Lista preliminar de espécies de Monilófitas e Licófitas do CPCN PRÓ-MATA. XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Renata Ilha1,2, Letícia Maria 1, Nelsa Cardoso3 1 2 Graduando do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Biociências, PUCRS. Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET/SESu/MEC), grupo PET-Biologia. 3 Professor Doutor da PUCRS Resumo Introdução O Projeto Pró-Mata foi desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em parceria pela Eberhard Karls Universität de Tübingen, Alemanha, através de um convênio de cooperação, a partir da proposta da criação de uma Unidade de Conservação, o Centro de Pesquisa e Conservação da Natureza Pró-Mata, voltada basicamente para a pesquisa e a conservação da natureza. A sede inaugurada em 1991 está situada no Município de São Francisco de Paula, entre as coordenadas 29°27’ a 29°35’ de latitude sul e 50°08’ a 50°15’ de latitude oeste e é recoberta, em sua maior parte, por florestas originais e também por dois pequenos trechos com campos nativos que, apesar de terem sido explorados por muitos anos, encontram-se bem conservados. (http://www.pucrs.br/ima/promata/). Atualmente o CPCN Pró-Mata está elaborando o plano de manejo que pretende a transformação da área em uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). Para tanto, é necessária a caracterização vegetal, a partir da descrição dos principais tipos ou formações vegetacionais da RPPN, classificando-os de acordo com o sistema do IBGE, além de fazer comparações com classificações locais ou regionais; dentro do possível, descrever a vegetação, sua distribuição, variação ao longo do ano, espécies mais comuns, bioindicadoras, endêmicas, de importância econômica, raras, ameaçadas de extinção, invasoras, exóticas, espécies que sofrem pressão de extração e coleta, estado de conservação, ocorrência de especificidades tais como mata de galeria, encostas, campo rupestre, campo de altitude, entre outros. O levantamento da flora pteridofítica no CPCN Pró-Mata objetiva contribuir diretamente para os itens de caracterização da RPPN. XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 124 Metodologia O clima é classificado como superúmido a úmido, com um total pluviométrico anual em torno de 2.252 mm. As temperaturas médias mensais se mantém, no inverno, abaixo de 15°C, por um período de sete meses (abril a outubro). Geologicamente a área é constituída pela Formação Serra Geral, que agrupa uma espessa seqüência de vulcanitos, eminentemente basálticos, contendo rochas efusivas ácidas intercaladas, mais abundantes no topo. A maior parte da área se situa entre 600 e 900 m de altitude. Ocorre na área o contato de três Regiões Fitoecológicas, que são a da Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucária), a da Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica) e da Estepe (campos). Por se tratar de uma região inserida no bioma Mata Atlântica, é de vital importância a implementação de uma RPPN no local, a fim de assegurar a sua preservação permanente. O presente estudo vem sendo realizado desde Janeiro de 2009 até o presente momento, concentrando as coletas, inicialmente, na trilha próxima à sede, a “Trilha das Bananeiras”, a qual apresenta áreas em estado avançado de regeneração. Foram coletados exemplares férteis de espécies epífitas, rupícolas e terrestres, sem preferência por hábito. Os exemplares serão depositados no herbário da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MPUC). As espécies foram identificadas com ajuda de bibliografia especializada. Resultados e Discussão Até o momento foram identificadas espécies distribuídas em 12 famílias botânicas, sendo, Aspleniaceae, Lycopodiaceae e Polypodiaceae as famílias mais representativas na área da estudo. Dentre as espécies identificadas, constatou-se a presença de Dicksonia sellowiana, e que em função da sua intensa exploração comercial destinada à jardinagem e floricultura, encontra-se, desde 1992, na “Lista Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção” (www.fzb.rs.gov.br/downloads/flora_ameacada), classificada como Vulnerável. Além disso, foi encontrada em grande abundância na área de estudo a espécie Pteridium aquilinum var. arachnoideum, que é citada na literatura como tóxica para diversas espécies de animais (Evans, 1987). Esta espécie vem sendo estudada quanto ao seu potencial alelopático, pela sua capacidade de colonizar ambientes, impedindo o estabelecimento por outras espécies vegetais. (Gliessman & Muller, 1978). Conclusão XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 125 A riqueza de espécies encontrada na área de estudo reafirma a necessidade de conservação da mesma, assegurada a partir da implementação da RPPN. Referências EVANS I.A.. Bracken carcinogenicity, In: James G.V. (ed.) Reviews on Environmental Health. Int. Quart. Scient. Reviews, vol. 7. p. 161-199. Freund Publ. House, Tel Aviv. 1987. GLIESSMAN, S. R.; MULLER, C. H., The allelopathic mechanisms of dominance in brachen (Pteridium aquilinum) in souther California. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 4, n. 3, p. 337-362, Mar. 1978. PROJETO PRÓ-MATA. Disponível em: http://www.pucrs.br/ima/promata/ Acessado em 05.06.2010. RIO GRANDE DO SUL., Lista Final Das Espécies Da Flora Ameaçadas. Decreto Estadual n 42.099, publicado em 01.01.2003. Disponível em: www.fzb.rs.gov.br/downloads/flora_ameacada.pdf. Acesso em: 20 maio 2010. XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 126