PLANO DE MANEJO
Reserva Particular do Patrimônio Natural Ambientalista Francy Nunes
Portaria nº 075 de 22 de fevereiro de 2007, IBAMA.
Proprietários: Francisco Pereira Nunes e Maria Otacy Almeida Nunes
General Sampaio - CE
2011
PLANO DE MANEJO
Reserva Particular do Patrimônio Natural Ambientalista Francy Nunes
Portaria nº 075 de 22 de fevereiro de 2007, IBAMA
Proprietários: Francisco Pereira Nunes e Maria Otacy Almeida Nunes
General Sampaio - CE
2011
Realização:
Apoio:
ii
COORDENAÇÃO
Rodrigo Castro – Biólogo, Secretário Executivo da Associação Caatinga.
Daniele Ronqui – Bióloga, Coordenadora Técnica da Associação Caatinga.
Kelma Cláudia Nunes – Socióloga e Teóloga, Presidente da AAFRAN-Associação Ambientalista Francy Nunes.
PARCEIROS
Associação Asa Branca dos Proprietários de RPPN do Ceará
Universidade Federal do Ceará - UFC
Universidade Estadual do Ceará - UECE
Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de General Sampaio
Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Tejuçuoca
EQUIPE TÉCNICA
Geoprocessamento:
Cristiano Alves da Silva – Geógrafo, Especialista em Geoprocessamento Aplicado a Análise Ambiental
pela Universidade Estadual do Ceará.
Francisco Ilan de Queiroz Leite – Geógrafo, graduado pela Universidade Estadual do Ceará.
Levantamento Botânico:
Marcelo Oliveira Teles de Menezes – Biólogo, Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual do Ceará.
Marcelo Freire Moro – Biólogo, Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual
do Ceará.
Sarah Sued Gomes de Souza – Biólogo, Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade
Estadual do Ceará.
Diagnóstico das Comunidades do entorno:
Francisco Eugênio de Oliveira Costa – Engenheiro Agrônomo e Especialista em Desenvolvimento, Espaço e Meio Ambiente pelo Instituto Educare.
Levantamento da Herpetofauna:
Paulo Cesar Mattos Dourado de Mesquita – Ms. em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade
Estadual do Ceará.
Diva Maria Borges-Nojosa – Dra. em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro / UFRJ, Ms. em
Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal da Paraíba, UFPB, coordenadora do Núcleo
Regional de Oiologia da Universidade Federal do Ceará (NUROF-UFC) e pesquisadora na área de Herpetologia, com ênfase em Sistemática, Zoogeograia e Ecologia.
Estudos Limnológicos:
Aldeney Andrade Soares Filho – Ms. em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará; professor do curso Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará nas disciplinas de Limnologia,
Aquicultura e Bioestatística.
Thiago Dias Ferreira – Biólogo, graduado pela Universidade Estadual do Ceará.
Manoel Paiva de Araújo Neto – Biólogo, graduado pela Universidade Estadual do Ceará.
Rodrigo Leite Rodrigues – Graduando do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará.
iii
Levantamento da Avifauna:
Weber Andrade de Girão e Silva – Ms. em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco
com ênfase em ornitologia.
Ciro Ginez Albano – Biólogo, graduado pela Universidade Federal do Ceará com larga experiência em
ornitologia.
Levantamento da Mastofauna e Quiropterofauna:
Paulo Thieres Pinto de Brito – Biólogo, graduado pela Universidade Federal do Ceará, com larga experiência em Mamíferos do Ceará e da Caatinga.
Levantamento das Potencialidades para Uso Público:
Daniela Gaspar Garcia de Matos – Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade
Federal do Ceará, Especialista em Medioambiental con Herramientas SIG pela Environmental Systems
Research Institute (Espanha).
TEXTO
Ana Carolina Leite Cordeiro – Bióloga e Mestra em Gestão Ambiental de Recursos Hídricos
Daniele Ronqui – Bióloga, graduanda pela Universidade Estadual de Londrina/PR, especialista em
Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Ceará.
Liana Mara Mendes de Sena – Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal
do Ceará, Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Ceará.
Suellen Galvão Moraes – Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade de Fortaleza, graduada
em Turismo pela Faculdade Integrada do Ceará.
Projeto gráico
Rafael Salvador – Publicitário, Designer Gráico.
iv
Apresentação
O Estado do Ceará dispõe de remanescentes da Caatinga preservados, a maioria localizados em
áreas particulares, oferecendo boas oportunidades para a conservação. Uma destas áreas é a RPPN
Ambientalista Francy Nunes localizada no município de General Sampaio. Ela abriga espécies raras e
ameaçadas de extinção, colabora com a conservação da diversidade biológica e com o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação, além de preservar matas que oferecem importantes serviços ambientais
a toda a sociedade.
O Plano de Manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes ora apresentado é resultado do esforço
conjunto de instituições parceiras, pesquisadores, técnicos, sociedade civil e moradores do entorno da
RPPN. A elaboração do PM foi possível graças ao Convênio de nº. 116/2006, celebrado entre a Associação
Caatinga e o Fundo Nacional do Meio Ambiente para a execução do projeto: “Fortalecendo o Manejo da
Biodiversidade através do Apoio e Capacitação na Realização de Plano de Manejo da Reserva Particular
do Patrimônio Natural – RPPN Francy Nunes”. Este documento atende à Lei 9.985, de 18/07/2000 (SNUC),
que estabelece as diretrizes para a preservação, conservação, manutenção, recuperação, restauração,
utilização sustentável, manejo e gestão das Unidades de Conservação e utilizou como referência o
Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo de RPPN do IBAMA, publicado em outubro
de 2004.
O Plano de Manejo norteia as ações de conservação, manejo e possibilidades de uso sustentável
da reserva. Nele, o proprietário encontrará informações fundamentais para orientar o planejamento da
sua RPPN para cumprir seus objetivos de conservação e uso público. Nele estão descritos os atrativos
e potenciais da Reserva, a existência de espécies raras e ameaçadas de extinção, formas de ampliar
e manter suas trilhas, proteção contra incêndios lorestais, orientação para projetos de educação
ambiental e turismo, recomendações para a sustentabilidade da reserva, dentre outros aspectos.
Para tanto, um diagnóstico da reserva e do seu entorno foi realizado para melhor entender os
processos que resultaram na situação atual da mesma e da região. Tais levantamentos são de suma
importância para que se possa conhecer o passado, entender o presente e planejar o futuro. A partir deste
diagnóstico, da análise da qualidade ambiental da reserva, disponibilidade de infraestrutura, atrativos e
entorno, as comunidades do entorno num momento e atores estratégicos num outro momento, foram
convidados, por meio de oicinas participativas, a conhecer os levantamentos realizados e a opinar
sobre suas expectativas e o futuro da RPPN.
Todas essas informações nortearam o zoneamento da reserva, onde porções de sua área foram
delimitadas de acordo com suas características e potenciais de uso e prioridades de conservação in situ.
Realizado o zoneamento, programas prioritários para a RPPN foram deinidos em diferentes segmentos
de atividades como forma de concentrar ações e recursos humanos e inanceiros para o bom manejo
da área. Todas as etapas contaram com a participação ativa do proprietário da RPPN e seus familiares.
Os programas são voltados a ações de proteção, pesquisa e monitoramento, visitação,
administração, comunicação e sustentabilidade econômica. Tudo para que a RPPN possa não apenas
garantir a conservação dos recursos naturais como também relacionar-se bem com seu entorno.
Mais do que um documento legal, o Plano de Manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes visa
potencializar as ações de conservação e sustentabilidade da área protegida, promover a divulgação da
RPPN e apresentar oportunidades para a identiicação de novas parcerias para a RPPN. Ele visa oferecer
ao público em geral, uma visão do plano de manejo, sintetizando as recomendações e principais ações
direcionadas a RPPN.
Rodrigo Castro
Secretário Executivo
Associação Caatinga
v
Lista de Siglas e Abreviações
ADA
APP
CCIR
CREA
CNRPPN
CPF
CONAMA
FNMA
FUNBIO
FUNCEME
IBAMA
IBGE
ICMBio
IDACE
INCRA
ITR
IUCN
MMA
ONG
PIB
PNMA
PREVFOGO
PSF
RPPN
SESA
SUDENE
UC
vi
Ato Declaratório Ambiental
Área de Preservação Permanente
Certiicado de Cadastro do Imóvel Rural
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
Confederação Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural
Cadastro de Pessoa Física
Conselho Nacional do Meio Ambiente
Fundo Nacional do Meio Ambiente
Fundo Nacional do Meio Ambiente
Fundação Cearense de Meteorologia
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Imposto Territorial Rural
International Union for Conservation of Nature
Ministério do Meio Ambiente
Organização Não Governamental
Produto Interno Bruto
Política Nacional do Meio Ambiente
Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais
Programa de Saúde da Família
Reserva Particular do Patrimônio Natural
Secretaria Estadual de Saúde
Superintendência Para o Desenvolvimento do Nordeste
Unidade de Conservação
Lista de Tabelas
Tabela 1: Distância e tempo aproximado de percurso entre a sede do Município de General Sampaio
a capital do Estado e os principais centros urbanos do entorno da RPPN.Tabela 1 - Distância e tempo
aproximado de percurso entre a sede do Município de General Sampaio a capital do Estado e os principais
centros urbanos do entorno da RPPN.
14
Tabela 2: Ficha resumo da RPPN Francy Nunes.
16
Tabela 3: Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada nas médias
mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme
(2008).Tabela 2. Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada
nas médias mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE:
Funceme (2008).
18
Tabela 4: Valores sobre a riqueza e abundância da herpetofauna da Fazenda Natália e RPPN Francy Nunes
durante o período do maio/2007 a junho/2008.
33
Tabela 5: Avifauna ameaçada na RPPN Francy Nunes.
35
Tabela 6: principais potenciais recreativos, interpretativos e culturais identiicados na RPPN e propriedade.
44
Tabela 7: indicadores sociais de Desenvolvimento.
55
Tabela 8: Resumo do levantamento socioeconômico do Município General Sampaio.
57
Tabela 9: Dados da vegetação nativa destruída.
59
Tabela 10: Espéceis da fauna e lora apontadas como raras ou extintas na região.
59
Tabela 11: prinicipais problemas ambientais e possíveis soluções apontadas pelas lideranças comunitárias
para as comunidades.
60
Tabela 12: Resumo com as ameaças e oportunidades do ponto de vista ambiental, cultural e turístico de
todas as comunidades.
61
Tabela 13: Zonas deinidas para a RPPN Ambientalista Francy Nunes.
66
vii
Lista de Mapas
viii
Mapa 1: Principais vias de acesso para a RPPN Ambientalista Francy Nunes.
15
Mapa 2: Clima da região da RPPN Francy Nunes - Tropical Quente Semiárido Brando e Tropical Quente Semiárido com estação chuvosa iniciada nos meses de Janeiro a Abril.
17
Mapa 3: Geologia da região da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
19
Mapa 4: Unidades de relevo da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
20
Mapa 5: Planialtimétria da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Altitudes variam entre 250 a 400 m.
21
Mapa 6: Tipos de solos na RPPN Francy Nunes.
22
Mapa 7: Estágio sucessional na RPPN Francy Nunes.
29
Mapa 8: Trajeto da trilha a partir da sede, futuro centro de visitantes, que conduz aos três atrativos na RPPN:
conjunto de Barrigudas (Ceiba glaziovii), Mirante do Bico Alto e Mirante de Pedra.
45
Mapa 9: Localização da trilha que liga os principais atrativos da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
46
Mapa 10: Atrativos identiicados e atividades sugeridas. Também foram identiicadas ameças a essas atividades
como sinais de fogo e extração da vegetação.
47
Mapa 11: Localização das comunidades do entorno da RPPN Francy Nunes.
59
Mapa 12: Principais áreas protegidas e matas remanescentes na região e possibilidade de conectividade entre elas.
63
Mapa 13: Mapeamento do projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do
Bioma Caatinga – PROBIO” (2006), referente à região da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
64
Mapa 14: Zoneamento da RPPN Ambienalista Francy Nunes.
67
Lista de Anexos
Anexo 1: Mapa de Localização e acesso
87
Anexo 2: Mapa do Clima
88
Anexo 3: Mapa da Geologia
89
Anexo 4: Mapa da Geomorfologia
90
Anexo 5: Mapa de Altitude
91
Anexo 6: Mapa de Liminologia
92
Anexo 7: Mapa dos Solos
93
Anexo 8: Mapa de Hidrograia
94
Anexo 9: Mapa de vegetação
95
Anexo 10: Fitoisionomias
96
Anexo 11: Conectividade
97
Anexo 12: Indicadores Sociais
98
Anexo 13: Comunidades
99
Anexo 14: PROBIO
100
Anexo 15: Mapa de Zoneamento
101
Anexo 16: Lista de espécies da Flora inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
102
Anexo 17: Lista de espécies da Herpetofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
109
Anexo 18: Lista de espécies da Avifauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
111
Anexo 19: Lista de espécies da Mastofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
115
Lista de Figuras
Figura 1: Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte do
Estado do Ceará. Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte
do estado do Ceará.
14
Figura 2: Riacho das Pedras, RPPN Francy Nunes, no inal do período chuvoso início do seco.
23
Figura 3: Pontos hídricos da RPPN Francy Nunes e de seu entorno.
23
Figura 4: Olho d’água próximo a RPPN Francy Nunes no período chuvoso de 2007.
24
Figura 5: Variação anual da vegetação na RPPN Ambientalista Francy Nunes.
24
Figura 6: Inlorescência de Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae).
26
Figura 7: Espécime de Cryptostegia grandilora no entorno da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
27
Figura 8: Flor de Senna unilora (esquerda) e fruto de Senna occidentalis (direita) – espécies indicadoras da
presença de gado.
27
Figura 9: À esquerda, foto na estação seca com árvore caída e a clareira deixada pelo fogo no interior da reserva. À direita, extração de madeira para produção de carvão no entorno imediato da reserva.
30
Figura 10: Gado bovino (esquerda) e caprino (direita) pastando no entorno oeste da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
30
Figura 11: Calanguinho de rabo azul (Micrablepharus maximiliani), à esquerda.
31
Figura 12: Falsa Coral (Oxyrhopus trigeminus), à direita.
31
Figura 13: Pleurodema diplolistris (foto: Renato Gaiga), à esquerda.
32
Figura 14: Briba brasiliana (foto: Renato Gaiga), à direita.
32
Figura 15: Hemidactylus agrius, à esquerda.
32
Figura 16: Lygodactylus klugei, à direita.
32
Figura 17: Tropidurus semitaeniatus (foto: Rich Hoyer).
32
Figura 18: Lagarto (Tropidurus hispidus) à esquerda, Sapo boi (Proceratophrys cristicep) ao centro e largatixta
(Cnemidophorus ocellifer) à direita espécies mais abundantes e frequentes encontradas na RPPN.
33
Figura 19: Jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca), à esquerda.
34
Figura 20: Pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae), à direita.
34
ix
x
Figura 21: Bigodeiro (Sporophila lineola), à esquerda.
35
Figura 22: Campina (Paroaria dominicana), à direita.
35
Figura 23: Cancão (Cyanocorax cyanopogon), à esquerda.
36
Figura 24: Corrupião (Icterus jamacaii), à direita.
36
Figura 25: Patarrona (Amazonetta brasiliensis), à esquerda.
36
Figura 26: Pai Luís (Neocrex erythrops), à direita.
36
Figura 27: Avoante (Zenaida auriculata), à esquerda.
36
Figura 28: Codorniz (Nothura boraquira), à direita.
36
Figura 29: Catita (Gracilinanus agilis), à esquerda.
37
Figura 30: Rabo-de-lápis (Monodelphis domestica), à direita.
37
Figura 31: Morcego (Mimon crenulatun).
38
Figura 32: Raposa (Cerdocyon thou), à esquerda.
38
Figura 33: Caititu (Pecari tajacu), à direita.
38
Figura 34: Demarcação do início do limite da RPPN pela equipe de georreferenciamento.
41
Figura 35: À esqueda, levantamento dos pontos georreferenciados para elababoração dos mapas.
41
Figura 36: À direita, sugestão de marco para delimitação da RPPN.
41
Figura 37: À esquerda, Santo e pequeno altar encontrado no Pico Alto.
42
Figura 38: À direita, inscrições em árvore encontrada próximo ao limite entre as propriedades.
42
Figura 39: Barrigudas encontradas na RPPN ao longo da trilha principal.
45
Figura 40: Vista do Bico Alto, ponto mais alto da região presente no interior da RPPN.
46
Figura 41: Vista do mirante de pedra.
46
Figura 42: À esqueda, Casa de taipa.
48
Figura 43: À direita, Açude pequeno (Redenção).
48
Figura 44: À esquerda, antigo forno para produção de carvão.
48
Figura 45: À direita, Açude Grande (Monte Horebe).
48
Figura 46: À esquerda, Periquito do sertão (Aratinga cactorum).
48
Figura 47: À direita, Galo da Campina (Paroaria dominicana).
48
Figura 48: À esquerda, Golinha (Sporophila albogularis).
49
Figura 49: À direita, Pica-pau-anão-do-nordeste (Picummus limae).
49
Figura 50: À esquerda, Véu de noiva.
49
Figura 51: À direita, restaurante no açude Boqueirão em Tejuçuoca.
49
Figura 52: À esquerda, Açude.
49
Figura 53: À direita, Balneário de General Sampaio.
49
Figura 54: À esquerda, Formação geológica Cabeça do índio.
50
Figura 55: À direita, Frmação geológica touro.
50
Figura 56: Centro de Apoio ao visitante do Parque Ecológico Furna dos Ossos.
50
Figura 57: Cartazes da festa do bode que ocorre anualmente no minicípio.
51
Figura 58: Incêndio ocorrido em 2007.
58
Figura 59: Curso de combate a incêndios lorestais na RPPN e consequente montagem da brigada voluntária.
58
Figura 60: À esquerda, placa informando a existência da RPPN com o número da portaria de criação.
53
Figura 61: À direita, placa educativa em árvore com informação da espécie vegetal.
53
Figura 62: À esquerda, placa educativa com mensagens bíblicas.
53
Figura 63: À direita, placas informativas nas trilhas l.
53
Figura 64: auditório construído no alpendre/varanda da sede da fazenda que serve como auditório para receber grupos de visitantes, ou alojamento para pesquisadores.
54
Sumário
1.
INTRODUÇÃO
13
2.
INFORMAÇÕES GERAIS
14
2.1.
Localização
14
2.2.
Acesso
14
2.3.
História e Características do Imóvel
15
2.4.
Ficha resumo da RPPN
16
DIAGNÓSTICO
17
Caracterização da RPPN
17
Clima
Geologia e Geomorfologia
Relevo
Solos
Hidrograia
Vegetação
Fauna
Geoprocessamento
Aspectos Históricos E Culturais
Visitação
Pesquisa e Monitoramento
Ocorrência de Fogo
Atividades Desenvolvidas na RPPN e Sistema de Gestão e Pessoal
Infraestrutura, Equipamentos e Serviços
Recursos Financeiros e Formas de Cooperação
17
Caracterização da Propriedade
54
Caracterização da Àrea de Entorno
55
Demograia
Indicadores Sociais
Dados sobre o meio rural
Dados Gerais sobre Economia e Serviços
Infraestrutura Hídrica, Viária, Elétrica, Bancária, de ATER e de Comunicações
Caracterização das comunidades do entorno da RPPN
55
3.4.
Possibilidade de Conectividade
63
3.5.
Declaração de Signiicância
63
PLANEJAMENTO
65
4.1.
Objetivos do Plano de Manejo
65
4.2.
Normas Gerais da RPPN Ambientalista Francy Nunes
65
4.3.
Zoneamento
66
Zona Silvestre (Zs)
Zona de Transição (Zt)
Zona de Proteção (Zp)
Zona de Visitação (Zv)
Zona de Recuperação (Zr)
Administração
67
Programas de Manejo
69
3.
3.1.
3.1.1.
3.1.2.
3.1.3.
3.1.4.
3.1.5.
3.1.6.
3.1.7.
3.1.8.
3.1.9.
3.1.10.
3.1.11.
3.1.12.
3.1.13.
3.1.14.
3.1.15.
3.2.
3.3.
3.3.1.
3.3.2.
3.3.3.
3.3.4.
3.3.5.
3.3.6.
4.
4.3.1.
4.3.2.
4.3.3.
4.3.4.
4.3.5.
4.3.6.
4.4.
18
20
21
22
24
31
38
41
43
51
51
52
53
54
55
56
56
58
58
68
68
68
69
69
xi
4.4.1.
4.4.2.
4.4.3.
4.4.4.
4.4.5.
4.4.6.
Programa de Administração
Programa de Proteção e Fiscalização
Programa de Pesquisa e Monitoramento
Programa de Visitação
Programa de Sustentabilidade Econômica
Programa de Comunicação
70
4.5.
Projetos Especíicos
79
4.6.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E CUSTOS
80
INFORMAÇÕES FINAIS
86
Anexos
86
5.
5.1.
xii
71
73
75
77
78
6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
117
7.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
119
1. INTRODUÇÃO
O Plano de Manejo era uma necessidade que desde 2004 a família Nunes vinha tentando apoio
para realizar. Na época, das 31 RPPN existentes nos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, a única que
possuía plano de manejo era a Reserva Natural Serra das Almas em Crateús/CE. Buscando ampliar o
universo de RPPN munidas deste importante instrumento de planejamento e gestão, a diretoria da
Confederação Nacional de RPPN-CNRPPN reuniu-se em Brasília com a Diretoria e a Coordenadoria da
Carteira de Projetos em Gestão Integrada de Áreas Protegidas do Fundo Nacional de Meio Ambiente
– FNMA para que o FNMA apoiasse uma proposta integrada e de ação multiplicadora, envolvendo
a CNRPPN e as associações estaduais de RPPN para a elaboração de planos de manejo para RPPN
pilotos com base no novo roteiro produzido. Neste contexto, foram apresentados ao FNMA projetos
de abrangência regional com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de planos de manejo pilotos em
RPPN buscando dar representatividade às regiões e aos biomas do país.
Na região do Ceará, Piauí e Maranhão, a Associação Caatinga (OSCIP, cadastrada no CNEA) em
parceria com a Associação Asa Branca de proprietários de reservas particulares, lançaram um edital para
seleção da RPPN piloto que seria agraciada com o Plano de Manejo. O Comitê de Seleção formado por
membros da Asa Branca e da Diretoria da Confederação Nacional de RPPN elegeu a RPPN Ambientalista
Francy Nunes no Ceará, inserida no bioma Caatinga e de propriedade do Sr. Francisco Pereira Nunes,
como piloto para a região devido ao grande interesse do proprietário e aos trabalhos de educação
ambiental e desenvolvimento local sustentado desenvolvido pela RPPN em seu entorno.
As atividades para a elaboração desse plano de manejo concentraram-se na realização de
levantamentos de caracterização da lora, da fauna, do meio físico e das potencialidades da RPPN e
entorno para a visitação. Para o planejamento da unidade foram realizados diagnósticos participativos
do entorno junto às comunidades e oicinas com moradores, lideranças locais, gestores municipais e
outras organizações atuantes na região.
Os objetivos da RPPN, seu zoneamento, programas e atividades foram deinidos com base
nos estudos realizados na RPPN e entorno, em oicinas participativas com a família Nunes, com os
pesquisadores e comunidades.
Como resultado de todos os trabalhos, foram deinidos quatro principais objetivos para a RPPN
Ambientalista Francy Nunes: 1. Efetivar a proteção e a conservação integral da área, mantendo sua
integridade e biodiversidade; 2. Incentivar a pesquisa cientiica na RPPN para ampliar o conhecimento
sobre a caatinga e subsidiar o manejo da área; 3. Realizar atividades de visitação turística, recreativa e
educacional com objetivo de sensibilizar a população local para a conservação da caatinga , além de
contribuir para o desenvolvimento de iniciativas de ecoturismo na região; 4. Estimular o desenvolvimento
de atividades sustentáveis nas comunidades e municípios vizinhos, contribuindo para a conservação da
natureza local e para a melhoria da qualidade de vida das populações.
Com base na qualidade ambiental da unidade e de seus objetivos, foram deinidos o zoneamento
e os programas da RPPN, que estão detalhados ao longo desse documento.
13
2. INFORMAÇÕES GERAIS
2.1. Localização
A RPPN Ambientalista Francy Nunes está localizada entre os limites dos municípios de General
Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés no estado do Ceará, na Latitude 4o 03’ 10’’ e Longitude 39o 27’ 16’,
possuindo áreas nesses três municípios. Abrange uma área de 128 km² na região norte do estado.
Figura 1: Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés,
porção norte do Estado do Ceará. Localização da RPPN nos municípios de General
Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte do estado do Ceará.
A tabela 1 apresenta as distâncias e o tempo aproximado de percurso entre a sede do município
de General Sampaio, a capital do estado e os principais centros urbanos do entorno da reserva.
Tabela 1: Distância e tempo aproximado de percurso entre a sede do Município de General
Sampaio a capital do Estado e os principais centros urbanos do entorno da RPPN.
Municípios
General Sampaio – Fortaleza
General Sampaio – Tejuçuoca
General Sampaio – Apuiarés
Distância entre Sedes (Km)
Tempo Aproximado (min)
138
16
14
110
14
12
2.2. Acesso
O acesso a partir de Fortaleza pode ser feito através da BR-222, que leva a Sobral/São Luís do
Curu, a partir de Croatá o percurso segue pela CE 341 passando por Pentecoste, Apuiarés e à sede do
município. São 132 km de distância da capital, Fortaleza.
14
Mapa 1: Principais vias de acesso para a RPPN Ambientalista Francy Nunes.
A empresa de transporte rodoviário Guanabara, possui uma rota diária de Fortaleza para Tejuçuoca,
passando em frente ao portão de entrada da propriedade da RPPN, antes de entrar no município de
Tejuçuoca. O tempo estimado de viagem de Fortaleza a RPPN é de 3 horas e meia. De transporte
particular o tempo de viagem é de cerca de 2 horas.
2.3. História e Características do Imóvel
A propriedade Fazenda Natália, onde está inserida a RPPN, foi adquirida pela família Nunes em 1985;
o proprietário anterior a utilizava para pecuária e venda de madeira, como também para uma pequena
produção de carvão feita pelos moradores que cuidavam da propriedade. Em 1989, na Fazenda Santa
Úrsula, contígua a Fazenda Natália, foram desmatados 30 ha para a produção de gergelim e criado, de
forma extensiva, 80 reses (gado) de corte e de leite e 400 cabeças de caprinos. Havia apenas 2 casas de
taipa (pau-a-pique), uma utilizada pelos proprietários e outra pelo morador, existentes ainda hoje.
A idéia de criação da RPPN nasceu depois da família idealizar um projeto com visão de futuro para
a área e para a região. A família sonhava em transformar a área em um empreendimento voltado para o
turismo não convencional, mas vocacionado e pensava em desenvolvimento sustentável para a região,
com a administração pública atuando com políticas voltadas para tal im. E desde então, o modelo da
RPPN Francy Nunes tem se tornado multiplicador, uma vez que General Sampaio tem hoje outras RPPNs
a atual prefeitura vem fomentando esta visão dentro e fora do município.
A RPPN Ambientalista Francy Nunes foi criada pelo próprio esforço dos proprietários em 2000,
na época um caminho conhecido por poucos e sem apoio de organizações que atuassem nessa área.
15
A portaria de criação é de N° 54/2000 abrangendo uma área de 200 ha dos 528 ha da Fazenda Natália.
No mesmo ano, a propriedade também conseguiu acesso a rede de energia elétrica, outra batalha
que vinha travando para a região. Ainda no ano de 2002, o Governo do Estado inaugura a CE-341 que
une Fortaleza a Tejuçuoca, favorecendo com asfalto o acesso a propriedade e a RPPN, uma solicitação
também antiga da família. Em 2004, foi construída a casa sede na Fazenda Santa Úrsula e a casa do
morador, responsável pela segurança do local, ambas de alvenaria, para dar suporte a admnistração da
RPPN. Em 2005, o proprietário construiu um açude de pequeno porte para abastecer a sede. Em 2006,
parte da casa sede foi transformada em auditório para receber visitantes.
Para administrar a Reserva a família criou a Associação Ambientalista Francy Nunes (AAFRAN)
que tem desenvolvido projetos de educação ambiental na região do Vale do Curu, tendo realizado
campanhas de consciência ambiental, valorização do Bioma Caatinga, curso de apicultura, distribuição
de mudas para arborização, formação de agentes de combate a incêndios lorestais e de multiplicadores
ambientais, levando o município e seu entorno a uma nova mentalidade de preservação e conservação
do meio ambiente; tendo contribuido diretamente na implementação de novas políticas publicas local.
Em parceria com a Associação Asa Branca e a Associação Caatinga, estimulou e multiplicou o modelo de
conservação e preservação RPPN, no município, contribuindo para a criação de mais três outras reservas
na região: a RPPN Elias Andrade (homologada em 2009), a RPPN Fazenda Cajazeiras (em processo de
criação) e a RPPN Fazenda Sousa (em processo de criação).
A RPPN Ambientalista Francy Nunes é associada à Associação Asa Branca de proprietários de RPPN
do Ceará, Piauí e Maranhão desde a fundação em 2003, tendo ocupado assento no Conselho Fiscal
da entidade nos anos de 2003 a 2005, de 2005 a 2007, como Conselheira iscal e na presidência da
instituição em 2009 a 2011.
2.4. Ficha resumo da RPPN
Tabela 2: Ficha resumo da RPPN Francy Nunes.
Município
UF
Nome do proprietário
Nome do representante
Contato
Endereço
Endereço para correspondência
Telefone
Área total da propriedade
Área da RPPN
Principais municípios de acesso à RPPN
Municípios e estados abrangidos
Coordenadas geográicas
Limites da RPPN
Data e número do ato legal da criação
Bioma e/ou ecossistema
Distância dos centros urbanos mais
próximos
Via principal de chegada
Atividades ocorrentes
16
General Sampaio
CE
Francisco Pereira Nunes
Kelma Cláudia Almeida Nunes Rodrigues
Kelma Cláudia Almeida Nunes Rodrigues
Fazenda Natália, localidade de Riacho das Pedras, Km 314
Rua Vicente Lopes, 840/01 – Cidade dos Funcionários CEP.: 60822-100 –
Fortaleza-CE
(85) 3472-3131 / (85) 9945-7258- (85) 88870462
528 ha
200 ha
Tejuçuoca e General Sampaio
Tejuçuoca, Apuiarés e General Sampaio no Estado do Ceará
Latitude 04°0’9,61”;
Longitude 39°29’38,76”;
Limite ao Norte: Apuiarés;
Sul Canindé e Paramoti;
Leste Paramoti e Apuiarés e Oeste Apuiarés, Tejuçuoca e Canindé.
Norte: Propriedade do Sr. Alberto Simão Vieira;
Sul: Riacho das Pedras;
Leste: Propriedade do Sr.Antônio Rodrigues Vieira;
Oeste: Propriedade do Sr. Elias Viana Andrade.
Portaria N° 54/200 de 8 de setembro de 2000
Caatinga Arbustiva e Arbustiva Arbórea
Fortaleza (capital): 123 km, General Sampaio: 6 km, Tejuçuoca: 10 km
BR – 222 e CE – 341
Visitação de escolas e projetos de educação ambiental
3. DIAGNÓSTICO
3.1. Caracterização da RPPN
3.1.1. Clima
O clima da região é o Tropical Quente Semiárido Brando e Tropical Quente Semiárido com estação
chuvosa iniciada nos meses de Janeiro a Abril (Tabela 2) contando com uma precipitação média anual
de 763 mm e temperatura média de 26° C a 28o C (IPECE, 2009).
Mapa 2: Clima da região da RPPN Francy Nunes - Tropical Quente Semiárido Brando e
Tropical Quente Semiárido com estação chuvosa iniciada nos meses de Janeiro a Abril.
17
As chuvas no município de General Sampaio, Ceará, assim como em outras localidades do Estado,
se concentram no primeiro semestre do ano. Os maiores índices ocorreram no período da quadra
invernosa que vai de fevereiro a maio.
Pluviometria - município de General Sampaio
250,00
Volume (mm)
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Gráico 1: Precipitação mensal do município de General Sampaio, obtida através da média
histórica (1981 a 2010) do posto pluviométrico de General Sampaio. Fonte: Funceme,
2010. Precipitação mensal do município de General Sampaio, obtida através da média
histórica (1981 a 2010) do posto pluviométrico de General Sampaio. Fonte: Funceme, 2010
O clima semiárido é típico do semiárido nordestino, apresentando adversidades climáticas
caracterizadas por irregularidades na distribuição interanual de precipitação que são, de um modo geral
baixas, variando de 500 a 1.800 mm por ano, durando estações chuvosas entre 3 a 5 meses (BEZERRA, 2004).
Tabela 3: Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr,
baseada nas médias mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio
entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme (2008).Tabela 2. Quantidade de meses secos em General
Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada nas médias mensais de precipitação do Posto
Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme (2008).
Mês
Precipitação
Critério
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
91,84 120,03 202,94 210,49 101,93
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
6,95
16,83
4,11
0,76
0,59
3,71
16,22
Úmido Úmido Úmido Úmido Úmido Úmido
Seco
Seco
Seco
Seco
Seco
Seco
3.1.2. Geologia e Geomorfologia
A geologia da região é derivada de rochas do Complexo Nordestino, constituindo de paragnaisses,
micaxistos e metacalcários decorrente de eventos datados desde o período pré-Cambriano (RADAM
BRASIL, 1981).
18
Mapa 3: Geologia da região da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
Segundo o Altas do Ceará (1977) o relevo do Estado é baseado em uma estrutura geológica
bastante complexa, e comporta características dependentes da inluência de um conjunto de fatores,
entre eles podem-se destacar as condições geológicas, ambientais, paleoclimáticas e as dinâmicas
geomorfogenéticas.
Com relação a Geomorfologia, a região da RPPN está inserida no domínio natural das
Depressões Sertanejas Semiáridas e Subúmidas (Anexo 4). Dentro deste domínio, é possível
distinguir dois Sistemas Ambientais ou Compartimentos Geoambientais: Sertão Centro-Ocidental
e Sertão Setentrional Pré-Litorâneo.
A Depressão Sertaneja compreende uma paisagem típica do Semiárido Nordestino, e cobre cerca
de 70% do território cearense. Possui altimetria inferior a 400 m, embutida entre os Maciços Residuais. É
caracterizada pela condição de semiaridez, relevo predominantemente suave-ondulado e a distribuição
extensa da vegetação Caatinga (SOUZA, 2007). A planície luvial representa um setor de diferenciação na
Depressão Sertaneja, muito embora só haja escoamento luvial durante a estação chuvosa. Localizada
na porção sudeste da propriedade, a planície luvial é representada pelo Riacho das Pedras.
19
Mapa 4: Unidades de relevo da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
3.1.3. Relevo
A RPPN está dentro de cotas altimétricas que variam entre 250 m na porção norte da propriedade
e 400 m no ponto mais alto, denominado como pico da Serra. Em direção ao Riacho das Pedras, a cota
é de 300 m de altitude.
20
Mapa 5: Planialtimétria da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Altitudes variam entre 250
a 400m.
3.1.4. Solos
Em geral o solo da reserva é bastante pedregoso (litólico), exceto em áreas margeando o “Riacho
das Pedras”, localizado fora da reserva, onde apesar de haverem muitas pedras soltas, o solo facilmente
se revolve (Anexo 7 – Mapa de solos). As classes de solo encontradas na RPPN são as seguintes:
Luvissolos (bruno não cálcicos) - solos rasos ou pouco profundos, de cores vermelhas ou
avermelhadas, com textura argilosa e média. São solos férteis, porém com presença de pedregosidade
e suscetibilidade à erosão. Possuem boa capacidade para pecuária, lavoura de ciclo curto e pastagem,
tendo limitações pelo forte deiciência de água (PEREIRA; SILVA, 2007).
Neossolos Litólico (litólico eutróico) – solos rasos, de textura arenosa ou média normalmente
cascalhenta, com drenagem de moderada à acentuada. É comum possuírem pedregosidade e/ou
rochosidade na superfície, sendo ainda encontrados em associações com aloramento de rocha. Pode ter
alta fertilidade natural, apresentando fortes limitações ao uso agrícola, devido a suscetibilidade à erosão,
21
pedregosidade, rochosidade, pouca profundidade, falta d´água e aos fatores declives das áreas serranas
água (PEREIRA; SILVA, 2007). Abaixo tipos de solos que ocorrem na RPPN Ambientalista Francy Nunes:
Mapa 6: Tipos de solos na RPPN Francy Nunes.
3.1.5. Hidrograia
A RPPN Francy Nunes está inserida na bacia do Curu (Anexo 8) localizada na porção noroeste
do Estado do Ceará, que possui uma área total de 8.605 km² e drena 15 municípios, totalizando uma
população de 353.345 habitantes, ou seja, aproximadamente 5% da população total cearense (IBGE,
2001). Suas nascentes luviais estão localizadas na serra do Machado e atingem níveis altimétricos entre
700 a 800m (IPLANCE, 1989).
O Curu, principal rio da bacia, possui um percurso de 195 km desde as nascentes até a foz, onde
deságua no litoral oeste do Ceará, entre os municípios de Paracuru e Paraipaba. Seus aluentes mais
signiicativos são os que comportam as principais barragens da bacia: Frios, Caxitoré e Tejuçuoca, na
margem esquerda, e Canindé, Capitão-Mor e Melancia, na margem direita.
Os rios desta bacia dependem muito da regularidade das precipitações pluviométricas e é
caracterizada por rios intermitentes, pois, mesmo quando chove muito na estação chuvosa, o forte
índice de insolação produz a evaporação das águas com rapidez, deixando seco o leito dos rios e riachos.
Devido a seu relevo acidentado e um solo com rápida absorção, a área que delimita a RPPN
não apresenta espelhos d’água expressivos, observou-se somente o leito de escorrimento das águas
proveniente das chuvas. No entorno imediato da RPPN, dentro da propriedade, há três corpos de água: o
Riacho das Pedras, um riacho intermitente com baixo luxo de água, forma pequenos remansos de água
22
parada no inal do período chuvoso que secam totalmente no período seco; um açude secundário, mais
antigo e inativado que quase chega a secar no período de estiagem e um açude principal construído
em 2005, que armazena grande quantidade de água durante todo o ano, sendo a principal fonte hídrica
disponível tanto para a sede da propriedade, quanto para os animais no período seco (ANEXO 6).
Figura 2: Riacho das Pedras, RPPN Francy Nunes, no inal do período chuvoso início do seco.
Figura 3: Pontos hídricos da RPPN Francy Nunes e de seu entorno.
*Pontos hídricos da RPPN Francy Nunes e de seu entorno: Açude principal (pontos de coleta P 1 =
S 4°1’58.3” e WO 39°29’19.60”, P2 = S 4°1’57.6” e WO 39°29’18.50”, P3 = S 4°1’59.10” e WO 39°29’19.21”),
Riacho das Pedras (P 4 = S 4° 1’55.40” e WO 39°29’31.80”), Açude Secundário (P5 =, S 4°1’57.67” e WO
39°29’46.26”), Olho d’água extinto (P6 = S 4°1’34.42” e WO 39°29’17.93”), Olho d’água remanescente (P7
= S 4°1’23.71” e WO 39°29’16.31”).
23
Figura 4: Olho d’água próximo a RPPN Francy Nunes no período chuvoso de 2007.
Todos os parâmetros físico-químicos analisados (PH, salinidade, O2 dissolvido, CO2 dissolvido,
amônia, nitritos, fosfatos, sílica, condutividade, etc.) para as águas dos açudes e riacho mostraram que
essas fontes possuem boas condições de qualidade da água para o desenvolvimento de organismos
aquáticos e os parâmetros microbiológicos (Coliformes Termotolerantes - Escherichia coli) estão dentro
dos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 357/05, para as águas doces da Classe 2, bem
como, pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde dos padrões de potabilidade. As três fontes analisadas
apresentaram baixa diversidade planctônica, tanto ito quanto zooplanctônica, relexo da pouca lâmina
d’água do período de coleta.
3.1.6. Vegetação
A RPPN Ambientalista Francy Nunes apresenta lora e isionomia típica de Caatinga. As plantas da
Caatinga possuem estratégias variadas para suportar o déicit hídrico. A maioria das plantas arbustivas
e arbóreas perde ou elimina totalmente suas folhas, evitando a evapo-transpiração, enquanto que a
maioria das herbáceas morre (com ciclo de vida anual), deixando apenas um banco de sementes que
germina com as primeiras chuvas de verão – resultando em uma paisagem semiárida, com árvores sem
folhas e com bastante serrapilheira sob o solo.
Figura 5: Variação anual da vegetação na RPPN Ambientalista Francy Nunes.
*Variação anual da vegetação na RPPN Ambientalista Francy Nunes. Acima, uma foto tirada no
mês de maio, mostrando a exuberante vegetação de um dos serrotes protegidos pela RPPN; abaixo,
uma foto da mesma paisagem tirada no mês de setembro, mostrando a vegetação já com poucas folhas.
A estrutura da vegetação (densidade, estrutura vertical e diamétrica), varia pouco ao longo
da RPPN, tendo sido encontradas áreas típicas de Savana Estépica sensu Veloso (1991) ou Caatinga
sensu Figueiredo (1997) e formações de maior porte, que embora se assemelhem à Floresta Estacional
Decidual sensu Veloso (1991) ou à Mata Seca sensu Figueiredo (1997), possuíam lora típica de Caatinga,
24
sendo também consideradas como Savana Estépica.
A sazonalidade pluviométrica, com alternância anual entre período seco e chuvoso, implica em
adaptações das espécies nativas à sazonalidade climática, envolvendo principalmente a caducifólia e
ciclos de vida anuais, que conferem à vegetação conspícuas alterações ao longo do ano.
Durante o período chuvoso, a vegetação apresenta-se bastante exuberante: o componente
herbáceo desenvolve-se rapidamente com as primeiras chuvas, preenchendo as clareiras e as margens
das trilhas, atingindo até 2 m de altura, como no caso do bamburral (Hyptis suaveolens), sob insolação
direta em áreas de vegetação aberta; o componente arbustivo-arbóreo encontra-se frondoso e a maioria
das plantas (herbáceas, arbustivas e arbóreas) loresce durante esse período.
Metodologia
Para os estudos da vegetação foram percorridas duas longas trilhas no interior da RPPPN e
realizadas parcelas para amostragem da vegetação onde foram armazenadas em sacos plásticos
e posteriormente, prensadas para montagem de exsicatas. As amostras prensadas foram levadas ao
Laboratório de Fitogeograia da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, onde foram desidratadas
em estufa. O material coletado foi montado em exsicatas, identiicado e tombado no Herbário Prisco
Bezerra (EAC) da Universidade Federal do Ceará. Ao todo, foram coletadas 279 amostras de vegetais
(árvores, arbustos, ervas e trepadeiras) com as quais foram registradas 177 espécies (herbáceas,
arbustivas, arbóreas ou trepadeiras) pertencentes a 55 famílias (Anexo 16 ).
Fisionomias e diversidade
De um modo geral, a composição do componente herbáceo incluiu caméitos, geóitos, teróitos,
hemicriptóitos e lianas. O componente arbustivo-arbóreo é constituído por nano e microfaneróitos
(altura entre 1 e 16 m) em geral, bastante ramiicados, com altura variando majoritariamente entre 3 e
5 m, com alguns indivíduos de 8 ou 9 m (e.g. Myracrodruon cf. urundeuva - aroeira , Tabebuia sp.- pau
d’arco, Ceiba glaziovii - barriguda), raramente excedendo 12 m.
Em geral, as espécies inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes foram espécies freqüentes
e comuns em outros levantamentos feitos na Caatinga cearense (e.g. Mederios, 1995; Figueiredo et al.,
2000) e tidas como típicas para essa vegetação por obras de referência cientíica (Veloso et al., 1991; Leal
et al., 2003).
Essas espécies foram subdivididas de acordo com a freqüência e quantidade que foram encontradas
na Reserva, a saber:
Espécies comuns – Foram consideradas espécies comuns aquelas que ocorreram em pelo menos
50% das parcelas de 100 m² estudadas ou espécies que não atingiram os critérios mínimos para inclusão
no estudo itossociológico, mas que foram amplamente observadas em várias regiões da RPPN (*), são elas:
• Alternanthera brasiliana (Amaranthaceae) - Cabeça de velho
• Aspidosperma pyrifolium (Apocynaceae) – Pereiro ou pitiá
• Auxemma oncocalyx (Boraginaceae) – Pau-branco
• Bauhinia cf. cheilantha (Fabaceae) - Mororó
• Caesalpinia bracteosa (Fabaceae) - Catingueira
• Cereus jamacaru (Cactaceae) - Mandacaru
• Cissus albida (Vitaceae) - Burdião
• Combretum leprosum (Combretaceae) - Mofumbo
• Capparis lexuosa (Brasicaceae) – Feijão-bravo
• Helicteres heptandra (Malvaceae)
25
• Ipomoea spp. (Convolvulaceae) - Trepadeira
• Justicia fragilis (Acanthaceae)
• Mimosa caesalpiniifolia (Fabaceae)- Sabiá
• Streptostachys asperifolia (Poaceae) - Capim
• Tabebuia sp. (Bignoniaceae) - Pau d’arco
• Ziziphus joazeiro (Rhamnaceae)- Juazeiro
• João-Mole (Nyctaginaceae não identiicada)
Duas espécies foram muito comuns durante o estudo: Bauhinia cf. cheilantha (mororó) e
Capparis lexuosa (feijão bravo), embora somente a última tenha ocorrido em todas as parcelas. Seis
espécies foram comuns, com freqüência variando entre 50% e 60%: Auxemma oncocalyx (pau-branco),
Combretum leprosum (mofumbo), Nyctaginaceae (espécie indeterminada), Tabebuia sp. (pau-d’arco),
Croton blanchetianus (marmeleiro) e Mimosa caesalpiniifolia (sabiá).
Espécie mais abundantes foram C. lexuosa – feijão-bravo (11,96%), seguida por A. oncocalyx pau-branco (11,04%), Bauhinia sp. (8,59%), Bauhinia cf. cheilantha - mororó (7,36%), M. caesalpiniifoliasabiá (7,06%) e C. blanchetianus - marmeleiro (6,75%). A abundância das demais espécies decresce
gradativamente de 4,29% a 0,31%. A forte expressão de A. oncocalyx - pau-branco, tanto em abundância
quanto em área basal, é comum no Ceará, sendo sua dominância também reportada por Figueiredo et
al. (2000) para a Reserva da Serra das Almas (Crateús).
Espécies raras – Consideradas as espécies que apresentaram baixa abundância ou distribuição
aparentemente restrita a habitats especíicos – de modo que foram encontradas em lugares especíicos
da reserva: Pilosocereus chrysostele (Cactaceae) - facheiro, Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae) –
herbácea que ocorre em aloramento rochoso.
Figura 6: Inlorescência de Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae).
Espécies endêmicas – Espécie endêmica é aquela cuja distribuição é restrita a determinado
habitat ou região geográica – um conceito relativo, que depende da escala em que se trabalha. Muitas
espécies inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes são endêmicas da Caatinga, porém de
ampla distribuição no nordeste brasileiro, como Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae). Nesta seção
foram consideradas apenas as espécies endêmicas do Ceará: Auxemma oncocalyx (Boraginaceae) - paubranco e Pilosocereus chrysostele (Cactaceae) – facheiro.
Espécies exóticas – São espécies que, geralmente por intervenção humana, chegam a ecossistemas
ou biomas dos quais não são nativas. No novo ambiente, algumas dessas espécies podem depender
do homem para se reproduzir ou podem estabelecer populações auto-suicientes, sem a necessidade
da intervenção humana (exóticas estabelecidas). Foram encontradas 2 espécies exóticas, estabelecidas
durante o estudo: Calotropis procera (Apocynaceae) – ciúme, algodão-de-seda ou lor de seda) e
Cryptostegia grandilora (Apocynaceae) – viuvinha-alegre, unha-do-diabo ou boca-de-leão, sendo esta
considerada invasora.
26
Espécies invasoras – Segundo o Programa Global de Espécies Invasoras – GISP (Matthews, 2005),
são espécies exóticas que estabelecem populações auto-sustentáveis em regiões das quais não são
nativas e são capazes de avançar autonomamente sobre ecossistemas naturais ou degradados dessas
regiões, causando impactos sobre a biodiversidade Cryptostegia grandilora (Apocynaceae) – viuvinhaalegre, unha-do-diabo ou boca-de-leão.
Figura 7: Espécime de Cryptostegia grandilora no
entorno da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
Espécies bioindicadoras – São espécies cuja presença em determinado ambiente trás implicações
sobre seu estado ecológico. As espécies bioindicadoras encontradas na RPPN Ambientalista Francy Nunes
são, em geral, espécies pioneiras, que são abundantes ou dominantes em ambientes perturbados: a
exótica Calotropis procera (Apocynaceae) - ciúme, Croton blanchetianus (Euphorbiaceae) – marmeleiropreto, Senna unilora e Senna occidentalis (Fabaceae) mata-pasto.
Figura 8: Flor de Senna unilora (esquerda) e fruto de Senna occidentalis (direita) – espécies
indicadoras da presença de gado.
Espécies de importância econômica – Foram encontradas espécies de importância econômica
(madeira) na região, embora não tenha sido registrado qualquer indício de extração de madeira para
tais ins dentro da Reserva.
• Madeira nobre: Tabebuia spp. (Bignoniaceae) pau-d’arco, Myracrodruon cf. urundeuva (Anacardiaceae)
- aroeira, Dalbergia cf. cearensis³ (Fabaceae) – violete e Amburana cearensis (Fabaceae) - cumaru
• Lenha e carvão: Croton blanchetianus (Euphorbiaceae) – marmeleiro-preto e várias espécies do
gênero Mimosa (Fabaceae)
Espécies ameaçadas de extinção – Espécies incluídas em listas oiciais de perigo ou ameaça de
extinção (IUCN, 2007 e MMA, 2008).
• Amburana cearensis (Fabaceae) cumaru – Espécie de tronco característico, com casca avermelhada,
possui ampla distribuição geográica (ocorrendo do norte do Brasil até a Argentina). Apesar de ser
atualmente considerada pela IUCN (2007) como “endangered” (em perigo de extinção), foi encontrada
diversas vezes na RPPN Ambientalista Francy Nunes.
27
• Mimosa caesalpiniifolia (Fabaceae) sabiá – Apesar de constar na lista da IUCN (2007) como “vulnerável”,
é uma espécie geralmente abundante na Caatinga, tendo inclusive sido enquadrada como uma das
espécies mais comuns da RPPN Ambientalista Francy Nunes. (ver tópico “espécies comuns”).
• Myracrodruon cf. urundeuva (Anacardiaceae) aroeira – Ocorre em vários estados do Brasil e outros
países da América do Sul. No nordeste, é considerada como ameaçada pelo Ministério do Meio
Ambiente (2008) somente para os estados do Maranhão e Bahia; sendo também listada pela IUCN
(2007) por haver dados insuicientes sobre suas populações naturais. Apesar de sua identiicação ainda
não ter sido conirmada pela falta de órgão reprodutivos durante as visitas à RPPN, foi amplamente
encontrada em várias regiões da reserva.
• Pilosocereus chrysostele (Cactaceae) facheiro – Embora não esteja incluída em nenhuma lista oicial
de espécies ameaçadas, essa espécie é pouco conhecida no Ceará. Os espécimes encontrados podem
tratar-se de uma sub-espécie endêmica do Ceará (ver tópicos “espécies raras” e “espécies endêmicas”).
Como somente 3 indivíduos vivos foram encontrados em toda RPPN e seu entorno, seu habitat
parece ser restrito e a espécie pode estar ameaça de extinção local. Contudo, são necessários estudos
populacionais com amostragem mais robusta para conirmar o estado dessa espécie na região.
• Pilosocereus piauhyensis (Cactaceae) – Espécie nativa do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, foi listada
pela IUCN (2007) como “Near Threatened” (“Quase ameaçada”). Essa espécie não foi encontrada na
RPPN nem em seu entorno (Fazenda Natália), embora tenha sido encontrada na Fazenda Santa Glória
(Município de General Sampaio, próxima à Fazenda Natália) e seja comum nas caatingas menos
degradadas dos municípios de Caridade, Guaramiranga e adjacências (M. O. T. Menezes, observação
pessoal). Esta espécie, não tendo sido encontrada no interior da RPPN, pode ter sido localmente extinta
da reserva e seu entorno imediato (uma amostragem mais abrangente é necessária para conirmar
essa situação).
• Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae) – Espécie típica do Nordeste brasileiro (Mabberley, 2008),
não é listada em listas oiciais de perigo ou ameaça de extinção. Contudo, sua distribuição parece
ser restrita dentro da RPPN e sua população, pouco abundante (ver tópico “espécies raras”), podendo
estar em perigo de extinção local. Assim como P. chrysostele, essa espécie necessita de mais estudos
para conirmar sua situação como ameaçada ou não no local.
A lista completa de todas as espécies vegetais inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes
encontra-se no Anexo 16.
Paisagem e Estagio Sucessional
O estágio sucessional da RPPN varia entre médio e avançado, apesar de serem encontradas espécies
relacionadas a estádios iniciais e mesmo a áreas antropizadas, como é o caso das áreas atingidas pelas
queimadas e por cortes seletivos no passado.
28
Mapa 7: Estágio sucessional na RPPN Francy Nunes.
Principais ameaças a lora da RPPN
Durante o estudo foram constatadas 4 fontes de alteração ou degradação ambiental na RPPN e
em seu entorno: o fogo (queimadas ou incêndios lorestais), corte de árvores ou mesmo desmatamento,
o pastoreio (gado caprino, ovino e bovino) e a bioinvasão. A seguir, uma sucinta descrição dos impactos
e seus respectivos efeitos sobre a biodiversidade.
29
Figura 9: À esquerda, foto na estação seca com árvore caída e a clareira deixada pelo fogo
no interior da reserva. À direita, extração de madeira para produção de carvão no entorno
imediato da reserva.
Permanente risco de fogo e incêndio lorestal – presença de fogo, segundo relatos de um morador
da região, os incêndios lorestais que ocorrem na área são iniciados por caçadores, que fazem fogueiras
na mata e as abandonam ou perdem o controle do fogo, que se espalha pela região. O fogo pode causar
intensas perturbações ecológicas. Afeta principalmente plântulas, ervas e trepadeiras – causando sua
morte, e em situações mais severas, pode chegar a derrubar árvores de grande porte, criando grandes
clareiras.
Corte de árvores/extração de madeira – Árvores, arbustos e trepadeiras são cortados para abertura
de trilhas, acampamentos (caçadores), obtenção de madeira, lenha, carvão e construção de cercas.
Dentro da RPPN foi constatado somente o corte para abertura de trilhas e acampamentos (locais de
pernoite) de caçadores, mas as demais atividades foram constatadas no entorno.
Presença de animais de criação – A pecuária praticada nas fazendas do entorno da RPPN é
predominantemente extensiva: o gado é solto e geralmente tem acesso à todo o terreno de seu
proprietário. Em busca do pasto, o gado abre trilhas (tanto pela herbivoria quanto pelo pisoteio). Á
medida que vai se locomovendo e se alimentando, promove a dispersão de sementes epizoocóricas
e reduz a biomassa do estrato herbáceo (ervas e plântulas). Essa perturbação altera a dinâmica desse
estrato em curto ou médio prazo, podendo modiicar o padrão itossociológico natural das ervas; e
altera a dinâmica populacional de árvores e arbustos a médio ou longo prazo (devido ao consumo de
suas plântulas). Além do gado a criação de caprivos soltos pastando nas matas também é bastante forte
na região.
Figura 10: Gado bovino (esquerda) e caprino (direita) pastando no entorno oeste da RPPN
Ambientalista Francy Nunes.
Presença de espécies exóticas – Foram registradas duas espécies exóticas na RPPN Ambientalista
Francy Nunes: Calotropis procera (ciúme, lor de seda, algodão de seda) e Cryptostegia grandilora
30
(boca de leão, viúva alegre), ambas espécies estabelecidas no Nordeste do Brasil, com o diferencial
que C. procera não é invasora, desenvolvendo-se apenas em áreas muito degradadas; enquanto que C.
grandilora tornou-se invasora da caatinga (Souza & Lorenzi, 2008).
3.1.7. Fauna
Herpetofauna
Metodologia
Foi realizado um levantamento bibliográico sobre a herpetofauna presente no Bioma Caatinga
para o levantamento de dados secundários. Infelizmente, são poucos os trabalhos de levantamento
da herpetofauna das caatingas, praticamente restringindo-se ao levantamento geral apresentado por
Rodrigues (2003) e aos dados levantados pelo Projeto Biodiversidade com áreas nos estados do Ceará
(RPPN Serra das Almas) (Borges-Nojosa & Cascon, 2005), da Paraíba (Parque Estadual Pedra da Boca)
(Arzabe et al., 2005) e de Pernambuco (RPPNs Maurício Dantas e Cantidiano Valgueiro) (Borges-Nojosa
& Santos, 2005).
A metodologia utilizada para o levantamento preliminar in locu da herpetofauna constou das
seguintes atividades: Armadilhas de Queda (Pitfalls), Buscas Ativas, Transectos Visuais, Observações e
Informações adicionais dos moradores locais.
Resultados
A amostra total realizada na RPPN foi composta por 407 espécimes observados, sendo 183 anfíbios
e 224 répteis representando uma diversidade de 16 espécies de anfíbios distribuídas em sete famílias
de duas ordens e 33 espécies de répteis distribuídas em sete famílias de lagartos (15 spp.) e quatro de
serpentes (18 spp.) – a listagem completa está no Anexo 17. Os dados em conjunto, abrangendo tanto
anfíbios como répteis, são relevantes por mostrarem mais um levantamento para o Bioma Caatinga.
A herpetofauna presente na Reserva Francy Nunes apresenta características típicas de ambiente
seco, correspondendo ao esperado para as áreas de caatinga. A maioria das espécies é de ampla
distribuição, embora seja possível registrar espécies endêmicas do Bioma Caatinga, como o sapo
Pleurodema diplolistris e os lagartos Briba brasiliana, Hemidactylus agrius, Lygodactylus klugei e
Tropidurus semitaeniatus. Não foram identiicadas espécies ameaçadas de extinção, nem casos de
novos registros para o Estado do Ceará.
ESPÉCIES DA HERPETOFAUNA ENCONTRADAS NO LEVANTAMENTO
Figura 11: Calanguinho de rabo azul (Micrablepharus maximiliani), à esquerda.
Figura 12: Falsa Coral (Oxyrhopus trigeminus), à direita.
31
Figura 13: Pleurodema diplolistris (foto: Renato Gaiga), à esquerda.
Figura 14: Briba brasiliana (foto: Renato Gaiga), à direita.
Figura 15: Hemidactylus agrius, à esquerda.
Figura 16: Lygodactylus klugei, à direita.
Figura 17: Tropidurus semitaeniatus (foto: Rich Hoyer).
Em toda a RPPN Francy Nunes, as espécies mais abundantes e freqüentes foram os anfíbios
Proceratophrys cristiceps (72 exemplares) e Rhinella granulosa (35 exemplares), e os lagartos Tropidurus
hispidus (72 exemplares) e Cnemidophorus ocellifer (64 exemplares). Entre as serpentes, Philodryas
nattereri foi a mais abundante e freqüente.
32
Figura 18: Lagarto (Tropidurus hispidus) à esquerda, Sapo boi (Proceratophrys cristicep)
ao centro e largatixta (Cnemidophorus ocellifer) à direita espécies mais abundantes e
frequentes encontradas na RPPN.
Tabela 4: Valores sobre a riqueza e abundância da herpetofauna da Fazenda Natália e
RPPN Francy Nunes durante o período do maio/2007 a junho/2008.
Táxon
Diversidade / Abundância
ANFÍBIOS
7 Famílias – 16 spp
LAGARTOS
7 Famílias – 15 spp.
SERPENTES
4 Famílias – 18 spp.
TOTAL (16 anfíbios + 33 répteis = 49)
ANFÍBIOS
183 exemplares
LAGARTOS
198 exemplares
SERPENTES
26 exemplares
TOTAL (183 anfíbios + 224 répteis = 407)
1-Riacho 2-Morrinho
Riqueza (no. espécie)
14
6
5
9
4
1
23
16
Abundância (exemplares)
100
61
45
66
4
1
149
128
Pontos
3-Cerca
4-Vale
Outros
2
9
3
14
4
8
2
14
1
12
13
26
5
44
4
53
16
41
3
60
1
2
14
4
A riqueza da RPPN Francy Nunes observada foi razoável, mas quando comparada com outras áreas
anteriormente estudadas nos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco, apresenta números superiores.
Porém, preocupa a aparente ausência de espécies típicas das caatingas que não foram observadas, como
os anuros Leptodactylus fuscus, Dendropsophus microcephalus e a serpente Helicops leopardinus,
conhecida como cobra d’água ou jararaca d’água. Pelos dados atuais, não é possível saber se o esforço
foi baixo ou a degradação ambiental seria a principal causa. Porém, indica-se que seja realizada a
continuidade no levantamento da herpetofauna.
Ameaças a Herpetofauna
A área que apresentou maior riqueza de espécies encontra-se no entorno imediato da reserva,
porém fora da área protegida pela RPPN, nas proximidades do Riacho das Pedras. Uma das ações de
proteção que se deve priorizar, especialmente para a herpetofauna, é considerar a ampliação da área da
reserva para incluir pelo menos algum trecho do Riacho no seu domínio, ou manter ações permanentes
de conservação do riacho.
Avifauna
Metodologia
A pesquisa foi realizada na propriedade onde se encontra a RPPN, no interior da RPPN, bem como
em seu entorno. O levantamento foi baseado em registros visuais e auditivos, auxiliados pelo uso de
binóculos e emissão oportuna de sons de espécies de ocorrência presumível. Sempre que possível, os
33
contatos com as aves foram documentados através de fotograias e gravações de sons diagnósticos.
Uma lista das espécies foi composta conforme a nomenclatura proposta pelo Comitê Brasileiro de
Registros Ornitológicos (2007). Duas áreas próximas foram satisfatoriamente inventariadas, a fazenda
Canaã, no município de Pentecostes, e a reserva Mãe da Lua, no município de Itapajé (ver Redies 2008).
A comparação crítica das três listagens indica que foram levantadas cerca de 90% das espécies de aves
da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
Resultados
O bioma Caatinga tem cerca de 350 espécies de aves, excetuando-se a fauna das serras úmidas.
Este total representa um quinto das espécies de aves brasileiras, todavia, a vegetação da caatinga não
é homogênea, assim como sua avifauna respectiva. A microrregião do médio Curu é originalmente
revestida de caatinga (com inluência de matas secas associadas às serranias), onde se encontra a RPPN
Ambientalista Francy Nunes, indicando com isso que há heterogeneidade das espécies encontradas.
Foram identiicadas 124 espécies de aves na área de estudo (Anexo 18), das quais 44 tiveram
seu canto gravadas. Duas são consideradas ameaçadas de extinção, segundo o Ministério do Meio
Ambiente, 2003, sendo estas o jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca) e o pica-pau-anão-da-caatinga
(Picumnus limae), cujos status respectivos são “Vulnerável” e “Em Perigo”.
Figura 19: Jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca), à esquerda.
Figura 20: Pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae), à direita.
Uma das aves encontradas, o corujão (Pulsatrix perspicillata) não consta na lista de aves da caatinga
(Pacheco 2004), devendo ocupar mais ambientes do que se conhece atualmente, sendo provável que
dependa da mata seca das serras para se manter na região. Assim como o corujão, uma espécie de
gavião (Buteo nitidus) comum em serras úmidas do Ceará também ocorre fora delas próximo de serras
secas (i.e. Pedra Branca, Olmos et al. 2005), entretanto, caso ocorra na depressão sertaneja, seria em
densidade inferior.
Um registro importante foi o do gavião (Accipiter bicolor), uma espécie lorestal, cujo único e
último registro no Estado foi em 1926 por Snethlage. A ausência de determinadas espécies aquáticas
(patos, galinhas-d’água, etc.) deve-se aos poucos ambientes lacustres, contudo, outras aves como o
arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris), o canário-da-terra (Sicalis lavela), o pintassilgo
(Carduelis yarrellii) e o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) provavelmente sumiram devido à
degradação histórica da paisagem e ao tráico de animais silvestres, dirigido especiicamente às três
últimas delas. Outras espécies têm ausência aparentemente natural, como o farinheiro (Myrmorchilus
strigilatus), sendo comum em áreas de caatinga na depressão sertaneja ao sul da área de estudo.
O jacu-verdadeiro é a única espécie da lista que foi incluída a partir de entrevistas, considerando
sua raridade e importância. Outras aves de ocorrência sugerida em entrevistas não foram incluídas
34
na listagem, como o urubu-rei (Sarcoramphus papa), o gavião-pé-de-serra (Buteo melanoleucus) e o
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), sendo este último indicado para o município de Tejuçuoca. 19
espécies foram encontradas apenas em 2007, enquanto outras 19 somente em 2008, contudo, isto não
relete necessariamente uma associação aos períodos secos e chuvosos, e nesse sentido, pelo menos 15
espécies foram consideradas migratórias da região.
Ameaças a Avifauna
Em relação às ameaças locais, 13 espécies estariam mais sujeitas à caça e outras 11 ao tráico de
animais silvestres (tabela abaixo). Aproximadamente 36 aves encontradas na área de estudo prestam
relevantes serviços de polinização e dispersão vegetal (funcionando como plantadores de mata),
enquanto outras 65 controlam insetos.
Tabela 5: Avifauna ameaçada na RPPN Francy Nunes.
Qde
13
11
Espécie
Nome local
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815)
Nothura boraquira (Spix, 1825)
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)
Penelope jacucaca Spix, 1825 VU
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766)
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)
Neocrex erythrops (Sclater, 1867)
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766)
Cariama cristata (Linnaeus, 1766)
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855
Aratinga cactorum (Kuhl, 1820)
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821)
Turdus ruiventris Vieillot, 1818
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)
Sporophila albogularis (Spix, 1825)
Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758)
Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823)
Procacicus solitarius (Vieillot, 1816)
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766)
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788)
nambu-pé-encarnado
nambu-pé-roxo
codorniz
patarrona
jacu-verdadeiro
carão
três-potes
pai-luís
galinha-d’água-azul
sariema
rola-azul
avoante
juriti
periquito-do-sertão
cancão
sabiá-gongá
sabiá-bico-de-osso
bigodeiro
gola
campina
bicudo
bom-é
corrupião-preto
corrupião
Nome em Português
inhambu-chororó
inhambu-chintã
codorna-do-nordeste
pé-vermelho
jacucaca
carão
saracura-três-potes
turu-turu
frango-d’água-azul
seriema
pararu-azul
pomba-de-bando
juriti-pupu
periquito-da-caatinga
gralha-cancã
sabiá-laranjeira
sabiá-poca
bigodinho
golinho
cardeal-do-nordeste
azulão
iraúna-de-bico-branco
encontro
corrupião
Ameaça
caça
tráico
AVES SUSCETÍVEIS AO TRÁFICO
Figura 21: Bigodeiro (Sporophila lineola), à esquerda.
Figura 22: Campina (Paroaria dominicana), à direita.
35
Figura 23: Cancão (Cyanocorax cyanopogon), à esquerda.
Figura 24: Corrupião (Icterus jamacaii), à direita.
AVES SUSCETÍVEIS À CAÇA
Figura 25: Patarrona (Amazonetta brasiliensis), à esquerda.
Figura 26: Pai Luís (Neocrex erythrops), à direita.
Figura 27: Avoante (Zenaida auriculata), à esquerda.
Figura 28: Codorniz (Nothura boraquira), à direita.
Mastofauna
Metodologia
Para o levantamento da mastofauna da região foram aplicados quatro métodos complementares
de amostragem: armadilhas do tipo gaiola; busca ativa; armadilha de interceptação e queda e
entrevistas. Para o levantamento de morcegos foram utilizadas redes de neblina para captura, busca
ativa e entrevistas. Também foram realizados registros de quatro espécies por carcaças ou peles antigas,
devido a isto estas não foram contabilizadas nas estatísticas de diversidade de espécies.
36
O levantamento da fauna de mamíferos na RPPN ocorreu em duas etapas: a primeira foi realizada
no im do período chuvoso (maio de 2007) e a segunda campanha no período seco (julho de 2008). Para
cada indivíduo capturado, foi registrado um número de campo individual além da data de captura, o
ponto de amostragem onde foi capturado, as medidas biométricas, aferida a massa, fase etária e sexo.
Espécimes testemunhos coletados tiveram seu esqueleto, crânio e pele preservados e estão depositados
na coleção Mastozoologica da Universidade Federal de Pernambuco, conforme licença do IBAMA 148321/2008. Além disso, amostras de tecidos musculares e do fígado foram preservadas em álcool 70°GL.
Para a análise da riqueza de espécies foram utilizados os índices estimadores de riqueza Jackknife
1º e 2º ordem, ACE, ICE, CHAO1, CHAO2 e Boostrap (COLWELL, 2005). As espécies foram classiicadas
seguindo a taxonomia de Wilson & Reeder (2005), com exceção das espécies de pequenos marsupiais
que seguiram a nomenclatura sugerida por Voss et al. (2005).
Resultados
Foram identiicadas 40 espéceis de mastofauna para a Reserva (Anexo 19), sendo três consideradas
ameaçadas segundo MMA (2003), todas na categoria VULNERÁVEL, o gato maracajá-assu (Leopardus
pardalis), a onça parda (Puma concolor) e o gato-do-mato (Leopardus tigrinus) também considerado
ameaçado na mesma categoria segundo a lista vermelha da IUCN (2008). O mocó (Kerodon rupestris)
é a única espécie considerada como endêmica do Bioma Caatinga, porém é apontada por moradores
locais como extinta na região. Nenhuma espécie registra é considerada como de distribuição restrita.
Um dado importante, foi o registro do morcego Mimon crenulatun, quiróptero registrado apenas
duas vezes para o bioma Caatinga (Mares et al. 1981; Vieira, 1942) e sendo, através desse levantamento,
o primeiro registro para o Ceará.
Os resultados de abundância de espécies mostram uma dominância do morcego-vampiro e do
cassaco, estas são espécies consideradas ruderais, ou seja, estas se beneiciam de alterações ambientais
causadas pela ação antrópica. O morcego-vampiro foi favorecido com a introdução de espécies exóticas,
como o gado que ao ser trazido para a região provocou um forte aumento na populações desta espécie.
Já o cassaco é grande freqüentador de áreas degradadas com vegetação secundária. Estes resultados
indicariam a área como sendo em recuperação e dominada por espécies comuns em áreas degradadas,
porém a preesença do morcego M. crenulatum, espécies que tida como rara e indicadora de áreas
bem conservadas, indique que a área possa estar em um estágio de recuperação intermediário, o que
possibilitou o aparecimento tanto de espécies ruderais como de espécies raras ou que a área está em
um nível inicial de recuperação, porém abrigue ilhas de áreas mais conservadas que estão disseminando
espécies raras em seu entorno.
Figura 29: Catita (Gracilinanus agilis), à esquerda.
Figura 30: Rabo-de-lápis (Monodelphis domestica), à direita.
37
Figura 31: Morcego (Mimon crenulatun).
Figura 32: Raposa (Cerdocyon thou), à esquerda.
Figura 33: Caititu (Pecari tajacu), à direita.
Ameaças
Onze das espécies registradas na RPPN Francy Nunes (mais de 25% das espécies) têm como
principal ameaça a caça, sendo que duas destas são tidas como extintas localmente por este motivo.
Cinco espécies são freqüentemente abatidas por moradores devido a conlitos com as atividades de
agricultura, pecuária e avicultura, pois são predadores de cabras, galinhas ou se aproveitam das culturas
vegetais para se alimentar. O restante sofre com a perda de habitat de acordo com seus diferentes
níveis de exigência ecológica, por exemplo, o cassaco, é adaptável a quase todos os ambientes criados
pelo homem, já o papa-mel (Eira barbara) tem maiores exigências ecológicas e precisa de um ambiente
equilibrado para se perpetuar. Devido à perda de habiat o papa-mel é considerado extinto na região.
3.1.8. Geoprocessamento
Metodologia
Foram utilizadas diversas técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, para se chegar
ao zoneamento da unidade, cuja base foi uma análise integrada dos diversos fatores que compõem a
paisagem ode está inserida a RPPN.
38
A análise multicritério em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográica -permitiu uma
análise integrada dos diversos fatores físico, biótico e antrópico, abordando a região como um sistema
composto por múltiplas variáveis que se relacionam entre si e com outros sistemas, sendo a metodologia
dividida em três etapas:
1ª Etapa: Elaboração do SIG Base - união em ambiente SIG de todas as bases cartográicas da região. As
informações foram adequadas para o Datum SAD69 e projeção UTM zona 24 sul e o SIG elaborado com
base nas seguintes fontes:
• Sedes Municipais (Fonte: ATLAS CPRM, 2003);
• Localidades (Fonte: ATLAS CPRM, 2003);
• Sistema Rodoviário (Fonte: IPECE, 2008);
• Limite Municipal (Fonte: IPECE, 2008);
• Hidrograia Regional (Fonte: SRH, 2008);
• Clima (Fonte: FUNCEME)
• Geologia (Fonte: ATLAS CPRM, 2003);
• Solos (Fonte: IDACE, 1988);
• Indicadores Sociais (Fonte: IPECE, 2008);
• Áreas Prioritárias PROBIO (Fonte: MMA 2007);
• Imagem Orbital do Satélite Landsat-5 de 14/07/2006; (Fonte: INPE)
• Imagem Orbital do Satélite Ikonos de 02/09/2009 (Fonte: Adquirida pelo Projeto).
• Modelo Digital de Elevação – MDE, elaborado através de topograia por radar (Shuttle Radar Topography Mission – SRTM), projeto internacional liderado pela NASA/EUA.
2ª Etapa: Geração dos Planos de Informação - Com as informações no SIG, diversas técnicas de
Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento foram utilizadas para gerar treze Planos de Informação:
1. Localização e Acesso - utilizado como base o Atlas da CPRM do ano de 2003 e a malha viária mapeada
pelo IPECE.
2. Clima - elaborado a partir do mapeamento elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos – FUNCEME.
3. Geologia - elaborado a partir do mapeamento na escala de 1: 500.00 elaborada pela CPRM e
publicado no Atlas Geológico do Estado do Ceará em 2003.
4. Geomorfologia - interpretação do relevo com base em um MDE - Modelo Digital de Elevação,
elaborado através de topograia por radar (Shuttle Radar Topography Mission – SRTM), projeto
internacional liderado pela NASA/EUA.
5. Altitude - interpolação do MDE SRTM da NASA através de um TIN – Triangular Irregular Network.
6. Solos - utilizado o mapa do Zoneamento Agrícola do Estado do Ceará (1988).
7. Hidrograia - utilizada a extensão do software ArcGis 9.3 denominada de Arc Hydro Tools, que traça a
drenagem de acordo com a topograia local, com base em um arquivo grid de elevação, foi utilizado
o MDE SRTM da NASA para gerar a drenagem supericial com base no relevo com interpretação da
imagem orbital do satélite Ikonos.
8. Unidades Fitoecológicas - recorte do mapeamento das itoisionomias mapeadas pela FUNCEME
escalonadas de acordo com o estágio de regeneração obtido a partir do cálculo de um índice de
vegetação, denominado NDVI, aplicado sobre uma imagem Landsat-5 de 14/07/2006.
9. Vegetação - elaborado através da classiicação supervisionada da imagem orbital do satélite
Ikonos de 02/09/2009 com base em amostras identiicadas em campo. O classiicador utilizado
foi o Battacharya que é o algoritmo disponível no SPRING para classiicar regiões de uma imagem
segmentada.
10. Conectividade - Realizado o cálculo de um índice de vegetação NDVI, sobre a imagem Landsat-5 de
39
14/07/2006 e sobre a imagem do satélite Ikonos de 02/09/2009.
11. Indicadores Sociais - espacialização dos dados estatísticos de Índice de Desenvolvimento dos
Municípios Cearenses disponibilizado pelo IPECE em 2006.
12. Comunidades de Entorno - realizado o georreferenciamento in-loco com uso de um receptor GPS.
13. Áreas Prioritárias do PROBIO - elaborado com base no Mapa de Áreas Prioritária do PROBIO aprovado
pela deliberação do CONABIO Nº 46, de 20 de dezembro de 2006 e reconhecidas mediante Portaria
MMA nº 9, de 23 de janeiro de 2007.
3ª Etapa: Zoneamento - De posse das informações geradas na etapa anterior foi possível realizar uma
análise integrada destes fatores para gerar o zoneamento da unidade. Sendo este um instrumento
voltado para o planejamento da reserva, proporcionando parâmetros e referências para uma reavaliação
permanente do processo de planejamento.
Resultados
A partir dos estudos foram gerados 15 mapas que compõem este plano de manejo:
1. Acesso
2. Clima
3. Geologia
4. Geomorfologia
5. Altitude
6. Limnologia
7. Solos
8. Hidrograia
9. Cobertura vegetal
10. Vegetação
11. Indicadores Sociais
12. Comunidades do entorno
13. Possibilidade de Conectividade
14. Áreas prioritárias do Probio
15. Zoneamento
Como a RPPN não possuía demarcações físicas e o proprietário não sabia informar os limites exatos
no campo, foi necessário fazer o georreferenciamento da área, já que a escritura também não trazia
os pontos georreferenciados, foram indicados no campo alguns dos limites da RPPN, para posterior
inserção de marcos pelo proprietario.
40
Figura 34: Demarcação do início do limite da RPPN pela equipe de georreferenciamento.
Figura 35: À esqueda, levantamento dos pontos georreferenciados para elababoração dos mapas.
Figura 36: À direita, sugestão de marco para delimitação da RPPN.
3.1.9. Aspectos Históricos E Culturais
DA RPPN
Não foram identiicados na RPPN ou entorno imediato dos sítios históricos, paleontológicos e/
ou arqueológicos. Apenas foram identiicados dois locais na Reserva utilizados para práticas místicas e
religiosas, sendo uma delas o Bico Alto que possui um pequeno altar com uma santa, onde as pessoas,
especialmente os moradores da Fazenda Cana Verde, freqüentam para rezas da religião católica e outro
um local demarcado com cerca e um cruciixo, representando um túmulo de um caçador que morreu
no interior da propriedade por um acidente com a arma. O corpo do caçador não se encontra enterrado
no local, porém os falimiares o visitam no dia dos inados para orações.
Como os proprietários pertencem à religião evangélica, onde não são aceitos santos e adoração de imagens,
a presença do altar no Bico Alto representa uma atividade de conlito entre os propreitários e os devotos vizinhos.
41
Figura 37: À esquerda, Santo e pequeno altar encontrado no Pico Alto.
Figura 38: À direita, inscrições em árvore encontrada próximo ao limite entre as propriedades.
DO ENTORNO
A RPPN está localizada nos limites de 3 municípios: General Sampaio, Tajuçuoca e Apuiarés.
Esse fato representa uma grande oportunidade para a RPPN, pois poderá envolver os 3 municípios na
conservação da unidade, além de seus aspectos históricos e peculiaridades para incrementar a visitação
e o turismo na RPPN. Abaixo um breve histórico dos três municípios:
General Sampaio
Localizado as margens do rio Curu, as terras de General Sampaio eram habitadas pelos índios
Apuiarés. Com a colonização via as semarias, na época da implantação da pecuária, surge uma fazenda
e um pequeno povoado, que até 1904 não passava de quatro casas, denominado Sítio Bom Jesus,
Arraial do Bom Jesus ou Boqueirão da Mãe Teresa. Com a grande seca que assolou o Ceará em 1932,
deu-se início a construção da barragem do Açude General Sampaio. Esta obra atrai milhares de pessoas,
logo formou-se um grande acampamento, ao mesmo tempo em que o DNOCS construía suas casas de
alvernaria, dando um impulso urbano para o local, contudo as escavações para a fundação do açude
desencadearam uma epidemia que dizimou muitas pessoas, os trabalhadores encarregado pelos
sepultamentos chegaram a deixar os corpos no caminho do cemitério para enterrar no dia seguinte.
O açude foi inaugurado em 1935, à época o maior açude do Ceará. O nome do açude passa a ser
também o da localidade. General Sampaio é uma homenagem ao soldado cearense Antônio Sampaio,
morto na guerra do Paraguai e patrono da infantaria do exército Nacional. Sua elevação à categoria de
distrito ocorreu segundo lei nº 1.156, de 4 de dezembro de 1933. Sua elevação à categoria de município
ocorreu conforme Lei nº 3.338, de 15 de setembro de 1956, tendo sido instalado a 1º de março de 1957.
No açude, hoje, são desenvolvidas atividades de criação de tilápia, há um balneário e casas
antigas da época da construção do açude, onde moraram os engenheiros responspaveis pela obra, com
potencial para o turismo local.
Fonte: Site da Prefeitura se General Sampaio, IBGE e Wiikipédia
Tejucuoca
Na língua Tupi-Guarani, Tejuçuoca quer dizer morada de “Tejo” ou morada do “Tejuça”. Uma espécie
de lagarto muito comum na região. Daí, o nome de um dos municípios mais jovens do Ceará.
42
Os moradores da Serra da Catarina que eles chamam Catirina em Tejuçuoca a 155 quilômetros de
Fortaleza, tem uma história interessante para contar sobre a localidade dizem que, no começo do século
existia pelas bandas de Irauçuba, um coronel chamado Pedro Barroso Valente. Quando Barroso queria
eliminar um jagunço ou alguém a pedido de amigos, enviava essa pessoa para a Serra da Catarina,
com um bilhete no bolso ordenando sua morte. Como os jagunços não sabiam ler pensavam que se
tratava de uma carta de recomendação para trabalhar. Após o assassinato, o corpo era enterrado entre
as grutas, daí surgiu o nome de furna dos ossos.
Lenda ou não, o certo é que a serra da Catarina a 10 quilômetros da sede do município virou
atração para estudiosos, arqueólogos e também local de romarias. Muitos vão pagar promessas em
uma das cavernas, onde, há 45 anos foi colocada uma imagem de Nossa Senhora das Graças, e mais
recente, foi feito um pequeno altar para Nossa Senhora Aparecida.
Distrito criado com a denominação de Tejuçuoca, por ato estadual de 19-08-1818, subordinado ao
município de São Francisco. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Tejuçuoca,
igura no município de São Francisco. A divisão territorial atual e’ datada de 17-I-1991, o município é
constituído de 2 distritos: Tejuçuoca e Caxitoré.
A agropecuária e o comércio movimentam a economia da cidade. O Bode é uma das principais
criações, onde há uma feira o Tejubode, inicialmente para comercialização dos animais e hoje uma grande
atração com shows, praça de alimentação, vendas de souveniers, que movimenta o turismo no município.
Na parede do açude do boqueirão há um ponto onde a saída da água é controlada formando uma
cachoeira e ao seu pé um bar simples que vende tilápia frita, onde os moradores frequentam.
Fonte: IBGE
Apuiarés
Em suas relações toponímicas, traduz-se por homenagem aos primitivos tapuias cujo signiicado
etimológico traduz-se pela decomposição do substantivo apu (raiz) e o predicativo iaré (gosto de fruta),
donde se obtém raiz que tem sabor de fruta. Possui dois distritos: Vila Soares e Canafístula, criados pelas
Leis 6445 e 6446 de 21 de julho de 1963.
O Município de Apuiarés é localizado na Mesorregião do Médio Curu. Suas raízes datam do Século
XIX, com a denominação de Arraial do Jacu. Criou-se o distrito de Paz consoante Lei no. 1153, de 24 de
novembro de 1864, já existindo na oportunidade considerável número de habitantes. Seus primitivos
habitantes foram os índios Apuiarés, tapuias que habitavam a faixa de transição litorânea ao longo do
rio Curu e eram tidos como indomáveis, infensos ao trato com os brancos e até mesmo como outras
nações vizinhas.
Em 1911, Arraial do Jacu igurava como distrito de Pentecoste na Divisão Administrativa do Brasil.
Em 1946 ganhou a denominação atual, APUIARÉS (raiz com sabor de frutas). No dia 02 de fevereiro
de 1946, passou a ser Paróquia de São Sebastião pelo decreto Nº 32. Assinado por Dom Antônio de
Almeida Lustosa e seu primeiro pároco foi Antonio da Silveira Paixão.
Na época em que foi elevado a distrito o Arraial já possuía a sua capela, tendo como patrono são
Sebastião e como assistente religioso o Padre Manuel Ribeiro, sendo a mesma ilial da Matriz de Canindé.
O Paroquiato foi criado em 2 de Fevereiro de 1946, envolvendo as Freguesias de General Sampaio e
Tejuçuoca.
Com a criação do Distrito de Pentecoste, em 1869, o Arraial do Jacu perdeu os seus privilégios
distritais, vindo a recuperá-los em menos de um ano após o fato (Lei 1.330, de 10 de Outubro de 1870).
Em 1956, com a Lei Nº 3.338, de 19 de maio, veio, juntamente com o distrito de General Sampaio,
formar o Município deste mesmo nome, vindo a emancipar-se em seguida, com o nome atual, de acordo
com a Lei no. 3.529, de 25 de janeiro de 1957, ocorrendo sua instalação a 1º de Março do mesmo ano.
43
Fonte: Site Oicial da Prefeitura Municipal de Apuiarés
3.1.10. Visitação
Em função da topograia acidentada da área da reserva e da distancia da sede da propriedade à
Reserva, 10 Km de caminhada por dentro da mata em terreno pedrogoso, a visitação a área da Reserva
não é uma atividade realizada até o momento. Foram identiicadas apenas atividades de visitação e
educação ambiental no entorno na reserva, nas imediações da sede da propriedade. As atividades
desenvolvidas até o presente momento foram voltadas para a educação ambiental da comunidade
do entorno por meio de cursos de: multiplicadores Ambientais, Apicultura e Produção de Mudas.
Além disso, foram programadas e realizadas visitas de estudantes de colégios públicos e concurso de
fotograia de natureza.
A visitação de escolas e outros grupos são realizados de forma esporádica na propriedade, em uma
trilha improvisada pelos prorpietários chamada de trilha do forno que passa pelas estruturas antigas da
propiedade (velho açude e casa de taipa) e mata em estado inicial de recuperação, culminando em um
forno que era utilizado para a produção de carvão.
Tabela 6: principais potenciais recreativos, interpretativos e culturais identiicados na
RPPN e propriedade.
Na área da RPPN foram identiicados três atrativos: o conjunto de Barrigudas (Ceiba glaziovii), o
Mirante do Bico Alto e o Mirante de Pedra. Há uma trilha que sai da sede da reserva e percorre o caminho
que o gado fazia dentro da propriedade essa trilha foi extendida para os estudos do plano de manejo
até o bico alto, tendo a extensão total de 10 km e culminando no ponto mais alto da unidade com 479
m de altitude, com uma vista privilegiada do vale do Curu. Ao longo dessa trilha, é possível observar
grande parta da biodiversidade da reserva, passando por barrigudas e outras árvores de grande porte.
A apartir do Bico Alto, o ponto mais elevado da RPPN, há uma outra trilha que liga o mirante do Bico
Alto ao Mirante da Pedra.
44
Mapa 8: Trajeto da trilha a partir da sede, futuro centro de visitantes, que conduz aos três
atrativos na RPPN: conjunto de Barrigudas (Ceiba glaziovii), Mirante do Bico Alto e Mirante
de Pedra.
Figura 39: Barrigudas encontradas na RPPN ao longo da trilha principal.
45
Figura 40: Vista do Bico Alto, ponto mais alto da região presente no interior da RPPN.
Figura 41: Vista do mirante de pedra.
Essas trilhas são na verdade uma picada aberta na mata de maneira improvisada, sem plenjamento
de traçado. Não há nenhum tipo de sinalização ou infraestrutura de segurança ou de apoio para futuras
visitas e a mesma apresenta processos erosivos em diversos pontos ao longo do seu percurso, não
sendo realizado nenhum tipo de monitoramento dos impactos.
Mapa 9: Localização da trilha que liga os principais atrativos da RPPN Ambientalista Francy Nunes.
46
Em virtude do difícil acesso a RPPN, a maior parte das oportunidades recreativas foi identiicada
no entorno imediato, na fazenda Santa Úrsula onde está inserida a unidade. Áreas propícias à prática de
esportes de aventura como rapel, tirolesa, falsa baiana, ponte de três cordas, trekking, além de corridas
de orientação, acampamento e treinamentos empresariais.
Mapa 10: Atrativos identiicados e atividades sugeridas. Também foram identiicadas
ameças a essas atividades como sinais de fogo e extração da vegetação.
As oportunidades para atividades interpretativas e de educação ambiental foram identiicadas
na fazenda Natália nas proximidades da sede da propriedade como a antiga casa de taipa e o açude
pequeno, elementos típicos da região que podem ser aproveitados para resgatar a cultura e a forma
de vida do sertanejo. Outro importante elemento que poderia ser utilizado para atividades educativas
é um antigo forno, utilizado para a produção de carvão e agora abandonado. Além desses, foram
identiicados uma área plana na propriedade próxima a estrada CE com diferentes espécies arbóreas da
caatinga de médio porte onde poderia ser instalada uma trilha onde o visitante pudesse conhecer essas
espéceis e realizar atividades educativas.
47
Figura 42: À esqueda, Casa de taipa.
Figura 43: À direita, Açude pequeno (Redenção).
Figura 44: À esquerda, antigo forno para produção de carvão.
Figura 45: À direita, Açude Grande (Monte Horebe).
Outras potenciais atividades seria observação de aves, já que a abriga espéceis endêmicas como
periquito do sertão (Aratinga cactorum), golinha (Sporophila albogularis) e galo de campina (Paroaria
dominicana) e ameaçadas de extinção como pica-pau-anão-do-nordeste (Picummus limae) apontados
pelo levantamento da avefauna.
Figura 46: À esquerda, Periquito do sertão (Aratinga cactorum).
Figura 47: À direita, Galo da Campina (Paroaria dominicana).
48
Figura 48: À esquerda, Golinha (Sporophila albogularis).
Figura 49: À direita, Pica-pau-anão-do-nordeste (Picummus limae).
POTENCIALIDADES DO ENTORNO
No município de Tejuçuoca, no açude do Boqueirão, há uma cascata formada pela válvula de
controle do escoamento da água chamada de Véu da Noiva, um local bastante freqüentado pelos
moradores da região. O lugar oferece um refrescante e agradável banho, no entanto, conta com infraestrutura muito precária de restaurante o qual não possui instalações sanitárias.
Figura 50: À esquerda, Véu de noiva.
Figura 51: À direita, restaurante no açude Boqueirão em Tejuçuoca.
Figura 52: À esquerda, Açude.
Figura 53: À direita, Balneário de General Sampaio.
49
O município de Tejuçuoca apresenta forte potencial turístico, especialmente no que se refere ao
turismo Rural. Nele está localizado o “Parque Ecológico da Furna dos Ossos”, um relevante atrativo, da
região, que abriga curiosas formações rochosas como a cabeça de um índio que chega a 20m de altura
e o touro que parece observar a movimentação nos vales da região; além disso, abriga um conjunto de
grutas, que potencializa a prática de atividades espeleológicas no município. Há ainda, no município,
a festa do Tejubode, um grande evento anual que movimenta o município com intensa programação.
Figura 54: À esquerda, Formação geológica Cabeça do índio.
Figura 55: À direita, Frmação geológica touro.
Figura 56: Centro de Apoio ao visitante do Parque Ecológico Furna dos Ossos.
50
Figura 57: Cartazes da festa do bode que ocorre anualmente no minicípio.
3.1.11. Pesquisa e Monitoramento
Até o início dos levantamentos para a elaboração desse plano de manejo, não foram realizadas na
área nenhum estudo ou pesquisa cientíica.
As pesquisas realizadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes tem o objetivo de subsidiar a
elaboração do plano de manejo, bem como de divulgação cientiica de estudos na região, como os
realizados por:
• ALBANO, Ciro Ginez; SILVA, Weber Andrade de Girão. Aves da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Fortaleza, 2008;
• ARAUJO NETO, Manoel Paiva; FERREIRA, Thiago Dias; RODRIGUES, Rodrigo Leite; SOARES FILHO, Aldeney Andrade. Relatório Liminológico da Reserva Particular do Patrimônio Natural Francy Nunes –
General Sampaio, Ceara. Fortaleza, 2009;
• MATOS, Daniela Gaspar Garcia de. Diagnóstico de oportunidades de uso público e diretrizes para
ações de manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Relatório Técnico. 2008;
• MENEZES, Marcelo Oliveira Teles; MORO, Marcelo Freire; SOUZA, Sarah Sued Gomes. Inventário da Flora da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Fortaleza, 2009;
• MESQUITA, Paulo Cesar Mattos Dourado; NOJOSA, Diva Maria Borges. Inventário da Herpetofauna.
Relatório Final. Fortaleza, 2008;
• PINTO, Thieres. Fortalecendo o Manejo da Biodiversidade Através do Apoio e Capacitação na Realização do Plano de Manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes – Bioma Caatinga. Levantamento da
mastofauna, 2009.
3.1.12. Ocorrência de Fogo
A área da RPPN e entorno é altamente suscetível a incêndios lorestais, especialmente no período
seco do ano que vai de maio a dezembro.
Já foram registrados na a RPPN e seu entorno imediato cinco incêndios lorestais, sendo dois deles
grandes e no interor da RPPN. As ocorrências de fogo são iniciadas por caçadores, que fazem fogueiras
na mata e as abandonam ou perdem o controle do fogo, que se espalha pela região, por coletores de mel
de abelha, que atiram fogo para espantar as abelhas, pelo DERT, no processo de limpea da vegetação
ao longo das estradas. O fato de no Bico alto haver práticas religiosas com utilização de velas, também
representa um risco potencial para incêndios.
No ano de 1986 a área sofreu um incêndio que consumiu 64 hectares da propriedade, incluindo
a RPPN, em 1988 a área sofreu outro incêndio que queimou 160 hectares também consumindo grande
parte da Reserva, em 2003 foram 72 hectares e em 2007 a área sofreu outro incêndio que consumiu 80
51
hectares da propriedade incluindo parte signiicativa da RPPN. Todos esses incêndios tiveram a mesma
causa: caça e retirada de mel. Em 2010 a propriedade vizinha (Fazenda Santa Úrsula) que dá suporte
a RPPN sofreu um grande incêndio, queimando toda a reserva Legal, por quinze dias consecutivos.
Apesar da RPPN, nessa época ter um convênio de cooperação mútua irmado com a Prefeitura de
General Sampaio e ter implementado capacitação e formação de brigada contra incêndios lorestais
junto ao município em parceria com o programa Prevefogo e Previna, nenhum desses órgãos apoiaram
o combate ao incêndio.
Hoje, preocupada com as ameças de fogo, a ilha do proprietário representa os proprietários de
RPPN do Ceará no Previna - Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Ceará.
Já foram realizados cursos de combate a incêndios lorestais na RPPN e montada uma brigada voluntária.
Figura 58: Incêndio ocorrido em 2007.
Figura 59: Curso de combate a incêndios lorestais na RPPN e consequente montagem da
brigada voluntária.
3.1.13. Atividades Desenvolvidas na RPPN e Sistema de Gestão e Pessoal
Não há nenhuma atividade desenvolvida na RPPN, nem sistema de gestão para a unidade ou
pessoal que desenvolva atividades de iscalização ou proteção da unidade até o presente momento.
52
3.1.14. Infraestrutura, Equipamentos e Serviços
Não há nenhuma infraestrutura dentro da RPPN, apenas na propriedade onde a mesma está
inserida (Fazenda Natália) e na fazenda vizinha, Santa Úrsula, do mesmo proprietário.
A fazenda possui uma sede, com energia elétrica, água encanada e banheiros. Na entrada da
propriedade na estrada CE 341 há uma placa informando a existência da RPPN com o número da portaria
do IBAMA. No interior da propriedade existem placas informativas com o direcionamento de algumas
trilhas criadas pelos proproetários na fazenda e placas educativas em algumas árvores com informações
da espécie e mensagens biblícas.
Figura 60: À esquerda, placa informando a existência da RPPN com o número da portaria de criação.
Figura 61: À direita, placa educativa em árvore com informação da espécie vegetal.
Figura 62: À esquerda, placa educativa com mensagens bíblicas.
Figura 63: À direita, placas informativas nas trilhas l.
Além da sede, há duas outras construções: a casa do caseiro, uma casa de taipa reformada, além
de um açude antigo, não mais utilizado por sua baixa capacidade de armazenamento de água. Não há
sistema de coleta de lixo na fazenda, sendo o mesmo enterrado em valas próximas as casas.
A energia elétrica é fornecida pela empresa concessionária local, a sede da propriedade e a casa
do morador possuem água encanada abastecida por uma cacimba e pelo açude principal. Esse açude é
recente e ainda não possui peixes, é utilizado para abastecimento da casa principal. Há ainda um açude
menor utilizado hoje apenas para lazer dos funcionários.
O Riacho das Pedras, que corta a propriedade, é intermitente e seca totalmente no período que
não chove. Próximo a casa do morador o rio permanece empoçado numa área de cerca de 2,5 x 2,5
53
metros e 40 cm de profundidade, onde é utilizado para lazer das crianças e lavagem de roupa. O esgoto
de todas as instalações sanitárias da propriedade é escoado para sumidouros.
A estrada principal que dá acesso a Fazenda a partir da CE é de piçarra (terra), passando por áreas de
baixios onde escorrem águas de chuvas. Nessas áreas o acesso se torna bastante difícil no período chuvoso.
A comunicação é feita via telefonia celular ixa rural. Não há sinal de telefonia celular móvel na RPPN, nem
acesso à internet. O transporte dos moradores e funcionários é feito por motos, animais, a pé ou de bicicleta.
O único equipamento existente na fazenda voltado para a atividades da RPPN é um pequeno
auditório construído no alpendre/varanda da sede da fazenda que serve como auditório para receber
grupos de visitantes, ou alojamento para pesquisadores. Não há nenhum serviço fornecido de forma
regular ou organizada, seja de guia nas trilhas ou alimentação. Quando há uma demanda a própria
família dos proprietários tentam atender.
Figura 64: auditório construído no alpendre/varanda da sede da fazenda que serve como
auditório para receber grupos de visitantes, ou alojamento para pesquisadores.
3.1.15. Recursos Financeiros e Formas de Cooperação
Os recursos inanceiros investidos na RPPN até o momento foram recursos próprios oriundos da
família proprietária. O gasto anual com a propriedade como um todo (aceiros, manutenção de trilhas,
auditório, etc.) é de R$ 3.550,00 reais.
Há um termo de cooperação mútua assinado entre a RPPN e a Prefeitura de General Sampaio para a
manutenção da estrada principal de acesso dentro da RPPN, porém, não atende a demanda dos proprietários.
3.2. Caracterização da Propriedade
São duas as propriedades pertencentes à família, a Fazenda Natália que abriga a RPPN e a fazenda
Santa Úrsula que abriga a infraestrutura residencial, de abastecimento e de acesso. Os limites de divisão
entre as fazendas é o Riacho das Pedras. Os detentores dos direitos sucessórios dessas propriedades são
os 6 ilhos proprietário.
Na Fazenda Natália, onde está inserida a RPPN há agricultura de sequeiro de milho, feijão, no
período chuvoso, nas margens do riacho das pedras e criação de caprinos e ovinos (cerca de 100
cabeças) e permanencia esporádica de gado (30 cabeças). Historicamente tendo criado galinhas e de
forma solta na propriedade, e retirada de madeira e lenha.
54
A área da RPPN não está cercada ou delimitada e há a presença de gado e caprinos que se tornaram
“silvestres”. A propriedade está parcialmente isolada por cercas. As áreas da propriedade cercadas são ao
longo da CE 341 e parte dos limites laterais com as propriedades vizinhas.
A sede da propriedade possui plantas ornamentais exóticas como nim (Azadirachta indica),
algumas frutíferas e paisagísticas e alguma representação de cactácea. A propriedade onde se insere
a RPPN constitui-se em uma área inluenciada por ações antrópicas, recoberta por uma vegetação de
isionomia pouco diversiicada, formada principalmente por arbustos e arvoretas jovens, predominando
espécies como jurema preta, jurema branca, marmeleiro e alfazema do sertão. Na maior parte da área
a altura da copa não passa de quatro metros com presença de poucas árvores emergentes. O solo
apresenta-se bastante pedregoso e recoberto por uma serrapilheira bastante rasa. A mata ciliar ao longo
do Riacho das Pedras que corta a propriedade encontra-se bastante reduzida ou inexistente, havendo
plantio até a borda do córrego.
3.3. Caracterização da Àrea de Entorno
Como a maior parte da Reserva e propriedade estão no município de General Sampaio, assim
como a entrada da propriedade e reserva, os dados levantados mais aprofundados foram com realção
a esse município.
3.3.1. Demograia
De acordo com o IBGE, a população total do Município em 1º de abril de 2007 era de 6.540 habitantes.
No ano de 2000, o IBGE registrou uma população total de 4.866 pessoas, sendo 2.523 homens e 2.343.
A população urbana era de 2.316 habitantes, sendo 1.185 homens e 1.131 mulheres. A população rural
era de 2.550 pessoas, sendo 1.338 homens e 1.212 mulheres. A densidade demográica era de 26,3
hab./km² e taxa de urbanização, de 47,6%. A faixa etária mais populosa no ano 2000 correspondia a dos
indivíduos na idade de 10 a 19 anos, seguida da faixa de 20 a 29 anos. (Fonte: IBGE 2000, 2007)
3.3.2. Indicadores Sociais
Os indicadores sociais de Desenvolvimento apresentaram o seguinte desempenho, no ano 2000:
• Índice de Desenvolvimento Humano: 0,606
• Renda per capta: R$ 62,70
• Proporção de pobres: 75,9%
• Índice de Gini: 0,59% (O índice de Gini varia de zero a um, é um indicador da igualdade ou desigualdade de dis-
tribuição. Quando igual a zero, signiica a situação teórica de igualdade. Quando igual a um, ocorre situação máxima
de desigualdade)
• Taxa de Fecundidade: 4%
Tabela 7: indicadores sociais de Desenvolvimento.
Indicador
General Sampaio
Ceará
Brasil
0,606
0,699
0,764
R$ 62,70
R$156,24
R$ 6.473
Proporção de pobres
75,9%
57%
29%
Índice de Gini
0,59%
0,627
0,606
Índice de Desenvolvimento Humano
Renda per capta
Taxa de Fecundidade
4%
2,92%
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil/PNUD- 2003
2,36%
55
Os dados do ano 2000 referentes ao acesso da população aos serviços básicos demonstram que 21,7
% dos moradores possuíam água encanada, 62,6% eram beneiciados com energia elétrica e 90,5% eram
favorecidos com coleta diária de lixo. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil/PNUD- 2003
A Educação nos anos de 2003 apresentou o seguinte peril:
p. Educação Infantil: Havia 255 crianças matriculadas em ensino de pré-escola e 141 matriculadas em creches.
q. Ensino Fundamental: A rede de ensino fundamental era integrada por 20 escolas onde se achavam
matriculados 1.664 alunos e lotados 57 professores. O índice de aprovação foi de 72,8%, o de
abandono, 14% e de reprovação, 13,2%.
r. Ensino Médio: Havia somente 01 escola de ensino médio, estando matriculados 214 alunos, sob o
comando de 12 professores.
A taxa de analfabetismo, no ano 2000, entre jovens, na faixa de 15 a 17 anos era de somente 8,2%.
Na faixa de 18 a 24 anos, de 18,8%. Na população adulta, com mais de 25 anos, a taxa era de 48, 5%.
Fonte: - MEC/NEP/Edudata- 2003; Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil/PNUD- 2003.
No ano de 2003 o Município possuía 05 unidades de Saúde vinculadas ao Sistema Único de Saúde
(SUS). Em 2008, essas unidades, em número de 04, eram: 01 hospital municipal, 01 centro de saúde, 01
centro de Fisioterapia e Ginecologia e 01 posto de saúde. Os casos graves (de traumatologia) e doenças
especiais (de psiquiatria e outros) eram transferidos para clínicas sediadas em Fortaleza, onde existe 01
casa de apoio do Município para alojar os doentes.
O Programa de Saúde da Família (PSF) que atendi as populações do interior, em 2008, era integrado por
05 proissionais: 01 médico, 01 enfermeira, 01 auxiliar de enfermagem, 01 dentista e 01 atendente de dentista.
Em 2003 registra-se a lotação de 08 médicos, 04 enfermeiras e 22 agentes de Saúde, no quadro de
atendimento do Município. No mesmo ano, havia 02 equipes do PSF que atendiam 4.719 pessoas. As
agentes de saúde acompanhavam 2.879 famílias. O Governo do Estado mantinha o Centro de Saúde de
General Sampaio e os postos de saúde de Caraúbas e Lagoa do Meio. A Prefeitura mantinha o Hospital
Maternidade Júlia Jorge, os postos de saúde de Lajinha, Pinda, São João, Riacho das Pedras, Pedras Pretas,
Cajazeiras e de Vaca Brava. Havia um ambulatório mantido pelo Sindicato dos Trabalhadores rurais. Fonte:
Secretaria de Saúde do Município de General Sampaio, 2008; Ministério da Saúde/CIOPS- 2002/2003
3.3.3. Dados sobre o meio rural
No ano de 2003 o número de estabelecimentos rurais era de 421 unidades. Sendo a maioria deles
(59%), os estabelecimentos situados na faixa de 5 a 20 hectares (ha). As unidades com mais de 200 há
correspondiam a 4,5% do total.
Os empreendimentos patronais eram 15; os familiares, 367. As entidades públicas possuíam 39
estabelecimentos. Não se registra áreas de colonização e/ou de assentamento da Reforma Agrária no
Município.
Somando todos os estabelecimentos havia 1.479 pessoas ocupadas, numa área total de 13.488 ha.
(Fonte: INCRA, 2003)
Os agricultores familiares, em 1995, ocupavam 367 estabelecimentos familiares (87,2%) com
10,006 ha (4.2%) e 1.245 pessoas ocupadas. Pode-se considerar que o número total de famílias era de
367. (Fonte: IBGE, 1995/1996)
3.3.4. Dados Gerais sobre Economia e Serviços
No ano de 2003, o Comércio era representado 27 estabelecimentos atacadistas e a Indústria por
02 unidades de transformação.
O PIB total, em 2002, correspondia a R$ 7.095.000,00, com renda per capita de R$ 1.503,00. A participação
56
da Agropecuária no PIB foi 22,9 %, da Indústria 1,8% e do setor de Serviços, 75,2%. (Fonte: IPECE, 2004)
O Município ainda é eminentemente agrícola, destacando-se, no ano de 2002, a produção de milho
(253t em 602ha), feijão (527t em 828ha), banana(40t em 5ha), coco (25t em 5 há) e manga (10t em 1ha).
Em 2002 a produção de carvão vegetal foi de 50 t, gerando R$ 6.000,00. A produção de lenha de
2.907m3 com renda de R$ 12.000,00 e de madeira em tora, 85m3, com renda de R4 1.000,00. (Fonte:
IBGE, 2002)
Em 2003 o rebanho mostrava-se assim distribuído: - bovino com 3.471 cabeças, suínos com
2.756 cabeças, eqüinos com 183 cabeças, asininos com 760 cabeças, muares, 95 cabeças, ovinos, 3.217
cabeças, caprinos com 1828 animais e aves, 20.000 cabeças. (Fonte: IPECE, 2004)
A atividade turística limita-se aos balneários do Açude General Sampaio, freqüentados por turistas
e visitantes egressos de Fortaleza e dos demais municípios da Região. As tipologias predominantes do
Artesanato são bordados e crochê. Fonte: CIAT-2005
A tabela 8 abaixo mostra o resumo do levantamento socioeconômico do município de General
Sampaio, com os principais aspectos considerados pela pesquisa.
Tabela 8: Resumo do levantamento socioeconômico do Município General Sampaio.
POPULAÇÃO TOTAL EM 2000 (IBGE)
4.866
HOMENS
25235
MULHERES
2343
POPULAÇÃO URBANA TOTAL
2316
HOMENS
1185
MULHERES
1212
INDICADORES SOCIAIS (2000)
IDH
0,606
Renda per capta
R$ 62,70
Proporção de pobres
75,9%
Taxa de fecundidade
4%
Índice de Gini
0,59%
ACESSO AOS SERVIÇOS BÁSICOS (2000)
Água encanada
21,7%
Energia elétrica
62,6%
Coleta de lixo diária
90,5%
TAXA DE ANALFABETISMO (2003)
15 a 27 anos
8,2%
18 a 24 anos
18,8%
Acima de 25 anos
48,5%
PRODUÇÃO AGRÍCOLA (2002)
Milho
253t em 602ha
Feijão
527t em 828ha
Banana
40t em 5ha
Côco
25t em 5ha
Manga
10t em 1ha
REBANHO (2003)
Bovino
3471
Suíno
3756
Eqüinos
183
Asininos
760
Muares
95
Ovinos
3217
Caprinos
1828
Aves
20000
57
3.3.5. Infraestrutura Hídrica, Viária, Elétrica, Bancária, de ATER e de Comunicações
O Município é favorecido pelo Açude General Sampaio que integra a Bacia Hidrográica do Curu e
tem capacidade de 322,2 milhões de metros cúbicos d´água, cobrindo uma área de 1.720 km². Em 2005,
havia também 24 poços tubulares. As vias de acesso ao Município são a BR-222 e CE-341, distando 143
km de Fortaleza. A rede de telefonia atende 42 unidades públicas e 92 particulares. Funciona, na sede,
01 posto dos Correios e Telégrafos. Há somente um caixa eletrônico do Banco do Brasil para atender
a população. O Banco do Nordeste e o Banco do Brasil, ambos de Canindé, servem aos negócios do
Município. Em 2004, no Município foram efetivados 129 contratos do PRONAF.
A EMATERCE de Canindé, em parceria com a Secretaria de Agricultura, propiciam assessoria técnica
aos produtores agropecuárias, contando com o serviço de 04 agentes rurais. Há um posto do DNOCS
que, em parceria com a COGERH/SRH e o Comitê da Bacia hidrográica do Curu, gerenciam o Açude
General Sampaio e sua microbacia (entorno).
O Projeto São José, do Governo do Estado, nos anos 2003 e 2004, apoiou inanceiramente a
implantação de 03 sistemas de abastecimento d´água (Comunidade São João, Currupião e Lagoa
do Meio/Tamanduá) e 01 mercado agrícola (Riacho das Pedras), beneiciando, ao todo, 151 famílias.
O PRONAF-INFRAESTRUTURA, do Governo Federal, apoiou, em 2004, a construção da Minifábrica de
Ração e Abatedouro de galinha caipira, de domínio da Prefeitura. O Programa de Cisternas – P1Mc-,
construiu 65 cisternas de placas no Município entre 2003 e 2004.
Atuam ainda no Município, a COCREDI (cooperativa de crédito, sediada em Itapipoca), o Fórum
Regional do Semi-árido, a AMUV (associação regional de prefeitos), o INSTITUTO SESEMAR (ONG que
capacita agricultores familiares e artesãos no empreendedorismo e Mercado), CDT (Conselho Territorial
de Desenvolvimento), Comitê da Bacia Hidrográica do Curu (gestão dos recursos hídricos) e a FETRAECE/
STR (organização sindical). Fontes: COGERH, 2005; SRH, 2005; TELEMAR, 2005; SEAGRI. 2004; MDA/SDT2004; CIAT, 2005
3.3.6. Caracterização das comunidades do entorno da RPPN
As comunidades do entorno da RPPN são Cajazeiras, Riacho das Pedras I, Riacho das Pedras II
(conhecida como Assentamento Jeresissati), Caraúbas/Saco da Onça e São João.
Para a caracterização dessas comundiades foram realizada oicinas participativas em cada uma
das comunidades. Em média, participaram das oicinas vinte (20) moradores, dentre agricultores
familiares, estudantes, comerciantes, professores, agentes rurais, funcionários públicos, donas de casa,
agentes de saúde, entre outros. O público majoritário era os homens adultos, porém, sempre se faziam
presentes mulheres e jovens de ambos os sexos. Os idosos tomaram destaque nas discussões, aportando
elementos históricos de grande valia ao Diagnóstico.
58
Mapa 11: Localização das comunidades do entorno da RPPN Francy Nunes.
Segundo os moradores das comundiades, aproximadamente 99% da mata ciliar das comunidades
foram destruídas e 80% da mata nativa também. Isso se deve as atividades de cultivo na margem e leito
dos rios, onde os solos são as mais férteis na caatinga e atividades de pecuária e exploração de madeira,
lenha e carvão.
Tabela 9: Dados da vegetação nativa destruída.
Comunidades
Vegetação Nativa Destruída
Mata nativa
Mata ciliar
Caraúbas
Cajazeira
Riacho I
Riacho II
70%
80%
70%
80%
95%
98%
100%
100%
São João
98%
100%
Média
80%
99%
Tabela 10: Espéceis da fauna e lora apontadas como raras ou extintas na região.
Flora
Aves
Mamíferos
Cedro
Jatobá
Oiticica
Violete
Canário
Pintassilgo
Sanhaçu
Papagaio
Asa branca
Papacum
Juriti
Nambu
Cancão
Mocó
Onça
Caititu
Tatu
Tamanduá
Jacundá
59
Tabela 11: prinicipais problemas ambientais e possíveis soluções apontadas pelas
lideranças comunitárias para as comunidades.
PROBLEMAS
60
SOLUÇÃO
•
•
•
•
Desmatamento;
Queimadas;
Extinção de Animais;
Chuvas descontroladas e mal distribuídas.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Falta de conscientização
Desmatamento;
Animais extintos;
Como manter a fauna;
Como o agricultor vai evitar o desmatamento.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Desmatamento sem controle (manejo);
Lixo solto;
Falta mata ciliar (ao redor dos açudes);
Carvão;
Pouco acesso a Água;
Conhecimento e Educação.
•
•
•
•
Conscientização (educação);
Construção de viveiros de mudas;
Ampliação de Oicinas (RPPN);
Inserir a Educação Ambiental como disciplina no currículo anual do
Ensino Público;
• Construir ou buscar parcerias com os órgãos de iscalização e defesa
do Meio Ambiente para combater os crimes ambientais (iscalização
sistemática).
Fazer novas plantações nativas;
Preservando a Natureza para manter os que restam;
Não Caçando;
Procurando um Órgão Público;
Participando dos encontros e procurando um técnico.
Proprietários conscientes a preservar o Meio Ambiente;
Depende da comunidade (reciclar ou queimar);
Proteger;
Ter informações e um técnico do governo orientando como fazer
correto;
• Em parte solucionado;
• Reunião com os órgão e iscalização;
• Criação de aves caipiras.
Tabela 12: Resumo com as ameaças e oportunidades do ponto de vista ambiental, cultural
e turístico de todas as comunidades.
COMUNIDADE
AMEAÇA
Atuação de caçadores e coletores de mel
Cultivo nas margens dos rios
Queimadas como técnica de plantio
Produção de carvão vegetal e extração de
madeira
Pastejo dos animais de criação soltos nas
matas locais
Falta de vacinação dos animais domésticos,
potencial foco de doenças para animais
silvestres
Grande número de agricultores familiares
utilizando técnicas de produção de grande
impacto ambiental
Residências (72%) não possuem banheiros,
sanitários e fossas sépticas;
Lançamento dos dejetos no Rio Curu;
• Presença de equipe de assessoria técnica (ATER) na
Comunidade que pode auxiliar na implementação
de novas práticas;
• Jovens cursando o nível médio (maior
conhecimento cientíico, visão crítica e
sensibilidade para as questões ambientais);
• Presença de elementos de atração turística (casas
históricas, artesanato de crochê e couro, cachoeira
do Elias, gastronomia regional (lingüiça).
• Baixa produtividade e rentabilidade das atividades
agropecuárias, fonte de renda pouco diversiicada
- o que pode tornar novas alternativas de
produção e renda um atrativo para melhoria da
qualidade de vida;
• Falta de ocupação para a juventude, baixo
interesse dos jovens em desenvolver atividades
agropecuárias e de produção de carvão, alto índice
de êxodo rural juvenil – o que pode favorecer o
envolvimento dos jovens em novas atividades de
geração de renda mais sustentáveis
Riacho I
• As residências (100%) não possuem serviço
de água encanada, banheiros, fossas
sépticas e esgotos; os dejetos de algumas
residências são lançados no rio Curu;
• Grande presença de caçadores;
• Utilização de técnicas de produção de
grande impacto ambiental;
• Perda (70%) acentuada da cobertura
vegetal e destruição total (100%) das matas
ciliares;
• Práticas de desmatamento e queimadas;
• Produção não-sustentável do carvão;
• Animais de criação não-vacinados
• Jovens cursando o nível médio (maior
conhecimento cientíico, visão crítica e
sensibilidade para as questões ambientais);
• Programa Agente Rural de Assessoria Técnica;
• Elementos de atração turística (casas antigas,
casa de farinha, Festa de Santo Antônio, São
Judas Tadeu, e Santo Izidoro, comidas regionais
(chouriço, aluá de milho, beiju, mungunzá) )
• Baixa produtividade e rentabilidade das
atividades agropecuárias, fonte de renda pouco
diversiicada - o que pode tornar novas alternativas
de produção e renda um atrativo para melhoria da
qualidade de vida
• Falta de ocupação para a juventude, baixo
interesse dos jovens em desenvolver atividades
agropecuárias e de produção de carvão, alto índice
de êxodo rural juvenil, falta de oportunidades para
mulheres – o que pode favorecer o envolvimento
de mulheres e jovens em atividades de geração de
renda mais sustentáveis
Riacho II
• Perda (80%) acentuada da cobertura
vegetal e destruição total (100%) das matas
ciliares
• Práticas de desmatamento e queimadas;
• Produção não-sustentável do carvão;
• Grande presença de caçadores;
• Animais domésticos criados soltos;
• Animais não-vacinados
• Atividade artesanal produzida por cinco (05)
mulheres (crochê, biscuit, madeira, coco, pedra,
búzios, tapetes)
• Jovens cursando o nível médio (maior
conhecimento cientíico, visão crítica e
sensibilidade para as questões ambientais);
• Programa Agente Rural de Assessoria Técnica;
• Elementos de atração turística; (casas históricas,
açude Jereissati, Festa de São Judas Tadeu e Santo
Antonio, artesanato de crochê, biscuit, madeira,
coco, pedra, búzios, pena de galinha, tapetes;
peixe assado com baião de dois, peixada com
molho de coco, e cachaça “pau dentro”.
• 15% de mata preservada por 2 proprietários
Cajazeiras
•
•
•
•
OPORTUNIDADE
•
•
•
•
•
61
62
Caraúbas
• Perda (70%) acentuada da cobertura
vegetal e destruição elevada (95%) das
matas ciliares
• Práticas de desmatamento e queimadas;
• Produção não-sustentável do carvão;
• Grande presença de caçadores;
• Animais criados soltos;
• Animais não-vacinados
• Ação invasora da planta Viúva-alegre.
• Jovens cursando o nível médio (maior
conhecimento cientíico, visão crítica e
sensibilidade para as questões ambientais);
• Programa Agente Rural de Assessoria Técnica;
• Elementos de atração turística formação geológica
conhecida como “Bico Agudo”; O Açude General
Sampaio; Festa de Nossa Senhora Perpétuo
Socorro Crochê, bordado, objetos de palha de
carnaúba e rede de pesca; Filé de camarão;
• Baixa produtividade e rentabilidade das atividades
agropecuárias, fonte de renda pouco diversiicada
- o que pode tornar novas alternativas de
produção e renda um atrativo para melhoria da
qualidade de vida;
• Falta de ocupação para a juventude, baixo
interesse dos jovens em desenvolver atividades
agropecuárias e de produção de carvão, alto índice
de êxodo rural juvenil – o que pode favorecer o
envolvimento dos jovens em novas atividades de
geração de renda mais sustentáveis.
São João
• Perda de 98% da cobertura vegetal e
destruição total (100%) das matas ciliares
• Práticas de desmatamento e queimadas;
• Produção não-sustentável do carvão;
• Grande presença de caçadores;
• Animais criados soltos;
• Animais não-vacinados;
• Aplicação de agrotóxicos nas culturas
agrícolas da margem do Açude;
• Caça predatória.
• Comunidade articulada e aberta a novos
conhecimentos e novas propostas;
• Presença da ONG IDER desenvolvendo atividades
de educação ambiental, plantio de mudas nativas
e instalação de fogões ecológicos para redução do
consumo de lenha;
• Jovens cursando o nível médio (maior
conhecimento cientíico, visão crítica e
sensibilidade para as questões ambientais);
• Programa Agente Rural de Assessoria Técnica;
• Elementos de atração turística (açude General
Sampaio, Festa de São João Batista, dos
Motoqueiros e Festa Junina; artesanato de crochê,
pesca e bordado e comida regional (Galinha
caipira com pirão; Peixe d´água no sal).
Boqueirão
• Produção agrícola ao redor da RPPN com
uso de queimadas;
• Presença de trilhas e picadas nos morros ao
redor da RPPN;
• Uso de lenha e madeira;
• Presença de caçadores;
• Planta invasora: viúva-alegre.
• Presença de poucas pessoas morando ao redor do
açude que faz limite com a RPPN;
• Presença de atrativo turístico (véu de noiva e
restaurante simples com comida típica;
• Proprietário deputado sensível às causas
ambientais.
3.4. Possibilidade de Conectividade
A RPPN está próxima a uma Unidades de Conservação homologada em 2009, a RPPN Elias Andrade
e a duas outras unidades em processo de criação: a RPPN Fazenda Cajazeiras e a RPPN Fazenda Sousa.
A RPPN Elias Andrade possui 207,92 ha, é contigua a propriedade onde está inserida a RPPN Francy
Nunes, sendo a distância entre as duas RPPNs de apenas 500m e ambas unidades juntas representam
importantes áreas para a conservação do bioma na micro-região do Médio Curu.
Além dessas unidades de conservação, existe na região o Parque Ecológico Furna dos Ossos, a
RPPN Mãe da Lua e áreas conservadas, como a Serra da Santa Luzia e Serra das Vertentes que podem
representar importantes áreas para a conservação da paisagem local.
Mapa 12: Principais áreas protegidas e matas remanescentes na região e possibilidade de
conectividade entre elas.
A Secretaria Municipal de General Sampaio está incentivando a criação de novas RPPN no
município e pretende criar uma APA municipal. A prefeitura de Tejuçuoca também está tentando
criar um Parque Municipal para proteção do conjunto de serras presentes no munípio, ainda bem
preservadas. Com isso, poderia se criar um conjunto de áreas protegidas, formando um mosaico de
proteção da biodiversidade local.
3.5. Declaração de Signiicância
Segundo o Mapeamento do projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da
Biodiversidade do Bioma Caatinga – PROBIO” (2006), a região da RPPN encontra-se em uma área
insufucientemente conhecida, porém entre áreas consideradas de alta e extremamente alta prioridade
para a conservação.
63
Mapa 13: Mapeamento do projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação
da Biodiversidade do Bioma Caatinga – PROBIO” (2006), referente à região da RPPN
Ambientalista Francy Nunes.
Apesar de a Caatinga ser a vegetação predominante no Ceará, atualmente é a vegetação menos
protegida por Unidades de Conservação, menos de 1% está protegida de forma integral. No Ceará,
atualmente existem apenas 11 unidades de conservação de proteção integral na Caatinga, das quais
9 são reservas particulares. Há poucos dados publicados sobre a riqueza de espécies nas reservas, de
modo que, nesse contexto de déicit de proteção à caatinga cearense e de falta de conhecimento sobre
sua lora, a RPPN Ambientalista Francy Nunes – com sua alta riqueza de espécies – mostra-se como um
expoente na conservação da biodiversidade da caatinga, especialmente, do Ceará.
Considerando os levantamentos analisados, quando se trata apenas do Ceará, a riqueza de
espécies da RPPN Ambientalista Francy Nunes é menor apenas que a da Fazenda Araçanga, Município
de Capistrano (Medeiros, 1995). Este autor encontrou apenas 8 espécies a mais que a RPPN, com uma
área amostrada 5 vezes maior. Quando comparada a outros levantamentos, a riqueza da RPPN chega a
ser quase o triplo da observada por Figueiredo et al. (2000) na área de caatinga da Reserva da Serra das
Almas (Crateús), e possui 6 espécies a mais que a Estação Ecológica de Aiuaba, segundo o levantamento
de Oliveira et al. (1988 apud. Alcoforado-ilho, 1993), cuja área amostral foi 4 vezes maior.
O inventário lorístico da RPPN mostrou grande riqueza de espécies (cerca de 180) quando
comparado com estudos realizados em áreas de Caatinga de todo o nordeste podendo considerar a
riqueza de espécies alta para os padrões da caatinga. Dentre 57 levantamentos itossociológicos (em
áreas de Caatinga de todo o nordeste) analisados durante a elaboração desse relatório, somente 12
possuíram riqueza de espécies maior que a da RPPN Ambientalista Francy Nunes; ou seja, mesmo com
esforço amostral insuiciente para o levantamento itossociológico, a reserva já apresentou alta riqueza
– um novo levantamento, com esforço amostral adequado poderia elevar ainda mais seu patamar de
riqueza de espécies.
64
A RPPN possui abundancia de espécies da lora consideradas ameaçadas pela IUCN (2007) como
o cumaru (Amburana cearensis) em perigo e o endêmico sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) considerado
vulnerável. Espécies endêmicas como o pau-branco (Auxemma oncocalyx) e o facheiro (Pilosocereus
chrysostele), também estão presente na RPPN.
Sua fauna abriga espécies endêmicas e ameaçadas segundo o MMA (2003) como o jacuverdadeiro (Penelope jacucaca) considerado “vulnerável”, o pica-pau-anão-do-nordeste (Picumnus
limeae) “em perigo”, o gato maracajá-assu (Leopardus pardalis), a onça parda (Puma concolor) e o gatodo-mato (Leopardus tigrinus) felinos considerados vulneráveis, sendo o sendo gato-do-mato também
considerado vulnerável pela IUCN (2008).
O registro do gavião (Accipiter bicolor), uma espécie cujo único registro para o Estado do Ceará
datava de 1926, também indica a importância biológica dessa RPPN e de seu entorno.
4. PLANEJAMENTO
4.1. Objetivos do Plano de Manejo
De acordo com o interesse da família proprietária da RPPN e a vocação da área foram deinidos os
seguintes objetivos para a RPPN:
Efetivar a proteção e a conservação integral da área, mantendo sua integridade e biodiversidade;
Incentivar a pesquisa cientiica na RPPN para ampliação do conhecimento sobre a caatinga e
subsidiar o manejo da área;
Realizar atividades de visitação turística, recreativa e educacional na RPPN e propriedade com objetivo
de sensibilizar a população local e a sociedade como um todo, para a conservação da caatinga e de seus
recursos naturais, além de contribuir para o desenvolvimento de iniciativas de ecoturismo na região;
Estimular o desenvolvimento de atividades sustentáveis nas comunidades do entorno e
municípios vizinhos contribuindo para a conservação da natureza local e a melhoria da qualidade de
vida das populações locais.
4.2. Normas Gerais da RPPN Ambientalista Francy Nunes
• Nenhuma atividade que possa causar danos à integridade da RPPN é permitida;
• Caça de animais ou coleta de qualquer tipo de material como pedras, rochas, solos, plantas ou partes
de plantas, não serão permitidas;
• A pesquisa cientiica deve ser acordada com o proprietário e realizada mediante aprovação do órgão responsável
e todo o material produzido, fotos, vídeos, e outros resultados devem ser disponibilizados para a RPPN;
• É proibido o uso de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas;
• É proibido fumar nas trilhas, sendo permitido apenas em área especíicas e sinalizadas para fumantes
no centro de visitantes e centro de convivência;
• A visitação poderá ser realizada apenas sob agendamento prévio;
• Todas as atividade turísticas deverão ser desenvolvidas em pequena escala e com mínimo de impacto
e apenas na zona de visitação, conforme zoneamento da RPPN, sendo sua logística adaptada para tal;
• Todas as visitas serão acompanhadas por funcionários, guias ou monitores treinados, não sendo
permitidas visitas autoguiadas;
• Todos os visitantes deverão receber orientações sobre as normas da RPPN e conduta adequada antes
da realização da visita. A disponibilização de todas as informação quanto ao uso da RPPN e suas
normas é de responsabilidade da equipe gestora da RPPN;
65
• O visitante deve ser informado, previamente, sobre as necessidades e cuidados que deve tomar para
visitar a Reserva (calçado fechado, calça comprida, chapéu ou boné, protetor solar, repelente, garrafa
de água, etc.);
• Todos resíduos gerados da atividade de visitação deverão ser recolhidos de forma apropriada e
destinados corretamente gerando o menor impacto ambiental possível (Os visitantes deverão ser
orientados quando ao à disposição do lixo gerado, bitucas de cigarro, etc.);
• Todas as construções e outras estruturas deverão ser instaladas na propriedade, de preferência fora da
RPPN, respeitando APP e seguindo as orientações do plano de manejo, utilizando técnicas de baixo
impacto ambiental e tecnologias sustentáveis quanto ao consumo de energia, água e resíduos.
4.3. Zoneamento
O zoneamento foi baseado nas diretrizes do Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano
de Manejo para RPPN (Ferreira, 2004). A deinição das zonas foi realizada a partir da oicina com os
pesquisadores envolvidos no projeto e dos resultados dos estudos realizados área e entorno e teve
como critérios:
• Grau de conservação da vegetação
• Variabilidade ambiental (relevo e drenagem)
• Suscetibilidade ambiental (áreas frágeis que não suportam uso intenso)
• Vulnerabilidade a pressões externas (entorno)
• Potencial para visitação, sensibilização/conscientização ambiental.
Para a RPPN Francy Nunes foram deinidas as zonas apresentadas na Tabela 13.
Tabela 13: Zonas deinidas para a RPPN Ambientalista Francy Nunes.
Zona
Silvestre
Proteção
Visitação Administração
Transição
Recuperação
Total
66
Área (ha)
29,97
79,25
30,85
18,50
41,43
200 ha
Área (% do total da RPPN)
14,99
39,63
15,43
9,25
20,72
100%
Mapa 14: Zoneamento da RPPN Ambienalista Francy Nunes.
4.3.1. Zona Silvestre (Zs)
Deinição: área com maior grau de integridade, destinada essencialmente a conservação da
biodiversidade. Deve localizar-se preferencialmente em áreas mais centrais da RPPN e contar com
características excepcionais, como espécies raras, espécies ameaçadas de extinção, locais com maior
fragilidade ambiental (encostas, solos arenosos, margens de cursos d‘água, entre outros), manchas de
vegetação única, topo de elevações e outras, que mereçam proteção máxima.
Descrição e localização: área de cerca de 30 m² de com vegetação Savana Estépica Arborizada,
localizada na porção norte da RPPN, conluindo com a zona de recuperação (a sul e oeste) e com a zona
de transição (norte e leste).
Justiicativa: Área que possui maior cobertura vegetal conservada na RPPN.
Normas de uso: acesso restrito, permitido apenas pesquisa e monitoramento, com a autorização do
proprietário e dos órgãos de acordo com as normas do plano de manejo.
67
a. Não será permitida a visitação
b. Atividades de pesquisa serão permitidas desde que sejam cumpridas todas as exigências do órgão
responsável e com metodologia que cause o menor impacto possível
c. Infra-estrutura somente será implantada se for necessária para a iscalização e proteção
4.3.2. Zona de Transição (Zt)
Deinição: faixa ao longo do perímetro da Reserva, no seu interior, com a função de iltro para absorção
dos impactos provenientes de fora da RPPN.
Descrição e localização: faixa interna ao perímetro da RPPN de 10 metros de largura. Essa zona destinase ao amortecimento de impactos e danos que eventualmente possam atingir o perímetro da RPPN.
Justiicativa: Devido ao formato retangular da RPPN, tornando-a longa e estreita, onde grande parte
do limite leste possui uma encosta íngreme, de difícil acesso ao ser humano, optou-se por uma faixa
mínima de transição, onde pudesse ser inserido o aceiro para proteção contra incêndios e ser utilizado
como rota de iscalização e monitoramento.
Normas de uso: zona adequada para implantação de aceiro (proteção contra incêndio lorestal) e
deslocamento para iscalização e monitoramento dos impactos proveniente de fora da RPPN.
a. O aceiro deverá ser realizado de acordo com as orientações técnicas do IBAMA/PREVfogo, com
pessoas capacitadas e com equipamentos de segurança e controle adequados.
4.3.3. Zona de Proteção (Zp)
Deinição: áreas que tenham recebido grau mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer
pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, iscalização e formas de visitação de baixo impacto
(também chamada visitação de forma primitiva). Será permitida colocação de infra-estrutura, desde
que estritamente voltada para o controle e a iscalização, como: postos e guaritas de iscalização,
aceiros, portão de entrada, estradas de acesso, trilhas de iscalização e torres de observação. As formas
primitivas de visitação nessa zona compreendem exemplos como turismo cientíico, observação de
vida silvestre, trilhas e acampamentos rústicos (também chamados acampamentos selvagens), ou seja,
sem infra-estrutura e equipamentos facilitadores.
Descrição e localização: localizada no extremo sul da RPPN e centro leste (divisa com as zonas de
recuperação e visitação), possui cerca de 79 m² de área.
Justiicativa: abriga os culmes dos morros da unidade e uma signiicativa biodiversidade que está
suscetível a pressão externa devido ao transito de pessoas, de animais domésticos, de caçadores
e cortadores de madeira (centro leste) e a pressão da Fazenda Natália ao sul (entrada de animais
domésticos, de espécies invasoras, etc.). Abriga espécies ameaçadas de extinção como Amburana
cearensis e Mimosa caesalpiniifolia e espécies endêmicas como Aucemma oncocalyx.
Normas de uso: acesso restrito, sendo permitido estudos e pesquisas (desde que com a permissão do
proprietário e com o licenciamento dos órgãos ambientais), monitoramento, iscalização e visitação de
baixo impacto (número reduzido de pessoas e trilhas rústicas).
4.3.4. Zona de Visitação (Zv)
Deinição: área que possui atrativos e atributos para a visitação dentro da RPPN e que destina-se a
atividades de conservação e de visitação. Áreas com atrativos dentro da propriedade, mas fora da
RPPN, não são zoneadas, mas entram no esforço de ordenação do plano de manejo. A instalação de
infra-estrutura, equipamentos e facilidades, como trilhas, painéis, mirantes, torres, etc, deve adotar
alternativas e tecnologias de baixo impacto ambiental.
68
Descrição e localização: Localizada no centro norte, na faixa que liga o Bico Alto e as Barrigudas à
saída para a Fazenda Natália, e no centro sul, na faixa que liga o Mirante de Pedra à saída para a Fazenda
Natália). Fora dessa zona há outras potencialidades para visitação na fazenda como uma seqüência de
espécies arbóreas endêmicas da caatinga, um forno antigo de produção de carvão, uma casa de taipa
(primeira construção da fazenda) e o Riacho das Pedras.
Justiicativa: Essa zona abriga as três únicas potencialidades para visitação dentro da RPPN que foram
identiicadas nos levantamentos para a elaboração deste plano de manejo.
Normas de uso: A visitação deve ser controlada e monitorada detalhadamente pelo gestor quanto a
horários, tamanho de grupos, freqüência de visitação, comportamento dos visitantes e qualquer impacto
causado, todas as normas de comportamento devem ser rigorosamente observadas, a iscalização
e o monitoramento deve focalizar qualquer tipo de invasão da área e observação das normas de
comportamento por visitantes. As pesquisas nessa área não devem interferir na trilha de visitação, nem
causar impacto visual negativo para o visitante (demarcação de espécies, rotas, abertura de clareiras,
etc.) ou que interira na riqueza e qualidade da biodiversidade (coleta de lores, frutos, plantas, etc.).
4.3.5. Zona de Recuperação (Zr)
Deinição: essa zona é criada quando houver signiicativo grau de alteração, necessitando de ações
de recuperação. A recuperação poderá ser espontânea (deixada ao acaso) ou induzida, feita a partir
da indicação de pesquisas e estudos orientadores. Permite visitação, desde que as atividades não
comprometam a sua recuperação. Esta zona é temporária e, uma vez que sejam atingidas a metas de
recuperação, será enquadrada em outra zona permanente.
Descrição e localização: Localizadas em 4 partes na porção oeste da RPPN, sendo as duas maiores áreas
na porção centro oeste (limítrofe as zonas de proteção, visitação e transição) e norte oeste (visitação,
silvestre e transição), destinada a ações de recuperação do habitat natural e detenção das pressões
atualmente exercidas.
Justiicativa: áreas com maior grau de modiicação e degradação, devido à ocorrência de incêndios
lorestais e histórico de intenso corte de madeira e uso pelo gado bovino e caprino.
Normas de uso: a área deve permanecer sem perturbações para que se recupere naturalmente.
Intervenções como chuva de sementes, plantio de espécies para aceleração da regeneração da mata
podem ser realizadas, desde que hajam estudos adequados para a deinição dessas espécies de acordo
com características de cada área e o seu grau de sucessão ecológica.
4.3.6. Administração
Deinição: localizada em áreas alteradas, na periferia da UC ou fora dos limites da RPPN, conterá todos
os serviços e infraestrutura administrativa.
Descrição e localização: a infraestrutura de administração e visitação será instalada dentro da
propriedade e fora dos limites da RPPN, não sendo designada, portanto, como Zona de Administração
e sim apenas como Administração.
4.4. Programas de Manejo
Os programas de manejo englobam as atividades a serem desenvolvidas na RPPN e, quando for o
caso, na área de entorno. A implantação dos programas e ações do plano de manejo ocorrerão no prazo
de 5 anos. Os programas estão divididos em 6 temas, como dispostos a seguir e cada programa está
dividido em objetivos, atividades e indicadores de sucesso:
69
• Programa de Administração
• Programa de Proteção e Fiscalização
• Programa de Pesquisa e Monitoramento
• Programa de Visitação
• Programa de Sustentabilidade Econômica
• Programa de Comunicação
• Programa de Administração
4.4.1. Programa de Administração
OBJETIVO
Organizar a infraestrutura e equipe administrativa básica da RPPN, de forma a garantir o seu
funcionamento e a execução do Plano de Manejo, bem como a conservação de seu patrimônio físico.
ATIVIDADES
Suas atividades e normas relacionam-se à organização, ao controle, à manutenção da área e ao
monitoramento da Unidade.
Gestão da RPPN
1.
2.
3.
Designar um responsável para a administração da RPPN (gerente), que icará responsável pela implementação do
plano de manejo e será subordinado aos proprietários;
Identiicar e estabelecer parcerias (prefeitura, universidades, órgãos ambientais, associações, ONGs, etc) para a
implantação e viabilidade dos processos de gestão e monitoramento;
Iniciar as atividades do plano de manejo e assegurar que as ações desenvolvidas sejam de acordo com o plano
manejo da RPPN e seus objetivos.
Pessoal e capacitação
1.
2.
3.
4.
Deinir um número mínimo de pessoas para a gestão administrativa, manejo de recursos, manutenção e
monitoramento da unidade e capacitá-las;
Conscientizar todos os funcionários, moradores, guardas, estagiários, guias e prestadores de serviços sobre os
objetivos e normas da unidade;
Criar um programa de estágio e de trabalho voluntário para a implantação, e acompanhamento das atividades
relacionadas ao monitoramento da fauna e lora, educação ambiental e ecoturismo;
Realizar visitas e intercâmbios da equipe com outras unidades de conservação para aprimoramento da gestão da
unidade.
Infra-estrutura e equipamentos
1.
2.
3.
70
Implantar um escritório de administração para armazenamento adequado de documentos e equipamentos da RPPN
e para a gestão da RPPN (comunicação com público externo, visitantes, pesquisadores, etc.)
Deinir que ediicações já existentes na propriedade serão utilizadas para atividades de gestão ou se há a necessidade
de novas estruturas (se possível e viável utilizar tecnologias de baixo impacto ambiental como energia solar, banheiro
seco ou ecológico, reaproveitamento de água, etc. e técnicas de permacultura e/ou de construções ecológicas).
Implantar um sistema de sinalização com placas informativas nos limites da RPPN estradas de acesso e entrada da
propriedade indicando a existência da unidade e divulgando os contatos da RPPN.
Manutenção e Monitoramento
1.
2.
3.
4.
Criar um conjunto de procedimentos, rotinas e serviços administrativos para a manutenção da infraestrutura, de
equipamentos, etc.;
Criar planilhas e ferramentas de armazenamento das informações da RPPN para registrar o histórico dos processos e
assegurar a continuidade das atividades;
Realizar controle e retirada, na RPPN e entorno de espécies exóticas invasoras como Calotropis procera (lor de seda,
algodão de seda) Cryptostegia grandilora (boca de leão, viúva alegre), caprinos selvagens ou de outros proprietários;
Monitorar a população da fauna sinergética (caçada), da lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo (violete,
aroeira, pau d’arco, etc.);
INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO
1. Programas de manejo implementados;
2. Parcerias para implantação do plano de manejo estabelecidas e atuantes;
3. Recursos humanos em número suiciente e devidamente capacitados, desenvolvendo as atividades na RPPN;
4. Programa de estágio e voluntariado implantado e em funcionamento;
5. Escritório administrativo-inanceiro em funcionamento;
6. Infraestrutura e equipamentos adequados e operantes, atendendo as necessidades das atividades
da RPPN;
7. Sistema de placas informativas e inibitórias instaladas e mantidas;
8. Procedimentos, rotinas e serviços admnistrativos de manutenção, iscalização e monitoramento
criados e em funcionamento.
4.4.2. Programa de Proteção e Fiscalização
OBJETIVOS
Proteger os recursos naturais e as instalações da Reserva, assim como garantir a segurança da
equipe e dos visitantes, agindo de modo preventivo, evitando ações degradadoras e acidentes.
ATIVIDADES
Fiscalização da unidade
1.
2.
3.
4.
5.
Elaborar um roteiro de iscalização, em áreas ou setores estratégicos, de modo a evitar caça, corte de árvores, coleta
de materiais, plantio, incêndios, etc. ;
Implantar estruturas para iscalização e monitoramento da unidade tais como trilhas de iscalização, pontos de
observação e monitoramento;
Deinir pessoal, equipamentos (de segurança, comunicação), freqüências e esquemas necessários para a iscalização
e vistorias;
Estabelecer uma rotina de iscalização e vistoria de forma a ter o controle ativo da unidade (a iscalização e o
monitoramento dos limites da propriedade deverão ser atividades constantes);
Utilizar a rotina de iscalização para elaborar um registro das ocorrências ou perturbações na área (presença de
animais domésticos, transito de pessoas, caça, retirada de madeira, fogo, etc.).
71
Proteção da RPPN
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Instalar marcos deinindo os limites da RPPN;
Instalar cercas nos pontos mais susceptíveis a entrada de animais domésticos e de pessoas de forma a não impedir o
transito de animais silvestres de médio e grande porte;
Realizar aceiro nos limites da RPPN ou nos pontos com maior propensão a entrada do fogo (a técnica correta de como
fazer aceiro deve ser pesquisada junto aos órgãos competentes);
Criar parcerias com órgãos iscalizadores de caça e apreensão de animais silvestres (IBAMA, Polícia Ambiental) para
visitas iscalizadoras na RPPN e ações de sensibilização das comunidades e moradores do entorno;
Criar parcerias com órgãos e instituições capacitadas para conscientização e capacitação das comunidades vizinhas
quanto ao uso controlado do fogo na agricultura;
Criar estratégias de combate a incêndios lorestais na região em parceria com os órgãos responsáveis de âmbito
nacional e estadual e municipal;
Possuir equipamento básico de proteção individual e de combate a pequenos focos de fogo conforme recomendação
do IBAMA/PREVfogo.
Proteção da equipe e do visitante
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Capacitar treinar anualmente a equipe da unidade, assim como guias e prestadores de serviço, com técnicas básicas
de salvamento e primeiros socorros e elaborar normas de como agir em caso de acidente na unidade;
Estabelecer parcerias com hospitais, postos de saúde, corpo de bombeiro, polícia, etc. para o atendimento de possíveis
acidentados na RPPN e propriedade;
Assegurar que pessoas, vítimas de acidentes por picadas de animais peçonhentos tenham acesso ao soro adequado
(diferentes espécies de cobras, escorpiões, aranhas, etc.);
Equipar a unidade com equipamentos de segurança e de salvamento básico, como maca de resgate, kit primeiros
socorros, etc., conforme orientação do Corpo de Bombeiros;
Estabelecer rotinas bimestrais de manutenção dos equipamentos de resgate e primeiros socorros, de comunicação,
assim como monitorar a existência e validade dos soros contra picadas de animais peçonhentos nos postos de
atendimento;
Estabelecer rotinas de monitoramento e manutenção dos equipamentos e infra-estruturas de visitação como pontes,
escadas, bancos, guarda-corpos, etc;
Deinir estratégia de salvamento e resgate em caso de acidentes dentro da RPPN ou propriedade que impossibilite
a vítima de se locomover (fraturas, quedas, desmaios, etc.) em conjunto com Corpo de Bombeiro e proissionais
qualiicados;
Tornar acessível para toda a equipe os contatos e informações para atendimento médico de emergência (hospitais,
bombeiros, policia, etc.) em caso de acidente e atualizar trimestralmente os contatos.
INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Estruturas e rotinas de iscalização implantadas e em funcionamento permanente
Cercas e aceiros instalados e mantidos
Registro de ocorrências e/ou perturbações elaborado e permanentemente alimentado
Parcerias efetivadas para iscalização da área (combate a incêndios, caça e corte de árvores)
Estratégias de combate a incêndios lorestais implementadas na região
Reserva equipada para combate a pequenos focos de incêndios e os equipamentos mantidos e
armazenados de forma adequada e acessível
7. Equipe da Reserva ciente de como agir em caso de acidente e capacitada para salvamento e primeiros socorros
8. Reserva equipada com kit de salvamento básico (maca de resgate, kit primeiros socorros, etc.) e os
equipamentos mantidos e armazenados de forma adequada e acessível
9. Estratégia de salvamento e resgate em caso de acidentes mais graves implantadas
10. Parcerias efetivadas com hospitais, postos de saúde, etc. para o atendimento de vítimas de acidentes e contatos disponíveis e atualizados
72
4.4.3. Programa de Pesquisa e Monitoramento
OBJETIVOS
Fomentar atividades de pesquisa na RPPN que possam dar subsídios para a conservação e manejo
da área, assim como contribuir para a diminuição das lacunas de conhecimento sobre o bioma Caatinga.
Monitorar e avaliar a efetividade da proteção, da qualidade ambiental e da qualidade das áreas de
visitação, assegurando que a RPPN cumpra seu papel de conservação das riquezas naturais locais.
ATIVIDADES
Pesquisa
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Elaborar um formulário/protocolo para pesquisas com cadastro do pesquisador e seus dados, informações sobre
normas e conduta para pesquisa na reserva.
Para pesquisas que envolvam coleta de fauna ou de espécies ameaçadas de extinção será necessário a autorização do
SISBIO emitida pelo ICMBio (legislação pertinente pode ser consultada em http://www4.icmbio.gov.br/sisbio/index.
php?id_menu=210);
Estimular a pesquisa de temas e assuntos prioritários para pesquisa na reserva, de acordo com as indicações do Plano
de Manejo;
Estabelecer parcerias com universidades, organizações não governamentais e instituições de pesquisa (EMBRAPA,
etc.) para a realização das pesquisas prioritárias na RPPN;
Deinir facilidades que a RPPN pode oferecer para os pesquisadores (alojamento, sala de trabalho, laboratório,
informações e dados já existentes, mateiro, pessoal de apoio, etc.);
Orientar pesquisadores, acompanhantes, mateiros, etc. quanto às normas e deinições do plano de manejo;
Apoiar a publicação e divulgação dos resultados das pesquisas realizadas;
Criar e organizar um banco de dados/biblioteca com as informações adquiridas através das pesquisas, com cópias
das publicações, relatórios e informações sobre os pesquisadores, para que sejam úteis para o manejo e equipe da
unidade.
Monitoramento
1.
2.
3.
4.
5.
Estabelecer uma lista de espécies indicadoras da qualidade ambiental da área a serem monitoradas (priorizar na lista
fauna sinergética (caçada), lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo, bioindicadoras de qualidade da água, da
mata, etc.);
Elaborar e instituir um sistema de monitoramento das espécies indicadoras, contendo as rotinas, os atributos e
atividades a serem monitorados (trilhas e locais de uso turístico também devem ser monitorados);
A atividade de monitoramento poderá ser auxiliada por guias e funcionários da RPPN que alimentarão os registros
através de avistamentos ou de vestígios nas trilhas;
Estabelecer convênios e acordos de cooperação técnica com instituições de pesquisa para colaborar com o
monitoramento da RPPN;
Registrar quaisquer fenômenos ou alterações, naturais ou provocados, que ocorram na RPPN, registrando sua forma,
freqüência, intensidade e impactos, para estabelecimento de futuros controles e mitigação dos impactos.
PESQUISAS PRIORITÁRIAS:
Fauna
• Levantamento complementar aos estudos realizados para a elaboração do plano de Manejo, especialmente para grupos não contemplados (artrópodes e outros invertebrados), que possam apresentar resultados que auxiliem no conhecimento da área, no seu manejo e conservação;
• Identiicação e acompanhamento populacional da fauna sinergética (caçada);
• Identiicação e acompanhamento populacional das espécies da avifauna mais capturadas para o
comércio e tráico de animais;
• Estudos populacionais dessas aves na reserva e região para veriicar se há potencialidade para a res73
erva se tornar um ponto de soltura de aves apreendidas pelo IBAMA;
• Estudos sobre dinâmica populacional do morcego M. crenulatum, encontrado na reserva, a espécie é
carente de estudos no Ceará e pode inluenciar fortemente o manejo de áreas protegidas.
• Continuidade do levantamento da herpetofauna, especialmente no início do período chuvoso, para
identiicação de espécies bioindicadoras da qualidade ambiental.
Flora
• Acompanhamento fenológico das espécies herbáceas, trepadeiras, arbustivas e arbóreas inventariadas;
• Estudo populacional de Pilosocereus chrysostele (cactus facheiro) para identiicar o grau de vulnerabilidade dessa espécie na RPPN, que é comum na caatinga e foi raramente encontrada na Reserva;
• Estudo taxonômico de P. chrysostele (cactus facheiro) – no intuito de esclarecer sua identidade
cientíica, pois caso trate-se da subespécie “cearensis”, pode ser utilizada como “espécie-bandeira” na
conservação na caatinga cearense, especialmente da RPPN Ambientalista Francy Nunes;
• Estudo populacional de Pithecoseris pacourinoides (herbácea de lor roxa encontrada no mirante de
pedra), espécie que se tem pouco conhecimento;
• Estudos nas áreas que sofreram incêndio, para estudo do impacto e processo de sucessão;
• Estudo da regeneração das populações vegetais em áreas perturbadas da reserva ou áreas sob maior
pressão antrópica.
Outros
• Monitoramento da disponibilidade e qualidade da água para a fauna local;
• Estudo das nascentes, olhos d’água existentes na Reserva e entorno e formas de resgate/recuperação desses corpos d’água;
• Estudo de fungos para identiicação de bioindicadores da qualidade de conservação da reserva e
entorno e contribuição para o conhecimento da biodiversidade da RPPN e sua signiicância para a
conservação da caatinga
NORMAS DE CONDUTA PARA PESQUISA NA RPPN
• Consultar os órgãos competentes sobre as licenças para coleta (ICMbio e IBAMA) e os técnicos da
Associação Asa Branca de Proprietários de RPPN do Ceará quando houver dúvida quanto a metodologia utilizada pelo pesquisador para assegurar o menor impacto possível sob a biodiversidade da
RPPN;
• Todas as pesquisas desenvolvidas na RPPN deverão ter autorização prévia dos proprietários e dos
órgãos competentes;
• Os pesquisadores deverão submeter-se a todas as normas dos programas de manejo e da RPPN,
cabendo à gerencia acompanhar as atividades e auxiliar nas decisões sobre sua continuidade;
• Será obrigatório envio de relatório de pesquisa e no caso de publicação, uma cópia para a administração para o enriquecimento do acervo da RPPN;
• Todo pesquisador deverá assinar o termo de responsabilidade para pesquisa na RPPN, que conterá
todas as normas cabíveis;
• A metodologia utilizada para pesquisa deverá ser aprovada pelo gerente, que assegurará ser a
menos impactante possível;
• Os trabalhos de pesquisa deverão gerar material de divulgação em linguagem acessível ao público
leigo, visando difundir conhecimentos e gerar informações para repassar ao público visitante;
• Os pesquisadores deverão apresentar palestra informativa a equipe da Reserva e guias, de forma a
divulgar os resultados do trabalho realizado dentro da RPPN.
74
INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO
1. Facilidades para os pesquisadores deinidas e disponibilizadas;
2. Parcerias para o monitoramento e para a realização das pesquisas prioritárias estabelecidas;
3. Pesquisas prioritárias em andamento e sendo desenvolvidas de acordo com as normas e deinições
do plano de manejo;
4. Publicação e divulgação dos resultados das pesquisas realizada;
5. Banco de dados/biblioteca com os resultados das pesquisas implementado;
6. Sistema de monitoramento das espécies bioindicadoras instituído.
4.4.4. Programa de Visitação
OBJETIVOS
Planejar as atividades recreativas, educativas, interpretativas, ecoturísticas e de sensibilização
ambiental, assim como o meio de conduzi-las na Reserva e propriedade.
ATIVIDADES
Educação e Interpretação Ambiental
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Aproveitar a infraestruta já existente para desenvolver atividades de educação ambiental em curto prazo, com
educadores, alunos e moradores da região para atividades de educação ambiental;
Instalar um centro de visitantes, em médio prazo, com estrutura adequada para projeções, expositores, palestras
para visitantes, área para o desenvolvimento de atividades educativas com grupos escolares, refeitório ou área para
lanche/pique-nique dos grupos escolares;
Reimplantar e manter as trilhas existentes na propriedade (Trilha das árvores da caatinga, Trilha do forno) e Reserva
(Trilha das barrigudas e Bico Alto, Trilha do Mirante de Pedra) com o auxílio de proissionais especializados que possam
indicar o melhor traçado da trilha e as estruturas necessárias para segurança do visitante e proteção ambiental (evitar
erosão, corte de árvores e outros impactos);
Instalar e manter infraestrutura adequada para visitação das trilhas (placas de sinalização, placas informativas, bancos
para descanso, guarda-copos), reduzindo a possibilidade de acidentes e o impacto aos recursos naturais (pontes,
escadas, passarelas, etc.);
Deinir e implantar uma ou mais trilhas autoguiadas, cujo visitantes podera percorrer e interpretar sozinho, sem o
apoio do guia;
Instalar um sistema de rádio comunicação entre a sede da reserva e os guias, como forma de segurança, mantendo
permanente comunicação dos grupos visitantes com a admnistração;
Elaborar roteiros interpretativos nas diferentes trilhas identiicando pontos de parada, espécies a serem destacadas e
informações que serão passadas aos visitantes;
Implantar placas de identiicação de espécies vegetais importantes nas trilhas (endêmica, ameaçada, característica
da caatinga, etc.) e painéis informativos sobre a fauna e biodiversidade.
Designar e capacitar uma equipe de funcionários e guias para atendimento ao visitante e as atividades do uso público,
de preferência que sejam moradores da região e bons conhecedores das trilhas.
Realizar reciclagem periódica da equipe responsável pela visitação através de cursos, intercâmbios com outras
reservas, etc.
Ordenar as visitas através de agendamento prévio, planejando o número de guias e a divisão do grupo visitante de
acordo com a capacidade de 15 pessoas por guia, onde dois grupos não poderão estar ao mesmo tempo no mesmo
trecho da trilha
Criar um modelo padrão de atendimento ao visitante (com palestra introdutória, orientações quanto às normas
e conduta, registro fotográico, livro de visitantes, por exemplo) onde cada funcionário ou guia manterá a mesma
qualidade de atendimento.
Criar e alimentar um banco de dados de visitantes para monitorar o luxo e o peril dos visitantes mantendo uma rede
de contato
Monitorar as atividades de visitação, armazenando e mapeando informações que orientem o programa no que se
refere a adaptações de infraestrutura, tipo de impactos nas diferentes estações do ano (inverno e verão)
75
Ecoturismo
1.
2.
A RPPN podera incentivar e apoiar iniciativas públicas e privadas no desenvolvimento do potencial ecoturístico da
região tornando a RPPN um dos destinos;
Como a RPPN ica bastante distante da sede da propriedade, um conjunto de atividades de ecoturismo* poderão ser
desenvolvidas na propriedade, como observação de fauna e lora, passeios a pé pelo curso dos rios intermitentes no
período seco, estudos do meio, cicloturismo, trekking, hikking, cavalgadas, etc. caso seja de interesse do proprietário,
assim como atividades voltadas ao turismo rural de acordo com o período do ano e com as atividades produtivas da
fazenda (colheita de milho, produção de carvão sustentável, tanger animais, etc.).
Recreação
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Implantar alojamentos e/ou chalés para acomodação de grupos de visitantes (acampamentos de juventude, grupos
de meditação, grupos proissionais para desenvolvimento de equipe, etc.), assim como área para refeição (a área para
instalação de todas as construções na propriedade devem seguir as orientações do plano de manejo, respeitando as
áreas de APP e com o mínimo impacto ambiental)
Utilizar em todas as construções técnicas de permacultura, construção ecológica, potencializando luminosidade e
ventilação natural e utilizando-se de energia solar e captação de água da chuva, além de reaproveitamento de água
e utilizando técnicas de fossa/banheiro ecológico e/ou banheiro seco.
Reformar o açude antigo para que possa ser destinado a atividades de lazer
Criar um conjunto de atividades a serem desenvolvidas com os diferentes públicos
Utilizar mão de obra local e estimular o desenvolvimento de produtos e serviços locais para atendimento aos
visitantes (alimentação, souvenir, transporte, etc.)
Implantar um sistema de destinação adequada dos resíduos sólidos (lixo) oriundos das atividades de visitação e da
sede
ORIENTAÇÕES
A RPPN deve disponibilizar um formulário de agendamento de visita e um termo de responsabilidade
para preenchimento pelo visitante, especialmente para grupos, contento informações básicas para a
organização da logística da visita pela administração e contendo orientações ao visitante;
Ao chegar ao Centro de Visitantes o visitante deverá receber uma introdução a visita, com as boas
vindas da Reserva, explanação, oral ou através de vídeo, sobre o que é a RPPN, sua importância, o que
é permitido fazer numa RPPN e o que não é (normas e conduta), o que está disponível para visitação e
o que o visitante vai conhecer;
• Grandes grupos, como escolas, deverão ser divididos em pequenos grupos de 15 pessoas por guia;
• O intervalo entre cada grupo de visitantes na trilha deverá ser de 30 minutos, contados a partir da
saída da sede;
• Os 30 minutos de diferença entre os grupos podem ser utilizados para o desenvolvimento de atividades
didático-educativas que potencializem a experiência na trilha (atividades pré-trilha e pós-trilha);
• A equipe responsável pelo programa de visitação poderá desenvolver, em conjunto com pedagogos
e proissionais da área, um catálogo de atividades de acordo com a faixa etária, objetivo da visita,
período do ano, etc. para serem desenvolvidas com os grupos visitantes;
• Os funcionários e guias deverão ser treinados, capacitados e planejar com antecedência as atividades
do grupo visitante;
• A equipe responsável pelo atendimento ao visitante deve estar devidamente identiicada por uniforme
ou crachá;
• Nas visitas às trilhas mais longas como Trilha das Barrigudas e Trilha do Bico Alto, ou que apresentam
nível de diiculdade maior, os guias deverão levar equipamentos básicos de comunicação, segurança
e primeiros socorros, além de água extra no período seco.
76
INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA
1. Atividades de educação ambiental com educadores, alunos e moradores da região sendo desenvolvidas;
2. Centro de visitantes, com estrutura adequada para projeções, expositores, palestras para visitantes,
área para o desenvolvimento de atividades educativas com grupos escolares, refeitório/lanche
implantados e mantidos;
3. Trilhas e infra-estrutura adequada para visitação implantadas (com o auxílio de proissionais especializados) e sendo mantidas;
4. Roteiros interpretativos nas diferentes trilhas elaborados e sendo utilizados;
5. Placas de identiicação das espécies e painéis informativos sobre a fauna e biodiversidade instalados;
6. Visitas sendo realizadas de forma ordenada e planejada;
Sugestões de atividades de ecoturismo que poderao ser desenvolvidas no entorno imediato da RPPN
(Fazenda Natália e Santa Úrsula), caso seja de interesse do proprietário:
• Observação de fauna e lora: observação de animais ou vestígios de animais como pegadas, tocas,
ninhos, fezes, etc. e plantas.
• Passeios a pé pelo curso de rios intermitentes: passeios a pé ao longo do Riacho das Pedras, Saco
do Boi e outros córregos no interior da RPPN.
• Estudos do meio ambiente: estudar a área em que está percorrendo, sobre as pedras, as vegetações,
as águas, etc... Juntamente com o guia e/ou outro proissional, apresentar as descobertas/resultados
das pesquisas realizadas na área.
• Cicloturismo: é uma modalidade turística onde o principal meio de transporte é a bicicleta e o
cicloturista passa, pelo menos, um pernoite fora de seu local de convívio habitual, além de ser uma
atividade não competitiva.
• Trekking: é a atividade de trilhas ou caminhadas, de mais de um dia de duração, por áreas naturais
com relevante beleza cênica. As incursões nestes sítios com duração inferior à 24h dá-se o nome de
hikking.
4.4.5. Programa de Sustentabilidade Econômica
OBJETIVOS
Buscar possíveis fontes, meios e estratégias de inanciamento para a implementação do plano de
manejo da RPPN e para garantir sua sustentabilidade econômica.
Identiicar alternativas para o desenvolvimento sustentável do entorno da UC, contribuindo para
a formação e o envolvimento de empreendedores locais.
77
ATIVIDADES
Sustentabilidade econômica da RPPN
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Elaborar orçamento anual com previsões de gastos para manutenção da RPPN;
Criar estratégias de captação de recursos de curto, médio e longo prazos;
Capacitar a equipe administrativa inanceira quanto a gestão de recursos de acordo com as normas de contabilidade
e legislação pertinente;
Elaborar e submeter projetos para editais e fontes inanciadoras
Identiicar a viabilidade de comercialização de produtos, subprodutos (camisetas, bonés, chaveiros, agendas, mapas,
canecas, squize, etc.) para arrecadação de recursos;
Identiicar a viabilidade de pagamento pelos serviços inerentes à reserva (cobrança de ingressos, serviços voltados à
visitação, hospedagem, alimentação, etc.).
Identiicar a possibilidade, a médio e longo prazo, de receber recursos de pagamentos por serviços ambientais, ICMS
Sócioambiental, servidão lorestal, etc.
Desenvolvimento Sustentável do Entorno
1.
2.
Estimular o desenvolvimento de atividade sustentáveis no entorno, que sejam compatíveis com os propósitos da
reserva e que gerem renda local (como meliponicultura, artesanato, ecoturismo, etc.)
Incentivar o estabelecimento de parcerias entre ONGs, prefeitura e instituições federais, como SENAC, SESC, SEBRAE
e outros para atuarem no desenvolvimento sustentável de atividades ligadas a geração de renda
INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA
1. Orçamento com previsões de gastos para manutenção elaborado anualmente;
2. Estratégias para captação de recursos criada e implementada;
3. Projetos para editais de fontes inanciadoras, elaborados pela equipe administrativa inanceira,
gerindo recursos de forma correta e eiciente;
4. Comercialização de produtos e pagamento por serviços sendo realizada e arrecadando fundos
para a RPPN
5. Atividades sustentáveis, geradoreas de renda, sendo estimuladas e desenvolvidas no entorno.
4.4.6. Programa de Comunicação
OBJETIVOS
Divulgar a RPPN, sua importância, ações, possibilidades de visitação, pesquisa e outros serviços nas
mais diferentes mídias, com o intuito de potencializar parcerias, mobilizar pessoas para a conservação e
tornar a RPPN mais conhecida e respeitada.
78
ATIVIDADES
Comunicação
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Elaborar e disseminar material informativo básico da reserva, onde constem todos os equipamentos de uso público,
bem como localização e contatos para agendamento de visitação (folders, folhetos, cartazes, cartilhas, etc).
Manter e atualizar o site da Reserva, com fácil acesso às informações sobre as atividades de visitação, agendamento,
normas de operacionalização, horário de visitas, galeria de fotos, atrativos, etc.
Disseminar para as escolas dos municípios do entorno as atividades do programa de visitação, assim como para as
agencias especializadas em turismo escolar;
Divulgação de espécies-bandeiras presentes na Reserva (como onça parda, veado caatingueiro, mambira) espécies
endêmicas ou ameaçadas que poderão ter destaque para ações de valorização da RPPN;
Manter comunicação permanente com as comunidades e proprietários do entorno, através de encontros, cursos,
palestras, eventos, etc. para divulgar as ações da RPPN, sua importância para a região e motivar outros proprietários
a criarem RPPN em suas propriedades;
Estimular fotógrafos, pesquisadores e guias a registrarem a biodiversidade e paisagem da RPPN, com o intuito de
compor um acervo fotográico para elaboração de material de divulgação e educação ambiental;
Fomentar matérias e reportagens na mídia sobre a RPPN, suas atividades e importância, podendo aproveitar datas
comemorativas como Dia da Caatinga, Semana do Meio Ambiente, Dia da Árvore, Dia de Combate a Desertiicação,
Dia de Proteção da Fauna, Dia das Florestas, etc. para pautar a mídia;
Criar versão simpliicada do Plano de Manejo e disponibilizar como publicação digital.
INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA
1. Material informativo básico da reserva elaborar e disseminado,
2. Site da Reserva atualizado e com fácil acesso às informações sobre visitação, agendamento, etc.
3. Programa de visitação disseminado para as escolas dos municípios do entorno e para as agencias
especializadas em turismo escolar
4. Comunicação permanente com as comunidades e proprietários do entorno mantida, acervo fotográico da RPPN criado e alimentado;
5. Matérias e reportagens na mídia sobre a RPPN pautada;
6. Versão simpliicada do Plano de Manejo Criada e disponibilizada como publicação digital.
4.5. Projetos Especíicos
• Plano de prevenção a incêndios lorestais.
• Reimplantação das trilhas de visitação com apoio de especialistas e pessoas qualiicadas, para
deinição do traçado e da largura das trilhas, identiicação de necessidade de infraestrutura de acesso
e segurança como pontes, escadas, passarelas, guarda corpo, mirante etc. e de capacidade de carga
da trilha e equipamento.
• Implantação de sinalização turística, placas de sinalização e interpretação ambiental em linguagem
adequada ao público visitante, para facilitar a compreensão das características naturais da RPPN, através do uso de ilustrações e mensagens simples, auxiliando também no trabalho do guia de turismo.
• Implantação de um centro de interpretação ambiental com centro de visitantes, auditório para palestras, sanitários, área de convivência, etc.
79
4.6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E CUSTOS
SEGMENTO
PERÍODO
ATIVIDADES
2013
Gestão da RPPN
Pessoal e
capacitação
ADMINISTRAÇÃO
Infraestrutura e
equipamentos
Manutenção e
Monitoramento
2014
2015
2016
2017
X
X
X
X
Criar um programa de estágio e de trabalho voluntário
para as atividades de monitoramento da fauna e lora,
educação ambiental e ecoturismo;
X
X
Realizar visitas e intercâmbios da equipe com outras
unidades de conservação para aprimoramento da gestão
da unidade.
X
X
X
X
Designar um responsável para a administração da RPPN
(gerente), responsável pela implementação do plano de
manejo ;
X
Identiicar e estabelecer parcerias (prefeitura,
universidades, órgãos ambientais, associações, ONGs,
etc) para a implantação do plano de manejo;
X
Deinir um número mínimo de pessoas para a gestão
administrativa, manejo de recursos, manutenção e
monitoramento da unidade e capacitá-las;
X
Implantar um escritório de administração para
armazenamento adequado de documentos e
equipamentos e para a gestão da RPPN.
X
Implantar um sistema de sinalização com placas
informativas nos limites da RPPN, estradas de acesso e
entrada da propriedade.
X
Criar um conjunto de procedimentos, rotinas e serviços
administrativos para a manutenção da infraestrutura, de
equipamentos, etc.;
X
Realizar controle e retirada, na RPPN e entorno, de
espécies exóticas invasoras como Calotropis procera (lor
de seda, algodão de seda) Cryptostegia grandilora (boca
de leão, viúva alegre), caprinos selvagens ou de outros
proprietários;
X
X
X
X
X
Monitorar a população da fauna sinergética (caçada), da
lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo (violete,
aroeira, pau d’arco, etc.);
X
X
X
X
X
Quantidade
Unidade
VALOR (R$)
(Unid.)
TOTAL POR
ANO
(R$)
1 Gerente
1.200,00
14.400,00
1 guarda-parque
622,00
7.464,00
X
80
PROGRAMA
PROGRAMA
SEGMENTO
ATIVIDADES
2013
Fiscalização
Unidade
da
2014
PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO
2016
TOTAL POR
ANO
(R$)
-
-
10.000,00
10.000,00*
-
-
2017
X
Implantar estruturas para iscalização e monitoramento
como trilhas de iscalização, pontos de observação, além
de forma de deslocamento nas trilhas (motocros) etc.;
X
X
X
Utilizar a rotina de iscalização para elaborar um
registro das perturbações na área (presença de animais
domésticos, trânsito de pessoas, caça, retirada de
madeira, fogo, etc.).
X
X
X
Instalar marcos deinindo os limites da RPPN;
X
X
1
2.000,00
2.000,00*
Manter cercas nos pontos mais susceptíveis a entrada de
animais domésticos e de pessoas;
X
X
1
5.000,00
5.000,00
-
8.000,00
1
X
X
X
Criar parcerias com órgãos iscalizadores de caça e
apreensão de animais silvestres para visitas iscalizadoras
na RPPN e ações de sensibilização no entorno;
X
X
X
X
X
-
-
Criar parcerias com órgãos e instituições capacitadas para
conscientização e capacitação das comunidades quanto
ao uso controlado do fogo na agricultura e combate a
incêndios lorestais;
X
X
X
X
X
-
-
5
200,00
1.000,00
1
750,00
750,00
1
2.700,00
2.700,00
1
1.000,00
1.000,00
-
-
Possuir equipamento básico de proteção individual e de
combate a pequenos focos de fogo;
Capacitar e treinar a equipe com técnicas de salvamento
e primeiros socorros e elaborar normas de como agir em
caso de acidente na unidade;
Proteção da equipe e
do visitante
2015
VALOR (R$)
(Unid.)
Elaborar um roteiro de iscalização, em áreas estratégicas,
de modo a evitar caça, corte de árvores, coleta de
materiais, plantio, incêndios, etc.
Realizar aceiro nos limites da RPPN ou nos pontos com
maior propensão a entrada do fogo;
Proteção da RPPN
Quantidade
Unidade
PERÍODO
X
X
Equipar a unidade com equipamentos de segurança
e de salvamento básico, como maca de resgate, kit
primeiros socorros, etc e estabelecer rotinas bimestrais
de manutenção dos mesmos;
X
X
X
X
X
Manutenção dos equipamentos e estruturas de proteção
e iscalização
X
Deinir estratégia de salvamento e resgate em caso de
acidentes dentro da RPPN ou propriedade
X
X
X
X
X
X
X
81
SEGMENTO
ATIVIDADES
2013
Pesquisa
PESQUISA E MONITORAMENTO
Monitoramento
2014
2015
2016
2017
Elaborar um formulário/protocolo para pesquisas com
cadastro do pesquisador e seus dados, informações
sobre normas e conduta para pesquisa na reserva.
X
Estimular a pesquisa de temas e assuntos prioritários
para a reserva, de acordo com as indicações do Plano de
Manejo;
X
X
X
X
X
Estabelecer parcerias com universidades, organizações
não governamentais e instituições de pesquisa (EMBRAPA, etc.) para a realização das pesquisas prioritárias na
RPPN;
X
X
X
X
X
Deinir facilidades que a RPPN pode oferecer para os
pesquisadores (alojamento, sala de trabalho, laboratório,
informações e dados já existentes, mateiro, pessoal de
apoio, etc.);
X
Criar e organizar um banco de dados/biblioteca com
as informações das pesquisas, cópias das publicações,
relatórios e informações sobre os pesquisadores;
X
X
X
X
Estabelecer uma lista de espécies indicadoras da qualidade ambiental da área a ser monitorada -priorizar na
lista fauna sinergética (caçada), lora ameaçada, rara,
suscetível a corte seletivo, bioindicadoras de qualidade
da água, da mata, etc.;
X
-
Elaborar e instituir um sistema de monitoramento das
espécies indicadoras, contendo as rotinas, os atributos e
atividades a serem monitorados (trilhas e locais de uso
turístico também devem ser monitorados);
TOTAL POR
ANO
(R$)
VALOR (R$)
(Unid.)
-
X
Estabelecer convênios e acordos de cooperação técnica
com instituições de pesquisa para colaborar com o monitoramento da RPPN;
X
X
X
X
X
Registrar quaisquer fenômenos ou alterações, naturais
ou provocados, que ocorram na RPPN, registrando
sua forma, freqüência, intensidade e impactos, para
estabelecimento de futuros controles e mitigação dos
impactos.
X
X
X
X
X
82
PROGRAMA
Quantidade
Unidade
PERÍODO
PROGRAMA
SEGMENTO
ATIVIDADES
Desenvolver atividades de educação ambiental em curto
prazo, com educadores, alunos e moradores da região
nas estruturas já existentes;
Educação e interpretação ambiental
VISITAÇÃO
PERÍODO
2013
2014
2015
2016
2017
X
X
X
X
X
TOTAL POR
ANO
(R$)
-
-
-
X
1
50.000,00
50.000,00*
Reimplantar trilhas existentes com o auxílio de proissionais especializados, estruturas necessárias para segurança do visitante e proteção ambiental (evitar erosão e
outros impactos);
X
1
10.000,00
10.000,00*
Manter trilhas
X
1
3.000,00
3.000,00
Instalar placas de sinalização, placas informativas,
bancos para descanso, guarda-copos, etc. nas trilhas,
reduzindo a possibilidade de acidentes e o impacto aos
recursos naturais (pontes, escadas, passarelas, etc.);
X
1
7.000,00
7.000.00
Manter placas e infraestruturas trilhas
X
1
1.000,00
1.000,00
Instalar um sistema de rádio comunicação entre a sede
da reserva e os guias, como forma de segurança, aos
grupos visitantes;
X
-
-
6.000,00*
1
300,00
300,00
1
750,00
750,00
1
1.000,00
1.000,00
1
1.000,00
1.000,00
Implantar placas de identiicação de espécies vegetais
nas trilhas (endêmica, ameaçada, característica da
caatinga, etc.) e painéis informativos sobre a fauna e
biodiversidade.
Recreação
VALOR (R$)
(Unid.)
Instalar, em médio prazo, estruturas adequadas para
receber visitantes, como centro de visitantes, refeitório,
alojamentos, etc.;
X
X
X
X
Mantutenção sistema de rádio comunicação
Ecoturismo
Quantidade
Unidade
X
Capacitar uma equipe de guias (prestadores de serviço
pagos pelos visitantes ou voluntários);
X
Estruturar as atividades de ecoturismo de interesse do
proprietário;
X
X
X
X
X
Implantar alojamentos e/ou chalés para de visitantes,
área para refeição, área de convivência, etc.
X
1
40.000,00
40.000,00*
Reformar o açude antigo para que possa ser destinado a
atividades de lazer
X
1
3.000,00
3.000,00*
1
500,00
500,00
1
1.500,00
1.500,00
Implantar um sistema de destinação adequada dos
resíduos sólidos (lixo) oriundos das atividades de visitação e da sede
Manutenção das construções para visitação como auditório, centro de visitantes, portão entrada, etc.
X
83
SEGMENTO
ATIVIDADES
2013
2014
2015
2016
2017
Elaborar orçamento anual com previsões de gastos para
manutenção da RPPN;
X
X
X
X
X
Criar estratégias de captação de recursos de curto, médio e longo prazo;
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Capacitar à equipe administrativa inanceira quanto a
gestão de recursos de acordo com as normas de contabilidade e legislação pertinente;
Elaborar e submeter projetos para editais e fontes inanciadoras
Sustentabilidade
econômica da RPPN
SUSTENTABILIDADE
ECONÔMICA
Identiicar a viabilidade de comercialização de produtos,
subprodutos (camisetas, bonés, chaveiros, agendas,
mapas, canecas, squize, etc.) para arrecadação de recursos;
Identiicar a viabilidade de pagamento pelos serviços
inerentes à reserva (cobrança de ingressos, serviços
voltados à visitação, hospedagem, alimentação, etc.).
Identiicar a possibilidade, a médio e longo prazo, de receber recursos de pagamentos por serviços ambientais,
ICMS Sócioambiental, servidão lorestal, etc.
Estimular o desenvolvimento de atividade sustentáveis
no entorno, que sejam compatíveis com os propósitos
da reserva e que gerem renda local (como meliponicultura, artesanato, ecoturismo, etc.)
Desenvolvimento
sustentável do
entorno
Incentivar o estabelecimento de parcerias entre ONGs,
prefeitura e instituições federais, como SENAC, SESC,
SEBRAE e outros para atuarem no desenvolvimento
sustentável de atividades ligadas a geração de renda;
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Quantidade
Unidade
VALOR (R$)
(Unid.)
TOTAL POR
ANO
(R$)
12
material de
escritório e
papelaria
70,00
840,00
84
PROGRAMA
PERÍODO
PROGRAMA
COMUNICAÇÃO
SEGMENTO
Comunicação
PERÍODO
ATIVIDADES
2013
2014
2015
2016
Elaborar e disseminar material informativo da reserva
(folder, etc).
X
X
Manter e atualizar o site da Reserva, com informações
gerais (localização, visitação, agendamento, contatos,
etc.)
X
X
X
X
X
Disseminar para as escolas do entorno as atividades do
programa de visitação, assim como para as agencias
especializadas em turismo escolar;
X
X
X
X
X
Manter comunicação permanente com o entorno,
através de encontros, cursos, palestras, eventos, etc.
para divulgar as ações da RPPN, sua importância para a
região, etc.;
X
X
X
X
X
Estimular fotógrafos, pesquisadores e guias a registrarem a biodiversidade e paisagem da RPPN, com o intuito
de compor um acervo fotográico para elaboração de
material de divulgação e educação ambiental;
X
X
X
X
X
Fomentar matérias e reportagens na mídia sobre a RPPN,
suas atividades e importância, podendo aproveitar datas
ambientais para pautar a mídia;
X
X
X
X
X
Quantidade
Unidade
VALOR (R$)
(Unid.)
TOTAL POR
ANO
(R$)
1
1.200,00
1.200,00
4
serviços de
assessoria
de imprensa
1.500,00
6.000,00
2017
TOTAL
Investimento em infra-estrutura permanente*
Investimento anual para manutenção
178.404,00
121.000,00
57.404,00
85
5. INFORMAÇÕES FINAIS
5.1. Anexos
Anexo 1: Mapa de Localização e acesso
Anexo 2: Mapa do Clima
Anexo 3: Mapa da Geologia
Anexo 4: Mapa da Geomorfologia
Anexo 5: Mapa de Altitude
Anexo 6: Mapa de Liminologia
Anexo 7: Mapa dos Solos
Anexo 8: Mapa de Hidrograia
Anexo 9: Mapa de Vegetação
Anexo 10: Fitoisionomias
Anexo 11: Conectividade
Anexo 12: Indicadores Sociais
Anexo 13: Comunidades
Anexo 14: PROBIO
Anexo 15: Mapa de Zoneamento
Anexo 16: Lista de espécies da Flora
Anexo 17: Lista de espécies da Herpetofauna
Anexo 18: Lista de espécies da Avifauna
Anexo 19: Lista de espécies da Mastofauna
86
Anexo 1: Mapa de Localização e acesso
87
Anexo 2: Mapa do Clima
450000
475000
500000
525000
9675000
MACROLOCALIZAÇÃO
Fortaleza
OC EANO
9675000
425000
ATLÂ N TI CO
9650000
9650000
CEARÁ
BRASIL
Trairi
9625000
9625000
Amontada
Paracuru
Paraipaba
Itapipoca
9600000
9600000
Tururu
Uruburetama
São Gonçalo do Amarante
Umirim
São Luís do Curu
Itapagé
Irauçuba
9575000
9575000
Pentecoste
Maranguape
Apuiarés
9550000
9550000
Tejuçuoca
Paramoti
General Sampaio
Palmácia
Pacoti
Caridade
Acarape
9525000
9525000
Guaramiranga
Baturité
Mulungu
Canindé
Aracoiaba
Capistrano
Itatira
425000
9500000
9500000
Aratuba
450000
475000
500000
525000
LEGENDA
Sedes Municipais
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
Tipos de Clima
Tropical Quente
Semi-Árido
Tropical Quente
Semi-Árido Brando
Divisão Municipal
Tropical Quente Úmido
Tropical Subquente
Úmido
Município:
Imóvel:
Tropical Quente Subúmido
FONTE
- Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(FUNCEME).
88
Escala:
Datum:
-
Faz. Natália
1/800.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Clima
Mapa:
Set/2009
02
Anexo 3: Mapa da Geologia
443000
444000
445000
446000
447000
MACROLOCALIZAÇÃO
9559000
9559000
Fortaleza
200
CEARÁ
200
Tejuçuoca
Tejuçuoca
Apuiarés
Apuiarés
9558000
9558000
400
BRASIL
Bico Alto
PPcc
Serra da Pintada
ra
40
0
300
Ser
Trê
9557000
beç
9557000
a
s C
as
PPci
9556000
9556000
300
Genral
Genral Sampaio
Sampaio
PPcc
9555000
9555000
30
0
Casa do Caseiro
das
Pe
Riacho das Pedras
dr
as
Ri
Casa de Taipa
a
c
h
o
Açude Grande
443000
444000
445000
9554000
0
20
Açude Pequeno
Sede da RPPN
Ambientalisata Francy Nunes
446000
447000
LEGENDA
Curvas de Nível
Construções
Comunidades
Geologia
Limite Municipal
PPcc Paragnaisses, ortognaisses,
metabásicas e metacalcários
Rio / Riacho
Açude
Faz. Natália
PPci
Paragnaisses, micaxistos
e metacalcários
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
FONTES
- CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Atlas Digital de Geologia
e Recursos Minerais do Ceará, 2003.
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Estado:
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/25.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Geologia
Mapa:
Set/2009
03
89
Anexo 4: Mapa da Geomorfologia
443000
444000
445000
446000
447000
MACROLOCALIZAÇÃO
9559000
9559000
Fortaleza
200
CEARÁ
200
Bico Alto (440m)
Tejuçuoca
Tejuçuoca
9558000
9558000
400
BRASIL
Apuiarés
Apuiarés
Serra da Pintada
ra
40
0
300
Ser
Trê
9557000
beç
9557000
a
s C
as
9556000
9556000
300
Genral
Genral Sampaio
Sampaio
9555000
9555000
30
0
Casa do Caseiro
das
Pe
Riacho das Pedras
dr
as
Ri
Casa de Taipa
a
c
h
o
Açude Grande
443000
444000
445000
9554000
0
20
Açude Pequeno
Sede da RPPN
Ambientalisata Francy Nunes
446000
447000
LEGENDA
Construções
Geomorfologia
Comunidades
Depressão Sertaneja
Limite Municipal
Maciços Residuais
Rio / Riacho
Açude
Faz. Natália
90
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
RPPN Ambientalista
Estado:
Francy Nunes
Curvas de Nível
Escala:
FONTES:
- Topografia por radar (Shuttle Radar Topography Mission - SRTM), Datum:
projeto internacional liderado pela NASA/USA.
Faz. Natália
1/25.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Relevo (Unidades Geomorfológicas)
Mapa:
Set/2009
04
Anexo 5: Mapa de Altitude
443000
444000
445000
446000
447000
MACROLOCALIZAÇÃO
9559000
9559000
Fortaleza
200
CEARÁ
200
Tejuçuoca
Tejuçuoca
9558000
9558000
400
BRASIL
Bico Alto (440m)
Apuiarés
Apuiarés
Serra da Pintada
ra
40
0
300
Ser
Trê
9557000
beç
9557000
a
s C
as
9556000
9556000
300
Genral
Genral Sampaio
Sampaio
9555000
9555000
30
0
Casa do Caseiro
das
Pe
Riacho das Pedras
dr
as
Ri
Casa de Taipa
a
c
h
o
Açude Grande
443000
444000
445000
9554000
0
20
Açude Pequeno
Sede da RPPN
Ambientalisata Francy Nunes
446000
447000
LEGENDA
Construções
Comunidades
Limite Municipal
Rio / Riacho
Açude
Faz. Natália
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
Curvas de Nível
Altitude
400m - 440m
360m - 400m
320m - 360m
280m - 320m
240m - 280m
200m - 240m
160m - 200m
120m - 160m
80m - 120m
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Estado:
Escala:
FONTES:
- Topografia por radar (Shuttle Radar Topography Mission - SRTM), Datum:
projeto internacional liderado pela NASA/USA.
Faz. Natália
1/25.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Relevo (Altitude)
Mapa:
Set/2009
05
91
Anexo 6: Mapa de Liminologia
443000
444000
445000
446000
447000
MACROLOCALIZAÇÃO
9559000
9559000
Fortaleza
200
CEARÁ
200
Tejuçuoca
Tejuçuoca
9558000
9558000
400
BRASIL
Bico Alto
Apuiarés
Apuiarés
Serra da Pintada
ra
40
0
300
Ser
Trê
9557000
beç
9557000
a
s C
as
9556000
9556000
300
Genral
Genral Sampaio
Sampaio
30
0
P07: Olho D’água
Remanescente
P04: Riacho
das Pedras
o
das
Pe
dr
as
a
c
h
Casa do Caseiro
9555000
9555000
P06: Olho D’água
Extinto
Ri
Casa de Taipa
0
20
Açude Grande
9554000
Riacho das Pedras
P01: Açude Principal
P05: Açude Secundário
Açude Pequeno
443000
444000
445000
Sede da RPPN
Ambientalisata Francy Nunes
446000
447000
LEGENDA
Construções
Curvas de Nível
Comunidades
Pontos Liminologia
Limite Municipal
Rio / Riacho
Açude
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Faz. Natália
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
FONTE:
- Pontos coletados pela equipe de limnologia com auxílio de um
receptor GPS Garmin Map60Csx.
92
Estado:
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/25.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Limnologia
Mapa:
Set/2009
xx
Anexo 7: Mapa dos Solos
443000
444000
445000
446000
447000
MACROLOCALIZAÇÃO
9559000
9559000
Fortaleza
200
CEARÁ
200
Tejuçuoca
Tejuçuoca
9558000
9558000
400
BRASIL
Bico Alto
Apuiarés
Apuiarés
Serra da Pintada
ra
40
0
300
Ser
NC28
beç
9557000
a
s C
9557000
Trê
Re48
as
9556000
9556000
300
Genral
Genral Sampaio
Sampaio
30
0
9555000
9555000
Re17
Casa do Caseiro
das
Pe
Riacho das Pedras
dr
as
Ri
Casa de Taipa
a
c
h
o
Açude Grande
443000
444000
445000
9554000
0
20
Açude Pequeno
Sede da RPPN
Ambientalisata Francy Nunes
446000
447000
LEGENDA
Curvas de Nível
Construções
Comunidades
Solo
Limite Municipal
NC28 Bruno não cálcico + Solos
Rio / Riacho
Litólicos Eutróficos
Açude
Re17 Solos Litólicos Eutróficos
Faz. Natália
Re48 Solos Litólicos Eutróficos +
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Afloramentos Rochosos
FONTE:
- Mapa de Solos do Ceará - Secretaria de Agricultura e Reforma
Agrária (1988).
Estado:
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/25.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Solos
Mapa:
Set/2009
07
93
Anexo 8: Mapa de Hidrograia
420000
460000
500000
540000
580000
OC EANO
ATLÂ N TI CO
9640000
9640000
MACROLOCALIZAÇÃO
Fortaleza
Paracuru
Paraipaba
CEARÁ
BACIA
BACIA DO
DO LITORAL
LITORAL
Aç. Mel
Itapagé
BRASIL
São Luís do Curu
Umirim
Aç. Frios
9600000
9600000
Aç. Cavalo Morto
Fortaleza
Aç. Caxitoré
R IO C U
Pentecoste
Aç. Nogueira Ramos
RU
Aç. Pereira
de Miranda
9560000
9560000
Apuiarés
Aç. Tejuçuoca
Tejuçuoca
Ri a cho da
sP
ed
ra
s
General Sampaio
BACIA
BACIA METROPOLITANA
METROPOLITANA
Paramoti
Aç. Gal. Sampaio
Caridade
9520000
BACIA
ACARAÚ
DO ACARAÚ
BACIA DO
Canindé
Aç. São Mateus
Aç. Salão
Itatira
RPP
9480000
Açude Tejuçuoca
9480000
9520000
BACIA
BACIA DO
DO CURU
CURU
anc y
b . Fr
N Am
Nun
9440000
9440000
es
Elevação
BACIA
BACIA DO
DO BANABUIÚ
BANABUIÚ
420000
460000
500000
Ri
a
400m - 440m
360m - 400m
320m - 360m
280m - 320m
240m - 280m
200m - 240m
160m - 200m
120m - 160m
80m - 120m
Pe
ch o d a s
10
5
as
dr
0
10
20
Km
1: 60.000
540000
580000
LEGENDA
Sede Municipal
BACIAS HIDROGRÁFICAS
Rio / Riacho
Acaraú
Açude
Banabuiú
Faz. Natália
Curu
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
Litoral
Metropolitana
FONTES
- Limite das Bacias Hidrográficas do Ceará: Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(COGERH) e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE);
- Hidrografia Local: Gerada com a extensão ArcHydro a partir de um Modelo Digital de
Elevação do projeto TOPODATA do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), que refinou
os dados da Shuttle Radar Topographic Mission (SRTM) da resolução espacial original
de 3 arco-segundo (~90m) para 1 arco-segundo (~30m).
94
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Município:
Imóvel:
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/800.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Hidrografia
Mapa:
Set/2009
08
Anexo 9: Mapa de vegetação
444500
445000
445500
446000
446500
447000
200
9559000
444000
9559000
443500
MACROLOCALIZAÇÃO
9558500
CEARÁ
9558000
Apuiarés
Apuiarés
9558000
400
200
9558500
Fortaleza
BRASIL
Tejuçuoca
Tejuçuoca
300
9557500
0
40
ra
9557500
Ser
Serra da Pintada
Trê
9557000
s
9557000
ça
abe
s C
9556500
9556000
9556000
9556500
300
9555500
9555500
Genral
Genral Sampaio
Sampaio
9555000
9555000
30
0
dr
as
Ri
ac
9554500
s Pe
h
9554500
o
da
Riacho das Pedras
443500
444000
200
444500
445000
445500
446000
446500
447000
LEGENDA
Comunidades
Limite Municipal
Rio / Riacho
Açude
Curvas de Nível
Faz. Natália
RPPN Amb. Francy Nunes
Vegetação
Caatinga Muito Degradada
Caatinga Degradada
Caatinga Parcialmente
Degradada
Caatinga Parcialmente
Conservada
Queimada
Área Não Identificada
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Estado:
Faz. Riacho das Pedras
Escala:
FONTES
- Mapeamento da vegetação obtido a partir da classificação de uma imagem orbital do Satélite Ikonos imageada no dia 09 de fevereiro de 2009;
- Animais identificados a partir de coletas com armadilhas.
Datum:
1/15.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Vegetação
Mapa:
Set/2009
09
95
400000
410000
420000
430000
440000
450000
460000
Açude
Nogueira
Ramos
Açude
Nogueira
Ramos
Açude
Nogueira
Ramos
Rio Curu
Açude Cairu
RPPN Mãe da Lua
Vila Soares
9570000
9570000
Serra das Vertentes
Jua
Boa Vista do Caxitore
Açude Aracatiaçu
Açude São Gabriel
341
Açude Aracatiaçu
Apuiarés
9560000
9560000
Açude Tejuçuoca
Serra da Santa Luzia
Tejuçuoca
Serra Três Cabeças
Saco Verde
Serra Pintada
253
General
Sampaio
Furna dos Ossos
9550000
9550000
Açude Santa Maria
162
Taperuaba
Açude Gal. Sampaio
9540000
9540000
400000
410000
420000
430000
440000
450000
460000
LEGENDA
Sede Municipal
Fortaleza
Caatinga Arbustiva Aberta
Limite Municipal
Estág. Inicial de Regeneração
Rio / Riacho
Estág. Intermediário de Regeneração
Açude / Lagoa
Estág. Avançado de Regeneração
Ferrovia
RODOVIA
Caatinga Arbustiva Densa
Pavimentada
Estág. Intermediário de Regeneração
Implantada
Estág. Avançado de Regeneração
FONTES:
CEARÁ
BRASIL
Municípios:
Estág. Inicial de Regeneração
Federal Estadual Municipal
- Fitofisionomias do Estado do Ceará (FUNCEME) adaptado a partir do NDVI de Imagens Landsat-5 de 14/07/2006.
Imóvel:
Escala:
Datum:
-
Faz. Natália
1: 200.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Fitofisionomias
Mapa:
Set/2009
09
96
Anexo 10: Fitoisionomias
362
Anexo 11: Conectividade
97
Anexo 12: Indicadores Sociais
39°0'0"W
38°0'0"W
41°0'0"W
40°0'0"W
3°0'0"S
4°0'0"S
38°0'0"W
Índice de Desenvolvimento Social
de Resultados - 2007
Índice de Desenvolvimento Social
de Ofertas - 2007
Tejuçuoca
Índice: 0,319
Ranking: 169
39°0'0"W
Tejuçuoca
Índice: 0,477
Ranking: 30
Fortaleza
Apuiarés
Índice: 0,37
Ranking: 95
Fortaleza
Apuiarés
Índice: 0,448
Ranking: 73
General Sampaio
Índice: 0,379
Rankig: 75
3°0'0"S
40°0'0"W
4°0'0"S
41°0'0"W
5°0'0"S
6°0'0"S
7°0'0"S
7°0'0"S
6°0'0"S
5°0'0"S
General Sampaio
Índice: 0,46
Rankig: 62
0,000 - 0,300
0,301 - 0,500
0,301 - 0,500
0,501 - 0,700
0,501 - 0,700
0,701 - 1,000
0,701 - 1,000
4°0'0"S
Tejuçuoca
Índice: 14,75
Ranking: 174
Índice de Desenvolvimento
Humano - 2000*
Tejuçuoca
Índice: 0,611
Ranking: 129
Fortaleza
3°0'0"S
3°0'0"S
Índice de Desenvolvimento
Municipal - 2006
Fortaleza
4°0'0"S
8°0'0"S
0,000 - 0,300
Apuiarés
Índice: 0,622
Ranking: 111
Apuiarés
Índice: 23,67
Ranking: 118
8°0'0"S
Legenda
Legenda
General Sampaio
Índice: 0,606
Rankig: 138
5°0'0"S
6°0'0"S
7°0'0"S
7°0'0"S
6°0'0"S
5°0'0"S
General Sampaio
Índice: 34,99
Rankig: 40
Legenda
Legenda
6,866 - 17,090
0,551 - 0,599
17,091 - 28,240
8°0'0"S
39,391 - 89,562
41°0'0"W
40°0'0"W
39°0'0"W
38°0'0"W
0,600 - 0,699
*De acordo com o IPECE, todos os municípios cearenses
estão na faixa de IDH média (0,500 a 0,800), sendo assim
neste mapa foi realizado um desdobramento desta faixa.
41°0'0"W
40°0'0"W
0,700 - 0,799
39°0'0"W
8°0'0"S
28,241 - 39,390
38°0'0"W
LEGENDA
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Município:
Estado:
Ceará
Escala:
1: 4.150.000
Datum:
SAD69 - 24S
FONTES
- GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO (SEPLAG)
INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ (IPECE)
98
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Indicadores Sociais
Mapa:
Set/2009
12
Anexo 13: Comunidades
444000
MACROLOCALIZAÇÃO
448000
452000
9568000
440000
9568000
436000
Rch. Tanque
s
Fortaleza
APUIARÉS
168
BRASIL
Açude Tejuçuoca
Rc
h.
Boqueirão
Pa u
lo
Boa Ação
TEJUÇUOCA
9560000
9560000
9564000
9564000
CEARÁ
341
9556000
9556000
Cajazeiras
s
Pedr a s
da
Rch.
Riacho das
Pedras
253
R U
C
U
Sede da
Reserva
Riacho das
Pedras II
9552000
9552000
R I O
GENERAL SAMPAIO
9548000
9548000
Caraúbas
Açude Gal. Sampaio
São João
436000
440000
444000
448000
452000
LEGENDA
Sedes Municipais
Sede da Reserva
Comunidades
Faz. Natália
Divisão Municipal
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
Rodovia Estadual
Acesso a Sede da Reserva
Rio / Riacho
Açude
FONTE
- Comunidades georreferenciadas em campo com o auxílio de
um receptor GPS Garmin Map60csx.
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Imóvel:
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/100.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Comunidades no Entorno
da Reserva
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Mapa:
Set/2009
13
99
Anexo 14: PROBIO
400000
430000
440000
450000
ta
no
ac
h ão Irauçuba
R
i ac
C am
ch
o
9580000
ho
ra
ia
o
ei
R
Ar
ho
ta
222
Ri a
cho
ac
Ri
a P ra
Açude Caxitoré
ocim
ch
Ca
oe
i
ra
Ri o C ax itor
BRASIL
é
9580000
Rio d
o Mis
Fortaleza
aeCEARÁ
od
h
Ri a
ch
Itapagé
168
Serra de Uruburetama
9590000
MACROLOCALIZAÇÃO
si
oG
ar
ro
te
Mundaú
Ri
C
420000
ac
Ri
9590000
410000
Açude Nogueira Ramos
Serra das Vertentes
Açude Cairu
9570000
l
Açude São Gabriel
ac
Ri
Ri acho T anq
b
ue s
rie
l
Apuiarés
9560000
R iacho d o Ag
res
o Paulo
Açude Tejuçuoca Riach
te
9560000
Ga
Tejuçuoca
341
253
General Sampaio
Açude Santa Maria
Rio
Ri
a çu
i
ho Co
or c
os
n ceição
362
da O
nç a
Riacho Bato
u
i o C ur
Cu
ru
ch o
do
sP
R
9540000
Ri
ac
Ri a
Açude Gal. Sampaio
ch
o
9540000
at
a
Ar
ac
R
9550000
162
queRiac ho d
io
o Batoque
ac
Ri
o X in
ua
qu
rdi
e
257
Ria
9530000
Ria c h
o
a
gã
Riacho J
u
ira
O lho d ´Á g u
e
ch o
P
ho
Xinuaquê
Ria
9550000
h
o
ch o
9530000
Ga
br
ie
9570000
Riacho
Tr
i n da d
ho F
resc o
io
B
toq
ue
Serra do Machado/Serra das Matas
9520000
R
a
9520000
e
Riac
Riacho dos Bois
400000
410000
420000
430000
440000
450000
LEGENDA
Sede Municipal
Limite Municipal
Rio / Riacho
Açude / Lagoa
RODOVIA
Federal Estadual
Extremamente Alta
Implantada
100
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
PROBIO (2007)
Importância
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Municípios:
Alta
Pavimentada
FONTE:
- PROBIO (2007)
Faz. Natália
Imóvel:
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/350.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Áreas Prioritárias PROBIO (2007)
Mapa:
Set/2009
14
Anexo 15: Mapa de Zoneamento
443500
444000
444500
445000
445500
446000
MACROLOCALIZAÇÃO
Apuiarés
9559000
9559000
Tejuçuoca
General Sampaio
ZS
9558500
9558500
ZR
Bico Alto
9558000
9558000
ZR
ZV
Barrigudas
ZP
9557500
9557500
ZR
ZV
Mirante da Pedra
9557000
9557000
ZT
ZONEAMENTO AMBIENTAL
ZR
9556500
9556500
Zona de Proteção: Áreas com poucas intervenções antrópicas, destinadas
à pesquisa, monitoramento da biodiversidade, proteção dos recursos
naturais, bem como contribuírem para dispersão das espécies em áreas que
se encontram em estádio de regeneração.
ZP
Zona Silvestre: Área considerada de extrema importância; apresenta
poucos indícios de alterações; possui alto grau de conservação,
que se destina à preservação da biodiversidade local, monitoramento
e pesquisas científicas, além de servir como banco natural de sementes para
processos naturais de sucessão secundária na zona de regeneração.
Zona de transição: Faixa ao longo do perímetro da reserva. Área responsável por
promover o amortecimento de intervenções antrópicas e contribuir com a
integridade da RPPN.
9556000
9556000
Zona de recuperação: Área com alto grau de significância ambiental
em função das alterações antrópicas ocorridas para instalação de comunidades,
assentamentos, especulação imobiliária ou mesmo para práticas agropecuárias.
Locais destinados para recuperação das condições originais da cobertura
vegetal através do plantio de mudas de espécies nativas, baseado em estudos
florísticos realizados no entorno da RPPN.
Zona de visitação: Áreas naturais com pouca alteração humana, de relevante
beleza natural. Nesta zona é permitida a conservação, turismo e educação
ambiental, e instalação de infra-estrutura de baixo impacto.
443500
444000
444500
445000
445500
446000
LEGENDA
Pontos de Visitação
Zoneamento
Rio / Riacho
ZP- Zona de Proteção
Trilha Exitente
ZR- Zona de Recuperação
Trilha Planejada
ZS- Zona Silvestre
Faz. Natália
ZT- Zona de Transição
Municípios:
RPPN Ambientalista
Francy Nunes
ZV- Zona de Visitação
Imóvel:
G. Sampaio,
Apuiarés, Tejuçuoca
Escala:
Datum:
Faz. Natália
1/12.000
SAD69 - 24S
PLANO DE MANEJO DA RPPN
AMBIENTALISTA FRANCY NUNES
Execução:
Fco. Ilan de Queiroz Leite
Geógrafo - CREA-CE38341D
Data:
Zoneamento
Mapa:
Set/2009
15
101
Anexo 16: Lista de espécies da Flora inventariadas na RPPN Ambientalista
Francy Nunes e seu entorno.
Família
Acanthaceae
Amaranthaceae
Espécie
Apocynaceae
-
Herbáceo
Justicia fragilis Wall. ex Clarke -
Herbáceo
Justicia sp.
-
Herbáceo
Pachystachys spicata (Ruiz & Pav.)
Wassh.
-
Herbáceo
Ruellia asperula (Mart. & Nees) Lindau
-
Herbáceo
Ruellia paniculata L.
-
Herbáceo
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze
Cabeça-de-velho
Herbáceo
Alternanthera tenella Colla Cabeça-de-velho
Herbáceo
Quebra-panela
Herbáceo
Aroeira
Arbóreo
Aspidosperma pyrifolium Mart.
Pereiro, Pitiá
Arbóreo
Calotropis procera (Aiton) R. Br.
Ciúme
Arbustivo /
Arbóreo
Cryptostegia grandilora R. Br.
Viuvinha alegre
Trepadeira
Grão-de-boi
Trepadeira
Philodendron imbe Schott ex Endl.
Cara-de-cavalo
Herbáceo
Taccarum ulei Engl. & K. Krause Milho-de-cobra
Herbáceo
Carnaúba
Arbóreo
Girassol
Herbáceo
Delilia bilora (L.) Kuntze -
Herbáceo
Pithecoseris pacourinoides Mart. ex
DC.
-
Herbáceo
Soliva sp.
-
Herbáceo
Morfo-tipo 1
-
Herbáceo
Morfo-tipo 2
-
Herbáceo
Morfo-tipo 3
-
Herbáceo
Myracrodruon cf. urundeuva Allemão
Marsdenia sp.
Araceae
Arecaceae
Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore Bidens sp.
Asteraceae
102
Hábito
Elytraria sp.
Gomphrena sp.
Anacardiaceae
Nome popular
Família
Espécie
Nome popular
Hábito
Arrabidaea parvilora (Mart. ex DC.)
Bureau & K. Schum.
-
Trepadeira
Arrabidaea sp.
-
Trepadeira
Macfadyena cf. unguis-cati (L.) A.H.
Gentry -
Trepadeira
Tabebuia sp.1
Pau-d’árco
Arbóreo
Tabebuia sp.2
Pau-d’árco
Arbóreo
Indeterminada (1)
Grajau
Trepadeira
Indeterminada (2)
-
Trepadeira
Pau-branco
Arbóreo
Heliotropium angiospermum Murray
-
Herbáceo
Heliotropium sp.
-
Herbáceo
Freijó
Arbóreo
Capparis lexuosa (L.) L.
Feijão brabo
Arbóreo
Capparis cynophallophora L.
Feijão brabo
Arbóreo
Imburana-de-espinho
Arbóreo
Mandacaru
Suculenta /
Arbóreo
Facheiro
Suculenta /
Arbóreo
Indeterminada
-
Arbustivo
Ceratophyllaceae
Ceratophyllum sp.
-
Aquática
Chrysobalanaceae
Licania rigida Benth.
Oiticica
Arbóreo
Cochlospermaceae
Cochlospermum vitifolium (Willd.)
Spreng.
Pacotê
Arbóreo
Mofumbo
Arbustivo /
Arbóreo
Cipaúba
Arbóreo
Dichorisandra sp.
-
Herbáceo
Tradescantia sp.
-
Herbáceo
Bignoniaceae
Auxemma oncocalyx Baill.
Boraginaceae
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex
Steud.
Brasicaceae
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.
Gillett Cereus jamacaru D.C.
Cactaceae
Cannabaceae
Combretaceae
Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles
& G.D. Rowley Combretum leprosum Mart.
Thiloa glaucocarpa Eichl.
Commelinaceae
103
Família
Convolvulaceae
Cucurbitaceae
Cyperaceae
Dioscoreaceae
Euphorbiaceae
Espécie
Hábito
Evolvulus ovatus Fernald
-
Trepadeira
Ipomea cf. bahiensis Willd. ex Roem &
Shult.
-
Trepadeira
Ipomoea hederifolia L. -
Trepadeira
Ipomoea rosea Choisy
-
Trepadeira
Jacquemontia velutina Choisy
-
Trepadeira
Merremia aegyptia (L.) Urb.
-
Trepadeira
Ipomoea sp.
-
Trepadeira
Indeterminada
-
Trepadeira
Cayaponia sp.
-
Trepadeira
Cyperus ligularis L.
-
Herbáceo
Eleocharis capitata R. Br.
-
Herbáceo
Indeterminada
-
Herbáceo
Dioscorea sp.
-
Trepadeira
Croton blanchetianus Baill.
Marmeleiro-preto
Arbustivo /
Arbóreo
Croton sp.
Marmeleiro-branco
Arbóreo
Dalechampia cf. scandens L.
Cipó-urtiga
Trepadeira
Euphorbia heterophyla Desf.
-
Herbáceo
Pinhão
Arbóreo
Maniçoba
Arbóreo
-
Trepadeira
Jatropha mollissima (Pohl) Baill.
Manihot glaziovii Müll. Arg. Tragia bahiensis Müll. Arg.
104
Nome popular
Família
Espécie
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud.
Arbóreo
Bauhinia sp. 2
Pata-de-vaca
Arbustivo /
Arbóreo
Bauhinia sp.3
Mororó
Arbustivo /
Arbóreo
Catingueira
Arbóreo
Jucá
Arbóreo
Chamaecrista belemii (Irwin & Barneby) Irwin & Barneby
-
Arbustivo
Chamaecrista duckeana (Bezerra &
Fernandes) Irwin & Barneby
-
Herbáceo /
Arbustivo
Chamaecrista cf. gygophylloides
(Taub.) H. S. Irwin.
-
Herbáceo
Jatobá
Arbóreo
Mata-pasto
Herbáceo
-
Arbustivo
Mata-pasto
Herbáceo
Anadenanthera macrocarpa (Benth.)
Brenan
Angico
Arbóreo
Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P.
Lewis Arapiraca
Arbóreo
-
Arbóreo
Sabiá
Arbóreo
Mimosa cf. sepiaria Benth.
Unha-de-gato
Arbóreo
Mimosa tenuilora Benth.
Jurema-preta
Arbóreo
-
Arbóreo
Tiririca
Arbóreo
Surucucú
Arbustivo /
Arbóreo
-
Arbustivo
Indeterminada (1)
Tiririca “lisa”
Arbóreo
Indeterminada (2)
Jurame-branca
Arbóreo
Caesalpinia ferrea Mart.
Hymenaea courbaril L.
Senna occidentalis (L.) Link
Senna trachypus (Mart. ex Benth.) H.S.
Irwin & Barneby Senna unilora (Mill.) H.S. Irwin &
Barneby Mimosa arenosa (Willd.) Poir.
Mimosa caesalpiniifolia Benth. Fabaceae (Mimosoideae)
Hábito
Mororó
Caesalpinia bracteosa Tul.
Fabaceae (Caesalpinoideae)
Nome popular
Mimosa sp.
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Piptadenia sp.
Zapotheca portoricensis (Jacq.) H. M.
Hern.
105
Família
Espécie
Aeschynomene rudis Benth.
Herbáceo
Cumaru
Arbóreo
Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth. -
Trepadeira
Centrosema brasilianum (L.) Benth.
-
Trepadeira
Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandegee
-
Trepadeira
Violete
Arbóreo
Desmodium glabrum (Mill.) DC.
-
Herbáceo
Galactia jussiaeana Kunth
-
Trepadeira
Indigofera sufruticosa Mill.
-
Herbáceo
Ingazeira
Arbóreo
Macroptylum sp.
-
Trepadeira
Vigna peduncularis (Kunth) Fawc. &
Rendle
-
Trepadeira
Indeterminada
-
Herbáceo
Amasonia sp.
-
Herbáceo
Hyptis suaveolens (L.) Poit.
Bamburral
Herbáceo
Vitex gardneriana Schauer Jaramataia
Arbóreo
Cuphea campestris
-
Herbáceo
Cuphea sp.
-
Herbáceo
Lafoensia cf. pacari A. St.-Hil.
-
Arbóreo
Byrsonima sp.
-
Arbustivo
Heteropterys sp.
-
Trepadeira
Mascagnia rigida (A. Juss.) Griseb.
-
Arbustivo
Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum.
Barriguda
Arbóreo
Helicteres heptandra L.B. Sm.
-
Herbáceo
Pavonia cancellata (L.) Cav.
-
Herbáceo
Pseudoabutilom spicatum R. E. Fr.
-
Herbáceo
Embiratanha
Arbóreo
Sida jussieuana DC.
-
Herbáceo
Wissadula contracta (Link) R.E. Fr.
-
Herbáceo
Inharé
Arbóreo
Dalbergia cf. cearensis Ducke
Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth ex
DC.
Lamiaceae
Lythraceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Moraceae
106
Hábito
-
Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.
Fabaceae (Papilionoideae)
Nome popular
Pseudobombax marginatum (A. St.-Hil.,
Juss. & Cambess.) A. Robyns
Brosimum gaudichaudii Trécul.
Família
Myrtaceae
Nyctaginaceae
Nymphaeaceae
Olacaceae
Orchidaceae
Espécie
Nome popular
Hábito
Eugenia sp.
-
Arbóreo
Indeterminada (1)
-
Arbustivo /
Arbóreo
Indeterminada (2)
Goiabinha
Arbóreo
Indeterminada (1)
João Mole
Arbóreo
Neea sp.
João Mole
Arbóreo
-
Aquática
Ameixa
Arbóreo
Orquídea
Herbáceo
Maracujá-de-raposa
Trepadeira
Nymphaea sp.
Ximenia americana L.
Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw.
Passiloraceae
Passilora foetida L.
Phyllanthaceae
Phyllanthus sp.
-
Arbustivo
Angelonia bilora Benth.
-
Herbáceo
Angelonia cornigera Hook.
-
Herbáceo
Plumbago scandens L. -
Trepadeira
Panicum trichoides Sw. Capim
Herbáceo
Streptostachys asperifolia Desv.
Capim
Herbáceo
Indeterminada
Capim
Herbáceo
Polygala cf. glochidiata Kunth
-
Herbáceo
Polygala martiana A.W. Benn.
-
Herbáceo
Polygonaceae
Tripplaris cf. gardneriana Wedd.
-
Arbustivo/Arbóreo
Portulacaceae
Talinum cf. paniculatum (Jacq.) Gaertn.
-
Herbáceo
Sabiá da serra
Arbóreo
Juazeiro
Arbóreo
Diodia radula (Willd. & Hofmanns. ex
Roem. & Schult.) Cham. & Schltdl.
-
Herbáceo
Spermacoce capitata Ruiz & Pav.
-
Herbáceo
Indeterminada
-
Arbóreo
Galipea sp.
-
Arbustivo
Limãozinho
Arbóreo
Coroa de Cristo
Arbóreo
-
Hemiparasita
Plantaginaceae
Plumbaginaceae
Poaceae
Polygalaceae
Rhamnaceae
Rubiaceae
Rutaceae
Salicaceae
Santalaceae
Colubrina cf glandulosa Perkins
Ziziphus joazeiro Mart.
Zanthoxylum sp.
Xylosma sp.
Phoradendron sp.
107
Família
Sapindaceae
Espécie
Solanaceae
Turneraceae
Urticaceae
Verbenaceae
Violaceae
Canapum
Trepadeira
Serjania hebecarpa Benth.
-
Trepadeira
Serjania sp.
-
Trepadeira
Pitombeira
Arbóreo
-
Herbáceo
Canapum
Herbáceo
Indeterminada
-
Arbustivo
Turnera calyptrocarpa Urb.
-
Herbáceo
Chanana
Herbáceo
Urtiga
Herbáceo
Chumbinho
Arbustivo
-
Herbáceo
Pepaconha
Herbáceo
Burdião
Trepadeira
Cissus gongylodes (Burch. ex Baker)
Planch.
-
Trepadeira
Cissus sicyoides L.
-
Trepadeira
-
Tinguí
Trepadeira
-
Pajeú
Arbustivo
-
Lacre
Arbustivo
-
Cipó-de-leite
Trepadeira
-
Pau-mocó
Arbóreo
-
Brandão
Arbóreo
-
Genipapo
Arbóreo
-
Melosa da Serra
Arbóreo
Selaginella erythropus (Mart.) Spring
Physalis sp.
Turnera subulata Sm. Laportea aestuans (L.) Chew
Lantana cf. camara L.
Stachytarpheta sp.
Hybanthus calceolaria (L.) Oken
Cissus albida Cambess.
Vitaceae
Famílias / Espécies
Indeterminadas
108
Hábito
Cardiospermum coridum L.
Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk.
Selaginellaceae
Nome popular
Anexo 17: Lista de espécies da Herpetofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
Gênero
Família
Espécie
Corallus hortulanus
Jibóia; Cobra de
veado
Suaçubóia
Epicrates cenchria
Salamanta
Leptodeira annulata
Letophis ahaetulla
Liophis dilepis
Liophis poecilogyrus
Oxybelis aeneus
Oxyrhopus trigeminus
Cobra Dormideira
Cobra cipó verde
Cobra de cassote
Cobra amarela
Cobra cipó bicuda
Falsa Coral
Corre campo/Cobra
Tabuleiro
Boa constrictor
BOIDAE
SERPENTES
COLUBRIDAE
Philodryas nattereri
Philodryas olfersii
Micrurus sp.
Bothrops erythromelas
Crotalus durisus
Cascavel
Spilotes pullatus
Thamnodynastes sp.
Waglerophis merremii
VIPERIDAE
Cobra Verde
Cobra Preta; Muçurana
Caninana
Falsa Jararaca
Goipeva; Cobra
Chata
Coral Verdadeira
Jararaca
Pseudoboa nigra
ELAPIDAE
Nome Popular
Pressão Humana
Rara
Indicação
Sensibilidade
Capacidade de
Recuperação
Matança
NÃO
Desconhecida
Baixa
Alta
Perda de habitat
Matança/Perda de
habitat
NÃO
NÃO
Perda de habitat
Perda de habitat
NÃO
Matança
No Ceará
Desconhecida
Desconhecida
Desconhecida
NÃO
Desconhecida
Moderada
Alta
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
Desconhecida
NÃO
Umidade
Desconhecida
Desconhecida
NÃO
Alta
Baixa
Alta
Alta
Baixa
Baixa
Alta
Alta
Baixa
Alta
Baixa
Alta
Baixa
NÃO
NÃO
Baixa
Alta
Matança/Perda de
habitat
NÃO
Área conservada
Moderada
Alta
Matança
NÃO
Desequilíbrio
Alta
Baixa
Perda de habitat
Faltam Dados
Na RPPN
SIM
Área conservada
Desconhecida
Alta
Baixa
Alta
Baixa
Perda de habitat
NÃO
Área conservada
Alta
Alta
Baixa
Matança
Matança/Perda de
habitat
Faltam Dados
NÃO
Desconhecida
Desequilíbrio
Alta
Baixa
Baixa
Alta
Na RPPN
Desequilíbrio
Alta
Baixa
109
Família
IGUANIDAE
POLYCHROTIDAE
LAGARTOS
Espécie
TOTAL
Pressão Humana
Rara
Indicação
Sensibilidade
Capacidade de
Recuperação
Iguana iguana
Iguana
Comércio ilegal
NÃO
Desconhecida
Moderada
Alta
Polychrus acutirostris
Calango Cego
Perda de habitat
NÃO
Ambiente conservado
Alta
Desconhecida
Calango
NÃO
NÃO
Desconhecida
Baixa
Alta
Calango Listrado
NÃO
NÃO
Desconhecida
Baixa
Alta
Briba
NÃO
NÃO
Ambiente seco
Baixa
Alta
Briba
NÃO
NÃO
Desconhecido
Alta
Alta
Briba
Briba
Tijubina
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
Desconhecido
Ambiente antropizado
Área desmatada
Desconhecida
Alta
Moderada
Alta
Alta
Alta
Lagartixa
NÃO
NÃO
Desconhecido
Moderada
Alta
Tejo
Calanguinho rabo
azul
Clanguinho rabo
vermelho
Calango liso
Cururu
Cururuzinho
Caça
NÃO
Desconhecido
Alta
Moderada
Perda de habitat
NÃO
Ambiente conservado
Alta
Alta
Perda de habitat
NÃO
Ambiente conservado
Alta
Alta
Desconhecido
NÃO
NÃO
Faltam dados
NÃO
NÃO
Desconhecido
Ambiente antropizado
Desconhecida
Alta
Baixa
Baixa
Alta
Alta
Alta
Poluição
NÃO
Sensível à Poluição
Alta
Alta
Poluição
Poluição
Poluição
Poluição
Poluição
Poluição
Poluição
Poluição
Poluição
NÃO
NÃO
NÃO
Poluição/Perda de
habitat
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
Faltam dados
NÃO
NÃO
Na caatinga
Na RPPN
NÃO
NÃO
NÃO
Na Caatinga/ Faltam
dados
Sensível à Poluição
Sensível à Poluição
Sensível à Poluição
Sensível à Poluição
Sensível à Poluição
Sensível à Poluição
Sensível à Poluição
Área conservada
Sensível à Poluição
Ambiente antropizado
Ambiente antropizado
Ambiente degradado
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Moderada
Moderada
Moderada
Alta
Alta
Alta
Alta
Faltam Dados
Alta
Alta
Faltam Dados
Alta
Alta
Alta
Alta
Ambiente conservado
Alta
Faltam Dados
Tropidurus hispidus
TROPIDURIDAE Tropidurus
semitaeniatus
Briba brasiliana
GEKKONIDAE Gymnodactylus
geckoides
Hemidactylus agrius
Hemidactylus mabouia
Ameiva ameiva
TEIIDAE
Cnemidophorus
ocellifer
Tupinambis merianae
Micrablepharus
GYMNOPHTAL- maximilliani
MIDAE
Vanzosaura rubricauda
SCINCIDAE
ANFÍBIOS
Nome Popular
Mabuya heati
Chaunus gimi
BUFONIDAE
Chaunus granulosus
Leptodactylus
macrosternon
Leptodactylus vastus
Leptodactylus troglodytes
LEPTODACTYLI- Physalaemus albifrons
DAE
Physalaemus cuvieri
Physalaemus kroyeri
Pleurodema diploristris
Proceratophrys cristiceps
Corythomantis greeningi
Hypsiboa raniceps
HYLIDAE
Scinax af. eurydice
Scinax xsignata
MICROHYLIDAE Dermatonotus muelleri
Cassote
Cassote
Cassote
Sapinho
Sapinho
Sapinho
Sapinho
Sapo Boi
(Sem nome popular)
Perereca
Rãzinha
Rãzinha
(Sem nome popular)
CAECILIDAE
Siphonops paulensis
Cecília; Cobra cega
16 Famílias
48 Espécies
110
Gênero
Anexo 18: Lista de espécies da Avifauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G).
ORDEM
FAMÍLIA
NOME DO TÁXON (CBRO 2007)
NOME LOCAL
NOME EM PORTUGUÊS
ANO
TINAMIFORMES
Tinamidae
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)
nambu-pé-encarnado
inhambu-chororó
07/08
TINAMIFORMES
Tinamidae
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815)
nambu-pé-roxo
inhambu-chintã
TINAMIFORMES
Tinamidae
Nothura boraquira (Spix, 1825)
codorniz
codorna-do-nordeste
RISCO
M
G
caça
x
07/08
caça
x
2007
caça
ANSERIFORMES
Anatidae
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)
patarrona
pé-vermelho
2008
caça
GALLIFORMES
Cracidae
Penelope jacucaca Spix, 1825 VU
jacu-verdadeiro
jacucaca
2007
caça
PODICIPEDIFORMES
Podicipedidae
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766)
pecapara
mergulhão-pequeno
2008
CICONIIFORMES
Ardeidae
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783)
socó--boi
socó-boi
07/08
x
CICONIIFORMES
Ardeidae
Butorides striata (Linnaeus, 1758)
socó
socozinho
07/08
CICONIIFORMES
Ardeidae
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758)
garça
garça-vaqueira
2008
CICONIIFORMES
Ardeidae
Egretta thula (Molina, 1782)
garça
garça-branca-pequena
2008
CATHARTIFORMES
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
urubu-camiranga
urubu-de-cabeça-vermelha
07/08
CATHARTIFORMES
Cathartidae
Cathartes burrovianus Cassin, 1845
urubu-da-cabeça-amarela
urubu-de-cabeça-amarela
07/08
CATHARTIFORMES
Cathartidae
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
urubu
urubu-de-cabeça-preta
2008
FALCONIFORMES
Accipitridae
Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822)
gavião
caracoleiro
2007
x
FALCONIFORMES
Accipitridae
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)
gavião
gavião-bombachinha-grande
2007
x
FALCONIFORMES
Accipitridae
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817)
gavião-roxo
gavião-pernilongo
07/08
FALCONIFORMES
Accipitridae
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790)
gavião-mariano
gavião-caboclo
07/08
FALCONIFORMES
Accipitridae
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
gavião-pga-pinto
gavião-carijó
07/08
FALCONIFORMES
Accipitridae
Buteo nitidus (Latham, 1790)
gavião
gavião-pedrês
2007
FALCONIFORMES
Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777)
carcará
caracará
07/08
FALCONIFORMES
Falconidae
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758)
acauã
acauã
07/08
GRUIFORMES
Aramidae
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766)
carão
carão
07/08
caça
GRUIFORMES
Rallidae
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)
três-potes
saracura-três-potes
07/08
caça
GRUIFORMES
Rallidae
Neocrex erythrops (Sclater, 1867)
pai-luís
turu-turu
2007
caça
GRUIFORMES
Rallidae
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766)
galinha-d’água-azul
frango-d’água-azul
2007
caça
GRUIFORMES
Cariamidae
Cariama cristata (Linnaeus, 1766)
sariema
seriema
2008
caça
CHARADRIIFORMES
Charadriidae
Vanellus cayanus (Latham, 1790)
maçarico
batuíra-de-esporão
2008
CHARADRIIFORMES
Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
tetéu
quero-quero
07/08
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina minuta (Linnaeus, 1766)
rolinha-caxexa
rolinha-de-asa-canela
07/08
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
rolinha-caldo-de-feijão
rolinha-roxa
07/08
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina squammata (Lesson, 1831)
rolinha-cascavel
fogo-apagou
07/08
x
x
x
x
x
x
111
Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G).
FAMÍLIA
NOME DO TÁXON (CBRO 2007)
NOME LOCAL
NOME EM PORTUGUÊS
ANO
COLUMBIFORMES
Columbidae
COLUMBIFORMES
Columbidae
COLUMBIFORMES
RISCO
M
Columbina picui (Temminck, 1813)
rolinha-pé-de-anjo
rolinha-picui
07/08
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)
rola-azul
pararu-azul
Columbidae
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)
avoante
pomba-de-bando
COLUMBIFORMES
Columbidae
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855
juriti
PSITTACIFORMES
Psittacidae
Aratinga cactorum (Kuhl, 1820)
periquito-do-sertão
G
2007
caça
x
2008
caça
x
juriti-pupu
07/08
caça
x
periquito-da-caatinga
07/08
tráico
x
PSITTACIFORMES
Psittacidae
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824)
papacum
tuim
07/08
CUCULIFORMES
Cuculidae
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato
alma-de-gato
07/08
CUCULIFORMES
Cuculidae
Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817
papa-lagarta
papa-lagarta-acanelado
07/08
x
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga major Gmelin, 1788
anum-enxurrada
anu-coroca
07/08
x
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
anum-preto
anu-preto
07/08
CUCULIFORMES
Cuculidae
Guira guira (Gmelin, 1788)
anum-branco
anu-branco
07/08
lSTRIGIFORMES
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817)
coruja
corujinha-do-mato
07/08
STRIGIFORMES
Strigidae
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)
corujão
murucututu
07/08
STRIGIFORMES
Strigidae
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)
caboré
caburé
07/08
STRIGIFORMES
Strigidae
Athene cunicularia (Molina, 1782)
caboré-de-estaca
coruja-buraqueira
2007
CAPRIMULGIFORMES
Nyctibiidae
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)
mãe-da-lua
mãe-da-lua
07/08
CAPRIMULGIFORMES
Caprimulgidae
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789)
bacurau
bacurau
2008
CAPRIMULGIFORMES
Caprimulgidae
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789)
bacurau-tesoura
bacurau-tesoura
2008
APODIFORMES
Trochilidae
Anopetia gounellei (Boucard, 1891)
beija-lor
rabo-branco-de-cauda-larga
2008
APODIFORMES
Trochilidae
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758)
beija-lor
beija-lor-vermelho
07/08
APODIFORMES
Trochilidae
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812)
beija-lor
besourinho-de-bico-vemelho
07/08
x
APODIFORMES
Trochilidae
Amazilia imbriata (Gmelin, 1788)
beija-lor
beija-lor-de-garganta-verde
2008
x
TROGONIFORMES
Trogonidae
Trogon curucui Linnaeus, 1766
dorminhoco
surucuá-de-barriga-vermelha
07/08
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)
pescador-graúdo
martim-pescador-grande
2007
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)
pescador
martim-pescador-verde
2007
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
pescador-miúdo
martim-pescador-pequeno
2008
GALBULIFORMES
Bucconidae
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788)
bico-de-latão
rapazinho-dos-velhos
07/08
x
PICIFORMES
Picidae
Picumnus limae Snethlage, 1924 EN
pinica-pau
pica-pau-anão-da-caatinga
07/08
x
PICIFORMES
Picidae
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766)
pinica-pau
picapauzinho-anão
07/08
PICIFORMES
Picidae
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818)
pinica-pau
pica-pau-dourado-escuro
07/08
PICIFORMES
Picidae
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)
pinica-pau
pica-pau-verde-barrado
07/08
PICIFORMES
Picidae
Celeus lavescens (Gmelin, 1788)
pinica-pau-bulandeira
pica-pau-de-cabeça-amarela
07/08
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Taraba major (Vieillot, 1816)
cancão-de-fogo
choró-boi
07/08
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Thamnophilus capistratus Lesson, 1840
choró
choca-barrada
07/08
x
x
x
x
112
ORDEM
Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G).
ORDEM
FAMÍLIA
NOME DO TÁXON (CBRO 2007)
NOME LOCAL
NOME EM PORTUGUÊS
ANO
choró
choca-do-planalto
07/08
choró
formigueiro-de-barriga-preta
07/08
RISCO
M
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Formicivora melanogaster Pelzeln, 1868
PASSERIFORMES
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
pinica-pau
arapaçu-verde
07/08
PASSERIFORMES
Dendrocolaptidae
Dendroplex picus (Gmelin, 1788)
pinica-pau
arapaçu-de-bico-branco
07/08
PASSERIFORMES
Dendrocolaptidae
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818)
pinica-pau
arapaçu-de-cerrado
07/08
PASSERIFORMES
Furnariidae
Furnarius igulus (Lichtenstein, 1823)
joão-de-barro
casaca-de-couro-da-lama
07/08
PASSERIFORMES
Furnariidae
Furnarius leucopus Swainson, 1838
joão-de-barro
casaca-de-couro-amarelo
07/08
PASSERIFORMES
Furnariidae
Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859
casaca-de-couro
petrim
07/08
PASSERIFORMES
Furnariidae
Synallaxis scutata Sclater, 1859
casaca-de-couro
estrelinha-preta
07/08
PASSERIFORMES
Furnariidae
casaca-de-couro
curutié
2008
PASSERIFORMES
Tyrannidae
cego
sebinho-de-olho-de-ouro
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788)
Hemitriccus margaritaceiventer (d’Orbigny &
Lafresnaye, 1837)
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766)
tripa
ferreirinho-relógio
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817)
sibitinho-dos-matos
guaracava-de-crista-alaranjada
07/08
x
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868
doidinha
guaracava-grande
2007
?
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
sibitinho-dos-matos
risadinha
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Phaeomyias murina (Spix, 1825)
sibitinho-dos-matos
bagageiro
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tolmomyias laviventris (Wied, 1831)
canário-dos-matos
bico-chato-amarelo
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776)
sibitinho-dos-matos
ilipe
2008
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831)
sibitinho-dos-matos
guaracavuçu
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)
lavandeira
lavadeira-mascarada
2008
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)
bem-te-vi-do-gado
suiriri-cavaleiro
2008
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
bem-te-vi
bem-te-vi
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776)
rajada
bem-te-vi-rajado
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)
bem-te-vi-gamela
neinei
2007
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Empidonomus varius (Vieillot, 1818)
peitica
peitica
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
severino
suiriri
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Casiornis fuscus Sclater & Salvin, 1873
mané-besta
caneleiro-enxofre
07/08
G
x
x
x
x
x
x
?
x
x
x
x
x
x
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859
mané-besta
irré
07/08
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776)
mané-besta
maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado
07/08
x
PASSERIFORMES
Tityridae
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816)
bico-grosso
caneleiro-verde
07/08
PASSERIFORMES
Tityridae
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)
bico-grosso
caneleiro-preto
07/08
x
x
PASSERIFORMES
Tityridae
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)
bico-grosso
caneleiro-de-chapéu-preto
07/08
x
x
PASSERIFORMES
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
bico-grosso
pitiguari
07/08
x
x
x
113
Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G).
ORDEM
FAMÍLIA
NOME DO TÁXON (CBRO 2007)
NOME LOCAL
NOME EM PORTUGUÊS
ANO
PASSERIFORMES
Vireonidae
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)
sibitinho-dos-matos
juruviara
07/08
RISCO
M
G
PASSERIFORMES
Corvidae
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821)
cancão
gralha-cancã
07/08
PASSERIFORMES
Hirundinidae
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
andorinha
andorinha-doméstica-grande
2008
PASSERIFORMES
Troglodytidae
Troglodytes musculus Naumann, 1823
rouxinol
corruíra
07/08
PASSERIFORMES
Troglodytidae
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)
garrincha
garrinchão-de-bico-grande
07/08
PASSERIFORMES
Polioptilidae
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788)
gatinha
balança-rabo-de-chapéu-preto
07/08
PASSERIFORMES
Turdidae
Turdus ruiventris Vieillot, 1818
sabiá-gongá
sabiá-laranjeira
07/08
tráico
PASSERIFORMES
Turdidae
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850
sabiá-bico-de-osso
sabiá-poca
07/08
tráico
PASSERIFORMES
Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)
papa-sebo
sabiá-do-campo
2008
PASSERIFORMES
Coerebidae
Coereba laveola (Linnaeus, 1758)
sibite
cambacica
07/08
PASSERIFORMES
Thraupidae
Nemosia pileata (Boddaert, 1783)
sanhaçu
saíra-de-chapéu-preto
07/08
PASSERIFORMES
Thraupidae
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
sanhaçu
sanhaçu-cinzento
07/08
PASSERIFORMES
Thraupidae
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824)
sibitinho-dos-matos
iguinha-de-rabo-castanho
07/08
x
PASSERIFORMES
Emberizidae
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)
tiziu
tiziu
07/08
x
PASSERIFORMES
Emberizidae
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)
bigodeiro
bigodinho
2007
tráico
PASSERIFORMES
Emberizidae
Sporophila albogularis (Spix, 1825)
gola
golinho
07/08
tráico
PASSERIFORMES
Emberizidae
Coryphospingus pileatus (Wied, 1821)
abre-e-fecha
tico-tico-rei-cinza
07/08
PASSERIFORMES
Emberizidae
Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758)
campina
cardeal-do-nordeste
07/08
tráico
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823)
bicudo
azulão
2007
tráico
PASSERIFORMES
Parulidae
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830)
sibitinho-dos-matos
pula-pula
07/08
PASSERIFORMES
Parulidae
Basileuterus laveolus (Baird, 1865)
canário-dos-matos
canário-do-mato
2007
PASSERIFORMES
Icteridae
Procacicus solitarius (Vieillot, 1816)
bom-é
iraúna-de-bico-branco
07/08
tráico
PASSERIFORMES
Icteridae
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766)
corrupião-preto
encontro
2007
tráico
PASSERIFORMES
Icteridae
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788)
corrupião
corrupião
07/08
tráico
PASSERIFORMES
Icteridae
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)
azulão
vira-bosta
2007
PASSERIFORMES
Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)
vem-vem
im-im
2007
x
tráico
x
x
x
x
x
x
x
x
x
114
x
Anexo 19: Lista de espécies da Mastofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno.
Espécie
Família Didelphidae
Didelphis albiventris
Gracilinanus agilis
Monodelphis domestica
Família Dasypodidae
Dasypus novemcinctus*
Euphractus sexcinctus*
Família Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla
Família Cebidae
Callithrix jacchus
Cebus libidinosus
Família Cricetidae
Cricetidae incertae sedis
Necromys lasiurus
Wiedomys pyrrhorhinos
Família Echimyidae
Thrichomys apereoides
Família Cavidae
Galea spixii
Kerodon rupestris
Família Phyllostomidae
Micronycteris megalotis
Mimon crenulatum
Tonatia sp.
Trachops cirrhosus
Artibeus sp.
Desmodus rotundus
Glossophaga soricina
Carollia perspicillata
Família Emballonuridae
Rhynchonycteris naso
Saccopteryx leptura
Família Vespertilionidae
Nomes Populares
Tipo de registro
Status local
Ameaça local
cassaco
catita
rabo-de-lápis
Documentado
Documentado
Documentado
Comum
Comum
Comum
caça
habitat
habitat
tatu
peba
Documentado
Documentado
Raro
Raro
caça
caça
mambira
Etnobiológico
Raro
caça
soim
macaco-prego
Documentado
Avistamento
Comum
Raro
habitat
conlito
rato-d’àgua
pixuna
rato-nariz-vermelho
Etnobiológico
Documentado
Documentado
Comum
Comum
Comum
habitat
habitat
habitat
punaré, rabudo
Etnobiológico
Comum
caça
Preá
mocó
Documentado
Etnobiológico
Comum
Extinto
caça
caça
morcego
morcego
morcego
morcego
morcego
morcego-vampiro
morcego beija-lor
Morcego
Documentado
Documentado
Documentado
Documentado
Documentado
Documentado
Documentado
Documentado
Comum
Comum
Comum
Comum
Comum
Comum
Comum
Comum
habitat
habitat
habitat
habitat
habitat
habitat
habitat
habitat
morcego
morcego
Documentado
Documentado
Comum
Comum
habitat
habitat
IUCN 2008
MMA 2003
Endemismo Caatinga
X
115
Puma yagouaroundi
Puma concolor*
Família Canidae
Cerdocyon thous
Família Mustelidae
Eira barbara
Galictis cuja
Família Mephitidae
Conepatus semistriatus
Família Procyonidae
Nasua nasua
Procyon cancrivorus
Família Tayassuidae
Pecari tajacu*
Família Cervidae
Mazama gouazoubira
Nomes Populares
morcego
Tipo de registro
Documentado
Status local
Comum
Ameaça local
habitat
morcego-pescador
morcego-pescador
Documentado
Documentado
Comum
Comum
habitat
habitat
morcego
Documentado
Comum
habitat
gato-do-mato
maracajá-assu
gato-mourisco,
vermelho
Documentado - rastros Raro
Etnobiológico
Muito raro
conlitos
conlitos
Documentado
Documentado
Raro
Raro
conlitos
conlitos
raposa
Avistamento
Comum
habitat
papa-mel
furão
Etnobiológico
Etnobiológico
Extinto
Raro
habitat
habitat
Etnobiológico
Raro
caça
coati
guaxinim
Etnobiológico
Documentado
Extinto
Comum
caça
habitat
caititu
Documentado
Raro
caça
veado-foboca
Documentado
Raro
caça
IUCN 2008
MMA 2003
VU
VU
VU
Endemismo Caatinga
gatoVU
116
Espécie
Myotis sp.
Família Noctilionidae
Noctilio albiventris
Noctilio leporinus
Família Furipteridae
Furipterus horrens
Família Felidae
Leopardus tigrinus
Leopardus pardalis
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. Rio de Janeiro, PNUD, IPEA. Fundação João Pinheiro,
2003.
BRASIL. CPRM. Ministério e Minas e Energia. Atlas digital de geologia e recursos minerais do Ceará.
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CEARÁ. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE. Peril Básico Municipal General
Sampaio. Fortaleza, 2009.
FERREIRA. L.M.; Castro, R.G.S.; Carvalho, S.H.C. Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo
para Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2004.
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____. Contagem da População. IBGE, 2007.
_____. DNOCS. Diretoria Geral Adjunta de Planejamento e Coordenação. Relatório sintético. Fortaleza,
1981.
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_____. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Solos da Caatinga. Aracaju - SE,
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_____. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Download de Séries Históricas. Portal da
Funceme na internet: http://www.funceme.br/index.php/areas/tempo/download-de-series-historicas,
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_____. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Compartimentação geoambiental do
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_____. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGBE. Censo Demográico. Rio de Janeiro,
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_____. Prefeitura Municipal de General Sampaio. Histórico do Município. Disponível em www.
generalsampaio.gov.ce.br, acesso em 05/09/2009.
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br/site/?prefeitura=20&acao=historico, acesso em 10/09/2010.
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br, acesso em 07/09/2010.
_____. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO CEARÁ – SEMACE. Unidades
Fitoecológicas do Ceará. Fortaleza, 1987.
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7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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BEZZERRA, N. F. Fragmentando o território: bases para o desenvolvimento do Semi-Árido do Ceará.
Fortaleza: Fundação Konrad Adenauer, 2004.190 p.
ALBANO, C. e Girão, W. (2008) Aves das matas úmidas das serras de Aratanha, Baturité e Maranguape,
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ALCOFORADO-FILHO, F. G. 1993. Composição lorística e itossociológica de uma área de Caatinga
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ALPIN, K.P., ARCHER, M. Recent advances in marsupial systematics with a new syncretic classiication.
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APG II – ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classiication
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ARAÚJO, F. S., Rodal, M. J. N. e Barbosa, M. R. V. (eds) (2006) Análise das variações da biodiversidade do
bioma Caatinga: suporte a estratégias regonais de conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente.
ARZABE, C.; SKUK, G.; SANTANA, G.G.; DELFIM, F.R.; LIMA, Y.C.C. & ABRANTES, S.H.F., 2005. Herpetofauna
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Variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga: Suporte a Estratégias Regionais de Conservação, p.
259-273. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 434 p.
ATHIÊ, S. A observação de aves e o turismo ecológico. Biotemas N. 20. Vol. 4. 2007. pp. 127-129.
BARSANTI, L.; GUALTIERI, P. Algae: Anatomy, Biochemistry, and Biotechnology. Taylor & Francis Group,
2006. 320 p.
BICUDO, C. E. M.; BICUDO, R. M. T. Algas de águas continentais brasileiras. Fundação Brasileira para o
Desenvolvimento do Ensino da Ciência, São Paulo, 1970. 228 p.
BICUDO, C. E. M.; MENEZES, M. Gêneros de Algas de Águas Continentais do Brasil: chave para identiicação
e descrições. 2. ed. São Carlos: Rima, 2006. 498 p.
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Jersey: Prentice-Hall. 1985. 720 p.
BOLTOVSKOY, D. Atlas del zooplancton del atlántico sudoccidental y métodos de trabajo con el
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