração. Comparar métodos de extração, visando a altos desempenhos, ou seja, menor consumo de solvente, e a altas taxas de recuperação de etanol. 2.2. Objetivos Específicos - Selecionar da literatura possíveis solventes para a realização da extração; - Determinar o coeficiente de distribuição e fator de seletividade para esses solventes e testar os solventes de melhor resultado; - Verificar como as variáveis de processo (temperatura, pressão, vazão e número de estágios) influenciam na extração e selecionar a condição mais viável; - Comparar o desempenho entre decantador e extrator em contra corrente; - Comparar a aplicação de flash e destilação no processo de produção de etanol anidro, bem como a energia requerida. 11 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A produção de energia a partir de fontes renováveis pode ser a resposta para um futuro mais sustentável. Além de serem uma fonte de energia inesgotável, assegurando um abastecimento energético para gerações futuras, sua produção de energia reduz os impactos ambientais causados em relação às fontes fósseis e, em alguns casos, como na produção do bioetanol e biodiesel, está ligada à fixação do dióxido de carbono da atmosfera pelo crescimento da biomassa. A produção mundial de energia por fontes renováveis ainda é muito baixa, correspondendo a uma taxa de 18% em 2013 de acordo com World Energy Resources, requerendo, portanto, avanços tecnológicos para que esse valor aumente. Há muitas pesquisas sendo feitas nessa área, inclusive quanto à produção de combustíveis a partir da biomassa, sendo ela de qualquer tipo: canade-açúcar, milho e de óleos a partir de diversos vegetais. A obtenção do etanol a partir da sacarose (cana-de-açúcar) é atualmente o método mais produtivo, mas que ainda tem suas dificuldades. Nesse contexto, há, na literatura, estudos sobre como aumentar sua produtividade, supondo diversos métodos. A maioria dos processos fermentativos acontece em processo em batelada. No entanto, conforme a fermentação ocorre, resíduos desse processo ou até mesmo o produto formado pode diminuir o metabolismo da levedura ao aumentar suas concentrações (EGAN, LEE, MCWRIRTER, 1988). Vários autores vêm apostando no método de extração líquido-líquido da mistura etanol-água, estudando essa extração por diversos solventes (KIRBASLAR, CEHELI, ÜSTÜN, KESKINOCAC, 2001; RODDY, 1981; OFFEMAN, STEPHENSON, ROBERTSON, 2006) Em alguns estudos, autores já observaram relações entre a estrutura da cadeia molecular e a capacidade de extrair o solvente. As ramificações normalmente tendem a aumentar o fator de seletividade, mas de forma limitada. Em alcoóis, o seu aumento de metil para etil melhora esse coeficiente. No entanto, ao se aumentar de etil para propil ou butil, o aumento não segue as mesmas proporções (OFFEMAN, STEPHENSON, ROBERTSON, 2006). Em Offeman, Stephenson, Robertson, Orts (2005, pág. 6801), o autor chega às seguintes conclusões: 12 [...] Para alcoóis sem ramificação, o fator de separação aumenta conforme o grupo hidróxil caminha para o meio da cadeia, com o maior efeito visto quando ele muda do segundo para o terceiro carbono. O fator de separação também aumenta com a massa molecular, exceto no caso de alcoóis primários, onde ele é constante. Kde é função também da massa molecular (ou concentração do grupo hidroxil do solvente), decrescendo conforme a cadeia aumenta. Kdw, no entanto, é função do peso molecular e posição do grupo hidroxila. Ele decresce com o aumento da cadeia e deslocamento da hidroxila para o meio da cadeia [...]. Em seu estudo, ele também conclui que a posição da ramificação em relação a hidroxila altera o valor do coeficiente de distribuição. Para alcoóis com seis carbonos, ele decresce com a ramificação de um grupo metil a 1,0,2 e 3 carbonos de distância da hidroxila. Em alcoóis com seis e oito carbonos, uma ramificação etil o diminui na sequencia 0,1 carbono de distância, enquanto que um grupo n-propil o diminui na ordem inversa da ramificação metil, mostrando que esse grupo influencia menos o coeficiente de separação do que aquele. O conceito de base e ácido de Lewis também pode ser usado para descrever o comportamento do fator de separação (KING, MUNSON, 1984). Tanto a água quanto o etanol tem capacidade de doar e receber pares de elétrons. No entanto, no etanol, a capacidade de doar é um pouco maior que na água, fazendo com que ácidos de Lewis se liguem preferencialmente com etanol na fase aquosa, aumentando o fator de separação. Segundo Boudreau e Hill (2006), há mais de vinte anos se estuda esse tipo de extração. Apesar de bons resultados nos coeficientes de distribuição e fator de separação, a maioria dos solventes apresenta toxidade para os microorganismos, impedindo seu uso para uma extração direta na dorna de fermentação. Uma solução foi estudar solventes de origem orgânica, como ácidos graxos, pois como fazem parte do metabolismo de vários seres vivos, tenderiam a não ser tóxicos, além de serem renováveis, obtidos de óleos vegetais e gorduras animais. Em seu estudo, dos solventes testados, ele concluiu que o ácido nonanoico era o mais indicado para realizar a extração, devido ao coeficiente de distribuição para o etanol, cujo valor foi de 0,354. É possível ver que o aumento da massa molecular do solvente diminui a capacidade de extração do solvente, tendo o ácido oleico um desempenho menor do que o ácido valérico. Uma relação linear também foi 13 observada entre a concentração do etanol na fase orgânica e aquosa, com reta de maior inclinação para ácidos de cadeias menores. Para a escolha do solvente, Offeman, Stephenson, Robertson (2006), Munson, King (1984) e Kirbaslar, Ceheli, Üstün, Keskinocac (2001) citam critérios parecidos a serem levados em consideração. Entre eles, podemos citar: ter um baixo custo, ser biocompatível com o micro-organismo, não oferecer risco ambiental, ter imiscibilidade entre as fases, ter fácil recuperação e ter bons índices de coeficiente de distribuição e fator de separação. Como todos esses fatores nem sempre são satisfeitos, Munson, King (1984), basearam-se no coeficiente de distribuição e chegaram à seguinte ordem de prioridade na escolha de um solvente orgânico: hidrocarboneto < éter < cetona < amina < éster < álcool superior < ácido carboxílicos de cadeia longa. Para Habaki, Osamu, Kawasaki (2010), o solvente deve ter boa disponibilidade, fácil de ser encontrado, ser imiscível em água e barato. Baseado nesses fatores, em seu trabalho, eles contrariam a ordem citada e estudam hidrocarbonetos como forma de extrair o etanol. Hidrocarbonetos com mais que nove carbonos não formam azeótropo com etanol, não são miscíveis em água e têm ponto de ebulição maior que o etanol. No entanto, também não são fáceis de serem obtidos. Portanto, ele opta por estudar compostos aromáticos, escolhendo o mxileno por não ser tão caro e não ser muito utilizado na indústria. Para analisar o coeficiente de distribuição, são realizados testes com a adição de outros solventes como ácido cáprico, 1-hexanol e 2-etil-hexanol. Para os três casos, o coeficiente de distribuição aumentou levemente, mas, para o ácido cáprico, o fator de separação diminuiu. Em Offeman, Stephenson, Robertson (2006), o critério de seleção de solvente seguiu a sequência citada anteriormente. Um estudo foi realizado com diversos óleos de origem vegetal como óleo de coco, oliva e rícino e os alcoóis e ésteres formados pelo principal componente de seus ácidos graxos. Os coeficientes de distribuição dos óleos de oliva, cártamo e coco obtidos eram próximos a 0,05, enquanto que para os ésteres formados pelo principal componente desses óleos eram um pouco maiores (0,06 aproximadamente). Os álcoois oleico e láurico (que ―provem‖ do principal ácido graxo do óleo de oliva e coco) apresentaram maior coeficiente de distribuição: 0,3 e 0,4. Também foi notado que, conforme o tamanho da ramificação da cadeia do álcool superior aumenta, seu fator de separação 14 também aumenta. Em Kirbaslar (2001), o desempenho do 1-dodecanol foi estudado para extrair etanol de soluções aquosas diluídas, apresentando altos valores de coeficiente de distribuição e fator de separação, sendo um bom agente para esse processo. Dentre os diversos solventes das funções hidrocarbonetos, ésteres e álcoois analisados em Koullas (1999), os que apresentaram maior eficiência para o autor foram o álcool isooctílico e o acetato de isoamila. As razões foram alta concentração de etanol na fase orgânica, baixa presença de água nesta fase e baixa presença de solvente na fase aquosa. Para Roddy (1981), os fosfatos possuem um fator de separação próximo ao dos álcoois e há ainda exceções àquela sequência. O clorofórmio é, por exemplo, uma delas, possuindo uma boa afinidade para o etanol. No seu estudo, o 2-etil-1-butanol possuiu o maior valor de coeficiente de distribuição (0,69), mas sua solubilidade em água e extração em relação a outros produtos presentes na fermentação são desconhecidos. Além disso, foi sugerido que o tri-n-butil fosfato, apesar de ter baixo fator de separação, possa ser um bom solvente caso se utilize stripping para sua concentração, pois possui boa pureza, baixa solubilidade em água e baixa pressão de vapor. A formação de azeótopo entre o etanol e a água é outro fator que concentra estudos na tentativa de melhorar o processo. Para Boudreau (2006), em uma mistura binária etanol-água, a volatilidade daquele é muito maior para concentrações até 85% volume. Na faixa entre 85-95%, a volatilidade do etanol continua maior, mas já está se aproximando da volatilidade da água, até que em 97% volume de etanol, a mistura atinge o ponto azeotrópico, complicando o processo de destilação e evitando maiores rendimentos. A maioria dos trabalhos da literatura realiza a extração líquido-líquido do etanol com substâncias puras. Neste trabalho também será considerada a extração utilizando o óleo do pinhão-manso e óleo fúsel. O pinhão-manso é uma oleaginosa com teor de óleo entre 40% e 50% (PEREIRA, 2009) e foi escolhido devido a sua composição apresentar óleos bastante testados na extração do etanol. Segundo Pereira (2009), seu óleo é composto por ácido palmítico, esteárico, oleico, linoleico e lignocérico. O óleo fúsel é a fração menos volátil obtida durante o processo de destilação de álcool combustível (GARCIA, 2008). Para Peres (2001, apud Garcia, 2008), uma destilaria de porte médio pode produzir 1,5 milhões de 15 litros por dia, sendo que 2,5 litros de óleo fúsel são produzidos para 1000 litros de álcool. Sua composição, segundo Garcia (2008), contém principalmente álcool isoamílico e isobutanol, além de n-butanol, n-propanol, n-amílico e ésteres. A grande disposição e composição por substâncias frequentemente testadas na extração do etanol levaram à motivação para se testarem esses dois óleos. Muitos dos trabalhos sobre seleção de solventes para extração de etanol de misturas aquosas não abordam a posterior separação solvente-etanol que sempre está presente no processo de extração líquido-líquido. Daugulis et al (1987), utilizaram um flash operando sob vácuo a 75° C na qual praticamente todo etanol pôde ser removido. O solvente utilizado foi a base de ácido oléico. Jassal et al (1994), também utilizaram ácido oléico e um flash para a separação. As pressões e temperaturas utilizadas foram variadas de 27 a 67 kPa e de 80°C a 220°C, respectivamente. Apenas acima de 120°C foram detectadas quantidades de ácido no destilado maiores que 0,03% (massa). Realizaram também simulações com o programa Aspen Plus®, utilizando a equação de estado de Readlich-Kwong-Aspen, para comparar o consumo energético do flash e de uma coluna de destilação para produzir um destilado com 93,6% (massa) de etanol. A coluna obtida era composta por 24 estágios com razão de refluxo igual a 4. A carga no reboiler obtida foi de 5,8 MJ/kg de etanol no destilado. A corrente de fundo da coluna foi utilizada para préaquecer a alimentação. Para o flash, a simulação utilizou também a corrente de fundo produzida para pré-aquecer a alimentação e a energia necessária para a separação a 110° C foi 2,0 MJ/kg de etanol no destilado. Por outro lado, Egan et al (1988), utilizaram uma coluna de stripping para separar o etanol do solvente. O gás arrastando o etanol era resfriado até -70°C para o etanol ser condensado. O gás inerte utilizado foi argônio, entretanto nitrogênio ou mesmo ar poderiam ser utilizados. Na coluna de stripping foram utilizadas temperaturas entre 50 e 75°C, vazões de gás de 2,5 a 10 vvm e concentrações de etanol de 177 a 187 kg/m 3. Foram obtidas recuperações de etanol de até 77%, em relação ao etanol presente na fase solvente. Foram testados alguns alcoóis e ésteres como solventes, porém nos ensaios com a coluna de striping apenas três foram empregados: 2-etil-1butanol, 2-etil-1-hexanol e 1-octanol. Em Boudreau Hill (2006), o autor utiliza um flash para recuperar o etanol da fase orgânica gerada pela extração. O ácido nonanoico foi o solvente de melhor desempenho, gerando um vapor com concentração de 69,5% em etanol sob 16 condições de operação de 6500 Pa e 102ºC ou 4000 Pa e 87ºC e consumo energético de 62% em relação ao processo tradicional. A recuperação em etanol foi de 90%. Essa variável é fortemente influenciada pelo vácuo sob o qual o flash opera, sendo seu valor menor que 60% para uma pressão de 200 mili atm. O ácido octanoico não mostrou bom desempenho na separação no tambor flash por apresentar altas quantidades no vapor, além de ter uma recuperação de 66%. 17 4 METODOLOGIA Iniciou-se o trabalho pela pesquisa na literatura sobre diversos solventes orgânicos que possam ser bons na extração do etanol da mistura etanolágua. Apesar dos critérios citados que caracterizam um bom solvente, neste trabalho, será dado enfoque para o coeficiente de distribuição (KD) e fator de separação (α) e para substâncias de funções químicas como alcoóis superiores, ácidos carboxílicos e seus ésteres, pois já está provado que eles possuem bom desempenho. Outras substâncias ainda não citadas na literatura foram avaliadas, como, por exemplo, o óleo fúsel, subproduto da produção de etanol, o óleo do pinhão-manso e até mesmo substâncias de outras funções químicas, em busca de potenciais solventes. A pesquisa bibliográfica foi realizada durante toda a extensão do trabalho, a fim de ampliar o número de solventes testados com dados atuais. Após selecionado um número de solventes, começou-se a fase de simulação. Criou-se um fluxograma base para as diversas simulações a serem realizadas, contendo um misturador e o bloco Decanter. A temperatura da corrente foi de 30ºC, não se estipulou perda de carga no decantador e as vazões mássicas de alimentação foram de 1000 kg/h da mistura fermentada, com 90% de água e 10% de etanol em base mássica e 100 kg/h de solvente orgânico. O modelo termodinâmico utilizado foi o NRTL ou UNIQUAC, usados pela maioria dos autores em seus trabalhos nessa área com esses tipos de componentes. Entretanto, também foram considerados os procedimentos recomendados para a seleção de um modelo termodinâmico, dados por Carlson (1996). Para as substâncias que não se encontravam no banco de dados do simulador, a molécula foi inserida por meio de arquivos .mol tirados da literatura e foram também inseridos dados termodinâmicos a seu respeito para melhorar as estimativas calculadas pelo programa. O modelo UNIFAC foi escolhido para determinação dos parâmetros binários de interação molecular. Com base nos dados das correntes das fases aquosas e orgânicas do bloco Decanter, calcularam-se os valores do coeficiente de distribuição e fator de separação. O coeficiente de distribuição (KD) representa a capacidade de extração do solvente para uma substância e foi calculado pela razão entre a fração mássica de etanol (ou água) na fase orgânica e na fase aquosa: 18 ⁄ (1) O fator de separação ( ) representa a capacidade do sistema de separar duas substâncias entre as fases. Ele é dado pela razão entre o coeficiente de distribuição do etanol e o coeficiente de distribuição da água: ⁄ (2) Baseado nos melhores valores de coeficiente de distribuição e fator de separação, escolheram-se os solventes com melhor capacidade de extração para dar sequência ao projeto. Por meio da ferramenta Análise de Sensibilidade, variaram-se parâmetros como temperatura do decantador, vazão de solvente e do fermentado e pressão, a fim de se verificar sua influência na extração e um melhor modo de operação. Verificou-se também se o processo poderia ser melhorado com o uso de uma associação em série. Para isso, construiu-se um novo fluxograma com essa disposição de decantadores. A análise foi baseada na quantidade de etanol extraído para uma mesma vazão total de solvente igual a utilizada no caso anterior de um único decantador. A quantidade alimentada em cada equipamento foi igual à razão entre a vazão total e o número de decantadores. Também desejou-se saber como uma coluna de extração melhoraria o processo. Para isso, criou-se um fluxograma com uma única coluna e comparou-se a quantidade de solvente necessária para uma recuperação de no mínimo 90% de etanol na fase orgânica com a quantidade de solvente consumida no decantador. A recuperação do solvente da fase orgânica foi feita primeiramente por meio de um tambor flash. Essa operação foi adicionada ao fluxograma do processo de extração que apresentou o melhor resultado. Fez-se mais uma vez uma análise de sensibilidade para verificar como a pureza do vapor e a recuperação do etanol eram influenciadas pela pressão de operação. Para os solventes cuja recuperação e concentração de etanol no vapor foram mais altas, realizou-se a destilação extrativa com o uso do monoetileno glicol (MEG), visando a uma recuperação acima de 90% e concentração em massa de etanol acima de 99,3%. 19 O segundo método de recuperação testado foi a utilização de colunas de destilação. De forma análoga, inseriu-se uma coluna ao processo de melhor desempenho extrativo. Primeiramente, fez-se a destilação utilizando a coluna do método DSTWU, um método aproximado (Shorcut), apenas para se obter uma referência das dimensões da coluna e coletar dados como razão de refluxo e razão entre destilado e alimentação. Em seguida, realizou-se a destilação com uma modelagem mais rigorosa (Radfrac), partindo-se dos dados coletados pelo método anterior para iniciar seu dimensionamento. Para os solventes de melhor resultado, realizou-se a destilação extrativa de maneira análoga a citada anteriormente, visando às mesmas especificações. A determinação do melhor solvente e melhor processo para a obtenção do etanol anidro foi baseada não só na energia consumida, tendo como base a carga do reboiler, mas também na recuperação alcançada. 20 5 RESULTADOS Para se analisar a extração do etanol da fase aquosa gerada na fermentação, simulou-se sua extração por meio de um decantador e um extrator em contra corrente. Em ambos os casos, a vazão de vinho delevedurado era de 1000 kg/h a 30ºC com 10% em massa de etanol. A vazão do solvente variava em cada simulação, a fim de se analisarem os efeitos de extração. O fluxograma utilizado pode ser visualizado na Figura 1. Figura 1 – Fluxograma para extração com 1 decantador (Fonte: Acervo pessoal) O decantador foi especificado a uma temperatura de 30ºC e sem perda de carga. Dentre as três funções químicas avaliadas (ácidos carboxílicos, álcoois e ésteres) a de menor eficiência foram os ésteres, requerendo maiores quantidades de solventes para se atingir o grau de recuperação desejado. O aumento da cadeia carbônica provocou uma diminuição no coeficiente de distribuição e aumento no fator de separação. Como consequência, trabalhar com moléculas maiores requer mais quantidade de solvente para a extração a uma determinada quantidade, porém diminui sua perda por solubilidade na fase aquosa, além de gerar uma fase orgânica mais pobre em água. A Figura 2 mostra a variação do coeficiente de distribuição em função do tamanho da cadeia. Para análise mais exata desse efeito, foram consideradas apenas cadeias carbônicas saturadas e lineares, pois sabe-se que ramificações alteram a capacidade de extração. Coeficiente de distribuição do etanol (KDE) 21 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Ácido Carboxílico Álcool 0 5 10 15 20 Número de carbono Figura 2 – Gráfico do coeficiente de distribuição em função do número de carbonos (Fonte: Acervo Pessoal) Percebe-se que para um mesmo tamanho de cadeia, os álcoois apresentam um coeficiente de distribuição ligeiramente maior que os ácidos carboxílicos, extraindo melhor o etanol. Para o fator de separação, apesar de observada a tendência crescente em função do tamanho da cadeia, uma função química não apresentou resultados melhores que a outra, ou seja, as variações foram aleatórias. Para os ésteres, esse tipo de análise é um pouco mais complicada, devido a alta quantidade de isômeros existentes, mesmo para cadeias sem ramificações. Fixando um dos radicais da cadeia e aumentando-se o outro, percebese a mesma elevação no fator de separação e decréscimo no coeficiente de distribuição, mas não de uma forma tão sistemática como apresentada na Figura 2. Para isômeros, os resultados apresentaram variações consideráveis, não podendo inferir na maioria dos casos coeficientes semelhantes para esses compostos, revelando a grande influência que a estrutura molecular tem na extração. Como visto na literatura, a posição de ramificações e de grupos hidroxilas mudam a capacidade de extração do solvente de acordo com a posição em que eles aparecem na molécula. Pelos resultados obtidos, a presença de radical na molécula diminui a solubilidade do solvente na fase aquosa, ou seja, provoca uma elevação no fator de separação, que é acentuada para radicais maiores. Para o ácido butanoico e butanol não ocorreu separação de fases para a cadeia normal, mas a inserção de radicais tornou as duas substâncias imiscíveis em água. O comportamento na extração devido à mudança na posição da hidroxila não pode ser bem observada, pois poucos solventes foram testados nessas condições. No entanto, para os dois casos simulados (hexanol e 3-metil-1-butanol), a troca da 22 posição 1 pela 2 reduziu os dois parâmetros para este solvente e tornou a molécula imiscível para aquele. Para os ácidos e álcoois só ocorreram imiscibilidade para moléculas a partir de 4 carbonos, provavelmente pelo seu menor carácter polar. Uma tabela com todos os resultados obtidos na simulação dos solventes pode ser visualizada no Apêndice A. A Tabela 1 apresenta os solventes mais satisfatórios escolhidos para os próximos estudos de extração. Como altos fatores de seletividade estão associados a baixos coeficientes de distribuição, a escolha deles foi baseada em solventes, cujos índices apresentaram valores intermediários para que não houvesse grande perda de solvente na fase aquosa e que poucas quantidades pudessem extrair uma maior quantidade de etanol. Também procurou-se escolher solventes das três funções orgânicas para verificar como seria sua posterior separação do etanol no flash e na destilação. Tabela 1 – Coeficiente de distribuição e fator de separação dos solventes escolhidos Fórmula KDE α Ácido 2-etilexanoico C8H16O2 0,600 49,383 Ácido dodecanoico C12H24O2 0,448 16,200 Ácido hexadecanoico C16H32O2 0,309 18,619 2-etil-1-butanol C6H14O 1,078 12,017 Solvente Pentanol C5H12O 1,671 14,533 3-etil-3-pentanol C7H16O 0,913 13,471 Hexanol C6H14O 1,133 11,927 2,2-dimetil-hexanol C8H18O 0,785 15,084 4-metil-2-pentanol C6H14O 7,609 109,399 Heptanol C7H16O 0,935 12,627 Metanoato de etila C3H6O2 0,440 9,531 Etanoato de butila C6H12O2 0,323 13,671 Etanoato de isopentila C7H14O2 0,806 (Fonte: Acervo pessoal) 33,242 O óleo do pinhão-manso e o óleo fúsel foram simulados pela mistura de seus componentes, baseadas nas proporções apresentadas em Pereira (2009) e Garcia (2008) respectivamente. O óleo fúsel não apresentou índices elevados, que o caracterizasse como um bom solvente. Já o pinhão-manso apresentou valores mais satisfatórios, mas não bons o suficiente para justificar sua escolha em relação às outras substâncias orgânicas. Pela análise de sensibilidade, a pressão e a vazão de solvente não alteraram significativamente os parâmetros analisados. Aumentar a vazão de 23 solvente utilizada, para a maioria dos casos, não apresentou influência no processo, mas houve exceções. Para o ácido 2-etilexanoico, pentanol e etanoato de isopentila, aumentar a vazão utilizada de solvente proporcionou também aumento no fator de separação de 19,24%, 39,69% e 19,07% respectivamente. O 4-metil-2-pentanol é o único solvente que apresentou melhoras significativas para o coeficiente de distribuição do etanol e fator de separação. Os aumentos foram graduais para o intervalo de vazão analisado, com elevações de 398% e 551% respectivamente. Este solvente apresentou os valores mais altos para todas as simulações feitas, sendo, dentre os solventes testados, o de melhor desempenho. A temperatura foi a única variável que apresentou influencia significativa nos três parâmetros (K DE, KDW e α). De maneira geral, os dois primeiros variaram de maneira semelhante, com elevações acima de 40%, para temperaturas de 10oC para 70 oC, sendo o 4-metil-2pentanol e etanoato de isopentila os únicos solventes que apresentaram queda para KDE. Os valores de α caíram para quase todos os solventes e de maneira aleatória, impedindo uma caracterização de acordo com cada função orgânica. As maiores quedas foram para o 4-metil-2-pentanol e etanoato de isopentila, sendo 48,09% e 74%. Essas variações estão representadas nas Figuras 3 e 4. 8 7 6 KDE 5 Ácido 2-etilexanoico 4 Hexanol 3 Etanoato de isopentila 2 4-metil-2-pentanol 1 0 0 20 40 Temperatura 60 80 (oC) Figura 3 – Variação do coeficiente de distribuição do etanol em função da temperatura (Fonte: Acervo pessoal) 24 140 120 100 Ácido 2-etilexanoico 60 Hexanol 40 etanoato de isopentila α 80 4-metil-2-pentanol 20 0 0 20 40 Temperatura 60 80 (oC) Figura 4 – Fator de seletividade em função da temperatura (Fonte: Acervo pessoal) Dentre os solventes testados, os de maiores capacidade de extração foram o pentanol e o 4-metil-2-pentanol. Para o primeiro, 2000 kg/h recuperaram 95,97% de etanol e para o segundo 500 kg/h recuperaram 99,36% de etanol. Esses valores são de uma sequência de 4 decantadores em série, alimentados com a mesma vazão. Fazer uma associação em série de decantadores aumenta o rendimento do processo, ou seja, se extrai mais etanol da fase aquosa para uma mesma quantidade de solvente. Esse aumento é variável para cada solvente, sendo para alguns casos sem grande influência para o processo. O fluxograma para essa simulação é semelhante ao mostrado na Figura 1, mas com repetição dos blocos e conexão da corrente de saída aquosa de um decantador ao misturador seguinte. A Tabela 2 compara a extração entre os dois processos de decantação. Tabela 2 – Comparação da capacidade de extração entre decantadores Quatro decantadores Decantador Solvente Vazão de solvente (kg/h) Etanol recuperado (kg/h) Vazão de solvente (kg/h) Etanol recuperado (kg/h) Ác. palmítico 6400 90,55 6400 70,14 Ác. 2-etilexanoico 4000 90,87 4000 73,32 Ác. dodecanoico 4000 88,66 4000 68,56 Pentanol 2000 95,97 2000 85,27 4-propil-4-octanol 3600 89,65 3600 69,87 4-metil-2-pentanol 500 99,36 500 90,93 2-etil-butanol 3800 98,74 3800 87,22 25 3-etil-3-pentanol 3000 95,69 3000 79,49 Hexanol 3700 98,66 3700 89,34 2,2-dimetil-hexanol 5000 98,3 5000 85,24 Heptanol 4400 98,66 4400 87,16 Etanoato de isopentila 5000 88,04 5000 84,01 Etanoato de butila 4000 89,97 4000 59,62 4000 66,48 Metanoato de etila O extrator 4000 87,97 (Fonte: Acervo pessoal) em contra corrente foi especificado para operar adiabaticamente, com pressão de 1 atm e seu número de estágios variava a fim de se verificar sua influência na corrente orgânica. Deu-se preferência para uma recuperação nesta fase acima de 90% em etanol. O fluxograma para esse processo se encontra na Figura 5. Figura 5 – Fluxograma utilizado para o extrator em contracorrente (Fonte: Acervo pessoal) Para baixas vazões de solvente, a variação do número de estágios não alterou significativamente a recuperação de etanol na fase orgânica, mas para vazões maiores, essa variável mostrou mais influência. Para elevadas vazões, aumentando o número de estágios, é possível atingir maiores valores de extração com menor quantidade de solvente, gerando uma economia neste. O número máximo de estágio escolhido foi 15, para se obter uma extração quase completa. No entanto, acima de 10 estágios, o aumento não gerou influência significativa no processo. A Figura 6 ilustra como a extração aumenta com o número de estágios. 26 100 Recuperação de etanol (%) 98 96 94 92 Ácido dodecanoico 90 Metanoato de metila 88 Hexanol 86 84 82 0 5 10 15 Número de estágios Figura 6 – Recuperação de etanol em função do número de estágios (Fonte: Acervo pessoal) O extrator em contracorrente apresentou para todos os solventes uma capacidade de extração mais elevada que os decantadores, requerendo uma quantidade muito menor de solvente para se obter uma recuperação de etanol semelhante, sendo sua aplicação mais vantajosa. A quantidade de etanol recuperada para cada caso pode ser visualizada na Tabela 3. Tabela 3 – Extrator em contra-corrente Substância Vazão de solvente (kg/h) Ácido palmítico 2000 Vazão de etanol (kg/h) 85,57 Ácido 2-etilexanoico 1500 99,26 15 Ácido dodecanoico 2000 99,54 15 Pentanol 1000 99,49 6 4-propil-4-octanol 1000 57,6 15 4-metil-2-pentanol 125 91,46 3 2-etil-1-butanol 1700 99,73 6 3-etil-3-pentanol 1600 99,65 8 Hexanol 950 99,43 15 2,2-dimetilexanol 1250 97,36 15 Heptanol 1100 98,78 15 Etanoato de isopentila 1600 93,54 15 Etanoato de butila 1600 83,84 15 Metanoato de metila 2000 99,26 (Fonte: Acervo pessoal) 10 Número de estágios 15 27 Após se analisar o desempenho dos solventes, deu-se início à etapa de separação do etanol da fase orgânica. Espera-se dessa etapa, conseguir concentrar o etanol até as especificações de álcool hidradato (entre 92,5 e 93,8 ºINPM ou entre 95,1 e 96 ºGL) ou, se possível, ultrapassar as concentrações do azeótropo produzindo etanol anidro (99,3 ºINPM ou 99,6 ºGL) com um consumo energético menor que o do atual processo, podendo substituir as duas etapas iniciais de destilação. O primeiro processo testado foi a utilização de um tanque flash. Escolheu-se a coluna de extração para retirar o etanol da fase aquosa, devido aos melhores resultados de extração e direcionou-se sua corrente orgânica gerada para um tanque flash, a fim de se produzir uma corrente de vapor concentrada em etanol e uma corrente orgânica com maior concentração do solvente. Procurou-se manter uma pressão mínima no tanque para aumentar a quantidade de etanol evaporada. Os resultados obtidos para três pressões diferentes se encontram na Tabela 4. Tabela 4 – Recuperação e composição da corrente de vapor do flash Saída vapor do flash (P=0,001 bar) Saída vapor do flash (P=0,006 bar) Saída vapor do flash (P=0,011 bar) Ácido 2-etilexanoico RecuperaçãoETOH (%) 97,6 0,72 88,3 0,76 81,1 0,76 Ácido dodecanoico 97,7 0,59 88,6 0,58 82,0 0,57 Ácido hexadecanoico 98,9 0,63 94,0 0,63 89,5 0,62 2-etil-1-butanol 55,4 0,45 42,1 0,43 37,0 0,42 Pentanol 27,7 0,32 22,6 0,34 20,1 0,34 3-etil-3-pentanol 54,7 0,27 44,7 0,28 40,4 0,28 Hexanol 56,8 0,39 45,3 0,38 40,8 0,38 2,2-dimetil-hexanol 64,0 0,39 51,1 0,39 45,8 0,39 4-metil-2-pentanol 7,2 0,41 4,8 0,42 3,8 0,43 Heptanol 80,7 0,48 63,4 0,47 56,4 0,46 Metanoato de etila 13,2 0,02 13,1 0,03 12,9 0,03 Etanoato de butila 67,0 0,16 48,0 0,17 39,8 0,18 Etanoato de isopentila 42,3 0,05 49,3 (Fonte: Acervo pessoal) 0,09 49,6 0,11 Solvente xETOH RecuperaçãoETOH (%) xETOH RecuperaçãoETOH (%) xETOH Os ácidos carboxílicos apresentaram os melhores resultados de separação, mostrando os vapores mais concentrados em etanol e melhor taxa de recuperação. Os ésteres, devido a uma maior volatilidade, representam uma 28 quantidade significativa da composição de vapor, fazendo com que a fração mássica de etanol seja a menor obtida. Além disso, a taxa de recuperação tanto para os álcoois quanto para o ésteres foram muito baixas, mesmo a pressões muito pequenas. A alteração nesta variável muda significativamente a taxa com que o etanol é recuperado, sendo necessárias pressões muito baixas para se obterem taxas elevadas. Isso é um problema para a indústria devido aos altos custos associados à criação desse nível de vácuo. O 4-metil-2-pentanol, solvente que apresentou melhor extração, apresentou os piores resultados de recuperação no flash. Para se atingir uma recuperação de 50%, foi necessária uma pressão de no máximo 50 mbar. A Figura 7 ilustra como ela é afetada pela variação de pressão. 100 Recuperação de etanol (%) 90 80 70 60 Ácido 2-etilexanoico 50 2-etil-1-butanol 40 Etanoato de butila 30 4-metil-2-pentanol 20 10 0 0 0,1 0,2 0,3 Pressão (bar) Figura 7 – Gráfico da recuperação de etanol em função da pressão (Fonte: Acervo pessoal) Em nenhum caso, conseguiu-se concentrar o etanol até a especificação de etanol hidratado, sendo ainda necessária uma etapa de destilação para isso. A corrente de vapor produzida é composta, além do etanol, por água e solvente orgânico. Da água alimentada no sistema, praticamente toda sua quantidade sai na corrente de vapor. Já o solvente, sai em pequena quantidade para os ácidos carboxílicos por possuírem um ponto de ebulição bem elevado. A corrente líquida gerada no flash para essa função orgânica é, portanto rica em solvente com uma pequena quantidade de etanol e água. Ela poderia ser reintegrada no processo, alimentando o extrator junto com solvente puro. Devido à quantidade de etanol e água ser pequena, deve-se ponderar se é necessário realizar uma purificação. Para 29 as outras duas funções testadas, a produtividade do processo é baixa, não o compensando. Para diminuir as perdas de etanol na corrente líquida, um refluxo diretamente no flash deveria ser feito. Para se atingir a especificação de etanol anidro, após o flash, realizouse uma destilação extrativa, utilizando o monoetileno glicol (MEG) por apresentar grande sensibilidade à concentração de etanol na corrente de entrada, não ser tóxico e consumir menos vapor que a tradicional destilação azeotrópica com ciclohexano. Primeiramente, realizou-se a destilação no modo DSTWU para se obterem alguns parâmetros como número mínimo de estágio, razão de refluxo mínima e a razão entre destilado e alimentação, usados posteriormente como base no dimensionamento da coluna no modo RadFrac. Na especificação desta coluna, não considerou-se perda de carga e escolheu-se um condensador total. Foi necessária a adição de um compressor na saída do flash para regular a pressão da vazão de alimentação da coluna, que opera a 1 bar. A destilação foi feita para o ácido 2-etilexanoico, heptanol e 2-etil-1-butanol por saírem mais concentrados após o flash e apresentarem maior recuperação. Para os três, foi possível obter etanol anidro com concentração mássica acima de 99,5% em etanol. A coluna contém 20 estágios e razão de refluxo igual a 2 para os três solventes. A recuperação do etanol também foi elevada (acima de 85%) para os três casos. A carga do reboiler tem sido usada como um bom parâmetro para a energia consumida no processo. O ácido carboxílico exigiu a menor quantidade de energia, sendo 40,10 MJ/h, enquanto o heptanol e o 2-etil-1-butanol consumiram 171,03 e 501,78 MJ/h respectivamente. Após a produção de etanol anidro, foi feita a recuperação do MEG por meio de destilação em uma coluna operando a 1 bar com 20 estágios e baixa razão de refluxo. O processo possui alta taxa de recuperação para o MEG, sendo de 98,04%, 96,15% e 88,97% para o ácido 2-etilexanoico, heptanol e 2-etil-1-butanol respectivamente e para todos os casos a fração mássica do MEG na corrente de fundo produzida foi de 100% aproximadamente. O consumo total de energia deste processo se encontra na Tabela 5. 30 Tabela 5 – Consumo energético total do processo de recuperação de etanol por flash e destilação extrativa Compressor Reboilerextração Reboilerrecuperação Total Consumo (MJ/kg Etanol) Ácido 2-etilexanoico 96,670 40,100 81,529 218,299 2,402 Heptanol 256,070 171,028 469,392 896,490 12,736 2-etil-1-butanol 183,647 501,784 542,670 1228,101 24,062 Energia (MJ/h) Solvente (Fonte: Acervo pessoal) O ácido, apesar de consumir mais solvente na extração, nesta etapa do processo, apresentou resultados mais satisfatórios, não só devido à menor quantidade de energia, mas também por ter requerido uma quantidade muito menor de MEG em relação aos outros dois solventes e perda de etanol durante todo o processo menor, sendo aproximadamente 10%. O fluxograma completo deste processo está representado na Figura 8. Figura 8 – Fluxograma para o processo de extração com Flash e destilação azeotrópica (Fonte: Acervo pessoal) O gasto energético do processo simulado foi comparado com dados contidos no livro ―Cana-de-açúcar: Bioenergia, Açúcar e Etanol – Tecnologias e Perspectivas (2012)‖, que apresenta o consumo de vapor e sua pressão para produção de etanol hidratado e anidro para o processo utilizando MEG. Segundo cálculos baseados nesses dados, a produção de etanol anidro consome aproximadamente 10,90 MJ/kg de etanol. Em comparação com a Tabela 5, percebese que o ácido 2-etilexanoico é uma alternativa vantajosa economicamente em relação ao processo atual. Já o heptanol, apresentou um consumo de energia total 31 um pouco maior que o do processo atual, podendo se tornar uma opção vantajosa com posteriores estudos de otimização. O outro processo analisado para separação do etanol da fase orgânica foi a aplicação de uma destilação após a coluna de extração. A primeira etapa de destilação foi testada para a maioria dos solventes contidos na Tabela 2 e os que apresentaram melhores resultados foram testados em uma segunda coluna para se atingir a composição de especificação do anidro. Na primeira etapa de destilação, o número de estágios da coluna variou entre 8 e 15 e a razão de refluxo entre 1 e 1,8. Nenhum solvente apresentou a capacidade de quebrar o azeótropo e produzir etanol anidro. As concentrações do destilado ficaram em torno de 40% em massa para o etanol, com exceção do 4-metil-2-pentanol e do 2-etilexanoico, que geraram uma concentração mássica de 0,80 e 0,79 respectivamente. Em comparação com o bloco flash, a concentração em etanol do vapor gerado pela destilação é semelhante à concentração daquele bloco, exceto para os ésteres, que se mostrou muito superior e para o álcool citado. A destilação, no entanto, se mostra mais vantajosa, devido às altas recuperações do etanol no vapor, gerando-se uma menor perda deste no processo, principalmente para os ésteres e alcoóis. Para os ácidos carboxílicos, a recuperação também foi semelhante ao flash na menor pressão testada. O 4-metil-2pentanol, que apresentou a melhor capacidade de extração, também mostrou um bom desempenho na destilação por ter requerido a menor carga no reboiler. Sua única desvantagem até o momento em relação aos outros solventes é a menor recuperação de etanol nesta primeira etapa de destilação, sendo de 68% em comparação com os outros solventes, que atingem valores superiores a 90%. Os solventes com menor consumo de energia no refervedor foram testados em uma coluna de destilação extrativa também com monoetileno glicol. O fluxograma completo deste processo se encontra na Figura 9. 32 Figura 9 – Recuperação do etanol por destilação e destilação extrativa (Fonte: Acervo pessoal) Foi possível para os 4 solventes testados obter etanol com composição mínima de 99,3% em massa em colunas entre 15 e 20 estágios de equilíbrio e razão de refluxo entre 1,4 e 2,5. O ácido carboxílico consumiu a menor quantidade de energia no refervedor bem como a menor quantidade de MEG, sendo 23,85 MJ/h e 60 kg/h. A maior quantidade de MEG foi de 300 kg/h para o 2,2-dimetilexanol e o maior consumo energético foi para o 4-metil-2-pentanol, sendo de 67,15 MJ/h. O gasto energético total do processo se encontra na Tabela 6. Tabela 6 – Consumo energético total do processo de recuperação de etanol por destilação extrativa Energia total (MJ/h) Consumo (MJ/kg Etanol) 60,3488 438,82 7,361 290,506 1214,07 14,273 164,391 23,85 114,384 (Fonte: Acervo pessoal) 1020,80 17,202 999,54 16,352 Coluna 1 Coluna 2 Recuperação Reboiler (MJ/h) Reboiler (MJ/h) Reboiler (MJ/h) 4-metil-2-pentanol 311,31 67,15 Solvente 2,2-dimetilexanol 874,62 48,95 etanoato de isopentila 818,11 38,30 2-etilexanoico 861,31 Dentre os solventes testados, o 4-metil-2-pentanol foi o que apresentou o menor consumo de energia, além de já ter sido o melhor solvente para extração, sendo o mais indicado para este processo. Em comparação com os gastos de energia calculados, baseados em ―Cana-de-açúcar: Bioenergia, Açúcar e Etanol – Tecnologias e Perspectivas (2012)‖, a extração líquido-líquido com solvente orgânico e recuperação com destilação apresentou consumo energético favorável para o 4-metil-2-pentanol. A recuperação do MEG também foi considerada nesse processo por meio de destilação operando sob condições similares a anterior. A 33 taxa de recuperação para os 4 solventes foi superior a 96% e a concentração mássica da corrente próxima a 100%. O número de pratos das colunas apresentado pelas simulações é outra vantagem em relação ao processo tradicional. Após o flash, a coluna de etanol anidro apresentou 20 pratos e, pelo segundo método, o número máximo somado de pratos das duas colunas é 35. Segundo o livro citado acima, o processo utilizado atualmente apresenta 30 pratos na coluna de destilação (A, A1 e D), da qual se retira a flegma, e 52 pratos na coluna extrativa. Uma questão a ser estudada com a inserção de uma extração líquidolíquido no processo é a produção e composição da vinhaça e do óleo fúsel. O solvente orgânico pode carregar as substâncias que compõem esses subprodutos, alterando a sua composição ou diminuindo a quantidade produzida. A corrente de fundo gerada deve passar por uma análise de sua composição para verificar o tipo de tratamento de purificação a ser empregado e possíveis destinos dos resíduos. O solvente recuperado possui elevada pureza, podendo ser reintegrado ao processo. 34 6 CONCLUSÕES A estrutura molecular dos solventes altera de maneira significativa sua capacidade de extração. Aumentando-se a cadeia carbônica, percebeu-se um aumento no fator de separação, mas redução do coeficiente de distribuição. A presença de ramificações aumenta a imiscibilidade, enquanto a mudança da posição da hidroxila nos álcoois para o interior da cadeia carbônica a reduz. Dentre as três funções orgânicas analisadas, os álcoois apresentaram a melhor capacidade de extração, sendo o 4-metil-2-pentanol o melhor solvente testado. A coluna de extração apresenta melhor produtividade para o processo, uma vez que proporciona maior recuperação de etanol com menor consumo de solvente em relação ao decantador. O flash demonstrou ser um processo vantajoso apenas para o ácido carboxílico, no caso, o ácido 2-etilexanoico, que apresentou uma recuperação no equipamento de 91,65% a uma pressão de 4 mili bar, com vapor de 76% em massa de etanol. A quantidade final de energia consumida no processo, que também considerou uma destilação extrativa, foi de 2,402 MJ/kg etanol, valor bem abaixo do processo atual e a recuperação total de etanol foi de 90%. O problema do flash é a necessidade de pressões extremamente baixas e índices bastante pequenos de recuperação do etanol e sua concentração no vapor para ésteres e álcoois. Por meio de destilação seguida de uma destilação extrativa, também foi possível produzir etanol anidro com consumo energético reduzido. Para este caso, o 4-metil2-pentanol apresentou o melhor desempenho, consumindo 7,361 MJ/kg de etanol, estando também abaixo do consumo do processo empregado atualmente. A recuperação de etanol obtida foi de 59%. Para os dois processos, o MEG pode ser recuperado a uma taxa superior a 97% com pureza próxima a 100% em massa. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, T. V.; COÊLHO, A. C. D. Destilação. In: SANTOS, F; BORÉM, A; CALDAS, C. Cana-de-açúcar: Bioenergia, Açúcar e Etanol: Tecnologias e Perspectivas. Minas Gerais: Editora Folha de Viçosa LTDA, 2012. p. 489-514. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira: canade-açúcar, segundo levantamento, agosto/2013. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/13_08_08_09_39_29_boletim _cana_portugues_-_abril_2013_1o_lev.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2014. Boudreau, T. M.; Hill, G. A. Improved ethanol–water separation using fatty acids.Process Biochemistry, v. 41, p. 980-983, 2006. Carlson, E.C. Don’t gamble with physical properties for simulation. Chem. Eng. Progr., v. 92, n. 10, p. 35-46, out. 1996. Egan, B. Z.; Lee, D. D.; McWrirter, D. A. Solvent Extraction and Recovery of Ethanol from Aquous Solution. Ing. Eng. Chem. Res., v. 27, p. 1330-1332, 1988. Garcia, V. Subproduto de destilaria de óleo fúsel: caracterização da composição química e estudo de sua aplicação industrial. 2008. 98 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos). – Escola de Engenharia, Instituto Mauá de Tecnologia, 2008. Gutiérrez, L.F.; Sánchez, O.J.; Cardona, C.A. Modeling of Batch Extractive Fermentation for the Fuel Ethanol Production, In: 8TH CONFERENCE IN PROCESS INTEGRATION, MODELLING AND OPTIMISATION FOR ENERGY SAVING AND POLLUTION REDUCTION, 2005, Naxos, Itália. Habaki, H. et al. Extraction Equilibrium of Ethanol for Bioethanol Production — Solvent Selection and Liquid-liquid Equilibrium Measurement. Journal of the Japan Petrolium Institute, v. 53, n. 3, p. 135-143, 2010. Jassal, D. S.; Zhang, Z.; Hill, G. A. In-situ Extraction and Purification of Ethanol Using Commercial Oleic Acid. The Canadian Journal of Chemical Engineering, v. 72, p. 822-827, 1994. Kirbaslar, S. I. et al. Equilibrium Data on Water-Ethanol-1-Dodecanol Ternary System. Turk J Engin Environ Sci, v. 25, p. 101-105, 2001. Koullas, D. P.; Umealu, O. S.; Koukios, E. G. Solvent Selection for the Extraction of Ethanol from Aqueous Solutions. Separation Science and Technology, v. 34, n. 11, p. 2153-2163, 1999. Munson, C. L.; King, C. J. Factors Influencing Solvent Selection for Extraction of Ethanol from Aqueous Solutions. Ind. Chem. Process Des. Dev., v. 23, p. 109-115, 1984. Offeman, R. D. et al. Solvent Extraction of Ethanol from Aqueous Solutions. II. Linear, Branched, and Ring-Containing Alcohol Solvents. Ind. Eng. Chem. Res., v.44, p. 6797-6803, 2005. 36 Offeman, R. D. et al. Solvent Extraction of Ethanol from Aqueous Solutions Using Biobased Oils, Alcohols, and Esters. Journal of the American Oil Chemistry Society, v. 83, n. 2, p. 153-157, 2006. Pereira, C. S. S. Avaliação de diferentes tecnologias na extração do óleo do pinhão manso (Jatropha curcas L). 2009. 73 f. Dissertação (Mestrado em Ciência em Engenharia Química) - Instituto de Tecnologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Soropédica, 2009. Roddy, J. W. Distribuition of Ethanol-Water Mixtures to Organic Liquids. Ind. Eng. Chem. Process. Des. Dev., v. 20, p. 104-108, 1981. World Energy Resources 2013. Disponível em: <http://www.worldenergy.org/workprogramme/strategic-insight/survey-of-energy-resources-and-technologies/>. Acesso em: 20 mai. 2014. 37 APÊNDICE A – COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO (KD) E FATOR DE SEPARAÇÃO (α) DOS SOLVENTES ESTUDADOS Tabela 7 – Coeficientes calculados para os solventes estudados Substância Ácido fórmico Ácido acético a a Ácido propiônico Ácido butírico a a a Ácido isobutírico Ácido valérico Ácido 4-metilpentanoico Ácido isovalérico Ácido 3-etilpentanoico Ácido valproico Ácido hexanoico Ácido 2-etilbutanoico Ácido 2-metilexanoico Ácido heptanoico Ácido octanoico Ácido 2-metiloctanoico Ácido 2-etilhexanoico Ácido nonanoico Ácido decanoico Ácido undecanoico Ácido dodecanoico Ácido tridecanoico Ácido tetradecanoico Ácido pentadecanoico Ácido palmítico Ácido palmítico Ácido palmitoleico Ácido heptadecanoico Ácido esteárico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido nonadecanoico Ácido eicosanoico Ácido lignocérico Ácido cerótico Ácido motânico Ácido melíssico Ácido laceroico Pinhão-mansob Nomenclatura IUPAC Fórmula Ácido metanoico CH2O2 Ácido etanoico C2H4O2 Ácido propanoico C3H6O2 Ácido butanoico C4H8O2 Ácido isobutírico Ácido pentanoico Ácido 4-metilpentanoico Ácido 4-metilbutanoico Ácido 3-etilpentanoico Ácido 2-propilpentanoico Ácido hexanoico Ácido 2-etilbutanoico Ácido 2-metilexanoico Ácido heptanoico Ácido octanoico Ácido 2-metiloctanoico Ácido 2-etilexanoico Ácido nonanoico Ácido decanoico Ácido undecanoico Ácido dodecanoico Ácido tridecanoico Ácido tetradecanoico Ácido pentadecanoico Ácido hexadecanoico Ácido hexadecanoico Ácido 9-hexadecenoico Ácido heptadecanoico Ácido octadecanoico Ácido z-9-octadecenoico Ácido 9,12-octadecadienoico Ácido nonadecanoico Ácido eicosanoico Ácido tetracosanoico Ácido hexacosanoico Ácido octacosanoico Ácido triacontanoico Ácido dotriacontanoico C4H8O2 C5H10O2 C6H12O2 C5H10O2 C7H14O2 C8H16O2 C6H12O2 C6H12O2 C7H14O2 C7H14O2 C8H16O2 C9H18O2 C8H16O2 C9H18O2 C10H20O2 C11H22O2 C12H24O2 C13H26O2 C14H28O2 C15H30O2 C16H32O2 C16H32O2 C16H30O2 C17H34O2 C18H36O2 C18H34O2 C18H32O2 C19H38O2 C20H40O2 C24H48O2 C26H52O2 C28H56O2 C30H60O2 C32H64O2 KDETOH KDW α 1,16667 1,03298 1,18889 0,88043 0,75269 0,93406 1,03297 0,88043 0,77419 0,75269 0,64894 0,6 0,64894 0,56842 0,41667 0,44792 0,40206 0,36082 0,3299 0,30928 0,46875 0,30927 0,27551 0,2551 0,2449 0,26531 0,2449 0,22449 0,18367 0,16162 0,15152 0,14141 0,13131 0,27551 0,15684 0,12759 0,18225 0,08744 0,06444 0,06278 0,12759 0,08632 0,03491 0,06444 0,04983 0,01215 0,04983 0,04093 0,00663 0,02765 0,02436 0,02104 0,01772 0,01661 0,01991 0,01883 0,01441 0,0133 0,01552 0,01774 0,0122 0,01109 0,00776 0,00666 0,00555 0,00555 0,00444 0,01663 7,43860 8,09609 6,52340 10,06896 11,68048 14,87831 8,09623 10,19961 22,17674 11,68048 13,02308 49,38272 13,02308 13,88761 62,84615 16,19964 16,50493 17,14924 18,61738 18,61856 23,54167 16,42432 19,11936 19,17517 15,77843 14,95663 20,07377 20,24256 23,66881 24,26727 27,30090 25,47928 29,57432 16,56705 38 Óleo fúselc 1,65 d Óleo fúsel a Butanol Álcool isobutílico Álcool isoamílico 3-metil-2-butanol 2-etil-1-butanol Pentanol Isocarbinol 3-etil-3-pentanol Hexanol 2-hexanola 2-metil-1-hexanol 2,2-dimetil-hexanol 2-etil-1-hexanol 3-etil-1-heptanol Heptanol 2-Heptanol Álcool isoocítlico 2,6-dimetil-4-heptanol 1-octanol Álcool cáprico 2-butil-1-octanol 4-propil-4-octanol Isooctanol Jarcol I-16 Dodecanol 11-metil-10-pentadecanol Clorofórmio Formato de etila Formato de isobutila Formato de pentila Formato de octila Acetato de etila Acetato de isoamila Acetato de isopentila Acetato de butila Acetato de octila Acetato de undecila Acetato de 1,4-dietiloctila 3-metilbutanoato de butila 2-metilbutanoato de octila butanoato de 2,7-dimetiloctila Valerato de metila Valerato de etila Valerato de butila 0,37 1,32558 0,1801 Butanol 2-metil-1-propanol 3-metil-1-butanol 3-metil-2-butanol 2-etil-1-butanol Pentanol 4-metil-2-pentanol 3-etil-3-pentanol Hexanol 2-hexanol 2-metil-1-hexanol 2,2-dimetil-hexanol 2-etil-1-hexanol 3-etil-1-heptanol Heptanol 2-heptanol 7-metil-heptanol 2,6-dimetil-4-heptanol 1-octanol 2-octanol 2-butil-1-octanol 4-propil-4-octanol Isooctanol 2-hexildecanol Dodecanol 11-metil-10-pentadecanol Triclorometano Metanoato de etila Metanoato de isobutila Metanoato de pentila Metanoato de octila Etanoato de etila Etanoato de 3-metilbutano Etanoato de isopentila Etanoato de butila Etanoato de octila Etanoato de undecila Etanoato de 1,4-dietiloctila 3-metilbutanoato de butila 2-metilbutanoato de octila Butanoato de 2,7-dimetiloctila Pentanoato de metila Pentanoato de etila Pentanoato de butila 4,45946 7,36022 C4H8O C4H10O C5H12O C5H12O C6H14O C5H12O C6H14O C7H16O C6H14O 1,5 1,3908 1,25555 1,07777 1,67059 7,60869 0,91304 1,13333 0,219 0,15625 0,18705 0,08969 0,11495 0,06955 0,06778 0,09502 6,84932 8,90112 6,71238 12,01722 14,53318 109,39885 13,47064 11,92728 C7H16O C8H18O C8H18O C9H20O C7H16O C7H16O C8H18O C9H20O C8H18O C8H18O C12H26O C11H24O C18H38O C16H34O C12H26O C16H34O CHCl3 C3H6O2 C5H10O2 C6H12O2 C9H18O2 C4H8O2 C7H14O2 C7H14O2 C6H12O2 C10H20O2 C13H26O2 C14H28O2 C9H18O2 C13H26O2 C14H28O2 C6H12O2 C7H14O2 C9H18O2 1,12222 0,78495 0,978 0,67021 0,93478 0,90217 0,77419 0,67021 1,0555 0,7957 0,46875 0,53684 0,28866 0,3299 0,46739 0,3299 0,21649 0,43956 0,5 0,37895 0,2143 0,3125 0,26804 0,80645 0,32292 0,16162 0,12121 0,11111 0,16162 0,15151 0,09091 0,26804 0,22449 0,18367 0,08696 0,05204 0,11564 0,03982 0,07403 0,06555 0,05094 0,03982 0,13311 0,06243 0,02323 0,02876 0,01218 0,0144 0,01982 0,0144 0,0024 0,04612 0,10167 0,06164 0,02444 0,0191 0,01784 0,02426 0,02362 0,00444 0,00555 0,00555 0,00777 0,0055 0,00333 0,0168 0,01225 0,01666 12,90501 15,08359 8,45756 16,82979 12,62704 13,76308 15,19808 16,83099 7,92975 12,74547 20,17865 18,66620 23,69951 22,90972 23,57730 22,90972 92,55155 9,53079 4,91787 6,14779 8,76841 16,36126 15,02466 33,24196 13,67146 36,40090 21,83964 20,01982 20,80051 27,54727 27,30030 15,95739 18,32653 11,02041 39 Valerato de octila Pentanoato de octila Isopentil-isovalerato Isopentil-isovalerato 6-metil-heptanoato de metila 6-metil-heptanoato de metila Octanoato de metila Octanoato de metila Heptanoato de metila Heptanoato de metila Heptanoato de etila Heptanoato de etila Octanoato de etila Octanoato de etila Octanoato de pentila Octanoato de pentila Octanoato de isoamila Octanoato de isoamila Laurato de metila Dodecanoato de metila Laurato de etila Dodecanoato de etila Laurato de butila Dodecanoato de butila Laurato de isoamila Dodecanoato de isoamila 10-metildodecanoato de metila 10-metildodecanoato de metila Miristato de isopropil Tetradecanoato de isopropila Hexadecanoato de metila Hexadecanoato de metila Hexadecanoato de isoamila Hexadecanoato de isoamila Oleato de metila Octadecanoato de metila Tetracosanoato de metila Tetracosanoato de metila Tetracosanoato de etila Tetracosanoato de etila a) b) c) d) C13H26O2 C10H20O2 C9H18O2 C9H18O2 C8H16O2 C9H18O2 C10H20O2 C13H26O2 C13H26O2 C13H26O2 C14H28O2 C16H32O2 C17H34O2 C14H28O2 C17H34O2 C17H34O2 C21H42O2 C19H36O2 C25H50O2 C26H52O2 0,10101 0,14141 0,16162 0,15909 0,18367 0,16162 0,14141 0,10101 0,10101 0,1 0,09091 0,08081 0,08081 0,09091 0,08081 0,08081 0,06061 0,08081 0,05 0,05 0,00444 0,00666 0,00777 0,00768 0,01 0,00777 0,00666 0,00444 0,00444 0,00513 0,00333 0,00333 0,00333 0,00333 0,00333 0,00333 0,00222 0,00333 0,00111 0,00111 (Fonte: Acervo pessoal) Não houve separação de fases. Composição: Ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oleico, ácido linoleico e ácido lignocérico. Composição: Álcool isoamílico, álcool isobutílico e n-propanol. Simulação feita com o método UNIFAC. Composição: Álcool isoamílico, álcool isobutílico e n-propanol. Simulação feita com o método UNIQUAC. 22,75252 21,23273 20,80051 20,72727 18,36700 20,80051 21,23569 22,75252 22,75252 19,50000 27,30303 24,26936 24,26727 27,30030 24,26727 24,26727 27,30180 24,26936 45,04505 45,04505 40 APÊNCIDE B – COMPOSIÇÃO DAS CORRENTES APRESENTADAS NA FIGURA 8 Tabela 8 – Composição das correntes para o processo com ácido 2-etilexanoico como solvente (flash) FERMENT SOLVENT ORGANIC VAPOR MEG ETANOL FUNDO ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 99,264 90,974 - 90,902 0,073 0,073 9,88E-13 Água (kg/h) 900 - 25,203 24,851 - 0,424 24,427 24,427 1,64E-05 Ácido 2-etilexanoico (kg/h) - 1500 1499,82 3,952 - - 3,952 2,726 1,226 MEG (kg/h) - - - - 100 0,025 99,975 1,958 98,017 (Fonte: Acervo pessoal) Tabela 9 – Composição das correntes para o processo com heptanol como solvente (flash) FERMENT SOLVENT ORGANIC VAPOR MEG ETANOL FUNDO ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 99,841 80,578 - 70,932 10,186 10,186 - Água (kg/h) 900 - 96,304 83,629 - - 83,629 83,614 1,46E-02 Heptanol (kg/h) - 1050 1047,55 1,995 - - 1,995 1,986 9,37E-03 MEG (kg/h) - - - - 1500 0,049 1499,951 57,711 1442,24 (Fonte: Acervo pessoal) Tabela 10 – Composição das correntes para o processo com 2-etil-1-butanol como solvente (flash) FERMENT SOLVENT ORGANIC VAPOR MEG ETANOL FUNDO ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 98,899 54,782 - 51,040 3,742 3,742 8,45E-10 Água (kg/h) 900 - 92,703 63,013 - 0,007 63,005 63,005 0,000841 2-etil-1-butanol - 800 786,255 3,551 - - 3,551 3,550 0,000821 MEG (kg/h) - - - - 2000 - 2000 220,585 1779,415 (Fonte: Acervo pessoal) 41 APÊNDICE C – COMPOSIÇÃO DAS CORRENTES APRESENTADAS NA FIGURA 9 Tabela 11 – Composição das correntes para o processo com 4-metil-2-pentanol como solvente FERMENT SOLVENT ORGANIC DESTILAD MEG ANIDRO FUNDO2 ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 91,458 62,448 - 59,615 2,832 2,832 9,64E-08 Água (kg/h) 4-metil-2pentanol(kg/h) 900 - 15,780 15,779 - 0,059 15,720 14,479 1,240846 - 125 114,789 0,001 - - 0,001 0,001 2,19E-06 MEG (kg/h) - - 0,026 129,974 2,684 127,29 130 (Fonte: Acervo pessoal) Tabela 12 – Composição das correntes para o processo com 2,2-dimetilexanol como solvente FERMENT SOLVENT ORGANIC DESTILAD MEG ANIDRO FUNDO2 ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 99,859 93,950 - 85,059 8,892 8,892 1,644E-11 Água (kg/h) 900 - 84,650 78,648 - 0,573 78,074 78,074 1,253E-05 2,2-dimetilexanol (kg/h) - 1250 1246,94 65,163 - - 65,163 65,163 8,575E-05 MEG (kg/h) - - - - 300 0,001 299,999 6,226 293,773 (Fonte: Acervo pessoal) Tabela 13 – Composição das correntes para o processo com etanoato de isopentila como solvente FERMENT SOLVENT ORGANIC DESTILAD MEG ANIDRO FUNDO2 ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 93,508 75,834 - 59,342 16,49239 16,4924 Água (kg/h) 900 - 38,817 37,665 - 0,248 37,41628 35,1366 2,279658 Etanoato de isopentila(kg/h) - 1600 1599,96 49,695 - 0,141 49,55412 49,5541 MEG (kg/h) - - - - 250 0,027 249,973 2,98928 246,9838 1,29E-10 3,87E-12 (Fonte: Acervo pessoal) Tabela 14 – Composição das correntes para o processo com ácido 2-etilexanoico como solvente FERMENT SOLVENT ORGANIC DESTILAD MEG ANIDRO FUNDO2 ÁGUA MEGPURIF Etanol (kg/h) 100 - 99,264 96,191 - 61,125 35,066 35,066 1,44E-12 Água (kg/h) 900 - 25,203 25,202 - 0,170 25,032 25,032 1,42E-07 Ácido 2-etilexanoico(kg/h) - 1500 1499,82 0,218 - - 0,218 0,218 3,61E-05 MEG (kg/h) - - - - 60 0,016 59,984 1,914 58,06924 (Fonte: Acervo pessoal)