PLANO DE MANEJO Reserva Particular do Patrimônio Natural Ambientalista Francy Nunes Portaria nº 075 de 22 de fevereiro de 2007, IBAMA. Proprietários: Francisco Pereira Nunes e Maria Otacy Almeida Nunes General Sampaio - CE 2011 PLANO DE MANEJO Reserva Particular do Patrimônio Natural Ambientalista Francy Nunes Portaria nº 075 de 22 de fevereiro de 2007, IBAMA Proprietários: Francisco Pereira Nunes e Maria Otacy Almeida Nunes General Sampaio - CE 2011 Realização: Apoio: ii COORDENAÇÃO Rodrigo Castro – Biólogo, Secretário Executivo da Associação Caatinga. Daniele Ronqui – Bióloga, Coordenadora Técnica da Associação Caatinga. Kelma Cláudia Nunes – Socióloga e Teóloga, Presidente da AAFRAN-Associação Ambientalista Francy Nunes. PARCEIROS Associação Asa Branca dos Proprietários de RPPN do Ceará Universidade Federal do Ceará - UFC Universidade Estadual do Ceará - UECE Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de General Sampaio Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Tejuçuoca EQUIPE TÉCNICA Geoprocessamento: Cristiano Alves da Silva – Geógrafo, Especialista em Geoprocessamento Aplicado a Análise Ambiental pela Universidade Estadual do Ceará. Francisco Ilan de Queiroz Leite – Geógrafo, graduado pela Universidade Estadual do Ceará. Levantamento Botânico: Marcelo Oliveira Teles de Menezes – Biólogo, Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual do Ceará. Marcelo Freire Moro – Biólogo, Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual do Ceará. Sarah Sued Gomes de Souza – Biólogo, Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual do Ceará. Diagnóstico das Comunidades do entorno: Francisco Eugênio de Oliveira Costa – Engenheiro Agrônomo e Especialista em Desenvolvimento, Espaço e Meio Ambiente pelo Instituto Educare. Levantamento da Herpetofauna: Paulo Cesar Mattos Dourado de Mesquita – Ms. em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Estadual do Ceará. Diva Maria Borges-Nojosa – Dra. em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro / UFRJ, Ms. em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal da Paraíba, UFPB, coordenadora do Núcleo Regional de Oiologia da Universidade Federal do Ceará (NUROF-UFC) e pesquisadora na área de Herpetologia, com ênfase em Sistemática, Zoogeograia e Ecologia. Estudos Limnológicos: Aldeney Andrade Soares Filho – Ms. em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará; professor do curso Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará nas disciplinas de Limnologia, Aquicultura e Bioestatística. Thiago Dias Ferreira – Biólogo, graduado pela Universidade Estadual do Ceará. Manoel Paiva de Araújo Neto – Biólogo, graduado pela Universidade Estadual do Ceará. Rodrigo Leite Rodrigues – Graduando do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará. iii Levantamento da Avifauna: Weber Andrade de Girão e Silva – Ms. em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco com ênfase em ornitologia. Ciro Ginez Albano – Biólogo, graduado pela Universidade Federal do Ceará com larga experiência em ornitologia. Levantamento da Mastofauna e Quiropterofauna: Paulo Thieres Pinto de Brito – Biólogo, graduado pela Universidade Federal do Ceará, com larga experiência em Mamíferos do Ceará e da Caatinga. Levantamento das Potencialidades para Uso Público: Daniela Gaspar Garcia de Matos – Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Ceará, Especialista em Medioambiental con Herramientas SIG pela Environmental Systems Research Institute (Espanha). TEXTO Ana Carolina Leite Cordeiro – Bióloga e Mestra em Gestão Ambiental de Recursos Hídricos Daniele Ronqui – Bióloga, graduanda pela Universidade Estadual de Londrina/PR, especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Ceará. Liana Mara Mendes de Sena – Ms. em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Ceará, Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Ceará. Suellen Galvão Moraes – Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade de Fortaleza, graduada em Turismo pela Faculdade Integrada do Ceará. Projeto gráico Rafael Salvador – Publicitário, Designer Gráico. iv Apresentação O Estado do Ceará dispõe de remanescentes da Caatinga preservados, a maioria localizados em áreas particulares, oferecendo boas oportunidades para a conservação. Uma destas áreas é a RPPN Ambientalista Francy Nunes localizada no município de General Sampaio. Ela abriga espécies raras e ameaçadas de extinção, colabora com a conservação da diversidade biológica e com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, além de preservar matas que oferecem importantes serviços ambientais a toda a sociedade. O Plano de Manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes ora apresentado é resultado do esforço conjunto de instituições parceiras, pesquisadores, técnicos, sociedade civil e moradores do entorno da RPPN. A elaboração do PM foi possível graças ao Convênio de nº. 116/2006, celebrado entre a Associação Caatinga e o Fundo Nacional do Meio Ambiente para a execução do projeto: “Fortalecendo o Manejo da Biodiversidade através do Apoio e Capacitação na Realização de Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Francy Nunes”. Este documento atende à Lei 9.985, de 18/07/2000 (SNUC), que estabelece as diretrizes para a preservação, conservação, manutenção, recuperação, restauração, utilização sustentável, manejo e gestão das Unidades de Conservação e utilizou como referência o Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo de RPPN do IBAMA, publicado em outubro de 2004. O Plano de Manejo norteia as ações de conservação, manejo e possibilidades de uso sustentável da reserva. Nele, o proprietário encontrará informações fundamentais para orientar o planejamento da sua RPPN para cumprir seus objetivos de conservação e uso público. Nele estão descritos os atrativos e potenciais da Reserva, a existência de espécies raras e ameaçadas de extinção, formas de ampliar e manter suas trilhas, proteção contra incêndios lorestais, orientação para projetos de educação ambiental e turismo, recomendações para a sustentabilidade da reserva, dentre outros aspectos. Para tanto, um diagnóstico da reserva e do seu entorno foi realizado para melhor entender os processos que resultaram na situação atual da mesma e da região. Tais levantamentos são de suma importância para que se possa conhecer o passado, entender o presente e planejar o futuro. A partir deste diagnóstico, da análise da qualidade ambiental da reserva, disponibilidade de infraestrutura, atrativos e entorno, as comunidades do entorno num momento e atores estratégicos num outro momento, foram convidados, por meio de oicinas participativas, a conhecer os levantamentos realizados e a opinar sobre suas expectativas e o futuro da RPPN. Todas essas informações nortearam o zoneamento da reserva, onde porções de sua área foram delimitadas de acordo com suas características e potenciais de uso e prioridades de conservação in situ. Realizado o zoneamento, programas prioritários para a RPPN foram deinidos em diferentes segmentos de atividades como forma de concentrar ações e recursos humanos e inanceiros para o bom manejo da área. Todas as etapas contaram com a participação ativa do proprietário da RPPN e seus familiares. Os programas são voltados a ações de proteção, pesquisa e monitoramento, visitação, administração, comunicação e sustentabilidade econômica. Tudo para que a RPPN possa não apenas garantir a conservação dos recursos naturais como também relacionar-se bem com seu entorno. Mais do que um documento legal, o Plano de Manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes visa potencializar as ações de conservação e sustentabilidade da área protegida, promover a divulgação da RPPN e apresentar oportunidades para a identiicação de novas parcerias para a RPPN. Ele visa oferecer ao público em geral, uma visão do plano de manejo, sintetizando as recomendações e principais ações direcionadas a RPPN. Rodrigo Castro Secretário Executivo Associação Caatinga v Lista de Siglas e Abreviações ADA APP CCIR CREA CNRPPN CPF CONAMA FNMA FUNBIO FUNCEME IBAMA IBGE ICMBio IDACE INCRA ITR IUCN MMA ONG PIB PNMA PREVFOGO PSF RPPN SESA SUDENE UC vi Ato Declaratório Ambiental Área de Preservação Permanente Certiicado de Cadastro do Imóvel Rural Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Confederação Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural Cadastro de Pessoa Física Conselho Nacional do Meio Ambiente Fundo Nacional do Meio Ambiente Fundo Nacional do Meio Ambiente Fundação Cearense de Meteorologia Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Imposto Territorial Rural International Union for Conservation of Nature Ministério do Meio Ambiente Organização Não Governamental Produto Interno Bruto Política Nacional do Meio Ambiente Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais Programa de Saúde da Família Reserva Particular do Patrimônio Natural Secretaria Estadual de Saúde Superintendência Para o Desenvolvimento do Nordeste Unidade de Conservação Lista de Tabelas Tabela 1: Distância e tempo aproximado de percurso entre a sede do Município de General Sampaio a capital do Estado e os principais centros urbanos do entorno da RPPN.Tabela 1 - Distância e tempo aproximado de percurso entre a sede do Município de General Sampaio a capital do Estado e os principais centros urbanos do entorno da RPPN. 14 Tabela 2: Ficha resumo da RPPN Francy Nunes. 16 Tabela 3: Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada nas médias mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme (2008).Tabela 2. Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada nas médias mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme (2008). 18 Tabela 4: Valores sobre a riqueza e abundância da herpetofauna da Fazenda Natália e RPPN Francy Nunes durante o período do maio/2007 a junho/2008. 33 Tabela 5: Avifauna ameaçada na RPPN Francy Nunes. 35 Tabela 6: principais potenciais recreativos, interpretativos e culturais identiicados na RPPN e propriedade. 44 Tabela 7: indicadores sociais de Desenvolvimento. 55 Tabela 8: Resumo do levantamento socioeconômico do Município General Sampaio. 57 Tabela 9: Dados da vegetação nativa destruída. 59 Tabela 10: Espéceis da fauna e lora apontadas como raras ou extintas na região. 59 Tabela 11: prinicipais problemas ambientais e possíveis soluções apontadas pelas lideranças comunitárias para as comunidades. 60 Tabela 12: Resumo com as ameaças e oportunidades do ponto de vista ambiental, cultural e turístico de todas as comunidades. 61 Tabela 13: Zonas deinidas para a RPPN Ambientalista Francy Nunes. 66 vii Lista de Mapas viii Mapa 1: Principais vias de acesso para a RPPN Ambientalista Francy Nunes. 15 Mapa 2: Clima da região da RPPN Francy Nunes - Tropical Quente Semiárido Brando e Tropical Quente Semiárido com estação chuvosa iniciada nos meses de Janeiro a Abril. 17 Mapa 3: Geologia da região da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 19 Mapa 4: Unidades de relevo da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 20 Mapa 5: Planialtimétria da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Altitudes variam entre 250 a 400 m. 21 Mapa 6: Tipos de solos na RPPN Francy Nunes. 22 Mapa 7: Estágio sucessional na RPPN Francy Nunes. 29 Mapa 8: Trajeto da trilha a partir da sede, futuro centro de visitantes, que conduz aos três atrativos na RPPN: conjunto de Barrigudas (Ceiba glaziovii), Mirante do Bico Alto e Mirante de Pedra. 45 Mapa 9: Localização da trilha que liga os principais atrativos da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 46 Mapa 10: Atrativos identiicados e atividades sugeridas. Também foram identiicadas ameças a essas atividades como sinais de fogo e extração da vegetação. 47 Mapa 11: Localização das comunidades do entorno da RPPN Francy Nunes. 59 Mapa 12: Principais áreas protegidas e matas remanescentes na região e possibilidade de conectividade entre elas. 63 Mapa 13: Mapeamento do projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Bioma Caatinga – PROBIO” (2006), referente à região da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 64 Mapa 14: Zoneamento da RPPN Ambienalista Francy Nunes. 67 Lista de Anexos Anexo 1: Mapa de Localização e acesso 87 Anexo 2: Mapa do Clima 88 Anexo 3: Mapa da Geologia 89 Anexo 4: Mapa da Geomorfologia 90 Anexo 5: Mapa de Altitude 91 Anexo 6: Mapa de Liminologia 92 Anexo 7: Mapa dos Solos 93 Anexo 8: Mapa de Hidrograia 94 Anexo 9: Mapa de vegetação 95 Anexo 10: Fitoisionomias 96 Anexo 11: Conectividade 97 Anexo 12: Indicadores Sociais 98 Anexo 13: Comunidades 99 Anexo 14: PROBIO 100 Anexo 15: Mapa de Zoneamento 101 Anexo 16: Lista de espécies da Flora inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. 102 Anexo 17: Lista de espécies da Herpetofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. 109 Anexo 18: Lista de espécies da Avifauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. 111 Anexo 19: Lista de espécies da Mastofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. 115 Lista de Figuras Figura 1: Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte do Estado do Ceará. Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte do estado do Ceará. 14 Figura 2: Riacho das Pedras, RPPN Francy Nunes, no inal do período chuvoso início do seco. 23 Figura 3: Pontos hídricos da RPPN Francy Nunes e de seu entorno. 23 Figura 4: Olho d’água próximo a RPPN Francy Nunes no período chuvoso de 2007. 24 Figura 5: Variação anual da vegetação na RPPN Ambientalista Francy Nunes. 24 Figura 6: Inlorescência de Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae). 26 Figura 7: Espécime de Cryptostegia grandilora no entorno da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 27 Figura 8: Flor de Senna unilora (esquerda) e fruto de Senna occidentalis (direita) – espécies indicadoras da presença de gado. 27 Figura 9: À esquerda, foto na estação seca com árvore caída e a clareira deixada pelo fogo no interior da reserva. À direita, extração de madeira para produção de carvão no entorno imediato da reserva. 30 Figura 10: Gado bovino (esquerda) e caprino (direita) pastando no entorno oeste da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 30 Figura 11: Calanguinho de rabo azul (Micrablepharus maximiliani), à esquerda. 31 Figura 12: Falsa Coral (Oxyrhopus trigeminus), à direita. 31 Figura 13: Pleurodema diplolistris (foto: Renato Gaiga), à esquerda. 32 Figura 14: Briba brasiliana (foto: Renato Gaiga), à direita. 32 Figura 15: Hemidactylus agrius, à esquerda. 32 Figura 16: Lygodactylus klugei, à direita. 32 Figura 17: Tropidurus semitaeniatus (foto: Rich Hoyer). 32 Figura 18: Lagarto (Tropidurus hispidus) à esquerda, Sapo boi (Proceratophrys cristicep) ao centro e largatixta (Cnemidophorus ocellifer) à direita espécies mais abundantes e frequentes encontradas na RPPN. 33 Figura 19: Jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca), à esquerda. 34 Figura 20: Pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae), à direita. 34 ix x Figura 21: Bigodeiro (Sporophila lineola), à esquerda. 35 Figura 22: Campina (Paroaria dominicana), à direita. 35 Figura 23: Cancão (Cyanocorax cyanopogon), à esquerda. 36 Figura 24: Corrupião (Icterus jamacaii), à direita. 36 Figura 25: Patarrona (Amazonetta brasiliensis), à esquerda. 36 Figura 26: Pai Luís (Neocrex erythrops), à direita. 36 Figura 27: Avoante (Zenaida auriculata), à esquerda. 36 Figura 28: Codorniz (Nothura boraquira), à direita. 36 Figura 29: Catita (Gracilinanus agilis), à esquerda. 37 Figura 30: Rabo-de-lápis (Monodelphis domestica), à direita. 37 Figura 31: Morcego (Mimon crenulatun). 38 Figura 32: Raposa (Cerdocyon thou), à esquerda. 38 Figura 33: Caititu (Pecari tajacu), à direita. 38 Figura 34: Demarcação do início do limite da RPPN pela equipe de georreferenciamento. 41 Figura 35: À esqueda, levantamento dos pontos georreferenciados para elababoração dos mapas. 41 Figura 36: À direita, sugestão de marco para delimitação da RPPN. 41 Figura 37: À esquerda, Santo e pequeno altar encontrado no Pico Alto. 42 Figura 38: À direita, inscrições em árvore encontrada próximo ao limite entre as propriedades. 42 Figura 39: Barrigudas encontradas na RPPN ao longo da trilha principal. 45 Figura 40: Vista do Bico Alto, ponto mais alto da região presente no interior da RPPN. 46 Figura 41: Vista do mirante de pedra. 46 Figura 42: À esqueda, Casa de taipa. 48 Figura 43: À direita, Açude pequeno (Redenção). 48 Figura 44: À esquerda, antigo forno para produção de carvão. 48 Figura 45: À direita, Açude Grande (Monte Horebe). 48 Figura 46: À esquerda, Periquito do sertão (Aratinga cactorum). 48 Figura 47: À direita, Galo da Campina (Paroaria dominicana). 48 Figura 48: À esquerda, Golinha (Sporophila albogularis). 49 Figura 49: À direita, Pica-pau-anão-do-nordeste (Picummus limae). 49 Figura 50: À esquerda, Véu de noiva. 49 Figura 51: À direita, restaurante no açude Boqueirão em Tejuçuoca. 49 Figura 52: À esquerda, Açude. 49 Figura 53: À direita, Balneário de General Sampaio. 49 Figura 54: À esquerda, Formação geológica Cabeça do índio. 50 Figura 55: À direita, Frmação geológica touro. 50 Figura 56: Centro de Apoio ao visitante do Parque Ecológico Furna dos Ossos. 50 Figura 57: Cartazes da festa do bode que ocorre anualmente no minicípio. 51 Figura 58: Incêndio ocorrido em 2007. 58 Figura 59: Curso de combate a incêndios lorestais na RPPN e consequente montagem da brigada voluntária. 58 Figura 60: À esquerda, placa informando a existência da RPPN com o número da portaria de criação. 53 Figura 61: À direita, placa educativa em árvore com informação da espécie vegetal. 53 Figura 62: À esquerda, placa educativa com mensagens bíblicas. 53 Figura 63: À direita, placas informativas nas trilhas l. 53 Figura 64: auditório construído no alpendre/varanda da sede da fazenda que serve como auditório para receber grupos de visitantes, ou alojamento para pesquisadores. 54 Sumário 1. INTRODUÇÃO 13 2. INFORMAÇÕES GERAIS 14 2.1. Localização 14 2.2. Acesso 14 2.3. História e Características do Imóvel 15 2.4. Ficha resumo da RPPN 16 DIAGNÓSTICO 17 Caracterização da RPPN 17 Clima Geologia e Geomorfologia Relevo Solos Hidrograia Vegetação Fauna Geoprocessamento Aspectos Históricos E Culturais Visitação Pesquisa e Monitoramento Ocorrência de Fogo Atividades Desenvolvidas na RPPN e Sistema de Gestão e Pessoal Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Recursos Financeiros e Formas de Cooperação 17 Caracterização da Propriedade 54 Caracterização da Àrea de Entorno 55 Demograia Indicadores Sociais Dados sobre o meio rural Dados Gerais sobre Economia e Serviços Infraestrutura Hídrica, Viária, Elétrica, Bancária, de ATER e de Comunicações Caracterização das comunidades do entorno da RPPN 55 3.4. Possibilidade de Conectividade 63 3.5. Declaração de Signiicância 63 PLANEJAMENTO 65 4.1. Objetivos do Plano de Manejo 65 4.2. Normas Gerais da RPPN Ambientalista Francy Nunes 65 4.3. Zoneamento 66 Zona Silvestre (Zs) Zona de Transição (Zt) Zona de Proteção (Zp) Zona de Visitação (Zv) Zona de Recuperação (Zr) Administração 67 Programas de Manejo 69 3. 3.1. 3.1.1. 3.1.2. 3.1.3. 3.1.4. 3.1.5. 3.1.6. 3.1.7. 3.1.8. 3.1.9. 3.1.10. 3.1.11. 3.1.12. 3.1.13. 3.1.14. 3.1.15. 3.2. 3.3. 3.3.1. 3.3.2. 3.3.3. 3.3.4. 3.3.5. 3.3.6. 4. 4.3.1. 4.3.2. 4.3.3. 4.3.4. 4.3.5. 4.3.6. 4.4. 18 20 21 22 24 31 38 41 43 51 51 52 53 54 55 56 56 58 58 68 68 68 69 69 xi 4.4.1. 4.4.2. 4.4.3. 4.4.4. 4.4.5. 4.4.6. Programa de Administração Programa de Proteção e Fiscalização Programa de Pesquisa e Monitoramento Programa de Visitação Programa de Sustentabilidade Econômica Programa de Comunicação 70 4.5. Projetos Especíicos 79 4.6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E CUSTOS 80 INFORMAÇÕES FINAIS 86 Anexos 86 5. 5.1. xii 71 73 75 77 78 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 117 7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 119 1. INTRODUÇÃO O Plano de Manejo era uma necessidade que desde 2004 a família Nunes vinha tentando apoio para realizar. Na época, das 31 RPPN existentes nos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, a única que possuía plano de manejo era a Reserva Natural Serra das Almas em Crateús/CE. Buscando ampliar o universo de RPPN munidas deste importante instrumento de planejamento e gestão, a diretoria da Confederação Nacional de RPPN-CNRPPN reuniu-se em Brasília com a Diretoria e a Coordenadoria da Carteira de Projetos em Gestão Integrada de Áreas Protegidas do Fundo Nacional de Meio Ambiente – FNMA para que o FNMA apoiasse uma proposta integrada e de ação multiplicadora, envolvendo a CNRPPN e as associações estaduais de RPPN para a elaboração de planos de manejo para RPPN pilotos com base no novo roteiro produzido. Neste contexto, foram apresentados ao FNMA projetos de abrangência regional com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de planos de manejo pilotos em RPPN buscando dar representatividade às regiões e aos biomas do país. Na região do Ceará, Piauí e Maranhão, a Associação Caatinga (OSCIP, cadastrada no CNEA) em parceria com a Associação Asa Branca de proprietários de reservas particulares, lançaram um edital para seleção da RPPN piloto que seria agraciada com o Plano de Manejo. O Comitê de Seleção formado por membros da Asa Branca e da Diretoria da Confederação Nacional de RPPN elegeu a RPPN Ambientalista Francy Nunes no Ceará, inserida no bioma Caatinga e de propriedade do Sr. Francisco Pereira Nunes, como piloto para a região devido ao grande interesse do proprietário e aos trabalhos de educação ambiental e desenvolvimento local sustentado desenvolvido pela RPPN em seu entorno. As atividades para a elaboração desse plano de manejo concentraram-se na realização de levantamentos de caracterização da lora, da fauna, do meio físico e das potencialidades da RPPN e entorno para a visitação. Para o planejamento da unidade foram realizados diagnósticos participativos do entorno junto às comunidades e oicinas com moradores, lideranças locais, gestores municipais e outras organizações atuantes na região. Os objetivos da RPPN, seu zoneamento, programas e atividades foram deinidos com base nos estudos realizados na RPPN e entorno, em oicinas participativas com a família Nunes, com os pesquisadores e comunidades. Como resultado de todos os trabalhos, foram deinidos quatro principais objetivos para a RPPN Ambientalista Francy Nunes: 1. Efetivar a proteção e a conservação integral da área, mantendo sua integridade e biodiversidade; 2. Incentivar a pesquisa cientiica na RPPN para ampliar o conhecimento sobre a caatinga e subsidiar o manejo da área; 3. Realizar atividades de visitação turística, recreativa e educacional com objetivo de sensibilizar a população local para a conservação da caatinga , além de contribuir para o desenvolvimento de iniciativas de ecoturismo na região; 4. Estimular o desenvolvimento de atividades sustentáveis nas comunidades e municípios vizinhos, contribuindo para a conservação da natureza local e para a melhoria da qualidade de vida das populações. Com base na qualidade ambiental da unidade e de seus objetivos, foram deinidos o zoneamento e os programas da RPPN, que estão detalhados ao longo desse documento. 13 2. INFORMAÇÕES GERAIS 2.1. Localização A RPPN Ambientalista Francy Nunes está localizada entre os limites dos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés no estado do Ceará, na Latitude 4o 03’ 10’’ e Longitude 39o 27’ 16’, possuindo áreas nesses três municípios. Abrange uma área de 128 km² na região norte do estado. Figura 1: Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte do Estado do Ceará. Localização da RPPN nos municípios de General Sampaio, Tejuçuoca e Apuiarés, porção norte do estado do Ceará. A tabela 1 apresenta as distâncias e o tempo aproximado de percurso entre a sede do município de General Sampaio, a capital do estado e os principais centros urbanos do entorno da reserva. Tabela 1: Distância e tempo aproximado de percurso entre a sede do Município de General Sampaio a capital do Estado e os principais centros urbanos do entorno da RPPN. Municípios General Sampaio – Fortaleza General Sampaio – Tejuçuoca General Sampaio – Apuiarés Distância entre Sedes (Km) Tempo Aproximado (min) 138 16 14 110 14 12 2.2. Acesso O acesso a partir de Fortaleza pode ser feito através da BR-222, que leva a Sobral/São Luís do Curu, a partir de Croatá o percurso segue pela CE 341 passando por Pentecoste, Apuiarés e à sede do município. São 132 km de distância da capital, Fortaleza. 14 Mapa 1: Principais vias de acesso para a RPPN Ambientalista Francy Nunes. A empresa de transporte rodoviário Guanabara, possui uma rota diária de Fortaleza para Tejuçuoca, passando em frente ao portão de entrada da propriedade da RPPN, antes de entrar no município de Tejuçuoca. O tempo estimado de viagem de Fortaleza a RPPN é de 3 horas e meia. De transporte particular o tempo de viagem é de cerca de 2 horas. 2.3. História e Características do Imóvel A propriedade Fazenda Natália, onde está inserida a RPPN, foi adquirida pela família Nunes em 1985; o proprietário anterior a utilizava para pecuária e venda de madeira, como também para uma pequena produção de carvão feita pelos moradores que cuidavam da propriedade. Em 1989, na Fazenda Santa Úrsula, contígua a Fazenda Natália, foram desmatados 30 ha para a produção de gergelim e criado, de forma extensiva, 80 reses (gado) de corte e de leite e 400 cabeças de caprinos. Havia apenas 2 casas de taipa (pau-a-pique), uma utilizada pelos proprietários e outra pelo morador, existentes ainda hoje. A idéia de criação da RPPN nasceu depois da família idealizar um projeto com visão de futuro para a área e para a região. A família sonhava em transformar a área em um empreendimento voltado para o turismo não convencional, mas vocacionado e pensava em desenvolvimento sustentável para a região, com a administração pública atuando com políticas voltadas para tal im. E desde então, o modelo da RPPN Francy Nunes tem se tornado multiplicador, uma vez que General Sampaio tem hoje outras RPPNs a atual prefeitura vem fomentando esta visão dentro e fora do município. A RPPN Ambientalista Francy Nunes foi criada pelo próprio esforço dos proprietários em 2000, na época um caminho conhecido por poucos e sem apoio de organizações que atuassem nessa área. 15 A portaria de criação é de N° 54/2000 abrangendo uma área de 200 ha dos 528 ha da Fazenda Natália. No mesmo ano, a propriedade também conseguiu acesso a rede de energia elétrica, outra batalha que vinha travando para a região. Ainda no ano de 2002, o Governo do Estado inaugura a CE-341 que une Fortaleza a Tejuçuoca, favorecendo com asfalto o acesso a propriedade e a RPPN, uma solicitação também antiga da família. Em 2004, foi construída a casa sede na Fazenda Santa Úrsula e a casa do morador, responsável pela segurança do local, ambas de alvenaria, para dar suporte a admnistração da RPPN. Em 2005, o proprietário construiu um açude de pequeno porte para abastecer a sede. Em 2006, parte da casa sede foi transformada em auditório para receber visitantes. Para administrar a Reserva a família criou a Associação Ambientalista Francy Nunes (AAFRAN) que tem desenvolvido projetos de educação ambiental na região do Vale do Curu, tendo realizado campanhas de consciência ambiental, valorização do Bioma Caatinga, curso de apicultura, distribuição de mudas para arborização, formação de agentes de combate a incêndios lorestais e de multiplicadores ambientais, levando o município e seu entorno a uma nova mentalidade de preservação e conservação do meio ambiente; tendo contribuido diretamente na implementação de novas políticas publicas local. Em parceria com a Associação Asa Branca e a Associação Caatinga, estimulou e multiplicou o modelo de conservação e preservação RPPN, no município, contribuindo para a criação de mais três outras reservas na região: a RPPN Elias Andrade (homologada em 2009), a RPPN Fazenda Cajazeiras (em processo de criação) e a RPPN Fazenda Sousa (em processo de criação). A RPPN Ambientalista Francy Nunes é associada à Associação Asa Branca de proprietários de RPPN do Ceará, Piauí e Maranhão desde a fundação em 2003, tendo ocupado assento no Conselho Fiscal da entidade nos anos de 2003 a 2005, de 2005 a 2007, como Conselheira iscal e na presidência da instituição em 2009 a 2011. 2.4. Ficha resumo da RPPN Tabela 2: Ficha resumo da RPPN Francy Nunes. Município UF Nome do proprietário Nome do representante Contato Endereço Endereço para correspondência Telefone Área total da propriedade Área da RPPN Principais municípios de acesso à RPPN Municípios e estados abrangidos Coordenadas geográicas Limites da RPPN Data e número do ato legal da criação Bioma e/ou ecossistema Distância dos centros urbanos mais próximos Via principal de chegada Atividades ocorrentes 16 General Sampaio CE Francisco Pereira Nunes Kelma Cláudia Almeida Nunes Rodrigues Kelma Cláudia Almeida Nunes Rodrigues Fazenda Natália, localidade de Riacho das Pedras, Km 314 Rua Vicente Lopes, 840/01 – Cidade dos Funcionários CEP.: 60822-100 – Fortaleza-CE (85) 3472-3131 / (85) 9945-7258- (85) 88870462 528 ha 200 ha Tejuçuoca e General Sampaio Tejuçuoca, Apuiarés e General Sampaio no Estado do Ceará Latitude 04°0’9,61”; Longitude 39°29’38,76”; Limite ao Norte: Apuiarés; Sul Canindé e Paramoti; Leste Paramoti e Apuiarés e Oeste Apuiarés, Tejuçuoca e Canindé. Norte: Propriedade do Sr. Alberto Simão Vieira; Sul: Riacho das Pedras; Leste: Propriedade do Sr.Antônio Rodrigues Vieira; Oeste: Propriedade do Sr. Elias Viana Andrade. Portaria N° 54/200 de 8 de setembro de 2000 Caatinga Arbustiva e Arbustiva Arbórea Fortaleza (capital): 123 km, General Sampaio: 6 km, Tejuçuoca: 10 km BR – 222 e CE – 341 Visitação de escolas e projetos de educação ambiental 3. DIAGNÓSTICO 3.1. Caracterização da RPPN 3.1.1. Clima O clima da região é o Tropical Quente Semiárido Brando e Tropical Quente Semiárido com estação chuvosa iniciada nos meses de Janeiro a Abril (Tabela 2) contando com uma precipitação média anual de 763 mm e temperatura média de 26° C a 28o C (IPECE, 2009). Mapa 2: Clima da região da RPPN Francy Nunes - Tropical Quente Semiárido Brando e Tropical Quente Semiárido com estação chuvosa iniciada nos meses de Janeiro a Abril. 17 As chuvas no município de General Sampaio, Ceará, assim como em outras localidades do Estado, se concentram no primeiro semestre do ano. Os maiores índices ocorreram no período da quadra invernosa que vai de fevereiro a maio. Pluviometria - município de General Sampaio 250,00 Volume (mm) 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Gráico 1: Precipitação mensal do município de General Sampaio, obtida através da média histórica (1981 a 2010) do posto pluviométrico de General Sampaio. Fonte: Funceme, 2010. Precipitação mensal do município de General Sampaio, obtida através da média histórica (1981 a 2010) do posto pluviométrico de General Sampaio. Fonte: Funceme, 2010 O clima semiárido é típico do semiárido nordestino, apresentando adversidades climáticas caracterizadas por irregularidades na distribuição interanual de precipitação que são, de um modo geral baixas, variando de 500 a 1.800 mm por ano, durando estações chuvosas entre 3 a 5 meses (BEZERRA, 2004). Tabela 3: Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada nas médias mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme (2008).Tabela 2. Quantidade de meses secos em General Sampaio segundo o critério de Mohr, baseada nas médias mensais de precipitação do Posto Pluviométrico General Sampaio entre 1981 e 2007. FONTE: Funceme (2008). Mês Precipitação Critério JAN FEV MAR ABR MAI 91,84 120,03 202,94 210,49 101,93 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 6,95 16,83 4,11 0,76 0,59 3,71 16,22 Úmido Úmido Úmido Úmido Úmido Úmido Seco Seco Seco Seco Seco Seco 3.1.2. Geologia e Geomorfologia A geologia da região é derivada de rochas do Complexo Nordestino, constituindo de paragnaisses, micaxistos e metacalcários decorrente de eventos datados desde o período pré-Cambriano (RADAM BRASIL, 1981). 18 Mapa 3: Geologia da região da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Segundo o Altas do Ceará (1977) o relevo do Estado é baseado em uma estrutura geológica bastante complexa, e comporta características dependentes da inluência de um conjunto de fatores, entre eles podem-se destacar as condições geológicas, ambientais, paleoclimáticas e as dinâmicas geomorfogenéticas. Com relação a Geomorfologia, a região da RPPN está inserida no domínio natural das Depressões Sertanejas Semiáridas e Subúmidas (Anexo 4). Dentro deste domínio, é possível distinguir dois Sistemas Ambientais ou Compartimentos Geoambientais: Sertão Centro-Ocidental e Sertão Setentrional Pré-Litorâneo. A Depressão Sertaneja compreende uma paisagem típica do Semiárido Nordestino, e cobre cerca de 70% do território cearense. Possui altimetria inferior a 400 m, embutida entre os Maciços Residuais. É caracterizada pela condição de semiaridez, relevo predominantemente suave-ondulado e a distribuição extensa da vegetação Caatinga (SOUZA, 2007). A planície luvial representa um setor de diferenciação na Depressão Sertaneja, muito embora só haja escoamento luvial durante a estação chuvosa. Localizada na porção sudeste da propriedade, a planície luvial é representada pelo Riacho das Pedras. 19 Mapa 4: Unidades de relevo da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 3.1.3. Relevo A RPPN está dentro de cotas altimétricas que variam entre 250 m na porção norte da propriedade e 400 m no ponto mais alto, denominado como pico da Serra. Em direção ao Riacho das Pedras, a cota é de 300 m de altitude. 20 Mapa 5: Planialtimétria da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Altitudes variam entre 250 a 400m. 3.1.4. Solos Em geral o solo da reserva é bastante pedregoso (litólico), exceto em áreas margeando o “Riacho das Pedras”, localizado fora da reserva, onde apesar de haverem muitas pedras soltas, o solo facilmente se revolve (Anexo 7 – Mapa de solos). As classes de solo encontradas na RPPN são as seguintes: Luvissolos (bruno não cálcicos) - solos rasos ou pouco profundos, de cores vermelhas ou avermelhadas, com textura argilosa e média. São solos férteis, porém com presença de pedregosidade e suscetibilidade à erosão. Possuem boa capacidade para pecuária, lavoura de ciclo curto e pastagem, tendo limitações pelo forte deiciência de água (PEREIRA; SILVA, 2007). Neossolos Litólico (litólico eutróico) – solos rasos, de textura arenosa ou média normalmente cascalhenta, com drenagem de moderada à acentuada. É comum possuírem pedregosidade e/ou rochosidade na superfície, sendo ainda encontrados em associações com aloramento de rocha. Pode ter alta fertilidade natural, apresentando fortes limitações ao uso agrícola, devido a suscetibilidade à erosão, 21 pedregosidade, rochosidade, pouca profundidade, falta d´água e aos fatores declives das áreas serranas água (PEREIRA; SILVA, 2007). Abaixo tipos de solos que ocorrem na RPPN Ambientalista Francy Nunes: Mapa 6: Tipos de solos na RPPN Francy Nunes. 3.1.5. Hidrograia A RPPN Francy Nunes está inserida na bacia do Curu (Anexo 8) localizada na porção noroeste do Estado do Ceará, que possui uma área total de 8.605 km² e drena 15 municípios, totalizando uma população de 353.345 habitantes, ou seja, aproximadamente 5% da população total cearense (IBGE, 2001). Suas nascentes luviais estão localizadas na serra do Machado e atingem níveis altimétricos entre 700 a 800m (IPLANCE, 1989). O Curu, principal rio da bacia, possui um percurso de 195 km desde as nascentes até a foz, onde deságua no litoral oeste do Ceará, entre os municípios de Paracuru e Paraipaba. Seus aluentes mais signiicativos são os que comportam as principais barragens da bacia: Frios, Caxitoré e Tejuçuoca, na margem esquerda, e Canindé, Capitão-Mor e Melancia, na margem direita. Os rios desta bacia dependem muito da regularidade das precipitações pluviométricas e é caracterizada por rios intermitentes, pois, mesmo quando chove muito na estação chuvosa, o forte índice de insolação produz a evaporação das águas com rapidez, deixando seco o leito dos rios e riachos. Devido a seu relevo acidentado e um solo com rápida absorção, a área que delimita a RPPN não apresenta espelhos d’água expressivos, observou-se somente o leito de escorrimento das águas proveniente das chuvas. No entorno imediato da RPPN, dentro da propriedade, há três corpos de água: o Riacho das Pedras, um riacho intermitente com baixo luxo de água, forma pequenos remansos de água 22 parada no inal do período chuvoso que secam totalmente no período seco; um açude secundário, mais antigo e inativado que quase chega a secar no período de estiagem e um açude principal construído em 2005, que armazena grande quantidade de água durante todo o ano, sendo a principal fonte hídrica disponível tanto para a sede da propriedade, quanto para os animais no período seco (ANEXO 6). Figura 2: Riacho das Pedras, RPPN Francy Nunes, no inal do período chuvoso início do seco. Figura 3: Pontos hídricos da RPPN Francy Nunes e de seu entorno. *Pontos hídricos da RPPN Francy Nunes e de seu entorno: Açude principal (pontos de coleta P 1 = S 4°1’58.3” e WO 39°29’19.60”, P2 = S 4°1’57.6” e WO 39°29’18.50”, P3 = S 4°1’59.10” e WO 39°29’19.21”), Riacho das Pedras (P 4 = S 4° 1’55.40” e WO 39°29’31.80”), Açude Secundário (P5 =, S 4°1’57.67” e WO 39°29’46.26”), Olho d’água extinto (P6 = S 4°1’34.42” e WO 39°29’17.93”), Olho d’água remanescente (P7 = S 4°1’23.71” e WO 39°29’16.31”). 23 Figura 4: Olho d’água próximo a RPPN Francy Nunes no período chuvoso de 2007. Todos os parâmetros físico-químicos analisados (PH, salinidade, O2 dissolvido, CO2 dissolvido, amônia, nitritos, fosfatos, sílica, condutividade, etc.) para as águas dos açudes e riacho mostraram que essas fontes possuem boas condições de qualidade da água para o desenvolvimento de organismos aquáticos e os parâmetros microbiológicos (Coliformes Termotolerantes - Escherichia coli) estão dentro dos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 357/05, para as águas doces da Classe 2, bem como, pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde dos padrões de potabilidade. As três fontes analisadas apresentaram baixa diversidade planctônica, tanto ito quanto zooplanctônica, relexo da pouca lâmina d’água do período de coleta. 3.1.6. Vegetação A RPPN Ambientalista Francy Nunes apresenta lora e isionomia típica de Caatinga. As plantas da Caatinga possuem estratégias variadas para suportar o déicit hídrico. A maioria das plantas arbustivas e arbóreas perde ou elimina totalmente suas folhas, evitando a evapo-transpiração, enquanto que a maioria das herbáceas morre (com ciclo de vida anual), deixando apenas um banco de sementes que germina com as primeiras chuvas de verão – resultando em uma paisagem semiárida, com árvores sem folhas e com bastante serrapilheira sob o solo. Figura 5: Variação anual da vegetação na RPPN Ambientalista Francy Nunes. *Variação anual da vegetação na RPPN Ambientalista Francy Nunes. Acima, uma foto tirada no mês de maio, mostrando a exuberante vegetação de um dos serrotes protegidos pela RPPN; abaixo, uma foto da mesma paisagem tirada no mês de setembro, mostrando a vegetação já com poucas folhas. A estrutura da vegetação (densidade, estrutura vertical e diamétrica), varia pouco ao longo da RPPN, tendo sido encontradas áreas típicas de Savana Estépica sensu Veloso (1991) ou Caatinga sensu Figueiredo (1997) e formações de maior porte, que embora se assemelhem à Floresta Estacional Decidual sensu Veloso (1991) ou à Mata Seca sensu Figueiredo (1997), possuíam lora típica de Caatinga, 24 sendo também consideradas como Savana Estépica. A sazonalidade pluviométrica, com alternância anual entre período seco e chuvoso, implica em adaptações das espécies nativas à sazonalidade climática, envolvendo principalmente a caducifólia e ciclos de vida anuais, que conferem à vegetação conspícuas alterações ao longo do ano. Durante o período chuvoso, a vegetação apresenta-se bastante exuberante: o componente herbáceo desenvolve-se rapidamente com as primeiras chuvas, preenchendo as clareiras e as margens das trilhas, atingindo até 2 m de altura, como no caso do bamburral (Hyptis suaveolens), sob insolação direta em áreas de vegetação aberta; o componente arbustivo-arbóreo encontra-se frondoso e a maioria das plantas (herbáceas, arbustivas e arbóreas) loresce durante esse período. Metodologia Para os estudos da vegetação foram percorridas duas longas trilhas no interior da RPPPN e realizadas parcelas para amostragem da vegetação onde foram armazenadas em sacos plásticos e posteriormente, prensadas para montagem de exsicatas. As amostras prensadas foram levadas ao Laboratório de Fitogeograia da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, onde foram desidratadas em estufa. O material coletado foi montado em exsicatas, identiicado e tombado no Herbário Prisco Bezerra (EAC) da Universidade Federal do Ceará. Ao todo, foram coletadas 279 amostras de vegetais (árvores, arbustos, ervas e trepadeiras) com as quais foram registradas 177 espécies (herbáceas, arbustivas, arbóreas ou trepadeiras) pertencentes a 55 famílias (Anexo 16 ). Fisionomias e diversidade De um modo geral, a composição do componente herbáceo incluiu caméitos, geóitos, teróitos, hemicriptóitos e lianas. O componente arbustivo-arbóreo é constituído por nano e microfaneróitos (altura entre 1 e 16 m) em geral, bastante ramiicados, com altura variando majoritariamente entre 3 e 5 m, com alguns indivíduos de 8 ou 9 m (e.g. Myracrodruon cf. urundeuva - aroeira , Tabebuia sp.- pau d’arco, Ceiba glaziovii - barriguda), raramente excedendo 12 m. Em geral, as espécies inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes foram espécies freqüentes e comuns em outros levantamentos feitos na Caatinga cearense (e.g. Mederios, 1995; Figueiredo et al., 2000) e tidas como típicas para essa vegetação por obras de referência cientíica (Veloso et al., 1991; Leal et al., 2003). Essas espécies foram subdivididas de acordo com a freqüência e quantidade que foram encontradas na Reserva, a saber: Espécies comuns – Foram consideradas espécies comuns aquelas que ocorreram em pelo menos 50% das parcelas de 100 m² estudadas ou espécies que não atingiram os critérios mínimos para inclusão no estudo itossociológico, mas que foram amplamente observadas em várias regiões da RPPN (*), são elas: • Alternanthera brasiliana (Amaranthaceae) - Cabeça de velho • Aspidosperma pyrifolium (Apocynaceae) – Pereiro ou pitiá • Auxemma oncocalyx (Boraginaceae) – Pau-branco • Bauhinia cf. cheilantha (Fabaceae) - Mororó • Caesalpinia bracteosa (Fabaceae) - Catingueira • Cereus jamacaru (Cactaceae) - Mandacaru • Cissus albida (Vitaceae) - Burdião • Combretum leprosum (Combretaceae) - Mofumbo • Capparis lexuosa (Brasicaceae) – Feijão-bravo • Helicteres heptandra (Malvaceae) 25 • Ipomoea spp. (Convolvulaceae) - Trepadeira • Justicia fragilis (Acanthaceae) • Mimosa caesalpiniifolia (Fabaceae)- Sabiá • Streptostachys asperifolia (Poaceae) - Capim • Tabebuia sp. (Bignoniaceae) - Pau d’arco • Ziziphus joazeiro (Rhamnaceae)- Juazeiro • João-Mole (Nyctaginaceae não identiicada) Duas espécies foram muito comuns durante o estudo: Bauhinia cf. cheilantha (mororó) e Capparis lexuosa (feijão bravo), embora somente a última tenha ocorrido em todas as parcelas. Seis espécies foram comuns, com freqüência variando entre 50% e 60%: Auxemma oncocalyx (pau-branco), Combretum leprosum (mofumbo), Nyctaginaceae (espécie indeterminada), Tabebuia sp. (pau-d’arco), Croton blanchetianus (marmeleiro) e Mimosa caesalpiniifolia (sabiá). Espécie mais abundantes foram C. lexuosa – feijão-bravo (11,96%), seguida por A. oncocalyx pau-branco (11,04%), Bauhinia sp. (8,59%), Bauhinia cf. cheilantha - mororó (7,36%), M. caesalpiniifoliasabiá (7,06%) e C. blanchetianus - marmeleiro (6,75%). A abundância das demais espécies decresce gradativamente de 4,29% a 0,31%. A forte expressão de A. oncocalyx - pau-branco, tanto em abundância quanto em área basal, é comum no Ceará, sendo sua dominância também reportada por Figueiredo et al. (2000) para a Reserva da Serra das Almas (Crateús). Espécies raras – Consideradas as espécies que apresentaram baixa abundância ou distribuição aparentemente restrita a habitats especíicos – de modo que foram encontradas em lugares especíicos da reserva: Pilosocereus chrysostele (Cactaceae) - facheiro, Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae) – herbácea que ocorre em aloramento rochoso. Figura 6: Inlorescência de Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae). Espécies endêmicas – Espécie endêmica é aquela cuja distribuição é restrita a determinado habitat ou região geográica – um conceito relativo, que depende da escala em que se trabalha. Muitas espécies inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes são endêmicas da Caatinga, porém de ampla distribuição no nordeste brasileiro, como Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae). Nesta seção foram consideradas apenas as espécies endêmicas do Ceará: Auxemma oncocalyx (Boraginaceae) - paubranco e Pilosocereus chrysostele (Cactaceae) – facheiro. Espécies exóticas – São espécies que, geralmente por intervenção humana, chegam a ecossistemas ou biomas dos quais não são nativas. No novo ambiente, algumas dessas espécies podem depender do homem para se reproduzir ou podem estabelecer populações auto-suicientes, sem a necessidade da intervenção humana (exóticas estabelecidas). Foram encontradas 2 espécies exóticas, estabelecidas durante o estudo: Calotropis procera (Apocynaceae) – ciúme, algodão-de-seda ou lor de seda) e Cryptostegia grandilora (Apocynaceae) – viuvinha-alegre, unha-do-diabo ou boca-de-leão, sendo esta considerada invasora. 26 Espécies invasoras – Segundo o Programa Global de Espécies Invasoras – GISP (Matthews, 2005), são espécies exóticas que estabelecem populações auto-sustentáveis em regiões das quais não são nativas e são capazes de avançar autonomamente sobre ecossistemas naturais ou degradados dessas regiões, causando impactos sobre a biodiversidade Cryptostegia grandilora (Apocynaceae) – viuvinhaalegre, unha-do-diabo ou boca-de-leão. Figura 7: Espécime de Cryptostegia grandilora no entorno da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Espécies bioindicadoras – São espécies cuja presença em determinado ambiente trás implicações sobre seu estado ecológico. As espécies bioindicadoras encontradas na RPPN Ambientalista Francy Nunes são, em geral, espécies pioneiras, que são abundantes ou dominantes em ambientes perturbados: a exótica Calotropis procera (Apocynaceae) - ciúme, Croton blanchetianus (Euphorbiaceae) – marmeleiropreto, Senna unilora e Senna occidentalis (Fabaceae) mata-pasto. Figura 8: Flor de Senna unilora (esquerda) e fruto de Senna occidentalis (direita) – espécies indicadoras da presença de gado. Espécies de importância econômica – Foram encontradas espécies de importância econômica (madeira) na região, embora não tenha sido registrado qualquer indício de extração de madeira para tais ins dentro da Reserva. • Madeira nobre: Tabebuia spp. (Bignoniaceae) pau-d’arco, Myracrodruon cf. urundeuva (Anacardiaceae) - aroeira, Dalbergia cf. cearensis³ (Fabaceae) – violete e Amburana cearensis (Fabaceae) - cumaru • Lenha e carvão: Croton blanchetianus (Euphorbiaceae) – marmeleiro-preto e várias espécies do gênero Mimosa (Fabaceae) Espécies ameaçadas de extinção – Espécies incluídas em listas oiciais de perigo ou ameaça de extinção (IUCN, 2007 e MMA, 2008). • Amburana cearensis (Fabaceae) cumaru – Espécie de tronco característico, com casca avermelhada, possui ampla distribuição geográica (ocorrendo do norte do Brasil até a Argentina). Apesar de ser atualmente considerada pela IUCN (2007) como “endangered” (em perigo de extinção), foi encontrada diversas vezes na RPPN Ambientalista Francy Nunes. 27 • Mimosa caesalpiniifolia (Fabaceae) sabiá – Apesar de constar na lista da IUCN (2007) como “vulnerável”, é uma espécie geralmente abundante na Caatinga, tendo inclusive sido enquadrada como uma das espécies mais comuns da RPPN Ambientalista Francy Nunes. (ver tópico “espécies comuns”). • Myracrodruon cf. urundeuva (Anacardiaceae) aroeira – Ocorre em vários estados do Brasil e outros países da América do Sul. No nordeste, é considerada como ameaçada pelo Ministério do Meio Ambiente (2008) somente para os estados do Maranhão e Bahia; sendo também listada pela IUCN (2007) por haver dados insuicientes sobre suas populações naturais. Apesar de sua identiicação ainda não ter sido conirmada pela falta de órgão reprodutivos durante as visitas à RPPN, foi amplamente encontrada em várias regiões da reserva. • Pilosocereus chrysostele (Cactaceae) facheiro – Embora não esteja incluída em nenhuma lista oicial de espécies ameaçadas, essa espécie é pouco conhecida no Ceará. Os espécimes encontrados podem tratar-se de uma sub-espécie endêmica do Ceará (ver tópicos “espécies raras” e “espécies endêmicas”). Como somente 3 indivíduos vivos foram encontrados em toda RPPN e seu entorno, seu habitat parece ser restrito e a espécie pode estar ameaça de extinção local. Contudo, são necessários estudos populacionais com amostragem mais robusta para conirmar o estado dessa espécie na região. • Pilosocereus piauhyensis (Cactaceae) – Espécie nativa do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, foi listada pela IUCN (2007) como “Near Threatened” (“Quase ameaçada”). Essa espécie não foi encontrada na RPPN nem em seu entorno (Fazenda Natália), embora tenha sido encontrada na Fazenda Santa Glória (Município de General Sampaio, próxima à Fazenda Natália) e seja comum nas caatingas menos degradadas dos municípios de Caridade, Guaramiranga e adjacências (M. O. T. Menezes, observação pessoal). Esta espécie, não tendo sido encontrada no interior da RPPN, pode ter sido localmente extinta da reserva e seu entorno imediato (uma amostragem mais abrangente é necessária para conirmar essa situação). • Pithecoseris pacourinoides (Asteraceae) – Espécie típica do Nordeste brasileiro (Mabberley, 2008), não é listada em listas oiciais de perigo ou ameaça de extinção. Contudo, sua distribuição parece ser restrita dentro da RPPN e sua população, pouco abundante (ver tópico “espécies raras”), podendo estar em perigo de extinção local. Assim como P. chrysostele, essa espécie necessita de mais estudos para conirmar sua situação como ameaçada ou não no local. A lista completa de todas as espécies vegetais inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes encontra-se no Anexo 16. Paisagem e Estagio Sucessional O estágio sucessional da RPPN varia entre médio e avançado, apesar de serem encontradas espécies relacionadas a estádios iniciais e mesmo a áreas antropizadas, como é o caso das áreas atingidas pelas queimadas e por cortes seletivos no passado. 28 Mapa 7: Estágio sucessional na RPPN Francy Nunes. Principais ameaças a lora da RPPN Durante o estudo foram constatadas 4 fontes de alteração ou degradação ambiental na RPPN e em seu entorno: o fogo (queimadas ou incêndios lorestais), corte de árvores ou mesmo desmatamento, o pastoreio (gado caprino, ovino e bovino) e a bioinvasão. A seguir, uma sucinta descrição dos impactos e seus respectivos efeitos sobre a biodiversidade. 29 Figura 9: À esquerda, foto na estação seca com árvore caída e a clareira deixada pelo fogo no interior da reserva. À direita, extração de madeira para produção de carvão no entorno imediato da reserva. Permanente risco de fogo e incêndio lorestal – presença de fogo, segundo relatos de um morador da região, os incêndios lorestais que ocorrem na área são iniciados por caçadores, que fazem fogueiras na mata e as abandonam ou perdem o controle do fogo, que se espalha pela região. O fogo pode causar intensas perturbações ecológicas. Afeta principalmente plântulas, ervas e trepadeiras – causando sua morte, e em situações mais severas, pode chegar a derrubar árvores de grande porte, criando grandes clareiras. Corte de árvores/extração de madeira – Árvores, arbustos e trepadeiras são cortados para abertura de trilhas, acampamentos (caçadores), obtenção de madeira, lenha, carvão e construção de cercas. Dentro da RPPN foi constatado somente o corte para abertura de trilhas e acampamentos (locais de pernoite) de caçadores, mas as demais atividades foram constatadas no entorno. Presença de animais de criação – A pecuária praticada nas fazendas do entorno da RPPN é predominantemente extensiva: o gado é solto e geralmente tem acesso à todo o terreno de seu proprietário. Em busca do pasto, o gado abre trilhas (tanto pela herbivoria quanto pelo pisoteio). Á medida que vai se locomovendo e se alimentando, promove a dispersão de sementes epizoocóricas e reduz a biomassa do estrato herbáceo (ervas e plântulas). Essa perturbação altera a dinâmica desse estrato em curto ou médio prazo, podendo modiicar o padrão itossociológico natural das ervas; e altera a dinâmica populacional de árvores e arbustos a médio ou longo prazo (devido ao consumo de suas plântulas). Além do gado a criação de caprivos soltos pastando nas matas também é bastante forte na região. Figura 10: Gado bovino (esquerda) e caprino (direita) pastando no entorno oeste da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Presença de espécies exóticas – Foram registradas duas espécies exóticas na RPPN Ambientalista Francy Nunes: Calotropis procera (ciúme, lor de seda, algodão de seda) e Cryptostegia grandilora 30 (boca de leão, viúva alegre), ambas espécies estabelecidas no Nordeste do Brasil, com o diferencial que C. procera não é invasora, desenvolvendo-se apenas em áreas muito degradadas; enquanto que C. grandilora tornou-se invasora da caatinga (Souza & Lorenzi, 2008). 3.1.7. Fauna Herpetofauna Metodologia Foi realizado um levantamento bibliográico sobre a herpetofauna presente no Bioma Caatinga para o levantamento de dados secundários. Infelizmente, são poucos os trabalhos de levantamento da herpetofauna das caatingas, praticamente restringindo-se ao levantamento geral apresentado por Rodrigues (2003) e aos dados levantados pelo Projeto Biodiversidade com áreas nos estados do Ceará (RPPN Serra das Almas) (Borges-Nojosa & Cascon, 2005), da Paraíba (Parque Estadual Pedra da Boca) (Arzabe et al., 2005) e de Pernambuco (RPPNs Maurício Dantas e Cantidiano Valgueiro) (Borges-Nojosa & Santos, 2005). A metodologia utilizada para o levantamento preliminar in locu da herpetofauna constou das seguintes atividades: Armadilhas de Queda (Pitfalls), Buscas Ativas, Transectos Visuais, Observações e Informações adicionais dos moradores locais. Resultados A amostra total realizada na RPPN foi composta por 407 espécimes observados, sendo 183 anfíbios e 224 répteis representando uma diversidade de 16 espécies de anfíbios distribuídas em sete famílias de duas ordens e 33 espécies de répteis distribuídas em sete famílias de lagartos (15 spp.) e quatro de serpentes (18 spp.) – a listagem completa está no Anexo 17. Os dados em conjunto, abrangendo tanto anfíbios como répteis, são relevantes por mostrarem mais um levantamento para o Bioma Caatinga. A herpetofauna presente na Reserva Francy Nunes apresenta características típicas de ambiente seco, correspondendo ao esperado para as áreas de caatinga. A maioria das espécies é de ampla distribuição, embora seja possível registrar espécies endêmicas do Bioma Caatinga, como o sapo Pleurodema diplolistris e os lagartos Briba brasiliana, Hemidactylus agrius, Lygodactylus klugei e Tropidurus semitaeniatus. Não foram identiicadas espécies ameaçadas de extinção, nem casos de novos registros para o Estado do Ceará. ESPÉCIES DA HERPETOFAUNA ENCONTRADAS NO LEVANTAMENTO Figura 11: Calanguinho de rabo azul (Micrablepharus maximiliani), à esquerda. Figura 12: Falsa Coral (Oxyrhopus trigeminus), à direita. 31 Figura 13: Pleurodema diplolistris (foto: Renato Gaiga), à esquerda. Figura 14: Briba brasiliana (foto: Renato Gaiga), à direita. Figura 15: Hemidactylus agrius, à esquerda. Figura 16: Lygodactylus klugei, à direita. Figura 17: Tropidurus semitaeniatus (foto: Rich Hoyer). Em toda a RPPN Francy Nunes, as espécies mais abundantes e freqüentes foram os anfíbios Proceratophrys cristiceps (72 exemplares) e Rhinella granulosa (35 exemplares), e os lagartos Tropidurus hispidus (72 exemplares) e Cnemidophorus ocellifer (64 exemplares). Entre as serpentes, Philodryas nattereri foi a mais abundante e freqüente. 32 Figura 18: Lagarto (Tropidurus hispidus) à esquerda, Sapo boi (Proceratophrys cristicep) ao centro e largatixta (Cnemidophorus ocellifer) à direita espécies mais abundantes e frequentes encontradas na RPPN. Tabela 4: Valores sobre a riqueza e abundância da herpetofauna da Fazenda Natália e RPPN Francy Nunes durante o período do maio/2007 a junho/2008. Táxon Diversidade / Abundância ANFÍBIOS 7 Famílias – 16 spp LAGARTOS 7 Famílias – 15 spp. SERPENTES 4 Famílias – 18 spp. TOTAL (16 anfíbios + 33 répteis = 49) ANFÍBIOS 183 exemplares LAGARTOS 198 exemplares SERPENTES 26 exemplares TOTAL (183 anfíbios + 224 répteis = 407) 1-Riacho 2-Morrinho Riqueza (no. espécie) 14 6 5 9 4 1 23 16 Abundância (exemplares) 100 61 45 66 4 1 149 128 Pontos 3-Cerca 4-Vale Outros 2 9 3 14 4 8 2 14 1 12 13 26 5 44 4 53 16 41 3 60 1 2 14 4 A riqueza da RPPN Francy Nunes observada foi razoável, mas quando comparada com outras áreas anteriormente estudadas nos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco, apresenta números superiores. Porém, preocupa a aparente ausência de espécies típicas das caatingas que não foram observadas, como os anuros Leptodactylus fuscus, Dendropsophus microcephalus e a serpente Helicops leopardinus, conhecida como cobra d’água ou jararaca d’água. Pelos dados atuais, não é possível saber se o esforço foi baixo ou a degradação ambiental seria a principal causa. Porém, indica-se que seja realizada a continuidade no levantamento da herpetofauna. Ameaças a Herpetofauna A área que apresentou maior riqueza de espécies encontra-se no entorno imediato da reserva, porém fora da área protegida pela RPPN, nas proximidades do Riacho das Pedras. Uma das ações de proteção que se deve priorizar, especialmente para a herpetofauna, é considerar a ampliação da área da reserva para incluir pelo menos algum trecho do Riacho no seu domínio, ou manter ações permanentes de conservação do riacho. Avifauna Metodologia A pesquisa foi realizada na propriedade onde se encontra a RPPN, no interior da RPPN, bem como em seu entorno. O levantamento foi baseado em registros visuais e auditivos, auxiliados pelo uso de binóculos e emissão oportuna de sons de espécies de ocorrência presumível. Sempre que possível, os 33 contatos com as aves foram documentados através de fotograias e gravações de sons diagnósticos. Uma lista das espécies foi composta conforme a nomenclatura proposta pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (2007). Duas áreas próximas foram satisfatoriamente inventariadas, a fazenda Canaã, no município de Pentecostes, e a reserva Mãe da Lua, no município de Itapajé (ver Redies 2008). A comparação crítica das três listagens indica que foram levantadas cerca de 90% das espécies de aves da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Resultados O bioma Caatinga tem cerca de 350 espécies de aves, excetuando-se a fauna das serras úmidas. Este total representa um quinto das espécies de aves brasileiras, todavia, a vegetação da caatinga não é homogênea, assim como sua avifauna respectiva. A microrregião do médio Curu é originalmente revestida de caatinga (com inluência de matas secas associadas às serranias), onde se encontra a RPPN Ambientalista Francy Nunes, indicando com isso que há heterogeneidade das espécies encontradas. Foram identiicadas 124 espécies de aves na área de estudo (Anexo 18), das quais 44 tiveram seu canto gravadas. Duas são consideradas ameaçadas de extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente, 2003, sendo estas o jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca) e o pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae), cujos status respectivos são “Vulnerável” e “Em Perigo”. Figura 19: Jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca), à esquerda. Figura 20: Pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae), à direita. Uma das aves encontradas, o corujão (Pulsatrix perspicillata) não consta na lista de aves da caatinga (Pacheco 2004), devendo ocupar mais ambientes do que se conhece atualmente, sendo provável que dependa da mata seca das serras para se manter na região. Assim como o corujão, uma espécie de gavião (Buteo nitidus) comum em serras úmidas do Ceará também ocorre fora delas próximo de serras secas (i.e. Pedra Branca, Olmos et al. 2005), entretanto, caso ocorra na depressão sertaneja, seria em densidade inferior. Um registro importante foi o do gavião (Accipiter bicolor), uma espécie lorestal, cujo único e último registro no Estado foi em 1926 por Snethlage. A ausência de determinadas espécies aquáticas (patos, galinhas-d’água, etc.) deve-se aos poucos ambientes lacustres, contudo, outras aves como o arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris), o canário-da-terra (Sicalis lavela), o pintassilgo (Carduelis yarrellii) e o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) provavelmente sumiram devido à degradação histórica da paisagem e ao tráico de animais silvestres, dirigido especiicamente às três últimas delas. Outras espécies têm ausência aparentemente natural, como o farinheiro (Myrmorchilus strigilatus), sendo comum em áreas de caatinga na depressão sertaneja ao sul da área de estudo. O jacu-verdadeiro é a única espécie da lista que foi incluída a partir de entrevistas, considerando sua raridade e importância. Outras aves de ocorrência sugerida em entrevistas não foram incluídas 34 na listagem, como o urubu-rei (Sarcoramphus papa), o gavião-pé-de-serra (Buteo melanoleucus) e o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), sendo este último indicado para o município de Tejuçuoca. 19 espécies foram encontradas apenas em 2007, enquanto outras 19 somente em 2008, contudo, isto não relete necessariamente uma associação aos períodos secos e chuvosos, e nesse sentido, pelo menos 15 espécies foram consideradas migratórias da região. Ameaças a Avifauna Em relação às ameaças locais, 13 espécies estariam mais sujeitas à caça e outras 11 ao tráico de animais silvestres (tabela abaixo). Aproximadamente 36 aves encontradas na área de estudo prestam relevantes serviços de polinização e dispersão vegetal (funcionando como plantadores de mata), enquanto outras 65 controlam insetos. Tabela 5: Avifauna ameaçada na RPPN Francy Nunes. Qde 13 11 Espécie Nome local Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) Nothura boraquira (Spix, 1825) Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) Penelope jacucaca Spix, 1825 VU Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) Neocrex erythrops (Sclater, 1867) Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) Cariama cristata (Linnaeus, 1766) Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 Aratinga cactorum (Kuhl, 1820) Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) Turdus ruiventris Vieillot, 1818 Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) Sporophila albogularis (Spix, 1825) Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823) Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) nambu-pé-encarnado nambu-pé-roxo codorniz patarrona jacu-verdadeiro carão três-potes pai-luís galinha-d’água-azul sariema rola-azul avoante juriti periquito-do-sertão cancão sabiá-gongá sabiá-bico-de-osso bigodeiro gola campina bicudo bom-é corrupião-preto corrupião Nome em Português inhambu-chororó inhambu-chintã codorna-do-nordeste pé-vermelho jacucaca carão saracura-três-potes turu-turu frango-d’água-azul seriema pararu-azul pomba-de-bando juriti-pupu periquito-da-caatinga gralha-cancã sabiá-laranjeira sabiá-poca bigodinho golinho cardeal-do-nordeste azulão iraúna-de-bico-branco encontro corrupião Ameaça caça tráico AVES SUSCETÍVEIS AO TRÁFICO Figura 21: Bigodeiro (Sporophila lineola), à esquerda. Figura 22: Campina (Paroaria dominicana), à direita. 35 Figura 23: Cancão (Cyanocorax cyanopogon), à esquerda. Figura 24: Corrupião (Icterus jamacaii), à direita. AVES SUSCETÍVEIS À CAÇA Figura 25: Patarrona (Amazonetta brasiliensis), à esquerda. Figura 26: Pai Luís (Neocrex erythrops), à direita. Figura 27: Avoante (Zenaida auriculata), à esquerda. Figura 28: Codorniz (Nothura boraquira), à direita. Mastofauna Metodologia Para o levantamento da mastofauna da região foram aplicados quatro métodos complementares de amostragem: armadilhas do tipo gaiola; busca ativa; armadilha de interceptação e queda e entrevistas. Para o levantamento de morcegos foram utilizadas redes de neblina para captura, busca ativa e entrevistas. Também foram realizados registros de quatro espécies por carcaças ou peles antigas, devido a isto estas não foram contabilizadas nas estatísticas de diversidade de espécies. 36 O levantamento da fauna de mamíferos na RPPN ocorreu em duas etapas: a primeira foi realizada no im do período chuvoso (maio de 2007) e a segunda campanha no período seco (julho de 2008). Para cada indivíduo capturado, foi registrado um número de campo individual além da data de captura, o ponto de amostragem onde foi capturado, as medidas biométricas, aferida a massa, fase etária e sexo. Espécimes testemunhos coletados tiveram seu esqueleto, crânio e pele preservados e estão depositados na coleção Mastozoologica da Universidade Federal de Pernambuco, conforme licença do IBAMA 148321/2008. Além disso, amostras de tecidos musculares e do fígado foram preservadas em álcool 70°GL. Para a análise da riqueza de espécies foram utilizados os índices estimadores de riqueza Jackknife 1º e 2º ordem, ACE, ICE, CHAO1, CHAO2 e Boostrap (COLWELL, 2005). As espécies foram classiicadas seguindo a taxonomia de Wilson & Reeder (2005), com exceção das espécies de pequenos marsupiais que seguiram a nomenclatura sugerida por Voss et al. (2005). Resultados Foram identiicadas 40 espéceis de mastofauna para a Reserva (Anexo 19), sendo três consideradas ameaçadas segundo MMA (2003), todas na categoria VULNERÁVEL, o gato maracajá-assu (Leopardus pardalis), a onça parda (Puma concolor) e o gato-do-mato (Leopardus tigrinus) também considerado ameaçado na mesma categoria segundo a lista vermelha da IUCN (2008). O mocó (Kerodon rupestris) é a única espécie considerada como endêmica do Bioma Caatinga, porém é apontada por moradores locais como extinta na região. Nenhuma espécie registra é considerada como de distribuição restrita. Um dado importante, foi o registro do morcego Mimon crenulatun, quiróptero registrado apenas duas vezes para o bioma Caatinga (Mares et al. 1981; Vieira, 1942) e sendo, através desse levantamento, o primeiro registro para o Ceará. Os resultados de abundância de espécies mostram uma dominância do morcego-vampiro e do cassaco, estas são espécies consideradas ruderais, ou seja, estas se beneiciam de alterações ambientais causadas pela ação antrópica. O morcego-vampiro foi favorecido com a introdução de espécies exóticas, como o gado que ao ser trazido para a região provocou um forte aumento na populações desta espécie. Já o cassaco é grande freqüentador de áreas degradadas com vegetação secundária. Estes resultados indicariam a área como sendo em recuperação e dominada por espécies comuns em áreas degradadas, porém a preesença do morcego M. crenulatum, espécies que tida como rara e indicadora de áreas bem conservadas, indique que a área possa estar em um estágio de recuperação intermediário, o que possibilitou o aparecimento tanto de espécies ruderais como de espécies raras ou que a área está em um nível inicial de recuperação, porém abrigue ilhas de áreas mais conservadas que estão disseminando espécies raras em seu entorno. Figura 29: Catita (Gracilinanus agilis), à esquerda. Figura 30: Rabo-de-lápis (Monodelphis domestica), à direita. 37 Figura 31: Morcego (Mimon crenulatun). Figura 32: Raposa (Cerdocyon thou), à esquerda. Figura 33: Caititu (Pecari tajacu), à direita. Ameaças Onze das espécies registradas na RPPN Francy Nunes (mais de 25% das espécies) têm como principal ameaça a caça, sendo que duas destas são tidas como extintas localmente por este motivo. Cinco espécies são freqüentemente abatidas por moradores devido a conlitos com as atividades de agricultura, pecuária e avicultura, pois são predadores de cabras, galinhas ou se aproveitam das culturas vegetais para se alimentar. O restante sofre com a perda de habitat de acordo com seus diferentes níveis de exigência ecológica, por exemplo, o cassaco, é adaptável a quase todos os ambientes criados pelo homem, já o papa-mel (Eira barbara) tem maiores exigências ecológicas e precisa de um ambiente equilibrado para se perpetuar. Devido à perda de habiat o papa-mel é considerado extinto na região. 3.1.8. Geoprocessamento Metodologia Foram utilizadas diversas técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, para se chegar ao zoneamento da unidade, cuja base foi uma análise integrada dos diversos fatores que compõem a paisagem ode está inserida a RPPN. 38 A análise multicritério em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográica -permitiu uma análise integrada dos diversos fatores físico, biótico e antrópico, abordando a região como um sistema composto por múltiplas variáveis que se relacionam entre si e com outros sistemas, sendo a metodologia dividida em três etapas: 1ª Etapa: Elaboração do SIG Base - união em ambiente SIG de todas as bases cartográicas da região. As informações foram adequadas para o Datum SAD69 e projeção UTM zona 24 sul e o SIG elaborado com base nas seguintes fontes: • Sedes Municipais (Fonte: ATLAS CPRM, 2003); • Localidades (Fonte: ATLAS CPRM, 2003); • Sistema Rodoviário (Fonte: IPECE, 2008); • Limite Municipal (Fonte: IPECE, 2008); • Hidrograia Regional (Fonte: SRH, 2008); • Clima (Fonte: FUNCEME) • Geologia (Fonte: ATLAS CPRM, 2003); • Solos (Fonte: IDACE, 1988); • Indicadores Sociais (Fonte: IPECE, 2008); • Áreas Prioritárias PROBIO (Fonte: MMA 2007); • Imagem Orbital do Satélite Landsat-5 de 14/07/2006; (Fonte: INPE) • Imagem Orbital do Satélite Ikonos de 02/09/2009 (Fonte: Adquirida pelo Projeto). • Modelo Digital de Elevação – MDE, elaborado através de topograia por radar (Shuttle Radar Topography Mission – SRTM), projeto internacional liderado pela NASA/EUA. 2ª Etapa: Geração dos Planos de Informação - Com as informações no SIG, diversas técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento foram utilizadas para gerar treze Planos de Informação: 1. Localização e Acesso - utilizado como base o Atlas da CPRM do ano de 2003 e a malha viária mapeada pelo IPECE. 2. Clima - elaborado a partir do mapeamento elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME. 3. Geologia - elaborado a partir do mapeamento na escala de 1: 500.00 elaborada pela CPRM e publicado no Atlas Geológico do Estado do Ceará em 2003. 4. Geomorfologia - interpretação do relevo com base em um MDE - Modelo Digital de Elevação, elaborado através de topograia por radar (Shuttle Radar Topography Mission – SRTM), projeto internacional liderado pela NASA/EUA. 5. Altitude - interpolação do MDE SRTM da NASA através de um TIN – Triangular Irregular Network. 6. Solos - utilizado o mapa do Zoneamento Agrícola do Estado do Ceará (1988). 7. Hidrograia - utilizada a extensão do software ArcGis 9.3 denominada de Arc Hydro Tools, que traça a drenagem de acordo com a topograia local, com base em um arquivo grid de elevação, foi utilizado o MDE SRTM da NASA para gerar a drenagem supericial com base no relevo com interpretação da imagem orbital do satélite Ikonos. 8. Unidades Fitoecológicas - recorte do mapeamento das itoisionomias mapeadas pela FUNCEME escalonadas de acordo com o estágio de regeneração obtido a partir do cálculo de um índice de vegetação, denominado NDVI, aplicado sobre uma imagem Landsat-5 de 14/07/2006. 9. Vegetação - elaborado através da classiicação supervisionada da imagem orbital do satélite Ikonos de 02/09/2009 com base em amostras identiicadas em campo. O classiicador utilizado foi o Battacharya que é o algoritmo disponível no SPRING para classiicar regiões de uma imagem segmentada. 10. Conectividade - Realizado o cálculo de um índice de vegetação NDVI, sobre a imagem Landsat-5 de 39 14/07/2006 e sobre a imagem do satélite Ikonos de 02/09/2009. 11. Indicadores Sociais - espacialização dos dados estatísticos de Índice de Desenvolvimento dos Municípios Cearenses disponibilizado pelo IPECE em 2006. 12. Comunidades de Entorno - realizado o georreferenciamento in-loco com uso de um receptor GPS. 13. Áreas Prioritárias do PROBIO - elaborado com base no Mapa de Áreas Prioritária do PROBIO aprovado pela deliberação do CONABIO Nº 46, de 20 de dezembro de 2006 e reconhecidas mediante Portaria MMA nº 9, de 23 de janeiro de 2007. 3ª Etapa: Zoneamento - De posse das informações geradas na etapa anterior foi possível realizar uma análise integrada destes fatores para gerar o zoneamento da unidade. Sendo este um instrumento voltado para o planejamento da reserva, proporcionando parâmetros e referências para uma reavaliação permanente do processo de planejamento. Resultados A partir dos estudos foram gerados 15 mapas que compõem este plano de manejo: 1. Acesso 2. Clima 3. Geologia 4. Geomorfologia 5. Altitude 6. Limnologia 7. Solos 8. Hidrograia 9. Cobertura vegetal 10. Vegetação 11. Indicadores Sociais 12. Comunidades do entorno 13. Possibilidade de Conectividade 14. Áreas prioritárias do Probio 15. Zoneamento Como a RPPN não possuía demarcações físicas e o proprietário não sabia informar os limites exatos no campo, foi necessário fazer o georreferenciamento da área, já que a escritura também não trazia os pontos georreferenciados, foram indicados no campo alguns dos limites da RPPN, para posterior inserção de marcos pelo proprietario. 40 Figura 34: Demarcação do início do limite da RPPN pela equipe de georreferenciamento. Figura 35: À esqueda, levantamento dos pontos georreferenciados para elababoração dos mapas. Figura 36: À direita, sugestão de marco para delimitação da RPPN. 3.1.9. Aspectos Históricos E Culturais DA RPPN Não foram identiicados na RPPN ou entorno imediato dos sítios históricos, paleontológicos e/ ou arqueológicos. Apenas foram identiicados dois locais na Reserva utilizados para práticas místicas e religiosas, sendo uma delas o Bico Alto que possui um pequeno altar com uma santa, onde as pessoas, especialmente os moradores da Fazenda Cana Verde, freqüentam para rezas da religião católica e outro um local demarcado com cerca e um cruciixo, representando um túmulo de um caçador que morreu no interior da propriedade por um acidente com a arma. O corpo do caçador não se encontra enterrado no local, porém os falimiares o visitam no dia dos inados para orações. Como os proprietários pertencem à religião evangélica, onde não são aceitos santos e adoração de imagens, a presença do altar no Bico Alto representa uma atividade de conlito entre os propreitários e os devotos vizinhos. 41 Figura 37: À esquerda, Santo e pequeno altar encontrado no Pico Alto. Figura 38: À direita, inscrições em árvore encontrada próximo ao limite entre as propriedades. DO ENTORNO A RPPN está localizada nos limites de 3 municípios: General Sampaio, Tajuçuoca e Apuiarés. Esse fato representa uma grande oportunidade para a RPPN, pois poderá envolver os 3 municípios na conservação da unidade, além de seus aspectos históricos e peculiaridades para incrementar a visitação e o turismo na RPPN. Abaixo um breve histórico dos três municípios: General Sampaio Localizado as margens do rio Curu, as terras de General Sampaio eram habitadas pelos índios Apuiarés. Com a colonização via as semarias, na época da implantação da pecuária, surge uma fazenda e um pequeno povoado, que até 1904 não passava de quatro casas, denominado Sítio Bom Jesus, Arraial do Bom Jesus ou Boqueirão da Mãe Teresa. Com a grande seca que assolou o Ceará em 1932, deu-se início a construção da barragem do Açude General Sampaio. Esta obra atrai milhares de pessoas, logo formou-se um grande acampamento, ao mesmo tempo em que o DNOCS construía suas casas de alvernaria, dando um impulso urbano para o local, contudo as escavações para a fundação do açude desencadearam uma epidemia que dizimou muitas pessoas, os trabalhadores encarregado pelos sepultamentos chegaram a deixar os corpos no caminho do cemitério para enterrar no dia seguinte. O açude foi inaugurado em 1935, à época o maior açude do Ceará. O nome do açude passa a ser também o da localidade. General Sampaio é uma homenagem ao soldado cearense Antônio Sampaio, morto na guerra do Paraguai e patrono da infantaria do exército Nacional. Sua elevação à categoria de distrito ocorreu segundo lei nº 1.156, de 4 de dezembro de 1933. Sua elevação à categoria de município ocorreu conforme Lei nº 3.338, de 15 de setembro de 1956, tendo sido instalado a 1º de março de 1957. No açude, hoje, são desenvolvidas atividades de criação de tilápia, há um balneário e casas antigas da época da construção do açude, onde moraram os engenheiros responspaveis pela obra, com potencial para o turismo local. Fonte: Site da Prefeitura se General Sampaio, IBGE e Wiikipédia Tejucuoca Na língua Tupi-Guarani, Tejuçuoca quer dizer morada de “Tejo” ou morada do “Tejuça”. Uma espécie de lagarto muito comum na região. Daí, o nome de um dos municípios mais jovens do Ceará. 42 Os moradores da Serra da Catarina que eles chamam Catirina em Tejuçuoca a 155 quilômetros de Fortaleza, tem uma história interessante para contar sobre a localidade dizem que, no começo do século existia pelas bandas de Irauçuba, um coronel chamado Pedro Barroso Valente. Quando Barroso queria eliminar um jagunço ou alguém a pedido de amigos, enviava essa pessoa para a Serra da Catarina, com um bilhete no bolso ordenando sua morte. Como os jagunços não sabiam ler pensavam que se tratava de uma carta de recomendação para trabalhar. Após o assassinato, o corpo era enterrado entre as grutas, daí surgiu o nome de furna dos ossos. Lenda ou não, o certo é que a serra da Catarina a 10 quilômetros da sede do município virou atração para estudiosos, arqueólogos e também local de romarias. Muitos vão pagar promessas em uma das cavernas, onde, há 45 anos foi colocada uma imagem de Nossa Senhora das Graças, e mais recente, foi feito um pequeno altar para Nossa Senhora Aparecida. Distrito criado com a denominação de Tejuçuoca, por ato estadual de 19-08-1818, subordinado ao município de São Francisco. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Tejuçuoca, igura no município de São Francisco. A divisão territorial atual e’ datada de 17-I-1991, o município é constituído de 2 distritos: Tejuçuoca e Caxitoré. A agropecuária e o comércio movimentam a economia da cidade. O Bode é uma das principais criações, onde há uma feira o Tejubode, inicialmente para comercialização dos animais e hoje uma grande atração com shows, praça de alimentação, vendas de souveniers, que movimenta o turismo no município. Na parede do açude do boqueirão há um ponto onde a saída da água é controlada formando uma cachoeira e ao seu pé um bar simples que vende tilápia frita, onde os moradores frequentam. Fonte: IBGE Apuiarés Em suas relações toponímicas, traduz-se por homenagem aos primitivos tapuias cujo signiicado etimológico traduz-se pela decomposição do substantivo apu (raiz) e o predicativo iaré (gosto de fruta), donde se obtém raiz que tem sabor de fruta. Possui dois distritos: Vila Soares e Canafístula, criados pelas Leis 6445 e 6446 de 21 de julho de 1963. O Município de Apuiarés é localizado na Mesorregião do Médio Curu. Suas raízes datam do Século XIX, com a denominação de Arraial do Jacu. Criou-se o distrito de Paz consoante Lei no. 1153, de 24 de novembro de 1864, já existindo na oportunidade considerável número de habitantes. Seus primitivos habitantes foram os índios Apuiarés, tapuias que habitavam a faixa de transição litorânea ao longo do rio Curu e eram tidos como indomáveis, infensos ao trato com os brancos e até mesmo como outras nações vizinhas. Em 1911, Arraial do Jacu igurava como distrito de Pentecoste na Divisão Administrativa do Brasil. Em 1946 ganhou a denominação atual, APUIARÉS (raiz com sabor de frutas). No dia 02 de fevereiro de 1946, passou a ser Paróquia de São Sebastião pelo decreto Nº 32. Assinado por Dom Antônio de Almeida Lustosa e seu primeiro pároco foi Antonio da Silveira Paixão. Na época em que foi elevado a distrito o Arraial já possuía a sua capela, tendo como patrono são Sebastião e como assistente religioso o Padre Manuel Ribeiro, sendo a mesma ilial da Matriz de Canindé. O Paroquiato foi criado em 2 de Fevereiro de 1946, envolvendo as Freguesias de General Sampaio e Tejuçuoca. Com a criação do Distrito de Pentecoste, em 1869, o Arraial do Jacu perdeu os seus privilégios distritais, vindo a recuperá-los em menos de um ano após o fato (Lei 1.330, de 10 de Outubro de 1870). Em 1956, com a Lei Nº 3.338, de 19 de maio, veio, juntamente com o distrito de General Sampaio, formar o Município deste mesmo nome, vindo a emancipar-se em seguida, com o nome atual, de acordo com a Lei no. 3.529, de 25 de janeiro de 1957, ocorrendo sua instalação a 1º de Março do mesmo ano. 43 Fonte: Site Oicial da Prefeitura Municipal de Apuiarés 3.1.10. Visitação Em função da topograia acidentada da área da reserva e da distancia da sede da propriedade à Reserva, 10 Km de caminhada por dentro da mata em terreno pedrogoso, a visitação a área da Reserva não é uma atividade realizada até o momento. Foram identiicadas apenas atividades de visitação e educação ambiental no entorno na reserva, nas imediações da sede da propriedade. As atividades desenvolvidas até o presente momento foram voltadas para a educação ambiental da comunidade do entorno por meio de cursos de: multiplicadores Ambientais, Apicultura e Produção de Mudas. Além disso, foram programadas e realizadas visitas de estudantes de colégios públicos e concurso de fotograia de natureza. A visitação de escolas e outros grupos são realizados de forma esporádica na propriedade, em uma trilha improvisada pelos prorpietários chamada de trilha do forno que passa pelas estruturas antigas da propiedade (velho açude e casa de taipa) e mata em estado inicial de recuperação, culminando em um forno que era utilizado para a produção de carvão. Tabela 6: principais potenciais recreativos, interpretativos e culturais identiicados na RPPN e propriedade. Na área da RPPN foram identiicados três atrativos: o conjunto de Barrigudas (Ceiba glaziovii), o Mirante do Bico Alto e o Mirante de Pedra. Há uma trilha que sai da sede da reserva e percorre o caminho que o gado fazia dentro da propriedade essa trilha foi extendida para os estudos do plano de manejo até o bico alto, tendo a extensão total de 10 km e culminando no ponto mais alto da unidade com 479 m de altitude, com uma vista privilegiada do vale do Curu. Ao longo dessa trilha, é possível observar grande parta da biodiversidade da reserva, passando por barrigudas e outras árvores de grande porte. A apartir do Bico Alto, o ponto mais elevado da RPPN, há uma outra trilha que liga o mirante do Bico Alto ao Mirante da Pedra. 44 Mapa 8: Trajeto da trilha a partir da sede, futuro centro de visitantes, que conduz aos três atrativos na RPPN: conjunto de Barrigudas (Ceiba glaziovii), Mirante do Bico Alto e Mirante de Pedra. Figura 39: Barrigudas encontradas na RPPN ao longo da trilha principal. 45 Figura 40: Vista do Bico Alto, ponto mais alto da região presente no interior da RPPN. Figura 41: Vista do mirante de pedra. Essas trilhas são na verdade uma picada aberta na mata de maneira improvisada, sem plenjamento de traçado. Não há nenhum tipo de sinalização ou infraestrutura de segurança ou de apoio para futuras visitas e a mesma apresenta processos erosivos em diversos pontos ao longo do seu percurso, não sendo realizado nenhum tipo de monitoramento dos impactos. Mapa 9: Localização da trilha que liga os principais atrativos da RPPN Ambientalista Francy Nunes. 46 Em virtude do difícil acesso a RPPN, a maior parte das oportunidades recreativas foi identiicada no entorno imediato, na fazenda Santa Úrsula onde está inserida a unidade. Áreas propícias à prática de esportes de aventura como rapel, tirolesa, falsa baiana, ponte de três cordas, trekking, além de corridas de orientação, acampamento e treinamentos empresariais. Mapa 10: Atrativos identiicados e atividades sugeridas. Também foram identiicadas ameças a essas atividades como sinais de fogo e extração da vegetação. As oportunidades para atividades interpretativas e de educação ambiental foram identiicadas na fazenda Natália nas proximidades da sede da propriedade como a antiga casa de taipa e o açude pequeno, elementos típicos da região que podem ser aproveitados para resgatar a cultura e a forma de vida do sertanejo. Outro importante elemento que poderia ser utilizado para atividades educativas é um antigo forno, utilizado para a produção de carvão e agora abandonado. Além desses, foram identiicados uma área plana na propriedade próxima a estrada CE com diferentes espécies arbóreas da caatinga de médio porte onde poderia ser instalada uma trilha onde o visitante pudesse conhecer essas espéceis e realizar atividades educativas. 47 Figura 42: À esqueda, Casa de taipa. Figura 43: À direita, Açude pequeno (Redenção). Figura 44: À esquerda, antigo forno para produção de carvão. Figura 45: À direita, Açude Grande (Monte Horebe). Outras potenciais atividades seria observação de aves, já que a abriga espéceis endêmicas como periquito do sertão (Aratinga cactorum), golinha (Sporophila albogularis) e galo de campina (Paroaria dominicana) e ameaçadas de extinção como pica-pau-anão-do-nordeste (Picummus limae) apontados pelo levantamento da avefauna. Figura 46: À esquerda, Periquito do sertão (Aratinga cactorum). Figura 47: À direita, Galo da Campina (Paroaria dominicana). 48 Figura 48: À esquerda, Golinha (Sporophila albogularis). Figura 49: À direita, Pica-pau-anão-do-nordeste (Picummus limae). POTENCIALIDADES DO ENTORNO No município de Tejuçuoca, no açude do Boqueirão, há uma cascata formada pela válvula de controle do escoamento da água chamada de Véu da Noiva, um local bastante freqüentado pelos moradores da região. O lugar oferece um refrescante e agradável banho, no entanto, conta com infraestrutura muito precária de restaurante o qual não possui instalações sanitárias. Figura 50: À esquerda, Véu de noiva. Figura 51: À direita, restaurante no açude Boqueirão em Tejuçuoca. Figura 52: À esquerda, Açude. Figura 53: À direita, Balneário de General Sampaio. 49 O município de Tejuçuoca apresenta forte potencial turístico, especialmente no que se refere ao turismo Rural. Nele está localizado o “Parque Ecológico da Furna dos Ossos”, um relevante atrativo, da região, que abriga curiosas formações rochosas como a cabeça de um índio que chega a 20m de altura e o touro que parece observar a movimentação nos vales da região; além disso, abriga um conjunto de grutas, que potencializa a prática de atividades espeleológicas no município. Há ainda, no município, a festa do Tejubode, um grande evento anual que movimenta o município com intensa programação. Figura 54: À esquerda, Formação geológica Cabeça do índio. Figura 55: À direita, Frmação geológica touro. Figura 56: Centro de Apoio ao visitante do Parque Ecológico Furna dos Ossos. 50 Figura 57: Cartazes da festa do bode que ocorre anualmente no minicípio. 3.1.11. Pesquisa e Monitoramento Até o início dos levantamentos para a elaboração desse plano de manejo, não foram realizadas na área nenhum estudo ou pesquisa cientíica. As pesquisas realizadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes tem o objetivo de subsidiar a elaboração do plano de manejo, bem como de divulgação cientiica de estudos na região, como os realizados por: • ALBANO, Ciro Ginez; SILVA, Weber Andrade de Girão. Aves da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Fortaleza, 2008; • ARAUJO NETO, Manoel Paiva; FERREIRA, Thiago Dias; RODRIGUES, Rodrigo Leite; SOARES FILHO, Aldeney Andrade. Relatório Liminológico da Reserva Particular do Patrimônio Natural Francy Nunes – General Sampaio, Ceara. Fortaleza, 2009; • MATOS, Daniela Gaspar Garcia de. Diagnóstico de oportunidades de uso público e diretrizes para ações de manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Relatório Técnico. 2008; • MENEZES, Marcelo Oliveira Teles; MORO, Marcelo Freire; SOUZA, Sarah Sued Gomes. Inventário da Flora da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Fortaleza, 2009; • MESQUITA, Paulo Cesar Mattos Dourado; NOJOSA, Diva Maria Borges. Inventário da Herpetofauna. Relatório Final. Fortaleza, 2008; • PINTO, Thieres. Fortalecendo o Manejo da Biodiversidade Através do Apoio e Capacitação na Realização do Plano de Manejo da RPPN Ambientalista Francy Nunes – Bioma Caatinga. Levantamento da mastofauna, 2009. 3.1.12. Ocorrência de Fogo A área da RPPN e entorno é altamente suscetível a incêndios lorestais, especialmente no período seco do ano que vai de maio a dezembro. Já foram registrados na a RPPN e seu entorno imediato cinco incêndios lorestais, sendo dois deles grandes e no interor da RPPN. As ocorrências de fogo são iniciadas por caçadores, que fazem fogueiras na mata e as abandonam ou perdem o controle do fogo, que se espalha pela região, por coletores de mel de abelha, que atiram fogo para espantar as abelhas, pelo DERT, no processo de limpea da vegetação ao longo das estradas. O fato de no Bico alto haver práticas religiosas com utilização de velas, também representa um risco potencial para incêndios. No ano de 1986 a área sofreu um incêndio que consumiu 64 hectares da propriedade, incluindo a RPPN, em 1988 a área sofreu outro incêndio que queimou 160 hectares também consumindo grande parte da Reserva, em 2003 foram 72 hectares e em 2007 a área sofreu outro incêndio que consumiu 80 51 hectares da propriedade incluindo parte signiicativa da RPPN. Todos esses incêndios tiveram a mesma causa: caça e retirada de mel. Em 2010 a propriedade vizinha (Fazenda Santa Úrsula) que dá suporte a RPPN sofreu um grande incêndio, queimando toda a reserva Legal, por quinze dias consecutivos. Apesar da RPPN, nessa época ter um convênio de cooperação mútua irmado com a Prefeitura de General Sampaio e ter implementado capacitação e formação de brigada contra incêndios lorestais junto ao município em parceria com o programa Prevefogo e Previna, nenhum desses órgãos apoiaram o combate ao incêndio. Hoje, preocupada com as ameças de fogo, a ilha do proprietário representa os proprietários de RPPN do Ceará no Previna - Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Ceará. Já foram realizados cursos de combate a incêndios lorestais na RPPN e montada uma brigada voluntária. Figura 58: Incêndio ocorrido em 2007. Figura 59: Curso de combate a incêndios lorestais na RPPN e consequente montagem da brigada voluntária. 3.1.13. Atividades Desenvolvidas na RPPN e Sistema de Gestão e Pessoal Não há nenhuma atividade desenvolvida na RPPN, nem sistema de gestão para a unidade ou pessoal que desenvolva atividades de iscalização ou proteção da unidade até o presente momento. 52 3.1.14. Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Não há nenhuma infraestrutura dentro da RPPN, apenas na propriedade onde a mesma está inserida (Fazenda Natália) e na fazenda vizinha, Santa Úrsula, do mesmo proprietário. A fazenda possui uma sede, com energia elétrica, água encanada e banheiros. Na entrada da propriedade na estrada CE 341 há uma placa informando a existência da RPPN com o número da portaria do IBAMA. No interior da propriedade existem placas informativas com o direcionamento de algumas trilhas criadas pelos proproetários na fazenda e placas educativas em algumas árvores com informações da espécie e mensagens biblícas. Figura 60: À esquerda, placa informando a existência da RPPN com o número da portaria de criação. Figura 61: À direita, placa educativa em árvore com informação da espécie vegetal. Figura 62: À esquerda, placa educativa com mensagens bíblicas. Figura 63: À direita, placas informativas nas trilhas l. Além da sede, há duas outras construções: a casa do caseiro, uma casa de taipa reformada, além de um açude antigo, não mais utilizado por sua baixa capacidade de armazenamento de água. Não há sistema de coleta de lixo na fazenda, sendo o mesmo enterrado em valas próximas as casas. A energia elétrica é fornecida pela empresa concessionária local, a sede da propriedade e a casa do morador possuem água encanada abastecida por uma cacimba e pelo açude principal. Esse açude é recente e ainda não possui peixes, é utilizado para abastecimento da casa principal. Há ainda um açude menor utilizado hoje apenas para lazer dos funcionários. O Riacho das Pedras, que corta a propriedade, é intermitente e seca totalmente no período que não chove. Próximo a casa do morador o rio permanece empoçado numa área de cerca de 2,5 x 2,5 53 metros e 40 cm de profundidade, onde é utilizado para lazer das crianças e lavagem de roupa. O esgoto de todas as instalações sanitárias da propriedade é escoado para sumidouros. A estrada principal que dá acesso a Fazenda a partir da CE é de piçarra (terra), passando por áreas de baixios onde escorrem águas de chuvas. Nessas áreas o acesso se torna bastante difícil no período chuvoso. A comunicação é feita via telefonia celular ixa rural. Não há sinal de telefonia celular móvel na RPPN, nem acesso à internet. O transporte dos moradores e funcionários é feito por motos, animais, a pé ou de bicicleta. O único equipamento existente na fazenda voltado para a atividades da RPPN é um pequeno auditório construído no alpendre/varanda da sede da fazenda que serve como auditório para receber grupos de visitantes, ou alojamento para pesquisadores. Não há nenhum serviço fornecido de forma regular ou organizada, seja de guia nas trilhas ou alimentação. Quando há uma demanda a própria família dos proprietários tentam atender. Figura 64: auditório construído no alpendre/varanda da sede da fazenda que serve como auditório para receber grupos de visitantes, ou alojamento para pesquisadores. 3.1.15. Recursos Financeiros e Formas de Cooperação Os recursos inanceiros investidos na RPPN até o momento foram recursos próprios oriundos da família proprietária. O gasto anual com a propriedade como um todo (aceiros, manutenção de trilhas, auditório, etc.) é de R$ 3.550,00 reais. Há um termo de cooperação mútua assinado entre a RPPN e a Prefeitura de General Sampaio para a manutenção da estrada principal de acesso dentro da RPPN, porém, não atende a demanda dos proprietários. 3.2. Caracterização da Propriedade São duas as propriedades pertencentes à família, a Fazenda Natália que abriga a RPPN e a fazenda Santa Úrsula que abriga a infraestrutura residencial, de abastecimento e de acesso. Os limites de divisão entre as fazendas é o Riacho das Pedras. Os detentores dos direitos sucessórios dessas propriedades são os 6 ilhos proprietário. Na Fazenda Natália, onde está inserida a RPPN há agricultura de sequeiro de milho, feijão, no período chuvoso, nas margens do riacho das pedras e criação de caprinos e ovinos (cerca de 100 cabeças) e permanencia esporádica de gado (30 cabeças). Historicamente tendo criado galinhas e de forma solta na propriedade, e retirada de madeira e lenha. 54 A área da RPPN não está cercada ou delimitada e há a presença de gado e caprinos que se tornaram “silvestres”. A propriedade está parcialmente isolada por cercas. As áreas da propriedade cercadas são ao longo da CE 341 e parte dos limites laterais com as propriedades vizinhas. A sede da propriedade possui plantas ornamentais exóticas como nim (Azadirachta indica), algumas frutíferas e paisagísticas e alguma representação de cactácea. A propriedade onde se insere a RPPN constitui-se em uma área inluenciada por ações antrópicas, recoberta por uma vegetação de isionomia pouco diversiicada, formada principalmente por arbustos e arvoretas jovens, predominando espécies como jurema preta, jurema branca, marmeleiro e alfazema do sertão. Na maior parte da área a altura da copa não passa de quatro metros com presença de poucas árvores emergentes. O solo apresenta-se bastante pedregoso e recoberto por uma serrapilheira bastante rasa. A mata ciliar ao longo do Riacho das Pedras que corta a propriedade encontra-se bastante reduzida ou inexistente, havendo plantio até a borda do córrego. 3.3. Caracterização da Àrea de Entorno Como a maior parte da Reserva e propriedade estão no município de General Sampaio, assim como a entrada da propriedade e reserva, os dados levantados mais aprofundados foram com realção a esse município. 3.3.1. Demograia De acordo com o IBGE, a população total do Município em 1º de abril de 2007 era de 6.540 habitantes. No ano de 2000, o IBGE registrou uma população total de 4.866 pessoas, sendo 2.523 homens e 2.343. A população urbana era de 2.316 habitantes, sendo 1.185 homens e 1.131 mulheres. A população rural era de 2.550 pessoas, sendo 1.338 homens e 1.212 mulheres. A densidade demográica era de 26,3 hab./km² e taxa de urbanização, de 47,6%. A faixa etária mais populosa no ano 2000 correspondia a dos indivíduos na idade de 10 a 19 anos, seguida da faixa de 20 a 29 anos. (Fonte: IBGE 2000, 2007) 3.3.2. Indicadores Sociais Os indicadores sociais de Desenvolvimento apresentaram o seguinte desempenho, no ano 2000: • Índice de Desenvolvimento Humano: 0,606 • Renda per capta: R$ 62,70 • Proporção de pobres: 75,9% • Índice de Gini: 0,59% (O índice de Gini varia de zero a um, é um indicador da igualdade ou desigualdade de dis- tribuição. Quando igual a zero, signiica a situação teórica de igualdade. Quando igual a um, ocorre situação máxima de desigualdade) • Taxa de Fecundidade: 4% Tabela 7: indicadores sociais de Desenvolvimento. Indicador General Sampaio Ceará Brasil 0,606 0,699 0,764 R$ 62,70 R$156,24 R$ 6.473 Proporção de pobres 75,9% 57% 29% Índice de Gini 0,59% 0,627 0,606 Índice de Desenvolvimento Humano Renda per capta Taxa de Fecundidade 4% 2,92% Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil/PNUD- 2003 2,36% 55 Os dados do ano 2000 referentes ao acesso da população aos serviços básicos demonstram que 21,7 % dos moradores possuíam água encanada, 62,6% eram beneiciados com energia elétrica e 90,5% eram favorecidos com coleta diária de lixo. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil/PNUD- 2003 A Educação nos anos de 2003 apresentou o seguinte peril: p. Educação Infantil: Havia 255 crianças matriculadas em ensino de pré-escola e 141 matriculadas em creches. q. Ensino Fundamental: A rede de ensino fundamental era integrada por 20 escolas onde se achavam matriculados 1.664 alunos e lotados 57 professores. O índice de aprovação foi de 72,8%, o de abandono, 14% e de reprovação, 13,2%. r. Ensino Médio: Havia somente 01 escola de ensino médio, estando matriculados 214 alunos, sob o comando de 12 professores. A taxa de analfabetismo, no ano 2000, entre jovens, na faixa de 15 a 17 anos era de somente 8,2%. Na faixa de 18 a 24 anos, de 18,8%. Na população adulta, com mais de 25 anos, a taxa era de 48, 5%. Fonte: - MEC/NEP/Edudata- 2003; Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil/PNUD- 2003. No ano de 2003 o Município possuía 05 unidades de Saúde vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2008, essas unidades, em número de 04, eram: 01 hospital municipal, 01 centro de saúde, 01 centro de Fisioterapia e Ginecologia e 01 posto de saúde. Os casos graves (de traumatologia) e doenças especiais (de psiquiatria e outros) eram transferidos para clínicas sediadas em Fortaleza, onde existe 01 casa de apoio do Município para alojar os doentes. O Programa de Saúde da Família (PSF) que atendi as populações do interior, em 2008, era integrado por 05 proissionais: 01 médico, 01 enfermeira, 01 auxiliar de enfermagem, 01 dentista e 01 atendente de dentista. Em 2003 registra-se a lotação de 08 médicos, 04 enfermeiras e 22 agentes de Saúde, no quadro de atendimento do Município. No mesmo ano, havia 02 equipes do PSF que atendiam 4.719 pessoas. As agentes de saúde acompanhavam 2.879 famílias. O Governo do Estado mantinha o Centro de Saúde de General Sampaio e os postos de saúde de Caraúbas e Lagoa do Meio. A Prefeitura mantinha o Hospital Maternidade Júlia Jorge, os postos de saúde de Lajinha, Pinda, São João, Riacho das Pedras, Pedras Pretas, Cajazeiras e de Vaca Brava. Havia um ambulatório mantido pelo Sindicato dos Trabalhadores rurais. Fonte: Secretaria de Saúde do Município de General Sampaio, 2008; Ministério da Saúde/CIOPS- 2002/2003 3.3.3. Dados sobre o meio rural No ano de 2003 o número de estabelecimentos rurais era de 421 unidades. Sendo a maioria deles (59%), os estabelecimentos situados na faixa de 5 a 20 hectares (ha). As unidades com mais de 200 há correspondiam a 4,5% do total. Os empreendimentos patronais eram 15; os familiares, 367. As entidades públicas possuíam 39 estabelecimentos. Não se registra áreas de colonização e/ou de assentamento da Reforma Agrária no Município. Somando todos os estabelecimentos havia 1.479 pessoas ocupadas, numa área total de 13.488 ha. (Fonte: INCRA, 2003) Os agricultores familiares, em 1995, ocupavam 367 estabelecimentos familiares (87,2%) com 10,006 ha (4.2%) e 1.245 pessoas ocupadas. Pode-se considerar que o número total de famílias era de 367. (Fonte: IBGE, 1995/1996) 3.3.4. Dados Gerais sobre Economia e Serviços No ano de 2003, o Comércio era representado 27 estabelecimentos atacadistas e a Indústria por 02 unidades de transformação. O PIB total, em 2002, correspondia a R$ 7.095.000,00, com renda per capita de R$ 1.503,00. A participação 56 da Agropecuária no PIB foi 22,9 %, da Indústria 1,8% e do setor de Serviços, 75,2%. (Fonte: IPECE, 2004) O Município ainda é eminentemente agrícola, destacando-se, no ano de 2002, a produção de milho (253t em 602ha), feijão (527t em 828ha), banana(40t em 5ha), coco (25t em 5 há) e manga (10t em 1ha). Em 2002 a produção de carvão vegetal foi de 50 t, gerando R$ 6.000,00. A produção de lenha de 2.907m3 com renda de R$ 12.000,00 e de madeira em tora, 85m3, com renda de R4 1.000,00. (Fonte: IBGE, 2002) Em 2003 o rebanho mostrava-se assim distribuído: - bovino com 3.471 cabeças, suínos com 2.756 cabeças, eqüinos com 183 cabeças, asininos com 760 cabeças, muares, 95 cabeças, ovinos, 3.217 cabeças, caprinos com 1828 animais e aves, 20.000 cabeças. (Fonte: IPECE, 2004) A atividade turística limita-se aos balneários do Açude General Sampaio, freqüentados por turistas e visitantes egressos de Fortaleza e dos demais municípios da Região. As tipologias predominantes do Artesanato são bordados e crochê. Fonte: CIAT-2005 A tabela 8 abaixo mostra o resumo do levantamento socioeconômico do município de General Sampaio, com os principais aspectos considerados pela pesquisa. Tabela 8: Resumo do levantamento socioeconômico do Município General Sampaio. POPULAÇÃO TOTAL EM 2000 (IBGE) 4.866 HOMENS 25235 MULHERES 2343 POPULAÇÃO URBANA TOTAL 2316 HOMENS 1185 MULHERES 1212 INDICADORES SOCIAIS (2000) IDH 0,606 Renda per capta R$ 62,70 Proporção de pobres 75,9% Taxa de fecundidade 4% Índice de Gini 0,59% ACESSO AOS SERVIÇOS BÁSICOS (2000) Água encanada 21,7% Energia elétrica 62,6% Coleta de lixo diária 90,5% TAXA DE ANALFABETISMO (2003) 15 a 27 anos 8,2% 18 a 24 anos 18,8% Acima de 25 anos 48,5% PRODUÇÃO AGRÍCOLA (2002) Milho 253t em 602ha Feijão 527t em 828ha Banana 40t em 5ha Côco 25t em 5ha Manga 10t em 1ha REBANHO (2003) Bovino 3471 Suíno 3756 Eqüinos 183 Asininos 760 Muares 95 Ovinos 3217 Caprinos 1828 Aves 20000 57 3.3.5. Infraestrutura Hídrica, Viária, Elétrica, Bancária, de ATER e de Comunicações O Município é favorecido pelo Açude General Sampaio que integra a Bacia Hidrográica do Curu e tem capacidade de 322,2 milhões de metros cúbicos d´água, cobrindo uma área de 1.720 km². Em 2005, havia também 24 poços tubulares. As vias de acesso ao Município são a BR-222 e CE-341, distando 143 km de Fortaleza. A rede de telefonia atende 42 unidades públicas e 92 particulares. Funciona, na sede, 01 posto dos Correios e Telégrafos. Há somente um caixa eletrônico do Banco do Brasil para atender a população. O Banco do Nordeste e o Banco do Brasil, ambos de Canindé, servem aos negócios do Município. Em 2004, no Município foram efetivados 129 contratos do PRONAF. A EMATERCE de Canindé, em parceria com a Secretaria de Agricultura, propiciam assessoria técnica aos produtores agropecuárias, contando com o serviço de 04 agentes rurais. Há um posto do DNOCS que, em parceria com a COGERH/SRH e o Comitê da Bacia hidrográica do Curu, gerenciam o Açude General Sampaio e sua microbacia (entorno). O Projeto São José, do Governo do Estado, nos anos 2003 e 2004, apoiou inanceiramente a implantação de 03 sistemas de abastecimento d´água (Comunidade São João, Currupião e Lagoa do Meio/Tamanduá) e 01 mercado agrícola (Riacho das Pedras), beneiciando, ao todo, 151 famílias. O PRONAF-INFRAESTRUTURA, do Governo Federal, apoiou, em 2004, a construção da Minifábrica de Ração e Abatedouro de galinha caipira, de domínio da Prefeitura. O Programa de Cisternas – P1Mc-, construiu 65 cisternas de placas no Município entre 2003 e 2004. Atuam ainda no Município, a COCREDI (cooperativa de crédito, sediada em Itapipoca), o Fórum Regional do Semi-árido, a AMUV (associação regional de prefeitos), o INSTITUTO SESEMAR (ONG que capacita agricultores familiares e artesãos no empreendedorismo e Mercado), CDT (Conselho Territorial de Desenvolvimento), Comitê da Bacia Hidrográica do Curu (gestão dos recursos hídricos) e a FETRAECE/ STR (organização sindical). Fontes: COGERH, 2005; SRH, 2005; TELEMAR, 2005; SEAGRI. 2004; MDA/SDT2004; CIAT, 2005 3.3.6. Caracterização das comunidades do entorno da RPPN As comunidades do entorno da RPPN são Cajazeiras, Riacho das Pedras I, Riacho das Pedras II (conhecida como Assentamento Jeresissati), Caraúbas/Saco da Onça e São João. Para a caracterização dessas comundiades foram realizada oicinas participativas em cada uma das comunidades. Em média, participaram das oicinas vinte (20) moradores, dentre agricultores familiares, estudantes, comerciantes, professores, agentes rurais, funcionários públicos, donas de casa, agentes de saúde, entre outros. O público majoritário era os homens adultos, porém, sempre se faziam presentes mulheres e jovens de ambos os sexos. Os idosos tomaram destaque nas discussões, aportando elementos históricos de grande valia ao Diagnóstico. 58 Mapa 11: Localização das comunidades do entorno da RPPN Francy Nunes. Segundo os moradores das comundiades, aproximadamente 99% da mata ciliar das comunidades foram destruídas e 80% da mata nativa também. Isso se deve as atividades de cultivo na margem e leito dos rios, onde os solos são as mais férteis na caatinga e atividades de pecuária e exploração de madeira, lenha e carvão. Tabela 9: Dados da vegetação nativa destruída. Comunidades Vegetação Nativa Destruída Mata nativa Mata ciliar Caraúbas Cajazeira Riacho I Riacho II 70% 80% 70% 80% 95% 98% 100% 100% São João 98% 100% Média 80% 99% Tabela 10: Espéceis da fauna e lora apontadas como raras ou extintas na região. Flora Aves Mamíferos Cedro Jatobá Oiticica Violete Canário Pintassilgo Sanhaçu Papagaio Asa branca Papacum Juriti Nambu Cancão Mocó Onça Caititu Tatu Tamanduá Jacundá 59 Tabela 11: prinicipais problemas ambientais e possíveis soluções apontadas pelas lideranças comunitárias para as comunidades. PROBLEMAS 60 SOLUÇÃO • • • • Desmatamento; Queimadas; Extinção de Animais; Chuvas descontroladas e mal distribuídas. • • • • • • • • • Falta de conscientização Desmatamento; Animais extintos; Como manter a fauna; Como o agricultor vai evitar o desmatamento. • • • • • • • • • • • Desmatamento sem controle (manejo); Lixo solto; Falta mata ciliar (ao redor dos açudes); Carvão; Pouco acesso a Água; Conhecimento e Educação. • • • • Conscientização (educação); Construção de viveiros de mudas; Ampliação de Oicinas (RPPN); Inserir a Educação Ambiental como disciplina no currículo anual do Ensino Público; • Construir ou buscar parcerias com os órgãos de iscalização e defesa do Meio Ambiente para combater os crimes ambientais (iscalização sistemática). Fazer novas plantações nativas; Preservando a Natureza para manter os que restam; Não Caçando; Procurando um Órgão Público; Participando dos encontros e procurando um técnico. Proprietários conscientes a preservar o Meio Ambiente; Depende da comunidade (reciclar ou queimar); Proteger; Ter informações e um técnico do governo orientando como fazer correto; • Em parte solucionado; • Reunião com os órgão e iscalização; • Criação de aves caipiras. Tabela 12: Resumo com as ameaças e oportunidades do ponto de vista ambiental, cultural e turístico de todas as comunidades. COMUNIDADE AMEAÇA Atuação de caçadores e coletores de mel Cultivo nas margens dos rios Queimadas como técnica de plantio Produção de carvão vegetal e extração de madeira Pastejo dos animais de criação soltos nas matas locais Falta de vacinação dos animais domésticos, potencial foco de doenças para animais silvestres Grande número de agricultores familiares utilizando técnicas de produção de grande impacto ambiental Residências (72%) não possuem banheiros, sanitários e fossas sépticas; Lançamento dos dejetos no Rio Curu; • Presença de equipe de assessoria técnica (ATER) na Comunidade que pode auxiliar na implementação de novas práticas; • Jovens cursando o nível médio (maior conhecimento cientíico, visão crítica e sensibilidade para as questões ambientais); • Presença de elementos de atração turística (casas históricas, artesanato de crochê e couro, cachoeira do Elias, gastronomia regional (lingüiça). • Baixa produtividade e rentabilidade das atividades agropecuárias, fonte de renda pouco diversiicada - o que pode tornar novas alternativas de produção e renda um atrativo para melhoria da qualidade de vida; • Falta de ocupação para a juventude, baixo interesse dos jovens em desenvolver atividades agropecuárias e de produção de carvão, alto índice de êxodo rural juvenil – o que pode favorecer o envolvimento dos jovens em novas atividades de geração de renda mais sustentáveis Riacho I • As residências (100%) não possuem serviço de água encanada, banheiros, fossas sépticas e esgotos; os dejetos de algumas residências são lançados no rio Curu; • Grande presença de caçadores; • Utilização de técnicas de produção de grande impacto ambiental; • Perda (70%) acentuada da cobertura vegetal e destruição total (100%) das matas ciliares; • Práticas de desmatamento e queimadas; • Produção não-sustentável do carvão; • Animais de criação não-vacinados • Jovens cursando o nível médio (maior conhecimento cientíico, visão crítica e sensibilidade para as questões ambientais); • Programa Agente Rural de Assessoria Técnica; • Elementos de atração turística (casas antigas, casa de farinha, Festa de Santo Antônio, São Judas Tadeu, e Santo Izidoro, comidas regionais (chouriço, aluá de milho, beiju, mungunzá) ) • Baixa produtividade e rentabilidade das atividades agropecuárias, fonte de renda pouco diversiicada - o que pode tornar novas alternativas de produção e renda um atrativo para melhoria da qualidade de vida • Falta de ocupação para a juventude, baixo interesse dos jovens em desenvolver atividades agropecuárias e de produção de carvão, alto índice de êxodo rural juvenil, falta de oportunidades para mulheres – o que pode favorecer o envolvimento de mulheres e jovens em atividades de geração de renda mais sustentáveis Riacho II • Perda (80%) acentuada da cobertura vegetal e destruição total (100%) das matas ciliares • Práticas de desmatamento e queimadas; • Produção não-sustentável do carvão; • Grande presença de caçadores; • Animais domésticos criados soltos; • Animais não-vacinados • Atividade artesanal produzida por cinco (05) mulheres (crochê, biscuit, madeira, coco, pedra, búzios, tapetes) • Jovens cursando o nível médio (maior conhecimento cientíico, visão crítica e sensibilidade para as questões ambientais); • Programa Agente Rural de Assessoria Técnica; • Elementos de atração turística; (casas históricas, açude Jereissati, Festa de São Judas Tadeu e Santo Antonio, artesanato de crochê, biscuit, madeira, coco, pedra, búzios, pena de galinha, tapetes; peixe assado com baião de dois, peixada com molho de coco, e cachaça “pau dentro”. • 15% de mata preservada por 2 proprietários Cajazeiras • • • • OPORTUNIDADE • • • • • 61 62 Caraúbas • Perda (70%) acentuada da cobertura vegetal e destruição elevada (95%) das matas ciliares • Práticas de desmatamento e queimadas; • Produção não-sustentável do carvão; • Grande presença de caçadores; • Animais criados soltos; • Animais não-vacinados • Ação invasora da planta Viúva-alegre. • Jovens cursando o nível médio (maior conhecimento cientíico, visão crítica e sensibilidade para as questões ambientais); • Programa Agente Rural de Assessoria Técnica; • Elementos de atração turística formação geológica conhecida como “Bico Agudo”; O Açude General Sampaio; Festa de Nossa Senhora Perpétuo Socorro Crochê, bordado, objetos de palha de carnaúba e rede de pesca; Filé de camarão; • Baixa produtividade e rentabilidade das atividades agropecuárias, fonte de renda pouco diversiicada - o que pode tornar novas alternativas de produção e renda um atrativo para melhoria da qualidade de vida; • Falta de ocupação para a juventude, baixo interesse dos jovens em desenvolver atividades agropecuárias e de produção de carvão, alto índice de êxodo rural juvenil – o que pode favorecer o envolvimento dos jovens em novas atividades de geração de renda mais sustentáveis. São João • Perda de 98% da cobertura vegetal e destruição total (100%) das matas ciliares • Práticas de desmatamento e queimadas; • Produção não-sustentável do carvão; • Grande presença de caçadores; • Animais criados soltos; • Animais não-vacinados; • Aplicação de agrotóxicos nas culturas agrícolas da margem do Açude; • Caça predatória. • Comunidade articulada e aberta a novos conhecimentos e novas propostas; • Presença da ONG IDER desenvolvendo atividades de educação ambiental, plantio de mudas nativas e instalação de fogões ecológicos para redução do consumo de lenha; • Jovens cursando o nível médio (maior conhecimento cientíico, visão crítica e sensibilidade para as questões ambientais); • Programa Agente Rural de Assessoria Técnica; • Elementos de atração turística (açude General Sampaio, Festa de São João Batista, dos Motoqueiros e Festa Junina; artesanato de crochê, pesca e bordado e comida regional (Galinha caipira com pirão; Peixe d´água no sal). Boqueirão • Produção agrícola ao redor da RPPN com uso de queimadas; • Presença de trilhas e picadas nos morros ao redor da RPPN; • Uso de lenha e madeira; • Presença de caçadores; • Planta invasora: viúva-alegre. • Presença de poucas pessoas morando ao redor do açude que faz limite com a RPPN; • Presença de atrativo turístico (véu de noiva e restaurante simples com comida típica; • Proprietário deputado sensível às causas ambientais. 3.4. Possibilidade de Conectividade A RPPN está próxima a uma Unidades de Conservação homologada em 2009, a RPPN Elias Andrade e a duas outras unidades em processo de criação: a RPPN Fazenda Cajazeiras e a RPPN Fazenda Sousa. A RPPN Elias Andrade possui 207,92 ha, é contigua a propriedade onde está inserida a RPPN Francy Nunes, sendo a distância entre as duas RPPNs de apenas 500m e ambas unidades juntas representam importantes áreas para a conservação do bioma na micro-região do Médio Curu. Além dessas unidades de conservação, existe na região o Parque Ecológico Furna dos Ossos, a RPPN Mãe da Lua e áreas conservadas, como a Serra da Santa Luzia e Serra das Vertentes que podem representar importantes áreas para a conservação da paisagem local. Mapa 12: Principais áreas protegidas e matas remanescentes na região e possibilidade de conectividade entre elas. A Secretaria Municipal de General Sampaio está incentivando a criação de novas RPPN no município e pretende criar uma APA municipal. A prefeitura de Tejuçuoca também está tentando criar um Parque Municipal para proteção do conjunto de serras presentes no munípio, ainda bem preservadas. Com isso, poderia se criar um conjunto de áreas protegidas, formando um mosaico de proteção da biodiversidade local. 3.5. Declaração de Signiicância Segundo o Mapeamento do projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Bioma Caatinga – PROBIO” (2006), a região da RPPN encontra-se em uma área insufucientemente conhecida, porém entre áreas consideradas de alta e extremamente alta prioridade para a conservação. 63 Mapa 13: Mapeamento do projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Bioma Caatinga – PROBIO” (2006), referente à região da RPPN Ambientalista Francy Nunes. Apesar de a Caatinga ser a vegetação predominante no Ceará, atualmente é a vegetação menos protegida por Unidades de Conservação, menos de 1% está protegida de forma integral. No Ceará, atualmente existem apenas 11 unidades de conservação de proteção integral na Caatinga, das quais 9 são reservas particulares. Há poucos dados publicados sobre a riqueza de espécies nas reservas, de modo que, nesse contexto de déicit de proteção à caatinga cearense e de falta de conhecimento sobre sua lora, a RPPN Ambientalista Francy Nunes – com sua alta riqueza de espécies – mostra-se como um expoente na conservação da biodiversidade da caatinga, especialmente, do Ceará. Considerando os levantamentos analisados, quando se trata apenas do Ceará, a riqueza de espécies da RPPN Ambientalista Francy Nunes é menor apenas que a da Fazenda Araçanga, Município de Capistrano (Medeiros, 1995). Este autor encontrou apenas 8 espécies a mais que a RPPN, com uma área amostrada 5 vezes maior. Quando comparada a outros levantamentos, a riqueza da RPPN chega a ser quase o triplo da observada por Figueiredo et al. (2000) na área de caatinga da Reserva da Serra das Almas (Crateús), e possui 6 espécies a mais que a Estação Ecológica de Aiuaba, segundo o levantamento de Oliveira et al. (1988 apud. Alcoforado-ilho, 1993), cuja área amostral foi 4 vezes maior. O inventário lorístico da RPPN mostrou grande riqueza de espécies (cerca de 180) quando comparado com estudos realizados em áreas de Caatinga de todo o nordeste podendo considerar a riqueza de espécies alta para os padrões da caatinga. Dentre 57 levantamentos itossociológicos (em áreas de Caatinga de todo o nordeste) analisados durante a elaboração desse relatório, somente 12 possuíram riqueza de espécies maior que a da RPPN Ambientalista Francy Nunes; ou seja, mesmo com esforço amostral insuiciente para o levantamento itossociológico, a reserva já apresentou alta riqueza – um novo levantamento, com esforço amostral adequado poderia elevar ainda mais seu patamar de riqueza de espécies. 64 A RPPN possui abundancia de espécies da lora consideradas ameaçadas pela IUCN (2007) como o cumaru (Amburana cearensis) em perigo e o endêmico sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) considerado vulnerável. Espécies endêmicas como o pau-branco (Auxemma oncocalyx) e o facheiro (Pilosocereus chrysostele), também estão presente na RPPN. Sua fauna abriga espécies endêmicas e ameaçadas segundo o MMA (2003) como o jacuverdadeiro (Penelope jacucaca) considerado “vulnerável”, o pica-pau-anão-do-nordeste (Picumnus limeae) “em perigo”, o gato maracajá-assu (Leopardus pardalis), a onça parda (Puma concolor) e o gatodo-mato (Leopardus tigrinus) felinos considerados vulneráveis, sendo o sendo gato-do-mato também considerado vulnerável pela IUCN (2008). O registro do gavião (Accipiter bicolor), uma espécie cujo único registro para o Estado do Ceará datava de 1926, também indica a importância biológica dessa RPPN e de seu entorno. 4. PLANEJAMENTO 4.1. Objetivos do Plano de Manejo De acordo com o interesse da família proprietária da RPPN e a vocação da área foram deinidos os seguintes objetivos para a RPPN: Efetivar a proteção e a conservação integral da área, mantendo sua integridade e biodiversidade; Incentivar a pesquisa cientiica na RPPN para ampliação do conhecimento sobre a caatinga e subsidiar o manejo da área; Realizar atividades de visitação turística, recreativa e educacional na RPPN e propriedade com objetivo de sensibilizar a população local e a sociedade como um todo, para a conservação da caatinga e de seus recursos naturais, além de contribuir para o desenvolvimento de iniciativas de ecoturismo na região; Estimular o desenvolvimento de atividades sustentáveis nas comunidades do entorno e municípios vizinhos contribuindo para a conservação da natureza local e a melhoria da qualidade de vida das populações locais. 4.2. Normas Gerais da RPPN Ambientalista Francy Nunes • Nenhuma atividade que possa causar danos à integridade da RPPN é permitida; • Caça de animais ou coleta de qualquer tipo de material como pedras, rochas, solos, plantas ou partes de plantas, não serão permitidas; • A pesquisa cientiica deve ser acordada com o proprietário e realizada mediante aprovação do órgão responsável e todo o material produzido, fotos, vídeos, e outros resultados devem ser disponibilizados para a RPPN; • É proibido o uso de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas; • É proibido fumar nas trilhas, sendo permitido apenas em área especíicas e sinalizadas para fumantes no centro de visitantes e centro de convivência; • A visitação poderá ser realizada apenas sob agendamento prévio; • Todas as atividade turísticas deverão ser desenvolvidas em pequena escala e com mínimo de impacto e apenas na zona de visitação, conforme zoneamento da RPPN, sendo sua logística adaptada para tal; • Todas as visitas serão acompanhadas por funcionários, guias ou monitores treinados, não sendo permitidas visitas autoguiadas; • Todos os visitantes deverão receber orientações sobre as normas da RPPN e conduta adequada antes da realização da visita. A disponibilização de todas as informação quanto ao uso da RPPN e suas normas é de responsabilidade da equipe gestora da RPPN; 65 • O visitante deve ser informado, previamente, sobre as necessidades e cuidados que deve tomar para visitar a Reserva (calçado fechado, calça comprida, chapéu ou boné, protetor solar, repelente, garrafa de água, etc.); • Todos resíduos gerados da atividade de visitação deverão ser recolhidos de forma apropriada e destinados corretamente gerando o menor impacto ambiental possível (Os visitantes deverão ser orientados quando ao à disposição do lixo gerado, bitucas de cigarro, etc.); • Todas as construções e outras estruturas deverão ser instaladas na propriedade, de preferência fora da RPPN, respeitando APP e seguindo as orientações do plano de manejo, utilizando técnicas de baixo impacto ambiental e tecnologias sustentáveis quanto ao consumo de energia, água e resíduos. 4.3. Zoneamento O zoneamento foi baseado nas diretrizes do Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para RPPN (Ferreira, 2004). A deinição das zonas foi realizada a partir da oicina com os pesquisadores envolvidos no projeto e dos resultados dos estudos realizados área e entorno e teve como critérios: • Grau de conservação da vegetação • Variabilidade ambiental (relevo e drenagem) • Suscetibilidade ambiental (áreas frágeis que não suportam uso intenso) • Vulnerabilidade a pressões externas (entorno) • Potencial para visitação, sensibilização/conscientização ambiental. Para a RPPN Francy Nunes foram deinidas as zonas apresentadas na Tabela 13. Tabela 13: Zonas deinidas para a RPPN Ambientalista Francy Nunes. Zona Silvestre Proteção Visitação Administração Transição Recuperação Total 66 Área (ha) 29,97 79,25 30,85 18,50 41,43 200 ha Área (% do total da RPPN) 14,99 39,63 15,43 9,25 20,72 100% Mapa 14: Zoneamento da RPPN Ambienalista Francy Nunes. 4.3.1. Zona Silvestre (Zs) Deinição: área com maior grau de integridade, destinada essencialmente a conservação da biodiversidade. Deve localizar-se preferencialmente em áreas mais centrais da RPPN e contar com características excepcionais, como espécies raras, espécies ameaçadas de extinção, locais com maior fragilidade ambiental (encostas, solos arenosos, margens de cursos d‘água, entre outros), manchas de vegetação única, topo de elevações e outras, que mereçam proteção máxima. Descrição e localização: área de cerca de 30 m² de com vegetação Savana Estépica Arborizada, localizada na porção norte da RPPN, conluindo com a zona de recuperação (a sul e oeste) e com a zona de transição (norte e leste). Justiicativa: Área que possui maior cobertura vegetal conservada na RPPN. Normas de uso: acesso restrito, permitido apenas pesquisa e monitoramento, com a autorização do proprietário e dos órgãos de acordo com as normas do plano de manejo. 67 a. Não será permitida a visitação b. Atividades de pesquisa serão permitidas desde que sejam cumpridas todas as exigências do órgão responsável e com metodologia que cause o menor impacto possível c. Infra-estrutura somente será implantada se for necessária para a iscalização e proteção 4.3.2. Zona de Transição (Zt) Deinição: faixa ao longo do perímetro da Reserva, no seu interior, com a função de iltro para absorção dos impactos provenientes de fora da RPPN. Descrição e localização: faixa interna ao perímetro da RPPN de 10 metros de largura. Essa zona destinase ao amortecimento de impactos e danos que eventualmente possam atingir o perímetro da RPPN. Justiicativa: Devido ao formato retangular da RPPN, tornando-a longa e estreita, onde grande parte do limite leste possui uma encosta íngreme, de difícil acesso ao ser humano, optou-se por uma faixa mínima de transição, onde pudesse ser inserido o aceiro para proteção contra incêndios e ser utilizado como rota de iscalização e monitoramento. Normas de uso: zona adequada para implantação de aceiro (proteção contra incêndio lorestal) e deslocamento para iscalização e monitoramento dos impactos proveniente de fora da RPPN. a. O aceiro deverá ser realizado de acordo com as orientações técnicas do IBAMA/PREVfogo, com pessoas capacitadas e com equipamentos de segurança e controle adequados. 4.3.3. Zona de Proteção (Zp) Deinição: áreas que tenham recebido grau mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, iscalização e formas de visitação de baixo impacto (também chamada visitação de forma primitiva). Será permitida colocação de infra-estrutura, desde que estritamente voltada para o controle e a iscalização, como: postos e guaritas de iscalização, aceiros, portão de entrada, estradas de acesso, trilhas de iscalização e torres de observação. As formas primitivas de visitação nessa zona compreendem exemplos como turismo cientíico, observação de vida silvestre, trilhas e acampamentos rústicos (também chamados acampamentos selvagens), ou seja, sem infra-estrutura e equipamentos facilitadores. Descrição e localização: localizada no extremo sul da RPPN e centro leste (divisa com as zonas de recuperação e visitação), possui cerca de 79 m² de área. Justiicativa: abriga os culmes dos morros da unidade e uma signiicativa biodiversidade que está suscetível a pressão externa devido ao transito de pessoas, de animais domésticos, de caçadores e cortadores de madeira (centro leste) e a pressão da Fazenda Natália ao sul (entrada de animais domésticos, de espécies invasoras, etc.). Abriga espécies ameaçadas de extinção como Amburana cearensis e Mimosa caesalpiniifolia e espécies endêmicas como Aucemma oncocalyx. Normas de uso: acesso restrito, sendo permitido estudos e pesquisas (desde que com a permissão do proprietário e com o licenciamento dos órgãos ambientais), monitoramento, iscalização e visitação de baixo impacto (número reduzido de pessoas e trilhas rústicas). 4.3.4. Zona de Visitação (Zv) Deinição: área que possui atrativos e atributos para a visitação dentro da RPPN e que destina-se a atividades de conservação e de visitação. Áreas com atrativos dentro da propriedade, mas fora da RPPN, não são zoneadas, mas entram no esforço de ordenação do plano de manejo. A instalação de infra-estrutura, equipamentos e facilidades, como trilhas, painéis, mirantes, torres, etc, deve adotar alternativas e tecnologias de baixo impacto ambiental. 68 Descrição e localização: Localizada no centro norte, na faixa que liga o Bico Alto e as Barrigudas à saída para a Fazenda Natália, e no centro sul, na faixa que liga o Mirante de Pedra à saída para a Fazenda Natália). Fora dessa zona há outras potencialidades para visitação na fazenda como uma seqüência de espécies arbóreas endêmicas da caatinga, um forno antigo de produção de carvão, uma casa de taipa (primeira construção da fazenda) e o Riacho das Pedras. Justiicativa: Essa zona abriga as três únicas potencialidades para visitação dentro da RPPN que foram identiicadas nos levantamentos para a elaboração deste plano de manejo. Normas de uso: A visitação deve ser controlada e monitorada detalhadamente pelo gestor quanto a horários, tamanho de grupos, freqüência de visitação, comportamento dos visitantes e qualquer impacto causado, todas as normas de comportamento devem ser rigorosamente observadas, a iscalização e o monitoramento deve focalizar qualquer tipo de invasão da área e observação das normas de comportamento por visitantes. As pesquisas nessa área não devem interferir na trilha de visitação, nem causar impacto visual negativo para o visitante (demarcação de espécies, rotas, abertura de clareiras, etc.) ou que interira na riqueza e qualidade da biodiversidade (coleta de lores, frutos, plantas, etc.). 4.3.5. Zona de Recuperação (Zr) Deinição: essa zona é criada quando houver signiicativo grau de alteração, necessitando de ações de recuperação. A recuperação poderá ser espontânea (deixada ao acaso) ou induzida, feita a partir da indicação de pesquisas e estudos orientadores. Permite visitação, desde que as atividades não comprometam a sua recuperação. Esta zona é temporária e, uma vez que sejam atingidas a metas de recuperação, será enquadrada em outra zona permanente. Descrição e localização: Localizadas em 4 partes na porção oeste da RPPN, sendo as duas maiores áreas na porção centro oeste (limítrofe as zonas de proteção, visitação e transição) e norte oeste (visitação, silvestre e transição), destinada a ações de recuperação do habitat natural e detenção das pressões atualmente exercidas. Justiicativa: áreas com maior grau de modiicação e degradação, devido à ocorrência de incêndios lorestais e histórico de intenso corte de madeira e uso pelo gado bovino e caprino. Normas de uso: a área deve permanecer sem perturbações para que se recupere naturalmente. Intervenções como chuva de sementes, plantio de espécies para aceleração da regeneração da mata podem ser realizadas, desde que hajam estudos adequados para a deinição dessas espécies de acordo com características de cada área e o seu grau de sucessão ecológica. 4.3.6. Administração Deinição: localizada em áreas alteradas, na periferia da UC ou fora dos limites da RPPN, conterá todos os serviços e infraestrutura administrativa. Descrição e localização: a infraestrutura de administração e visitação será instalada dentro da propriedade e fora dos limites da RPPN, não sendo designada, portanto, como Zona de Administração e sim apenas como Administração. 4.4. Programas de Manejo Os programas de manejo englobam as atividades a serem desenvolvidas na RPPN e, quando for o caso, na área de entorno. A implantação dos programas e ações do plano de manejo ocorrerão no prazo de 5 anos. Os programas estão divididos em 6 temas, como dispostos a seguir e cada programa está dividido em objetivos, atividades e indicadores de sucesso: 69 • Programa de Administração • Programa de Proteção e Fiscalização • Programa de Pesquisa e Monitoramento • Programa de Visitação • Programa de Sustentabilidade Econômica • Programa de Comunicação • Programa de Administração 4.4.1. Programa de Administração OBJETIVO Organizar a infraestrutura e equipe administrativa básica da RPPN, de forma a garantir o seu funcionamento e a execução do Plano de Manejo, bem como a conservação de seu patrimônio físico. ATIVIDADES Suas atividades e normas relacionam-se à organização, ao controle, à manutenção da área e ao monitoramento da Unidade. Gestão da RPPN 1. 2. 3. Designar um responsável para a administração da RPPN (gerente), que icará responsável pela implementação do plano de manejo e será subordinado aos proprietários; Identiicar e estabelecer parcerias (prefeitura, universidades, órgãos ambientais, associações, ONGs, etc) para a implantação e viabilidade dos processos de gestão e monitoramento; Iniciar as atividades do plano de manejo e assegurar que as ações desenvolvidas sejam de acordo com o plano manejo da RPPN e seus objetivos. Pessoal e capacitação 1. 2. 3. 4. Deinir um número mínimo de pessoas para a gestão administrativa, manejo de recursos, manutenção e monitoramento da unidade e capacitá-las; Conscientizar todos os funcionários, moradores, guardas, estagiários, guias e prestadores de serviços sobre os objetivos e normas da unidade; Criar um programa de estágio e de trabalho voluntário para a implantação, e acompanhamento das atividades relacionadas ao monitoramento da fauna e lora, educação ambiental e ecoturismo; Realizar visitas e intercâmbios da equipe com outras unidades de conservação para aprimoramento da gestão da unidade. Infra-estrutura e equipamentos 1. 2. 3. 70 Implantar um escritório de administração para armazenamento adequado de documentos e equipamentos da RPPN e para a gestão da RPPN (comunicação com público externo, visitantes, pesquisadores, etc.) Deinir que ediicações já existentes na propriedade serão utilizadas para atividades de gestão ou se há a necessidade de novas estruturas (se possível e viável utilizar tecnologias de baixo impacto ambiental como energia solar, banheiro seco ou ecológico, reaproveitamento de água, etc. e técnicas de permacultura e/ou de construções ecológicas). Implantar um sistema de sinalização com placas informativas nos limites da RPPN estradas de acesso e entrada da propriedade indicando a existência da unidade e divulgando os contatos da RPPN. Manutenção e Monitoramento 1. 2. 3. 4. Criar um conjunto de procedimentos, rotinas e serviços administrativos para a manutenção da infraestrutura, de equipamentos, etc.; Criar planilhas e ferramentas de armazenamento das informações da RPPN para registrar o histórico dos processos e assegurar a continuidade das atividades; Realizar controle e retirada, na RPPN e entorno de espécies exóticas invasoras como Calotropis procera (lor de seda, algodão de seda) Cryptostegia grandilora (boca de leão, viúva alegre), caprinos selvagens ou de outros proprietários; Monitorar a população da fauna sinergética (caçada), da lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo (violete, aroeira, pau d’arco, etc.); INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO 1. Programas de manejo implementados; 2. Parcerias para implantação do plano de manejo estabelecidas e atuantes; 3. Recursos humanos em número suiciente e devidamente capacitados, desenvolvendo as atividades na RPPN; 4. Programa de estágio e voluntariado implantado e em funcionamento; 5. Escritório administrativo-inanceiro em funcionamento; 6. Infraestrutura e equipamentos adequados e operantes, atendendo as necessidades das atividades da RPPN; 7. Sistema de placas informativas e inibitórias instaladas e mantidas; 8. Procedimentos, rotinas e serviços admnistrativos de manutenção, iscalização e monitoramento criados e em funcionamento. 4.4.2. Programa de Proteção e Fiscalização OBJETIVOS Proteger os recursos naturais e as instalações da Reserva, assim como garantir a segurança da equipe e dos visitantes, agindo de modo preventivo, evitando ações degradadoras e acidentes. ATIVIDADES Fiscalização da unidade 1. 2. 3. 4. 5. Elaborar um roteiro de iscalização, em áreas ou setores estratégicos, de modo a evitar caça, corte de árvores, coleta de materiais, plantio, incêndios, etc. ; Implantar estruturas para iscalização e monitoramento da unidade tais como trilhas de iscalização, pontos de observação e monitoramento; Deinir pessoal, equipamentos (de segurança, comunicação), freqüências e esquemas necessários para a iscalização e vistorias; Estabelecer uma rotina de iscalização e vistoria de forma a ter o controle ativo da unidade (a iscalização e o monitoramento dos limites da propriedade deverão ser atividades constantes); Utilizar a rotina de iscalização para elaborar um registro das ocorrências ou perturbações na área (presença de animais domésticos, transito de pessoas, caça, retirada de madeira, fogo, etc.). 71 Proteção da RPPN 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Instalar marcos deinindo os limites da RPPN; Instalar cercas nos pontos mais susceptíveis a entrada de animais domésticos e de pessoas de forma a não impedir o transito de animais silvestres de médio e grande porte; Realizar aceiro nos limites da RPPN ou nos pontos com maior propensão a entrada do fogo (a técnica correta de como fazer aceiro deve ser pesquisada junto aos órgãos competentes); Criar parcerias com órgãos iscalizadores de caça e apreensão de animais silvestres (IBAMA, Polícia Ambiental) para visitas iscalizadoras na RPPN e ações de sensibilização das comunidades e moradores do entorno; Criar parcerias com órgãos e instituições capacitadas para conscientização e capacitação das comunidades vizinhas quanto ao uso controlado do fogo na agricultura; Criar estratégias de combate a incêndios lorestais na região em parceria com os órgãos responsáveis de âmbito nacional e estadual e municipal; Possuir equipamento básico de proteção individual e de combate a pequenos focos de fogo conforme recomendação do IBAMA/PREVfogo. Proteção da equipe e do visitante 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Capacitar treinar anualmente a equipe da unidade, assim como guias e prestadores de serviço, com técnicas básicas de salvamento e primeiros socorros e elaborar normas de como agir em caso de acidente na unidade; Estabelecer parcerias com hospitais, postos de saúde, corpo de bombeiro, polícia, etc. para o atendimento de possíveis acidentados na RPPN e propriedade; Assegurar que pessoas, vítimas de acidentes por picadas de animais peçonhentos tenham acesso ao soro adequado (diferentes espécies de cobras, escorpiões, aranhas, etc.); Equipar a unidade com equipamentos de segurança e de salvamento básico, como maca de resgate, kit primeiros socorros, etc., conforme orientação do Corpo de Bombeiros; Estabelecer rotinas bimestrais de manutenção dos equipamentos de resgate e primeiros socorros, de comunicação, assim como monitorar a existência e validade dos soros contra picadas de animais peçonhentos nos postos de atendimento; Estabelecer rotinas de monitoramento e manutenção dos equipamentos e infra-estruturas de visitação como pontes, escadas, bancos, guarda-corpos, etc; Deinir estratégia de salvamento e resgate em caso de acidentes dentro da RPPN ou propriedade que impossibilite a vítima de se locomover (fraturas, quedas, desmaios, etc.) em conjunto com Corpo de Bombeiro e proissionais qualiicados; Tornar acessível para toda a equipe os contatos e informações para atendimento médico de emergência (hospitais, bombeiros, policia, etc.) em caso de acidente e atualizar trimestralmente os contatos. INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO 1. 2. 3. 4. 5. 6. Estruturas e rotinas de iscalização implantadas e em funcionamento permanente Cercas e aceiros instalados e mantidos Registro de ocorrências e/ou perturbações elaborado e permanentemente alimentado Parcerias efetivadas para iscalização da área (combate a incêndios, caça e corte de árvores) Estratégias de combate a incêndios lorestais implementadas na região Reserva equipada para combate a pequenos focos de incêndios e os equipamentos mantidos e armazenados de forma adequada e acessível 7. Equipe da Reserva ciente de como agir em caso de acidente e capacitada para salvamento e primeiros socorros 8. Reserva equipada com kit de salvamento básico (maca de resgate, kit primeiros socorros, etc.) e os equipamentos mantidos e armazenados de forma adequada e acessível 9. Estratégia de salvamento e resgate em caso de acidentes mais graves implantadas 10. Parcerias efetivadas com hospitais, postos de saúde, etc. para o atendimento de vítimas de acidentes e contatos disponíveis e atualizados 72 4.4.3. Programa de Pesquisa e Monitoramento OBJETIVOS Fomentar atividades de pesquisa na RPPN que possam dar subsídios para a conservação e manejo da área, assim como contribuir para a diminuição das lacunas de conhecimento sobre o bioma Caatinga. Monitorar e avaliar a efetividade da proteção, da qualidade ambiental e da qualidade das áreas de visitação, assegurando que a RPPN cumpra seu papel de conservação das riquezas naturais locais. ATIVIDADES Pesquisa 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Elaborar um formulário/protocolo para pesquisas com cadastro do pesquisador e seus dados, informações sobre normas e conduta para pesquisa na reserva. Para pesquisas que envolvam coleta de fauna ou de espécies ameaçadas de extinção será necessário a autorização do SISBIO emitida pelo ICMBio (legislação pertinente pode ser consultada em http://www4.icmbio.gov.br/sisbio/index. php?id_menu=210); Estimular a pesquisa de temas e assuntos prioritários para pesquisa na reserva, de acordo com as indicações do Plano de Manejo; Estabelecer parcerias com universidades, organizações não governamentais e instituições de pesquisa (EMBRAPA, etc.) para a realização das pesquisas prioritárias na RPPN; Deinir facilidades que a RPPN pode oferecer para os pesquisadores (alojamento, sala de trabalho, laboratório, informações e dados já existentes, mateiro, pessoal de apoio, etc.); Orientar pesquisadores, acompanhantes, mateiros, etc. quanto às normas e deinições do plano de manejo; Apoiar a publicação e divulgação dos resultados das pesquisas realizadas; Criar e organizar um banco de dados/biblioteca com as informações adquiridas através das pesquisas, com cópias das publicações, relatórios e informações sobre os pesquisadores, para que sejam úteis para o manejo e equipe da unidade. Monitoramento 1. 2. 3. 4. 5. Estabelecer uma lista de espécies indicadoras da qualidade ambiental da área a serem monitoradas (priorizar na lista fauna sinergética (caçada), lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo, bioindicadoras de qualidade da água, da mata, etc.); Elaborar e instituir um sistema de monitoramento das espécies indicadoras, contendo as rotinas, os atributos e atividades a serem monitorados (trilhas e locais de uso turístico também devem ser monitorados); A atividade de monitoramento poderá ser auxiliada por guias e funcionários da RPPN que alimentarão os registros através de avistamentos ou de vestígios nas trilhas; Estabelecer convênios e acordos de cooperação técnica com instituições de pesquisa para colaborar com o monitoramento da RPPN; Registrar quaisquer fenômenos ou alterações, naturais ou provocados, que ocorram na RPPN, registrando sua forma, freqüência, intensidade e impactos, para estabelecimento de futuros controles e mitigação dos impactos. PESQUISAS PRIORITÁRIAS: Fauna • Levantamento complementar aos estudos realizados para a elaboração do plano de Manejo, especialmente para grupos não contemplados (artrópodes e outros invertebrados), que possam apresentar resultados que auxiliem no conhecimento da área, no seu manejo e conservação; • Identiicação e acompanhamento populacional da fauna sinergética (caçada); • Identiicação e acompanhamento populacional das espécies da avifauna mais capturadas para o comércio e tráico de animais; • Estudos populacionais dessas aves na reserva e região para veriicar se há potencialidade para a res73 erva se tornar um ponto de soltura de aves apreendidas pelo IBAMA; • Estudos sobre dinâmica populacional do morcego M. crenulatum, encontrado na reserva, a espécie é carente de estudos no Ceará e pode inluenciar fortemente o manejo de áreas protegidas. • Continuidade do levantamento da herpetofauna, especialmente no início do período chuvoso, para identiicação de espécies bioindicadoras da qualidade ambiental. Flora • Acompanhamento fenológico das espécies herbáceas, trepadeiras, arbustivas e arbóreas inventariadas; • Estudo populacional de Pilosocereus chrysostele (cactus facheiro) para identiicar o grau de vulnerabilidade dessa espécie na RPPN, que é comum na caatinga e foi raramente encontrada na Reserva; • Estudo taxonômico de P. chrysostele (cactus facheiro) – no intuito de esclarecer sua identidade cientíica, pois caso trate-se da subespécie “cearensis”, pode ser utilizada como “espécie-bandeira” na conservação na caatinga cearense, especialmente da RPPN Ambientalista Francy Nunes; • Estudo populacional de Pithecoseris pacourinoides (herbácea de lor roxa encontrada no mirante de pedra), espécie que se tem pouco conhecimento; • Estudos nas áreas que sofreram incêndio, para estudo do impacto e processo de sucessão; • Estudo da regeneração das populações vegetais em áreas perturbadas da reserva ou áreas sob maior pressão antrópica. Outros • Monitoramento da disponibilidade e qualidade da água para a fauna local; • Estudo das nascentes, olhos d’água existentes na Reserva e entorno e formas de resgate/recuperação desses corpos d’água; • Estudo de fungos para identiicação de bioindicadores da qualidade de conservação da reserva e entorno e contribuição para o conhecimento da biodiversidade da RPPN e sua signiicância para a conservação da caatinga NORMAS DE CONDUTA PARA PESQUISA NA RPPN • Consultar os órgãos competentes sobre as licenças para coleta (ICMbio e IBAMA) e os técnicos da Associação Asa Branca de Proprietários de RPPN do Ceará quando houver dúvida quanto a metodologia utilizada pelo pesquisador para assegurar o menor impacto possível sob a biodiversidade da RPPN; • Todas as pesquisas desenvolvidas na RPPN deverão ter autorização prévia dos proprietários e dos órgãos competentes; • Os pesquisadores deverão submeter-se a todas as normas dos programas de manejo e da RPPN, cabendo à gerencia acompanhar as atividades e auxiliar nas decisões sobre sua continuidade; • Será obrigatório envio de relatório de pesquisa e no caso de publicação, uma cópia para a administração para o enriquecimento do acervo da RPPN; • Todo pesquisador deverá assinar o termo de responsabilidade para pesquisa na RPPN, que conterá todas as normas cabíveis; • A metodologia utilizada para pesquisa deverá ser aprovada pelo gerente, que assegurará ser a menos impactante possível; • Os trabalhos de pesquisa deverão gerar material de divulgação em linguagem acessível ao público leigo, visando difundir conhecimentos e gerar informações para repassar ao público visitante; • Os pesquisadores deverão apresentar palestra informativa a equipe da Reserva e guias, de forma a divulgar os resultados do trabalho realizado dentro da RPPN. 74 INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO 1. Facilidades para os pesquisadores deinidas e disponibilizadas; 2. Parcerias para o monitoramento e para a realização das pesquisas prioritárias estabelecidas; 3. Pesquisas prioritárias em andamento e sendo desenvolvidas de acordo com as normas e deinições do plano de manejo; 4. Publicação e divulgação dos resultados das pesquisas realizada; 5. Banco de dados/biblioteca com os resultados das pesquisas implementado; 6. Sistema de monitoramento das espécies bioindicadoras instituído. 4.4.4. Programa de Visitação OBJETIVOS Planejar as atividades recreativas, educativas, interpretativas, ecoturísticas e de sensibilização ambiental, assim como o meio de conduzi-las na Reserva e propriedade. ATIVIDADES Educação e Interpretação Ambiental 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Aproveitar a infraestruta já existente para desenvolver atividades de educação ambiental em curto prazo, com educadores, alunos e moradores da região para atividades de educação ambiental; Instalar um centro de visitantes, em médio prazo, com estrutura adequada para projeções, expositores, palestras para visitantes, área para o desenvolvimento de atividades educativas com grupos escolares, refeitório ou área para lanche/pique-nique dos grupos escolares; Reimplantar e manter as trilhas existentes na propriedade (Trilha das árvores da caatinga, Trilha do forno) e Reserva (Trilha das barrigudas e Bico Alto, Trilha do Mirante de Pedra) com o auxílio de proissionais especializados que possam indicar o melhor traçado da trilha e as estruturas necessárias para segurança do visitante e proteção ambiental (evitar erosão, corte de árvores e outros impactos); Instalar e manter infraestrutura adequada para visitação das trilhas (placas de sinalização, placas informativas, bancos para descanso, guarda-copos), reduzindo a possibilidade de acidentes e o impacto aos recursos naturais (pontes, escadas, passarelas, etc.); Deinir e implantar uma ou mais trilhas autoguiadas, cujo visitantes podera percorrer e interpretar sozinho, sem o apoio do guia; Instalar um sistema de rádio comunicação entre a sede da reserva e os guias, como forma de segurança, mantendo permanente comunicação dos grupos visitantes com a admnistração; Elaborar roteiros interpretativos nas diferentes trilhas identiicando pontos de parada, espécies a serem destacadas e informações que serão passadas aos visitantes; Implantar placas de identiicação de espécies vegetais importantes nas trilhas (endêmica, ameaçada, característica da caatinga, etc.) e painéis informativos sobre a fauna e biodiversidade. Designar e capacitar uma equipe de funcionários e guias para atendimento ao visitante e as atividades do uso público, de preferência que sejam moradores da região e bons conhecedores das trilhas. Realizar reciclagem periódica da equipe responsável pela visitação através de cursos, intercâmbios com outras reservas, etc. Ordenar as visitas através de agendamento prévio, planejando o número de guias e a divisão do grupo visitante de acordo com a capacidade de 15 pessoas por guia, onde dois grupos não poderão estar ao mesmo tempo no mesmo trecho da trilha Criar um modelo padrão de atendimento ao visitante (com palestra introdutória, orientações quanto às normas e conduta, registro fotográico, livro de visitantes, por exemplo) onde cada funcionário ou guia manterá a mesma qualidade de atendimento. Criar e alimentar um banco de dados de visitantes para monitorar o luxo e o peril dos visitantes mantendo uma rede de contato Monitorar as atividades de visitação, armazenando e mapeando informações que orientem o programa no que se refere a adaptações de infraestrutura, tipo de impactos nas diferentes estações do ano (inverno e verão) 75 Ecoturismo 1. 2. A RPPN podera incentivar e apoiar iniciativas públicas e privadas no desenvolvimento do potencial ecoturístico da região tornando a RPPN um dos destinos; Como a RPPN ica bastante distante da sede da propriedade, um conjunto de atividades de ecoturismo* poderão ser desenvolvidas na propriedade, como observação de fauna e lora, passeios a pé pelo curso dos rios intermitentes no período seco, estudos do meio, cicloturismo, trekking, hikking, cavalgadas, etc. caso seja de interesse do proprietário, assim como atividades voltadas ao turismo rural de acordo com o período do ano e com as atividades produtivas da fazenda (colheita de milho, produção de carvão sustentável, tanger animais, etc.). Recreação 1. 2. 3. 4. 5. 6. Implantar alojamentos e/ou chalés para acomodação de grupos de visitantes (acampamentos de juventude, grupos de meditação, grupos proissionais para desenvolvimento de equipe, etc.), assim como área para refeição (a área para instalação de todas as construções na propriedade devem seguir as orientações do plano de manejo, respeitando as áreas de APP e com o mínimo impacto ambiental) Utilizar em todas as construções técnicas de permacultura, construção ecológica, potencializando luminosidade e ventilação natural e utilizando-se de energia solar e captação de água da chuva, além de reaproveitamento de água e utilizando técnicas de fossa/banheiro ecológico e/ou banheiro seco. Reformar o açude antigo para que possa ser destinado a atividades de lazer Criar um conjunto de atividades a serem desenvolvidas com os diferentes públicos Utilizar mão de obra local e estimular o desenvolvimento de produtos e serviços locais para atendimento aos visitantes (alimentação, souvenir, transporte, etc.) Implantar um sistema de destinação adequada dos resíduos sólidos (lixo) oriundos das atividades de visitação e da sede ORIENTAÇÕES A RPPN deve disponibilizar um formulário de agendamento de visita e um termo de responsabilidade para preenchimento pelo visitante, especialmente para grupos, contento informações básicas para a organização da logística da visita pela administração e contendo orientações ao visitante; Ao chegar ao Centro de Visitantes o visitante deverá receber uma introdução a visita, com as boas vindas da Reserva, explanação, oral ou através de vídeo, sobre o que é a RPPN, sua importância, o que é permitido fazer numa RPPN e o que não é (normas e conduta), o que está disponível para visitação e o que o visitante vai conhecer; • Grandes grupos, como escolas, deverão ser divididos em pequenos grupos de 15 pessoas por guia; • O intervalo entre cada grupo de visitantes na trilha deverá ser de 30 minutos, contados a partir da saída da sede; • Os 30 minutos de diferença entre os grupos podem ser utilizados para o desenvolvimento de atividades didático-educativas que potencializem a experiência na trilha (atividades pré-trilha e pós-trilha); • A equipe responsável pelo programa de visitação poderá desenvolver, em conjunto com pedagogos e proissionais da área, um catálogo de atividades de acordo com a faixa etária, objetivo da visita, período do ano, etc. para serem desenvolvidas com os grupos visitantes; • Os funcionários e guias deverão ser treinados, capacitados e planejar com antecedência as atividades do grupo visitante; • A equipe responsável pelo atendimento ao visitante deve estar devidamente identiicada por uniforme ou crachá; • Nas visitas às trilhas mais longas como Trilha das Barrigudas e Trilha do Bico Alto, ou que apresentam nível de diiculdade maior, os guias deverão levar equipamentos básicos de comunicação, segurança e primeiros socorros, além de água extra no período seco. 76 INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA 1. Atividades de educação ambiental com educadores, alunos e moradores da região sendo desenvolvidas; 2. Centro de visitantes, com estrutura adequada para projeções, expositores, palestras para visitantes, área para o desenvolvimento de atividades educativas com grupos escolares, refeitório/lanche implantados e mantidos; 3. Trilhas e infra-estrutura adequada para visitação implantadas (com o auxílio de proissionais especializados) e sendo mantidas; 4. Roteiros interpretativos nas diferentes trilhas elaborados e sendo utilizados; 5. Placas de identiicação das espécies e painéis informativos sobre a fauna e biodiversidade instalados; 6. Visitas sendo realizadas de forma ordenada e planejada; Sugestões de atividades de ecoturismo que poderao ser desenvolvidas no entorno imediato da RPPN (Fazenda Natália e Santa Úrsula), caso seja de interesse do proprietário: • Observação de fauna e lora: observação de animais ou vestígios de animais como pegadas, tocas, ninhos, fezes, etc. e plantas. • Passeios a pé pelo curso de rios intermitentes: passeios a pé ao longo do Riacho das Pedras, Saco do Boi e outros córregos no interior da RPPN. • Estudos do meio ambiente: estudar a área em que está percorrendo, sobre as pedras, as vegetações, as águas, etc... Juntamente com o guia e/ou outro proissional, apresentar as descobertas/resultados das pesquisas realizadas na área. • Cicloturismo: é uma modalidade turística onde o principal meio de transporte é a bicicleta e o cicloturista passa, pelo menos, um pernoite fora de seu local de convívio habitual, além de ser uma atividade não competitiva. • Trekking: é a atividade de trilhas ou caminhadas, de mais de um dia de duração, por áreas naturais com relevante beleza cênica. As incursões nestes sítios com duração inferior à 24h dá-se o nome de hikking. 4.4.5. Programa de Sustentabilidade Econômica OBJETIVOS Buscar possíveis fontes, meios e estratégias de inanciamento para a implementação do plano de manejo da RPPN e para garantir sua sustentabilidade econômica. Identiicar alternativas para o desenvolvimento sustentável do entorno da UC, contribuindo para a formação e o envolvimento de empreendedores locais. 77 ATIVIDADES Sustentabilidade econômica da RPPN 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Elaborar orçamento anual com previsões de gastos para manutenção da RPPN; Criar estratégias de captação de recursos de curto, médio e longo prazos; Capacitar a equipe administrativa inanceira quanto a gestão de recursos de acordo com as normas de contabilidade e legislação pertinente; Elaborar e submeter projetos para editais e fontes inanciadoras Identiicar a viabilidade de comercialização de produtos, subprodutos (camisetas, bonés, chaveiros, agendas, mapas, canecas, squize, etc.) para arrecadação de recursos; Identiicar a viabilidade de pagamento pelos serviços inerentes à reserva (cobrança de ingressos, serviços voltados à visitação, hospedagem, alimentação, etc.). Identiicar a possibilidade, a médio e longo prazo, de receber recursos de pagamentos por serviços ambientais, ICMS Sócioambiental, servidão lorestal, etc. Desenvolvimento Sustentável do Entorno 1. 2. Estimular o desenvolvimento de atividade sustentáveis no entorno, que sejam compatíveis com os propósitos da reserva e que gerem renda local (como meliponicultura, artesanato, ecoturismo, etc.) Incentivar o estabelecimento de parcerias entre ONGs, prefeitura e instituições federais, como SENAC, SESC, SEBRAE e outros para atuarem no desenvolvimento sustentável de atividades ligadas a geração de renda INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA 1. Orçamento com previsões de gastos para manutenção elaborado anualmente; 2. Estratégias para captação de recursos criada e implementada; 3. Projetos para editais de fontes inanciadoras, elaborados pela equipe administrativa inanceira, gerindo recursos de forma correta e eiciente; 4. Comercialização de produtos e pagamento por serviços sendo realizada e arrecadando fundos para a RPPN 5. Atividades sustentáveis, geradoreas de renda, sendo estimuladas e desenvolvidas no entorno. 4.4.6. Programa de Comunicação OBJETIVOS Divulgar a RPPN, sua importância, ações, possibilidades de visitação, pesquisa e outros serviços nas mais diferentes mídias, com o intuito de potencializar parcerias, mobilizar pessoas para a conservação e tornar a RPPN mais conhecida e respeitada. 78 ATIVIDADES Comunicação 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Elaborar e disseminar material informativo básico da reserva, onde constem todos os equipamentos de uso público, bem como localização e contatos para agendamento de visitação (folders, folhetos, cartazes, cartilhas, etc). Manter e atualizar o site da Reserva, com fácil acesso às informações sobre as atividades de visitação, agendamento, normas de operacionalização, horário de visitas, galeria de fotos, atrativos, etc. Disseminar para as escolas dos municípios do entorno as atividades do programa de visitação, assim como para as agencias especializadas em turismo escolar; Divulgação de espécies-bandeiras presentes na Reserva (como onça parda, veado caatingueiro, mambira) espécies endêmicas ou ameaçadas que poderão ter destaque para ações de valorização da RPPN; Manter comunicação permanente com as comunidades e proprietários do entorno, através de encontros, cursos, palestras, eventos, etc. para divulgar as ações da RPPN, sua importância para a região e motivar outros proprietários a criarem RPPN em suas propriedades; Estimular fotógrafos, pesquisadores e guias a registrarem a biodiversidade e paisagem da RPPN, com o intuito de compor um acervo fotográico para elaboração de material de divulgação e educação ambiental; Fomentar matérias e reportagens na mídia sobre a RPPN, suas atividades e importância, podendo aproveitar datas comemorativas como Dia da Caatinga, Semana do Meio Ambiente, Dia da Árvore, Dia de Combate a Desertiicação, Dia de Proteção da Fauna, Dia das Florestas, etc. para pautar a mídia; Criar versão simpliicada do Plano de Manejo e disponibilizar como publicação digital. INDICADORES DE SUCESSO DO PROGRAMA 1. Material informativo básico da reserva elaborar e disseminado, 2. Site da Reserva atualizado e com fácil acesso às informações sobre visitação, agendamento, etc. 3. Programa de visitação disseminado para as escolas dos municípios do entorno e para as agencias especializadas em turismo escolar 4. Comunicação permanente com as comunidades e proprietários do entorno mantida, acervo fotográico da RPPN criado e alimentado; 5. Matérias e reportagens na mídia sobre a RPPN pautada; 6. Versão simpliicada do Plano de Manejo Criada e disponibilizada como publicação digital. 4.5. Projetos Especíicos • Plano de prevenção a incêndios lorestais. • Reimplantação das trilhas de visitação com apoio de especialistas e pessoas qualiicadas, para deinição do traçado e da largura das trilhas, identiicação de necessidade de infraestrutura de acesso e segurança como pontes, escadas, passarelas, guarda corpo, mirante etc. e de capacidade de carga da trilha e equipamento. • Implantação de sinalização turística, placas de sinalização e interpretação ambiental em linguagem adequada ao público visitante, para facilitar a compreensão das características naturais da RPPN, através do uso de ilustrações e mensagens simples, auxiliando também no trabalho do guia de turismo. • Implantação de um centro de interpretação ambiental com centro de visitantes, auditório para palestras, sanitários, área de convivência, etc. 79 4.6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E CUSTOS SEGMENTO PERÍODO ATIVIDADES 2013 Gestão da RPPN Pessoal e capacitação ADMINISTRAÇÃO Infraestrutura e equipamentos Manutenção e Monitoramento 2014 2015 2016 2017 X X X X Criar um programa de estágio e de trabalho voluntário para as atividades de monitoramento da fauna e lora, educação ambiental e ecoturismo; X X Realizar visitas e intercâmbios da equipe com outras unidades de conservação para aprimoramento da gestão da unidade. X X X X Designar um responsável para a administração da RPPN (gerente), responsável pela implementação do plano de manejo ; X Identiicar e estabelecer parcerias (prefeitura, universidades, órgãos ambientais, associações, ONGs, etc) para a implantação do plano de manejo; X Deinir um número mínimo de pessoas para a gestão administrativa, manejo de recursos, manutenção e monitoramento da unidade e capacitá-las; X Implantar um escritório de administração para armazenamento adequado de documentos e equipamentos e para a gestão da RPPN. X Implantar um sistema de sinalização com placas informativas nos limites da RPPN, estradas de acesso e entrada da propriedade. X Criar um conjunto de procedimentos, rotinas e serviços administrativos para a manutenção da infraestrutura, de equipamentos, etc.; X Realizar controle e retirada, na RPPN e entorno, de espécies exóticas invasoras como Calotropis procera (lor de seda, algodão de seda) Cryptostegia grandilora (boca de leão, viúva alegre), caprinos selvagens ou de outros proprietários; X X X X X Monitorar a população da fauna sinergética (caçada), da lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo (violete, aroeira, pau d’arco, etc.); X X X X X Quantidade Unidade VALOR (R$) (Unid.) TOTAL POR ANO (R$) 1 Gerente 1.200,00 14.400,00 1 guarda-parque 622,00 7.464,00 X 80 PROGRAMA PROGRAMA SEGMENTO ATIVIDADES 2013 Fiscalização Unidade da 2014 PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO 2016 TOTAL POR ANO (R$) - - 10.000,00 10.000,00* - - 2017 X Implantar estruturas para iscalização e monitoramento como trilhas de iscalização, pontos de observação, além de forma de deslocamento nas trilhas (motocros) etc.; X X X Utilizar a rotina de iscalização para elaborar um registro das perturbações na área (presença de animais domésticos, trânsito de pessoas, caça, retirada de madeira, fogo, etc.). X X X Instalar marcos deinindo os limites da RPPN; X X 1 2.000,00 2.000,00* Manter cercas nos pontos mais susceptíveis a entrada de animais domésticos e de pessoas; X X 1 5.000,00 5.000,00 - 8.000,00 1 X X X Criar parcerias com órgãos iscalizadores de caça e apreensão de animais silvestres para visitas iscalizadoras na RPPN e ações de sensibilização no entorno; X X X X X - - Criar parcerias com órgãos e instituições capacitadas para conscientização e capacitação das comunidades quanto ao uso controlado do fogo na agricultura e combate a incêndios lorestais; X X X X X - - 5 200,00 1.000,00 1 750,00 750,00 1 2.700,00 2.700,00 1 1.000,00 1.000,00 - - Possuir equipamento básico de proteção individual e de combate a pequenos focos de fogo; Capacitar e treinar a equipe com técnicas de salvamento e primeiros socorros e elaborar normas de como agir em caso de acidente na unidade; Proteção da equipe e do visitante 2015 VALOR (R$) (Unid.) Elaborar um roteiro de iscalização, em áreas estratégicas, de modo a evitar caça, corte de árvores, coleta de materiais, plantio, incêndios, etc. Realizar aceiro nos limites da RPPN ou nos pontos com maior propensão a entrada do fogo; Proteção da RPPN Quantidade Unidade PERÍODO X X Equipar a unidade com equipamentos de segurança e de salvamento básico, como maca de resgate, kit primeiros socorros, etc e estabelecer rotinas bimestrais de manutenção dos mesmos; X X X X X Manutenção dos equipamentos e estruturas de proteção e iscalização X Deinir estratégia de salvamento e resgate em caso de acidentes dentro da RPPN ou propriedade X X X X X X X 81 SEGMENTO ATIVIDADES 2013 Pesquisa PESQUISA E MONITORAMENTO Monitoramento 2014 2015 2016 2017 Elaborar um formulário/protocolo para pesquisas com cadastro do pesquisador e seus dados, informações sobre normas e conduta para pesquisa na reserva. X Estimular a pesquisa de temas e assuntos prioritários para a reserva, de acordo com as indicações do Plano de Manejo; X X X X X Estabelecer parcerias com universidades, organizações não governamentais e instituições de pesquisa (EMBRAPA, etc.) para a realização das pesquisas prioritárias na RPPN; X X X X X Deinir facilidades que a RPPN pode oferecer para os pesquisadores (alojamento, sala de trabalho, laboratório, informações e dados já existentes, mateiro, pessoal de apoio, etc.); X Criar e organizar um banco de dados/biblioteca com as informações das pesquisas, cópias das publicações, relatórios e informações sobre os pesquisadores; X X X X Estabelecer uma lista de espécies indicadoras da qualidade ambiental da área a ser monitorada -priorizar na lista fauna sinergética (caçada), lora ameaçada, rara, suscetível a corte seletivo, bioindicadoras de qualidade da água, da mata, etc.; X - Elaborar e instituir um sistema de monitoramento das espécies indicadoras, contendo as rotinas, os atributos e atividades a serem monitorados (trilhas e locais de uso turístico também devem ser monitorados); TOTAL POR ANO (R$) VALOR (R$) (Unid.) - X Estabelecer convênios e acordos de cooperação técnica com instituições de pesquisa para colaborar com o monitoramento da RPPN; X X X X X Registrar quaisquer fenômenos ou alterações, naturais ou provocados, que ocorram na RPPN, registrando sua forma, freqüência, intensidade e impactos, para estabelecimento de futuros controles e mitigação dos impactos. X X X X X 82 PROGRAMA Quantidade Unidade PERÍODO PROGRAMA SEGMENTO ATIVIDADES Desenvolver atividades de educação ambiental em curto prazo, com educadores, alunos e moradores da região nas estruturas já existentes; Educação e interpretação ambiental VISITAÇÃO PERÍODO 2013 2014 2015 2016 2017 X X X X X TOTAL POR ANO (R$) - - - X 1 50.000,00 50.000,00* Reimplantar trilhas existentes com o auxílio de proissionais especializados, estruturas necessárias para segurança do visitante e proteção ambiental (evitar erosão e outros impactos); X 1 10.000,00 10.000,00* Manter trilhas X 1 3.000,00 3.000,00 Instalar placas de sinalização, placas informativas, bancos para descanso, guarda-copos, etc. nas trilhas, reduzindo a possibilidade de acidentes e o impacto aos recursos naturais (pontes, escadas, passarelas, etc.); X 1 7.000,00 7.000.00 Manter placas e infraestruturas trilhas X 1 1.000,00 1.000,00 Instalar um sistema de rádio comunicação entre a sede da reserva e os guias, como forma de segurança, aos grupos visitantes; X - - 6.000,00* 1 300,00 300,00 1 750,00 750,00 1 1.000,00 1.000,00 1 1.000,00 1.000,00 Implantar placas de identiicação de espécies vegetais nas trilhas (endêmica, ameaçada, característica da caatinga, etc.) e painéis informativos sobre a fauna e biodiversidade. Recreação VALOR (R$) (Unid.) Instalar, em médio prazo, estruturas adequadas para receber visitantes, como centro de visitantes, refeitório, alojamentos, etc.; X X X X Mantutenção sistema de rádio comunicação Ecoturismo Quantidade Unidade X Capacitar uma equipe de guias (prestadores de serviço pagos pelos visitantes ou voluntários); X Estruturar as atividades de ecoturismo de interesse do proprietário; X X X X X Implantar alojamentos e/ou chalés para de visitantes, área para refeição, área de convivência, etc. X 1 40.000,00 40.000,00* Reformar o açude antigo para que possa ser destinado a atividades de lazer X 1 3.000,00 3.000,00* 1 500,00 500,00 1 1.500,00 1.500,00 Implantar um sistema de destinação adequada dos resíduos sólidos (lixo) oriundos das atividades de visitação e da sede Manutenção das construções para visitação como auditório, centro de visitantes, portão entrada, etc. X 83 SEGMENTO ATIVIDADES 2013 2014 2015 2016 2017 Elaborar orçamento anual com previsões de gastos para manutenção da RPPN; X X X X X Criar estratégias de captação de recursos de curto, médio e longo prazo; X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Capacitar à equipe administrativa inanceira quanto a gestão de recursos de acordo com as normas de contabilidade e legislação pertinente; Elaborar e submeter projetos para editais e fontes inanciadoras Sustentabilidade econômica da RPPN SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA Identiicar a viabilidade de comercialização de produtos, subprodutos (camisetas, bonés, chaveiros, agendas, mapas, canecas, squize, etc.) para arrecadação de recursos; Identiicar a viabilidade de pagamento pelos serviços inerentes à reserva (cobrança de ingressos, serviços voltados à visitação, hospedagem, alimentação, etc.). Identiicar a possibilidade, a médio e longo prazo, de receber recursos de pagamentos por serviços ambientais, ICMS Sócioambiental, servidão lorestal, etc. Estimular o desenvolvimento de atividade sustentáveis no entorno, que sejam compatíveis com os propósitos da reserva e que gerem renda local (como meliponicultura, artesanato, ecoturismo, etc.) Desenvolvimento sustentável do entorno Incentivar o estabelecimento de parcerias entre ONGs, prefeitura e instituições federais, como SENAC, SESC, SEBRAE e outros para atuarem no desenvolvimento sustentável de atividades ligadas a geração de renda; X X X X X X X X X X X X X X X X Quantidade Unidade VALOR (R$) (Unid.) TOTAL POR ANO (R$) 12 material de escritório e papelaria 70,00 840,00 84 PROGRAMA PERÍODO PROGRAMA COMUNICAÇÃO SEGMENTO Comunicação PERÍODO ATIVIDADES 2013 2014 2015 2016 Elaborar e disseminar material informativo da reserva (folder, etc). X X Manter e atualizar o site da Reserva, com informações gerais (localização, visitação, agendamento, contatos, etc.) X X X X X Disseminar para as escolas do entorno as atividades do programa de visitação, assim como para as agencias especializadas em turismo escolar; X X X X X Manter comunicação permanente com o entorno, através de encontros, cursos, palestras, eventos, etc. para divulgar as ações da RPPN, sua importância para a região, etc.; X X X X X Estimular fotógrafos, pesquisadores e guias a registrarem a biodiversidade e paisagem da RPPN, com o intuito de compor um acervo fotográico para elaboração de material de divulgação e educação ambiental; X X X X X Fomentar matérias e reportagens na mídia sobre a RPPN, suas atividades e importância, podendo aproveitar datas ambientais para pautar a mídia; X X X X X Quantidade Unidade VALOR (R$) (Unid.) TOTAL POR ANO (R$) 1 1.200,00 1.200,00 4 serviços de assessoria de imprensa 1.500,00 6.000,00 2017 TOTAL Investimento em infra-estrutura permanente* Investimento anual para manutenção 178.404,00 121.000,00 57.404,00 85 5. INFORMAÇÕES FINAIS 5.1. Anexos Anexo 1: Mapa de Localização e acesso Anexo 2: Mapa do Clima Anexo 3: Mapa da Geologia Anexo 4: Mapa da Geomorfologia Anexo 5: Mapa de Altitude Anexo 6: Mapa de Liminologia Anexo 7: Mapa dos Solos Anexo 8: Mapa de Hidrograia Anexo 9: Mapa de Vegetação Anexo 10: Fitoisionomias Anexo 11: Conectividade Anexo 12: Indicadores Sociais Anexo 13: Comunidades Anexo 14: PROBIO Anexo 15: Mapa de Zoneamento Anexo 16: Lista de espécies da Flora Anexo 17: Lista de espécies da Herpetofauna Anexo 18: Lista de espécies da Avifauna Anexo 19: Lista de espécies da Mastofauna 86 Anexo 1: Mapa de Localização e acesso 87 Anexo 2: Mapa do Clima 450000 475000 500000 525000 9675000 MACROLOCALIZAÇÃO Fortaleza OC EANO 9675000 425000 ATLÂ N TI CO 9650000 9650000 CEARÁ BRASIL Trairi 9625000 9625000 Amontada Paracuru Paraipaba Itapipoca 9600000 9600000 Tururu Uruburetama São Gonçalo do Amarante Umirim São Luís do Curu Itapagé Irauçuba 9575000 9575000 Pentecoste Maranguape Apuiarés 9550000 9550000 Tejuçuoca Paramoti General Sampaio Palmácia Pacoti Caridade Acarape 9525000 9525000 Guaramiranga Baturité Mulungu Canindé Aracoiaba Capistrano Itatira 425000 9500000 9500000 Aratuba 450000 475000 500000 525000 LEGENDA Sedes Municipais RPPN Ambientalista Francy Nunes Tipos de Clima Tropical Quente Semi-Árido Tropical Quente Semi-Árido Brando Divisão Municipal Tropical Quente Úmido Tropical Subquente Úmido Município: Imóvel: Tropical Quente Subúmido FONTE - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME). 88 Escala: Datum: - Faz. Natália 1/800.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Clima Mapa: Set/2009 02 Anexo 3: Mapa da Geologia 443000 444000 445000 446000 447000 MACROLOCALIZAÇÃO 9559000 9559000 Fortaleza 200 CEARÁ 200 Tejuçuoca Tejuçuoca Apuiarés Apuiarés 9558000 9558000 400 BRASIL Bico Alto PPcc Serra da Pintada ra 40 0 300 Ser Trê 9557000 beç 9557000 a s C as PPci 9556000 9556000 300 Genral Genral Sampaio Sampaio PPcc 9555000 9555000 30 0 Casa do Caseiro das Pe Riacho das Pedras dr as Ri Casa de Taipa a c h o Açude Grande 443000 444000 445000 9554000 0 20 Açude Pequeno Sede da RPPN Ambientalisata Francy Nunes 446000 447000 LEGENDA Curvas de Nível Construções Comunidades Geologia Limite Municipal PPcc Paragnaisses, ortognaisses, metabásicas e metacalcários Rio / Riacho Açude Faz. Natália PPci Paragnaisses, micaxistos e metacalcários RPPN Ambientalista Francy Nunes FONTES - CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Atlas Digital de Geologia e Recursos Minerais do Ceará, 2003. G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Estado: Escala: Datum: Faz. Natália 1/25.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Geologia Mapa: Set/2009 03 89 Anexo 4: Mapa da Geomorfologia 443000 444000 445000 446000 447000 MACROLOCALIZAÇÃO 9559000 9559000 Fortaleza 200 CEARÁ 200 Bico Alto (440m) Tejuçuoca Tejuçuoca 9558000 9558000 400 BRASIL Apuiarés Apuiarés Serra da Pintada ra 40 0 300 Ser Trê 9557000 beç 9557000 a s C as 9556000 9556000 300 Genral Genral Sampaio Sampaio 9555000 9555000 30 0 Casa do Caseiro das Pe Riacho das Pedras dr as Ri Casa de Taipa a c h o Açude Grande 443000 444000 445000 9554000 0 20 Açude Pequeno Sede da RPPN Ambientalisata Francy Nunes 446000 447000 LEGENDA Construções Geomorfologia Comunidades Depressão Sertaneja Limite Municipal Maciços Residuais Rio / Riacho Açude Faz. Natália 90 G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: RPPN Ambientalista Estado: Francy Nunes Curvas de Nível Escala: FONTES: - Topografia por radar (Shuttle Radar Topography Mission - SRTM), Datum: projeto internacional liderado pela NASA/USA. Faz. Natália 1/25.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Relevo (Unidades Geomorfológicas) Mapa: Set/2009 04 Anexo 5: Mapa de Altitude 443000 444000 445000 446000 447000 MACROLOCALIZAÇÃO 9559000 9559000 Fortaleza 200 CEARÁ 200 Tejuçuoca Tejuçuoca 9558000 9558000 400 BRASIL Bico Alto (440m) Apuiarés Apuiarés Serra da Pintada ra 40 0 300 Ser Trê 9557000 beç 9557000 a s C as 9556000 9556000 300 Genral Genral Sampaio Sampaio 9555000 9555000 30 0 Casa do Caseiro das Pe Riacho das Pedras dr as Ri Casa de Taipa a c h o Açude Grande 443000 444000 445000 9554000 0 20 Açude Pequeno Sede da RPPN Ambientalisata Francy Nunes 446000 447000 LEGENDA Construções Comunidades Limite Municipal Rio / Riacho Açude Faz. Natália RPPN Ambientalista Francy Nunes Curvas de Nível Altitude 400m - 440m 360m - 400m 320m - 360m 280m - 320m 240m - 280m 200m - 240m 160m - 200m 120m - 160m 80m - 120m G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Estado: Escala: FONTES: - Topografia por radar (Shuttle Radar Topography Mission - SRTM), Datum: projeto internacional liderado pela NASA/USA. Faz. Natália 1/25.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Relevo (Altitude) Mapa: Set/2009 05 91 Anexo 6: Mapa de Liminologia 443000 444000 445000 446000 447000 MACROLOCALIZAÇÃO 9559000 9559000 Fortaleza 200 CEARÁ 200 Tejuçuoca Tejuçuoca 9558000 9558000 400 BRASIL Bico Alto Apuiarés Apuiarés Serra da Pintada ra 40 0 300 Ser Trê 9557000 beç 9557000 a s C as 9556000 9556000 300 Genral Genral Sampaio Sampaio 30 0 P07: Olho D’água Remanescente P04: Riacho das Pedras o das Pe dr as a c h Casa do Caseiro 9555000 9555000 P06: Olho D’água Extinto Ri Casa de Taipa 0 20 Açude Grande 9554000 Riacho das Pedras P01: Açude Principal P05: Açude Secundário Açude Pequeno 443000 444000 445000 Sede da RPPN Ambientalisata Francy Nunes 446000 447000 LEGENDA Construções Curvas de Nível Comunidades Pontos Liminologia Limite Municipal Rio / Riacho Açude G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Faz. Natália RPPN Ambientalista Francy Nunes FONTE: - Pontos coletados pela equipe de limnologia com auxílio de um receptor GPS Garmin Map60Csx. 92 Estado: Escala: Datum: Faz. Natália 1/25.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Limnologia Mapa: Set/2009 xx Anexo 7: Mapa dos Solos 443000 444000 445000 446000 447000 MACROLOCALIZAÇÃO 9559000 9559000 Fortaleza 200 CEARÁ 200 Tejuçuoca Tejuçuoca 9558000 9558000 400 BRASIL Bico Alto Apuiarés Apuiarés Serra da Pintada ra 40 0 300 Ser NC28 beç 9557000 a s C 9557000 Trê Re48 as 9556000 9556000 300 Genral Genral Sampaio Sampaio 30 0 9555000 9555000 Re17 Casa do Caseiro das Pe Riacho das Pedras dr as Ri Casa de Taipa a c h o Açude Grande 443000 444000 445000 9554000 0 20 Açude Pequeno Sede da RPPN Ambientalisata Francy Nunes 446000 447000 LEGENDA Curvas de Nível Construções Comunidades Solo Limite Municipal NC28 Bruno não cálcico + Solos Rio / Riacho Litólicos Eutróficos Açude Re17 Solos Litólicos Eutróficos Faz. Natália Re48 Solos Litólicos Eutróficos + RPPN Ambientalista Francy Nunes G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Afloramentos Rochosos FONTE: - Mapa de Solos do Ceará - Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (1988). Estado: Escala: Datum: Faz. Natália 1/25.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Solos Mapa: Set/2009 07 93 Anexo 8: Mapa de Hidrograia 420000 460000 500000 540000 580000 OC EANO ATLÂ N TI CO 9640000 9640000 MACROLOCALIZAÇÃO Fortaleza Paracuru Paraipaba CEARÁ BACIA BACIA DO DO LITORAL LITORAL Aç. Mel Itapagé BRASIL São Luís do Curu Umirim Aç. Frios 9600000 9600000 Aç. Cavalo Morto Fortaleza Aç. Caxitoré R IO C U Pentecoste Aç. Nogueira Ramos RU Aç. Pereira de Miranda 9560000 9560000 Apuiarés Aç. Tejuçuoca Tejuçuoca Ri a cho da sP ed ra s General Sampaio BACIA BACIA METROPOLITANA METROPOLITANA Paramoti Aç. Gal. Sampaio Caridade 9520000 BACIA ACARAÚ DO ACARAÚ BACIA DO Canindé Aç. São Mateus Aç. Salão Itatira RPP 9480000 Açude Tejuçuoca 9480000 9520000 BACIA BACIA DO DO CURU CURU anc y b . Fr N Am Nun 9440000 9440000 es Elevação BACIA BACIA DO DO BANABUIÚ BANABUIÚ 420000 460000 500000 Ri a 400m - 440m 360m - 400m 320m - 360m 280m - 320m 240m - 280m 200m - 240m 160m - 200m 120m - 160m 80m - 120m Pe ch o d a s 10 5 as dr 0 10 20 Km 1: 60.000 540000 580000 LEGENDA Sede Municipal BACIAS HIDROGRÁFICAS Rio / Riacho Acaraú Açude Banabuiú Faz. Natália Curu RPPN Ambientalista Francy Nunes Litoral Metropolitana FONTES - Limite das Bacias Hidrográficas do Ceará: Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE); - Hidrografia Local: Gerada com a extensão ArcHydro a partir de um Modelo Digital de Elevação do projeto TOPODATA do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), que refinou os dados da Shuttle Radar Topographic Mission (SRTM) da resolução espacial original de 3 arco-segundo (~90m) para 1 arco-segundo (~30m). 94 G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Município: Imóvel: Escala: Datum: Faz. Natália 1/800.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Hidrografia Mapa: Set/2009 08 Anexo 9: Mapa de vegetação 444500 445000 445500 446000 446500 447000 200 9559000 444000 9559000 443500 MACROLOCALIZAÇÃO 9558500 CEARÁ 9558000 Apuiarés Apuiarés 9558000 400 200 9558500 Fortaleza BRASIL Tejuçuoca Tejuçuoca 300 9557500 0 40 ra 9557500 Ser Serra da Pintada Trê 9557000 s 9557000 ça abe s C 9556500 9556000 9556000 9556500 300 9555500 9555500 Genral Genral Sampaio Sampaio 9555000 9555000 30 0 dr as Ri ac 9554500 s Pe h 9554500 o da Riacho das Pedras 443500 444000 200 444500 445000 445500 446000 446500 447000 LEGENDA Comunidades Limite Municipal Rio / Riacho Açude Curvas de Nível Faz. Natália RPPN Amb. Francy Nunes Vegetação Caatinga Muito Degradada Caatinga Degradada Caatinga Parcialmente Degradada Caatinga Parcialmente Conservada Queimada Área Não Identificada G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Estado: Faz. Riacho das Pedras Escala: FONTES - Mapeamento da vegetação obtido a partir da classificação de uma imagem orbital do Satélite Ikonos imageada no dia 09 de fevereiro de 2009; - Animais identificados a partir de coletas com armadilhas. Datum: 1/15.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Vegetação Mapa: Set/2009 09 95 400000 410000 420000 430000 440000 450000 460000 Açude Nogueira Ramos Açude Nogueira Ramos Açude Nogueira Ramos Rio Curu Açude Cairu RPPN Mãe da Lua Vila Soares 9570000 9570000 Serra das Vertentes Jua Boa Vista do Caxitore Açude Aracatiaçu Açude São Gabriel 341 Açude Aracatiaçu Apuiarés 9560000 9560000 Açude Tejuçuoca Serra da Santa Luzia Tejuçuoca Serra Três Cabeças Saco Verde Serra Pintada 253 General Sampaio Furna dos Ossos 9550000 9550000 Açude Santa Maria 162 Taperuaba Açude Gal. Sampaio 9540000 9540000 400000 410000 420000 430000 440000 450000 460000 LEGENDA Sede Municipal Fortaleza Caatinga Arbustiva Aberta Limite Municipal Estág. Inicial de Regeneração Rio / Riacho Estág. Intermediário de Regeneração Açude / Lagoa Estág. Avançado de Regeneração Ferrovia RODOVIA Caatinga Arbustiva Densa Pavimentada Estág. Intermediário de Regeneração Implantada Estág. Avançado de Regeneração FONTES: CEARÁ BRASIL Municípios: Estág. Inicial de Regeneração Federal Estadual Municipal - Fitofisionomias do Estado do Ceará (FUNCEME) adaptado a partir do NDVI de Imagens Landsat-5 de 14/07/2006. Imóvel: Escala: Datum: - Faz. Natália 1: 200.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Fitofisionomias Mapa: Set/2009 09 96 Anexo 10: Fitoisionomias 362 Anexo 11: Conectividade 97 Anexo 12: Indicadores Sociais 39°0'0"W 38°0'0"W 41°0'0"W 40°0'0"W 3°0'0"S 4°0'0"S 38°0'0"W Índice de Desenvolvimento Social de Resultados - 2007 Índice de Desenvolvimento Social de Ofertas - 2007 Tejuçuoca Índice: 0,319 Ranking: 169 39°0'0"W Tejuçuoca Índice: 0,477 Ranking: 30 Fortaleza Apuiarés Índice: 0,37 Ranking: 95 Fortaleza Apuiarés Índice: 0,448 Ranking: 73 General Sampaio Índice: 0,379 Rankig: 75 3°0'0"S 40°0'0"W 4°0'0"S 41°0'0"W 5°0'0"S 6°0'0"S 7°0'0"S 7°0'0"S 6°0'0"S 5°0'0"S General Sampaio Índice: 0,46 Rankig: 62 0,000 - 0,300 0,301 - 0,500 0,301 - 0,500 0,501 - 0,700 0,501 - 0,700 0,701 - 1,000 0,701 - 1,000 4°0'0"S Tejuçuoca Índice: 14,75 Ranking: 174 Índice de Desenvolvimento Humano - 2000* Tejuçuoca Índice: 0,611 Ranking: 129 Fortaleza 3°0'0"S 3°0'0"S Índice de Desenvolvimento Municipal - 2006 Fortaleza 4°0'0"S 8°0'0"S 0,000 - 0,300 Apuiarés Índice: 0,622 Ranking: 111 Apuiarés Índice: 23,67 Ranking: 118 8°0'0"S Legenda Legenda General Sampaio Índice: 0,606 Rankig: 138 5°0'0"S 6°0'0"S 7°0'0"S 7°0'0"S 6°0'0"S 5°0'0"S General Sampaio Índice: 34,99 Rankig: 40 Legenda Legenda 6,866 - 17,090 0,551 - 0,599 17,091 - 28,240 8°0'0"S 39,391 - 89,562 41°0'0"W 40°0'0"W 39°0'0"W 38°0'0"W 0,600 - 0,699 *De acordo com o IPECE, todos os municípios cearenses estão na faixa de IDH média (0,500 a 0,800), sendo assim neste mapa foi realizado um desdobramento desta faixa. 41°0'0"W 40°0'0"W 0,700 - 0,799 39°0'0"W 8°0'0"S 28,241 - 39,390 38°0'0"W LEGENDA Ruim Regular Bom Ótimo G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Município: Estado: Ceará Escala: 1: 4.150.000 Datum: SAD69 - 24S FONTES - GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO (SEPLAG) INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ (IPECE) 98 PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Indicadores Sociais Mapa: Set/2009 12 Anexo 13: Comunidades 444000 MACROLOCALIZAÇÃO 448000 452000 9568000 440000 9568000 436000 Rch. Tanque s Fortaleza APUIARÉS 168 BRASIL Açude Tejuçuoca Rc h. Boqueirão Pa u lo Boa Ação TEJUÇUOCA 9560000 9560000 9564000 9564000 CEARÁ 341 9556000 9556000 Cajazeiras s Pedr a s da Rch. Riacho das Pedras 253 R U C U Sede da Reserva Riacho das Pedras II 9552000 9552000 R I O GENERAL SAMPAIO 9548000 9548000 Caraúbas Açude Gal. Sampaio São João 436000 440000 444000 448000 452000 LEGENDA Sedes Municipais Sede da Reserva Comunidades Faz. Natália Divisão Municipal RPPN Ambientalista Francy Nunes Rodovia Estadual Acesso a Sede da Reserva Rio / Riacho Açude FONTE - Comunidades georreferenciadas em campo com o auxílio de um receptor GPS Garmin Map60csx. G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Imóvel: Escala: Datum: Faz. Natália 1/100.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Comunidades no Entorno da Reserva Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Mapa: Set/2009 13 99 Anexo 14: PROBIO 400000 430000 440000 450000 ta no ac h ão Irauçuba R i ac C am ch o 9580000 ho ra ia o ei R Ar ho ta 222 Ri a cho ac Ri a P ra Açude Caxitoré ocim ch Ca oe i ra Ri o C ax itor BRASIL é 9580000 Rio d o Mis Fortaleza aeCEARÁ od h Ri a ch Itapagé 168 Serra de Uruburetama 9590000 MACROLOCALIZAÇÃO si oG ar ro te Mundaú Ri C 420000 ac Ri 9590000 410000 Açude Nogueira Ramos Serra das Vertentes Açude Cairu 9570000 l Açude São Gabriel ac Ri Ri acho T anq b ue s rie l Apuiarés 9560000 R iacho d o Ag res o Paulo Açude Tejuçuoca Riach te 9560000 Ga Tejuçuoca 341 253 General Sampaio Açude Santa Maria Rio Ri a çu i ho Co or c os n ceição 362 da O nç a Riacho Bato u i o C ur Cu ru ch o do sP R 9540000 Ri ac Ri a Açude Gal. Sampaio ch o 9540000 at a Ar ac R 9550000 162 queRiac ho d io o Batoque ac Ri o X in ua qu rdi e 257 Ria 9530000 Ria c h o a gã Riacho J u ira O lho d ´Á g u e ch o P ho Xinuaquê Ria 9550000 h o ch o 9530000 Ga br ie 9570000 Riacho Tr i n da d ho F resc o io B toq ue Serra do Machado/Serra das Matas 9520000 R a 9520000 e Riac Riacho dos Bois 400000 410000 420000 430000 440000 450000 LEGENDA Sede Municipal Limite Municipal Rio / Riacho Açude / Lagoa RODOVIA Federal Estadual Extremamente Alta Implantada 100 RPPN Ambientalista Francy Nunes PROBIO (2007) Importância G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Municípios: Alta Pavimentada FONTE: - PROBIO (2007) Faz. Natália Imóvel: Escala: Datum: Faz. Natália 1/350.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Áreas Prioritárias PROBIO (2007) Mapa: Set/2009 14 Anexo 15: Mapa de Zoneamento 443500 444000 444500 445000 445500 446000 MACROLOCALIZAÇÃO Apuiarés 9559000 9559000 Tejuçuoca General Sampaio ZS 9558500 9558500 ZR Bico Alto 9558000 9558000 ZR ZV Barrigudas ZP 9557500 9557500 ZR ZV Mirante da Pedra 9557000 9557000 ZT ZONEAMENTO AMBIENTAL ZR 9556500 9556500 Zona de Proteção: Áreas com poucas intervenções antrópicas, destinadas à pesquisa, monitoramento da biodiversidade, proteção dos recursos naturais, bem como contribuírem para dispersão das espécies em áreas que se encontram em estádio de regeneração. ZP Zona Silvestre: Área considerada de extrema importância; apresenta poucos indícios de alterações; possui alto grau de conservação, que se destina à preservação da biodiversidade local, monitoramento e pesquisas científicas, além de servir como banco natural de sementes para processos naturais de sucessão secundária na zona de regeneração. Zona de transição: Faixa ao longo do perímetro da reserva. Área responsável por promover o amortecimento de intervenções antrópicas e contribuir com a integridade da RPPN. 9556000 9556000 Zona de recuperação: Área com alto grau de significância ambiental em função das alterações antrópicas ocorridas para instalação de comunidades, assentamentos, especulação imobiliária ou mesmo para práticas agropecuárias. Locais destinados para recuperação das condições originais da cobertura vegetal através do plantio de mudas de espécies nativas, baseado em estudos florísticos realizados no entorno da RPPN. Zona de visitação: Áreas naturais com pouca alteração humana, de relevante beleza natural. Nesta zona é permitida a conservação, turismo e educação ambiental, e instalação de infra-estrutura de baixo impacto. 443500 444000 444500 445000 445500 446000 LEGENDA Pontos de Visitação Zoneamento Rio / Riacho ZP- Zona de Proteção Trilha Exitente ZR- Zona de Recuperação Trilha Planejada ZS- Zona Silvestre Faz. Natália ZT- Zona de Transição Municípios: RPPN Ambientalista Francy Nunes ZV- Zona de Visitação Imóvel: G. Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca Escala: Datum: Faz. Natália 1/12.000 SAD69 - 24S PLANO DE MANEJO DA RPPN AMBIENTALISTA FRANCY NUNES Execução: Fco. Ilan de Queiroz Leite Geógrafo - CREA-CE38341D Data: Zoneamento Mapa: Set/2009 15 101 Anexo 16: Lista de espécies da Flora inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. Família Acanthaceae Amaranthaceae Espécie Apocynaceae - Herbáceo Justicia fragilis Wall. ex Clarke - Herbáceo Justicia sp. - Herbáceo Pachystachys spicata (Ruiz & Pav.) Wassh. - Herbáceo Ruellia asperula (Mart. & Nees) Lindau - Herbáceo Ruellia paniculata L. - Herbáceo Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Cabeça-de-velho Herbáceo Alternanthera tenella Colla Cabeça-de-velho Herbáceo Quebra-panela Herbáceo Aroeira Arbóreo Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro, Pitiá Arbóreo Calotropis procera (Aiton) R. Br. Ciúme Arbustivo / Arbóreo Cryptostegia grandilora R. Br. Viuvinha alegre Trepadeira Grão-de-boi Trepadeira Philodendron imbe Schott ex Endl. Cara-de-cavalo Herbáceo Taccarum ulei Engl. & K. Krause Milho-de-cobra Herbáceo Carnaúba Arbóreo Girassol Herbáceo Delilia bilora (L.) Kuntze - Herbáceo Pithecoseris pacourinoides Mart. ex DC. - Herbáceo Soliva sp. - Herbáceo Morfo-tipo 1 - Herbáceo Morfo-tipo 2 - Herbáceo Morfo-tipo 3 - Herbáceo Myracrodruon cf. urundeuva Allemão Marsdenia sp. Araceae Arecaceae Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore Bidens sp. Asteraceae 102 Hábito Elytraria sp. Gomphrena sp. Anacardiaceae Nome popular Família Espécie Nome popular Hábito Arrabidaea parvilora (Mart. ex DC.) Bureau & K. Schum. - Trepadeira Arrabidaea sp. - Trepadeira Macfadyena cf. unguis-cati (L.) A.H. Gentry - Trepadeira Tabebuia sp.1 Pau-d’árco Arbóreo Tabebuia sp.2 Pau-d’árco Arbóreo Indeterminada (1) Grajau Trepadeira Indeterminada (2) - Trepadeira Pau-branco Arbóreo Heliotropium angiospermum Murray - Herbáceo Heliotropium sp. - Herbáceo Freijó Arbóreo Capparis lexuosa (L.) L. Feijão brabo Arbóreo Capparis cynophallophora L. Feijão brabo Arbóreo Imburana-de-espinho Arbóreo Mandacaru Suculenta / Arbóreo Facheiro Suculenta / Arbóreo Indeterminada - Arbustivo Ceratophyllaceae Ceratophyllum sp. - Aquática Chrysobalanaceae Licania rigida Benth. Oiticica Arbóreo Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. Pacotê Arbóreo Mofumbo Arbustivo / Arbóreo Cipaúba Arbóreo Dichorisandra sp. - Herbáceo Tradescantia sp. - Herbáceo Bignoniaceae Auxemma oncocalyx Baill. Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Brasicaceae Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Cereus jamacaru D.C. Cactaceae Cannabaceae Combretaceae Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles & G.D. Rowley Combretum leprosum Mart. Thiloa glaucocarpa Eichl. Commelinaceae 103 Família Convolvulaceae Cucurbitaceae Cyperaceae Dioscoreaceae Euphorbiaceae Espécie Hábito Evolvulus ovatus Fernald - Trepadeira Ipomea cf. bahiensis Willd. ex Roem & Shult. - Trepadeira Ipomoea hederifolia L. - Trepadeira Ipomoea rosea Choisy - Trepadeira Jacquemontia velutina Choisy - Trepadeira Merremia aegyptia (L.) Urb. - Trepadeira Ipomoea sp. - Trepadeira Indeterminada - Trepadeira Cayaponia sp. - Trepadeira Cyperus ligularis L. - Herbáceo Eleocharis capitata R. Br. - Herbáceo Indeterminada - Herbáceo Dioscorea sp. - Trepadeira Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro-preto Arbustivo / Arbóreo Croton sp. Marmeleiro-branco Arbóreo Dalechampia cf. scandens L. Cipó-urtiga Trepadeira Euphorbia heterophyla Desf. - Herbáceo Pinhão Arbóreo Maniçoba Arbóreo - Trepadeira Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Manihot glaziovii Müll. Arg. Tragia bahiensis Müll. Arg. 104 Nome popular Família Espécie Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Arbóreo Bauhinia sp. 2 Pata-de-vaca Arbustivo / Arbóreo Bauhinia sp.3 Mororó Arbustivo / Arbóreo Catingueira Arbóreo Jucá Arbóreo Chamaecrista belemii (Irwin & Barneby) Irwin & Barneby - Arbustivo Chamaecrista duckeana (Bezerra & Fernandes) Irwin & Barneby - Herbáceo / Arbustivo Chamaecrista cf. gygophylloides (Taub.) H. S. Irwin. - Herbáceo Jatobá Arbóreo Mata-pasto Herbáceo - Arbustivo Mata-pasto Herbáceo Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico Arbóreo Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P. Lewis Arapiraca Arbóreo - Arbóreo Sabiá Arbóreo Mimosa cf. sepiaria Benth. Unha-de-gato Arbóreo Mimosa tenuilora Benth. Jurema-preta Arbóreo - Arbóreo Tiririca Arbóreo Surucucú Arbustivo / Arbóreo - Arbustivo Indeterminada (1) Tiririca “lisa” Arbóreo Indeterminada (2) Jurame-branca Arbóreo Caesalpinia ferrea Mart. Hymenaea courbaril L. Senna occidentalis (L.) Link Senna trachypus (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Senna unilora (Mill.) H.S. Irwin & Barneby Mimosa arenosa (Willd.) Poir. Mimosa caesalpiniifolia Benth. Fabaceae (Mimosoideae) Hábito Mororó Caesalpinia bracteosa Tul. Fabaceae (Caesalpinoideae) Nome popular Mimosa sp. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Piptadenia sp. Zapotheca portoricensis (Jacq.) H. M. Hern. 105 Família Espécie Aeschynomene rudis Benth. Herbáceo Cumaru Arbóreo Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth. - Trepadeira Centrosema brasilianum (L.) Benth. - Trepadeira Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandegee - Trepadeira Violete Arbóreo Desmodium glabrum (Mill.) DC. - Herbáceo Galactia jussiaeana Kunth - Trepadeira Indigofera sufruticosa Mill. - Herbáceo Ingazeira Arbóreo Macroptylum sp. - Trepadeira Vigna peduncularis (Kunth) Fawc. & Rendle - Trepadeira Indeterminada - Herbáceo Amasonia sp. - Herbáceo Hyptis suaveolens (L.) Poit. Bamburral Herbáceo Vitex gardneriana Schauer Jaramataia Arbóreo Cuphea campestris - Herbáceo Cuphea sp. - Herbáceo Lafoensia cf. pacari A. St.-Hil. - Arbóreo Byrsonima sp. - Arbustivo Heteropterys sp. - Trepadeira Mascagnia rigida (A. Juss.) Griseb. - Arbustivo Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Barriguda Arbóreo Helicteres heptandra L.B. Sm. - Herbáceo Pavonia cancellata (L.) Cav. - Herbáceo Pseudoabutilom spicatum R. E. Fr. - Herbáceo Embiratanha Arbóreo Sida jussieuana DC. - Herbáceo Wissadula contracta (Link) R.E. Fr. - Herbáceo Inharé Arbóreo Dalbergia cf. cearensis Ducke Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth ex DC. Lamiaceae Lythraceae Malpighiaceae Malvaceae Moraceae 106 Hábito - Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. Fabaceae (Papilionoideae) Nome popular Pseudobombax marginatum (A. St.-Hil., Juss. & Cambess.) A. Robyns Brosimum gaudichaudii Trécul. Família Myrtaceae Nyctaginaceae Nymphaeaceae Olacaceae Orchidaceae Espécie Nome popular Hábito Eugenia sp. - Arbóreo Indeterminada (1) - Arbustivo / Arbóreo Indeterminada (2) Goiabinha Arbóreo Indeterminada (1) João Mole Arbóreo Neea sp. João Mole Arbóreo - Aquática Ameixa Arbóreo Orquídea Herbáceo Maracujá-de-raposa Trepadeira Nymphaea sp. Ximenia americana L. Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw. Passiloraceae Passilora foetida L. Phyllanthaceae Phyllanthus sp. - Arbustivo Angelonia bilora Benth. - Herbáceo Angelonia cornigera Hook. - Herbáceo Plumbago scandens L. - Trepadeira Panicum trichoides Sw. Capim Herbáceo Streptostachys asperifolia Desv. Capim Herbáceo Indeterminada Capim Herbáceo Polygala cf. glochidiata Kunth - Herbáceo Polygala martiana A.W. Benn. - Herbáceo Polygonaceae Tripplaris cf. gardneriana Wedd. - Arbustivo/Arbóreo Portulacaceae Talinum cf. paniculatum (Jacq.) Gaertn. - Herbáceo Sabiá da serra Arbóreo Juazeiro Arbóreo Diodia radula (Willd. & Hofmanns. ex Roem. & Schult.) Cham. & Schltdl. - Herbáceo Spermacoce capitata Ruiz & Pav. - Herbáceo Indeterminada - Arbóreo Galipea sp. - Arbustivo Limãozinho Arbóreo Coroa de Cristo Arbóreo - Hemiparasita Plantaginaceae Plumbaginaceae Poaceae Polygalaceae Rhamnaceae Rubiaceae Rutaceae Salicaceae Santalaceae Colubrina cf glandulosa Perkins Ziziphus joazeiro Mart. Zanthoxylum sp. Xylosma sp. Phoradendron sp. 107 Família Sapindaceae Espécie Solanaceae Turneraceae Urticaceae Verbenaceae Violaceae Canapum Trepadeira Serjania hebecarpa Benth. - Trepadeira Serjania sp. - Trepadeira Pitombeira Arbóreo - Herbáceo Canapum Herbáceo Indeterminada - Arbustivo Turnera calyptrocarpa Urb. - Herbáceo Chanana Herbáceo Urtiga Herbáceo Chumbinho Arbustivo - Herbáceo Pepaconha Herbáceo Burdião Trepadeira Cissus gongylodes (Burch. ex Baker) Planch. - Trepadeira Cissus sicyoides L. - Trepadeira - Tinguí Trepadeira - Pajeú Arbustivo - Lacre Arbustivo - Cipó-de-leite Trepadeira - Pau-mocó Arbóreo - Brandão Arbóreo - Genipapo Arbóreo - Melosa da Serra Arbóreo Selaginella erythropus (Mart.) Spring Physalis sp. Turnera subulata Sm. Laportea aestuans (L.) Chew Lantana cf. camara L. Stachytarpheta sp. Hybanthus calceolaria (L.) Oken Cissus albida Cambess. Vitaceae Famílias / Espécies Indeterminadas 108 Hábito Cardiospermum coridum L. Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. Selaginellaceae Nome popular Anexo 17: Lista de espécies da Herpetofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. Gênero Família Espécie Corallus hortulanus Jibóia; Cobra de veado Suaçubóia Epicrates cenchria Salamanta Leptodeira annulata Letophis ahaetulla Liophis dilepis Liophis poecilogyrus Oxybelis aeneus Oxyrhopus trigeminus Cobra Dormideira Cobra cipó verde Cobra de cassote Cobra amarela Cobra cipó bicuda Falsa Coral Corre campo/Cobra Tabuleiro Boa constrictor BOIDAE SERPENTES COLUBRIDAE Philodryas nattereri Philodryas olfersii Micrurus sp. Bothrops erythromelas Crotalus durisus Cascavel Spilotes pullatus Thamnodynastes sp. Waglerophis merremii VIPERIDAE Cobra Verde Cobra Preta; Muçurana Caninana Falsa Jararaca Goipeva; Cobra Chata Coral Verdadeira Jararaca Pseudoboa nigra ELAPIDAE Nome Popular Pressão Humana Rara Indicação Sensibilidade Capacidade de Recuperação Matança NÃO Desconhecida Baixa Alta Perda de habitat Matança/Perda de habitat NÃO NÃO Perda de habitat Perda de habitat NÃO Matança No Ceará Desconhecida Desconhecida Desconhecida NÃO Desconhecida Moderada Alta NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO Desconhecida NÃO Umidade Desconhecida Desconhecida NÃO Alta Baixa Alta Alta Baixa Baixa Alta Alta Baixa Alta Baixa Alta Baixa NÃO NÃO Baixa Alta Matança/Perda de habitat NÃO Área conservada Moderada Alta Matança NÃO Desequilíbrio Alta Baixa Perda de habitat Faltam Dados Na RPPN SIM Área conservada Desconhecida Alta Baixa Alta Baixa Perda de habitat NÃO Área conservada Alta Alta Baixa Matança Matança/Perda de habitat Faltam Dados NÃO Desconhecida Desequilíbrio Alta Baixa Baixa Alta Na RPPN Desequilíbrio Alta Baixa 109 Família IGUANIDAE POLYCHROTIDAE LAGARTOS Espécie TOTAL Pressão Humana Rara Indicação Sensibilidade Capacidade de Recuperação Iguana iguana Iguana Comércio ilegal NÃO Desconhecida Moderada Alta Polychrus acutirostris Calango Cego Perda de habitat NÃO Ambiente conservado Alta Desconhecida Calango NÃO NÃO Desconhecida Baixa Alta Calango Listrado NÃO NÃO Desconhecida Baixa Alta Briba NÃO NÃO Ambiente seco Baixa Alta Briba NÃO NÃO Desconhecido Alta Alta Briba Briba Tijubina NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO Desconhecido Ambiente antropizado Área desmatada Desconhecida Alta Moderada Alta Alta Alta Lagartixa NÃO NÃO Desconhecido Moderada Alta Tejo Calanguinho rabo azul Clanguinho rabo vermelho Calango liso Cururu Cururuzinho Caça NÃO Desconhecido Alta Moderada Perda de habitat NÃO Ambiente conservado Alta Alta Perda de habitat NÃO Ambiente conservado Alta Alta Desconhecido NÃO NÃO Faltam dados NÃO NÃO Desconhecido Ambiente antropizado Desconhecida Alta Baixa Baixa Alta Alta Alta Poluição NÃO Sensível à Poluição Alta Alta Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição NÃO NÃO NÃO Poluição/Perda de habitat NÃO NÃO NÃO NÃO Faltam dados NÃO NÃO Na caatinga Na RPPN NÃO NÃO NÃO Na Caatinga/ Faltam dados Sensível à Poluição Sensível à Poluição Sensível à Poluição Sensível à Poluição Sensível à Poluição Sensível à Poluição Sensível à Poluição Área conservada Sensível à Poluição Ambiente antropizado Ambiente antropizado Ambiente degradado Alta Alta Alta Alta Alta Alta Alta Alta Alta Moderada Moderada Moderada Alta Alta Alta Alta Faltam Dados Alta Alta Faltam Dados Alta Alta Alta Alta Ambiente conservado Alta Faltam Dados Tropidurus hispidus TROPIDURIDAE Tropidurus semitaeniatus Briba brasiliana GEKKONIDAE Gymnodactylus geckoides Hemidactylus agrius Hemidactylus mabouia Ameiva ameiva TEIIDAE Cnemidophorus ocellifer Tupinambis merianae Micrablepharus GYMNOPHTAL- maximilliani MIDAE Vanzosaura rubricauda SCINCIDAE ANFÍBIOS Nome Popular Mabuya heati Chaunus gimi BUFONIDAE Chaunus granulosus Leptodactylus macrosternon Leptodactylus vastus Leptodactylus troglodytes LEPTODACTYLI- Physalaemus albifrons DAE Physalaemus cuvieri Physalaemus kroyeri Pleurodema diploristris Proceratophrys cristiceps Corythomantis greeningi Hypsiboa raniceps HYLIDAE Scinax af. eurydice Scinax xsignata MICROHYLIDAE Dermatonotus muelleri Cassote Cassote Cassote Sapinho Sapinho Sapinho Sapinho Sapo Boi (Sem nome popular) Perereca Rãzinha Rãzinha (Sem nome popular) CAECILIDAE Siphonops paulensis Cecília; Cobra cega 16 Famílias 48 Espécies 110 Gênero Anexo 18: Lista de espécies da Avifauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G). ORDEM FAMÍLIA NOME DO TÁXON (CBRO 2007) NOME LOCAL NOME EM PORTUGUÊS ANO TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) nambu-pé-encarnado inhambu-chororó 07/08 TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) nambu-pé-roxo inhambu-chintã TINAMIFORMES Tinamidae Nothura boraquira (Spix, 1825) codorniz codorna-do-nordeste RISCO M G caça x 07/08 caça x 2007 caça ANSERIFORMES Anatidae Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) patarrona pé-vermelho 2008 caça GALLIFORMES Cracidae Penelope jacucaca Spix, 1825 VU jacu-verdadeiro jacucaca 2007 caça PODICIPEDIFORMES Podicipedidae Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) pecapara mergulhão-pequeno 2008 CICONIIFORMES Ardeidae Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó--boi socó-boi 07/08 x CICONIIFORMES Ardeidae Butorides striata (Linnaeus, 1758) socó socozinho 07/08 CICONIIFORMES Ardeidae Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça garça-vaqueira 2008 CICONIIFORMES Ardeidae Egretta thula (Molina, 1782) garça garça-branca-pequena 2008 CATHARTIFORMES Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-camiranga urubu-de-cabeça-vermelha 07/08 CATHARTIFORMES Cathartidae Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-da-cabeça-amarela urubu-de-cabeça-amarela 07/08 CATHARTIFORMES Cathartidae Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu urubu-de-cabeça-preta 2008 FALCONIFORMES Accipitridae Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) gavião caracoleiro 2007 x FALCONIFORMES Accipitridae Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião gavião-bombachinha-grande 2007 x FALCONIFORMES Accipitridae Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-roxo gavião-pernilongo 07/08 FALCONIFORMES Accipitridae Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-mariano gavião-caboclo 07/08 FALCONIFORMES Accipitridae Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-pga-pinto gavião-carijó 07/08 FALCONIFORMES Accipitridae Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião gavião-pedrês 2007 FALCONIFORMES Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) carcará caracará 07/08 FALCONIFORMES Falconidae Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã acauã 07/08 GRUIFORMES Aramidae Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão carão 07/08 caça GRUIFORMES Rallidae Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) três-potes saracura-três-potes 07/08 caça GRUIFORMES Rallidae Neocrex erythrops (Sclater, 1867) pai-luís turu-turu 2007 caça GRUIFORMES Rallidae Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) galinha-d’água-azul frango-d’água-azul 2007 caça GRUIFORMES Cariamidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766) sariema seriema 2008 caça CHARADRIIFORMES Charadriidae Vanellus cayanus (Latham, 1790) maçarico batuíra-de-esporão 2008 CHARADRIIFORMES Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) tetéu quero-quero 07/08 COLUMBIFORMES Columbidae Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-caxexa rolinha-de-asa-canela 07/08 COLUMBIFORMES Columbidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-caldo-de-feijão rolinha-roxa 07/08 COLUMBIFORMES Columbidae Columbina squammata (Lesson, 1831) rolinha-cascavel fogo-apagou 07/08 x x x x x x 111 Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G). FAMÍLIA NOME DO TÁXON (CBRO 2007) NOME LOCAL NOME EM PORTUGUÊS ANO COLUMBIFORMES Columbidae COLUMBIFORMES Columbidae COLUMBIFORMES RISCO M Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-pé-de-anjo rolinha-picui 07/08 Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) rola-azul pararu-azul Columbidae Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) avoante pomba-de-bando COLUMBIFORMES Columbidae Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti PSITTACIFORMES Psittacidae Aratinga cactorum (Kuhl, 1820) periquito-do-sertão G 2007 caça x 2008 caça x juriti-pupu 07/08 caça x periquito-da-caatinga 07/08 tráico x PSITTACIFORMES Psittacidae Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) papacum tuim 07/08 CUCULIFORMES Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato alma-de-gato 07/08 CUCULIFORMES Cuculidae Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta papa-lagarta-acanelado 07/08 x CUCULIFORMES Cuculidae Crotophaga major Gmelin, 1788 anum-enxurrada anu-coroca 07/08 x CUCULIFORMES Cuculidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anum-preto anu-preto 07/08 CUCULIFORMES Cuculidae Guira guira (Gmelin, 1788) anum-branco anu-branco 07/08 lSTRIGIFORMES Strigidae Megascops choliba (Vieillot, 1817) coruja corujinha-do-mato 07/08 STRIGIFORMES Strigidae Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) corujão murucututu 07/08 STRIGIFORMES Strigidae Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caboré caburé 07/08 STRIGIFORMES Strigidae Athene cunicularia (Molina, 1782) caboré-de-estaca coruja-buraqueira 2007 CAPRIMULGIFORMES Nyctibiidae Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua mãe-da-lua 07/08 CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau bacurau 2008 CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura bacurau-tesoura 2008 APODIFORMES Trochilidae Anopetia gounellei (Boucard, 1891) beija-lor rabo-branco-de-cauda-larga 2008 APODIFORMES Trochilidae Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) beija-lor beija-lor-vermelho 07/08 APODIFORMES Trochilidae Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) beija-lor besourinho-de-bico-vemelho 07/08 x APODIFORMES Trochilidae Amazilia imbriata (Gmelin, 1788) beija-lor beija-lor-de-garganta-verde 2008 x TROGONIFORMES Trogonidae Trogon curucui Linnaeus, 1766 dorminhoco surucuá-de-barriga-vermelha 07/08 CORACIIFORMES Alcedinidae Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) pescador-graúdo martim-pescador-grande 2007 CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle amazona (Latham, 1790) pescador martim-pescador-verde 2007 CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) pescador-miúdo martim-pescador-pequeno 2008 GALBULIFORMES Bucconidae Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) bico-de-latão rapazinho-dos-velhos 07/08 x PICIFORMES Picidae Picumnus limae Snethlage, 1924 EN pinica-pau pica-pau-anão-da-caatinga 07/08 x PICIFORMES Picidae Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) pinica-pau picapauzinho-anão 07/08 PICIFORMES Picidae Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) pinica-pau pica-pau-dourado-escuro 07/08 PICIFORMES Picidae Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pinica-pau pica-pau-verde-barrado 07/08 PICIFORMES Picidae Celeus lavescens (Gmelin, 1788) pinica-pau-bulandeira pica-pau-de-cabeça-amarela 07/08 PASSERIFORMES Thamnophilidae Taraba major (Vieillot, 1816) cancão-de-fogo choró-boi 07/08 PASSERIFORMES Thamnophilidae Thamnophilus capistratus Lesson, 1840 choró choca-barrada 07/08 x x x x 112 ORDEM Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G). ORDEM FAMÍLIA NOME DO TÁXON (CBRO 2007) NOME LOCAL NOME EM PORTUGUÊS ANO choró choca-do-planalto 07/08 choró formigueiro-de-barriga-preta 07/08 RISCO M PASSERIFORMES Thamnophilidae Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 PASSERIFORMES Thamnophilidae Formicivora melanogaster Pelzeln, 1868 PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) pinica-pau arapaçu-verde 07/08 PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Dendroplex picus (Gmelin, 1788) pinica-pau arapaçu-de-bico-branco 07/08 PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) pinica-pau arapaçu-de-cerrado 07/08 PASSERIFORMES Furnariidae Furnarius igulus (Lichtenstein, 1823) joão-de-barro casaca-de-couro-da-lama 07/08 PASSERIFORMES Furnariidae Furnarius leucopus Swainson, 1838 joão-de-barro casaca-de-couro-amarelo 07/08 PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 casaca-de-couro petrim 07/08 PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis scutata Sclater, 1859 casaca-de-couro estrelinha-preta 07/08 PASSERIFORMES Furnariidae casaca-de-couro curutié 2008 PASSERIFORMES Tyrannidae cego sebinho-de-olho-de-ouro 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) Hemitriccus margaritaceiventer (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) tripa ferreirinho-relógio 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) sibitinho-dos-matos guaracava-de-crista-alaranjada 07/08 x PASSERIFORMES Tyrannidae Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 doidinha guaracava-grande 2007 ? PASSERIFORMES Tyrannidae Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) sibitinho-dos-matos risadinha 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Phaeomyias murina (Spix, 1825) sibitinho-dos-matos bagageiro 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Tolmomyias laviventris (Wied, 1831) canário-dos-matos bico-chato-amarelo 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) sibitinho-dos-matos ilipe 2008 PASSERIFORMES Tyrannidae Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) sibitinho-dos-matos guaracavuçu 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavandeira lavadeira-mascarada 2008 PASSERIFORMES Tyrannidae Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) bem-te-vi-do-gado suiriri-cavaleiro 2008 PASSERIFORMES Tyrannidae Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi bem-te-vi 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) rajada bem-te-vi-rajado 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) bem-te-vi-gamela neinei 2007 PASSERIFORMES Tyrannidae Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica peitica 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 severino suiriri 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Casiornis fuscus Sclater & Salvin, 1873 mané-besta caneleiro-enxofre 07/08 G x x x x x x ? x x x x x x PASSERIFORMES Tyrannidae Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 mané-besta irré 07/08 PASSERIFORMES Tyrannidae Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) mané-besta maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado 07/08 x PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) bico-grosso caneleiro-verde 07/08 PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) bico-grosso caneleiro-preto 07/08 x x PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) bico-grosso caneleiro-de-chapéu-preto 07/08 x x PASSERIFORMES Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) bico-grosso pitiguari 07/08 x x x 113 Nome cientíico, nome local e nacional das aves da área de estudo, com respectivas ordens e famílias e indicação do ano do registro, risco atribuído, hábito migratório da região (M) e registro da voz (G). ORDEM FAMÍLIA NOME DO TÁXON (CBRO 2007) NOME LOCAL NOME EM PORTUGUÊS ANO PASSERIFORMES Vireonidae Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) sibitinho-dos-matos juruviara 07/08 RISCO M G PASSERIFORMES Corvidae Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) cancão gralha-cancã 07/08 PASSERIFORMES Hirundinidae Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha andorinha-doméstica-grande 2008 PASSERIFORMES Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 rouxinol corruíra 07/08 PASSERIFORMES Troglodytidae Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrincha garrinchão-de-bico-grande 07/08 PASSERIFORMES Polioptilidae Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) gatinha balança-rabo-de-chapéu-preto 07/08 PASSERIFORMES Turdidae Turdus ruiventris Vieillot, 1818 sabiá-gongá sabiá-laranjeira 07/08 tráico PASSERIFORMES Turdidae Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-bico-de-osso sabiá-poca 07/08 tráico PASSERIFORMES Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) papa-sebo sabiá-do-campo 2008 PASSERIFORMES Coerebidae Coereba laveola (Linnaeus, 1758) sibite cambacica 07/08 PASSERIFORMES Thraupidae Nemosia pileata (Boddaert, 1783) sanhaçu saíra-de-chapéu-preto 07/08 PASSERIFORMES Thraupidae Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu sanhaçu-cinzento 07/08 PASSERIFORMES Thraupidae Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) sibitinho-dos-matos iguinha-de-rabo-castanho 07/08 x PASSERIFORMES Emberizidae Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu tiziu 07/08 x PASSERIFORMES Emberizidae Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodeiro bigodinho 2007 tráico PASSERIFORMES Emberizidae Sporophila albogularis (Spix, 1825) gola golinho 07/08 tráico PASSERIFORMES Emberizidae Coryphospingus pileatus (Wied, 1821) abre-e-fecha tico-tico-rei-cinza 07/08 PASSERIFORMES Emberizidae Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) campina cardeal-do-nordeste 07/08 tráico PASSERIFORMES Cardinalidae Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823) bicudo azulão 2007 tráico PASSERIFORMES Parulidae Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) sibitinho-dos-matos pula-pula 07/08 PASSERIFORMES Parulidae Basileuterus laveolus (Baird, 1865) canário-dos-matos canário-do-mato 2007 PASSERIFORMES Icteridae Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) bom-é iraúna-de-bico-branco 07/08 tráico PASSERIFORMES Icteridae Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) corrupião-preto encontro 2007 tráico PASSERIFORMES Icteridae Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) corrupião corrupião 07/08 tráico PASSERIFORMES Icteridae Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) azulão vira-bosta 2007 PASSERIFORMES Fringillidae Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) vem-vem im-im 2007 x tráico x x x x x x x x x 114 x Anexo 19: Lista de espécies da Mastofauna inventariadas na RPPN Ambientalista Francy Nunes e seu entorno. Espécie Família Didelphidae Didelphis albiventris Gracilinanus agilis Monodelphis domestica Família Dasypodidae Dasypus novemcinctus* Euphractus sexcinctus* Família Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla Família Cebidae Callithrix jacchus Cebus libidinosus Família Cricetidae Cricetidae incertae sedis Necromys lasiurus Wiedomys pyrrhorhinos Família Echimyidae Thrichomys apereoides Família Cavidae Galea spixii Kerodon rupestris Família Phyllostomidae Micronycteris megalotis Mimon crenulatum Tonatia sp. Trachops cirrhosus Artibeus sp. Desmodus rotundus Glossophaga soricina Carollia perspicillata Família Emballonuridae Rhynchonycteris naso Saccopteryx leptura Família Vespertilionidae Nomes Populares Tipo de registro Status local Ameaça local cassaco catita rabo-de-lápis Documentado Documentado Documentado Comum Comum Comum caça habitat habitat tatu peba Documentado Documentado Raro Raro caça caça mambira Etnobiológico Raro caça soim macaco-prego Documentado Avistamento Comum Raro habitat conlito rato-d’àgua pixuna rato-nariz-vermelho Etnobiológico Documentado Documentado Comum Comum Comum habitat habitat habitat punaré, rabudo Etnobiológico Comum caça Preá mocó Documentado Etnobiológico Comum Extinto caça caça morcego morcego morcego morcego morcego morcego-vampiro morcego beija-lor Morcego Documentado Documentado Documentado Documentado Documentado Documentado Documentado Documentado Comum Comum Comum Comum Comum Comum Comum Comum habitat habitat habitat habitat habitat habitat habitat habitat morcego morcego Documentado Documentado Comum Comum habitat habitat IUCN 2008 MMA 2003 Endemismo Caatinga X 115 Puma yagouaroundi Puma concolor* Família Canidae Cerdocyon thous Família Mustelidae Eira barbara Galictis cuja Família Mephitidae Conepatus semistriatus Família Procyonidae Nasua nasua Procyon cancrivorus Família Tayassuidae Pecari tajacu* Família Cervidae Mazama gouazoubira Nomes Populares morcego Tipo de registro Documentado Status local Comum Ameaça local habitat morcego-pescador morcego-pescador Documentado Documentado Comum Comum habitat habitat morcego Documentado Comum habitat gato-do-mato maracajá-assu gato-mourisco, vermelho Documentado - rastros Raro Etnobiológico Muito raro conlitos conlitos Documentado Documentado Raro Raro conlitos conlitos raposa Avistamento Comum habitat papa-mel furão Etnobiológico Etnobiológico Extinto Raro habitat habitat Etnobiológico Raro caça coati guaxinim Etnobiológico Documentado Extinto Comum caça habitat caititu Documentado Raro caça veado-foboca Documentado Raro caça IUCN 2008 MMA 2003 VU VU VU Endemismo Caatinga gatoVU 116 Espécie Myotis sp. Família Noctilionidae Noctilio albiventris Noctilio leporinus Família Furipteridae Furipterus horrens Família Felidae Leopardus tigrinus Leopardus pardalis 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. Rio de Janeiro, PNUD, IPEA. Fundação João Pinheiro, 2003. BRASIL. CPRM. Ministério e Minas e Energia. Atlas digital de geologia e recursos minerais do Ceará. Fortaleza, 2003. Superintendência Regional de Fortaleza. CD-ROM CEARÁ. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE. Peril Básico Municipal General Sampaio. Fortaleza, 2009. FERREIRA. L.M.; Castro, R.G.S.; Carvalho, S.H.C. Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2004. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PLANEJAMENTO DO CEARÁ (IPLANCE). Atlas do Ceará. Fortaleza, 1989. Escala 1: 1500.000. 28p. FUNCEME. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. 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Fortaleza, 1987. 118 7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AGUIAR, Francisco Gonçalves de. Estudo hidrométrico do nordeste brasileiro (Excertos). B. Técnico. Fortaleza, DNOCS I 36 (2): 129 - 204 jul/dez. 1978. BEZZERRA, N. F. Fragmentando o território: bases para o desenvolvimento do Semi-Árido do Ceará. Fortaleza: Fundação Konrad Adenauer, 2004.190 p. ALBANO, C. e Girão, W. (2008) Aves das matas úmidas das serras de Aratanha, Baturité e Maranguape, Ceará. Rev. Brasil. Ornitol. 16(2): 142-154. ALCOFORADO-FILHO, F. G. 1993. Composição lorística e itossociológica de uma área de Caatinga arbórea no Município de Caruaru – PE, Dissertação de Mestrado, Recife: UFRPE, 220 p. ALPIN, K.P., ARCHER, M. Recent advances in marsupial systematics with a new syncretic classiication. In: Archer M, editor. Possums and opossums: Studies in evolution. p.XV-LXXII. Australia: Surrey Beatty, Cliping Norton, N.S.W. 1987. APHA (American Public Health Association). 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